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Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.003 – Florianópolis (SC) – domingo, 27 de março de 2016
Bloco 1 – Almanaque
Bloco 2 – IrNewton Agrella (Editorial de Domingo) – O Simbolismo da Páscoa e seu conceptismo
Bloco 3 - Ir João Ivo Girardi – Dignidade (Coluna do Irmão João Gira)
Bloco 4 – IrJosé Ronaldo Viega Alves – Rito Escocês Antigo e Aceito – 4ª. Parte - Final
Bloco 5 – IrHercule Spoladore – A Espera ...
Bloco 6 – Ir João Anatalino Rodrigues – A Maçonaria e o Mito Solar
Bloco 7 – Destaques JB –
Mensagens de Páscoa e versos dos Irmãos e Poetas Adilson Zotovici e Sinval Santos da Silveira
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 2/36
Autor: Ir Eleutério Nicolau da Conceição
História em quadrinhos sobre os primeiros anos de Florianópolis,
utilizando a técnica do traço à nanquim (bico de pena) e cor em aquarela.
elenico50@gmail.com
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 86º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia)
Faltam 280 dias para terminar este ano bissexto
Domingo de Páscoa
Dia Mundial do Circo e Dia Mundial do Teatro
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
L I V R O S
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 87 a.C. — O príncipe Fuling, mais tarde imperador Zhaodi, é nomeado sucessor e herdeiro do
imperador Wu de Han. O imperador Wu morreria dois dias depois;
 1309 — Papa Clemente V excomunga Veneza e toda a sua população;
 1329 — Papa João XXII emite sua In Agro Dominico condenando alguns escritos de Mestre
Eckhart como heréticos;
 1513 — O explorador espanhol Juan Ponce de León chega ao extremo norte das Bahamas em sua
primeira viagem para a Flórida;
 1625 — Carlos I ascende ao trono da Inglaterra, Escócia e Irlanda e reivindica também o título
de Rei da França;
 1794
o O Governo Federal dos Estados Unidos cria permanentemente a Marinha dos Estados
Unidos e autoriza a construção de seisfragatas;
o A Dinamarca e a Suécia declaram-se países neutros;
 1800 — O Ato de União com o Reino da Grã-Bretanha é aprovado pelo Parlamento Irlandês;
 1814 — Guerra de 1812: na região central do Alabama, as forças dos Estados Unidos sob o comando
do general Andrew Jacksonderrotam o povo creek;
 1836 — Revolução do Texas: Massacre de Goliad: sob as ordens do general Antonio López de Santa
Anna, o exército mexicano executaram 342 prisioneiros de guerra texanos em Goliad, Texas;
 1845 — Guerra Grande: As forças blancas de Manuel Oribe derrotam o exército
dos colorados de Fructuoso Rivera na batalha de India Muerta;
 1854 — Guerra da Crimeia: O Reino Unido declara guerra à Rússia;
 1881 — Distúrbios ocorrem em Basingstoke, em protesto contra a promoção vociferante diária
da abstemia pelo Exército de Salvação;
 1886 — O famoso guerreiro apache, Gerônimo, rende-se ao Exército dos Estados Unidos,
terminando a fase principal das Guerras Apache;
 1918 — A Bessarábia é cedida ao Reino da Romênia;
 1933 — Torna-se efetiva a saída do Japão da Sociedade das Nações;
 1941 — Segunda Guerra Mundial: num golpe de Estado, oficiais da Força
Aérea Iugoslava derrubam o governo pró-eixo;
 1943 — Segunda Guerra Mundial: Batalha das Ilhas Komandorski: nas Ilhas Aleutas a batalha
começa quando as forças da Marinha dos Estados Unidos interceptam os japoneses tentando
reforçar uma guarnição em Kiska;
 1945 — A Argentina concede o seu apoio formal à Ata de Chapultepec;
 1964 — O Sismo da Sexta-feira Santa, o mais poderoso já registrado na história dos Estados Unidos,
com uma magnitude de 9,2 atinge o Centro-Sul do Alasca, matando 125 pessoas e causando enormes
prejuízos para a cidade de Anchorage;
 1965 — Inaugurada a Ponte Internacional da Amizade ligando a cidade de Foz do
Iguaçu, Brasil e Ciudad del Este, Paraguai, passando sobre o rio Paraná;
 1966 — A Taça Jules Rimet, que havia sido roubada em Londres, é encontrada enrolada em jornais
por um senhor de nome David Corbette que passeava com seu cão numa praça do Sul da capital
inglesa;
 1973 — Marlon Brando recusa o Oscar de melhor ator no filme The Godfather por discordar do
tratamento dado pelo cinema, televisão e pelo seu país aosíndios Sioux;
 1977 — Desastre aéreo de Tenerife: dois Boeing 747 colidem durante um nevoeiro na pista
de Tenerife, nas Ilhas Canárias, matando 583 pessoas;
 1989 — É perdido o contato com sonda espacial Phobos II, quando esta se aproximava da lua
de Marte, Fobos, devido à falha atribuída a um mau funcionamento do computador de bordo;
 1998 — O Food and Drug Administration aprova o Viagra para o uso como um tratamento para
a impotência masculina, a primeira pílula a ser aprovada com esta finalidade nos Estados Unidos;
 2013 — Encerrada em Durban, África do Sul, a quinta cúpula do BRICS.
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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1750 Concedido predicamento de paróquia à igreja de Santo Antônio de Lisboa, na ilha de Santa
Catarina.
1892 Realizam-se no Estado de Santa Catarina, eleições para o Congresso do Estado que terá poderes
constituintes.
1926 Assume o governo do Estado Antônio Vicente Bulcão Vianna, presidente do Congresso.
1946 Decreto nº 9085 torna obrigatória que todas as sociedades civis, religiosas, morais, científicas
ou filosóficas no Brasil, tenham personalidade jurídica.
1960 Fundada a Grande Loja do Maranhão
1976 Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro começa a incorporar as Lojas da Grande Loja
Regular da Guanabara, dissidência da GL da Guanabara.
Fatos históricos de santa Catarina
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
De Irmão para Irmão
As publicidades veiculadas nas edições diárias do JB News são cortesia deste informativo,
como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais.
Valorize-os, caro leitor, preferindo o que está sendo anunciado.
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Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"O SIMBOLISMO DA PÁSCOA E SEU CONCEPTISMO"
Quando nos referimos a PÁSCOA, não há como dissociar o seu simbolismo e significado
judaico de seu advento cristão.
O substantivo "Páscoa" (Pêssach, em hebraico) significa literalmente “Passagem”.
Sua representatividade remete a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e
delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia
No Judaísmo trata-se uma Festa instituída por Deus como um memorial para que os filhos
de Israel jamais se esqueçam que foram escravos no Egito, e que o próprio Deus os
libertou com sua força e poder.
Portanto encerra em si o significado de "Libertação".
A História registra que a libertação do povo hebreu do cativeiro no Egito ocorreu por volta
de 1280 A.C.
Esse episódio é encontrado em alguns Graus da Maçonaria - em especial nos Graus
Filosóficos das Lojas de Perfeição.
Nosso enfoque porém está mais pautado à "PÁSCOA CRISTÃ", cuja comemoração
costuma ocorrer entre os dias 22 e 25 de Abril de cada ano - sendo que seu Início se dá na
"Sexta Feira Santa" em que se celebra a crucificação de Jesus Cristo, terminando no
"Domingo de Páscoa", que exalta a sua Ressurreição e o primeiro aparecimento aos seus
discípulos.
A adoção de dois elementos pontuais constituem os símbolos mais representativos da
Páscoa Cristã, ou seja : o "Coelho da Páscoa" que remete a idéia da Fertilidade e do
Ressurgimento da Vida que teve origem a partir de costumes e de rituais pagãos.
O "Ovo" que representa o Começo da Vida. Sendo que diversos povos tinham o hábito de
presentear os amigos com Ovos, desejando-lhes a Passagem para uma Vida Plena e
Feliz.
2 – Editorial de domingo – O Simbolismo da Páscoa e o seu
conceptismo – Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 7/36
Além é claro, do "Pão", do "Vinho" e da "Cruz da Ressurreição" que são elementos
inerentes a essa comemoração entre os cristãos.
Com o passar do tempo houve o surgimento mercantilizado dos "Ovos de Páscoa" que os
norte-americanos tão bem exploraram, valendo-se do Chocolate como um meio de atrair e
de dar um sabor especial a essa Celebração, e ensejando à Festa um perfil de consumo
tão típico do mundo capitalista.
Para os Cristãos o verdadeiro simbolismo da PÁSCOA é o da representatividade de Jesus
Cristo na Cruz na condição de (Agnus Dei) Cordeiro de Deus - que tira o Pecado do
Mundo e cujo sangue nos liberta para servirmos a Deus. Eis aí a maior Festa de
celebração cristã.
A Páscoa ou Domingo da Ressurreição é a mais antiga e importante festa deste segmento
religioso e entorno dela gravitam a chamada Semana Santa, Quaresma, Tríduo Pascal
incluindo a Quinta Feira Santa e a Última Ceia.
A data ficou estabelecida para sua comemoração depois da Lua Cheia, após o Início do
Equinócio Vernal (a chamada Lua Cheia Pascal).
O Equinócio Vernal ocorre por volta do dia 21 de março, marcando o início da Primavera no
hemisfério norte e do Outono no hemisfério sul,
Além das características peculiares de cada povo que comunga do Cristianismo ou mesmo
povos não-cristãos a Páscoa envolve o colorido dos ovos de chocolate, pratos típicos,
doces e presentes que imprimem as características desta Festa tão significativa - há
também o exercício do "Ato de Contrição" que teológicamente é o nome que se
dá a "dor" pelos pecados para significar que o coração intransigente do pecador se parte
de dor por ter ofendido a Deus.
Há um firme propósito em não pecar mais.
Revela-se um ato de comunhão entre o Homem e Deus como forma de reconhecimento de
seus Erros e Pecados e de veneração e agradecimento ao Criador.
Vide por exemplo em nossa Ordem - em especial nas culturas cristãs - que não raro ao
Iniciarmos uma Palestra, Apresentação, Trabalho, ou mesmo nos Documentos
Maçônicos evocamos a expressão : " À Glória do Grande Arquiteto do Universo" - que a
bem da verdade se instalou e se mantém em grande parte da ritulística maçônica.
A título de curiosidade observe que a palavra PÁSCOA assim como nas demais línguas de
origem latina obedecem os mesmos radicais, senão vejamos:
* Espanhol : PASCUA
* Italiano : PASQUA
* Francês : PÂQUES
* Romeno : PASTI
* Catalão : PASQUA
* Galego : PASCUA
Já na Lingua Inglesa a palavra tem outra origem:
* Inglês : EASTER
Advém do nome anglo-saxão da deusa "Eostre" , que era festejada em celebrações pagãs
no equinócio de primavera.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 8/36
Seu nome foi adotado para designar a Páscoa cristã, comemorando a ressurreição de
Cristo, porque era mais ou menos na mesma época do ano.
* Alemão : OSTERN (mesma origem do Inglês)
* Luxemburguês : OUSCHTERSONNDEG
Como se vê a derivação da Palavra que designa Páscoa em Hebráico "PESSACH" é a que
mais se difundiu entre os povos ocidentais - especialmente os Latinos com suas variantes
na forma escrita.
A essência da celebração da Páscoa para o cristão contempla a crença da Vida Eterna no
amor e na justiça de Deus.
Em proporções equivalentes a Páscoa Judaica exalta o sentimento da libertação do jugo da
escravidão e do êxodo do Egito.
No final das contas não importa a religião, não importa a crença, o que vale mesmo é que a
Páscoa ou Pessach revigora a Fé e a Esperança do Homem na busca de seu próprio
aprimoramento.
Fraternalmente
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 9/36
O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
A DIGNIDADE
“Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo,
mas será um canalha a menos”. (John Kennedy).
1. Etimologia: Dignidade vem do Latim dignitas, o que tem valor, de dignus, digno, valioso,
adequado, compatível com os propósitos.
2. Dicionário: Cargo e antigo tratamento honorífico. Função, honraria, título ou cargo que confere
ao indivíduo uma posição graduada. Autoridade moral; honestidade, honra, respeitabilidade,
autoridade. (Aurélio).
3. O que é Dignidade: Dignidade é a qualidade de quem é digno, ou seja, de quem é honrado,
exemplar, que procede com decência, com honestidade. É um substantivo feminino, que vem do
latim dignitate, que significa honradez, virtude, consideração. A dignidade de um indivíduo
representa a sua integridade moral e um ataque a essa dignidade é caracterizado como danos
morais e se na justiça é provado o contrário é cabível uma reparação do acusador. O indivíduo que
incita, que afronta ou ataca a dignidade do outro é denominado ultrajante. Dignidade é também
uma qualidade moral que inspira respeito e consciência de si mesmo, é o amor-próprio, o brio,
porém, quando esse amor-próprio torna-se exagerado esse sentimento é transformado em orgulho,
em soberba. O indivíduo que infringe qualquer padrão de dignidade, que faz trapaças, que é
manipulador, que causa dolo, que pratica ações fraudulentas é enquadrado como um indigno,
cretino, desprezível. Dignidade, no sentido jurídico, se entende como a distinção ou honraria
conferida a uma pessoa numa posição elevada, com cargo ou título de alta graduação. No direito
canônico, dignidade é uma indicação de um cargo eclesiástico.
4. Declaração Universal dos Direitos Humanos: Art. 1º: - Todas as pessoas nascem livres e
iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação
umas às outras com espírito de fraternidade.
5) Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: O Princípio da dignidade da pessoa humana é
um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e
tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito. Está elencado no rol de direitos
fundamentais da Constituição Brasileira de 1988. Ganhou a sua formulação clássica por Immanuel
Kant, na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, de 1785, que defendia que as pessoas
deveriam ser tratadas como um fim em si mesmas, e não como um meio (objetos), e que assim
3 – Coluna do Irmão João Gira ( Dignidade )
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 10/36
formulou tal princípio: No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando
uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se
acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma
dignidade. O rol da dignidade humana é uma das questões mais frequentemente presentes nos
debates bioéticos. A dignidade da pessoa humana abrange uma diversidade de valores existentes
na sociedade. Trata-se de um conceito adequável a realidade e a modernização da sociedade,
devendo estar em conluio com a evolução e as tendências modernas das necessidades do ser
humano.
6. Texto sublime sobre a Dignidade: Extraído e condesado do livro O Homem Medíocre de José
Ingenieros: [...] Aquele que aspira a parecer, se recusa a ser. Em poucos homens, somam-se a
inteligência e a virtude para um total de dignidade. Eles formam uma aristocracia natural, sempre
exígua diante do número infinito de espíritos omissos. Credo supremo de todo idealismo, a
dignidade é unívoca, intangível, instramutável. É síntese de todas as virtudes que aproximam os
homens e apagam a sombra. Onde ela falta não existe o sentimento de honra. E, assim como os
povos sem dignidade são rebanhos, os indivíduos sem ela são escravos.
Os temperamentos diamantinos - firmeza e luz - afastam-se de toda cumplicidade, desafiam a
opinião alheia se, com isso, salvarem a própria, declinam de todo bem mundano que requeira uma
abdicação, preferem entregar a própria vida a trair seus ideais. Andam retos, sós, sem se
contaminar em facções, convertidos em vívido protesto contra todo canalhismo ou servilismo.
As sombras vaidosas se juntam para se desculpar no número, afastando as íntimas sanções da
consciência. Domesticadas são incapazes de gestos viris: falta-lhe coragem. A dignidade implica
coragem moral.
Os pusilânimes são importantes, como os aturdidos. Uns refletem quando convém agir,
enquanto os outros agem sem ter refletido. A insuficiência do esforço equivale à desorientação do
impulso.
O mérito das ações se mede pelo afã que requerem, não por seus resultados.
Sem coragemnão há honra. Todas as suas formas implicam dignidade e virtude.
Com sua ajuda, os sábios se lançam à exploração do desconhecido, os moralistas minam as
sórdidas fontes do mal, os ousados se arriscam para violar a altura e a extensão, os justos se
enrijecem na sorte adversa, os firmes resistem à tentação e os severos ao vício, os mártires
enfrentam a fogueira para desmascarar uma hipocrisia, os santos morrem por um ideal. É
indispensável para quem almeja uma perfeição.
A coragem, sentenciou Lamartine, é a primeira das eloquências do caráter. Belas palavras.
Aquele que aspira a ser águia deve olhar longe e voar alto; o que se resigna a rastejar como um
verme renuncia o direito de protestar quando o esmagam. A fraqueza e a ignorância fovorecem a
domesticação dos caráteres medíocres, adaptando-os à vida mansa. A coragem e a cultura exaltam
a personalidade dos excelentes, florescendo-a de dignidade. O lacaio pede, o digno merece.
Aquele solicita por favor o que este espera por mérito.
Ser digno significa não pedir o que se merece, nem aceitar o imerecido. Enquanto os servis
sobem pelas mazelas do favoritismo, os austeros ascendem pela escada de suas virtudes.
Ou não ascendem por nenhuma.
A dignidade estimula toda perfeição do homem; a vaidade esporeia qualquer êxito da sombra.
O digno tem um lema escrito em brasão: é caro o que tem por preço uma mínima partícula de
honra.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 11/36
O pão ensopado na adulação que engorda o servil, envenena o digno. Mil anos lhe serão
mais leves que prosperar indignamente. Qualquer ferida é transitória e pode doer uma hora; a mais
leve domesticidade remordê-lo-á por toda a vida.
Quando o êxito não depende dos próprios méritos, basta-lhe conservar-se erguido, incólume,
irrevogável na prória dignidade. Nas brigas domésticas, a obstinada falta de razão costuma
triunfar sobre o mérito risonho.
A pertinácia do indigno é proporcional a seu entorpecimento. Os homens exemplares
desdenham qualquer favor, pois se avaliam superiores ao que se pode dar sem mérito. Preferem
viver crucificados sobre o orgulho a prosperar arrastando-se; gostariam de que, ao morrer, seu
ideal lhes acompanhasse, vestido de branco e sem manchas de rebaixamentos, como se fossem
desposá-la no outro mundo.
Os caráteres dignos permanecem solitários, sem exibir na anca qualque marca de ferro. São
como a rês rebelde que fuça os ternos trevos da campina virgem, sem aceitar a fácil ração das
manjedouras. Se seu prado é árido, não importa. Tiram mais proveito do livre oxigênio que das
cevadas copiosas, com a vantagem de que o ar se conquista, enquanto a ração lhes é dada por
alguém. Preferem estar sós, enquanto não podem juntar-se com seus pares. Toda flor englobada
em um ramalhete perde seu perfume próprio. Obrigado a viver entre dessemelhantes, o digno se
mantém alheio a tudo o que considera inferior.
Descartes disse que passeava entre os homens como se fossem árvores. Banville escreveu
sobre Gautier: Era daqueles que, sob todos os regimes, são necessáriasm e invencivelmente livres.
Cumpria sua obra com desdenhosa altivez e com a firme designação de um deus desterrado.
O homem digno ignora as covardias que repousam no fundo dos caráteres servis. Não sabe
desarticular sua cerviz. Seu respeito pelo mérito o obriga a descartar toda sombra que dele carece,
a agredi-la se ameaça, a castigá-la se fere. Quando a multidão que obstrui seus anseios é anódina e
não tem adversários para ferir de frente, o digno se refugia em si mesmo, se atrincheira em seus
ideais e cala, temendo incomodar com suas palavras as sombras que o escutam. E, enquanto
muda o clima, como é fatal nas variações de estações, espera ancorado em seu orgulho, como se
esse fosse o porto natural e mais seguro para sua dignidade.
