O poema descreve como ninguém sabe realmente o que é amor, já que as pessoas têm opiniões diferentes sobre se ele é doçura ou dor, e suas qualidades não podem ser definidas. Apesar de amor afetar as pessoas de muitas maneiras, sua essência permanece um mistério. O autor, Domingos Caldas Barbosa, foi um poeta português do século 18 nascido no Brasil que celebrou a poesia popular brasileira em suas obras.
2. Levantou-se na cidade
um novo e geral clamor:
todos contra amor se queixam,
ninguém sabe o que é amor.
3. Dizem uns que ele é doçura
Dizem uns que ele é doçura
outros dizem que ele é dor;
outros dizem que ele é dor;
não lhe acertam nome próprio,
não lhe acertam nome próprio,
ninguém sabe o que é amor.
ninguém sabe o que é amor.
4. Que importa que alguém presuma
nestas cousas ser doutro,
se ele ignora como os outros?
Ninguém sabe o que é amor.
5. Amor é uma ciência
que não pode haver maior
pois por mais que amor se estude,
ninguém sabe o que é amor.
6. Em mil formas aparece
o menino encantador;
inda assim não se conhece...
Ninguém sabe o que é amor.
7. Ao valente faz covarde,
ao covarde dá valor:
como é isto não se sabe,
ninguém sabe o que é amor.
8. Choram uns o seu desprezo,
outros cantam seu favor,
de amor chora, de amor cantam...
Ninguém sabe o que é amor.
9. A uns faz gelar de susto,
noutros causa um doce ardor;
não se sabe a qualidade,
ninguém sabe o que é amor.
10. Amor tem um ser divino,
não tem forma, corpo ou cor,
sente-se mas não se vê...
Ninguém sabe o que é amor.
12. Domingos CALDAS BARBOSA
04/8/1738 – Rio de Janeiro - Brasil
09/11/1800 – Lisboa - Portugal
Filho de um português com uma escrava angolana, foi enviado para Portugal em
1763, para estudar em Coimbra. Posteriormente em Lisboa, celebrizou-se pelas
trovas improvisadas ao som da sua viola de corda de arame. Suas composições
estão reunidas no livro Viola de Lereno, pseudônimo que ele adotava.
Foi soldado nas lutas na Colônia de Sacramento, fez, em Lisboa, uma vida de
padre mundano, que Tolentino satirizou, animando assembleias burguesas, salões
fidalgos e até serões do paço real.
Em sua poesia tratou das peculiaridades afetivas do povo brasileiro, distinguindo-
as das dos portugueses. Se aproximou assim de temas românticos, ainda que de
maneira não tão profunda.
É o Patrono da Cadeira nº3 da Academia Brasileira de Música .
13. FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
mimabadan@yahoo.com.br
MÚSICA: É o amor (Zezé de Camargo)
Execução: Flauta de Pan
IMAGENS: da Internet
(Repasse com os devidos créditos)
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