SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Com base no conto Calvário Materno, do livro “A Vida Escreve”, pelo
Espírito Hilário Silva. (Momentos de Paz Maria da Luz).
Conta-nos assim o autor.
Quando Maria Quitéria, viúva e doente, chegou à casa do Dr. Lauro de
Melo, tinha o corpo mais morto que vivo. O médico e a senhora, amigos
de longo tempo, receberam-na entediados. Trazia Quitéria o semblante
deformado. Perdera um dos olhos e o outro se mostrava esbugalhado, a
verter uma lágrima que não chegava a cair. O rosto queimado meses antes
por grande porção de vitríolo, impunha-lhe dolorosa feição. Parecia muito
mais um monstro em corpo de mulher.
Estou quase cega, dizia, humilhada, e, além disso, com o acidente sou hoje
inútil. Espantam-se todos. Leio anúncios, pedindo serviçais. Compareço.
Entretanto, quando me veem, desanimam. Tento a lavanderia; contudo,
dizem que trago moléstia contagiosa. E apresentando Licurgo, o filhinho
de cinco anos, falou súplice: Ofereço-lhes o menino. É meu único filho,
mas vivemos os dois em fome e penúria. D. Ninita, a dona da casa, olhou
o pequeno com simpatia. Não tinha filhos e dispunha-se a tutelá-lo. O
petiz, mal vestido, correspondia-lhe a atenção, com agudeza e inteligência.
O garoto será nosso, disse. Mas se vier com papel passado. Sem que você
faça renúncia completa, desisto.
A lágrima parada no olho doente fez-se mais grossa e o pranto jorrou.
Pranto resignado, silencioso. Ainda assim, Maria Quitéria teve forças para
acariciar o menino e entregá-lo, assumindo o compromisso de assinar o
sacrifício em cartório.
O menino Licurgo, agora o moço Licurgo de Melo, pela generosidade do
casal que o perfilhara, sempre que vinha de férias encontrava no lar a
pobre lavadeira cercando-o de atenções. Não compreendia por que os pais
adotivos facultavam a Maria Quitéria liberalidades tão grandes. E somente
à força dos bons conselhos em casa lhe suportava os carinhos. Às vezes,
noite alta, ao chegar da rua, ouvia passos de leve.
Podia esperar. Num minuto, a prestimosa lavadeira vinha trazer-lhe o
chocolate que não pedira. E, sorrindo, zombava de suas poucas letras,
exclamando: Você é uma excelente megera. Acostumada a vocabulário
restrito, a pobre criatura tartamudeava palavras de reconhecimento e
alegria, como se ele houvera dito: Você é uma excelente mamãe. À mesa,
servia-lhe quitutes raros em regime de exceção. Ele, porém, não perdia
oportunidade para magoá-la. Se lhe dirigisse qualquer olhar de
enternecimento, ao passar distraído, nas proximidades do tanque de lavar,
avançava de pronto, à feição de um gato ferido, mergulhando-lhe a cabeça
disforme na tina d'água.
Quando a via rondando o quarto, batia a porta, colérico. E, quando podia,
buscava os pejorativos mais duros para lançar-lhes no rosto, com
sorridente expressão, como se fossem elogios adocicados.
Jovem médico e recém-casado, o Dr. Licurgo de Melo, de parceria com o
pai pelo coração, consagrava-se, agora, à arruinada saúde de D. Ninita, a
caminho da morte. E, junto deles, Maria Quitéria, mais cansada, era
sombra a mover-se, ajudando calada. Vigílias. Dificuldades. Rosana, a
esposa jovem, mantinha-se a distância, no governo doméstico. Depois de
muitos dias e noites esfalfantes, a doente cerrou os olhos do corpo para
não mais abri-los. Inconsolável, o viúvo aceitou o alvitre de parentes
bondosos, decidindo-se por alguns meses no campo.
Maria Quitéria, abandonada agora aos caprichos dos donos mais moços da
casa, passou a sofrer rude trato. Nem mesmo a memória de D. Nina, por
ela invocada nos momentos difíceis, foi sequer respeitada. Dr. Licurgo e
Rosana, partilhando por ela a mesma antipatia gratuita, submeteram-na a
insuportáveis humilhações. Velhos sapatos no fogo. Roupa humilde
subtraída à velha canastra para servir como esfregão na limpeza dos pisos.
Comida escassa. E, por fim, a expulsão. Entretanto, nunca se encorajava a
sair, ainda mesmo sob ameaças. Tantas lhe foram, porém, as dores e as
privações, que um dia não mais se ergueu. Agora é levá-la à força para o
hospital, dissera Rosana, a dominadora; e Licurgo, com toda a facilidade,
desterrou-a para uma seção de indigentes.
Atendendo à oração de dois estudantes de Medicina, dedicados à
assistência cristã, conhecemos Maria Quitéria, em seu leito de angústia. A
cirrose do fígado agravava-se pouco a pouco. Nada conseguia deter a
esclerose retrátil, agora irreversível. Visitamos, assim, a casa principesca
do filho que a conhecia, desconhecendo-a. E vimos a volta do Dr. Lauro de
Melo ao antigo solar em que fora feliz. Era noite. Depois do chá, com
saborosos confeitos, perguntou pela serviçal, ao que Rosana informou,
displicente: Afinal de contas, Dr. Lauro, Maria Quitéria era um trambolho
difícil de conservar. O velho médico ouviu todo o relatório, carregando o
cenho, e, depois, tomando corajosamente a palavra, explicou-lhe a verdade
total.
A pedido da própria Maria Quitéria, a esposa desencarnada e ele se
abstiveram de dar-lhes a conhecer a realidade. Ela temia fazer o filho
infeliz, diante da aversão que sua presença sempre lhe causava. E, por fim,