Vive com a obsessão de não depender de ninguém. Sabe que, sem independência material, a
honra se expõe a mil ofensas e, para adquiri-la, suportará os mais rudes trabalhos, cujo fruto será
sua liberdade no futuro. Todo parasita é um servo, todo mendigo é um domesticado. O
esfomeado pode ser rebelde, mas nunca um homem livre. A miséria é inimiga poderosa da
dignidade. Ela faz em pedacinhos os caráteres vacilantes e incuba as piores servidões. Aquele que
atravessou dignamente uma pobreza é um heróico exemplar de caráter.
O pobre não pode viver sua vida, tantos são os compromissos da indigência. Redimir-se da
miséria é começar a viver. Todos os homens altivos vivem sonhando com uma modesta
independência material.
A miséria é mordaça que trava a língua e paralisa o coração.
É preciso escapar de suas garras para se poder escolher um ideal mais alto, o trabalho mais
agradável, a mulher mais honrada, os amigos mais leais, os horizontes mais risonhos, o
isolamento mais tranquilo.
A pobreza impõe o alistamento social. O indivíduo se inscreve em um grêmio, mais ou menos
diarista, mais ou menos empregado, contraindo deveres e sofrendo pressões denigrativas que o
forçam a se domesticar.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 12/36
Os estóicos ensinavam os segredos da dignidade: contentar-se com o que se tem, restringindo
as próprias necessidades. Um homem livre não espera nada de outros, não necessita pedir. A
felicidade que dá o dinheiro está em não ter que preocupar-se com ele. Por ignorar este preceito,
não é livre nem feliz o avaro. Os bens que temos são à base da nossa independência; os que
desejamos são a corrente rebitadaa sobre nossa escravidão.
A fortuna aumenta a liberdade dos espíritos cultos e torna vergonhosa a ridicularia dos simplórios.
Os únicos bens intangíveis são os que acumulamos no cérebro e no coração; quando eles
faltam, não há tesouro que os substitui.
Os orgulhosos têm o culto de sua dignidade, querem possuí-la imaculada, livre de remorsos,
sem fraquezas que a aviltem ou rebaixem. Por ela sacrificam bens, honras, êxitos: tudo o que é
propício ao crescimento da sombra.
Para conservar a autoestima não vacilam em enfrentar a opinião dos mansos e investir contra
seus preconceitos.
Passam por indisciplinados e perigosos entre os que em vão tentam corromper sua altivez. São
estranhos nas mediocracias, cujo achatamento moral os expõe à misantropia,
Têm certo ar desdenhoso e aristocrático que desagrada aos mais vaidosos, porque os humilha e
envergonha.
Inflexíveis e tenazes, porque trazem no coração uma fé sem dúvidas, uma convição que não
estremece, uma energia indômita que não teme nem cede a nada, costumam ter asperezas
urticantes para os homens amorfos.
Em alguns casos, podem ser altruístas, ou porque são cristãos na mais alta acepção do vocábulo
ou porque são profundamente afetivos. Apresentam então um dos caráteres mais sublimes, mais
esplendidamente belos, que tanto honram a natureza humana. São os santos da honra, os poetas
da dignidade. Sendo heróis, perdoam covardias dos outros. Vitoriosos sempre diante de si
mesmos, têm compaixão dos que, na batalha da vida, espalham em pedaços a própria dignidade.
Se a estatística pudesse nos dizer o número de homens que possuem esse caráter em cada
nação, esta cifra bastaria, por si só, e melhor que qualquer outra, para nos indicar o valor
moral de um povo.
A dignidade, afã da autonomia, leva a reduzir a dependência de outros à medida do
indispensável, sempre enorme.
La Bruyére, que viveu como intruso na domesticidade cortesã de seu século, soube medir o
altíssimo que encabeça o Manual, de Epicteto, a ponto de se apropriar dele textualmente, sem com
isso diminuir sua própria glória: Se faire valoir par des choses que ne dependent point des autres,
mais de sois seul, ou renoncer à se faire valoir. (Fazer-se valer por coisas que não dependem dos
outros, mas de si mesmo, ou não se fazer valer).
Esta máxima lhe parece inestimável e de recursos infinitos na vida, útil para os virtuosos e os
inteligentes, tesouro intrínseco dos caráteres excelentes. É, entretanto, proscrita onde reina a
mediocridade, pois desterraria das cortes as tretas, as cabalas, os maus ofícios, a baixeza, a
adulação e a intriga.
As nações não se encheriam de servis domesticados, mas de varões excelentes que legariam a
seus filhos menos vaidades e mais nobres exemplos. Amando mais os próprios méritos que a
prosperidade indecorosa, cresceria o amor à Virtude, o desejo da glória, o culto por ideais de
perfeição incessante, na admiração pelos gênios, santos e heróis. Esta dignificação moral dos
homens assinalariam na História o ocaso das sombras.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 13/36
MAÇONARIA
1. Dignidades: Os três primeiros cargos da Loja: O Venerável e os dois Vigilantes se chamam
Luzes. Os Vigilantes não recebem ordens, pois são o deslocamento no espaço do próprio
Venerável. [...] As Dignidades de uma Loja são: Orador, Secretário, Tesoureiro e o Chanceler. Os
demais cargos são chamados de Oficiais. [...] Também se diz dos Visitantes ilustres e dos
Obreiros da Loja com cargos na administração da Potência. Dignitários: O mesmo que
Dignidades.
2. Rituais: (...) Jurastes manter-vos sempre cidadãos honestos e dignos, nunca atentando
contra a honra e a dignidade de ninguém. (RI).
Finalizando: Fico com a frase de José Ingenieros: A Dignidade é proscrita onde reina a
mediocridade, pois desterraria das cortes as tretas, as cabalas, os maus ofícios, a baixeza, a
adulação e a intriga...
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 14/36
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
O REAA NO BRASIL: INFLUÊNCIAS. AS PARTICULARIDADES
LITÚRGICAS, RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS DO REAA.
(4ª PARTE – FINAL)
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
*** Resumo da 3ª Parte
Na terceira parte do trabalho versando sobre o REAA, vimos
primeiramente algumas breves explanações a respeito do Capítulo de
Clermont e do Conselho dos Imperadores, o que serve como complementação
sobre a história dos Altos Graus,e para ajudar-nos a entendermos melhor os
desdobramentos que viriam após. Na sequência vimos o episódio sobre
Etienne Morin e sua carta-patente, sobre o Rito de Heredom e seu
desembarque na América, os primórdios do REAA no continente americano, a
criação do Primeiro Supremo Conselho, os documentos básicos do Rito e
ainda sobre a história do REAA e dos Altos Graus no Brasil, onde constou
uma condensação acerca da criação do Supremo Conselho em nosso país.
Veremos, a partir de agora, nesta que é a última parte do trabalho referente ao
REAA, alguns excertos de outro artigo bastante esclarecedor do Irmão
Kennyo Ismail, abordando algumas das características adotadas por Mário
Behring no REAA do Brasil e que são originárias da Maçonaria Inglesa. Após,
algumas considerações gerais sobre a simbologia e a ritualística do REAA nas
palavras dos estudiosos, e finalmente as suas particularidades.
MÁRIO BEHRING: REAA NO BRASIL E MAÇONARIA DA INGLATERRA
Em complemento à atuação do Irmão Mário Behring, que esteve em evidência no
trabalho antecedente em razão da sua decisão na criação das Grandes Lojas Estaduais, além de
incidir sobre outros momentos importantes da história da Maçonaria Brasileira e particularmente
do REAA, na sequência teremos alguns excertos que foram extraídos de um artigo do ilustre
pesquisador e escritor Irmão Kennyo Ismail, que traz informações importantes sobre a formação
do REAA no Brasil e que na época em que aconteceu teve também a participação fundamental do
Irmão Mário Behring. O artigo se intitula “O Que o REAA Brasileiro Copiou da Inglaterra?”, e
começa dizendo que é do nosso conhecimento que a Maçonaria Americana foi a inspiração e o
modelo principal para que o Irmão Mário Behring criasse as Grandes Lojas Estaduais brasileiras
e realizasse algumas adaptações nos rituais pertencentes aos Graus Simbólicos do REAA que era
praticado no âmbito das mesmas. O que o Irmão Kennyo Ismail indaga logo a seguir, é se a
Inglaterra, que se autointitula o berço da maçonaria não teria “emprestado” nada ao REAA
praticado no Brasil, e logo a seguir faz as seguintes considerações “Se o reconhecimento dos EUA
4 – Rito Escocês Antigo e Aceito – Parte IV - Final
José Ronaldo Viega Alves
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estava garantido, não faria mal nenhum dar um passo adiante para um possível reconhecimento
da Grande Loja Unida da Inglaterra.”, e que, possivelmente, pensando assim, foi que Mário
Behring adotou quatro características provindas da Maçonaria inglesa. Vejamos, quais são elas:
“Rosetas no Avental – como já foi registrado e comprovado, o avental original de Mestre do
REAA era orlado de vermelho e com as letras ‘M’ e ‘B’ estampadas. Já o usado nos EUA pelos
Mestres do Rito de York é orlado de Azul Royal com o ‘Olho que Tudo Vê’ na abeta e o Esquadro
e o Compasso no centro do avental. O avental orlado de azul celeste com rosetas azuis é típico da
Inglaterra, e de lá copiamos.”
“Cerimônia de Instalação – A Instalação tem seus primeiros registros na Inglaterra ainda no
século XVIII, o que explica sua existência também no Rito de York. A cerimônia foi mantida após
a fusão inglesa de 1813 e posteriormente ‘adotada pelo REAA e por muitos outros Ritos.”
“Colunetas – Presentes no Ritual Emulação e em outros Rituais aprovados pelo UGLE, as
colunetas surgiram como uma feliz surpresa no ritual de Behring de 1929, ilustrando as Ordens
Arquitetônicas nas Lojas brasileiras.”
“Painéis dos Graus – pintados por John Harris para a Loja Emulação de Aperfeiçoamento, da
qual ele era membro, os painéis oficiais do Ritual Emulação também foram adotados pelas
Grandes Lojas brasileiras e também pelo GOB, o qual retornou aos originais apenas na década
de 80.”
E o Irmão Kennyo Ismail finaliza assim:
“Apesar dos aparentes esforços de Mário Behring, a Grande Loja Unida da Inglaterra recusou-
se inicialmente a reconhecer as Grandes Lojas brasileiras. Mas com o passar dos anos ela já
reconheceu 04 Grandes Lojas: GLESP, GLMERJ, GLMEES e GLMMS. E vem flertando com
outras. Parece que se algumas adaptações ritualísticas não funcionaram, não há nada que um
pouco de boa política não resolva.”
COMENTÁRIOS:
Durante o transcorrer do presente trabalho, teremos a oportunidade de, com base nas
opiniões de autores e estudiosos consagrados, conhecer um pouco mais sobre o que é realmente
original ou pertencente ao Rito, ou são enxertos como se fiz comumente, ou são influências. Por
outro lado, nenhuma questão desse tipo está isenta de discussões, várias versões, o que
procuraremos evitar.
DAS PARTICULARIDADES
Antecedendo às particularidades propriamente ditas, e sobre as quais este último
trabalho da série quer manter seu foco principal, colhemos das opiniões de alguns estudiosos do
REAA, que em diferentes momentos manifestaram-se com respeito à simbologia e à ritualística
que o Rito reúne, além de outras tantas características que perfazem o seu universo.
PARTICULARIDADES LITÚRGICAS, RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS DO
REEA
Com base no livro “Curso Básico de Liturgia e Ritualística” do Irmão José Castellani,
na sequência serão elencadas algumas das particularidades do REAA, excetuando as que se
referem diretamente ao Templo, pois, estas serão inseridas à parte e mais adiante, no subtítulo que
se reporta exclusivamente ao Templo do REAA. Vamos às particularidades então, apresentadas
pelo Rito:
“_ O Livro da Lei é aberto por um Mestre Instalado, de preferência o ex-Venerável mais recente;
a abertura (e leitura) é feita no legítimo Rito Escocês, no Evangelho segundo São João, capítulo
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1, versículos 1 a 5, que mostra o triunfo da luz sobre as trevas. A abertura do Salmo 133 (da
Fraternidade) está em desacordo com o tradicional Rito Escocês.
_ Durante a abertura do Livro da Lei os Diáconos cruzam os seus bastões sobre o Altar dos
Juramentos enquanto o Mestre de Cerimônias permanece atrás do Mestre Instalado que abre o
livro em posição de rigor, sem, portanto, cruzar o seu bastão com o dos Diáconos formando o
‘pálio’, pois isso é um grave erro. Esclareça-se que no original escocesismo, os Diáconos não
portavam bastões; isso foi uma invenção mais recente, sob a alegação de que eles seriam os
guardas dos Santos dos Santos do Templo de Jerusalém. A deturpação acabou sendo admitida,
mas isso não pode ensejar o erro maior que á a formação do pálio, como muitas Lojas fazem.
_ O Mestre de Cerimônias, no verdadeiro Rito Escocês, porta bastão e não Espada, como
afirmam alguns erradíssimos Rituais, copiando os hábitos dos Ritos Moderno e Adoniramita.
_ Depois da abertura do Livro da Lei, no momento em que o Venerável Mestre considera a Loja
aberta, o Porta-Estandarte deve elevar o estandarte da Oficina colocando-o posteriormente, num
mastro apropriado, no Oriente. Ao final dos trabalhos quando a Loja é considerada fechada, esse
Oficial deve descer o estandarte do mastro guardando-o (é num grave erro deixar o estandarte
exposto quando a Loja não está em funcionamento).
_ Ao contrário do Rito de York, o Livro da lei não fica em posição de leitura para o Venerável
Mestre e a abertura do compasso fica voltada para o Ocidente (e a do esquadro para o Oriente,
evidentemente).
_ Podem existir miniaturas de colunas sobre os altares principais (jônica, para o Venerável,
dórica, para o 1º Vigilante, e coríntia para o 2º Vigilante; essas colunetas, todavia, são fixas, não
havendo o abaixamento e levantamento das colunas dos Vigilantes como algumas Lojas fazem,
numa imitação grosseira do Rito de York.
_ Os cargos de administração de uma Loja do Rito Escocês são: Venerável Mestre, 1º Vigilante,
2º Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro,
Cobridor Interno, Cobridor Externo, 1º Diácono, 2º Diácono, 1º Experto, 2º Experto, Porta-
Bandeira, Porta-Estandarte, Porta-Espada, Mestre de Harmonia, Mestre de Banquetes e
Arquiteto.
_ O Sinal de Ordem e a Saudação são como nos demais Ritos. A Palavra Sagrada, como no Rito
de York; marcha de três passos (no Grau de Aprendiz), rompendo como o pé esquerdo, com os
pés em esquadria; há aclamação: Huzzé, Huzzé, Huzzé, que seria uma saudação ao Sol (ou a
Deus, por imitação dos antigos mitos solares) e corruptela inglesa do árabe UEZZ’H= Ei-lo,
viva!, saudação usada pelos drusos, povos da Síria, Líbano e Israel, que professavam religião
derivada de uma seita maometana; o toque diferente daquele do Rito de York é dado por três
pancadas espaçadas do polegar sobre a primeira falange do indicador do interlocutor; também a
abateria consta de três pancadas iguais e espaçadas.
_ Há uma bolsa (ou sacola, ou saco) de Propostas e Informações que circula através do Mestre
de Cerimônias.
_ Existem períodos específicos para a Ordem do Dia (discussão de assuntos de pauta
previamente elaborada) e para a palavra a respeito dos Irmãos do Quadro e da Loja, em
particular, e da ordem maçônica em geral.
_ Quem precede à circulação do Tronco de Solidariedade é o Hospitaleiro.
_ A Câmara de Reflexão no Rito Escocês é bastante complexa, contendo, além do material de
escrita e do foco de luz (geralmente um castiçal com uma vela acesa), uma ampulheta (símbolo
do tempo; como esse relógio de areia marca pequenos espaços de tempo, simboliza a efemeridade
da vida humana e que ela deve ser bem aproveitada na concretização das obras do espírito
humano), um esqueleto humano, ou, pelo menos, um crânio (que reforça o simbolismo sugerido
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pela ampulheta), um pedaço de pão de trigo (é o alimento do corpo, já que o trigo é o símbolo da
fertilidade da Terra fecundada pelo Sol), uma jarra de água (a água como símbolo da
purificação, é considerada como o alimento do espírito), sal, enxofre mercúrio (os três elementos
necessários à Grande Obra, ou Obra do Sol, da alquimia), pintura de um galo no ato e cantar
(simboliza a vigilância, mas, é também, a representação esotérica do despertar da consciência,
por analogia com o despertar de um novo dia, que é saudado pelo canto do galo), duas taças,
sendo uma com líquido doce e outra com líquido amargo (símbolo dos opostos na vida humana: o
bem e o mal, o vício e a virtude, a boa e a má sorte, o espírito e a matéria, etc.; o tradicional, no
Rito, é que os dois líquidos estejam na Câmara e não fazendo parte da “Prova da Taça Sagrada”
que é prática do Rito Adoniramita), além das frases de advertência.
_ A preparação do candidato à Iniciação é feita pelo 1º Experto.
_ Durante a cerimônia de Iniciação são realizadas três ‘viagens’ com circulação do Templo (ao
invés do enquadramento do York), durante as quais o candidato é acompanhado pelo Experto.
Essas três viagens acabam simbolizando os quatro elementos aristotélicos da antiguidade,
juntamente com a permanência na Câmara de Reflexão: ar (primeira viagem, com ruídos das
forças naturais no ar: tempestade, trovões), água (segunda viagem, que termina com a
purificação pela água), fogo (terceira viagem, que termina com a purificação pelo fogo) e terra
(a Câmara de Reflexão).
_ No Rito, não existem, durante a cerimônia de Iniciação, as tais ‘provas de coragem’, tais como
o batismo de sangue e anda na prancha ou sobre a escada que se acaba abruptamente. (...)
_ Não existe também, no Rito, durante a Iniciação a prática de mostrar um ataúde ou uma cabeça
decepada, para simbolizar a ‘vingança contra os perjuros’, pois, essa cerimônia é do Rito
Adoniramita e tem a justificá-la, a teatralização de uma cena de traição, logo no início da Sessão.
_ O Aprendiz recém-Iniciado senta-se no topo da Coluna do Norte, na parte mais próxima à
grade do Oriente (ao contrário do Rito de York, no qual o novo Aprendiz senta-se na primeira
cadeira da primeira fileira da Coluna do Norte, junto ao Oriente) ou a Nordeste, tendo ao seu
lado, os demais Aprendizes da Oficina.”
O TEMPLO DO REAA
Com relação ao Templo do REAA, novamente recorreremos ao Irmão José Castellani
que, sabidamente, discorreu em vários dos seus livros com muita propriedade sobre o REAA. Em
outro livro de sua autoria, intitulado “Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico’, depois
de um breve comentário, dispôs sobre a decoração referente ao Templo do REAA, a qual passo a
transcrever, excetuados aqueles itens já referidos no seu livro citado anteriormente, onde já
constavam:
“Rito Escocês Antigo e Aceito - Esse rito pode apresentar, em seus templos, todos os elementos
decorativos citados neste trabalho (pode, porque nem todos os elementos são obrigatórios). Assim,
além da divisão, orientação e colunas vestibulares comuns a todos os ritos, o Escocês mostra:
“_ Grade, ou balaustrada divisória, separando o Oriente do restante do Templo;
_ Corda de Oitenta e Um Nós;
_ Colunas Zodiacais, ou representação dos pentaclos no teto do Templo;
_ Pavimento Quadriculado (ou Mosaico);
_ Altar dos Juramentos (que, na maneira correta, é colocado no Oriente, como extensão do
Altar);
_ Mar de Bronze, colocado a sudoeste;
_ Representação das divindades olímpicas relacionadas com os cargos da loja; embora podendo
existir, não é obrigatória essa representação;
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_ Abóbada estrelada, que, geralmente, está presente, embora não seja obrigatória, pois, para
satisfazer ao simbolismo maçônico, basta a presença do Sol e da Lua, além das variações de cor,
mostrando a transição do dia para a noite;
_ Retábulo do Oriente, com a presença do Delta e das luminárias terrestres; no interior do Delta,
o mais correto, no rito, é que exista o nome hebraico de Deus, ou, pelo menos, a primeira letra
(Iod), embora o que se veja, mais comumente, é a representação de um olho esquerdo;
_ Estrela pentagonal, ou Pentagrama, presente na Coluna do Sul e simbolizando o planeta Vênus
(no caso, considerado como um astro de luz intermediária entre o Sol e a Lua; por isso, fica entre
eles).
