O objetivo do curso é apresentar e discutir os sinais e sintomas específicos e inespecíficos de algumas patologias, apresentando casos clínicos e possibilitando a interpretação deles na prática
farmacêutica. A semiologia clínica ou médica é muito comum entre os profissionais de saúde, sobretudo médicos e enfermeiros, e tem como objetivo estudar os sinais e sintomas com a finalidade de se chegar a um diagnóstico clínico, usando como instrumento a anamnese e exame físico.
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Semiologia e patologia aplicada
1. Semiologia e Patologia Aplicada
1
Semiologia e patologia aplicada
Professora Ana Elisa Coradi
2. Semiologia e Patologia Aplicada
2
Introdução 3
Competências do Farmacêutico 3
Anamnese 5
Pré-anamnese 5
Prontuário 5
Tipos de pergunta 6
Facilitadores 7
Estrutura 7
Interrogatório sintomático 7
Tipos de Paciente 9
Semiologia da dor 10
Fisiopatologia da dor 10
Classificação da dor 12
Limiar da dor 12
Intensidade da dor 13
Cefaleia 14
Fisiopatologia 14
Causas 16
Classificação 16
Tipos e sintomatologia da cefaleia 16
Tratamento não farmacológico 17
Semiologia da febre 17
Classificação da febre 17
Fisiopatologia da febre 18
Anamnese do estado febril 19
Tratamento medicamentoso 20
Semiologia do Sistema Respiratório 20
Resfriado 20
Rinofaringite 21
Sinusites 21
Amigdalites 22
Tosse 22
Semiologia da síndrome metabólica 24
Fisiopatologia da síndrome metabólica 25
Obesidade 25
Hipertensão arterial 26
Diabetes mellitus 26
Dislipidemias 27
Semiologia da perda de peso não intencional 27
Conclusão 28
Referências bibliográficas 29
SUMÁRIO
3. Semiologia e Patologia Aplicada
3
INTRODUÇÃO
O objetivo do curso é apresentar e discutir os
sinais e sintomas específicos e inespecíficos de
algumas patologias, apresentando casos clínicos
e possibilitando a interpretação deles na prática
farmacêutica.
A semiologia clínica ou médica é muito comum
entre os profissionais de saúde, sobretudo médicos
e enfermeiros, e tem como objetivo estudar os
sinais e sintomas com a finalidade de se chegar a
um diagnóstico clínico, usando como instrumento a
anamnese e exame físico.
A semiologia farmacêutica é uma prática clínica
consideravelmente nova, diferindo da semiologia
clínica no exame físico. Tem como objetivo identificar,
por intermédio da anamnese, os sinais e sintomas
menos grave à saúde, que pode ou não haver
indicação de Medicamentos Isentos de Prescrição
(MIPs) como tratamento de curta duração.
Define-se:
• Sinais: alterações do organismo de uma
pessoa que podem ser percebidas através do exame
médico ou medidas em exames complementares.
Não é necessário que o paciente relate o sinal, pois
outra pessoa pode identificá-lo. É uma característica
objetiva da doença. Ex.: febre, edema (inchaço),
coloração da pele, arritmia.
• Sintomas: alterações do organismo relatadas
pelo próprio paciente, de acordo com sua percepção
de sua saúde. Apenas a pessoa consegue identificá-
los, não sendo possível outra pessoa diagnosticar.
É uma característica subjetiva, pois depende da
interpretação do próprio paciente. Ex.: dor, fome ou
sede excessiva, fraqueza.
O uso inadequado de medicamentos tem recebido
uma atenção especial dos profissionais de saúde e
autoridades sanitárias, sobretudo dos farmacêuticos,
e essa atenção é devido a alguns dados da literatura:
• 35% dos medicamentos são adquiridos por
meio de automedicação (ANVISA, 2007).
• Mais de 26 mil casos de intoxicação por
medicamentos no Brasil (SINITOX, 2009).
• Brasil lidera consumo de analgésicos
(ABRADILAN, 2011).
E o farmacêutico, devido ao seu conhecimento
técnico sobre medicamentos, é o profissional mais
habilitado para trabalhar com esses problemas.
COMPETÊNCIASDOFARMACÊUTICO
Dentre as competências do farmacêutico clínico,
podemos citar:
• Desenvolver o raciocínio clínico, avaliando
de forma estruturada as informações e queixas
apresentadas pelos pacientes em entrevistas clínicas,
relacionando-as sua área de atuação específica;
• Reconhecer, interpretar e utilizar dados
específicos de pacientes para o desenho, execução
e controle de planos de cuidado ajustados às
necessidades dos pacientes;
• Participar ativamente de discussões em
reuniões clínicas multiprofissionais;
• Atuar no acompanhamento clínico de
pacientes em unidades de saúde, otimizando a
utilização de seus conhecimentos em benefício do
paciente e de sua equipe de cuidado;
• Estabelecer condutas de encaminhamento
de pacientes entre profissionais ao estar diante
de situações que necessitem de investigação
especializada;
4. Semiologia e Patologia Aplicada
4
• Estabelecer relação interprofissional positiva,
compartilhando dados e decisões diante da suspeita
de situações que necessitem de investigação
mais aprofundada em determinado campo do
conhecimento (MATIAS FILHO, 2013).
Além dessas competências o farmacêutico clínico
está diretamente relacionado com o autocuidado e a
automedicação do paciente.
Entende-se como autocuidado o cuidado consigo
mesmo, buscando quais são as necessidades do corpo
e da mente, melhorando o estilo de vida, evitando
hábitos nocivos, desenvolvendo uma alimentação
saudável, conhecendo e controlando os fatores de
risco que levam às doenças, adotando medidas de
prevenção destas.
A automedicação é uma prática comum entre a
população e, desde que seja responsável, auxilia
na atenção primária no atendimento à população.
Para que o farmacêutico consiga atuar nesse tipo
de automedicação, deve possuir conhecimentos
aprofundados dos MIPs, reconhecer os sinais e
sintomas das patologias menos graves à saúde,
prestar atenção farmacêutica, transmitindo
algumas informações ao paciente: posologia,
eventos e possíveis efeitos colaterais, interações
medicamentosas, precauções e encaminhar ao
médico sempre que se fizer necessário.
Dentre as patologias menos graves à saúde,
podemos citar: algias leve a moderada, problemas
cutâneos, desinfecção cutânea, síndrome varicosa,
afecções das vias respiratórias superiores, afecções
do aparelho digestivo, febre, afecções oftálmicas,
afecções otológicas.
A relação entre o farmacêutico e o paciente deve
ser se total confiança.
Figura 1 – Relação entre paciente e farmacêutico.
Farmacêutico Confiança Paciente
Atendimento
diferenciado
Informação Orientação Assistência
5. Semiologia e Patologia Aplicada
5
O farmacêutico atua em cooperação
com o médico e o paciente, visando à
melhora dos resultados da farmacoterapia,
com a prevenção e detecção de Problemas
Relacionados com Medicamentos (PRM),
evitando dessa forma a morbidade e/ou
mortalidade relacionada a eles (ARAÚJO,
2009).
Na semiologia farmacêutica, o farmacêutico deve
escutar e questionar o paciente e tomar a decisão
correta, podendo ser o tratamento medicamentoso,
o não medicamentoso ou o encaminhamento ao
médico.
O farmacêutico não substitui outros profissionais
de saúde. Essa é uma prática complementar, de
amplo alcance e dentro dos limites éticos e legais.
ANAMNESE
Anamnese é uma palavra de origem
grega (ana, trazer de novo, e mnesis,
memória). Trata-se de uma entrevista
realizada pelo profissional de saúde ao seu
paciente, que tem a intenção de ser um
ponto inicial no diagnóstico de uma doença.
Em outras palavras, é uma entrevista que
busca relembrar todos os fatos que se
relacionam com a doença e à pessoa doente
(WIKIPÉDIA, 2013).
O diagnóstico de uma doença pode ocorrer por
exames complementares, exame físico e anamnese,
sendo que em 60% dos casos o diagnóstico é realizo
por meio da anamnese. Por esse motivo, mesmo
sendo mais trabalhosa, exigindo mais raciocínio e
mais interpretação de dados, que geralmente sofrem
interferências externas,é imprescindível que se faça
uma entrevista completa com o paciente, coletando
todos os dados que se julgar necessários.
Para o sucesso de uma anmnese, deve-se ouvir
e escutar o paciente, evitar interrupções externas,
dispor de tempo, observar o comportamento, intervir
na narrativa sempre que ele mudar de assunto,
não fazer julgamentos, não discutir com ele, saber
interrogar sem invadir a privacidade e possuir
conhecimentos aprofundados sobre as patologias a
ser abordadas.
Pré-anamnese
Antes de começar a anamnese, deve-se:
• Cumprimentar: chamar o paciente pelo
nome. Isso traz uma relação mais respeitosa, com o
que ele pode colaborar mais na entrevista.
• Apresentar-se: dizer seu nome e onde
trabalha.
• Motivo: dizer qual o objetivo da entrevista.
• Tempo: perguntar se o paciente dispõe
de tempo para a entrevista, que tem a duração de
aproximadamente 30 a 40 minutos.
• Permissão: pedir a permissão do paciente
para iniciar a entrevista.
Prontuário
Ao iniciar a anamnese, deve-se elaborar um
documento com todas as informações coletadas.
Esse documento recebe o nome de prontuário, sendo
individualizada a cada paciente.
No prontuário, é importante inserir a data e o
horário da entrevista. A data é imprescindível, pois
irá manter uma cronologia dos fatos, auxiliando na
elaboração do raciocínio clínico.
