SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
30 - MANIA DE ENFERMIDADE
- Vamos Luísa! - exclamava Inácio Penaranda, dirigindo-se à esposa afetuosamente - creio
estimarás o tema evangélico desta noite. Prometem-nos valiosas conclusões, relativamente à
mediunidade e seu exercício. Ao que suponho, os esclarecimentos apresentarão singular
interesse para nós ambos.
Luísa apoiou o rosto na mão direita, num gesto muito seu, e disse com enfado:
- Ora, Inácio, achas que posso cometer a imprudência de enfrentar a noite chuvosa? E a minha
nevralgia? A gripe do Carlos e o reumatismo de mamãe? Não teria ouvido para as lições a que te
referes. Francamente, não posso compreender tuas boas disposições invariáveis.
Inácio aprimorava o nó da gravata e respondia:
- Compreendo os teus cuidados, mas devo lembrar que há três anos te esquivas à minha
companhia. Naturalmente, devo ser o primeiro a encarecer tuas virtudes de filha e mãe; creio,
porém, que exageras o sentido das enfermidades. Em vão procura interessar-te nos problemas
da fé, inutilmente busco inclinar-te a mente para os problemas mais nobres da vida. Não sabes
falar senão de doenças, insânias, ventosas, injeções e comprimidos. Vives quase esmagada por
expectativas angustiosas. A chuva aborrece-te, o frio te atormenta, o vento leve te atemoriza.
Tudo isso é de lamentar, porque nossa casa não se formou no pântano da ignorância, mas nos
alicerces de conhecimentos sólidos. Nossa fé consagra a iluminação íntima como patrimônio
mais precioso do mundo. Por que, então, viver assim, descrente de Deus e de ti mesma?
A Srª Penaranda esboçou um gesto de sensibilidade ofendida e redargüiu chorando:
- Sempre as mesmas exortações ásperas! Quando me poderás compreender? Sabe Deus
minhas lutas, meus esforços para reaver a saúde perdida!...
- Certamente, Deus não desconhece nossos trabalhos, mas também não poderia aplaudir
nossas inquietações injustificadas.
Dona Luísa cravou os olhos no companheiro, extremamente excitada, e bradou:
- Céus! Que infelicidade a minha! Que mágoa irremediável! Estou só, ninguém me compreende.
Valha-me Nosso Senhor Jesus - Cristo!...
Após dirigir-lhe um olhar de piedade, o marido despedia-se:
- Não precisas aumentar a lamentação. Até logo.
A companheira torcia as mãos, desconsolada; todavia, escoados alguns minutos, correu à porta de
saída a gritar:
- Inácio! Inácio!
Ele voltou a indagar os motivos do chamamento.
- A capa! - explicava a dona da casa, ansiosamente. - Esqueceste a capa... Lembra-te de que me
sinto aniquilada. Não queiras também arruinar a saúde.
Inácio, resignado, vestiu o capote impermeável e saiu calmamente.
Aquela mania da Srª. Penaranda, contudo, era muito velha. Dona Luísa não enxergava senão
miasmas e pestilências por todos os lados. Embora as dores que cultivava, grande parte do dia
era por ela empregado em esfregar metodicamente o assoalho, receosa do acúmulo de pó.
Nunca permitia que o filho se levantasse da cama antes que o Sol inundasse as dependências
da casa; trazia a velha genitora quase totalmente enfaixada num quarto escuro, rodeada de
ungüentos e caixas de injeções, e para si mesma descobria diariamente os mais extravagantes
sintomas. Referia-se a dores nos braços, nas pernas, no rosto. Dizia-se vitima de todos os
sofrimentos físicos. A imaginação enfermiça engendrava moléstias nas mais ínfimas sensações
e, na residência dos Penaranda, nos fins de mês, as contas da farmácia superavam todas as
demais despesas reunidas. Debalde o marido lhe oferecera as luzes do Espiritismo cristão,
ansioso por modificar-lhe as disposições mentais. Dona Luísa furtava-se às observações mais
sérias e não sabia viver senão entre sustos, pavores e preocupações. Raro o dia em que, ao
voltar dos serviços habituais, o companheiro não a encontrava afogada em grosso costume de
lã, hermeticamente encafuada na alcova, a lamentar o vento, a umidade, a nuvem...
De quando em quando, valia-se Inácio de oportunidades da conversação comum, tentando
incutir idéias novas no espírito da companheira, de modo a criar-lhe ambiente diverso. A teimosa
senhora não se resignava a omitir comentários a doenças de toda sorte.
Quando a situação doméstica se tornou mais grave, o chefe da família não se conteve e intimou a
esposa a ocupar-se de assuntos mais elevados, compelindo-a a examinar nobres problemas
espirituais e a ouvir preleções evangélicas em sua companhia.
Dona Luisa atendeu, porém constrangidamente, a queixar-se amargurada. No curso das
reuniões a que compareceu forçada pelo marido, causava compaixão a quantos lhe ouviam a
palavra lamentosa. A infeliz criatura não andava; arrastava-se. Suas considerações sobre a vida
eram acompanhadas de suspiros comovedores, como se a sua palestra não devesse passar de
gemidos longos. Não ouvia as dissertações construtivas nem participava das orações no
ambiente geral. Apenas prestava atenção às consolações de Salatiel, o amorável benfeitor
invisível que comparecia a quase todas as reuniões. À maneira de criança viciada a receber
carinhos, cheia de noção exclusivista, Dona Luisa agarrava-se às expressões de conforto,
completamente alheia aos apelos de ordem espiritual. Parecia, contudo, tão esmagada de
padecimentos físicos, que a Srª. Marcondes, devotada médium do Grupo, se ofereceu
voluntariamente a levar-lhe socorros espirituais na própria residência. A família Penaranda
aceitou, sumamente reconhecida. Enquanto Inácio examinava a possibilidade da renovação
mental da esposa, antegozava Dona Luisa o momento em que pudesse conversar com o Espírito
Salatiel, quase a sós, para comentar as enfermidades numerosas que lhe invadiam o corpo e lhe
assaltavam o lar.