ele, que conhecia agora os segredos do sofrimento moral, ante a saudade
constante da companheira, chorou intensivamente, ao contar que fora o
próprio Licurgo, quando menino de quatro anos, que lhe despejara no rosto
um vidro de ácido sulfúrico. O pai, operário simples de uma grande
oficina, possuía o corrosivo em casa, como material de serviço. Na noite
seguinte ao dia dos funerais dele, enquanto a infortunada viúva dormia,
Licurgo, na inconsciência infantil, entornara-lhe o ácido na face.
Maria Quitéria sofrera terrivelmente, mas escapara, embora conservando
monstruoso semblante. Licurgo chorava, abraçado à esposa, igualmente
banhada em pranto. Na mesma noite, demandaram a enfermaria, que se
abriu facilmente, extra ordens, ante as duas patentes médicas. Entre leitos
anônimos, Maria Quitéria agonizava. Dr. Lauro tomou-lhe o pulso e
abanou a cabeça. Era tarde. Licurgo e Rosana ajoelharam ao pé da cama;
Mamãe! Mamãe! Gritou ele, chorando, por que não me disse tudo? A
enferma, nas raias da morte, identificando as visitas, cobrou ânimo e
contemplou-o, enternecida. Daria tudo para erguer a mão quase fria e
afagar-lhe a cabeça, mas não pode. Licurgo, porém, viu que aquele
inesquecível olhar o reconhecera, e pediu:
Mamãe, minha mãe, perdoe-me, perdoe-me! Ela reunindo todas as forças e
como se nunca tivesse razões para perdoar, simplesmente falou: Deus te
abençoe, meu filho! E, passeando a triste expressão do olho semimorto
pelo aposento, disse ainda: Meu filho, meu filho, leve-me para casa.
Entretanto, não mais voltou. Ao calor do abraço filial, encharcado de
lágrimas, dormiu, e veio ter conosco. A morte, qual humanitária cirurgiã,
refizera-lhe o rosto. E dormindo em nossos braços, na viagem para a vida
melhor, guardava a expressão serena de um anjo.
REFLEXÃO:
A harmonia entre os homens, neste mundo de provas e expiações, depende
fundamentalmente da aceitação e do respeito para com as diferenças
individuais.
Todos somos diferentes uns dos outros, em dons, em talentos, em
características físicas, morais ou intelectuais, apesar de sermos iguais em
Criação. As diferenças individuais podem ser percebidas em diversos
aspectos, como por exemplo, em religião, em raça, em classe social, no
nível intelectual, no nível de conhecimento, na idade, na estrutura física,
na estrutura moral, Não saber lidar com essas diferenças, dá margem ao
surgimento do preconceito, que é filho do orgulho e segrega, separa,
desarmoniza as criaturas de Deus. O preconceito é uma herança do nosso
instinto animal, que tende a não aceitar animais de outras raças ou espécie,
em nosso habitat natural.
O homem expressa o preconceito diante das diferenças observadas,
sentindo-se mal diante delas; e o que é pior, negando qualquer valor
existente e que possa ser observado pelo semelhante. Se é diferente, não
serve; não presta, deve ser segregado, separado, ou mesmo eliminado.
Frases como estas, são frequentes entre os homens: Ah! Ele não passa de
um mendigo; esse cara é um debiloide. O preconceito produz a iniquidade,
ferindo a lei da igualdade entre as criaturas, lei de Deus. O pior, é que,
preconceito gera preconceito, conforme a lei da ação e reação. Apenas o
cumprimento da lei do amor, consegue vencer essa cadeia de preconceitos.
O preconceito é tão nocivo que leva nações inteiras a se digladiarem, em
guerra. Na Idade Média, por exemplo, o preconceito religioso matou muita
gente. Jesus foi um dos maiores mártires, crucificado pelo preconceito, e
veio apenas nos exemplificar o amor. O preconceito julga ter valores
superiores que, mais das vezes, não existe. Um dos piores preconceitos
que pode ser observado, é a aversão natural que sentimos diante de
deficientes físicos, principalmente, daqueles cujas deficiências físicas
aparentes identificam graves mutilações ou transformações na estrutura do
corpo. Muitos de nós, ainda não nos sentimos preparados para conviver
com essas criaturas que, em geral, necessitam de nossa ajuda, por não
terem condições de sobreviverem isoladas.
A Espiritualidade nos diz que o amor cobre a imensidão dos pecados; o
amor nada exige, tudo suporta, e a tudo entende. O amor não se queixa, a
tudo releva e perdoa; o amor é resignado, tolerante, fazendo nascer no
coração a esperança, reforça a fé, ensinando desprendimento e caridade. O
amor de mãe, com muito maior razão, faz com que os filhos sempre sejam
vistos como os melhores, ao mais capazes. A experiência materna, a
oportunidade de ser mãe, talvez seja a mais elevada dádiva que Deus
concede a seus filhos. Só o amor é capaz de vencer o preconceito, pois, é
capaz de tirar as máscaras das desigualdades naqueles que o
experimentam.
Para o amor das mães, os filhos não têm defeitos; suas falhas morais
sempre são vistas como pequenas fraquezas, que não comprometem. Não
existe nada mais sublime no mundo que o amor de mãe. Que Deus
abençoe a todas elas.
Muita Paz!
Visite meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos
Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o
Espiritismo.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calamO reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calam
f t
 