Para direcionar as perguntas, pergunta-se se o
paciente foi indicado por algum outro profissional ou
qual o motivo o trouxe a procurar o serviço.
6. Semiologia e Patologia Aplicada
6
Quando não for o paciente que fornece os dados
da entrevista, é importante anotar no prontuário
quem está sendo a fonte da história.
Termos técnicos, por exemplo, epistaxe, não são de
amplo conhecimento na população, portanto devem
ser evitados durante a entrevista com o paciente.
Deve-se usar palavras do cotidiano dele, como, no
exemplo citado anteriormente, sangramento nasal.
É importante manter a neutralidade durante
a entrevista. Seja imparcial diante a narrativa do
paciente.
Tipos de pergunta
Para facilitar uma anamnese, deve-se utilizar como
ferramentas perguntas de vários tipos, por exemplo:
• Perguntas abertas: o paciente fala
abertamente sobre o problema sem a interrupção do
profissional. Tem como objetivo captar a essência e a
cronologia dos fatos, sempre anotando no prontuário.
• Perguntas focadas (semiabertas): um
direcionamento mais específico. O paciente fala
especificamente sobre sua queixa principal.
• Perguntas fechadas: o paciente responde
com sim ou não às perguntas do profissional. Tem
como objetivo ajudar a definir o raciocínio clínico
dentro da anamnese.
• Perguntas dirigidas: devem ser evitadas,
pois induzem a resposta do paciente.
• Perguntas compostas: várias perguntas
juntas também devem ser evitadas, pois podem
confundir o paciente.
Figura 2 – Quantidade de informações
Abertas
Focadas
Fechadas
Dirigidas
Compostas
+
-
7. Semiologia e Patologia Aplicada
7
Facilitadores
Além dos vários tipos de perguntas que podem e
devemserabordadasduranteumaanamnese,existem
alguns facilitadores, ou seja, recursos utilizados para
fortalecer a empatia do paciente, favorecendo, assim,
a coleta de dados pelo farmacêutico.
Dentre esses facilitadores, estão: atenção na
história do paciente, confirmação dos fatos contados,
resumo do paciente sobre a própria história,
parafraseamento e confronto com o paciente em
caso de alguma dúvida.
Estrutura
A estrutura do prontuário deve possuir uma
sequência lógica. Devem constar:
• Identificação: nome, idade, sexo, cor, natural,
estado civil, residente, religião e profissão.
• QP: queixa principal.
• Histórico da queixa: sete atributos do sintoma.
• Histórico familiar: hererditariedade.
• Condições e hábitos de vida: moradia, hábitos,
psicossocial, fumo, bebida.
• Perfil psicossocial: família, rotina, estudo,
trabalho, situação financeira.
• Revisão dos sistemas: da cabeça aos pés.
• Avaliação funcional: idosos.
• Medicamento atual.
• Medicamentos que já utilizou.
• Vacinas.
• Outros problemas atuais.
• Hipótese diagnóstica.
Regras gerais:
• Procure o estímulo.
• Procure o sintoma-guia.
• Coleta de dados com raciocínio clínico.
• Levante as hipóteses diagnósticas:
aproximadamente três. O paciente é o foco.
• Confirmação ou afastamento das hipóteses
diagnósticas: perguntas fechadas para confirmar as
hipóteses. O farmacêutico é o foco.
O prontuário deve ser organizado, claro, conciso,
objetivo e cronológico, com início, meio e fim.
INTERROGATÓRIOSINTOMÁTICO
Como dito anteriormente, a revisão dos sistemas
deve ser feita com perguntas fechadas, que devem
ser utilizadas para direcionar na elaboração da
hipótese diagnóstica. Seguem alguns exemplos de
perguntas para cada sistema.
»» Crânio, face e pescoço – dor, alterações
dos cabelos e pelos, alterações dos movimentos,
alterações do pescoço (dor, tumorações, movimentos
e pulsações anormais etc.).
»» Aparelho ocular – dor ocular, cefaleia,
vertigem ocular, distúrbios da visão, fotofobia,
diplopia, sensação de corpo estranho, ardência,
lacrimejamento, nistagmo etc.
»» Aparelho auditivo - inflamações, dor,
traumatismos, lesões da pele, cerume, otorreia,
zumbido ou tinido; hipoacusia, vertigem.
8. Semiologia e Patologia Aplicada
8
»» Nariz e cavidades paranasais - alterações da
olfação normal, dor, rinorreia (aquoso, purulento,
sanguinolento) e obstrução nasal, espirro, epistaxes.
»» Cavidade bucal e anexos- dor, disfagia,
inflamações, tumores, gânglios submandibulares e
cervicais.
»» Aparelho respiratório - dor, dispneia, tosse,
expectoração, alterações da forma do tórax,
hemoptise etc.
»» Aparelho cardiovascular - dor precordial
(pericardites, angina, IAM, aórtica), palpitações,
dispneia, edema, cianose, alterações
psiconeurológicas, palidez e sudorese.
»» Aparelho digestivo – alterações do apetite
(bulimia ou polifagia, anorexia, perversão do apetite),
alterações de forma e volume, tosse, halitose,
disfagia, pirose, regurgitação, soluço, náuseas e
vômitos, diarreia, disenteria, constipação.
»» Aparelho renal e urinário - edema, dor renal,
disúria, febre e calafrio; poliúria, anúria, hematúria,
incontinência, hesitação.
»» Aparelho genital feminino - ciclo menstrual
e seus distúrbios (menorragias, amenorreia,
dismenorreia, polimenorreia etc.), corrimento e
prurido, tensão pré-menstrual, disfunções sexuais
(erotismo, orgasmo, frigidez).
»» Aparelho genital masculino – distúrbios
miccionais, dor (testicular, perineal, lombossacra),
priapismo, hemospermia, corrimento uretral,
disfunções sexuais (impotência, ejaculação precoce
etc.).
»» Sistema osteoarticular e muscular – dor, rigidez
pós-repouso, sinais inflamatórios, manifestações
sistêmicas (febre, astenia, anorexia, perda de peso),
atrofia muscular, miotonias, tetania, cãibras.
»» Sistema hemolinfopoiético– hemorragias
(petéquias, equimoses, hematomas), adenomegalias,
febre, esplenomegalia.
»» Sistema endócrino – alterações do
desenvolvimento físico (nanismo, gigantismo,
acromegalia) e sexual (puberdade precoce/
atrasada, galactorreia), hipertireoidismo (sudorese,
sensibilidade ao calor, perda de peso, taquicardia,
tremor, irritabilidade, insônia, astenia, diarreia,
exoftalmia) e hipotireoidismo (hipersensibilidade
ao frio, diminuição da sudorese, aumento de
peso, obstipação intestinal, cansaço fácil, apatia,
sonolência, alterações menstruais, ginecomastia,
pele seca, rouquidão, bradicardia).
»» Sistema nervoso: distúrbios da motricidade
involuntária e da sensibilidade (hiperestesia,
hipoestesia, anestesia, paralisias), distúrbios da
olfação (hiposmia ou anosmia), distúrbios da audição
(hiper ou hipoacusia ou acusia), distúrbios da visão
(amaurose, diplopia, ambliopia, hemianopsia),
equilíbrio (tontura, vertigem; estado de consciência),
ausência, amnésia, confusão, torpor, agitação
psicomotora, sonolência e coma, motricidade
involuntária (tremores, tiques, espasmos,
convulsões, cãibras), distúrbios esfincterianos (bexiga
neurogênica, incontinência fecal), distúrbios do sono
(insônia, sonanbulismo etc.), distúrbios das funções
cerebrais superiores (disfonia, dislexia).
»» Exame psíquico: consciência, atenção,
orientação (autopsiquíca, tempo e espaço),
pensamento, memória, inteligência, sensopercepção,
vontade, psicomotricidade, afetividade.
9. Semiologia e Patologia Aplicada
9
TIPOSDEPACIENTE
Existem tipos psicológicos de pacientes, e devemos
saber tratá-los de maneira individualizada. Segue
algumas características e formas de tratamento.
Tímido
Como age: tem medo de tomar decisões, busca
conselhos e não se impressiona (reage) facilmente.
Como tratá-lo: colocar-se no lugar dele (empatia),
obter sua confiança, fazê-lo falar por meio de
perguntas abertas, estabelecer um diálogo, conversar
com familiares, ser breve e sensato.
Bem-humorado
Como age: é muito simples, é simpático e
bonachão, é mestre em desviar o profissional do
assunto.
Como tratá-lo: conduzir o diálogo e mantê-lo,
ser simples, simpático e bem-humorado,procurar
retornar ao assunto a ser tratado.
Desconfiado
Como age: gosta de debater, é desconfiado,
suspeita de tudo, é firme.
Como tratá-lo: incentivá-lo, demonstrar
credibilidade (com dados reais), fornecer detalhes,
fazer afirmações que você possa provar no momento.
Prolixo
Como age: quer sempre pormenores, vai aos
mínimos detalhes, é meticuloso e ordenado;
Como tratá-lo: interromper sendo cortês, falar de
uma forma clara e simples, usar perguntas focadas e
fechadas, manter a atenção e ser persistente.
Sabido
Como age: é bem informado, sabe o que diz, não
é facilmente influenciado.
Como tratá-lo: colocar o seu pensamento como se
ele o tivesse formulado, ser seu aluno e tirar proveito
dessa situação, demonstrar conhecimento sem irritá-
lo, deixá-lo à vontade, não esconder informações,
ainda que elas não sejam boas, fazê-lo sentir que é o
primeiro a tomar conhecimento de uma informação,
apresentar fatos e não opiniões.