Começaram os trabalhos de assistência, em círculo muito íntimo.
O dono da casa não cabia em si de esperança e contentamento.
Na primeira noite de orações, Salatiel discorreu sobre a Providência do Eterno Pai e as divinas
possibilidades da criatura. O verbo amoroso e sábio da venerável entidade extravasava luz de
esclarecimento e mel de sabedoria. Mas, com enorme surpresa dos presentes, fenda a preleção,
Dona Luisa adiantou-se, interpelando o instrutor invisível:
- Meu caro protetor, antes de vos retirardes gostaria de vos ouvir sobre as dores que venho
sentindo no braço esquerdo.
Depois de prolongado silêncio, o amigo espiritual, como o homem educado a atender uma
criança, respondeu qualquer coisa que a induzia à confiança no Poder Divino.
A consulente não se deu por satisfeita e pediu explicações para a comichão que sentia nos pés;
também sobre o abatimento do filhinho e um exame dos órgãos de sua velha mãe. Sentindo-se
crivado de interrogações inoportunas, o benfeitor invisível prometeu alongar-se
convenientemente no assunto, na reunião da semana seguinte.
Com efeito, na sessão imediata, compareceu Salatiel e endereçou significativa mensagem à Srª.
Penaranda.
- Minha irmã - dizia ele solicitamente -, não construas cárcere mental para as tuas
possibilidades criadoras na vida. É razoável que o doente procure remédio, como o sedento se
encaminha à fonte amiga que lhe desaltera a sede. Não envenenes, porém, os teus dias no
mundo com a idéia de enfermidades. Por que esperar a saúde completa, num plano de material
imperfeito como a Terra? Se o planeta é, reconhecidamente, uma escola, é justo não possa
constituir morada exclusiva de educadores. Se a reencarnação é desgaste de arestas, como
aguardar expressão de pureza absoluta nos elementos em atrito? O corpo humano é campo de
forças vivas. Milhões de indivíduos celulares ai se agitam, à moda dos homens nas colônias e
cidades tumultuosas. Há contínuos serviços renovadores na assimilação e desassimilação. Se
isto é inevitável, como aguardar perfeita harmonia orgânica na máquina celular desmontável e
perecível? Lembra-te de que esse laboratório corporal, transformável e provisório, é o templo
onde poderás adquirir a saúde eterna do Espírito. Andaria acertado o crente que se deixasse
deter voluntariamente no lodo que recobre as paredes da sua casa de oração, indiferente à
intimidade sublime e profunda do santuário? É justo que as figurações externas requisitem a
nossa atenção, mas não podemos esquecer o essencial, o imperecível e o melhor. Pondera
minhas despretensiosas palavras e liberta a mente encarcerada nas sombras transitórias,
recordando o ensinamento de Jesus quando asseverou que nosso tesouro estará sempre onde
colocarmos o coração.
Dona Luísa, porém, continuou impermeável às admoestações nobres e elevadas. Não valeram
conselhos de Salatiel, com amorosas interpretações do marido e dos irmãos na fé.
Os anos agravaram-lhe preocupações e manias, até que a morte do corpo se encarregou de
atirá-la a novas experiências.
Qual não lhe foi, porém, a surpresa dolorosa ao ver-se sozinha, abandonada, sem ninguém?!
Guardava a nítida convicção de haver transposto o limiar do sepulcro, mas continuava prostrada,
experimentando vertigens, dores, comichões. Tomada de pavor, observava os pés e mãos
singularmente inchados, a epiderme manchada de notas gangrenosas dos derradeiros dias na
Terra. Orava, e contudo as suas orações pareciam sem eco espiritual.
Quanto tempo durou esse martírio? Luísa Penaranda não poderia responder.
Chegou, no entanto, o dia em que pôde lobrigar o vulto de Salatiel, depois de muitas lágrimas.
- Oh! venerável amigo! - exclamou a desencarnada, agarrando-lhe as mãos - por que
semelhantes sofrimentos? Não é certo que deixei a experiência terrestre? Não ouvi muitas vezes
que a morte é libertação?
Enquanto o generoso emissário a contemplava, compadecido, a infeliz continuava:
- Onde a justiça de Deus que eu esperava? Nunca fui má para os outros... A
essa altura, o benfeitor espiritual tomou a palavra e esclareceu:
- Sim, Luísa, nunca foste má para os outros, mas foste cruel contigo mesma. Não sabes que
toda libertação ou escravização podem começar na Terra ou nos círculos invisíveis? Sepulcro é
mudança de casa, nunca de situação espiritual. A morte do corpo não elimina o campo que
plantamos. Aliás, é a sua mão que nos oferece a colheita. Preferiste a ideia de enfermidade,
cultivaste-a, alentaste-a. É natural que teu campo aqui seja o da enfermidade. Não existe outro
para quem, como tu, não quis pensar noutra coisa.
E, ante o olhar assombrado da infeliz, Salatiel rematava:
- Existe o Reino de Deus que aguarda a glorificação de todas as criaturas, e existem os reinos do
«eu», onde nos internamos pelas criações do próprio capricho.
Abandonemos os reinos inferiores das nossas ilusões, minha boa amiga! Procuremos o Reino de
Deus, infinito e eterno!...
A Srª. Penaranda sentiu arfar-lhe o peito, alucinada de esperanças novas.
- Leva-me contigo, generoso Salatiel! Livra-me destes dolorosos padecimentos!... Ensina-me o
caminho da Liberdade!...
O mensageiro lançou-lhe um olhar fraterno e, fazendo menção de retirar-se, acentuou:
- Posso, como outrora, convidar-te, não, porém, arrastar-te. O problema pertence ao teu foro
individual.
O trabalho é do teu campo. Arranca-lhe a erva daninha e semeia-o de novo. Vem conosco,
Luísa. Ajuda-te. Se te sentes verdadeiramente cansada da escravidão em que tens vivido,
recorda que para a libertação do Espírito todo minuto é tempo de começar.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...
Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...
Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...Cynthia Castro
 
