Viva uma vida plena e abundante descobrindo o equilíbrio interior
1.
2. Desfrutar de uma vida plena e abundante deveria ser nosso grande objetivo de
vida. Deveríamos ser estimulados a conquistar muitas experiências de satisfação
e realização desde que nascemos. Temos até um respaldo bíblico que torna lícito
este tipo de desejo. Quando Jesus disse que veio ao mundo para que todos
tivessem vida e a tivessem em abundância (João 10.10). Fica claro então que a
intenção do Criador é que todo ser humano desfrute de uma vida que tenha mais
momentos de alegria e de felicidade, do que de angústia e aflição. Portanto,
desejar uma vida plena e abundante deveria ser um sentimento natural em cada
criatura. Em essência, certamente foi para isso que nascemos. Mas como na
prática as realidades felizes não acontecem constantemente e nem temos o pleno
domínio sobre os momentos mais intensos que vivemos, ficamos então
vulneráveis em nossas convicções e vamos deixando a vida passar, ...
3. ... No estilo, seja então o que Deus quiser. Ora, mas Ele já disse para que
tenhamos uma vida abundante, por isso, cabe a nós interpretar corretamente o
significado destas palavras e descobrir como experimentar na própria vida as
realidades que traduzem de fato este estilo de vida. A Doutrina Espírita mostra
um caminho que pode aproximar o homem de um estilo de vida, que espelha
com mais clareza o significado de viver com mais plenitude e abundância
durante a existência terrena. A mente do homem é fonte inesgotável de criação.
O homem diferencia-se dos animais por seu pensamento contínuo e, portanto,
pela criação continuada de imagens, de formas, pensamento e clichês mentais.
Mergulha a mente no passado e projeta para o futuro, deixando emoções
decorrentes influenciarem suas ações, de acordo com aquilo que cria e que
observa em seu clichês.
4. Entretanto, não percebe que passado e futuro são situações sem realidade
própria, pois, a ele foi determinado viver apenas o momento presente.
Dizemos que a característica primordial do Espírito não é sua imortalidade, mas,
sua presença. O Espírito está sempre presente. Passado e futuro devem ser
considerados apenas como referências, capazes de balizarem seu caminho
evolutivo. Do passado, o homem deve tirar as lições aprendidas, as experiências,
os valores que hão de nortear suas ações do presente. Do futuro, o homem deve
colher apenas as expectativas e os objetivos que deseja traçar para si mesmo.
Aprisionar-se em clichês mentais, passados ou futuros, tira do homem a
possibilidade de concentrar-se e viver as experiências do presente, de construir
suas estradas evolutivas, passo a passo.
5. O homem encarnado tem uma natureza tripla, apesar de ser Espírito. Portanto,
inteligência e vontade desenvolvem um corpo material, e um corpo fluídico,
denominado perispírito, permite ao Espírito ligar-se e comandar o corpo físico.
As suas emoções, sente-as no Espírito, transmitindo-as para o corpo que reage a
elas fisicamente, através do veículo fluídico do perispírito. As sensações provém,
portanto, do corpo físico, enquanto as emoções, os sentimentos, provém da
mente, do Espírito, e suas emanações criam as formas pensamento que, se não
forem mantidas harmonizadas, podem aprisionar o homem, paralisando sua
evolução. Estados de menos-valia, de angústia profunda, de remorso, escravizam
o homem às suas próprias criações mentais, levando-o ao sofrimento moral, à
depressão e, em alguns casos, a fuga pelo suicídio ou pela loucura.
6. O progresso espiritual, ou seja, a evolução, requer que o homem seja capaz de
controlar, de vigiar suas emoções e suas sensações, para que não se veja
prisioneiro em fixações que desajustam e fazem sofrer. Nossos clichês mentais,
nossas formas-pensamento, podem ser observadas pelos Espíritos desencarnados
que, em função de afinidades ou de interesses particulares, reforçam ou tentam
amenizar as ideias que geramos. Se mantivermos a mente limpa ligada aos
valores do trabalho útil, da fraternidade, da compreensão, da convivência
pacífica, atrairemos a presença de seres evoluídos que nos induzem valores
relacionados ao bem e ao amor.
7. Mas, ao contrário, se nossos sentimentos ou ações se relacionarem com os
estados desajustados ou desarmonizados com a lei do amor e da caridade,
atrairemos para o nosso universo individual entidades sofredoras, que reforçam
nosso estado de padecimento, e Espíritos inferiores, levianos, vingadores, se
aproveitam de nossas fraquezas para aprofundar nosso infortúnio. Os estados de
equilíbrio físico e de equilíbrio mental são, portanto, essenciais para atingirmos a
paz de espírito necessária.
De uma forma geral, somos movidos como se fôssemos pêndulos entre extremos
antagônicos, sem nos apercebermos onde se encontra a posição de equilíbrio.
8. Somos movidos pelo apego, pela necessidade, pela paixão, que nos fazem agir,
quase sempre, de forma imprudente para logo depois sermos visitados pelo
medo, pela indecisão, pela incerteza, que nos paralisa e inibe as ações. É muito
difícil para quem nunca experimentou momentos de equilíbrio, perceber como
controlar impulsos, instintos, emoções, como assegurar harmonia com o mundo
em que se vive. O caminho para aquisição do equilíbrio começa pelo
conhecimento de nós mesmos, pela identificação de nossas fraquezas e de nossos
excessos. Todo excesso é desequilíbrio e traz consequências funestas para quem
o permite. A segurança do ser provém do equilíbrio que ele seja capaz de manter,
do conhecimento, e da identificação de seus estados desarmonizados.
9. Os gigantes da alma, monstros mentais que aprisionam, debilitam, maltratam,
desajustam, deformam e geram estados desequilibrados de autoestima, visitam o
homem sempre que encontrem oportunidade para isto. De um lado o rancor, no
lado oposto a passividade, quando a harmonia requer amor. De um lado é o
orgulho, do outro a depressão que abaixa a autoestima, quando o equilíbrio
requer consciência de si próprio. De um lado a paixão, do outro o ciúme, quando
a harmonia requer respeito, confiança e compreensão. De um lado a prepotência,
do outro a inveja, quando a paz requer a satisfação na convivência com os nossos
semelhantes. De um lado o riso fácil e exagerado, do outro o choro convulsivo,
quando o equilíbrio nos pede comedimento e controle das emoções.
10. Os gigantes da alma são sempre estados ilusórios relacionados a eventos
passados ou desejos futuros e, portanto, sem realidade atual. Se sempre vivemos
estados desarmonizados, nunca saberemos o que é equilíbrio. Busquemos na
ligação com Deus as forças para vencermos nossas fraquezas e imperfeições,
superando nossas dores, aflições e angústias.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e
de O Evangelho Segundo o Espiritismo.