Raivosos
Como age: discute por qualquer coisa, não
hesita em expor opiniões, é inteligente, às vezes até
brilhante.
Como tratá-lo: evitar discussões e atrito, não usar
o mesmo tom de voz que ele utiliza, direcioná-lo para
o bom senso, usar suas próprias ideias para convencê-
lo, não ser bajulador, saber ouvi-lo, atender às suas
queixas e reclamações, manter-se calmo e cortês.
Figura 3 – Composição Anamnese
10. Semiologia e Patologia Aplicada
10
SEMIOLOGIADADOR
A dor é o sintoma mais comum na prática médica.
É definida pela Associação Internacional para Estudos
da Dor (AIED) como uma desagradável experiência
sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual
já existente ou potencial, ou relatada como se uma
lesão existisse.
A dor é um mecanismo de defesa do
organismo, pois ela alerta para uma lesão
tissular. Porém, em portadores de dor
crônica, não há uma lesão aparente referida
ao local dolorido, estando o problema nos
nervos periféricos ou no SNC. Então a dor
passa a ser uma ameaça ao bem-estar do
paciente (PINHEIRO, 2007).
A dor é responsável por 75-80% das
visitas feitas ao sistema de saúde, sendo a
principal causa de sofrimento e incapacidade,
e com graves repercussões psicossociais e
econômicas. Ela afeta pelo menos 30% dos
indivíduos durante algum momento da sua
vida e, em 10% a 40% deles, tem duração
superior a um dia (RIOS, 2013).
A queixa de dor que leva o paciente a procurar o
médico é uma experiência única para ele, e a diferença
de percepção e tolerância entre os dois pode dificultar
a avaliação. O limiar de dor e a tolerância podem ser
alterados por vários fatores, como idade, sexo, nível
sociocultural e fadiga. Na anamnese,deve-se tentar
caracterizar a dor relatada, considerando: localização,
caráter ou tipo, intensidade, duração,evolução,
relação com funções orgânicas, irradiação, fatores
desencadeantes ou agravantes, fatores quealiviam e
manifestações associadas.
Fisiopatologia da dor
A dor pode ser nociceptiva ou neuropática.
Neuropática: é um tipo de sensação dolorosa
crônica causada por uma lesão ou inflamação do
sistema nervoso central. Sintomas como sensação
dolorosa causada por estímulos que habitualmente
não causariam dor, respostas exageradas aos
estímulos táteis, sensibilidade exagerada a estímulos
dolorosos, persistência da dor mesmo após a remoção
do estímulo, sensações como formigueiro, dormência
e picadas, agravados, geralmente, à noite, são
descritos por pessoas acometidas por esse tipo de dor
(RIOS, 2013). Nesse processo, o estímulo que gera a
lesão nervosa, mais especificamente a lesão elétrica,
segue a direção dos neurônios até a medula espinhal,
ocorrendo a liberação dos neurotransmissores, os
quais ativam regiões do cérebro, como o córtex
cerebral, resultando na sensação de dor exatamente
no local em que ocorreu o trauma (KRAYCHETE;
GOZZANI; KRAYCHETE, 2008).
Neuralgia do trigêmeo, neuralgia pós-herpética,
neuropatia diabética, neuralgia pós-traumática,
tumores comprimindo nervos e síndrome talâmica
(após acidente vascular cerebral), são exemplos de
doenças ou lesões que provocam dores neuropáticas
(ANDRADE; SGORLON, 2013).
Nociceptiva: Este tipo de dor ocorre quando
o tecido é danificado por estímulo (calor, pressão
ou corte) e ativa os nociceptores, os quais enviam
a informação ao sistema nervoso central. Esses
nociceptores são encontrados em tecidos superficiais,
profundos e viscerais, apresentando-se como
terminações nervosas livres (RIOS, 2013).
11. Semiologia e Patologia Aplicada
11
De acordo com Gozzani (2004),
existem 3 classes de nociceptores: os
mecanoniceptores, que são sensíveis a
estímulos mecânicos; os termonociceptores,
sensíveis a estímulos térmicos; e os
nociceptores polimodais, que respondem a
estímulos mecânicos, térmicos e químicos.
Dentre as substâncias químicas que modulam a
excitabilidade dos nociceptores, tornando-os mais
sensíveis aos estímulos térmicos ou mecânicos que
provocam dor, estão (LOPES, 2003):
Glutamato e ATP: promovem a abertura de
canais iônicos consequentemente despolarizam as
membranas dos nociceptores.
Bradicininaeprostaglandinas:ativamsistemas
de transdução intracelulares, os quais ativam as
enzimas intracelulares e modulam o funcionamento
dos canis iônicos e receptores.
Óxido nítrico: atravessa as membranas
celulares e exerce o seu efeito diretamente sobre os
nociceptores.
Os nociceptores podem, ainda, ser ativados
diretamente e, nesse caso, podem libertar para o
meio extracelular peptídeos, como a substância P,
e aminoácidos excitatórios, como o glutamato ou o
aspartato, que contribuem direta ou indiretamente
para a ativação dos nociceptores vizinhos (WOOD,
1997 apudLOPES, 2003,p. 8), causando vasodilatação
e liberação de histamina a partir dos mastócitos.
Lesões de tecidos ósseos e musculares ou
de ligamentos estão relacionadas com as dores
nociceptivas.
Figura 4 – Dor neuropática. Fonte: http://www.wallstreetfitness.com.br
12. Semiologia e Patologia Aplicada
12
Classificação da dor
A dor, dependendo da duração e da intensidade de
sua manifestação, pode ser considerada um simples
sintoma de uma doença ou uma complicação de um
quadro clínico importante. (RIOS, 2013):
Aguda: dor após uma lesão tecidual que
geralmente desaparece após resolução do processo
patológico (minutos a algumas semanas). Está
associada a alterações neurovegetativas, ocasionadas
por inflamação, infecção e traumatismo. Exemplos:
pós-operatória, pós-traumática, de dente e cólicas
em geral.
Crônica: dor persistente (podendo se estender
de vários meses a vários anos) não associada a
uma lesão no organismo. Pode ser consequência de
uma lesão já previamente tratada. Exemplos: artrite
reumatóide, câncer, esforços repetitivos, nas costas
e outras.
Recorrente: dor com períodos de curta duração
que, no entanto, se repetem com frequência,
podendo ocorrer durante toda a vida do indivíduo.
Exemplo: enxaqueca.
Limiar da dor
O limiar de percepção da dor representa o estímulo
mínimo capaz de gerar um impulso nervoso no nervo
sensitivo suscetível de ser percebido como doloroso.
O limiar de dor é inversamente proporcional à reação
à dor. Um paciente com elevado limiar doloroso é
hiporreativo, enquanto aquele que tem baixo limiar é
hiper-reativo (PR, 2011; PIMENTA, 1999).
Embora o limiar da dor seja semelhante entre as
pessoas, a tolerância a ela varia muito. Alguns fatores
têm influência definida sobre o limiar de dor de cada
indivíduo:
Figura 5 – Dor nociceptiva. Fonte: http://yannaspinola.blogspot.com.br/2010/09/dor_04.html
13. Semiologia e Patologia Aplicada
13
Estados emocionais - Pacientes que apresentam
alteração no estado emocional, muito preocupados,
por exemplo, têm baixos limiares, portanto toleram
menos dor (PR, 2011).
Fadiga - Os pacientes que não apresentam
cansaço e têm boas noites de sono têm um limiar de
dor muito mais alto que outros fadigados e sonolentos
(PR, 2011).
Idade - Os adultos jovens, quando comparados
a crianças e jovens, tendem a tolerar mais a dor,
apresentando portanto limiar mais alto. Porém, de
acordo com Duarte (1999), esse fator, isoladamente,
não explica as variações dos limiares de dor em
crianças, pois outros, como sexo, determinantes
genéticos, vivência anterior sobre dor, variações
psicológicas, ambiente e fatores étnicos podem
influenciar. Ainda segundo esse autor, nos idosos
ocorrem alterações degenerativas no sistema nervoso
periférico. Com isso, apresentam menor sensibilidade
à dor.
Raça - Mulheres descendentes de italianos
apresentam limiar mais baixo comparadas com
americanas (STERNBACH; TURSKY, 1965 apud
PIMENTA, 1999, p. 3). Isso se deve, provavelmente,
a serem mais emotivas.
Sexo – Mulheres têm o limiar doloroso menor que
os homens, portanto sentem mais dor. Os hormônios
sexuais são os responsáveis por essa diferença na
percepção da dor (PALMEIRA, 2013).
Medo – Quanto maior o temor, menor o limiar da
dor. Pacientes que sentem muito medo e são ansiosos
tendem a aumentar exageradamente sua expectativa
negativa, com isso, tornam a dor fora de proporção
em relação ao estímulo que a causou (PR, 2011).
Intensidade da dor
Para se avaliar as sensações dolorosas de um
paciente, é necessário realizar uma anamnese e, com
base na sua descrição, analisar a intensidade da dor.
Existem na literatura instrumentos padronizados, os
quais classificam a dor em leve, moderada e intensa.
O uso deles deve estar de acordo com a idade e o
nível de compreensão e de consciência do paciente
(RIOS, 2013).
Figura 6 – Escalas numéricas e visuais
analógicas da intensidade da dor.
14. Semiologia e Patologia Aplicada
14
Dentre esses instrumentos, pode-se citar:
Escala numérica - O paciente deve apontar a
intensidade da sua dor. O nível zero corresponde à
ausência de dor, e o nível 10 significa dor insuportável.