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto curyA ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
lias7
 

Mais procurados (15)

PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
 
Olhar cristão n2 materia de capa
Olhar cristão n2   materia de capaOlhar cristão n2   materia de capa
Olhar cristão n2 materia de capa
 
12 a cura completa
12   a cura completa12   a cura completa
12 a cura completa
 
Alegria e mau humor (1)
Alegria e mau humor (1)Alegria e mau humor (1)
Alegria e mau humor (1)
 
Sete dias sem fim trecho
Sete dias sem fim trechoSete dias sem fim trecho
Sete dias sem fim trecho
 
Tratado de psicologia_revolucionaria__vm_samael1
Tratado de psicologia_revolucionaria__vm_samael1Tratado de psicologia_revolucionaria__vm_samael1
Tratado de psicologia_revolucionaria__vm_samael1
 
Suicidio - GEC 23 fevereiro 2013
Suicidio - GEC 23 fevereiro 2013Suicidio - GEC 23 fevereiro 2013
Suicidio - GEC 23 fevereiro 2013
 
Oportunidades para ser bom
Oportunidades para ser bomOportunidades para ser bom
Oportunidades para ser bom
 
O reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calamO reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calam
 
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
Sobre a morte_e_o_morrer_elisabeth_kuble (2)
 
O drama da Bretanha
O drama da BretanhaO drama da Bretanha
O drama da Bretanha
 
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto curyA ditadura da beleza e a revolução das mulheres   augusto cury
A ditadura da beleza e a revolução das mulheres augusto cury
 