_ As colunas devem ficar fora do Templo, no átrio, sendo ‘J’ à direita de quem entra e ‘B’ à
esquerda;”
***Nota: Aqui eu vou inserir um trecho transcrito do livro “Desmistificando a Maçonaria” de
autoria do Irmão Kennyo Ismail, onde temos um novo ângulo para efeito de interpretação sobre a
posição das colunas J e B. Vejamos:
“As Colunas são dentro ou fora do Templo? A resposta é: DENTRO. Sem sombra de dúvidas.
Alguns ritualistas de plantão não gostarão, mas vamos lá. Deve-se ter em mente que o templo
maçônico não é uma réplica nem uma miniatura do Tempo de Salomão. O templo maçônico na
verdade é simbolicamente inspirado no Templo de Salomão. Vejamos: por acaso, nossos templos
possuem o altar do holocausto com fogo? Os dez castiçais? As 400 romãs? A mesa de ouro para
pães? Vasos, bacias, colheres, varais e véus? Decoração com querubins, palmeiras e flores?
Já o Templo de Salomão, tinha tronos para Primeiro e Segundo Vigilantes?
Esquadro e Compasso? Sol e Lua? Colunetas de ordens de arquitetura gregas? Colunas
Zodiacais (REAA)? Maço e cinzel, nível e prumo? Fica evidente que o Templo Maçônico não é
uma cópia do Templo de Salomão, recebendo apenas inspiração deste.”
COMENTÁRIOS:
Algumas questões, a exemplo dessa que foi exposta acima e que é afeta à posição das
colunas sempre gerarão discussões, eis que tem aqueles que seguem a Bíblia à risca. Não dá
mesmo para radicalizar, mas, antes de tudo, o que falta é estudo mesmo, principalmente sobre as
distinções que se devem fazer entre o que é histórico, o que é simbólico, e o que é bíblico.
Voltando ao texto anterior:
“_ No Oriente fica o Trono, onde tem assento, exclusivamente, o Venerável, ou o Grão-Mestre,
caso se apresente como tal à Loja durante a sessão;
_ O Altar fica sobre um estrado ao qual se sobe por três degraus; o altar do 1º Vigilante, sobre
um estrado com dois degraus e o do 2º Vigilante, sobre um estrado com um degrau.
_ No Oriente, à direita do Trono, há lugares para as autoridades do simbolismo, enquanto que, à
esquerda, estão lugares para os ex-Veneráveis.
_ O altar do 2º Vigilante fica no Sul, ou Meio-Dia;
_ A decoração é vermelha, pois, essa é a cor do rito.”
1989: O IRMÃO CASTELLANI E O RETORNO AO ORIGINAL E LEGÍTIMO REAA
Em 1989, o Irmão José Castellani fez uma viagem englobando dez cidades do Rio
Grande do Sul, onde seu propósito maior era debater e sugerir as modificações que na época se
faziam prementes em vista das deturpações que o REAA vinha sofrendo. O seu objetivo acabou
coroado de êxito, pois, o Irmão Castellani fez um agradecimento algum tempo depois ao GORGS,
que na época tinha como Grão-Mestre o Irmão Milton Barbosa da Silva e Grão-Mestre Adjunto o
Irmão João Caros Miró por os mesmos terem atendidos às suas solicitações. Na ocasião menciona
que as modificações também vinham sendo efetivadas pelo Paraná e Santa Catarina.
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As modificações estão listadas logo a seguir, e fica o seu registro, pelo fato de que, o
seu conhecimento, reforça novamente, aquilo que está correto e que é realmente pertinente ao
REAA .
“_ Retorna o verdadeiro avental de Mestre Maçom do Rito Escocês: com orla vermelha e as letras
M.’. B.’. também na cor vermelha, o avental do Venerável e dos ex-Veneráveis, também com orla
vermelha, voltarão a ter franja, em vez de bolinhas de prata, que são do Rito de York.
_ O Altar dos Juramentos volta ao Oriente, como extensão do Altar, o que é correto, já que,
originalmente, os compromissos eram tomados sobre o Altar, à frente do Trono, que é o lugar
mais íntimo do Templo; só a partir de 1902 é que aparece um tamborete junto ao Altar,
considerado como extensão deste e chamado de Altar dos Juramentos. Posteriormente, sob a
inspiração de ‘inventores’ sem lastro cultural maçônico, esse Altar migrou para o centro do
Templo, o que é um erro, agora sanado pelo GORGS.
_ Abertura do Livro da Lei, no Grau de Aprendiz, no Evangelho de São João, capítulo 1,
versículos 1 a 5, que é o tradicional no Rito Escocês (o salmo 133 é invenção brasileira, em
desacordo com o resto do mundo).
_ Todos os Templos deverão ser pintados de cor vermelha, que é a cor do Rito Escocês. Os
Templos antigos, por enquanto, poderão manter a cor azul, até que necessitem de uma nova
pintura em suas paredes internas; deverão, todavia, desde já, ter a cor vermelha na decoração:
dossel, cortinas, almofadas.
_ Serão abolidas as doze badaladas dadas num gongo e imitadas do Rito Adoniramita, no qual são
dadas doze pancadas num tímpano, quando o Venerável pergunta que horas são.
_ O Pavimento Quadriculado (ou mosaico) ocupará todo o solo do templo, o que é absolutamente
correto no Rito Escocês.”
SOBRE O ESCOCESISMO OU ESCOCISMO
Não poderia deixar de prestar esclarecimentos sobre essas expressões muito
utilizadas, tanto que é sempre muito fácil se deparar com elas em artigos e trabalhos onde a
temática seja o REAA.
Algumas das expressões com as quais nos deparamos, quando o assunto principal é o
REAA, são aquelas do tipo que se refere à “cor do escocismo”, assim como, “ritos pertencentes ao
escocesismo”.
Com a finalidade de clarear um pouco sobre o assunto, vejamos o que disse o nosso
sábio Irmão Hercule Spoladore, em seu artigo “A História da Criação do Grau 33...”:
“O Escocesismo ou Escocismo, é caracterizado por uma série de ritos que nasceram na França a
partir de 1649 e que tiveram um desenvolvimento bastante peculiar e sincrético, recebendo as
mais variadas denominações e influências, quer filosóficas, morais, bíblico-judaicas, herméticas,
rosacrucianas, templárias, politicas, religiosas e sociais, além dos modismos das épocas dos
cavalheiros e gentis-homens das monarquias e reinados e também da História da Humanidade,
tudo isto acontecendo num período bastante transformador de costumes.”
E mais adiante:
“Dos ritos escoceses e que fizeram parte do Escocesismo atualmente são praticados no mundo
apenas dois, o Rito Escocês Antigo e Aceito e o Rito Escocês Retificado.”
Ainda a título de ilustração, do trabalho intitulado “O Escocismo: Origens e Histórico
do R.’.E.’.A.’.A.’.”, de autoria dos Irmão Benedito Roberto Macedo Silveira e Wanderlei de
Mattos Trindade transcrevo a seguinte passagem:
“Vale sublinhar que a principal característica de correlação do ‘escocismo’ ao Rito Escocês é a
influência no campo dos Altos Graus, os ditos Graus Filosóficos. Nesta esteira, o autor citado
(José Castellani) no parágrafo anterior, na mesma obra (‘O Rito Escocês Antigo e Aceito’,
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Editora ‘A Trolha’, 3ª Edição), pág. 14, ensina que, ‘A sua característica principal, todavia, e a
que mais o distingue dos noutros Ritos, é representada pelos altos Graus, que desde a sua
criação, em 1748, tem despertado polêmicas acirradas, além de críticas oriundas das
Obediências que não os reconhecem. Desde o seu nascedouro, a inovação tem deixado perplexos
os seus analistas que vinculam as suas origens, ora a razões de ordem espiritual, filosófica e de
complmentação doutrinária, ora de satisfação das vaidades e dos interesses pessoais’.”
CONCLUSÃO
À medida em que o trabalho, ia sendo desenvolvido, ficava claro, e aqui podemos
parafrasear o Irmão José Castellani, sobre o quanto o Rito Escocês Antigo e Aceito é sui generis.
Em meio a algumas controvérsias sobre as suas origens, assim como, sobre alguns
mitos que se criaram, foram sendo mostrados os episódios históricos ligados diretamente às raízes
do Rito, da sua origem operativa no Rito de Heredom, assim como, das influências dos
personagens que vimos desfilarem, alguns responsáveis diretos por uma evolução gradativa do
Rito ocasionando um acréscimo de Graus até atingirem a quantidade que o Rito compreende em
sua atualidade que são os 33 Graus.
O Rito Escocês Antigo e Aceito é o mais praticado no Brasil; além de ser o mais
rico em simbologia, e é também o que possui o conteúdo ritualístico de maior abrangência.
(Raimundo Rodrigues, pág. 63, 2010)
Produto do escocesismo, que nasceu na França como Maçonaria “Stuartista”,
portanto, referente à dinastia dos Stuarts, da Inglaterra e da Escócia, o rito tem em seu nome o
“Escocês”, para homenagear os personagens ligados à sua criação, além de que, como sabemos, a
Escócia e os escoceses tem uma longa história com relação às raízes da Maçonaria, fatos
incontestáveis, mesmo sem havermos tratado neste trabalho, sobre aquela que é considerada a
Loja Mãe do Mundo, a Loja de Kilwinning, e que foi fundada na Escócia. Além do mais, haveria
a inspiração aí um tanto direta do discurso de Ramsay, o que acabou contribuindo para o Rito ser
chamado de Escocês, no entanto, não é uma opinião compartilhada pela maioria dos historiadores.
Também, essa influência não se estenderia à estrutura em si ou a liturgia, mas, em função do
nome somente. E ainda existe o fato de que um quarto grau com o nome de “Mestre Escocês” é
que poderia ter sido o motivo para o rito ser chamado de escocês, grau esse já praticado desde
1735.
Quanto ao “Antigo e Aceito”, foi adicionado ao nome do Rito logo depois que o
Grande Oriente resolveu fazer uma revisão dos Altos Graus, com o objetivo de reduzi-los. Essa
redução, que foi levada a cabo no ano de 1786 acabou fazendo com que os adeptos do Rito
Escocês combatessem o novo sistema e começassem a usar a denominação de Maçons Antigos e
Aceitos, com o objetivo de se oporem aos Modernos do Rito Francês, situação semelhante ao que
havia ocorrido na Inglaterra entre os Maçons de York e os da Grande Loja de Londres.
O fato é que o Rito não foi criado na Escócia, mas, em terras da França, e nos EUA,
posteriormente, é que nasceu o 1º Supremo Conselho do REAA no mundo.
O Irmão Kennyo Ismail definiu muito bem essa situação, ou seja, disse que se
considerarmos a sua origem com base no nome e no formato, o Rito é americano, se for
considerada a origem com base na localidade onde a sua prática obteve seu desenvolvimento, o
Rito então é francês e, se for considerada a sua origem baseada em suas raízes e tradições, o Rito é
escocês.
A mais importante característica Do Rito Escocês Antigo e Aceito, e que o distingue
dos outros Ritos é essa configuração estabelecida pelos Altos Graus, criados a partir de 1758, e
que culminou na criação de um Conselho Mãe em Charleston, na Carolina do Sul, EUA.
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Por outro lado, no Brasil, o Rito acabou recebendo um grande número de inovações,
sendo que, várias delas se incorporaram de tal modo na sua Ritualística, que é impossível, hoje,
pretender que sejam erradicadas em definitivo, outras, no entanto, com o tempo foram ajustadas às
raízes originas. Sobre seus Templos, alguns diferem bastante conforme opiniões de estudiosos do
Rito.
Também, no que se refere à história do REAA no Brasil, há episódios que ainda não
foram estudados de forma mais aprofundada ou até foram relegados, como é o caso da Loja
“Bouclier D’Honneur”, sobre cuja história o Irmão Hercule Spoladore tem um trabalho de
pesquisa. (*)
Em seu último capítulo, o trabalho deixou evidentes as particularidades do Rito, o
que serve até para os Irmãos relembrarem ou reforçarem seus conhecimentos sobre a maneira
correta de algumas práticas e sobre o que seria uso indevido de outras.
O Rito Escocês Antigo e Aceito cresceu e ganhou espaço, e possui algumas
variações, mas, com os seus trinta e três Graus é um verdadeiro manancial sobre muito do que a
humanidade produziu para o conhecimento e a evolução do homem. O Rito Escocês Antigo e
Aceito é um rito vencedor.
(*) Recomendo aos Irmãos que nutrem interesse pela história do REAA, e no que tange em
específico à história do Rito no Brasil, a leitura do brilhante trabalho do Irmão Hercule
Spoladore, publicado na edição do JB NEWS nº 627 de 16/05/12 e também na de nº899, de
18/02/13. Essa Loja, que existiu no Brasil em 1822, seria a introdutora do REAA em nosso
país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Internet:
“O Que o REAA Brasileiro Copiou da Inglaterra? – Artigo de autoria do Irmão Kennyo Ismail –
Disponível em: www.noesquadro.com.br
Revistas:
A TROLHA, nº 341, Março/2015: “O Escocismo: Origens e Histórico do R.’.E.’.A.’.A.’.” – Trabalho de
autoria dos irmãos Bebedito Roberto Macedo Silveira e Wanderlei de Mattos Trindade
O PESQUISADOR MAÇÔNICO, Edição nº 15, Setembro/Outubro de 2013: “A HISTÓRIA DA
CRIAÇÃO DO GRAU 33 – Primeiro Supremo Conselho do Mundo” – Artigo de autoria do Irmão Hercule
Spoladore.
O PRUMO, Exemplar 74, 1990: “Retorno ao verdadeiro rito escocês: Parabéns Grande Oriente do Rio
Grande do Sul” Irmão José Castellani – Transcrito de “A Gazeta Maçônica”, nº 186
TRIÂNGULO, Edição nº 7, Setembro de 2013: “A Criação do Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA” –
Trabalho do Irmão Celso Ricardo de Almeida
Livros:
CASTELLANI, José. “Curso Básico de Liturgia e Ritualística” – Cadernos de Estudos Maçônicos –
Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2ª Edição -1994
CASTELLANI, José. “Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico” – Editora “A Gazeta
Maçônica”
ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria”- Universo dos Livros - 2012
RODRIGUES, Raimundo. “Cartilha do Rito Escocês” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição -
2010
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 22/36
O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
A ESPERA...
Ele acordara bem cedo naquele dia, e era num sábado. Imediatamente vieram à sua mente
aqueles pensamentos novamente. Não chegavam a lhe causar temores, não o deixavam nervoso,
mas traziam uma expectativa que chegava a ser angustiante. Sabia que após o almoço seria
procurado por alguém e que partiria para uma experiência totalmente nova.
Sentou-se na beira da cama e continuou a pensar “Será que vale a pena?” Porque não lhe
deram mais detalhes? Porque ao invés de lhe adiantarem alguma coisa séria, já que gostava das
coisas bem explicadas, estava apenas ouvindo através de telefonemas, ou de algum amigo ou
conhecido quando andava pelas ruas, piadas jocosas e sem sentido tais como que ele deveria levar
milho no bolso, que teria que montar um determinado animal. Coisas tão esquisitas. Para que
isso? Por acaso iria a algum circo? Achava que deveria ter tido aulas á respeito da filosofia
daquela sociedade. que o receberia como um deles. Estava achando que estava prestes a viver uma
aventura sem saber nada a respeito. Isso o intrigava. Para ele havia qualquer coisa de errado. Não
podia ser assim.
Sempre tinha ouvido falar bem da honorável sociedade, coisas boas a seu respeito. Mas
também tinha ouvido muita coisa ruim, contra. Havia inclusive pressão de membros de sua família
para que não se envolvesse com aquelas pessoas.
Inclusive, há alguns meses havia dito à sua noiva que ingressaria naquela associação. Ela
não gostou, franziu a musculatura da face, ficou quieta e como e religiosa que era, foi logo falar
com o seu confidente religioso e este inexplicavelmente, já que os religiosos por má programação
de suas mentes sempre dizem horrores contra a tal sociedade, mas este disse a ela que não haveria
problemas, que conhecia seu noivo, que era um homem íntegro e que sabia o que queria. Afirmou
ainda que aquela sociedade não era contra Deus, conhecia-a muito bem e tinha certeza de que ela
procurava o bem da humanidade e investigava a verdade.
5 – A Espera ..
Hercule Spoladore
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 23/36
Continuou a pensar. Havia ainda uma razão muito forte. Estava procurando buscar algo
novo que preenchesse o vazio que tinha dentro de si e que vinha lhe causando um conflito
existencial. As religiões não lhe deram as respostas necessárias. Elas não respondiam a uma série
de questionamentos. A civilização está em crise, abandonando velhos paradigmas e buscando
novos. A tecnologia avançou demais e desintegrou valores antigos. O Homem estava tentando se
reencontrar. Ele vivia dentro destas indagações
E ele se sentia inserido neste contesto, sabia que talvez por esta série de razões estivesse
naquele dia ansioso, naquele estado de espírito. Um reencontro consigo mesmo, buscar e atingir
os aspectos transcendentais da existência era a sua esperança. Achava que aquela sociedade lhe
daria uma nova oportunidade, e lhe traria muitas respostas.
Continuava a pensar “Não disseram um só palavra que lhe desse uma pista”. O amigo que o
convidara a fazer parte da sociedade não lhe dissera coisa alguma. Gostaria de saber para que
fosse mais receptivo aos ensinamentos que iria receber pelo menos uma direção, um trajeto, mas
nada lhe foi revelado.
Um amigo que era contra a tal sociedade lhe dissera que teria que fazer um juramento. Que
espécie de juramento? Seria magia? Seria uma lavagem cerebral?
Ou seria aquela ladainha longa e entediante que as religiões impingem aos seus fiéis? Seria um
psico-drama? Não seria exposto ao ridículo?
Lembrou-se que leu que grandes homens da humanidade pertenceram ou pertencem à
sociedade. Pensou: Se eles o foram, se seguiram este caminho, também ele poderia segui-lo
tranquilamente.
Ai se sentiu pronto e preparado. Restava apenas aguardar o momento de ser procurado por
alguém que viria buscá-lo.
Verificou o terno preto, a gravata preta conforme lhe instruíram, lustrou seus sapatos pretos,
e assim vestido ficou calmamente ficou esperando...
Desde a hora em que havia acordado pela manhã, tinham-lhe passados centenas de
pensamentos pela mente, milhões de fantasmas e ele sem querer já havia iniciado a catarse, que
iria modificar sua vida.
Realmente à hora marcada, naquela tarde de sábado, alguém muito afável, com um sorriso
sincero e acolhedor veio buscá-lo para a grande viagem, para a sua grande jornada; Sim, era o dia
de sua Iniciação na Maçonaria...