Escala de descritores verbais - O paciente
classifica sua dor como: sem dor, dor leve, dor
moderada, dor intensa, dor insuportável.
Escala de faces Wong Baker – O paciente
classifica a intensidade da sua dor de acordo com a
expressão em cada face desenhada. A expressão de
felicidade (0) corresponde à classificação “sem dor”,
e a expressão de máxima tristeza (10) corresponde à
classificação “dor insuportável”.
Existem, também, escala comportamental, escalas
debilitantes funcionais e comportamentais, lineares e
pictóricas (CARVALHO; KOVACS, 2006).
Cefaleia
O conceito de cefaleia é ainda impreciso,
mas, com finalidades didáticas, pode-se
adotar o conceito que se segue: “Trata-se de
cefaleia crônica, de apresentação episódica
ou contínua e de natureza disfuncional, o
que significa a não participação de processos
estruturais na etiologia da dor” (SANVITO;
MONZILLO,1997).
Fisiopatologia
Os detalhes fisiopatológicos da enxaqueca, ainda
não são perfeitamente conhecidos, a seguir segue os
fatores que já foram estudados:
Depressão alastrante
Ocorre uma redução do fluxo sanguíneo cerebral,
deprimindo a atividade elétrica que se propagava
pelo córtex em todas as direções em poucos minutos
(VINCENT, 1998).
Ativação do sistema trigeminovascular
Durante as crises de enxaqueca, ocorre o estímulo
das fibras nervosas que estão presente na parede
dos vasos cranianos. Essas fibras apresentam
varicosidades, no interior das quais existem vesículas,
contendo substâncias neurotransmissoras vasoativas
(substância P, peptídeo vasoativo intestinal,
acetilcolina e neuropeptídeo relacionado ao gene da
calcitonina), que são liberadas quando da passagem
do estímulo nervoso (VINCENT, 1998).
Inflamação neurogênica
Os neurotransmissores, depois do extravasamento
plasmático, interagem com substâncias
vasorreguladoras presentes no sangue e/ou no vaso
e contribuem para a regulação do tono vascular,
provocando uma vasodilatação. Esse processo é
chamado inflamação neurogênica (VINCENT, 1998).
A razão da dor seria a própria vasodilatação (ORTIZ,
2002).
Vasodilatação pelo óxido nítrico
Como visto anteriormente, em dores nociceptivas,
sabe-se que o óxido nítrico, presente em fibras
nervosas, atravessa facilmente as membranas, e
sabidamente, provoca vasodilatação (por intermédio
da indução da guanil ciclase, que produz guanosina
monofosfato cíclico, que por sua vez provoca o
relaxamento da musculatura lisa) e estimulação dos
receptores nociceptivos. Esse processo é um grande
responsável pelos fenômenos dolorosos presentes
em um ataque de enxaqueca (ORTIZ, 2002). Drogas
que são eficientes no tratamento da enxaqueca,
que não sejam analgésicos comuns, exercem sua
atividade inibindo uma ou mais etapas da via NO-
cGMP ou antagonizando os efeitos dos metabólitos
gerados por ela (VINCENT, 1998).
15. Semiologia e Patologia Aplicada
15
Vasodilatação pela serotonina
Durante a crise de enxaqueca, há uma diminuição
da concentração de serotonina (5-HT) plasmática,
e a urina de pacientes enxaquecosos contém maior
quantidade de ácido 5-hidroxi-indolacético (5-HIAA),
um metabólito da 5-HT (ORTIZ, 2002).
O Sumatriptan, uma eficiente droga contra
a enxaqueca, é um agonista específico para os
receptores da 5-HT, provocando vasoconstrição
(VINCENT, 1998, ORTIZ, 2002).
Predisposição genética
É frequente a ocorrência de enxaqueca em
parentes de pacientes com enxaqueca migrânea
(LIVING, 1873 apud ORTIZ, 2002, p.3).
Familiares de enxaquecosos sem aura têm um
risco 1,9 vezes maior de ter a enxaqueca sem aura
e apenas 1,4 vezes maior de sofrer enxaqueca com
aura (VINCENT, 1998).
Familiares de primeiro grau de enxaquecosos têm
50% mais chance de apresentar a doença (VINCENT,
1998).
Métodos de neuroimagem
Com o uso da espectrometria por fósforo,
alterações do fluxo sanguíneo cerebral regional
demonstram a provável existência de um centro para
enxaqueca no tronco cerebral (ORTZ, 2002).
Figura 7 – Mecanismos fisiopatológicos da enxaqueca.
16. Semiologia e Patologia Aplicada
16
Causas
O que se considera como “causas” de
enxaqueca (estresse, chocolate, vinho,
alimentos com tiramina, alterações
temporomandibulares, medicamentos,
mudanças de ambiente, entre outras) são,
na verdade, simples fatores desencadeantes,
que dependem de uma predisposição
individual para o desencadeamento da crise
(VINCENT, 1998).
Classificação
Quanto à etiologia
Podem ser primárias ou secundárias. As primárias
são desordens neuroquímicas, herdadas, sensíveis a
fatores ambientais. As secundárias são provocadas
por doenças ou condições demonstráveis por exames
clínicos e laboratoriais, como é o caso da meningite.
Quanto à evolução
Podem ser cefaleias explosivas ou agudas. Nas
cefaleias explosivas, ocorre a ruptura de aneurisma
arterial intracraniano, como nas cefaleiaorgásmica
(benigna); nas cefaleias agudas, o ápice ocorre em
minutos ou poucas horas, comum em todos os tipos.
Cefaleias crônicas
Geralmente, as cefaleias crônicas são primárias,
podem ser recidivas ou persistentes, têm parição
diária ou quase diária, duração mínima de quatro
horas e intensidade constante.É a maior causa de
consultas médicas.
Tipos e sintomatologia da cefaleia
Tensional
»» Tensão, pressão, constrição.
»» Circundando o crânio, na fronte ou nas
têmporas.
»» Irradiação para pescoço e face.
»» Bilateral.
»» Trinta minutos a sete dias.
»» Leve a moderada.
»» Sem relação com esforço físico.
Em salvas
»» Crise breve e recorrente em um dia.
»» Cinco minutos a duas horas; até oito vezes
ao dia.
»» Dura até seis meses.
»» Frequente ocorrência noturna.
»» Dor unilateral, intensa, na região periorbital.
»» Sintomas: congestão nasal, rinorreia,
sudorese facial, lacrimejamento.
Migrânea sem aura
»» Início incerto, 4 a 72 horas.
»» Dor pulsátil, progressiva.
»» Moderada a grave.
»» Periorbital, frontal ou nas têmporas.
»» Náuseas, vômitos, fotofobia, fonofobia.
17. Semiologia e Patologia Aplicada
17
Migrânea com aura
»» Sintomas anteriores.
»» Aura: aumento do escotoma (região do
campo de visão com baixa ou nula acuidade visual).
Tratamento não farmacológico
Segundo Peres (2009), além dos medicamentos
para enxaqueca existentes hoje no mercado
(analgésicos, triptanos, ergotaminas, antidepressivos,
neuromoduladores etc), outros tratamentos, não
medicamentosos, são de igual importância, como
prática de atividade física, psicoterapia, controle do
estresse, fisioterapia, toxina botulínica e acupuntura.
Identificar e evitar os fatores desencadeantes,
como não ficar longos períodos sem alimentação,
não fumar, evitar o estresse, ingerir pouco de café,
evitar claridade, não beber, ter um sono regular é
útil no controle das crises de dor de cabeça (PERES,
2009).
O encaminhamento ao médico deve ser imediato
se for apresentada dor associada a trauma, dor
severa nunca sentida antes, dor após esforço,
alteração psíquica, suspeita de reação adversa a
medicamentos, crianças, idosos, gestantes, lactantes,
dor progressiva por dias ou semanas, rigidez na nuca
e migrânea recorrente.
SEMIOLOGIADAFEBRE
A febre é definida como a elevação da
temperatura acima da normalidade, causada
por alterações do centro termorregulador
(hipotálamo) ou por substâncias que
interferem com o mesmo (LOREDANO,
2013).
Febre e hipertermia são definições distintas.
Hipertermia é o resultado da falha dos mecanismos
termorreguladores em manter a eutermia. Dentre
suas causas, pode-se citar altas temperaturas e
sobreaquecimento por excesso de agasalho (CRF,
2010).
Classificação da febre
A febre pode ter início súbito ou gradual, uma
intensidade leve, moderada ou alta, um modo de
evolução contínuo, irregular, remitente, intermitente
ou recorrente e o término em crise ou em lise.
A febre contínua tem variações até 1 °C, sempre
acima do normal. Ex: febretifoide, pneumonia.
A febre irregular ou séptica possui picos muito
altos intercalados por temperaturas baixas ou
apirexia. Sem caráter cíclico, totalmente imprevisível.
Ex: septicemia.
A febre remitente tem hipertermia diária com
variações maiores de 1°C, sem apirexia. Ex:
septicemia, pneumonia.
A febre intermitente tem hipertermia com períodos
cíclicos de apirexia (terçã, quartã, cotidiana). Ex:
linfomas,malária,tuberculose.
A febre recorrente ou ondulante tem períodos
de temperatura normal, que permanecem dias
ou semanas, seguidos por períodos com febre.
Ex:linfomas,tumores.
18. Semiologia e Patologia Aplicada
18
A febre varia conforme hora do dia, local de
medição e processos fisiológicos. Dentre os processos
fisiológicos, podemos citar: período pós-prandial,
pré-ovulação, ovulação, gravidez e exercício físico.
A febre por longos períodos pode acarretar
prejuízos consideráveis ao paciente, como: aumento
importante no consumo de oxigênio, aumento dos
trabalhos cardíacos, confusão mental em pacientes
idosos, indução de crises convulsivas em crianças e
redução da acuidade mental, podendo levar até ao
delírio.
Figura 8 – Ciclo da temperatura corporal.
DiaD ia
38º C 100º F
98.5º F
97º F
37º C
36º C
6AM 12PM 10PM 4AM 6AM 12PM 10PM
Noite
Ritmo Circadiano (Corpo - Ciclo da Temperatura)
Hora
Temperatura
Indutores de
pirógenos endógenos
(pirógenos exógenos)
MACRÓFAGOS
LINFÓCITOS
Pirógenos
Endógenos (PE)
Fibras preópticas do
hipotálamo anterior
(PO/HÁ)
Síntese de
prostaglandinas E-2
Troca do ponto
prefixado
Vasoconstrição
Piloereção
Secreção de adrenalina
Calafrios
Temperatura
corporal
Temperatura
corporal
Suor
Vasodilatação
C
R
I
S
E
IL-1
IL-6
TNF
IFN
PIM (Alfa 1)
FEBRE
Figura 9 – Mecanismo fisiopatológico da febre.
Fisiopatologia da febre
19. Semiologia e Patologia Aplicada
19
Anamnese do estado febril
Ao verificar a temperatura de uma paciente
e constatar um aumento da normalidade, deve-
se realizar uma anamnese, verificando os sinais e
sintomas específicos da febre.
Dentre os sinais, podemos citar: calor, sudorese,
oligúria (excesso de urina), colúria (urina escura),
saburra (língua esbranquiçada), hipotensão e
taquipneia. Calafrios, cefaléia, calor, boca seca, mal
estar, poliagias são alguns dos sintomas (CRF, 2010).
Para se levantar as hipóteses diagnósticas em
um paciente com febre, é necessário realizar uma
anamnese muito bem estruturada, isso porque a febre
pode ser indícios de várias patologias, como infarto,
traumatismos, doenças neoplásicas, hematopatias,
doenças de origem infecciosa, transtorno metabólicos,
entre outras.
A paciente está grávida ou amamentando?
O paciente tem menos de seis meses de idade?
Não
Não
A temperatura corporal do paciente excede 39,4ºC?
Não
A temperatura corporal do paciente excede 39,4ºC?
Não
A temperatura corporal do paciente excede 39,4ºC?
Não
A febre está presente por mais de três dias?
A temperatura corporal do paciente excede 39,4ºC?Um antipirético apropriado à idade e corretamente
dosado pode ser usado para deixar o paciente
mais confortável.
Não
Sim
Sim
NãoSim
NãoSim
Encaminhar
ao médico
Figura 9 – Fluxograma de avaliação do paciente. Fonte: CRF, 2010.
20. Semiologia e Patologia Aplicada
20
Durante a anamnese do estado febril, deve-se
seguir as seguintes etapas:
1. Início
a) Época em que o sintoma surgiu.
b) Modo de início do sintoma: súbito ou gradativo,
fatores ou situações que o desencadearam ou o
acompanharam em seu início.
c) Duração do sintoma.
2. Características
a) Localização.
b) Qualidade.
c) Intensidade.
d) Relações com as funções orgânicas.
3. Evolução
a) Evolução cronológica.
b) Modificações ocorridas.
c) Tratamentos efetuados.
4. Relação com os demais sintomas
a) Definir as relações entre sintomas.
b) Sintoma-guia.
5. Características do sintoma atualmente
Tratamento medicamentoso
O uso de medicamento para minimizar o
desconforto causado pela febre deve dar uma
resposta positiva em até um dia. Se não houver esta
resposta, deve-se procurar um médico.
Os principais medicamentos usados para o
tratamento as febre e isentos de prescrição médica,
podendo, portanto, ser indicados pelo farmacêutico,
são: paracetamol, dipirona, ibuprofeno e ácido
acetilsalicílico. Para conseguir saber qual o antitérmico
mais adequado para cada paciente, é necessário
conhecer a farmacologia deles, assim como sua
posologia e reações adversas.
SEMIOLOGIADOSISTEMA
RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é composto porvias
aéreas superiores (fossas nasais, nasofaringe,
orofaringe e laringe) e vias aéreas inferiores (traqueia,
árvore brônquica, ductos e sacos alveolares) e tem
como objetivo principal conduzir o ar para dentro e
para fora da cavidade pulmonar.
As principais patologias que acometem o aparelho
respiratório e com que o farmacêutico tem autonomia
e competência para atuar são: resfriado, rinofaringite,
sinusite, amigdalites, tosse e congestão nasal.
Resfriado
No resfriado, o tratamento é apenas paliativo,
e a intervenção do farmacêutico é no momento da
aquisição do Medicamento Isento de Prescrição pelo
paciente.
21. Semiologia e Patologia Aplicada
21
Tabela 1. Sinais e sintoma do resfriado
Embora o tratamento seja paliativo, visando
a alívio de sintomas, como coriza, dores no corpo
e congestão nasal, podem ocorrer algumas
complicações decorrentes do resfriado, como:
infecção bacteriana, agravamento da asma, sinusite,
otite média, pneumonia ou bronquite.
Rinofaringite
São inflamações infecciosas ou alérgicas na
mucosa nasal ou faríngea, geralmente causada por
um alérgeno. Setenta e cinco por cento dos casos de
rinofaringites são causadas por vírus (rinovírus).
Figura 10 - Rinofaringite. Fonte: http://equilibriummassagens.blogspot.com
Os sintomas característicos da rinofaringite são:
rinorreia aquosa, espirro, prurido no nariz e no
palato, pigarro, conjuntivite alérgica, tosse, cefaleia,
irritabilidade e insônia.
Pode ser classificada como:
- Intermitente: sintomas por até quatro semanas.
- Persistente: sintomas por mais de quatro
semanas.
- Leve: sono normal, sem prejuízo de atividades
diárias, sem sintomas problemáticos.
- Moderado-grave: sono anormal, prejuízo das
atividades diárias, sintomas problemáticos.
O tratamento pode ser feito por: AINES,
descongestionantes, lavagens nasais frequentes com
soro fisiológico, hidratação e repouso adequado.
Quando não tratadas corretamente, as
rinofaringites podem evoluir para quadros de
sinusites, otites ou ainda pneumonia.
Sinusites
Sinusites são alterações que acometem os seios
da face: maxilares, etmoidais, frontal e esfenoidal.
Figura 11. Sinusite.
Sinais e sintomas Resfriado
Quando ocorre Todo o ano
Início Aos poucos
Febre Raramente
Dor de cabeça Raramente
Tosse Irritativa
Dores no corpo Leves
Cansaço e fraqueza Muito leves
Mal-estar Raramente
Desconforto no peito Leve a moderado
Nariz congestionado Comum
Coriza Comum
Dor de garganta Comum
Complicações Incomuns, leves/
moderadas
Seio Frontal
Seios Etmoidais
Seio Maxilar
22. Semiologia e Patologia Aplicada
22
Os sinais e sintomas que se destacam num quadro
de sinusite são: dor de cabeça, sensação de peso
na cabeça (nitidamente pior ao acordar), obstrução
nasal, rinorreia, febre, desconforto faríngeo, tosse,
alterações olfativas e fadiga.
O tratamento deve ser feito por antibióticos,
descongestionantes de uso local ou sistêmico,
anti-inflamatórios não esteroidal ou esteroidal.O
diagnóstico e o tratamento devem ser feitos pelo
médico.
Amigdalites
Amigdalites são alterações infecciosas que
acometem as tonsilas palatinas, popularmente
conhecidas como amígdalas.
As amígdalas são linfonodos na parte de trás da
boca e na superior da garganta. Elas geralmente
ajudam a filtrar bactérias e outros microrganismos
para impedir as infecções no corpo.
Figura 12. Amigdalites. Fonte: avanceotorrino.wordpress.com
Os sinais e sintomas das amigdalites são: forte
dor na garganta, gânglios aumentados de volume,
odinofagia (dificuldade e dor ao engolir alimentos),
faringe bem congestionada e avermelhada, indulto
amarelado (pus) na região, febre alta (acima de
38,5°C), indisposição, queda do estado geral,
alteração de voz e perda de voz.
Por se tratar de infecção, ou seja, presença
de microrganismos para o correto tratamento é
necessário o uso de antibióticos.
Tosse
É o reflexo de proteção que livra as vias aéreas de
secreções ou corpos estranhos, sendo que qualquer
estímulo dos receptores localizados na faringe,
laringe, traqueia, ou brônquios pode induzir a tosse.
Tosse é o mais importante e o mais
frequente sintoma respiratório. Consiste
numa inspiração rápida e profunda, seguida
de fechamento da glote, contração dos
músculos expiratórios, principalmente o
diafragma, terminando com uma expiração
forçada, após abertura súbita da glote
(NETTO, 2011).
Descobrir a causa é fundamental para tratar a tosse.
E para isso é importante definir suas características:
seca, produtiva, noturna, diurna, sob esforço, em
repouso, desencadeada por agente químico, além do
tempo que o sintoma vem se apresentando.
Os tipos de tosse são:
- Tosse alta em tom de latido (BOVINA) - Pode
significar doença laríngea ou traqueal;
- Tosse recorrente - Após alimentação ou beber
líquidos é sintoma de aspiração;
- Tosse diária produtiva e crônica - Característica
fundamental de Bronquite crônica e Bronquiectasia
(dilatação e distorção irreversível dos brônquios);
- Tosse persistente e seca - Doença intersticial do
pulmão;
23. Semiologia e Patologia Aplicada
23
- Tosse noturna - Sintoma importante de asma na
criança, em idosos é devida à insuficiência cardíaca
(ALVES, 2013).