Superando com Amor (Degustação)
Superando com Amor  (Degustação)Superando com Amor  (Degustação)
Superando com Amor (Degustação)
 
Testemunho
TestemunhoTestemunho
Testemunho
 
Conto Black Wings- especial Dia dos Namorados
Conto Black Wings- especial Dia dos NamoradosConto Black Wings- especial Dia dos Namorados
Conto Black Wings- especial Dia dos Namorados
 

Destaque

Canção negreira - José Craveirinha
Canção negreira - José CraveirinhaCanção negreira - José Craveirinha
Canção negreira - José Craveirinha
Mima Badan
 
Viver não doi
Viver não doiViver não doi
Viver não doi
valdiroliv
 
O que é o amor - Caldas Barbosa
O que é o amor - Caldas BarbosaO que é o amor - Caldas Barbosa
O que é o amor - Caldas Barbosa
Mima Badan
 
Não deixe seu sonho morrer - Sílvia Schmidt
Não deixe seu sonho morrer - Sílvia SchmidtNão deixe seu sonho morrer - Sílvia Schmidt
Não deixe seu sonho morrer - Sílvia Schmidt
Mima Badan
 
O homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo Agualusa
O homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo AgualusaO homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo Agualusa
O homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo Agualusa
Mima Badan
 

Destaque (20)

Quaresma é tempo de penitência?
Quaresma é tempo de penitência?Quaresma é tempo de penitência?
Quaresma é tempo de penitência?
 
Conflitos psicológicos
Conflitos psicológicosConflitos psicológicos
Conflitos psicológicos
 
A incompreensão dos homens
A incompreensão dos homensA incompreensão dos homens
A incompreensão dos homens
 
Canção negreira - José Craveirinha
Canção negreira - José CraveirinhaCanção negreira - José Craveirinha
Canção negreira - José Craveirinha
 
Viver não doi
Viver não doiViver não doi
Viver não doi
 
Jesus mandou alguém
Jesus mandou alguémJesus mandou alguém
Jesus mandou alguém
 
A caridade da língua
A caridade da línguaA caridade da língua
A caridade da língua
 
Esvaziando os armários de nossa vida
Esvaziando os armários de nossa vidaEsvaziando os armários de nossa vida
Esvaziando os armários de nossa vida
 
Sobre a mágoa
Sobre a mágoaSobre a mágoa
Sobre a mágoa
 
Esquecimento do passado
Esquecimento do passadoEsquecimento do passado
Esquecimento do passado
 
Medidas da felicidade
Medidas da felicidadeMedidas da felicidade
Medidas da felicidade
 
Tempo de amolar o machado
Tempo de amolar o machadoTempo de amolar o machado
Tempo de amolar o machado
 
A vida em família
A vida em famíliaA vida em família
A vida em família
 
O que é o amor - Caldas Barbosa
O que é o amor - Caldas BarbosaO que é o amor - Caldas Barbosa
O que é o amor - Caldas Barbosa
 
Equilíbrio físico e equilíbrio mental
Equilíbrio físico e equilíbrio mentalEquilíbrio físico e equilíbrio mental
Equilíbrio físico e equilíbrio mental
 
O poder das trevas
O poder das trevasO poder das trevas
O poder das trevas
 
Não deixe seu sonho morrer - Sílvia Schmidt
Não deixe seu sonho morrer - Sílvia SchmidtNão deixe seu sonho morrer - Sílvia Schmidt
Não deixe seu sonho morrer - Sílvia Schmidt
 
Sofrer não é opção cezar
Sofrer não é opção cezarSofrer não é opção cezar
Sofrer não é opção cezar
 
O homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo Agualusa
O homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo AgualusaO homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo Agualusa
O homem que vinha ao amanhecer - José Eduardo Agualusa
 
A virtude e os superiores e os inferiores
A virtude e os superiores e os inferioresA virtude e os superiores e os inferiores
A virtude e os superiores e os inferiores
 

Semelhante a Sobre o preconceito

Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014
fespiritacrista
 

Semelhante a Sobre o preconceito (20)

Necessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisNecessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituais
 
Necessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituaisNecessidade de valores espirituais
Necessidade de valores espirituais
 
Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10
 
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo IV - Jerônimo de Araújo Silveira ...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo IV - Jerônimo de Araújo Silveira ...Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo IV - Jerônimo de Araújo Silveira ...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo IV - Jerônimo de Araújo Silveira ...
 