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 24/36
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
A MAÇONARIA E O MITO SOLAR
A ideia de que Deus é pura luz e o que o nosso espírito é feito de luz é uma intuição bastante
antiga que já existia nos tempos mais primitivos da civilização humana. Os persas e os hindus, em
épocas anteriores a Zaratustra (século XII a.C), já possuíam uma noção bastante avançada desse
conceito, pois sustentavam a existência de dois princípios a reger a vida do universo. Esses
princípios eram representados pelos deuses Marduc (Ahura Mazda, a luz) e Arimã, as trevas, que
simbolizava a noite. Paralelamente, numa crença que tem, provavelmente, a mesma idade que a
tradição religiosa persa, os egípcios também desenvolveram uma teogonia que se baseava em um
conceito similar, pois colocava o deus Rá, simbolizado pelo sol, como a divindade suprema do seu
panteão, a quem estavam submissas todas as outras deidades. E do outro lado o demônio Tifão,
habitante das trevas, como contraponto desse poder, fórmula essa que seria reproduzida no mais
famoso dos dramas iniciáticos dessa civilização, os Mistérios de Isis e Osíris.1
Similarmente, os povos da Mesopotâmia identificavam um fenômeno luminoso, representado
pelo sol, como princípio gerador da vida em todo o universo. Destarte, todos seus deuses tinham
vindo do espaço, sendo Baal aquele que representava o astro rei. A própria ação civilizadora da
humanidade teria sido, conforme antigas crenças sumérias, uma realização desses deuses
astronautas, que á terra teriam baixado em uma expedição de exploração e aqui deram início á
uma colonização.2
Assim, podemos dizer que a maioria dos povos antigos desenvolveram religiões solares, onde o
astro-rei aparece como origem e mantenedor da vida. Essa cultura religiosa floresceu também
entre os primitivos habitantes do Novo Mundo, com destaque entre os povos astecas, maias e
incas, os quais, com poucas variações, praticavam religiões solares que ainda hoje, mesmo
cristianizados, os habitantes das regiões onde essas civilizações floresceram, conservam alguns
mitos.
1
Teogonia é a doutrina mística que explica o nascimento do universo através da ação dos deuses. Nos Mistérios Egípcios, Osíris
simboliza a luz, e seu invejoso irmão Sethi, as trevas. Ver, a esse respeito, o excelente estudo de Arthur Verluis “Os Mistérios Egípcios”
publicado pelo Círculo do Livro, 1986
2
Tese defendida pelo arqueólogo Zecharias Sitchin. Ver nesse sentido sua obra O Décimo Segundo Planeta- Ed. Madras, 2012
6 – A Maçonaria e o Mito Solar
João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 25/36
A influência do mito solar, entretanto, era tão forte entre os antigos, que nem os israelitas, povo
inovador em termos de religião, escapou dela. Embora os israelitas tenham sintetizado os atributos
da Divindade em um conceito abstrato, lançando a ideia de um Deus ─ espírito que não podia ser
representado por nenhuma forma que a mente humana pudesse imaginar, eles não conseguiram
fugir da noção de que Deus é, em essência, a energia que se manifesta em forma de luz. Assim, o
primeiro ato de Deus, ao fazer o mundo, segundo a Bíblia, foi “libertar a luz”. Pois conforme diz o
texto sagrado, o primeiro comando divino ao criar o mundo foi “ Haja luz.”3
E mais tarde, quando quis se manifestar a um ser humano, Ele o fez de dentro de uma chama,
ou seja, uma forma luminosa, simbolizada por uma sarça ardente, material que não se consumia,
porque, na verdade, era o reflexo da Luz de Deus.4
Por isso, toda jornada iniciática consiste numa fórmula para libertação da luz que se supõe
existir no interior de todo ser humano. Todavia, o que significa “libertar a luz?” Certamente não é
fabricá-la, pois fabricar sugere uma ação modificadora sobre uma matéria prima pré-existente,
transformando-a em produto. A Bíblia diz que Deus “tirou” a luz de dentro das trevas e com ela
fez surgir o dia e com a escuridão produziu a noite.
Grandiosa metáfora essa. Pois o dia corresponde á realidade observável, ao universo real, ao
chamado mundo manifesto, á tudo aquilo que se vê, enquanto que a escuridão, a ausência de luz,
corresponde exatamente ao mundo das trevas, aquilo que está oculto, o que não pode ser visto,
mas que pode ser desvelado quando sobre a escuridão fazemos projetar a luz do nosso
entendimento. Por isso os fenômenos psíquicos da descoberta, do insight, da sabedoria, estão
sempre ligados á ideia da iluminação, ou seja, lançar a luz sobre um objeto
desconhecido, ou mesmo “acender a luz” dentro da nossa consciência.
Isso pressupõe que o universo, tal como o vemos, é feito de luz, embora parte
dele permaneça nas sombras porque sobre essa parcela da realidade existente a
luz do nosso entendimento ainda não a alcançou.
No entanto, a realidade é luz e a verdade se reveste dela. Por isso os
Evangelhos do Novo Testamento fazem larga utilização dessa simbologia para
se referir á doutrina de Jesus, sendo ele próprio chamado de “Luz do mundo”.5
Corroborando essa visão os cientistas dizem que o universo saiu de dentro de uma
Singularidade que explodiu. O que era essa Singularidade, ninguém se arrisca a definir. Alguns
falam em “campo energético” outros dizem que era uma estrela, outros um buraco negro, um
átomo etc. Porém, nem a Bíblia escrita nem a ciência moderna explicam o que havia antes dessa
explosão e o que Deus era e fazia antes de começar a fazer o universo. Mas para algo sair de
dentro de alguma coisa é preciso que esse algo tenha uma existência anterior ao próprio parto.
Não pode simplesmente “nascer” um ser que não tem existência anterior ao nascimento, sendo o
nascimento apenas o seu ingresso na esfera da existência positiva.
Nascer é uma etapa posterior a gerar. Só pode nascer algo que foi gerado. E só pode gerar algo
quem tem o poder para isso. Por isso o mestre cabalista diz que “Deus, quando quis criar o
universo, velou sua glória e nas pregas desse véu projetou sua sombra”. Isso quer dizer: Deus
existia antes mesmo da criação do universo. Tornou-se sombra para nela concentrar a sua energia.
Comprimiu-se até o limite do zero absoluto. Por isso Ele era a luz que existia dentro da própria
sombra, ou como quer a ciência, a energia contida no corpo celeste que originou o Big-Bang. Na
linguagem da Cabala, esse fenômeno é designado pela expressão Tzim-Tzum.6
3
Gênesis, 1:3
4
Êxodo, 3:2
5
João, 8;12 – Essa é a razão de em alguns sistemas gnósticos, o Cristo ser considerado um deus solar.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 26/36
De um modo geral os cientistas concordam que o universo nasceu caótico e desordenado. No
início era como a energia de uma bomba que explode e expele a sua força destruidora para todos
os lados. Mas quando ele começa a ser organizado, quando a energia saída do Big-Bang começa a
se transformar em massa, gerando os grandes corpos celestes e os sistemas siderais, todo o
processo de construção universal passa a obedecer a um comando único: a lei da união. Essa lei se
traduz pela força da energia existente em cada corpo, que faz com que cada um procure o seu
complemento para com ele se unir e deixar a simplicidade da sua estrutura, adquirindo a qualidade
do complexo, que é a marca da evolução. Cosmicamente, as estrelas se juntam em galáxias e os
planetas se aglomeram em volta de estrelas para formar os sistemas. E no interior dos sistemas, os
átomos se juntam para formar os compostos, os compostos para formar moléculas, as moléculas
para formar organismos, sempre no sentido de uma Evolução dirigida. Fisicamente, é a
prevalência da luz maior sobre a menor, a energia mais forte sobre a mais fraca, a força natural da
atração, firmada na quarta Lei de Newton, segundo a qual "matéria atrai matéria na razão direta do
volume de suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre elas”. Isso tudo pode ser
traduzido pela lei da União, conhecida pelos cientistas como Lei da Gravidade, que o Criador
colocou no núcleo de todo grão de matéria, para fazer com que a totalidade dispersa, em dado
momento da vida cósmica, se reúna em um ponto único, que é, como bem viu Teilhard de Chardin
em sua extraordinária visão hiperfísica do universo, o destino finalístico da obra de Deus.7
Nasce daí a ideia arquetípica da existência de uma deidade máxima, primeiramente
simbolizada pelo sol, que os antigos povos cultuavam como princípio e fim de todas as coisas, de
onde tudo vinha e para onde tudo voltava.
E nasce também desse pressuposto a função específica do
pensamento humano, cujo objetivo imediato é produzir, na
escala da sabedoria cósmica, um fenômeno semelhante. Pois
que a função da mente do homem é justamente dar ordem ao
caos da materialidade, identificando e catalogando todas as realidades que saem do útero cósmico.
Por esse motivo nos foi dada a capacidade de pensar para conhecer. E essa, precisamente, é a
razão pela qual a sabedoria nos aparece como sendo um fenômeno luminoso produzido pela ação
da nossa consciência sobre o objeto que ela se propõe conhecer. Por isso a metáfora “lançar luz
sobre as coisas” designa exatamente essa propriedade da mente humana de revelar o que está
oculto nas sombras da ignorância, nas trevas da obscuridade, na impenetrabilidade do quarto
escuro, onde os mistérios do universo aguardam o foco de luz que a lanterna da inteligência
humana projetará sobre eles para serem revelados. Isso é o que, na Maçonaria, significa por
Ordem no Caos (Ordo ab Chaos). No nosso sistema essa “Ordo ab Caos” é realizada pelo poder
do Sol, cuja força de atração mantém girando em volta dele os planetas. Justifica-se, portanto, que
todas as religiões, de uma forma ou de outra, estejam ligadas ao mito solar, pois é a sua luz a
6
Tzim-Tzum, em hebraico quer dizer, “contração”. Dizem os mestres cabalistas que Deus “contraiu” a sua infinitude para “caber”
dentro de um espaço finito (o universo). Por isso eles definem o universo físico como a “pressão de Deus sobre si mesmo” e o Big- Bang
é o “parto de Deus”.
7
Teilhard de Chardin- O Fenômeno Humano, Ed. Cultrix, 1968. Finalístico sim, e não final, porque sendo o universo resultado de
energia que se transforma, ele nunca se acabará.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 27/36
responsável pela vida na terra. Não é outra a razão de a Maçonaria cultuar, entre os seus símbolos,
o Sol, que na Loja é representado pelo Venerável Mestre em seu trono. 8
Jesus expressou essa ideia quando colocou para os seus discípulos a expressiva parábola que
diz: “Ninguém acende uma lamparina e depois a coloca debaixo de um cesto ou de uma cama.
Pelo contrário, a lamparina é colocada no candeeiro para que todos os que entram vejam a luz.
Pois tudo o que está escondido será descoberto, e tudo o que está em segredo será conhecido e
revelado.”.9
Isso porque nada ofusca o brilho de Deus nem apaga a luz que Ele dá aos homens. Não há
poder no universo que não seja dado pelo brilho da sua luz. Por isso o poder do homem está
naquilo que ele sabe, naquilo que ele aprende e consegue usar para o seu próprio benefício e da
espécie a qual ele pertence.
E como Deus é pura luz, a ele só nos integraremos quando nós mesmos também formos luz
purificada. Nessa meta se consumam todas as escatologias.10
Essa é razão pela qual toda disciplina iniciática buscar, simbolicamente, levar o iniciado a um
estado em que ele possa, livremente, liberar a própria luz que nele existe. Aquela "luz interdita”
contida, presa na matéria pela condição de profano em que ele se encontra até adquirir a
iluminação.11
Dai as perguntas contidas no ritual de iniciação maçônica que se refere ao "temerário que tem o
arrojo de querer forçar a entrada no Templo" e a consequente resposta que diz tratar-se de "um
pobre candidato que caminha nas trevas e, despojado de todas as vaidades, deseja receber a Luz".
E também o motivo do porque ele, antes de ser efetivamente iniciado nos
Mistérios Maçônicos, ter que conviver com as trevas, a ideia da morte e a
escuridão do seu próprio interior psíquico. É que para receber a Luz é preciso,
primeiro, saber no que consistem as trevas. Ou seja, praticar ritualisticamente
o próprio Tzim-Tzum. Isso é repetir o mesmo ato praticado pelo Criador na
transposição de Si mesmo do Véu da Existência Negativa para o Véu da
Existência Positiva.
E por fim a apoteose final da iniciação, que revela o cerne do simbolismo contido nesse
verdadeiro culto á Luz, que está implícito em praticamente todas as doutrinas iniciáticas, o qual a
Maçonaria conservou como sua primeira e fundamental proposta espiritualista. No momento em
que lhe caem as vendas dos olhos, como ao rabino Saulo diante do sacerdote cristão Ananias, é
que o iniciado vê o novo mundo que se abre diante dos seus olhos. E é então que se revela o
magno mistério que todos os espíritos procuram quando buscam a iniciação maçônica:

● ● NO PRINCÍPIO DO MUNDO, DISSE O GR.’. ARQ .’. DO UNIV.’.:
1. ─ FAÇA-SE A LUZ,
2. ─ A LUZ FOI FEITA.
3. ─ A LUZ SEJA DADA AO NEÓFITO. 12
8
Na imagem, a “Trindade Maçônica”, representando o Sol, a Lua e o Olho Onisciente, ícones obrigatórios em todos os Templos
maçônicos.
9
Lucas: 8:16:18
10
Escatologia é a doutrina da consumação dos tempos, da história e da finalidade do homem.
11
A expressão “luz interdita” se refere ao fenômeno luminoso que é associado á uma partícula atômica de alta radiação.
12
Cf. O Ritual do Aprendiz- GOB- REAA- Imagem: Revista Universal Maçônica.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 28/36
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome Oriente
05/03/2005 Aurora Florianópolis
10/03/1972 Templários da Justiça Lages
15/03/1998 Estrela do Sul Lages
18/03/1998 Jacy Daussen São José
18/03/2011 Monteiro Lobato Itajaí
19/03/1993 III Milênio Curitibanos
19/03/1994 Renascer da Luz Criciúma
20/03/1949 Januário Corte Florianópolis
23/03/1996 Pedra Cintilante Itapema
24/03/1998 Fiel Amizade Florianópolis
30/03/1998 Amigos para Sempre Joinville
30/03/1999 Círculo da Luz Joinville
31/03/1975 Estrela do Mar Balneário Camboriú
31/03/2011 Colunas do Arquiteto Ituporanga
7 – DESTAQUES JB – Resenha Geral
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Março
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 29/36
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Nome Oriente
03.03.2012 Guardiões das Virtudes - 4198 Biguaçú
14.03.1981 Estrela do Planalto -2119 Canoinhas
16.03.1899 União III Luz E Trab. 664 Porto União
16.03.2005 Cavaleiros da Luz - 3657 Florianópolis
19.03.2004 Quintessência - 3572 Bombinhas
21.03.1990 Luz da Acácia - 2586 Jaraguá do Sul
21.03.2009 Acácia de Balneário - 3978 Baln. Camboriú
29.03.1973 Acácia Joinvilense - 1937 Joinville
29.03.1973 Gênesis - 2701 Tubarão
29.03.2012 União Palhocense - 4236 Palhoça
30.03.2006 Luz da Porta do Vale - 3764 Itajaí
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
11.03.2003 Fraternidade Itajaiense nr. 85 Itajaí
17.03.2010 Fonte de Luz nr. 102 Chapecó
18.03.1989 Tríplice Fraternidade nr. 48 Dionísio Cerqueira
20.03.2009 Acácia Itajaiense II nr. 100 Itajaí
21.03.1940 Cruzeiro do Sul nr. 05 Joaçaba
24.03.2010 Loja do Sol nr. 103 Blumenau
28.03.1970 Pitágoras nr. 15 Florianópolis
30.03.1995 Leão de Judá nr. 62 Florianópolis
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 30/36
Observação
Mensagem da Grande Loja Maçônica do Estado do Acre
Queridos irmãos,
A Páscoa é sinônimo de ressurreição, mudança, transformação, renascer!
Renascer é nascer, somos nós mesmos que renascemos nos nossos filhos e renova
nosso amor.
A Páscoa é amor, fraternidade, união.
Devemos lembrar que Cristo morreu, mas ressuscitou, e fez isso somente para nos
ensinar a matar nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no
íntimo de nossos corações.
A Páscoa é a ressurreição das nossas almas. Este é o dia de renascer, começar tudo de
novo. De nos libertamos do mal que corrompeu nossas almas, e das ações que temos
feito e nos recobrirmos com o véu da pureza da alma que tivemos um dia.
Abandonar tudo o que é velho e antigo e olhar para frente com coragem.
Nos dedicarmos à vida como quem absorve o sumo de um fruto saboroso.
Que essa Páscoa não seja apenas o almoço em família, a troca de ovos de chocolate e
ver a alegria das crianças quando recebem, que não seja também a tristeza daqueles
que vão estar sozinhos ou dos que não podem comemorar com festas e chocolates, ou
daqueles que estão doentes e sem esperanças.
Que seja renovado em cada um de nós a fé, a esperança, a capacidade de recomeçar,
de perdoar, de respeitar o próximo, e de pelo menos se esforçar para viver em
harmonia e equilíbrio. Que ela seja a mudança, a transformação, o renascer!
Que nesse dia, todos tenham capacidade de entender o verdadeiro sentido da Páscoa.
Que esta seja a verdade da sua e da nossa Páscoa!
Feliz Páscoa!
Fernando Zamora
Grão-Mestre
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 31/36
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Homenagem ao Dia Mundial do Circo e ao Artista Circence
Do Irmão e Poeta Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
São Bernardo do Campo - GLESP
O CIRCO
Desde muitos anos,
Próximo a quatro mil !
Chineses, gregos, romanos...
Na Inglaterra, no Brasil !
Egípcios, indianos... !
Alegra esse grupo gentil !
Da plebe aos imperadores,
Sob o imenso manto anil
Ou sob tendas multicores
Do ancião ao infantil !
Entretendo esses atores
Em evoluções até suicidas !
Como os viris gladiadores,
Bigas em acirradas corridas
Todos de grandes valores !
São pessoas nascidas
Com dons especiais,
Habilidosas...mas sofridas !
Dos picadeiros, os tais !
Suas artes, suas próprias vidas
Bons intérpretes teatrais
Pirófagos, ilusionistas,
Domadores de animais
Mágicos, equilibristas
Todos sempre fenomenais !
Tais quais os malabaristas
Sempre grande atração
Pois destacados artistas
Que alegram o coração,
“Os Palhaços”, que altruístas !
O CIRCO enfim e sua tradição !
Os Saltimbancos, os elitizados ,
Sempre com linda missão
Aos simplórios, aos privilegiados
De trazer o riso, a emoção !
Graças...bem aventurados !
Dos serviçais aos reis da alegria !
Tal Carequinha, Piolin, tão engraçados
O livre pedreiro “Arrelia” ...
Circenses imortais...iluminados !
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 33/36
Templo da Loja “Unión y Progresso” nr. 9 de Encarnación, Paraguai (foto JB News)
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 34/36
Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News.
1 –Emocionante: oi maior coral do mundo
http://www.tudoporemail.com.br/video.aspx?emailid=6215
2 – O valioso tempo dos maduros:
O valioso tempo dos maduros ver140512.pps
3 – Palácio de Catalina:
Palacio_de_Catalina_011.pps
4- Por que um navio não afunda?
https://www.youtube.com/watch?v=Vls9E6TUB-w
5 – Elegância no Rali:
Raliul elegantei.pps
6 - Capela Rosslyn (Edimburgo):
https://www.youtube.com/watch?v=DLYpqfMCLNU
7 – Filme do dia: (A Primeira Cruzada) -
Uma incrível história sobre as batalhas pela conquista de Jerusalém. Cristãos e muçulmanos em 200 anos de uma
guerra sem fim, excelente documentário .
https://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 35/36
O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Deixo que role por minha face, esta
lágrima tão amiga.