Deve-se tomar muito cuidado com a tuberculose,
pois um dos principais sinais é as tosse.
Tuberculose é terceira causa de óbitos por doenças
infecciosas e a primeira entre pacientes com AIDS,
segundo Ministério da Saúde. É transmitida pelo ar,
quando o paciente tosse ou espirra.
Os principais sinais e sintomas da tuberculose
são: tosse por mais de três semanas com ou sem
catarro, secreção com laivos de sangue ou não,
queda do estado geral do paciente, emagrecimento,
febre vespertina e sudorese, principalmente à noite.
Para se realizar a anamnese com pacientes com
tosse, as seguintes perguntas podem facilitar a
tomada de decisão do profissional:
»» A tosse é seca ou produtiva?
»» Tem expectoração?
»» Qual a cor e o aspecto?
»» Há quanto tempo a tosse ocorre?
»» Está relacionada com algum resfriado ou
outra doença?
»» Costuma ter tosse?
»» Quais os fatores desencadeantes?
»» Tem hábitos tabágicos?
»» Tem alguma outra patologia?
»» Já tomou algum medicamento para a tosse?
Qual? Que resultados obteve? Prescritos ou não?
»» Está tomando algum medicamento prescrito?
Há quanto tempo?
O tratamento para essas e outras patologias do
sistema respiratório, como visto anteriormente,
deve ser medicamentoso, porém a prevenção é
muito importante. Hábitos como lavar as mãos
com frequência, evitar lugares com aglomeração
de pessoas, tomar bastante água, dormir horas
suficientes, trocar de escova de dentes com
frequência, entre outras, podem impedir a instalação
de uma patologia e assim evitar outra mais grave,
como a tuberculose.
24. Semiologia e Patologia Aplicada
24
SEMIOLOGIADASÍNDROMEMETABÓLICA
A síndrome metabólica é um transtorno complexo, caracterizado por um conjunto de fatores de risco
cardiovasculares, relacionados com resistência à insulina e obesidade abdominal. Está associada à fatores
genéticos e ambientais, porém o estilo de vida pode desencadear uma síndrome metabólica mesmo sem
predisposição genética.
Figura 13. Síndrome metabólica.
25. Semiologia e Patologia Aplicada
25
Obesidade
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo
excessivo de gordura corporal no indivíduo.
Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro
utilizado mais comumente é o do índice de
massa corporal (IMC) (SBEM, 2013).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica, em 2012 existiam 30 milhões
de pessoas obesas no Brasil e 95 milhões de pessoas
com sobrepeso. Esses dados mostram a importância
do profissional de saúde no cuidado com esses
pacientes (SBCBM, 2013).
Dentre as causas da obesidade, podemos citar:
Ingestão excessiva de alimentos
A alimentação moderna é formada por alimentos
de alto valor calórico, mas com pobre qualidade
nutricional (MARQUES, 2004).
Falta de atividade física
Novamente a vida moderna é indutora da
obesidade, devido a modernidades como controles
remotos de TV, elevadores, automóveis, escadas
rolantes etc., que diminuem o gasto energético. É
importante tentar incluir atividades físicas na rotina
diária (SBCBM, 2013).
Tendência genética
Pesquisas mostram a relação entre herança
genética e obesidade. A probabilidade de que os
filhos sejam obesos quando os pais o são foi estimada
em alguns estudos como estando entre 50% e 80%
(MARQUES, 2004).
Problemas hormonais
Alterações nas funções das glândulas tireoide,
suprarrenais e da região do hipotálamo também
podem provocar a obesidade (SBCBM, 2013).
Fisiopatologia da síndrome metabólica
Má dieta Sedentarismo
Colesterol e
triglicerídeos
elevado
Obesidade
Aterosclerose
Aumento
resistência
periférica
insulina
Hiperglicemia
Hipertensão
Diabetes II
Potencializa
aterosclerose
Danos às
arterias
+
26. Semiologia e Patologia Aplicada
26
Hipertensão arterial
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma
manifestação clínica de origem multifatorial, que
se caracteriza por níveis de pressão arterial (PA)
elevados. A HAS aumenta o risco de problemas
cardiovasculares, contribuindo, assim, com o
aumento da morbimortalidade e dos custos sociais
com invalidez e ausência ao trabalho. Estima-
se que, no Brasil, cerca de 15% dos indivíduos
adultos possam ser considerados hipertensos. Esse
percentual aumenta com a idade (CFF, 2013).
A hipertensão arterial pode ser classificada em
primária e secundária.
Segundo Pedroso (2007), as causas da
hipertensão arterial essencial ou primária são muitos,
porém nenhuma delas é muito bem definida, por
esse motivo é definida como doença multifatorial.
Representa 90% dos casos de hipertensão. Já a
hipertensão secundária tem uma causa definida,
sendo provocada por problemas renais, distúrbios
endócrinos ou induzida por droga.
Apesar de representarem a menor parte dos casos
de hipertensão, merecem uma atenção especial, pois,
uma vez identificadas, podem ser completamente
curadas, alguns casos necessitando de tratamento
cirúrgico.
Geralmente, o diagnóstico de hipertensão arterial
dá-se apenas quando ocorre a manifestação de
alguma complicação cardiovascular. Sintomas como
dor de cabeça, mal-estar, tonturas e sangramento
nasal são atribuídos à HAS, porém não apresentam
uma boa correlação com níveis elevados da pressão
arterial. O principal sinal da doença é uma elevação
persistente da pressão arterial (PC, 2008).
Diabetes mellitus
O diabetes mellitus (DM) é um grupo
heterogêneo de distúrbios metabólicos
caracterizados por hiperglicemia crônica,
com alterações do metabolismo de
carboidratos, proteínas e lipídeos, resultante
de defeitos na secreção ou na ação da
insulina, ou ambos (SBD, 2006).
A classificação proposta pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) e a Associação Americana de
Diabetes (American Diabetes Association-ADA) e
recomendada pela Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD) inclui quatro tipos: diabetes mellitus tipo
1(DM1), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), diabetes
mellitus gestacional (DMG) e outros tipos específicos
de diabetes mellitus.
O DM1 caracteriza-se pela destruição autoimune
das células beta do pâncreas, geralmente ocasionando
deficiência absoluta de insulina, isto é, o paciente
necessitará de insulina exógena desde o diagnóstico.
O DM2 caracteriza-se por defeito na ação e/
ou na secreção da insulina. Os pacientes com DM2
não dependem de insulina exógena para sobreviver,
mas podem necessitar de insulinoterapia para obter
controle metabólico adequado. Normalmente o
DM2 é diagnosticado em pessoas com sobrepeso
ou obesidade, com idade acima de 40 anos, e está
presente em 90% a 95% das pessoas com DM.
O DMG é a forma de DM que aparece durante a
gravidez e que pode ou não persistir após o parto. Não
exclui a possibilidade de existir DM2 antes da gravidez
sem ter sido diagnosticado. O acompanhamento
dessas gestantes deve ser intensivo e com uso de
insulina para o controle da glicemia. Na maioria dos
casos, ocorre reversão do DM após a gravidez.
27. Semiologia e Patologia Aplicada
27
Outros tipos específicos de DM incluem formas
menos comuns, cujos defeitos ou processos
causadores podem ser identificados. São exemplos:
pancreatite,endocrinopatias, diabetes induzida por
fármacos ou agentes químicos (corticoides,hormônios
da tireoide, ácido nicotínico, glicocorticoides,
agonistas betadrenérgicos, tiazídicos, entre outros) e
infecções (rubéola congênita, citomegalovírus, entre
outros).
Dentre os sinais e sintomas da hiperglicemia,
podemos ressaltar: poliúria, polifagia, polidipsia,
visão turva, sonolência, tremores, feridas que não
cicatrizam,parestesias nos membros inferiores, fadiga
e infecção por repetição.
O tratamento das pessoas com diabetes requer
atenção em diversos aspectos no dia a dia. Para
manter a glicemia controlada, é preciso melhorar os
hábitos alimentares, praticar atividade física, tomar
as medicações e acompanhar as taxas de glicemia por
meio de monitoração frequente. Para as pessoas com
diabetes, isso se torna um desafio, pois na maioria
das vezes exige mudanças importantes dos hábitos
de vida; por esse motivo, o educador farmacêutico
deve estar apto a ouvi-las e orientá-las.
Dislipidemias
“Dislipidemias são alterações metabólicas lipídicas
decorrentes de distúrbios em qualquer fase do
metabolismo lipídico, que ocasionem alteração nos
níveis séricos das lipoproteínas” (COSTA, 2008).
De acordo com o Departamento Médico-Científco
da Chiesi Farmacêutica (2013), as dislipidemias
podem ser classificadas em: hipercolesterolemia
pura (aumento do colesterol total e LDL),
hipertrigliceridemia pura (aumento dos triglicérides),
dislipidemia mista (aumento de colesterol e
triglicérides) e redução de HDL.
As dislipidemias são assintomáticas. A descoberta
faz-se apenas quando as manifestações clínicas da
aterosclerose já se fazem presentes.
SEMIOLOGIADAPERDADEPESONÃO
INTENCIONAL
Pacientes que apresentem perda de peso maior
que 4,5 kg em dez semanas ou menos, sem estar
realizando qualquer tipo de dieta, requerem atenção
médica, pois isso pode ser consequência de uma
patologia.
Hipertireoidismo
Quando ocorre a perda de peso associada a
aumento da
frequência cardíaca, polifagia, polidipsia, aumento
do volume fecal (CARDOSO et al, 2005), ansiedade,
tremor, intolerância ao calor, fadiga e dispneia
(NEVES, 2008), fraqueza muscular e tremor nas
mãos (GUYTON, 2002).
Diabetes melittus
Pacientes diabéticos, principalmente de tipo 1,
tendem a perder peso por dois motivos: a) devido ao
alto nível de glicose costumam desidratar, com isso
bebem mais água e urinam com mais frequência; b)
devido à ausência de insulina, o organismo utiliza as
células de gordura como fonte de energia (ARAÚJO,
1999). A perda de peso pode estar associada a
poliúria, polidipsia e astenia.
Distúrbio do aparelho digestório
A perda de peso pode estar associada a qualquer
doença que provoque diarreia, pois o paciente tende
a diminuir a ingestão do alimento a fim de minimizar
o problema. Porém, quando essa perda for acentuada
e acompanhada de constipação recorrente e dores
abdominais, é sinal de má absorção, neoplasia ou
isquemia (DANTAS, 2004)
28. Semiologia e Patologia Aplicada
28
Imunodeficiência
Em pacientes com o vírus da imunodeficiência
humana (HIV), o organismo consome mais energia
para tentar combater a infecção e, se não houver uma
ingestão extra de alimentos, eles podem apresentar
perda de peso associada a aumento recorrente da
temperatura e mal-estar geral (SILVEIRA, 1999).
Depressão
Perda de peso associada à insônia, alucinações
auditivas, delírios (BAHLS, 2002), fadiga, diminuição
de apetite, dores, alterações do sono e irritabilidade
(TENG; HUMES; DEMETRIO, 2005) pode ser sinal de
depressão.
Tabagismo
Segundo Rondina, Gorayeb e Botelho (2007),
existem três teorias confiáveis que explicam a relação
entre tabagismo e peso corporal. A primeira é o
consumo maior de energia devido ao aumento da taxa
metabólica; a segunda é a diferença na qualidade e
quantidade dos alimentos ingeridos pelos fumantes;
e a terceira é a redução da apetite, via nicotina.
Medicamentos
Alguns medicamentos usados em quimioterapia
podem causar perda de peso e estomatite, diarreia,
boca seca e dor abdominal (NOVAES; FORTES;
GARCEZ, 2004).
Fragilidade
Está associado à presença de comorbidades e
à idade elevada, porém não é uma característica
obrigatória para todos os idosos. Nesse, caso a perda
de peso não intencional está associada a exaustão,
fraqueza, diminuição da velocidade da marcha e do
equilíbrio e diminuição da atividade física, levando a
consequências maiores, como quedas, incontinência
urinária, hospitalização e morte (MACEDO; GAZZOLA;
NAJAS, 2008).
CONCLUSÃO
Quando falamos em semiologia farmacêutica, fica a
dúvida de como podemos atuar, já que o farmacêutico
não tem habilitação técnica para diagnosticar.
O papel do farmacêutico, nesse caso, é identificar
os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e
tomar uma decisão compatível com seu âmbito
profissional, ou seja, a indicação de medicamentos
isentos de prescrição ou o encaminhamento ao
médico sempre que julgar necessário.
Além disso, cresce cada vez mais a necessidade de
conhecer os efeitos das interações medicamentosas
no organismo, elas podem agir de forma
independente, sem que um interfira na ação do outro,
mas também podem interagir entre si, com aumento
ou diminuição do efeito terapêutico ou tóxico de um
dos medicamentos ou de ambos. Com isso, cabe ao
profissional farmacêutico identificar essas interações,
por meio de uma anamnese, e tomar as decisões
cabíveis em cada situação.
29. Semiologia e Patologia Aplicada
29
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
(ANVISA). Monitoração de propaganda:
propaganda de produtos sujeitos à vigilância
sanitária. Visa É – Almanaque da Vigilância Sanitária,
nº 1, 2007. Disponível em: http://www.anvisa.gov.
br/propaganda/visa-e_web.pdf. Acesso em 25 jun.
2012.
ALVES, Guilherme. Semiologia respiratória
ambulatorial no adulto. Disponível em:
htt p://ucbweb.castelobranco.br/webcaf/
arquivos/13036/6535/Microsoft_PowerPoint___
SEMIOLOGIA.pdf. Acesso em: 20.jan.2013.
ANDRADE FILHO, Antônio Carlos de Camargo;
SGORLON, Andrea de Cerqueira Leite. Síndromes
dolorosas neuropáticas. PFISER. Disponível
em: https://ssl.pfizernet.com.br/pfizer/interna.asp
x?idConteudo=77&idConteudo2=100. Acesso em
21.mai.2013.
ARAÚJO, R. B. et al. Avaliação do cuidado
prestado a pacientes diabéticos em nível
primário. Revista de Saúde Pública, v. 33, n. 1, p.
24-32, 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/rsp/v33n1/0020.pdf. Acesso em 21.mar.2013.
ARAÚJO, S. S. C; RIBEIRO, W. Atenção
farmacêutica em pacientes portadores de
hipertensão. IX EPG – Encontro Latino Americano
de Pós-Graduação. São José dos Campos, 15 e
16 de outubro de 2009. Disponível em: http://
www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/
arquivos/1109_1362_01.pdf.Acessoem:18.jan.2013.
AZEVEDO, Marcelo Costa Velho Mendes de
Azevedo. Febre. Disponível em: http://www.unirio.
br/imunoalerg/arquivos/semio/Febre%20%20
jan%202010%20[10Enf%20HUGG].pdf.Acesso
em14.fev.2013.
BAHLS, S. C. Aspectos clínicos da depressão
em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, v.
78, n. 5, p. 359-66. Rio de Janeiro, 2002. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n5/7805359.
pdf. Acesso em 21.mar.2013.
BENSENOR, I. M. et al. Febre: semiologia
clínica. São Paulo: Sarvier, 2002. p. 253-8.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Assistência farmacêutica no tratamento de
doenças cardiovasculares e hipertensão.
Disponível em: http://www.cff.org.br/sistemas/
geral/revista/pdf/86/infarma005.pdf. Acesso em
14.fev.2013.
BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado
de São Paulo (CRF). Manejo do tratamento de
pacientes com febre. 2010. Disponível em: http://
portal.crfsp.org.br/downloads/doc_download/311-
manejo-do-tratamento de-pacientes-com-febre.html.
Acesso em 18.jan.2013.
CARDOSO, M. J. L. et al. Manifestações clínicas
em gatos com hipertireoidismo experimental.
Archives of Veterinary Science, v. 10, n. 2,0 2005.
Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.
php/veterinary/article/viewArticle/4429. Acesso em
21.mai.2013.
CARVALHO, D. S.; KOWACS, P. A. Avaliação
da intensidade de dor. Migrâneas cefaléias, v. 9,
n. 4, p. 164-8, 2006. Disponível em: http://www.
sbcefaleia.com/associados/index.php?option=com_
mtree&task=att_download&link_id=101&cf_id=24.
Acesso em 22.mai.2013.
CARVALHO, E. C. de; PESSUTO, J. Fatores de
risco em indivíduos com hipertensão arterial.
Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 6, n.1,
p. 33-39, 1998.
30. Semiologia e Patologia Aplicada
30
COSTA, S. H. N. Dislipidemias e aterosclerose.
LABC – Universidade Católica de Goiás, 2008.
Disponível em: http://www2.ucg.br/cbb/downloads/
LA B I C / M i c r o s o f t % 2 0 Po w e r Po i n t % 2 0 % 2 0
DislipidemiasLabic.pdf. Acesso em 18.jan.2013.
DANTAS, R. O. Diarréia e constipação
intestinal. Medicina, Ribeirão Preto, n. 37, p. 262-
6, jul-dez.2004. Disponível em: http://www.ascor.
com.br/PDF/Utilidade/DIARRHEA%20AND%20
CONSTIPATION.pdf. Acesso em 21.mar.2013.
DEPARTAMENTO MÉDICO-CIENTÍFCO (DMC)
DA CHIESI FARMACÊUTICA LTDA. Colesterol e
triglicérides. Disponível em: http://www.chiesi.com.
br/default.asp?p=colesterol. Acesso em 18.jan.2013.
DEZEM, Vanessa. Brasil lidera emergentes
no consumo de analgésico. Valor Econômico,
31.mai.2011. Disponível em: http://www.abradilan.
com.br/noticias_detalhe.asp?noticia=2586. Acesso
em 25.jun.2012.
DUARTE, M. A.; GOULART, E. M. A.; PENNA, F. J.
Limiar de dor e idade na infância e adolescência.
Jornal de Pediatria, v. 75, n. 4, 1999. Disponível em:
http://www.jped.com.br/conteudo/99-75-04-244/
port.pdf. Acesso em 21.mai.2013.
DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R.
J. Medicina ambulatorial: condutas de atenção
primária baseadas em evidência. 3ª ed. São
Paulo: Artmed, 2004.
FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia
clínica: fundamentos da terapêutica racional.
4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
GOZZANI, J. L. Fisiopatologia da dor. In:
CAVALCANTI, I. L.; GOZZANI, J. L. (ed.). Dor pós-
operatória. 1ª ed. Rio de Janeiro: SBA, 2004. p.
14-37. Disponível em: http://www.saerj.org.br/
download/livro%202003/1_2003.pdf. Acesso em
21.mai.2013.
GUYTON, A. C. Os hormônios metabólicos da
tireóide. In: GUYTON, A.C; HALL, J. E. Tratado de
fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2002.