Nosso lar 04omédicoespiritual
Nosso lar 04omédicoespiritualNosso lar 04omédicoespiritual
Nosso lar 04omédicoespiritual
 
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
 
Boletim Informativo Maio 2016
Boletim Informativo Maio 2016Boletim Informativo Maio 2016
Boletim Informativo Maio 2016
 
Troque o Trabalho por Saúde: Suba o Morro
Troque o Trabalho por Saúde: Suba o MorroTroque o Trabalho por Saúde: Suba o Morro
Troque o Trabalho por Saúde: Suba o Morro
 
28 a queixosa
28   a queixosa28   a queixosa
28 a queixosa
 
Visão de Eurípedes
Visão de EurípedesVisão de Eurípedes
Visão de Eurípedes
 
10 o investigador inconsciente
10 o investigador inconsciente10 o investigador inconsciente
10 o investigador inconsciente
 
30 mania de enfermidade
30   mania de enfermidade30   mania de enfermidade
30 mania de enfermidade
 
Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020
Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020
Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020
 
Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014
 
Ave maria materialismo
Ave maria   materialismoAve maria   materialismo
Ave maria materialismo
 
Estudo sobre Vicios
 Estudo sobre Vicios  Estudo sobre Vicios
Estudo sobre Vicios
 
Theodor e katia é obsessão
Theodor e katia é obsessãoTheodor e katia é obsessão
Theodor e katia é obsessão
 
A evolução da espiritualidade
A evolução da espiritualidadeA evolução da espiritualidade
A evolução da espiritualidade
 
Sexo e Destino cap.11
Sexo e Destino cap.11Sexo e Destino cap.11
Sexo e Destino cap.11
 
Triduo_ Gli sguardi di suor Maria Troncatti_POR
Triduo_ Gli sguardi di suor Maria Troncatti_PORTriduo_ Gli sguardi di suor Maria Troncatti_POR
Triduo_ Gli sguardi di suor Maria Troncatti_POR
 

Mais de Helio Cruz

Mais de Helio Cruz (20)

O pior inimigo
O pior inimigoO pior inimigo
O pior inimigo
 
Entusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidadeEntusiasmo e responsabilidade
Entusiasmo e responsabilidade
 
A candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueireA candeia debaixo do alqueire
A candeia debaixo do alqueire
 
O credor incompassivo
O credor incompassivoO credor incompassivo
O credor incompassivo
 
O poder das palavras
O poder das palavrasO poder das palavras
O poder das palavras
 
Pedir e obter
Pedir e obterPedir e obter
Pedir e obter
 
A virtude os superiores e os inferiores
A virtude   os superiores e os inferioresA virtude   os superiores e os inferiores
A virtude os superiores e os inferiores
 
O peso da luz
O peso da luzO peso da luz
O peso da luz
 
Universidade de amor
Universidade de amorUniversidade de amor
Universidade de amor
 
A parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritualA parentela corporal e espiritual
A parentela corporal e espiritual
 
O homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritualO homem e a vida espiritual
O homem e a vida espiritual
 
O dom esquecido
O dom esquecidoO dom esquecido
O dom esquecido
 
Dia nacional da caridade
Dia nacional da caridadeDia nacional da caridade
Dia nacional da caridade
 
Marta e maria
Marta e mariaMarta e maria
Marta e maria
 
O progresso espiritual
O progresso espiritualO progresso espiritual
O progresso espiritual
 
Viver para deus
Viver para deusViver para deus
Viver para deus
 
O Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do EspiritismoO Marco inicial do Espiritismo
O Marco inicial do Espiritismo
 
A quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismoA quaresma e o espiritismo
A quaresma e o espiritismo
 
Os nossos julgamentos
Os nossos julgamentosOs nossos julgamentos
Os nossos julgamentos
 
Sal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundoSal da terra e luz do mundo
Sal da terra e luz do mundo
 

Último

Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALAntropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
MiltonCesarAquino1
 
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTOA Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
ADALBERTO COELHO DA SILVA JR
 

Último (17)

Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyoNovo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
 
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptxBíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
 
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptxLição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
 