Procura a alegria, que se perdeu no
mundo das decepções.
Por onde passa, geme a dor do
abandono, liberta o grito da saudade,
depositando recados e pedindo perdão,
sem haver pecado.
Retorna, sem partir, na esperança de
encontrar quem foi embora.
Molhando o caminho por onde passa,
enxerga as cenas do passado, ouve
vaias, aplausos, risos frenéticos e
olhares desconfiados.
JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 36/36
Persistente, lava a minh´alma e é recebida
com carinho...
Faz as suas confissões, reclama das
paixões e das traições.
Fala de saudade, não se conforma com
a maldade, que feriu meu coração.
Atenta, retorna aos meus sentimentos,
sob o olhar intenso da ribalta, aplaudida
por minha gratidão !
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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O simbolismo da Páscoa e seu significado

  • 1. Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.003 – Florianópolis (SC) – domingo, 27 de março de 2016 Bloco 1 – Almanaque Bloco 2 – IrNewton Agrella (Editorial de Domingo) – O Simbolismo da Páscoa e seu conceptismo Bloco 3 - Ir João Ivo Girardi – Dignidade (Coluna do Irmão João Gira) Bloco 4 – IrJosé Ronaldo Viega Alves – Rito Escocês Antigo e Aceito – 4ª. Parte - Final Bloco 5 – IrHercule Spoladore – A Espera ... Bloco 6 – Ir João Anatalino Rodrigues – A Maçonaria e o Mito Solar Bloco 7 – Destaques JB – Mensagens de Páscoa e versos dos Irmãos e Poetas Adilson Zotovici e Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 2/36 Autor: Ir Eleutério Nicolau da Conceição História em quadrinhos sobre os primeiros anos de Florianópolis, utilizando a técnica do traço à nanquim (bico de pena) e cor em aquarela. elenico50@gmail.com 1 – ALMANAQUE Hoje é o 86º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Cheia) Faltam 280 dias para terminar este ano bissexto Domingo de Páscoa Dia Mundial do Circo e Dia Mundial do Teatro Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. L I V R O S
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 3/36  87 a.C. — O príncipe Fuling, mais tarde imperador Zhaodi, é nomeado sucessor e herdeiro do imperador Wu de Han. O imperador Wu morreria dois dias depois;  1309 — Papa Clemente V excomunga Veneza e toda a sua população;  1329 — Papa João XXII emite sua In Agro Dominico condenando alguns escritos de Mestre Eckhart como heréticos;  1513 — O explorador espanhol Juan Ponce de León chega ao extremo norte das Bahamas em sua primeira viagem para a Flórida;  1625 — Carlos I ascende ao trono da Inglaterra, Escócia e Irlanda e reivindica também o título de Rei da França;  1794 o O Governo Federal dos Estados Unidos cria permanentemente a Marinha dos Estados Unidos e autoriza a construção de seisfragatas; o A Dinamarca e a Suécia declaram-se países neutros;  1800 — O Ato de União com o Reino da Grã-Bretanha é aprovado pelo Parlamento Irlandês;  1814 — Guerra de 1812: na região central do Alabama, as forças dos Estados Unidos sob o comando do general Andrew Jacksonderrotam o povo creek;  1836 — Revolução do Texas: Massacre de Goliad: sob as ordens do general Antonio López de Santa Anna, o exército mexicano executaram 342 prisioneiros de guerra texanos em Goliad, Texas;  1845 — Guerra Grande: As forças blancas de Manuel Oribe derrotam o exército dos colorados de Fructuoso Rivera na batalha de India Muerta;  1854 — Guerra da Crimeia: O Reino Unido declara guerra à Rússia;  1881 — Distúrbios ocorrem em Basingstoke, em protesto contra a promoção vociferante diária da abstemia pelo Exército de Salvação;  1886 — O famoso guerreiro apache, Gerônimo, rende-se ao Exército dos Estados Unidos, terminando a fase principal das Guerras Apache;  1918 — A Bessarábia é cedida ao Reino da Romênia;  1933 — Torna-se efetiva a saída do Japão da Sociedade das Nações;  1941 — Segunda Guerra Mundial: num golpe de Estado, oficiais da Força Aérea Iugoslava derrubam o governo pró-eixo;  1943 — Segunda Guerra Mundial: Batalha das Ilhas Komandorski: nas Ilhas Aleutas a batalha começa quando as forças da Marinha dos Estados Unidos interceptam os japoneses tentando reforçar uma guarnição em Kiska;  1945 — A Argentina concede o seu apoio formal à Ata de Chapultepec;  1964 — O Sismo da Sexta-feira Santa, o mais poderoso já registrado na história dos Estados Unidos, com uma magnitude de 9,2 atinge o Centro-Sul do Alasca, matando 125 pessoas e causando enormes prejuízos para a cidade de Anchorage;  1965 — Inaugurada a Ponte Internacional da Amizade ligando a cidade de Foz do Iguaçu, Brasil e Ciudad del Este, Paraguai, passando sobre o rio Paraná;  1966 — A Taça Jules Rimet, que havia sido roubada em Londres, é encontrada enrolada em jornais por um senhor de nome David Corbette que passeava com seu cão numa praça do Sul da capital inglesa;  1973 — Marlon Brando recusa o Oscar de melhor ator no filme The Godfather por discordar do tratamento dado pelo cinema, televisão e pelo seu país aosíndios Sioux;  1977 — Desastre aéreo de Tenerife: dois Boeing 747 colidem durante um nevoeiro na pista de Tenerife, nas Ilhas Canárias, matando 583 pessoas;  1989 — É perdido o contato com sonda espacial Phobos II, quando esta se aproximava da lua de Marte, Fobos, devido à falha atribuída a um mau funcionamento do computador de bordo;  1998 — O Food and Drug Administration aprova o Viagra para o uso como um tratamento para a impotência masculina, a primeira pílula a ser aprovada com esta finalidade nos Estados Unidos;  2013 — Encerrada em Durban, África do Sul, a quinta cúpula do BRICS. Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki) Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 4/36 1750 Concedido predicamento de paróquia à igreja de Santo Antônio de Lisboa, na ilha de Santa Catarina. 1892 Realizam-se no Estado de Santa Catarina, eleições para o Congresso do Estado que terá poderes constituintes. 1926 Assume o governo do Estado Antônio Vicente Bulcão Vianna, presidente do Congresso. 1946 Decreto nº 9085 torna obrigatória que todas as sociedades civis, religiosas, morais, científicas ou filosóficas no Brasil, tenham personalidade jurídica. 1960 Fundada a Grande Loja do Maranhão 1976 Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro começa a incorporar as Lojas da Grande Loja Regular da Guanabara, dissidência da GL da Guanabara. Fatos históricos de santa Catarina Fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal) De Irmão para Irmão As publicidades veiculadas nas edições diárias do JB News são cortesia deste informativo, como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais. Valorize-os, caro leitor, preferindo o que está sendo anunciado.
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 5/36 Baixe Agora: iOS: http://fraternalhug.com/baixar-apple Android: http://fraternalhug.com/baixar-android Blog (fraternalhug.com/blog):
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 6/36 Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172 M I Gr 33 membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "O SIMBOLISMO DA PÁSCOA E SEU CONCEPTISMO" Quando nos referimos a PÁSCOA, não há como dissociar o seu simbolismo e significado judaico de seu advento cristão. O substantivo "Páscoa" (Pêssach, em hebraico) significa literalmente “Passagem”. Sua representatividade remete a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas na Bíblia No Judaísmo trata-se uma Festa instituída por Deus como um memorial para que os filhos de Israel jamais se esqueçam que foram escravos no Egito, e que o próprio Deus os libertou com sua força e poder. Portanto encerra em si o significado de "Libertação". A História registra que a libertação do povo hebreu do cativeiro no Egito ocorreu por volta de 1280 A.C. Esse episódio é encontrado em alguns Graus da Maçonaria - em especial nos Graus Filosóficos das Lojas de Perfeição. Nosso enfoque porém está mais pautado à "PÁSCOA CRISTÃ", cuja comemoração costuma ocorrer entre os dias 22 e 25 de Abril de cada ano - sendo que seu Início se dá na "Sexta Feira Santa" em que se celebra a crucificação de Jesus Cristo, terminando no "Domingo de Páscoa", que exalta a sua Ressurreição e o primeiro aparecimento aos seus discípulos. A adoção de dois elementos pontuais constituem os símbolos mais representativos da Páscoa Cristã, ou seja : o "Coelho da Páscoa" que remete a idéia da Fertilidade e do Ressurgimento da Vida que teve origem a partir de costumes e de rituais pagãos. O "Ovo" que representa o Começo da Vida. Sendo que diversos povos tinham o hábito de presentear os amigos com Ovos, desejando-lhes a Passagem para uma Vida Plena e Feliz. 2 – Editorial de domingo – O Simbolismo da Páscoa e o seu conceptismo – Newton Agrella
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 7/36 Além é claro, do "Pão", do "Vinho" e da "Cruz da Ressurreição" que são elementos inerentes a essa comemoração entre os cristãos. Com o passar do tempo houve o surgimento mercantilizado dos "Ovos de Páscoa" que os norte-americanos tão bem exploraram, valendo-se do Chocolate como um meio de atrair e de dar um sabor especial a essa Celebração, e ensejando à Festa um perfil de consumo tão típico do mundo capitalista. Para os Cristãos o verdadeiro simbolismo da PÁSCOA é o da representatividade de Jesus Cristo na Cruz na condição de (Agnus Dei) Cordeiro de Deus - que tira o Pecado do Mundo e cujo sangue nos liberta para servirmos a Deus. Eis aí a maior Festa de celebração cristã. A Páscoa ou Domingo da Ressurreição é a mais antiga e importante festa deste segmento religioso e entorno dela gravitam a chamada Semana Santa, Quaresma, Tríduo Pascal incluindo a Quinta Feira Santa e a Última Ceia. A data ficou estabelecida para sua comemoração depois da Lua Cheia, após o Início do Equinócio Vernal (a chamada Lua Cheia Pascal). O Equinócio Vernal ocorre por volta do dia 21 de março, marcando o início da Primavera no hemisfério norte e do Outono no hemisfério sul, Além das características peculiares de cada povo que comunga do Cristianismo ou mesmo povos não-cristãos a Páscoa envolve o colorido dos ovos de chocolate, pratos típicos, doces e presentes que imprimem as características desta Festa tão significativa - há também o exercício do "Ato de Contrição" que teológicamente é o nome que se dá a "dor" pelos pecados para significar que o coração intransigente do pecador se parte de dor por ter ofendido a Deus. Há um firme propósito em não pecar mais. Revela-se um ato de comunhão entre o Homem e Deus como forma de reconhecimento de seus Erros e Pecados e de veneração e agradecimento ao Criador. Vide por exemplo em nossa Ordem - em especial nas culturas cristãs - que não raro ao Iniciarmos uma Palestra, Apresentação, Trabalho, ou mesmo nos Documentos Maçônicos evocamos a expressão : " À Glória do Grande Arquiteto do Universo" - que a bem da verdade se instalou e se mantém em grande parte da ritulística maçônica. A título de curiosidade observe que a palavra PÁSCOA assim como nas demais línguas de origem latina obedecem os mesmos radicais, senão vejamos: * Espanhol : PASCUA * Italiano : PASQUA * Francês : PÂQUES * Romeno : PASTI * Catalão : PASQUA * Galego : PASCUA Já na Lingua Inglesa a palavra tem outra origem: * Inglês : EASTER Advém do nome anglo-saxão da deusa "Eostre" , que era festejada em celebrações pagãs no equinócio de primavera.
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 8/36 Seu nome foi adotado para designar a Páscoa cristã, comemorando a ressurreição de Cristo, porque era mais ou menos na mesma época do ano. * Alemão : OSTERN (mesma origem do Inglês) * Luxemburguês : OUSCHTERSONNDEG Como se vê a derivação da Palavra que designa Páscoa em Hebráico "PESSACH" é a que mais se difundiu entre os povos ocidentais - especialmente os Latinos com suas variantes na forma escrita. A essência da celebração da Páscoa para o cristão contempla a crença da Vida Eterna no amor e na justiça de Deus. Em proporções equivalentes a Páscoa Judaica exalta o sentimento da libertação do jugo da escravidão e do êxodo do Egito. No final das contas não importa a religião, não importa a crença, o que vale mesmo é que a Páscoa ou Pessach revigora a Fé e a Esperança do Homem na busca de seu próprio aprimoramento. Fraternalmente Newton Agrella
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 9/36 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” escreve dominicalmente neste 3º. Bloco. A DIGNIDADE “Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos”. (John Kennedy). 1. Etimologia: Dignidade vem do Latim dignitas, o que tem valor, de dignus, digno, valioso, adequado, compatível com os propósitos. 2. Dicionário: Cargo e antigo tratamento honorífico. Função, honraria, título ou cargo que confere ao indivíduo uma posição graduada. Autoridade moral; honestidade, honra, respeitabilidade, autoridade. (Aurélio). 3. O que é Dignidade: Dignidade é a qualidade de quem é digno, ou seja, de quem é honrado, exemplar, que procede com decência, com honestidade. É um substantivo feminino, que vem do latim dignitate, que significa honradez, virtude, consideração. A dignidade de um indivíduo representa a sua integridade moral e um ataque a essa dignidade é caracterizado como danos morais e se na justiça é provado o contrário é cabível uma reparação do acusador. O indivíduo que incita, que afronta ou ataca a dignidade do outro é denominado ultrajante. Dignidade é também uma qualidade moral que inspira respeito e consciência de si mesmo, é o amor-próprio, o brio, porém, quando esse amor-próprio torna-se exagerado esse sentimento é transformado em orgulho, em soberba. O indivíduo que infringe qualquer padrão de dignidade, que faz trapaças, que é manipulador, que causa dolo, que pratica ações fraudulentas é enquadrado como um indigno, cretino, desprezível. Dignidade, no sentido jurídico, se entende como a distinção ou honraria conferida a uma pessoa numa posição elevada, com cargo ou título de alta graduação. No direito canônico, dignidade é uma indicação de um cargo eclesiástico. 4. Declaração Universal dos Direitos Humanos: Art. 1º: - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. 5) Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: O Princípio da dignidade da pessoa humana é um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito. Está elencado no rol de direitos fundamentais da Constituição Brasileira de 1988. Ganhou a sua formulação clássica por Immanuel Kant, na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, de 1785, que defendia que as pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmas, e não como um meio (objetos), e que assim 3 – Coluna do Irmão João Gira ( Dignidade ) João Ivo Girardi
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 10/36 formulou tal princípio: No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade. O rol da dignidade humana é uma das questões mais frequentemente presentes nos debates bioéticos. A dignidade da pessoa humana abrange uma diversidade de valores existentes na sociedade. Trata-se de um conceito adequável a realidade e a modernização da sociedade, devendo estar em conluio com a evolução e as tendências modernas das necessidades do ser humano. 6. Texto sublime sobre a Dignidade: Extraído e condesado do livro O Homem Medíocre de José Ingenieros: [...] Aquele que aspira a parecer, se recusa a ser. Em poucos homens, somam-se a inteligência e a virtude para um total de dignidade. Eles formam uma aristocracia natural, sempre exígua diante do número infinito de espíritos omissos. Credo supremo de todo idealismo, a dignidade é unívoca, intangível, instramutável. É síntese de todas as virtudes que aproximam os homens e apagam a sombra. Onde ela falta não existe o sentimento de honra. E, assim como os povos sem dignidade são rebanhos, os indivíduos sem ela são escravos. Os temperamentos diamantinos - firmeza e luz - afastam-se de toda cumplicidade, desafiam a opinião alheia se, com isso, salvarem a própria, declinam de todo bem mundano que requeira uma abdicação, preferem entregar a própria vida a trair seus ideais. Andam retos, sós, sem se contaminar em facções, convertidos em vívido protesto contra todo canalhismo ou servilismo. As sombras vaidosas se juntam para se desculpar no número, afastando as íntimas sanções da consciência. Domesticadas são incapazes de gestos viris: falta-lhe coragem. A dignidade implica coragem moral. Os pusilânimes são importantes, como os aturdidos. Uns refletem quando convém agir, enquanto os outros agem sem ter refletido. A insuficiência do esforço equivale à desorientação do impulso. O mérito das ações se mede pelo afã que requerem, não por seus resultados. Sem coragemnão há honra. Todas as suas formas implicam dignidade e virtude. Com sua ajuda, os sábios se lançam à exploração do desconhecido, os moralistas minam as sórdidas fontes do mal, os ousados se arriscam para violar a altura e a extensão, os justos se enrijecem na sorte adversa, os firmes resistem à tentação e os severos ao vício, os mártires enfrentam a fogueira para desmascarar uma hipocrisia, os santos morrem por um ideal. É indispensável para quem almeja uma perfeição. A coragem, sentenciou Lamartine, é a primeira das eloquências do caráter. Belas palavras. Aquele que aspira a ser águia deve olhar longe e voar alto; o que se resigna a rastejar como um verme renuncia o direito de protestar quando o esmagam. A fraqueza e a ignorância fovorecem a domesticação dos caráteres medíocres, adaptando-os à vida mansa. A coragem e a cultura exaltam a personalidade dos excelentes, florescendo-a de dignidade. O lacaio pede, o digno merece. Aquele solicita por favor o que este espera por mérito. Ser digno significa não pedir o que se merece, nem aceitar o imerecido. Enquanto os servis sobem pelas mazelas do favoritismo, os austeros ascendem pela escada de suas virtudes. Ou não ascendem por nenhuma. A dignidade estimula toda perfeição do homem; a vaidade esporeia qualquer êxito da sombra. O digno tem um lema escrito em brasão: é caro o que tem por preço uma mínima partícula de honra.
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 11/36 O pão ensopado na adulação que engorda o servil, envenena o digno. Mil anos lhe serão mais leves que prosperar indignamente. Qualquer ferida é transitória e pode doer uma hora; a mais leve domesticidade remordê-lo-á por toda a vida. Quando o êxito não depende dos próprios méritos, basta-lhe conservar-se erguido, incólume, irrevogável na prória dignidade. Nas brigas domésticas, a obstinada falta de razão costuma triunfar sobre o mérito risonho. A pertinácia do indigno é proporcional a seu entorpecimento. Os homens exemplares desdenham qualquer favor, pois se avaliam superiores ao que se pode dar sem mérito. Preferem viver crucificados sobre o orgulho a prosperar arrastando-se; gostariam de que, ao morrer, seu ideal lhes acompanhasse, vestido de branco e sem manchas de rebaixamentos, como se fossem desposá-la no outro mundo. Os caráteres dignos permanecem solitários, sem exibir na anca qualque marca de ferro. São como a rês rebelde que fuça os ternos trevos da campina virgem, sem aceitar a fácil ração das manjedouras. Se seu prado é árido, não importa. Tiram mais proveito do livre oxigênio que das cevadas copiosas, com a vantagem de que o ar se conquista, enquanto a ração lhes é dada por alguém. Preferem estar sós, enquanto não podem juntar-se com seus pares. Toda flor englobada em um ramalhete perde seu perfume próprio. Obrigado a viver entre dessemelhantes, o digno se mantém alheio a tudo o que considera inferior. Descartes disse que passeava entre os homens como se fossem árvores. Banville escreveu sobre Gautier: Era daqueles que, sob todos os regimes, são necessáriasm e invencivelmente livres. Cumpria sua obra com desdenhosa altivez e com a firme designação de um deus desterrado. O homem digno ignora as covardias que repousam no fundo dos caráteres servis. Não sabe desarticular sua cerviz. Seu respeito pelo mérito o obriga a descartar toda sombra que dele carece, a agredi-la se ameaça, a castigá-la se fere. Quando a multidão que obstrui seus anseios é anódina e não tem adversários para ferir de frente, o digno se refugia em si mesmo, se atrincheira em seus ideais e cala, temendo incomodar com suas palavras as sombras que o escutam. E, enquanto muda o clima, como é fatal nas variações de estações, espera ancorado em seu orgulho, como se esse fosse o porto natural e mais seguro para sua dignidade. Vive com a obsessão de não depender de ninguém. Sabe que, sem independência material, a honra se expõe a mil ofensas e, para adquiri-la, suportará os mais rudes trabalhos, cujo fruto será sua liberdade no futuro. Todo parasita é um servo, todo mendigo é um domesticado. O esfomeado pode ser rebelde, mas nunca um homem livre. A miséria é inimiga poderosa da dignidade. Ela faz em pedacinhos os caráteres vacilantes e incuba as piores servidões. Aquele que atravessou dignamente uma pobreza é um heróico exemplar de caráter. O pobre não pode viver sua vida, tantos são os compromissos da indigência. Redimir-se da miséria é começar a viver. Todos os homens altivos vivem sonhando com uma modesta independência material. A miséria é mordaça que trava a língua e paralisa o coração. É preciso escapar de suas garras para se poder escolher um ideal mais alto, o trabalho mais agradável, a mulher mais honrada, os amigos mais leais, os horizontes mais risonhos, o isolamento mais tranquilo. A pobreza impõe o alistamento social. O indivíduo se inscreve em um grêmio, mais ou menos diarista, mais ou menos empregado, contraindo deveres e sofrendo pressões denigrativas que o forçam a se domesticar.