HARTMANN, Milton et al. Prevalência de
hipertensão arterial sistêmica e fatores
associados: um estudo de base populacional
em mulheres no Sul do Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, v. 23, n. 8, Rio de Janeiro, ago.2007.
KRAYCHETE, Durval Campos; GOZZANI, Judymara
Lauzi; KRAYCHETE, Angiolina Campos. Dor
neuropática: aspectos neuroquímicos. Revista
Brasileira de Anestesiologia, v. 58, n. 5, Campinas,
out.2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S003470942008000500
008&lng=en&nrm=iso. Acesso em 22.mai.2013.
LHAMBY, J. Mediadores químicos da dor.
Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.
br/alfa/corpohumanosistemasensorial/tato.php.
Acesso em 15.jan.2013.
LOPES, J. M. C. Fisiopatologia da dor. Lisboa:
Permanyer, 2003.
LOPES, M.; LAURENTYS, M. J. Semiologia
médica: as bases do diagnóstico clínico. 40ª ed.
Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
LOREDANO, P. Apresentação habilidades
médicas: febre. Disponível em: http://www.
ebah.com.br/content/ABAAAe-zMAJ/apresentacao-
habilidades medicas-febre-reorgaizado. Acesso em
18.jan.2013.
LUNA, R. L.; SABRA, A. Medicina de família:
saúde do adulto e do idoso. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
ACEDO, C.; GAZZOLA, J. M.; NAJAS, M.
Síndrome da fragilidade no idoso: importância
da fisioterapia. Arquivos Brasileiros de
Ciências da Saúde, v. 33, n. 3, p. 177-84, 2008.
31. Semiologia e Patologia Aplicada
31
Disponível em: http://www.saudedireta.com.br/
docsupload/134036680533abcs177.pdf. Acesso em
21.mai.2013.
MARQUES-LOPES, Iva et al . Aspectos genéticos
da obesidade. Revista de Nutrição, v. 17, n. 3,
Campinas, set.2004. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?pid=S141552732004000300006
&script=sci_arttext Acesso em: 22.mai.2013.
MATIAS FILHO, G. A. Semiologia completo.
Learncafe Ensino Online. Disponível em: https://
www.learncafe.com/cursos/semiologia-completo.
Acesso em 10.jan.2013.
MORETTO, D. (coord.) Aprimoramento em
diabetes para farmacêuticos no Brasil. São
Paulo: SINDUSFARMA, 2010.
NETTO,ArlindoUgulino. Semiologiadoaparelho
respiratório aplicada. MED RESUMOS 2011.
Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/
ABAAAfp7EAG/semiologia-03-semiologia-aparelho-
respiratorio-aplicada. Acesso em 13.jan.2013.
NEVES, Celestino et al. Doença de Graves.
Arquivos de Medicina, v. 22, n. 4-5, Porto, 2008.
Disponívelemhttp://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.
php?pid=S0871-34132008000300007&script=sci_
arttext. Acesso em 23.mai.2013.
NOVAES, M. R. C. G.; FORTES, R. C.; GARCEZ,
L. C. Cogumelos comestíveis da família
Agaricaceae: aspectos nutricionais, atividade
farmacológica no câncer. Revista da Sociedade
Brasileira de Farmácia Hospitalar, n. 5, p. 15-20,
2004. Disponível em: http://www.sbnpe.com.br/_n1/
docs/revistas/volume21-2.pdf#page=27. Acesso em
21.mai.2013.
ORTIZ, F; RAFAELLI, J. Cefaléias primárias:
aspectos clínicos e terapêuticos. São Paulo;
Zeppelini, 2002. Disponível em: http://www.cente.
med.br/fisiopatologia.htm. Aceso em 21.mai.2013.
PÁDUA, L.; CORREA, E.; MENDONÇA, L.
Emagrecimento: perda de peso sem estar
fazendo dieta. Publicado em 27.jun.2012. Disponível
em: http://sitedobareta.com.br/colunistas/luiz-
padua/emagrecimento-perda-de-peso-sem-estar-
fazendo-dieta-27-09-2012/. Acesso em 18.jan.2013.
PALMEIRA, C. C. A.; ASHMAWI, A. Z.; POSSO, I.
P. Sexo e percepção da dor e analgesia. Revista
Brasileira de Anestesiologia, v. 61, n. 6, nov-dez.2011.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rba/v61n6/
v61n6a14.pdf. Acesso em 21.mai.2013.
PRADO, F. C.; RAMOS; J.; VALLE, J. R.
Atualização terapêutica 2007: manual prático
de diagnóstico e tratamento. 23ª ed. São Paulo:
Artes Médicas, 2007.
PEDROSO, M. A. et al. Efeito do treinamento de
força em mulheres com hipertensão arterial.
Saúde em Revista, v. 9, n. 21, p. 27-32, Piracicaba,
2007.
PERES, Mario. Tratamento de enxaqueca.
Centro de Cefaleia São Paulo, 2009. Disponível em:
http://cefaleias.com.br/enxaqueca?gclid=CInytMiwk
bcCFcud4AodmGkAXg. Acesso em 13.jan.2013.
PIMENTA, C. A. M.; PORTINOI, A. G. Dor e
cultura. In: CARVALHO, M. M. Dor: um estudo
multidisciplinar. São Paulo: Summus, 1999.
p.159-73. Disponível em: http://psicologos3.
dominiotemporario.com/doc/Dor_e_Cultura.pdf.
Acesso em 21.mai.2013.
PINHEIRO, D. L. Semiologia da dor. Faculdade
de Medicina – UFMG, 27.fev.2007. Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/40943220/01-Semiologia-
da-Dor. Acesso em 13.fev.2013.
PORTAL DE REUMATOLOGIA (PR). Vivendo
sem dor. Atualizado em 6.set.2011. Disponível
em: http://www.reumatoguia.com.br/interna.
php?id=101&cat=46&menu=48. Acesso em
15.fev.2013.
32. Semiologia e Patologia Aplicada
32
PORTAL DO CORAÇÃO (PC). Hipertensão
arterial: causas, sinais e sintomas. 2008.
Disponível em: http://portaldocoracao.uol.com.br/
hipertenso-arterial/hipertenso-arterial-presso-alta-
causas-sinais-e-sintomas. Acesso em 18.jan.2013.
PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a
prática médica. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004.
RIOS, M.F. Semiologia da dor. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA5LIAI/
semiologia-dor. Acesso em 10.jan.2013.
RONDINA, R. C.; GORAYEB, R.; BOTELHO, C.
Características psicológicas associadas ao
comportamentodefumartabaco.JornalBrasileiro
de Pneumologia, v. 33, n. 5, p. 592-601, 2007.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/
v33n5/v33n5a16.pdf. Acesso em 21.mai.2013.
SANTOS, R.D. (coord.) et al. IV diretrizes
brasileiras sobre dislipidemias e diretriz de
prevenção da aterosclerose da Sociedade
Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia, v. 88, supl. I, abr.2007.
SANVITO, W. L.; MONZILLO, P. H. Cefaléias
primárias: aspectos clínicos e terapêuticos.
Medicina, Ribeirão Preto, n. 30, p. 437-48, out-
dez.1997. Disponível em: http://pt.scribd.com/
doc/65096893/cefaleias-primarias. Acesso em
13.fev.2013.
SILVEIRA, Suzana Aparecida et al. Subnutrição
e hipovitaminose A em pacientes com AIDS.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
v. 32, n. 2, Uberaba, abr.1999. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0
03786821999000200001&lng=en&nrm=iso. Acesso
em 22.mai. 2013.
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES TÓXICO-
FARMACOLÓGICAS (SINITOX). Sinitox divulga
novos dados de intoxicação humana. 3.jun.2009.
Disponível em: http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/
cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=105&sid=107.
Acesso em 15.dez.2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
(SBC). IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial. Disponível em: www.scielo.br/pdf/abc/
v82s4/04.pdf. Acesso em 25.mai.2010.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA
BARIÁTRICA E METABÓLICA (SBCBM). Obesidade.
Disponível em: http://www.sbcb.org.br/obesidade.
asp?menu=5. Acesso em 18.jan.2013.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD).
Tratamento e acompanhamento do diabetes
mellitus. Diretrizes, 2006. Disponível em: http://
www.diabetes.org.br/educacao/docs/diretrizes.pdf.
Acesso em 13.fev.2013.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E
METABOLOGIA (SBEM). Obesidade. Disponível em:
http://www.endocrino.org.br/obesidade/. Acesso em
18.jan.2013.
SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA
DOR (SBED). Dor. Disponível em: www.dor.org.br.
Acesso em 14.jan.2013.
SOUZA, E.M.; GRUNDY, E. Promoção da saúde,
epidemilogia social e capital social: inter-
relações e perspectivas para a saúde pública.
Cadernos de Saúde Pública, v. 20, n. 5, p. 1354-60,
2004.
TENG, C. T.; HUMES, E. C.; DEMETRIO, F. N.
Depressão e comorbidades clínicas. Revista de
Psiquiatria Clínica, v. 32, n. 3, p. 149-159, 2005.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v32n3/
a07v32n3.pdf. Acesso em 21.mar.2013.
33. Semiologia e Patologia Aplicada
33
VINCENT, M. Fisiopatologia da enxaqueca
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 56, n. 4, São
Paulo, dez.1998. Disponível em: http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000428
2X1998000500024. Acesso em 13.fev.2013.
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre.
Anamnese. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Anamnese_
(sa%C3%BAde)&oldid=35632640>. Acesso em 10
maio 2013.