E a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento Fraternal
E a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento FraternalE a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento Fraternal
E a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento FraternalPatricia Farias
 
Faltar com o compromisso
Faltar com o compromissoFaltar com o compromisso
Faltar com o compromissoHelio Cruz
 
35 proselitismo de arrastamento
35   proselitismo de arrastamento35   proselitismo de arrastamento
35 proselitismo de arrastamentoFatoze
 
Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...
Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...
Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...Cynthia Castro
 
H.p. lovecraft vento frio
H.p. lovecraft   vento frioH.p. lovecraft   vento frio
H.p. lovecraft vento frioEdivanfff
 
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Cynthia Castro
 
Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016
Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016
Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016Cynthia Castro
 
Obreiros da vida eterna capítulo 18
Obreiros da vida eterna capítulo 18Obreiros da vida eterna capítulo 18
Obreiros da vida eterna capítulo 18Lar Irmã Zarabatana
 
Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...
Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...
Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...Cynthia Castro
 
29 o diagnóstico
29   o diagnóstico29   o diagnóstico
29 o diagnósticoFatoze
 
Nosso lar 04omédicoespiritual
Nosso lar 04omédicoespiritualNosso lar 04omédicoespiritual
Nosso lar 04omédicoespiritualDuda Neto
 
34 a conselheira invigilante
34   a conselheira invigilante34   a conselheira invigilante
34 a conselheira invigilanteFatoze
 
24 a estranha indicação
24   a estranha indicação24   a estranha indicação
24 a estranha indicaçãoFatoze
 
16 caridade e desenvolvimento
16   caridade e desenvolvimento16   caridade e desenvolvimento
16 caridade e desenvolvimentoFatoze
 
Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Leonardo Pereira
 

Mais procurados (20)

Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...
Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...
Seminário Memórias de Um Suicida - Segunda Parte - Capítulo VI - A Cada Um Se...
 
E a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento Fraternal
E a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento FraternalE a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento Fraternal
E a vida continua - Capitulo 6 - Entendimento Fraternal
 
A DÍVIDA, O TEMPO E A EUTANÁSIA
A DÍVIDA, O TEMPO E A EUTANÁSIAA DÍVIDA, O TEMPO E A EUTANÁSIA
A DÍVIDA, O TEMPO E A EUTANÁSIA
 
Faltar com o compromisso
Faltar com o compromissoFaltar com o compromisso
Faltar com o compromisso
 
35 proselitismo de arrastamento
35   proselitismo de arrastamento35   proselitismo de arrastamento
35 proselitismo de arrastamento
 
Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...
Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...
Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo I - A Mansão da ...
 
H.p. lovecraft vento frio
H.p. lovecraft   vento frioH.p. lovecraft   vento frio
H.p. lovecraft vento frio
 
E a vida continua...
E a vida continua...E a vida continua...
E a vida continua...
 
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
Seminário Memórias de Um Suicida - Capítulo III - No Hospital Maria de Nazaré...
 
Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016
Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016
Seminario Memórias de Um Suicida - Capítulo V - O Reconhecimento - 21-03-2016
 
Obreiros da vida eterna capítulo 18
Obreiros da vida eterna capítulo 18Obreiros da vida eterna capítulo 18
Obreiros da vida eterna capítulo 18
 
Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...
Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...
Seminário Memórias de um Suicida - Segunda Parte - Capítulo I - A Torre de Vi...
 
29 o diagnóstico
29   o diagnóstico29   o diagnóstico
29 o diagnóstico
 
Ementário espírita
Ementário espíritaEmentário espírita
Ementário espírita
 
Nosso lar 04omédicoespiritual
Nosso lar 04omédicoespiritualNosso lar 04omédicoespiritual
Nosso lar 04omédicoespiritual
 
34 a conselheira invigilante
34   a conselheira invigilante34   a conselheira invigilante
34 a conselheira invigilante
 
24 a estranha indicação
24   a estranha indicação24   a estranha indicação
24 a estranha indicação
 
16 caridade e desenvolvimento
16   caridade e desenvolvimento16   caridade e desenvolvimento
16 caridade e desenvolvimento
 
Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10Nos domínios da mediunidade aula10
Nos domínios da mediunidade aula10
 
E a vida continua
E a vida continuaE a vida continua
E a vida continua
 

Destaque

31 o doutrinador rigorista
31   o doutrinador rigorista31   o doutrinador rigorista
31 o doutrinador rigoristaFatoze
 
Evangelho no lar com crianças (66)
Evangelho no lar com crianças (66)Evangelho no lar com crianças (66)
Evangelho no lar com crianças (66)Fatoze
 
Evangelho animais 88
Evangelho animais 88Evangelho animais 88
Evangelho animais 88Fatoze
 
Evangelho animais 93
Evangelho animais 93Evangelho animais 93
Evangelho animais 93Fatoze
 
Evangeliz apostila feb
Evangeliz apostila febEvangeliz apostila feb
Evangeliz apostila febAlice Lirio
 
Evangelho animais 86
Evangelho animais 86Evangelho animais 86
Evangelho animais 86Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (59)
Evangelho no lar com crianças (59)Evangelho no lar com crianças (59)
Evangelho no lar com crianças (59)Fatoze
 
64 oitava categoria - caso 06 e caso 07
64   oitava categoria - caso 06 e caso 0764   oitava categoria - caso 06 e caso 07
64 oitava categoria - caso 06 e caso 07Fatoze
 
Evangelho animais 92
Evangelho animais 92Evangelho animais 92
Evangelho animais 92Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (61)
Evangelho no lar com crianças (61)Evangelho no lar com crianças (61)
Evangelho no lar com crianças (61)Fatoze
 
Aula 13 reino animal - animais das águas - princípio inteligente
Aula 13   reino animal - animais das águas - princípio inteligenteAula 13   reino animal - animais das águas - princípio inteligente
Aula 13 reino animal - animais das águas - princípio inteligenteFatoze
 
Aula 14 pai alcoolatra
Aula 14   pai alcoolatraAula 14   pai alcoolatra
Aula 14 pai alcoolatraFatoze
 
Evangelho animais 94
Evangelho animais 94Evangelho animais 94
Evangelho animais 94Fatoze
 
Evangelho animais 95
Evangelho animais 95Evangelho animais 95
Evangelho animais 95Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (64)
Evangelho no lar com crianças (64)Evangelho no lar com crianças (64)
Evangelho no lar com crianças (64)Fatoze
 
Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)
Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)
Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)Alice Lirio
 

Destaque (16)

31 o doutrinador rigorista
31   o doutrinador rigorista31   o doutrinador rigorista
31 o doutrinador rigorista
 
Evangelho no lar com crianças (66)
Evangelho no lar com crianças (66)Evangelho no lar com crianças (66)
Evangelho no lar com crianças (66)
 
Evangelho animais 88
Evangelho animais 88Evangelho animais 88
Evangelho animais 88
 
Evangelho animais 93
Evangelho animais 93Evangelho animais 93
Evangelho animais 93
 
Evangeliz apostila feb
Evangeliz apostila febEvangeliz apostila feb
Evangeliz apostila feb
 
Evangelho animais 86
Evangelho animais 86Evangelho animais 86
Evangelho animais 86
 
Evangelho no lar com crianças (59)
Evangelho no lar com crianças (59)Evangelho no lar com crianças (59)
Evangelho no lar com crianças (59)
 
64 oitava categoria - caso 06 e caso 07
64   oitava categoria - caso 06 e caso 0764   oitava categoria - caso 06 e caso 07
64 oitava categoria - caso 06 e caso 07
 
Evangelho animais 92
Evangelho animais 92Evangelho animais 92
Evangelho animais 92
 
Evangelho no lar com crianças (61)
Evangelho no lar com crianças (61)Evangelho no lar com crianças (61)
Evangelho no lar com crianças (61)
 
Aula 13 reino animal - animais das águas - princípio inteligente
Aula 13   reino animal - animais das águas - princípio inteligenteAula 13   reino animal - animais das águas - princípio inteligente
Aula 13 reino animal - animais das águas - princípio inteligente
 
Aula 14 pai alcoolatra
Aula 14   pai alcoolatraAula 14   pai alcoolatra
Aula 14 pai alcoolatra
 
Evangelho animais 94
Evangelho animais 94Evangelho animais 94
Evangelho animais 94
 
Evangelho animais 95
Evangelho animais 95Evangelho animais 95
Evangelho animais 95
 
Evangelho no lar com crianças (64)
Evangelho no lar com crianças (64)Evangelho no lar com crianças (64)
Evangelho no lar com crianças (64)
 
Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)
Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)
Apresentaçao jesus sorrindo_definitiva_2 (2)
 

Semelhante a Mania de enfermidade

18 narrador apenas
18   narrador apenas18   narrador apenas
18 narrador apenasFatoze
 
E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1Patricia Farias
 
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7Patricia Farias
 
28 a queixosa
28   a queixosa28   a queixosa
28 a queixosaFatoze
 
5 o natal diferente
5   o natal diferente5   o natal diferente
5 o natal diferenteFatoze
 
Joana de Cusa
Joana de CusaJoana de Cusa
Joana de CusaFatoze
 
12 a cura completa
12   a cura completa12   a cura completa
12 a cura completaFatoze
 
2 os mensageiros-1944
2 os mensageiros-19442 os mensageiros-1944
2 os mensageiros-1944paulasa pin
 
Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2
Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2
Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2CEENA_SS
 
E a Vida Continua Cap. 12 e 13
E a Vida Continua Cap. 12 e 13E a Vida Continua Cap. 12 e 13
E a Vida Continua Cap. 12 e 13Patricia Farias
 
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 01 Renovação
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 01 RenovaçãoEstudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 01 Renovação
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 01 RenovaçãoJose Luiz Maio
 
9 desapontamento de um suicida
9   desapontamento de um suicida9   desapontamento de um suicida
9 desapontamento de um suicidaFatoze
 
3 a vidência esquecida
3   a vidência esquecida3   a vidência esquecida
3 a vidência esquecidaFatoze
 
O homem de bem Por Pedro Aganian
O homem de bem Por Pedro Aganian O homem de bem Por Pedro Aganian
O homem de bem Por Pedro Aganian Bruno Amaro
 

Semelhante a Mania de enfermidade (20)

18 narrador apenas
18   narrador apenas18   narrador apenas
18 narrador apenas
 
Joana de cuza
Joana de cuzaJoana de cuza
Joana de cuza
 
E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1E A Vida Continua - Cap 1
E A Vida Continua - Cap 1
 
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
Sexo e destino Parte Segunda Cap. 7
 
28 a queixosa
28   a queixosa28   a queixosa
28 a queixosa
 
5 o natal diferente
5   o natal diferente5   o natal diferente
5 o natal diferente
 
Estudando André Luiz 1- Cap 3.
Estudando André Luiz 1- Cap 3.Estudando André Luiz 1- Cap 3.
Estudando André Luiz 1- Cap 3.
 
Joana de Cusa
Joana de CusaJoana de Cusa
Joana de Cusa
 
O drama da Bretanha
O drama da BretanhaO drama da Bretanha
O drama da Bretanha
 
12 a cura completa
12   a cura completa12   a cura completa
12 a cura completa
 
2 os mensageiros-1944
2 os mensageiros-19442 os mensageiros-1944
2 os mensageiros-1944
 
Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2
Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2
Estudo André Luiz - Capítulos 1 e 2
 
E a Vida Continua Cap. 12 e 13
E a Vida Continua Cap. 12 e 13E a Vida Continua Cap. 12 e 13
E a Vida Continua Cap. 12 e 13
 
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 01 Renovação
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 01 RenovaçãoEstudando com Andre Luiz - Os Mensageiros   capitulo 01 Renovação
Estudando com Andre Luiz - Os Mensageiros capitulo 01 Renovação
 
9 desapontamento de um suicida
9   desapontamento de um suicida9   desapontamento de um suicida
9 desapontamento de um suicida
 
4 Assistência no Plano Terreno.
4 Assistência no Plano Terreno.4 Assistência no Plano Terreno.
4 Assistência no Plano Terreno.
 
3 a vidência esquecida
3   a vidência esquecida3   a vidência esquecida
3 a vidência esquecida
 
2 Jesus e Assistência.
2 Jesus e Assistência.2 Jesus e Assistência.
2 Jesus e Assistência.
 
O homem de bem Por Pedro Aganian
O homem de bem Por Pedro Aganian O homem de bem Por Pedro Aganian
O homem de bem Por Pedro Aganian
 
Informativo jul-13
Informativo   jul-13Informativo   jul-13
Informativo jul-13
 

Mais de Fatoze

Evangelho animais 91
Evangelho animais 91Evangelho animais 91
Evangelho animais 91Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (69)
Evangelho no lar com crianças (69)Evangelho no lar com crianças (69)
Evangelho no lar com crianças (69)Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (68)
Evangelho no lar com crianças (68)Evangelho no lar com crianças (68)
Evangelho no lar com crianças (68)Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (67)
Evangelho no lar com crianças (67)Evangelho no lar com crianças (67)
Evangelho no lar com crianças (67)Fatoze
 
68 oitava categoria - caso 14
68   oitava categoria - caso 1468   oitava categoria - caso 14
68 oitava categoria - caso 14Fatoze
 
67 oitava categoria - caso 12 e caso 13
67   oitava categoria - caso 12 e caso 1367   oitava categoria - caso 12 e caso 13
67 oitava categoria - caso 12 e caso 13Fatoze
 
66 oitava categoria - caso 10 e caso 11
66   oitava categoria - caso 10 e caso 1166   oitava categoria - caso 10 e caso 11
66 oitava categoria - caso 10 e caso 11Fatoze
 
65 oitava categoria - caso 08 e caso 09
65   oitava categoria - caso 08 e caso 0965   oitava categoria - caso 08 e caso 09
65 oitava categoria - caso 08 e caso 09Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (65)
Evangelho no lar com crianças (65)Evangelho no lar com crianças (65)
Evangelho no lar com crianças (65)Fatoze
 
Evangelho no lar com crianças (63)
Evangelho no lar com crianças (63)Evangelho no lar com crianças (63)
Evangelho no lar com crianças (63)Fatoze
 
Evangelho animais 90
Evangelho animais 90Evangelho animais 90
Evangelho animais 90Fatoze
 
Evangelho animais 89
Evangelho animais 89Evangelho animais 89
Evangelho animais 89Fatoze
 
Aula 15 irmaos
Aula 15   irmaosAula 15   irmaos
Aula 15 irmaosFatoze
 
Aula 13 pais divorciados
Aula 13   pais divorciadosAula 13   pais divorciados
Aula 13 pais divorciadosFatoze
 
63 oitava categoria - caso 04 e caso 05
63   oitava categoria - caso 04 e caso 0563   oitava categoria - caso 04 e caso 05
63 oitava categoria - caso 04 e caso 05Fatoze
 
62 oitava categoria - caso 02 e caso 03
62   oitava categoria - caso 02 e caso 0362   oitava categoria - caso 02 e caso 03
62 oitava categoria - caso 02 e caso 03Fatoze
 
61 oitava categoria e caso 01
61   oitava categoria e caso 0161   oitava categoria e caso 01
61 oitava categoria e caso 01Fatoze
 
Aula 12 de separação da alma e do corpo até perturbação espiritual
Aula 12   de separação da alma e do corpo até perturbação espiritualAula 12   de separação da alma e do corpo até perturbação espiritual
Aula 12 de separação da alma e do corpo até perturbação espiritualFatoze
 
Aula 11 a alma após a morte
Aula 11   a alma após a morteAula 11   a alma após a morte
Aula 11 a alma após a morteFatoze
 
Aula 10 da encarnação dos espíritos
Aula 10   da encarnação dos espíritosAula 10   da encarnação dos espíritos
Aula 10 da encarnação dos espíritosFatoze
 

Mais de Fatoze (20)

Evangelho animais 91
Evangelho animais 91Evangelho animais 91
Evangelho animais 91
 
Evangelho no lar com crianças (69)
Evangelho no lar com crianças (69)Evangelho no lar com crianças (69)
Evangelho no lar com crianças (69)
 
Evangelho no lar com crianças (68)
Evangelho no lar com crianças (68)Evangelho no lar com crianças (68)
Evangelho no lar com crianças (68)
 
Evangelho no lar com crianças (67)
Evangelho no lar com crianças (67)Evangelho no lar com crianças (67)
Evangelho no lar com crianças (67)
 
68 oitava categoria - caso 14
68   oitava categoria - caso 1468   oitava categoria - caso 14
68 oitava categoria - caso 14
 
67 oitava categoria - caso 12 e caso 13
67   oitava categoria - caso 12 e caso 1367   oitava categoria - caso 12 e caso 13
67 oitava categoria - caso 12 e caso 13
 
66 oitava categoria - caso 10 e caso 11
66   oitava categoria - caso 10 e caso 1166   oitava categoria - caso 10 e caso 11
66 oitava categoria - caso 10 e caso 11
 
65 oitava categoria - caso 08 e caso 09
65   oitava categoria - caso 08 e caso 0965   oitava categoria - caso 08 e caso 09
65 oitava categoria - caso 08 e caso 09
 
Evangelho no lar com crianças (65)
Evangelho no lar com crianças (65)Evangelho no lar com crianças (65)
Evangelho no lar com crianças (65)
 
Evangelho no lar com crianças (63)
Evangelho no lar com crianças (63)Evangelho no lar com crianças (63)
Evangelho no lar com crianças (63)
 
Evangelho animais 90
Evangelho animais 90Evangelho animais 90
Evangelho animais 90
 
Evangelho animais 89
Evangelho animais 89Evangelho animais 89
Evangelho animais 89
 
Aula 15 irmaos
Aula 15   irmaosAula 15   irmaos
Aula 15 irmaos
 
Aula 13 pais divorciados
Aula 13   pais divorciadosAula 13   pais divorciados
Aula 13 pais divorciados
 
63 oitava categoria - caso 04 e caso 05
63   oitava categoria - caso 04 e caso 0563   oitava categoria - caso 04 e caso 05
63 oitava categoria - caso 04 e caso 05
 
62 oitava categoria - caso 02 e caso 03
62   oitava categoria - caso 02 e caso 0362   oitava categoria - caso 02 e caso 03
62 oitava categoria - caso 02 e caso 03
 
61 oitava categoria e caso 01
61   oitava categoria e caso 0161   oitava categoria e caso 01
61 oitava categoria e caso 01
 
Aula 12 de separação da alma e do corpo até perturbação espiritual
Aula 12   de separação da alma e do corpo até perturbação espiritualAula 12   de separação da alma e do corpo até perturbação espiritual
Aula 12 de separação da alma e do corpo até perturbação espiritual
 
Aula 11 a alma após a morte
Aula 11   a alma após a morteAula 11   a alma após a morte
Aula 11 a alma após a morte
 
Aula 10 da encarnação dos espíritos
Aula 10   da encarnação dos espíritosAula 10   da encarnação dos espíritos
Aula 10 da encarnação dos espíritos
 

Último

Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...MiltonCesarAquino1
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 

Último (17)

Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 

Mania de enfermidade

  • 1. 30 - MANIA DE ENFERMIDADE - Vamos Luísa! - exclamava Inácio Penaranda, dirigindo-se à esposa afetuosamente - creio estimarás o tema evangélico desta noite. Prometem-nos valiosas conclusões, relativamente à mediunidade e seu exercício. Ao que suponho, os esclarecimentos apresentarão singular interesse para nós ambos. Luísa apoiou o rosto na mão direita, num gesto muito seu, e disse com enfado: - Ora, Inácio, achas que posso cometer a imprudência de enfrentar a noite chuvosa? E a minha nevralgia? A gripe do Carlos e o reumatismo de mamãe? Não teria ouvido para as lições a que te referes. Francamente, não posso compreender tuas boas disposições invariáveis. Inácio aprimorava o nó da gravata e respondia: - Compreendo os teus cuidados, mas devo lembrar que há três anos te esquivas à minha companhia. Naturalmente, devo ser o primeiro a encarecer tuas virtudes de filha e mãe; creio, porém, que exageras o sentido das enfermidades. Em vão procura interessar-te nos problemas da fé, inutilmente busco inclinar-te a mente para os problemas mais nobres da vida. Não sabes falar senão de doenças, insânias, ventosas, injeções e comprimidos. Vives quase esmagada por expectativas angustiosas. A chuva aborrece-te, o frio te atormenta, o vento leve te atemoriza. Tudo isso é de lamentar, porque nossa casa não se formou no pântano da ignorância, mas nos alicerces de conhecimentos sólidos. Nossa fé consagra a iluminação íntima como patrimônio mais precioso do mundo. Por que, então, viver assim, descrente de Deus e de ti mesma? A Srª Penaranda esboçou um gesto de sensibilidade ofendida e redargüiu chorando: - Sempre as mesmas exortações ásperas! Quando me poderás compreender? Sabe Deus minhas lutas, meus esforços para reaver a saúde perdida!... - Certamente, Deus não desconhece nossos trabalhos, mas também não poderia aplaudir nossas inquietações injustificadas. Dona Luísa cravou os olhos no companheiro, extremamente excitada, e bradou: - Céus! Que infelicidade a minha! Que mágoa irremediável! Estou só, ninguém me compreende. Valha-me Nosso Senhor Jesus - Cristo!... Após dirigir-lhe um olhar de piedade, o marido despedia-se: - Não precisas aumentar a lamentação. Até logo. A companheira torcia as mãos, desconsolada; todavia, escoados alguns minutos, correu à porta de saída a gritar: - Inácio! Inácio!
  • 2. Ele voltou a indagar os motivos do chamamento. - A capa! - explicava a dona da casa, ansiosamente. - Esqueceste a capa... Lembra-te de que me sinto aniquilada. Não queiras também arruinar a saúde. Inácio, resignado, vestiu o capote impermeável e saiu calmamente. Aquela mania da Srª. Penaranda, contudo, era muito velha. Dona Luísa não enxergava senão miasmas e pestilências por todos os lados. Embora as dores que cultivava, grande parte do dia era por ela empregado em esfregar metodicamente o assoalho, receosa do acúmulo de pó. Nunca permitia que o filho se levantasse da cama antes que o Sol inundasse as dependências da casa; trazia a velha genitora quase totalmente enfaixada num quarto escuro, rodeada de ungüentos e caixas de injeções, e para si mesma descobria diariamente os mais extravagantes sintomas. Referia-se a dores nos braços, nas pernas, no rosto. Dizia-se vitima de todos os sofrimentos físicos. A imaginação enfermiça engendrava moléstias nas mais ínfimas sensações e, na residência dos Penaranda, nos fins de mês, as contas da farmácia superavam todas as demais despesas reunidas. Debalde o marido lhe oferecera as luzes do Espiritismo cristão, ansioso por modificar-lhe as disposições mentais. Dona Luísa furtava-se às observações mais sérias e não sabia viver senão entre sustos, pavores e preocupações. Raro o dia em que, ao voltar dos serviços habituais, o companheiro não a encontrava afogada em grosso costume de lã, hermeticamente encafuada na alcova, a lamentar o vento, a umidade, a nuvem... De quando em quando, valia-se Inácio de oportunidades da conversação comum, tentando incutir idéias novas no espírito da companheira, de modo a criar-lhe ambiente diverso. A teimosa senhora não se resignava a omitir comentários a doenças de toda sorte. Quando a situação doméstica se tornou mais grave, o chefe da família não se conteve e intimou a esposa a ocupar-se de assuntos mais elevados, compelindo-a a examinar nobres problemas espirituais e a ouvir preleções evangélicas em sua companhia. Dona Luisa atendeu, porém constrangidamente, a queixar-se amargurada. No curso das reuniões a que compareceu forçada pelo marido, causava compaixão a quantos lhe ouviam a palavra lamentosa. A infeliz criatura não andava; arrastava-se. Suas considerações sobre a vida eram acompanhadas de suspiros comovedores, como se a sua palestra não devesse passar de gemidos longos. Não ouvia as dissertações construtivas nem participava das orações no ambiente geral. Apenas prestava atenção às consolações de Salatiel, o amorável benfeitor invisível que comparecia a quase todas as reuniões. À maneira de criança viciada a receber carinhos, cheia de noção exclusivista, Dona Luisa agarrava-se às expressões de conforto, completamente alheia aos apelos de ordem espiritual. Parecia, contudo, tão esmagada de padecimentos físicos, que a Srª. Marcondes, devotada médium do Grupo, se ofereceu voluntariamente a levar-lhe socorros espirituais na própria residência. A família Penaranda aceitou, sumamente reconhecida. Enquanto Inácio examinava a possibilidade da renovação mental da esposa, antegozava Dona Luisa o momento em que pudesse conversar com o Espírito Salatiel, quase a sós, para comentar as enfermidades numerosas que lhe invadiam o corpo e lhe assaltavam o lar. Começaram os trabalhos de assistência, em círculo muito íntimo. O dono da casa não cabia em si de esperança e contentamento.
  • 3. Na primeira noite de orações, Salatiel discorreu sobre a Providência do Eterno Pai e as divinas possibilidades da criatura. O verbo amoroso e sábio da venerável entidade extravasava luz de esclarecimento e mel de sabedoria. Mas, com enorme surpresa dos presentes, fenda a preleção, Dona Luisa adiantou-se, interpelando o instrutor invisível: - Meu caro protetor, antes de vos retirardes gostaria de vos ouvir sobre as dores que venho sentindo no braço esquerdo. Depois de prolongado silêncio, o amigo espiritual, como o homem educado a atender uma criança, respondeu qualquer coisa que a induzia à confiança no Poder Divino. A consulente não se deu por satisfeita e pediu explicações para a comichão que sentia nos pés; também sobre o abatimento do filhinho e um exame dos órgãos de sua velha mãe. Sentindo-se crivado de interrogações inoportunas, o benfeitor invisível prometeu alongar-se convenientemente no assunto, na reunião da semana seguinte. Com efeito, na sessão imediata, compareceu Salatiel e endereçou significativa mensagem à Srª. Penaranda. - Minha irmã - dizia ele solicitamente -, não construas cárcere mental para as tuas possibilidades criadoras na vida. É razoável que o doente procure remédio, como o sedento se encaminha à fonte amiga que lhe desaltera a sede. Não envenenes, porém, os teus dias no mundo com a idéia de enfermidades. Por que esperar a saúde completa, num plano de material imperfeito como a Terra? Se o planeta é, reconhecidamente, uma escola, é justo não possa constituir morada exclusiva de educadores. Se a reencarnação é desgaste de arestas, como aguardar expressão de pureza absoluta nos elementos em atrito? O corpo humano é campo de forças vivas. Milhões de indivíduos celulares ai se agitam, à moda dos homens nas colônias e cidades tumultuosas. Há contínuos serviços renovadores na assimilação e desassimilação. Se isto é inevitável, como aguardar perfeita harmonia orgânica na máquina celular desmontável e perecível? Lembra-te de que esse laboratório corporal, transformável e provisório, é o templo onde poderás adquirir a saúde eterna do Espírito. Andaria acertado o crente que se deixasse deter voluntariamente no lodo que recobre as paredes da sua casa de oração, indiferente à intimidade sublime e profunda do santuário? É justo que as figurações externas requisitem a nossa atenção, mas não podemos esquecer o essencial, o imperecível e o melhor. Pondera minhas despretensiosas palavras e liberta a mente encarcerada nas sombras transitórias, recordando o ensinamento de Jesus quando asseverou que nosso tesouro estará sempre onde colocarmos o coração. Dona Luísa, porém, continuou impermeável às admoestações nobres e elevadas. Não valeram conselhos de Salatiel, com amorosas interpretações do marido e dos irmãos na fé. Os anos agravaram-lhe preocupações e manias, até que a morte do corpo se encarregou de atirá-la a novas experiências. Qual não lhe foi, porém, a surpresa dolorosa ao ver-se sozinha, abandonada, sem ninguém?! Guardava a nítida convicção de haver transposto o limiar do sepulcro, mas continuava prostrada, experimentando vertigens, dores, comichões. Tomada de pavor, observava os pés e mãos singularmente inchados, a epiderme manchada de notas gangrenosas dos derradeiros dias na Terra. Orava, e contudo as suas orações pareciam sem eco espiritual.
  • 4. Quanto tempo durou esse martírio? Luísa Penaranda não poderia responder. Chegou, no entanto, o dia em que pôde lobrigar o vulto de Salatiel, depois de muitas lágrimas. - Oh! venerável amigo! - exclamou a desencarnada, agarrando-lhe as mãos - por que semelhantes sofrimentos? Não é certo que deixei a experiência terrestre? Não ouvi muitas vezes que a morte é libertação? Enquanto o generoso emissário a contemplava, compadecido, a infeliz continuava: - Onde a justiça de Deus que eu esperava? Nunca fui má para os outros... A essa altura, o benfeitor espiritual tomou a palavra e esclareceu: - Sim, Luísa, nunca foste má para os outros, mas foste cruel contigo mesma. Não sabes que toda libertação ou escravização podem começar na Terra ou nos círculos invisíveis? Sepulcro é mudança de casa, nunca de situação espiritual. A morte do corpo não elimina o campo que plantamos. Aliás, é a sua mão que nos oferece a colheita. Preferiste a ideia de enfermidade, cultivaste-a, alentaste-a. É natural que teu campo aqui seja o da enfermidade. Não existe outro para quem, como tu, não quis pensar noutra coisa. E, ante o olhar assombrado da infeliz, Salatiel rematava: - Existe o Reino de Deus que aguarda a glorificação de todas as criaturas, e existem os reinos do «eu», onde nos internamos pelas criações do próprio capricho. Abandonemos os reinos inferiores das nossas ilusões, minha boa amiga! Procuremos o Reino de Deus, infinito e eterno!... A Srª. Penaranda sentiu arfar-lhe o peito, alucinada de esperanças novas. - Leva-me contigo, generoso Salatiel! Livra-me destes dolorosos padecimentos!... Ensina-me o caminho da Liberdade!... O mensageiro lançou-lhe um olhar fraterno e, fazendo menção de retirar-se, acentuou: - Posso, como outrora, convidar-te, não, porém, arrastar-te. O problema pertence ao teu foro individual. O trabalho é do teu campo. Arranca-lhe a erva daninha e semeia-o de novo. Vem conosco, Luísa. Ajuda-te. Se te sentes verdadeiramente cansada da escravidão em que tens vivido, recorda que para a libertação do Espírito todo minuto é tempo de começar.