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 12/36 Os estóicos ensinavam os segredos da dignidade: contentar-se com o que se tem, restringindo as próprias necessidades. Um homem livre não espera nada de outros, não necessita pedir. A felicidade que dá o dinheiro está em não ter que preocupar-se com ele. Por ignorar este preceito, não é livre nem feliz o avaro. Os bens que temos são à base da nossa independência; os que desejamos são a corrente rebitadaa sobre nossa escravidão. A fortuna aumenta a liberdade dos espíritos cultos e torna vergonhosa a ridicularia dos simplórios. Os únicos bens intangíveis são os que acumulamos no cérebro e no coração; quando eles faltam, não há tesouro que os substitui. Os orgulhosos têm o culto de sua dignidade, querem possuí-la imaculada, livre de remorsos, sem fraquezas que a aviltem ou rebaixem. Por ela sacrificam bens, honras, êxitos: tudo o que é propício ao crescimento da sombra. Para conservar a autoestima não vacilam em enfrentar a opinião dos mansos e investir contra seus preconceitos. Passam por indisciplinados e perigosos entre os que em vão tentam corromper sua altivez. São estranhos nas mediocracias, cujo achatamento moral os expõe à misantropia, Têm certo ar desdenhoso e aristocrático que desagrada aos mais vaidosos, porque os humilha e envergonha. Inflexíveis e tenazes, porque trazem no coração uma fé sem dúvidas, uma convição que não estremece, uma energia indômita que não teme nem cede a nada, costumam ter asperezas urticantes para os homens amorfos. Em alguns casos, podem ser altruístas, ou porque são cristãos na mais alta acepção do vocábulo ou porque são profundamente afetivos. Apresentam então um dos caráteres mais sublimes, mais esplendidamente belos, que tanto honram a natureza humana. São os santos da honra, os poetas da dignidade. Sendo heróis, perdoam covardias dos outros. Vitoriosos sempre diante de si mesmos, têm compaixão dos que, na batalha da vida, espalham em pedaços a própria dignidade. Se a estatística pudesse nos dizer o número de homens que possuem esse caráter em cada nação, esta cifra bastaria, por si só, e melhor que qualquer outra, para nos indicar o valor moral de um povo. A dignidade, afã da autonomia, leva a reduzir a dependência de outros à medida do indispensável, sempre enorme. La Bruyére, que viveu como intruso na domesticidade cortesã de seu século, soube medir o altíssimo que encabeça o Manual, de Epicteto, a ponto de se apropriar dele textualmente, sem com isso diminuir sua própria glória: Se faire valoir par des choses que ne dependent point des autres, mais de sois seul, ou renoncer à se faire valoir. (Fazer-se valer por coisas que não dependem dos outros, mas de si mesmo, ou não se fazer valer). Esta máxima lhe parece inestimável e de recursos infinitos na vida, útil para os virtuosos e os inteligentes, tesouro intrínseco dos caráteres excelentes. É, entretanto, proscrita onde reina a mediocridade, pois desterraria das cortes as tretas, as cabalas, os maus ofícios, a baixeza, a adulação e a intriga. As nações não se encheriam de servis domesticados, mas de varões excelentes que legariam a seus filhos menos vaidades e mais nobres exemplos. Amando mais os próprios méritos que a prosperidade indecorosa, cresceria o amor à Virtude, o desejo da glória, o culto por ideais de perfeição incessante, na admiração pelos gênios, santos e heróis. Esta dignificação moral dos homens assinalariam na História o ocaso das sombras.
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 13/36 MAÇONARIA 1. Dignidades: Os três primeiros cargos da Loja: O Venerável e os dois Vigilantes se chamam Luzes. Os Vigilantes não recebem ordens, pois são o deslocamento no espaço do próprio Venerável. [...] As Dignidades de uma Loja são: Orador, Secretário, Tesoureiro e o Chanceler. Os demais cargos são chamados de Oficiais. [...] Também se diz dos Visitantes ilustres e dos Obreiros da Loja com cargos na administração da Potência. Dignitários: O mesmo que Dignidades. 2. Rituais: (...) Jurastes manter-vos sempre cidadãos honestos e dignos, nunca atentando contra a honra e a dignidade de ninguém. (RI). Finalizando: Fico com a frase de José Ingenieros: A Dignidade é proscrita onde reina a mediocridade, pois desterraria das cortes as tretas, as cabalas, os maus ofícios, a baixeza, a adulação e a intriga...
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 14/36 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve aos domingos. O REAA NO BRASIL: INFLUÊNCIAS. AS PARTICULARIDADES LITÚRGICAS, RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS DO REAA. (4ª PARTE – FINAL) *Irmão José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. *** Resumo da 3ª Parte Na terceira parte do trabalho versando sobre o REAA, vimos primeiramente algumas breves explanações a respeito do Capítulo de Clermont e do Conselho dos Imperadores, o que serve como complementação sobre a história dos Altos Graus,e para ajudar-nos a entendermos melhor os desdobramentos que viriam após. Na sequência vimos o episódio sobre Etienne Morin e sua carta-patente, sobre o Rito de Heredom e seu desembarque na América, os primórdios do REAA no continente americano, a criação do Primeiro Supremo Conselho, os documentos básicos do Rito e ainda sobre a história do REAA e dos Altos Graus no Brasil, onde constou uma condensação acerca da criação do Supremo Conselho em nosso país. Veremos, a partir de agora, nesta que é a última parte do trabalho referente ao REAA, alguns excertos de outro artigo bastante esclarecedor do Irmão Kennyo Ismail, abordando algumas das características adotadas por Mário Behring no REAA do Brasil e que são originárias da Maçonaria Inglesa. Após, algumas considerações gerais sobre a simbologia e a ritualística do REAA nas palavras dos estudiosos, e finalmente as suas particularidades. MÁRIO BEHRING: REAA NO BRASIL E MAÇONARIA DA INGLATERRA Em complemento à atuação do Irmão Mário Behring, que esteve em evidência no trabalho antecedente em razão da sua decisão na criação das Grandes Lojas Estaduais, além de incidir sobre outros momentos importantes da história da Maçonaria Brasileira e particularmente do REAA, na sequência teremos alguns excertos que foram extraídos de um artigo do ilustre pesquisador e escritor Irmão Kennyo Ismail, que traz informações importantes sobre a formação do REAA no Brasil e que na época em que aconteceu teve também a participação fundamental do Irmão Mário Behring. O artigo se intitula “O Que o REAA Brasileiro Copiou da Inglaterra?”, e começa dizendo que é do nosso conhecimento que a Maçonaria Americana foi a inspiração e o modelo principal para que o Irmão Mário Behring criasse as Grandes Lojas Estaduais brasileiras e realizasse algumas adaptações nos rituais pertencentes aos Graus Simbólicos do REAA que era praticado no âmbito das mesmas. O que o Irmão Kennyo Ismail indaga logo a seguir, é se a Inglaterra, que se autointitula o berço da maçonaria não teria “emprestado” nada ao REAA praticado no Brasil, e logo a seguir faz as seguintes considerações “Se o reconhecimento dos EUA 4 – Rito Escocês Antigo e Aceito – Parte IV - Final José Ronaldo Viega Alves
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 15/36 estava garantido, não faria mal nenhum dar um passo adiante para um possível reconhecimento da Grande Loja Unida da Inglaterra.”, e que, possivelmente, pensando assim, foi que Mário Behring adotou quatro características provindas da Maçonaria inglesa. Vejamos, quais são elas: “Rosetas no Avental – como já foi registrado e comprovado, o avental original de Mestre do REAA era orlado de vermelho e com as letras ‘M’ e ‘B’ estampadas. Já o usado nos EUA pelos Mestres do Rito de York é orlado de Azul Royal com o ‘Olho que Tudo Vê’ na abeta e o Esquadro e o Compasso no centro do avental. O avental orlado de azul celeste com rosetas azuis é típico da Inglaterra, e de lá copiamos.” “Cerimônia de Instalação – A Instalação tem seus primeiros registros na Inglaterra ainda no século XVIII, o que explica sua existência também no Rito de York. A cerimônia foi mantida após a fusão inglesa de 1813 e posteriormente ‘adotada pelo REAA e por muitos outros Ritos.” “Colunetas – Presentes no Ritual Emulação e em outros Rituais aprovados pelo UGLE, as colunetas surgiram como uma feliz surpresa no ritual de Behring de 1929, ilustrando as Ordens Arquitetônicas nas Lojas brasileiras.” “Painéis dos Graus – pintados por John Harris para a Loja Emulação de Aperfeiçoamento, da qual ele era membro, os painéis oficiais do Ritual Emulação também foram adotados pelas Grandes Lojas brasileiras e também pelo GOB, o qual retornou aos originais apenas na década de 80.” E o Irmão Kennyo Ismail finaliza assim: “Apesar dos aparentes esforços de Mário Behring, a Grande Loja Unida da Inglaterra recusou- se inicialmente a reconhecer as Grandes Lojas brasileiras. Mas com o passar dos anos ela já reconheceu 04 Grandes Lojas: GLESP, GLMERJ, GLMEES e GLMMS. E vem flertando com outras. Parece que se algumas adaptações ritualísticas não funcionaram, não há nada que um pouco de boa política não resolva.” COMENTÁRIOS: Durante o transcorrer do presente trabalho, teremos a oportunidade de, com base nas opiniões de autores e estudiosos consagrados, conhecer um pouco mais sobre o que é realmente original ou pertencente ao Rito, ou são enxertos como se fiz comumente, ou são influências. Por outro lado, nenhuma questão desse tipo está isenta de discussões, várias versões, o que procuraremos evitar. DAS PARTICULARIDADES Antecedendo às particularidades propriamente ditas, e sobre as quais este último trabalho da série quer manter seu foco principal, colhemos das opiniões de alguns estudiosos do REAA, que em diferentes momentos manifestaram-se com respeito à simbologia e à ritualística que o Rito reúne, além de outras tantas características que perfazem o seu universo. PARTICULARIDADES LITÚRGICAS, RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS DO REEA Com base no livro “Curso Básico de Liturgia e Ritualística” do Irmão José Castellani, na sequência serão elencadas algumas das particularidades do REAA, excetuando as que se referem diretamente ao Templo, pois, estas serão inseridas à parte e mais adiante, no subtítulo que se reporta exclusivamente ao Templo do REAA. Vamos às particularidades então, apresentadas pelo Rito: “_ O Livro da Lei é aberto por um Mestre Instalado, de preferência o ex-Venerável mais recente; a abertura (e leitura) é feita no legítimo Rito Escocês, no Evangelho segundo São João, capítulo
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 16/36 1, versículos 1 a 5, que mostra o triunfo da luz sobre as trevas. A abertura do Salmo 133 (da Fraternidade) está em desacordo com o tradicional Rito Escocês. _ Durante a abertura do Livro da Lei os Diáconos cruzam os seus bastões sobre o Altar dos Juramentos enquanto o Mestre de Cerimônias permanece atrás do Mestre Instalado que abre o livro em posição de rigor, sem, portanto, cruzar o seu bastão com o dos Diáconos formando o ‘pálio’, pois isso é um grave erro. Esclareça-se que no original escocesismo, os Diáconos não portavam bastões; isso foi uma invenção mais recente, sob a alegação de que eles seriam os guardas dos Santos dos Santos do Templo de Jerusalém. A deturpação acabou sendo admitida, mas isso não pode ensejar o erro maior que á a formação do pálio, como muitas Lojas fazem. _ O Mestre de Cerimônias, no verdadeiro Rito Escocês, porta bastão e não Espada, como afirmam alguns erradíssimos Rituais, copiando os hábitos dos Ritos Moderno e Adoniramita. _ Depois da abertura do Livro da Lei, no momento em que o Venerável Mestre considera a Loja aberta, o Porta-Estandarte deve elevar o estandarte da Oficina colocando-o posteriormente, num mastro apropriado, no Oriente. Ao final dos trabalhos quando a Loja é considerada fechada, esse Oficial deve descer o estandarte do mastro guardando-o (é num grave erro deixar o estandarte exposto quando a Loja não está em funcionamento). _ Ao contrário do Rito de York, o Livro da lei não fica em posição de leitura para o Venerável Mestre e a abertura do compasso fica voltada para o Ocidente (e a do esquadro para o Oriente, evidentemente). _ Podem existir miniaturas de colunas sobre os altares principais (jônica, para o Venerável, dórica, para o 1º Vigilante, e coríntia para o 2º Vigilante; essas colunetas, todavia, são fixas, não havendo o abaixamento e levantamento das colunas dos Vigilantes como algumas Lojas fazem, numa imitação grosseira do Rito de York. _ Os cargos de administração de uma Loja do Rito Escocês são: Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro, Cobridor Interno, Cobridor Externo, 1º Diácono, 2º Diácono, 1º Experto, 2º Experto, Porta- Bandeira, Porta-Estandarte, Porta-Espada, Mestre de Harmonia, Mestre de Banquetes e Arquiteto. _ O Sinal de Ordem e a Saudação são como nos demais Ritos. A Palavra Sagrada, como no Rito de York; marcha de três passos (no Grau de Aprendiz), rompendo como o pé esquerdo, com os pés em esquadria; há aclamação: Huzzé, Huzzé, Huzzé, que seria uma saudação ao Sol (ou a Deus, por imitação dos antigos mitos solares) e corruptela inglesa do árabe UEZZ’H= Ei-lo, viva!, saudação usada pelos drusos, povos da Síria, Líbano e Israel, que professavam religião derivada de uma seita maometana; o toque diferente daquele do Rito de York é dado por três pancadas espaçadas do polegar sobre a primeira falange do indicador do interlocutor; também a abateria consta de três pancadas iguais e espaçadas. _ Há uma bolsa (ou sacola, ou saco) de Propostas e Informações que circula através do Mestre de Cerimônias. _ Existem períodos específicos para a Ordem do Dia (discussão de assuntos de pauta previamente elaborada) e para a palavra a respeito dos Irmãos do Quadro e da Loja, em particular, e da ordem maçônica em geral. _ Quem precede à circulação do Tronco de Solidariedade é o Hospitaleiro. _ A Câmara de Reflexão no Rito Escocês é bastante complexa, contendo, além do material de escrita e do foco de luz (geralmente um castiçal com uma vela acesa), uma ampulheta (símbolo do tempo; como esse relógio de areia marca pequenos espaços de tempo, simboliza a efemeridade da vida humana e que ela deve ser bem aproveitada na concretização das obras do espírito humano), um esqueleto humano, ou, pelo menos, um crânio (que reforça o simbolismo sugerido
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 17/36 pela ampulheta), um pedaço de pão de trigo (é o alimento do corpo, já que o trigo é o símbolo da fertilidade da Terra fecundada pelo Sol), uma jarra de água (a água como símbolo da purificação, é considerada como o alimento do espírito), sal, enxofre mercúrio (os três elementos necessários à Grande Obra, ou Obra do Sol, da alquimia), pintura de um galo no ato e cantar (simboliza a vigilância, mas, é também, a representação esotérica do despertar da consciência, por analogia com o despertar de um novo dia, que é saudado pelo canto do galo), duas taças, sendo uma com líquido doce e outra com líquido amargo (símbolo dos opostos na vida humana: o bem e o mal, o vício e a virtude, a boa e a má sorte, o espírito e a matéria, etc.; o tradicional, no Rito, é que os dois líquidos estejam na Câmara e não fazendo parte da “Prova da Taça Sagrada” que é prática do Rito Adoniramita), além das frases de advertência. _ A preparação do candidato à Iniciação é feita pelo 1º Experto. _ Durante a cerimônia de Iniciação são realizadas três ‘viagens’ com circulação do Templo (ao invés do enquadramento do York), durante as quais o candidato é acompanhado pelo Experto. Essas três viagens acabam simbolizando os quatro elementos aristotélicos da antiguidade, juntamente com a permanência na Câmara de Reflexão: ar (primeira viagem, com ruídos das forças naturais no ar: tempestade, trovões), água (segunda viagem, que termina com a purificação pela água), fogo (terceira viagem, que termina com a purificação pelo fogo) e terra (a Câmara de Reflexão). _ No Rito, não existem, durante a cerimônia de Iniciação, as tais ‘provas de coragem’, tais como o batismo de sangue e anda na prancha ou sobre a escada que se acaba abruptamente. (...) _ Não existe também, no Rito, durante a Iniciação a prática de mostrar um ataúde ou uma cabeça decepada, para simbolizar a ‘vingança contra os perjuros’, pois, essa cerimônia é do Rito Adoniramita e tem a justificá-la, a teatralização de uma cena de traição, logo no início da Sessão. _ O Aprendiz recém-Iniciado senta-se no topo da Coluna do Norte, na parte mais próxima à grade do Oriente (ao contrário do Rito de York, no qual o novo Aprendiz senta-se na primeira cadeira da primeira fileira da Coluna do Norte, junto ao Oriente) ou a Nordeste, tendo ao seu lado, os demais Aprendizes da Oficina.” O TEMPLO DO REAA Com relação ao Templo do REAA, novamente recorreremos ao Irmão José Castellani que, sabidamente, discorreu em vários dos seus livros com muita propriedade sobre o REAA. Em outro livro de sua autoria, intitulado “Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico’, depois de um breve comentário, dispôs sobre a decoração referente ao Templo do REAA, a qual passo a transcrever, excetuados aqueles itens já referidos no seu livro citado anteriormente, onde já constavam: “Rito Escocês Antigo e Aceito - Esse rito pode apresentar, em seus templos, todos os elementos decorativos citados neste trabalho (pode, porque nem todos os elementos são obrigatórios). Assim, além da divisão, orientação e colunas vestibulares comuns a todos os ritos, o Escocês mostra: “_ Grade, ou balaustrada divisória, separando o Oriente do restante do Templo; _ Corda de Oitenta e Um Nós; _ Colunas Zodiacais, ou representação dos pentaclos no teto do Templo; _ Pavimento Quadriculado (ou Mosaico); _ Altar dos Juramentos (que, na maneira correta, é colocado no Oriente, como extensão do Altar); _ Mar de Bronze, colocado a sudoeste; _ Representação das divindades olímpicas relacionadas com os cargos da loja; embora podendo existir, não é obrigatória essa representação;
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 18/36 _ Abóbada estrelada, que, geralmente, está presente, embora não seja obrigatória, pois, para satisfazer ao simbolismo maçônico, basta a presença do Sol e da Lua, além das variações de cor, mostrando a transição do dia para a noite; _ Retábulo do Oriente, com a presença do Delta e das luminárias terrestres; no interior do Delta, o mais correto, no rito, é que exista o nome hebraico de Deus, ou, pelo menos, a primeira letra (Iod), embora o que se veja, mais comumente, é a representação de um olho esquerdo; _ Estrela pentagonal, ou Pentagrama, presente na Coluna do Sul e simbolizando o planeta Vênus (no caso, considerado como um astro de luz intermediária entre o Sol e a Lua; por isso, fica entre eles). _ As colunas devem ficar fora do Templo, no átrio, sendo ‘J’ à direita de quem entra e ‘B’ à esquerda;” ***Nota: Aqui eu vou inserir um trecho transcrito do livro “Desmistificando a Maçonaria” de autoria do Irmão Kennyo Ismail, onde temos um novo ângulo para efeito de interpretação sobre a posição das colunas J e B. Vejamos: “As Colunas são dentro ou fora do Templo? A resposta é: DENTRO. Sem sombra de dúvidas. Alguns ritualistas de plantão não gostarão, mas vamos lá. Deve-se ter em mente que o templo maçônico não é uma réplica nem uma miniatura do Tempo de Salomão. O templo maçônico na verdade é simbolicamente inspirado no Templo de Salomão. Vejamos: por acaso, nossos templos possuem o altar do holocausto com fogo? Os dez castiçais? As 400 romãs? A mesa de ouro para pães? Vasos, bacias, colheres, varais e véus? Decoração com querubins, palmeiras e flores? Já o Templo de Salomão, tinha tronos para Primeiro e Segundo Vigilantes? Esquadro e Compasso? Sol e Lua? Colunetas de ordens de arquitetura gregas? Colunas Zodiacais (REAA)? Maço e cinzel, nível e prumo? Fica evidente que o Templo Maçônico não é uma cópia do Templo de Salomão, recebendo apenas inspiração deste.” COMENTÁRIOS: Algumas questões, a exemplo dessa que foi exposta acima e que é afeta à posição das colunas sempre gerarão discussões, eis que tem aqueles que seguem a Bíblia à risca. Não dá mesmo para radicalizar, mas, antes de tudo, o que falta é estudo mesmo, principalmente sobre as distinções que se devem fazer entre o que é histórico, o que é simbólico, e o que é bíblico. Voltando ao texto anterior: “_ No Oriente fica o Trono, onde tem assento, exclusivamente, o Venerável, ou o Grão-Mestre, caso se apresente como tal à Loja durante a sessão; _ O Altar fica sobre um estrado ao qual se sobe por três degraus; o altar do 1º Vigilante, sobre um estrado com dois degraus e o do 2º Vigilante, sobre um estrado com um degrau. _ No Oriente, à direita do Trono, há lugares para as autoridades do simbolismo, enquanto que, à esquerda, estão lugares para os ex-Veneráveis. _ O altar do 2º Vigilante fica no Sul, ou Meio-Dia; _ A decoração é vermelha, pois, essa é a cor do rito.” 1989: O IRMÃO CASTELLANI E O RETORNO AO ORIGINAL E LEGÍTIMO REAA Em 1989, o Irmão José Castellani fez uma viagem englobando dez cidades do Rio Grande do Sul, onde seu propósito maior era debater e sugerir as modificações que na época se faziam prementes em vista das deturpações que o REAA vinha sofrendo. O seu objetivo acabou coroado de êxito, pois, o Irmão Castellani fez um agradecimento algum tempo depois ao GORGS, que na época tinha como Grão-Mestre o Irmão Milton Barbosa da Silva e Grão-Mestre Adjunto o Irmão João Caros Miró por os mesmos terem atendidos às suas solicitações. Na ocasião menciona que as modificações também vinham sendo efetivadas pelo Paraná e Santa Catarina.