JOGRAL para o dia das MÃES igreja .pdf
JOGRAL  para o dia das MÃES igreja .pdfJOGRAL  para o dia das MÃES igreja .pdf
JOGRAL para o dia das MÃES igreja .pdf
 
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdfComentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
 
Oração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo BrasileiroOração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo Brasileiro
 
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALAntropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
 
ABRAÃO pai da fé catequese para crianças .pptx
ABRAÃO pai da fé catequese para crianças .pptxABRAÃO pai da fé catequese para crianças .pptx
ABRAÃO pai da fé catequese para crianças .pptx
 
Desiderio Desideravi: formação litúrgica
Desiderio Desideravi: formação litúrgicaDesiderio Desideravi: formação litúrgica
Desiderio Desideravi: formação litúrgica
 
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiroO CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
 
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptxFORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
 
Boletim Espiral número 74, de abril de 2024
Boletim Espiral número 74, de abril de 2024Boletim Espiral número 74, de abril de 2024
Boletim Espiral número 74, de abril de 2024
 
Aula de Escola Bíblica - 2 Coríntios cap. 11
Aula de Escola Bíblica - 2 Coríntios cap. 11Aula de Escola Bíblica - 2 Coríntios cap. 11
Aula de Escola Bíblica - 2 Coríntios cap. 11
 
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTOA Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
 
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptxLição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
 
livro de atos dos apóstolos- Cap 22 a 24 - o julgamento de Paulo
livro de atos dos apóstolos- Cap 22 a 24 - o julgamento de Paulolivro de atos dos apóstolos- Cap 22 a 24 - o julgamento de Paulo
livro de atos dos apóstolos- Cap 22 a 24 - o julgamento de Paulo
 
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo MissionárioMissões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
 

Sobre o preconceito

  • 1.
  • 2. Com base no conto Calvário Materno, do livro “A Vida Escreve”, pelo Espírito Hilário Silva. (Momentos de Paz Maria da Luz). Conta-nos assim o autor. Quando Maria Quitéria, viúva e doente, chegou à casa do Dr. Lauro de Melo, tinha o corpo mais morto que vivo. O médico e a senhora, amigos de longo tempo, receberam-na entediados. Trazia Quitéria o semblante deformado. Perdera um dos olhos e o outro se mostrava esbugalhado, a verter uma lágrima que não chegava a cair. O rosto queimado meses antes por grande porção de vitríolo, impunha-lhe dolorosa feição. Parecia muito mais um monstro em corpo de mulher.
  • 3. Estou quase cega, dizia, humilhada, e, além disso, com o acidente sou hoje inútil. Espantam-se todos. Leio anúncios, pedindo serviçais. Compareço. Entretanto, quando me veem, desanimam. Tento a lavanderia; contudo, dizem que trago moléstia contagiosa. E apresentando Licurgo, o filhinho de cinco anos, falou súplice: Ofereço-lhes o menino. É meu único filho, mas vivemos os dois em fome e penúria. D. Ninita, a dona da casa, olhou o pequeno com simpatia. Não tinha filhos e dispunha-se a tutelá-lo. O petiz, mal vestido, correspondia-lhe a atenção, com agudeza e inteligência. O garoto será nosso, disse. Mas se vier com papel passado. Sem que você faça renúncia completa, desisto.
  • 4. A lágrima parada no olho doente fez-se mais grossa e o pranto jorrou. Pranto resignado, silencioso. Ainda assim, Maria Quitéria teve forças para acariciar o menino e entregá-lo, assumindo o compromisso de assinar o sacrifício em cartório. O menino Licurgo, agora o moço Licurgo de Melo, pela generosidade do casal que o perfilhara, sempre que vinha de férias encontrava no lar a pobre lavadeira cercando-o de atenções. Não compreendia por que os pais adotivos facultavam a Maria Quitéria liberalidades tão grandes. E somente à força dos bons conselhos em casa lhe suportava os carinhos. Às vezes, noite alta, ao chegar da rua, ouvia passos de leve.
  • 5. Podia esperar. Num minuto, a prestimosa lavadeira vinha trazer-lhe o chocolate que não pedira. E, sorrindo, zombava de suas poucas letras, exclamando: Você é uma excelente megera. Acostumada a vocabulário restrito, a pobre criatura tartamudeava palavras de reconhecimento e alegria, como se ele houvera dito: Você é uma excelente mamãe. À mesa, servia-lhe quitutes raros em regime de exceção. Ele, porém, não perdia oportunidade para magoá-la. Se lhe dirigisse qualquer olhar de enternecimento, ao passar distraído, nas proximidades do tanque de lavar, avançava de pronto, à feição de um gato ferido, mergulhando-lhe a cabeça disforme na tina d'água.
  • 6. Quando a via rondando o quarto, batia a porta, colérico. E, quando podia, buscava os pejorativos mais duros para lançar-lhes no rosto, com sorridente expressão, como se fossem elogios adocicados. Jovem médico e recém-casado, o Dr. Licurgo de Melo, de parceria com o pai pelo coração, consagrava-se, agora, à arruinada saúde de D. Ninita, a caminho da morte. E, junto deles, Maria Quitéria, mais cansada, era sombra a mover-se, ajudando calada. Vigílias. Dificuldades. Rosana, a esposa jovem, mantinha-se a distância, no governo doméstico. Depois de muitos dias e noites esfalfantes, a doente cerrou os olhos do corpo para não mais abri-los. Inconsolável, o viúvo aceitou o alvitre de parentes bondosos, decidindo-se por alguns meses no campo.
  • 7. Maria Quitéria, abandonada agora aos caprichos dos donos mais moços da casa, passou a sofrer rude trato. Nem mesmo a memória de D. Nina, por ela invocada nos momentos difíceis, foi sequer respeitada. Dr. Licurgo e Rosana, partilhando por ela a mesma antipatia gratuita, submeteram-na a insuportáveis humilhações. Velhos sapatos no fogo. Roupa humilde subtraída à velha canastra para servir como esfregão na limpeza dos pisos. Comida escassa. E, por fim, a expulsão. Entretanto, nunca se encorajava a sair, ainda mesmo sob ameaças. Tantas lhe foram, porém, as dores e as privações, que um dia não mais se ergueu. Agora é levá-la à força para o hospital, dissera Rosana, a dominadora; e Licurgo, com toda a facilidade, desterrou-a para uma seção de indigentes.
  • 8. Atendendo à oração de dois estudantes de Medicina, dedicados à assistência cristã, conhecemos Maria Quitéria, em seu leito de angústia. A cirrose do fígado agravava-se pouco a pouco. Nada conseguia deter a esclerose retrátil, agora irreversível. Visitamos, assim, a casa principesca do filho que a conhecia, desconhecendo-a. E vimos a volta do Dr. Lauro de Melo ao antigo solar em que fora feliz. Era noite. Depois do chá, com saborosos confeitos, perguntou pela serviçal, ao que Rosana informou, displicente: Afinal de contas, Dr. Lauro, Maria Quitéria era um trambolho difícil de conservar. O velho médico ouviu todo o relatório, carregando o cenho, e, depois, tomando corajosamente a palavra, explicou-lhe a verdade total.
  • 9. A pedido da própria Maria Quitéria, a esposa desencarnada e ele se abstiveram de dar-lhes a conhecer a realidade. Ela temia fazer o filho infeliz, diante da aversão que sua presença sempre lhe causava. E, por fim, ele, que conhecia agora os segredos do sofrimento moral, ante a saudade constante da companheira, chorou intensivamente, ao contar que fora o próprio Licurgo, quando menino de quatro anos, que lhe despejara no rosto um vidro de ácido sulfúrico. O pai, operário simples de uma grande oficina, possuía o corrosivo em casa, como material de serviço. Na noite seguinte ao dia dos funerais dele, enquanto a infortunada viúva dormia, Licurgo, na inconsciência infantil, entornara-lhe o ácido na face.
  • 10. Maria Quitéria sofrera terrivelmente, mas escapara, embora conservando monstruoso semblante. Licurgo chorava, abraçado à esposa, igualmente banhada em pranto. Na mesma noite, demandaram a enfermaria, que se abriu facilmente, extra ordens, ante as duas patentes médicas. Entre leitos anônimos, Maria Quitéria agonizava. Dr. Lauro tomou-lhe o pulso e abanou a cabeça. Era tarde. Licurgo e Rosana ajoelharam ao pé da cama; Mamãe! Mamãe! Gritou ele, chorando, por que não me disse tudo? A enferma, nas raias da morte, identificando as visitas, cobrou ânimo e contemplou-o, enternecida. Daria tudo para erguer a mão quase fria e afagar-lhe a cabeça, mas não pode. Licurgo, porém, viu que aquele inesquecível olhar o reconhecera, e pediu:
  • 11. Mamãe, minha mãe, perdoe-me, perdoe-me! Ela reunindo todas as forças e como se nunca tivesse razões para perdoar, simplesmente falou: Deus te abençoe, meu filho! E, passeando a triste expressão do olho semimorto pelo aposento, disse ainda: Meu filho, meu filho, leve-me para casa. Entretanto, não mais voltou. Ao calor do abraço filial, encharcado de lágrimas, dormiu, e veio ter conosco. A morte, qual humanitária cirurgiã, refizera-lhe o rosto. E dormindo em nossos braços, na viagem para a vida melhor, guardava a expressão serena de um anjo. REFLEXÃO: A harmonia entre os homens, neste mundo de provas e expiações, depende fundamentalmente da aceitação e do respeito para com as diferenças individuais.
  • 12. Todos somos diferentes uns dos outros, em dons, em talentos, em características físicas, morais ou intelectuais, apesar de sermos iguais em Criação. As diferenças individuais podem ser percebidas em diversos aspectos, como por exemplo, em religião, em raça, em classe social, no nível intelectual, no nível de conhecimento, na idade, na estrutura física, na estrutura moral, Não saber lidar com essas diferenças, dá margem ao surgimento do preconceito, que é filho do orgulho e segrega, separa, desarmoniza as criaturas de Deus. O preconceito é uma herança do nosso instinto animal, que tende a não aceitar animais de outras raças ou espécie, em nosso habitat natural.
  • 13. O homem expressa o preconceito diante das diferenças observadas, sentindo-se mal diante delas; e o que é pior, negando qualquer valor existente e que possa ser observado pelo semelhante. Se é diferente, não serve; não presta, deve ser segregado, separado, ou mesmo eliminado. Frases como estas, são frequentes entre os homens: Ah! Ele não passa de um mendigo; esse cara é um debiloide. O preconceito produz a iniquidade, ferindo a lei da igualdade entre as criaturas, lei de Deus. O pior, é que, preconceito gera preconceito, conforme a lei da ação e reação. Apenas o cumprimento da lei do amor, consegue vencer essa cadeia de preconceitos.
  • 14. O preconceito é tão nocivo que leva nações inteiras a se digladiarem, em guerra. Na Idade Média, por exemplo, o preconceito religioso matou muita gente. Jesus foi um dos maiores mártires, crucificado pelo preconceito, e veio apenas nos exemplificar o amor. O preconceito julga ter valores superiores que, mais das vezes, não existe. Um dos piores preconceitos que pode ser observado, é a aversão natural que sentimos diante de deficientes físicos, principalmente, daqueles cujas deficiências físicas aparentes identificam graves mutilações ou transformações na estrutura do corpo. Muitos de nós, ainda não nos sentimos preparados para conviver com essas criaturas que, em geral, necessitam de nossa ajuda, por não terem condições de sobreviverem isoladas.
  • 15. A Espiritualidade nos diz que o amor cobre a imensidão dos pecados; o amor nada exige, tudo suporta, e a tudo entende. O amor não se queixa, a tudo releva e perdoa; o amor é resignado, tolerante, fazendo nascer no coração a esperança, reforça a fé, ensinando desprendimento e caridade. O amor de mãe, com muito maior razão, faz com que os filhos sempre sejam vistos como os melhores, ao mais capazes. A experiência materna, a oportunidade de ser mãe, talvez seja a mais elevada dádiva que Deus concede a seus filhos. Só o amor é capaz de vencer o preconceito, pois, é capaz de tirar as máscaras das desigualdades naqueles que o experimentam.
  • 16. Para o amor das mães, os filhos não têm defeitos; suas falhas morais sempre são vistas como pequenas fraquezas, que não comprometem. Não existe nada mais sublime no mundo que o amor de mãe. Que Deus abençoe a todas elas. Muita Paz! Visite meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.