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 19/36 As modificações estão listadas logo a seguir, e fica o seu registro, pelo fato de que, o seu conhecimento, reforça novamente, aquilo que está correto e que é realmente pertinente ao REAA . “_ Retorna o verdadeiro avental de Mestre Maçom do Rito Escocês: com orla vermelha e as letras M.’. B.’. também na cor vermelha, o avental do Venerável e dos ex-Veneráveis, também com orla vermelha, voltarão a ter franja, em vez de bolinhas de prata, que são do Rito de York. _ O Altar dos Juramentos volta ao Oriente, como extensão do Altar, o que é correto, já que, originalmente, os compromissos eram tomados sobre o Altar, à frente do Trono, que é o lugar mais íntimo do Templo; só a partir de 1902 é que aparece um tamborete junto ao Altar, considerado como extensão deste e chamado de Altar dos Juramentos. Posteriormente, sob a inspiração de ‘inventores’ sem lastro cultural maçônico, esse Altar migrou para o centro do Templo, o que é um erro, agora sanado pelo GORGS. _ Abertura do Livro da Lei, no Grau de Aprendiz, no Evangelho de São João, capítulo 1, versículos 1 a 5, que é o tradicional no Rito Escocês (o salmo 133 é invenção brasileira, em desacordo com o resto do mundo). _ Todos os Templos deverão ser pintados de cor vermelha, que é a cor do Rito Escocês. Os Templos antigos, por enquanto, poderão manter a cor azul, até que necessitem de uma nova pintura em suas paredes internas; deverão, todavia, desde já, ter a cor vermelha na decoração: dossel, cortinas, almofadas. _ Serão abolidas as doze badaladas dadas num gongo e imitadas do Rito Adoniramita, no qual são dadas doze pancadas num tímpano, quando o Venerável pergunta que horas são. _ O Pavimento Quadriculado (ou mosaico) ocupará todo o solo do templo, o que é absolutamente correto no Rito Escocês.” SOBRE O ESCOCESISMO OU ESCOCISMO Não poderia deixar de prestar esclarecimentos sobre essas expressões muito utilizadas, tanto que é sempre muito fácil se deparar com elas em artigos e trabalhos onde a temática seja o REAA. Algumas das expressões com as quais nos deparamos, quando o assunto principal é o REAA, são aquelas do tipo que se refere à “cor do escocismo”, assim como, “ritos pertencentes ao escocesismo”. Com a finalidade de clarear um pouco sobre o assunto, vejamos o que disse o nosso sábio Irmão Hercule Spoladore, em seu artigo “A História da Criação do Grau 33...”: “O Escocesismo ou Escocismo, é caracterizado por uma série de ritos que nasceram na França a partir de 1649 e que tiveram um desenvolvimento bastante peculiar e sincrético, recebendo as mais variadas denominações e influências, quer filosóficas, morais, bíblico-judaicas, herméticas, rosacrucianas, templárias, politicas, religiosas e sociais, além dos modismos das épocas dos cavalheiros e gentis-homens das monarquias e reinados e também da História da Humanidade, tudo isto acontecendo num período bastante transformador de costumes.” E mais adiante: “Dos ritos escoceses e que fizeram parte do Escocesismo atualmente são praticados no mundo apenas dois, o Rito Escocês Antigo e Aceito e o Rito Escocês Retificado.” Ainda a título de ilustração, do trabalho intitulado “O Escocismo: Origens e Histórico do R.’.E.’.A.’.A.’.”, de autoria dos Irmão Benedito Roberto Macedo Silveira e Wanderlei de Mattos Trindade transcrevo a seguinte passagem: “Vale sublinhar que a principal característica de correlação do ‘escocismo’ ao Rito Escocês é a influência no campo dos Altos Graus, os ditos Graus Filosóficos. Nesta esteira, o autor citado (José Castellani) no parágrafo anterior, na mesma obra (‘O Rito Escocês Antigo e Aceito’,
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 20/36 Editora ‘A Trolha’, 3ª Edição), pág. 14, ensina que, ‘A sua característica principal, todavia, e a que mais o distingue dos noutros Ritos, é representada pelos altos Graus, que desde a sua criação, em 1748, tem despertado polêmicas acirradas, além de críticas oriundas das Obediências que não os reconhecem. Desde o seu nascedouro, a inovação tem deixado perplexos os seus analistas que vinculam as suas origens, ora a razões de ordem espiritual, filosófica e de complmentação doutrinária, ora de satisfação das vaidades e dos interesses pessoais’.” CONCLUSÃO À medida em que o trabalho, ia sendo desenvolvido, ficava claro, e aqui podemos parafrasear o Irmão José Castellani, sobre o quanto o Rito Escocês Antigo e Aceito é sui generis. Em meio a algumas controvérsias sobre as suas origens, assim como, sobre alguns mitos que se criaram, foram sendo mostrados os episódios históricos ligados diretamente às raízes do Rito, da sua origem operativa no Rito de Heredom, assim como, das influências dos personagens que vimos desfilarem, alguns responsáveis diretos por uma evolução gradativa do Rito ocasionando um acréscimo de Graus até atingirem a quantidade que o Rito compreende em sua atualidade que são os 33 Graus. O Rito Escocês Antigo e Aceito é o mais praticado no Brasil; além de ser o mais rico em simbologia, e é também o que possui o conteúdo ritualístico de maior abrangência. (Raimundo Rodrigues, pág. 63, 2010) Produto do escocesismo, que nasceu na França como Maçonaria “Stuartista”, portanto, referente à dinastia dos Stuarts, da Inglaterra e da Escócia, o rito tem em seu nome o “Escocês”, para homenagear os personagens ligados à sua criação, além de que, como sabemos, a Escócia e os escoceses tem uma longa história com relação às raízes da Maçonaria, fatos incontestáveis, mesmo sem havermos tratado neste trabalho, sobre aquela que é considerada a Loja Mãe do Mundo, a Loja de Kilwinning, e que foi fundada na Escócia. Além do mais, haveria a inspiração aí um tanto direta do discurso de Ramsay, o que acabou contribuindo para o Rito ser chamado de Escocês, no entanto, não é uma opinião compartilhada pela maioria dos historiadores. Também, essa influência não se estenderia à estrutura em si ou a liturgia, mas, em função do nome somente. E ainda existe o fato de que um quarto grau com o nome de “Mestre Escocês” é que poderia ter sido o motivo para o rito ser chamado de escocês, grau esse já praticado desde 1735. Quanto ao “Antigo e Aceito”, foi adicionado ao nome do Rito logo depois que o Grande Oriente resolveu fazer uma revisão dos Altos Graus, com o objetivo de reduzi-los. Essa redução, que foi levada a cabo no ano de 1786 acabou fazendo com que os adeptos do Rito Escocês combatessem o novo sistema e começassem a usar a denominação de Maçons Antigos e Aceitos, com o objetivo de se oporem aos Modernos do Rito Francês, situação semelhante ao que havia ocorrido na Inglaterra entre os Maçons de York e os da Grande Loja de Londres. O fato é que o Rito não foi criado na Escócia, mas, em terras da França, e nos EUA, posteriormente, é que nasceu o 1º Supremo Conselho do REAA no mundo. O Irmão Kennyo Ismail definiu muito bem essa situação, ou seja, disse que se considerarmos a sua origem com base no nome e no formato, o Rito é americano, se for considerada a origem com base na localidade onde a sua prática obteve seu desenvolvimento, o Rito então é francês e, se for considerada a sua origem baseada em suas raízes e tradições, o Rito é escocês. A mais importante característica Do Rito Escocês Antigo e Aceito, e que o distingue dos outros Ritos é essa configuração estabelecida pelos Altos Graus, criados a partir de 1758, e que culminou na criação de um Conselho Mãe em Charleston, na Carolina do Sul, EUA.
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 21/36 Por outro lado, no Brasil, o Rito acabou recebendo um grande número de inovações, sendo que, várias delas se incorporaram de tal modo na sua Ritualística, que é impossível, hoje, pretender que sejam erradicadas em definitivo, outras, no entanto, com o tempo foram ajustadas às raízes originas. Sobre seus Templos, alguns diferem bastante conforme opiniões de estudiosos do Rito. Também, no que se refere à história do REAA no Brasil, há episódios que ainda não foram estudados de forma mais aprofundada ou até foram relegados, como é o caso da Loja “Bouclier D’Honneur”, sobre cuja história o Irmão Hercule Spoladore tem um trabalho de pesquisa. (*) Em seu último capítulo, o trabalho deixou evidentes as particularidades do Rito, o que serve até para os Irmãos relembrarem ou reforçarem seus conhecimentos sobre a maneira correta de algumas práticas e sobre o que seria uso indevido de outras. O Rito Escocês Antigo e Aceito cresceu e ganhou espaço, e possui algumas variações, mas, com os seus trinta e três Graus é um verdadeiro manancial sobre muito do que a humanidade produziu para o conhecimento e a evolução do homem. O Rito Escocês Antigo e Aceito é um rito vencedor. (*) Recomendo aos Irmãos que nutrem interesse pela história do REAA, e no que tange em específico à história do Rito no Brasil, a leitura do brilhante trabalho do Irmão Hercule Spoladore, publicado na edição do JB NEWS nº 627 de 16/05/12 e também na de nº899, de 18/02/13. Essa Loja, que existiu no Brasil em 1822, seria a introdutora do REAA em nosso país. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Internet: “O Que o REAA Brasileiro Copiou da Inglaterra? – Artigo de autoria do Irmão Kennyo Ismail – Disponível em: www.noesquadro.com.br Revistas: A TROLHA, nº 341, Março/2015: “O Escocismo: Origens e Histórico do R.’.E.’.A.’.A.’.” – Trabalho de autoria dos irmãos Bebedito Roberto Macedo Silveira e Wanderlei de Mattos Trindade O PESQUISADOR MAÇÔNICO, Edição nº 15, Setembro/Outubro de 2013: “A HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DO GRAU 33 – Primeiro Supremo Conselho do Mundo” – Artigo de autoria do Irmão Hercule Spoladore. O PRUMO, Exemplar 74, 1990: “Retorno ao verdadeiro rito escocês: Parabéns Grande Oriente do Rio Grande do Sul” Irmão José Castellani – Transcrito de “A Gazeta Maçônica”, nº 186 TRIÂNGULO, Edição nº 7, Setembro de 2013: “A Criação do Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA” – Trabalho do Irmão Celso Ricardo de Almeida Livros: CASTELLANI, José. “Curso Básico de Liturgia e Ritualística” – Cadernos de Estudos Maçônicos – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2ª Edição -1994 CASTELLANI, José. “Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico” – Editora “A Gazeta Maçônica” ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria”- Universo dos Livros - 2012 RODRIGUES, Raimundo. “Cartilha do Rito Escocês” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2010
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 22/36 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br A ESPERA... Ele acordara bem cedo naquele dia, e era num sábado. Imediatamente vieram à sua mente aqueles pensamentos novamente. Não chegavam a lhe causar temores, não o deixavam nervoso, mas traziam uma expectativa que chegava a ser angustiante. Sabia que após o almoço seria procurado por alguém e que partiria para uma experiência totalmente nova. Sentou-se na beira da cama e continuou a pensar “Será que vale a pena?” Porque não lhe deram mais detalhes? Porque ao invés de lhe adiantarem alguma coisa séria, já que gostava das coisas bem explicadas, estava apenas ouvindo através de telefonemas, ou de algum amigo ou conhecido quando andava pelas ruas, piadas jocosas e sem sentido tais como que ele deveria levar milho no bolso, que teria que montar um determinado animal. Coisas tão esquisitas. Para que isso? Por acaso iria a algum circo? Achava que deveria ter tido aulas á respeito da filosofia daquela sociedade. que o receberia como um deles. Estava achando que estava prestes a viver uma aventura sem saber nada a respeito. Isso o intrigava. Para ele havia qualquer coisa de errado. Não podia ser assim. Sempre tinha ouvido falar bem da honorável sociedade, coisas boas a seu respeito. Mas também tinha ouvido muita coisa ruim, contra. Havia inclusive pressão de membros de sua família para que não se envolvesse com aquelas pessoas. Inclusive, há alguns meses havia dito à sua noiva que ingressaria naquela associação. Ela não gostou, franziu a musculatura da face, ficou quieta e como e religiosa que era, foi logo falar com o seu confidente religioso e este inexplicavelmente, já que os religiosos por má programação de suas mentes sempre dizem horrores contra a tal sociedade, mas este disse a ela que não haveria problemas, que conhecia seu noivo, que era um homem íntegro e que sabia o que queria. Afirmou ainda que aquela sociedade não era contra Deus, conhecia-a muito bem e tinha certeza de que ela procurava o bem da humanidade e investigava a verdade. 5 – A Espera .. Hercule Spoladore
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 23/36 Continuou a pensar. Havia ainda uma razão muito forte. Estava procurando buscar algo novo que preenchesse o vazio que tinha dentro de si e que vinha lhe causando um conflito existencial. As religiões não lhe deram as respostas necessárias. Elas não respondiam a uma série de questionamentos. A civilização está em crise, abandonando velhos paradigmas e buscando novos. A tecnologia avançou demais e desintegrou valores antigos. O Homem estava tentando se reencontrar. Ele vivia dentro destas indagações E ele se sentia inserido neste contesto, sabia que talvez por esta série de razões estivesse naquele dia ansioso, naquele estado de espírito. Um reencontro consigo mesmo, buscar e atingir os aspectos transcendentais da existência era a sua esperança. Achava que aquela sociedade lhe daria uma nova oportunidade, e lhe traria muitas respostas. Continuava a pensar “Não disseram um só palavra que lhe desse uma pista”. O amigo que o convidara a fazer parte da sociedade não lhe dissera coisa alguma. Gostaria de saber para que fosse mais receptivo aos ensinamentos que iria receber pelo menos uma direção, um trajeto, mas nada lhe foi revelado. Um amigo que era contra a tal sociedade lhe dissera que teria que fazer um juramento. Que espécie de juramento? Seria magia? Seria uma lavagem cerebral? Ou seria aquela ladainha longa e entediante que as religiões impingem aos seus fiéis? Seria um psico-drama? Não seria exposto ao ridículo? Lembrou-se que leu que grandes homens da humanidade pertenceram ou pertencem à sociedade. Pensou: Se eles o foram, se seguiram este caminho, também ele poderia segui-lo tranquilamente. Ai se sentiu pronto e preparado. Restava apenas aguardar o momento de ser procurado por alguém que viria buscá-lo. Verificou o terno preto, a gravata preta conforme lhe instruíram, lustrou seus sapatos pretos, e assim vestido ficou calmamente ficou esperando... Desde a hora em que havia acordado pela manhã, tinham-lhe passados centenas de pensamentos pela mente, milhões de fantasmas e ele sem querer já havia iniciado a catarse, que iria modificar sua vida. Realmente à hora marcada, naquela tarde de sábado, alguém muito afável, com um sorriso sincero e acolhedor veio buscá-lo para a grande viagem, para a sua grande jornada; Sim, era o dia de sua Iniciação na Maçonaria...
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 24/36 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve aos domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br A MAÇONARIA E O MITO SOLAR A ideia de que Deus é pura luz e o que o nosso espírito é feito de luz é uma intuição bastante antiga que já existia nos tempos mais primitivos da civilização humana. Os persas e os hindus, em épocas anteriores a Zaratustra (século XII a.C), já possuíam uma noção bastante avançada desse conceito, pois sustentavam a existência de dois princípios a reger a vida do universo. Esses princípios eram representados pelos deuses Marduc (Ahura Mazda, a luz) e Arimã, as trevas, que simbolizava a noite. Paralelamente, numa crença que tem, provavelmente, a mesma idade que a tradição religiosa persa, os egípcios também desenvolveram uma teogonia que se baseava em um conceito similar, pois colocava o deus Rá, simbolizado pelo sol, como a divindade suprema do seu panteão, a quem estavam submissas todas as outras deidades. E do outro lado o demônio Tifão, habitante das trevas, como contraponto desse poder, fórmula essa que seria reproduzida no mais famoso dos dramas iniciáticos dessa civilização, os Mistérios de Isis e Osíris.1 Similarmente, os povos da Mesopotâmia identificavam um fenômeno luminoso, representado pelo sol, como princípio gerador da vida em todo o universo. Destarte, todos seus deuses tinham vindo do espaço, sendo Baal aquele que representava o astro rei. A própria ação civilizadora da humanidade teria sido, conforme antigas crenças sumérias, uma realização desses deuses astronautas, que á terra teriam baixado em uma expedição de exploração e aqui deram início á uma colonização.2 Assim, podemos dizer que a maioria dos povos antigos desenvolveram religiões solares, onde o astro-rei aparece como origem e mantenedor da vida. Essa cultura religiosa floresceu também entre os primitivos habitantes do Novo Mundo, com destaque entre os povos astecas, maias e incas, os quais, com poucas variações, praticavam religiões solares que ainda hoje, mesmo cristianizados, os habitantes das regiões onde essas civilizações floresceram, conservam alguns mitos. 1 Teogonia é a doutrina mística que explica o nascimento do universo através da ação dos deuses. Nos Mistérios Egípcios, Osíris simboliza a luz, e seu invejoso irmão Sethi, as trevas. Ver, a esse respeito, o excelente estudo de Arthur Verluis “Os Mistérios Egípcios” publicado pelo Círculo do Livro, 1986 2 Tese defendida pelo arqueólogo Zecharias Sitchin. Ver nesse sentido sua obra O Décimo Segundo Planeta- Ed. Madras, 2012 6 – A Maçonaria e o Mito Solar João Anatalino Rodrigues
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 25/36 A influência do mito solar, entretanto, era tão forte entre os antigos, que nem os israelitas, povo inovador em termos de religião, escapou dela. Embora os israelitas tenham sintetizado os atributos da Divindade em um conceito abstrato, lançando a ideia de um Deus ─ espírito que não podia ser representado por nenhuma forma que a mente humana pudesse imaginar, eles não conseguiram fugir da noção de que Deus é, em essência, a energia que se manifesta em forma de luz. Assim, o primeiro ato de Deus, ao fazer o mundo, segundo a Bíblia, foi “libertar a luz”. Pois conforme diz o texto sagrado, o primeiro comando divino ao criar o mundo foi “ Haja luz.”3 E mais tarde, quando quis se manifestar a um ser humano, Ele o fez de dentro de uma chama, ou seja, uma forma luminosa, simbolizada por uma sarça ardente, material que não se consumia, porque, na verdade, era o reflexo da Luz de Deus.4 Por isso, toda jornada iniciática consiste numa fórmula para libertação da luz que se supõe existir no interior de todo ser humano. Todavia, o que significa “libertar a luz?” Certamente não é fabricá-la, pois fabricar sugere uma ação modificadora sobre uma matéria prima pré-existente, transformando-a em produto. A Bíblia diz que Deus “tirou” a luz de dentro das trevas e com ela fez surgir o dia e com a escuridão produziu a noite. Grandiosa metáfora essa. Pois o dia corresponde á realidade observável, ao universo real, ao chamado mundo manifesto, á tudo aquilo que se vê, enquanto que a escuridão, a ausência de luz, corresponde exatamente ao mundo das trevas, aquilo que está oculto, o que não pode ser visto, mas que pode ser desvelado quando sobre a escuridão fazemos projetar a luz do nosso entendimento. Por isso os fenômenos psíquicos da descoberta, do insight, da sabedoria, estão sempre ligados á ideia da iluminação, ou seja, lançar a luz sobre um objeto desconhecido, ou mesmo “acender a luz” dentro da nossa consciência. Isso pressupõe que o universo, tal como o vemos, é feito de luz, embora parte dele permaneça nas sombras porque sobre essa parcela da realidade existente a luz do nosso entendimento ainda não a alcançou. No entanto, a realidade é luz e a verdade se reveste dela. Por isso os Evangelhos do Novo Testamento fazem larga utilização dessa simbologia para se referir á doutrina de Jesus, sendo ele próprio chamado de “Luz do mundo”.5 Corroborando essa visão os cientistas dizem que o universo saiu de dentro de uma Singularidade que explodiu. O que era essa Singularidade, ninguém se arrisca a definir. Alguns falam em “campo energético” outros dizem que era uma estrela, outros um buraco negro, um átomo etc. Porém, nem a Bíblia escrita nem a ciência moderna explicam o que havia antes dessa explosão e o que Deus era e fazia antes de começar a fazer o universo. Mas para algo sair de dentro de alguma coisa é preciso que esse algo tenha uma existência anterior ao próprio parto. Não pode simplesmente “nascer” um ser que não tem existência anterior ao nascimento, sendo o nascimento apenas o seu ingresso na esfera da existência positiva. Nascer é uma etapa posterior a gerar. Só pode nascer algo que foi gerado. E só pode gerar algo quem tem o poder para isso. Por isso o mestre cabalista diz que “Deus, quando quis criar o universo, velou sua glória e nas pregas desse véu projetou sua sombra”. Isso quer dizer: Deus existia antes mesmo da criação do universo. Tornou-se sombra para nela concentrar a sua energia. Comprimiu-se até o limite do zero absoluto. Por isso Ele era a luz que existia dentro da própria sombra, ou como quer a ciência, a energia contida no corpo celeste que originou o Big-Bang. Na linguagem da Cabala, esse fenômeno é designado pela expressão Tzim-Tzum.6 3 Gênesis, 1:3 4 Êxodo, 3:2 5 João, 8;12 – Essa é a razão de em alguns sistemas gnósticos, o Cristo ser considerado um deus solar.
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 26/36 De um modo geral os cientistas concordam que o universo nasceu caótico e desordenado. No início era como a energia de uma bomba que explode e expele a sua força destruidora para todos os lados. Mas quando ele começa a ser organizado, quando a energia saída do Big-Bang começa a se transformar em massa, gerando os grandes corpos celestes e os sistemas siderais, todo o processo de construção universal passa a obedecer a um comando único: a lei da união. Essa lei se traduz pela força da energia existente em cada corpo, que faz com que cada um procure o seu complemento para com ele se unir e deixar a simplicidade da sua estrutura, adquirindo a qualidade do complexo, que é a marca da evolução. Cosmicamente, as estrelas se juntam em galáxias e os planetas se aglomeram em volta de estrelas para formar os sistemas. E no interior dos sistemas, os átomos se juntam para formar os compostos, os compostos para formar moléculas, as moléculas para formar organismos, sempre no sentido de uma Evolução dirigida. Fisicamente, é a prevalência da luz maior sobre a menor, a energia mais forte sobre a mais fraca, a força natural da atração, firmada na quarta Lei de Newton, segundo a qual "matéria atrai matéria na razão direta do volume de suas massas e na razão inversa do quadrado da distância entre elas”. Isso tudo pode ser traduzido pela lei da União, conhecida pelos cientistas como Lei da Gravidade, que o Criador colocou no núcleo de todo grão de matéria, para fazer com que a totalidade dispersa, em dado momento da vida cósmica, se reúna em um ponto único, que é, como bem viu Teilhard de Chardin em sua extraordinária visão hiperfísica do universo, o destino finalístico da obra de Deus.7 Nasce daí a ideia arquetípica da existência de uma deidade máxima, primeiramente simbolizada pelo sol, que os antigos povos cultuavam como princípio e fim de todas as coisas, de onde tudo vinha e para onde tudo voltava. E nasce também desse pressuposto a função específica do pensamento humano, cujo objetivo imediato é produzir, na escala da sabedoria cósmica, um fenômeno semelhante. Pois que a função da mente do homem é justamente dar ordem ao caos da materialidade, identificando e catalogando todas as realidades que saem do útero cósmico. Por esse motivo nos foi dada a capacidade de pensar para conhecer. E essa, precisamente, é a razão pela qual a sabedoria nos aparece como sendo um fenômeno luminoso produzido pela ação da nossa consciência sobre o objeto que ela se propõe conhecer. Por isso a metáfora “lançar luz sobre as coisas” designa exatamente essa propriedade da mente humana de revelar o que está oculto nas sombras da ignorância, nas trevas da obscuridade, na impenetrabilidade do quarto escuro, onde os mistérios do universo aguardam o foco de luz que a lanterna da inteligência humana projetará sobre eles para serem revelados. Isso é o que, na Maçonaria, significa por Ordem no Caos (Ordo ab Chaos). No nosso sistema essa “Ordo ab Caos” é realizada pelo poder do Sol, cuja força de atração mantém girando em volta dele os planetas. Justifica-se, portanto, que todas as religiões, de uma forma ou de outra, estejam ligadas ao mito solar, pois é a sua luz a 6 Tzim-Tzum, em hebraico quer dizer, “contração”. Dizem os mestres cabalistas que Deus “contraiu” a sua infinitude para “caber” dentro de um espaço finito (o universo). Por isso eles definem o universo físico como a “pressão de Deus sobre si mesmo” e o Big- Bang é o “parto de Deus”. 7 Teilhard de Chardin- O Fenômeno Humano, Ed. Cultrix, 1968. Finalístico sim, e não final, porque sendo o universo resultado de energia que se transforma, ele nunca se acabará.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 27/36 responsável pela vida na terra. Não é outra a razão de a Maçonaria cultuar, entre os seus símbolos, o Sol, que na Loja é representado pelo Venerável Mestre em seu trono. 8 Jesus expressou essa ideia quando colocou para os seus discípulos a expressiva parábola que diz: “Ninguém acende uma lamparina e depois a coloca debaixo de um cesto ou de uma cama. Pelo contrário, a lamparina é colocada no candeeiro para que todos os que entram vejam a luz. Pois tudo o que está escondido será descoberto, e tudo o que está em segredo será conhecido e revelado.”.9 Isso porque nada ofusca o brilho de Deus nem apaga a luz que Ele dá aos homens. Não há poder no universo que não seja dado pelo brilho da sua luz. Por isso o poder do homem está naquilo que ele sabe, naquilo que ele aprende e consegue usar para o seu próprio benefício e da espécie a qual ele pertence. E como Deus é pura luz, a ele só nos integraremos quando nós mesmos também formos luz purificada. Nessa meta se consumam todas as escatologias.10 Essa é razão pela qual toda disciplina iniciática buscar, simbolicamente, levar o iniciado a um estado em que ele possa, livremente, liberar a própria luz que nele existe. Aquela "luz interdita” contida, presa na matéria pela condição de profano em que ele se encontra até adquirir a iluminação.11 Dai as perguntas contidas no ritual de iniciação maçônica que se refere ao "temerário que tem o arrojo de querer forçar a entrada no Templo" e a consequente resposta que diz tratar-se de "um pobre candidato que caminha nas trevas e, despojado de todas as vaidades, deseja receber a Luz". E também o motivo do porque ele, antes de ser efetivamente iniciado nos Mistérios Maçônicos, ter que conviver com as trevas, a ideia da morte e a escuridão do seu próprio interior psíquico. É que para receber a Luz é preciso, primeiro, saber no que consistem as trevas. Ou seja, praticar ritualisticamente o próprio Tzim-Tzum. Isso é repetir o mesmo ato praticado pelo Criador na transposição de Si mesmo do Véu da Existência Negativa para o Véu da Existência Positiva. E por fim a apoteose final da iniciação, que revela o cerne do simbolismo contido nesse verdadeiro culto á Luz, que está implícito em praticamente todas as doutrinas iniciáticas, o qual a Maçonaria conservou como sua primeira e fundamental proposta espiritualista. No momento em que lhe caem as vendas dos olhos, como ao rabino Saulo diante do sacerdote cristão Ananias, é que o iniciado vê o novo mundo que se abre diante dos seus olhos. E é então que se revela o magno mistério que todos os espíritos procuram quando buscam a iniciação maçônica:  ● ● NO PRINCÍPIO DO MUNDO, DISSE O GR.’. ARQ .’. DO UNIV.’.: 1. ─ FAÇA-SE A LUZ, 2. ─ A LUZ FOI FEITA. 3. ─ A LUZ SEJA DADA AO NEÓFITO. 12 8 Na imagem, a “Trindade Maçônica”, representando o Sol, a Lua e o Olho Onisciente, ícones obrigatórios em todos os Templos maçônicos. 9 Lucas: 8:16:18 10 Escatologia é a doutrina da consumação dos tempos, da história e da finalidade do homem. 11 A expressão “luz interdita” se refere ao fenômeno luminoso que é associado á uma partícula atômica de alta radiação. 12 Cf. O Ritual do Aprendiz- GOB- REAA- Imagem: Revista Universal Maçônica.
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 28/36 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome Oriente 05/03/2005 Aurora Florianópolis 10/03/1972 Templários da Justiça Lages 15/03/1998 Estrela do Sul Lages 18/03/1998 Jacy Daussen São José 18/03/2011 Monteiro Lobato Itajaí 19/03/1993 III Milênio Curitibanos 19/03/1994 Renascer da Luz Criciúma 20/03/1949 Januário Corte Florianópolis 23/03/1996 Pedra Cintilante Itapema 24/03/1998 Fiel Amizade Florianópolis 30/03/1998 Amigos para Sempre Joinville 30/03/1999 Círculo da Luz Joinville 31/03/1975 Estrela do Mar Balneário Camboriú 31/03/2011 Colunas do Arquiteto Ituporanga 7 – DESTAQUES JB – Resenha Geral Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de Março
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 29/36 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Nome Oriente 03.03.2012 Guardiões das Virtudes - 4198 Biguaçú 14.03.1981 Estrela do Planalto -2119 Canoinhas 16.03.1899 União III Luz E Trab. 664 Porto União 16.03.2005 Cavaleiros da Luz - 3657 Florianópolis 19.03.2004 Quintessência - 3572 Bombinhas 21.03.1990 Luz da Acácia - 2586 Jaraguá do Sul 21.03.2009 Acácia de Balneário - 3978 Baln. Camboriú 29.03.1973 Acácia Joinvilense - 1937 Joinville 29.03.1973 Gênesis - 2701 Tubarão 29.03.2012 União Palhocense - 4236 Palhoça 30.03.2006 Luz da Porta do Vale - 3764 Itajaí GLSC - http://www.mrglsc.org.br Data Nome da Loja Oriente 11.03.2003 Fraternidade Itajaiense nr. 85 Itajaí 17.03.2010 Fonte de Luz nr. 102 Chapecó 18.03.1989 Tríplice Fraternidade nr. 48 Dionísio Cerqueira 20.03.2009 Acácia Itajaiense II nr. 100 Itajaí 21.03.1940 Cruzeiro do Sul nr. 05 Joaçaba 24.03.2010 Loja do Sol nr. 103 Blumenau 28.03.1970 Pitágoras nr. 15 Florianópolis 30.03.1995 Leão de Judá nr. 62 Florianópolis
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 30/36 Observação Mensagem da Grande Loja Maçônica do Estado do Acre Queridos irmãos, A Páscoa é sinônimo de ressurreição, mudança, transformação, renascer! Renascer é nascer, somos nós mesmos que renascemos nos nossos filhos e renova nosso amor. A Páscoa é amor, fraternidade, união. Devemos lembrar que Cristo morreu, mas ressuscitou, e fez isso somente para nos ensinar a matar nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações. A Páscoa é a ressurreição das nossas almas. Este é o dia de renascer, começar tudo de novo. De nos libertamos do mal que corrompeu nossas almas, e das ações que temos feito e nos recobrirmos com o véu da pureza da alma que tivemos um dia. Abandonar tudo o que é velho e antigo e olhar para frente com coragem. Nos dedicarmos à vida como quem absorve o sumo de um fruto saboroso. Que essa Páscoa não seja apenas o almoço em família, a troca de ovos de chocolate e ver a alegria das crianças quando recebem, que não seja também a tristeza daqueles que vão estar sozinhos ou dos que não podem comemorar com festas e chocolates, ou daqueles que estão doentes e sem esperanças. Que seja renovado em cada um de nós a fé, a esperança, a capacidade de recomeçar, de perdoar, de respeitar o próximo, e de pelo menos se esforçar para viver em harmonia e equilíbrio. Que ela seja a mudança, a transformação, o renascer! Que nesse dia, todos tenham capacidade de entender o verdadeiro sentido da Páscoa. Que esta seja a verdade da sua e da nossa Páscoa! Feliz Páscoa! Fernando Zamora Grão-Mestre
  • 31. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 31/36
  • 32. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 32/36 Homenagem ao Dia Mundial do Circo e ao Artista Circence Do Irmão e Poeta Adilson Zotovici ARLS Chequer Nassif-169 São Bernardo do Campo - GLESP O CIRCO Desde muitos anos, Próximo a quatro mil ! Chineses, gregos, romanos... Na Inglaterra, no Brasil ! Egípcios, indianos... ! Alegra esse grupo gentil ! Da plebe aos imperadores, Sob o imenso manto anil Ou sob tendas multicores Do ancião ao infantil ! Entretendo esses atores Em evoluções até suicidas ! Como os viris gladiadores, Bigas em acirradas corridas Todos de grandes valores ! São pessoas nascidas Com dons especiais, Habilidosas...mas sofridas ! Dos picadeiros, os tais ! Suas artes, suas próprias vidas Bons intérpretes teatrais Pirófagos, ilusionistas, Domadores de animais Mágicos, equilibristas Todos sempre fenomenais ! Tais quais os malabaristas Sempre grande atração Pois destacados artistas Que alegram o coração, “Os Palhaços”, que altruístas ! O CIRCO enfim e sua tradição ! Os Saltimbancos, os elitizados , Sempre com linda missão Aos simplórios, aos privilegiados De trazer o riso, a emoção ! Graças...bem aventurados ! Dos serviçais aos reis da alegria ! Tal Carequinha, Piolin, tão engraçados O livre pedreiro “Arrelia” ... Circenses imortais...iluminados !
  • 33. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 33/36 Templo da Loja “Unión y Progresso” nr. 9 de Encarnación, Paraguai (foto JB News)
  • 34. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 34/36 Os vídeos são pesquisados ou repassados, em sua maioria, por irmãos colaboradores do JB News. 1 –Emocionante: oi maior coral do mundo http://www.tudoporemail.com.br/video.aspx?emailid=6215 2 – O valioso tempo dos maduros: O valioso tempo dos maduros ver140512.pps 3 – Palácio de Catalina: Palacio_de_Catalina_011.pps 4- Por que um navio não afunda? https://www.youtube.com/watch?v=Vls9E6TUB-w 5 – Elegância no Rali: Raliul elegantei.pps 6 - Capela Rosslyn (Edimburgo): https://www.youtube.com/watch?v=DLYpqfMCLNU 7 – Filme do dia: (A Primeira Cruzada) - Uma incrível história sobre as batalhas pela conquista de Jerusalém. Cristãos e muçulmanos em 200 anos de uma guerra sem fim, excelente documentário . https://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4
  • 35. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 35/36 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos no “Fechando a Cortina” Deixo que role por minha face, esta lágrima tão amiga. Procura a alegria, que se perdeu no mundo das decepções. Por onde passa, geme a dor do abandono, liberta o grito da saudade, depositando recados e pedindo perdão, sem haver pecado. Retorna, sem partir, na esperança de encontrar quem foi embora. Molhando o caminho por onde passa, enxerga as cenas do passado, ouve vaias, aplausos, risos frenéticos e olhares desconfiados.
  • 36. JB News – Informativo nr. 2.003 – Florianópolis (SC) domingo, 27 de março de 2016 Pág. 36/36 Persistente, lava a minh´alma e é recebida com carinho... Faz as suas confissões, reclama das paixões e das traições. Fala de saudade, não se conforma com a maldade, que feriu meu coração. Atenta, retorna aos meus sentimentos, sob o olhar intenso da ribalta, aplaudida por minha gratidão ! Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis