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BIANCO, Enrico (1918). Nascido em Roma (Itália). Estudou na adolescência com Maud
Datour, obscuro mestre a quem se refere ainda hoje com respeito, e em 1936, na capital
italiana, realizou sua primeira individual. Mudando-se no ano seguinte para o Brasil, radicou-se
no Rio de Janeiro, onde conheceu Portinari, de quem se tornaria aluno e, por quase 20 anos,
ajudante em importantes comissões de murais e painéis decorativos de que o grande pintor se
desincumbiu. Em 1940 expôs pela primeira vez no Salão Nacional de Belas Artes, merecendo
seu envio medalha de prata; no mesmo ano levou a efeito sua primeira individual brasileira, no
Copacabana Palace Hotel. Realizaria no futuro diversas outras individuais, inclusive na Itália e
em Israel, em 1967, e tomaria parte em importantes coletivas, como a Bienal de São Paulo, em
1951, e a II Bienal Interamericana, em 1960, no México - na qual foi-lhe consagrada sala
especial.

Em 1941, expondo em São Paulo cerca de 100 pinturas e outros tantos desenhos, que mais do
que prova de sua aplicação e operosidade representavam, na opinião de Mário Andrade, "uma
festa encantadora de arte verdadeira, de honestidade disciplinada e de felicidade luminosa",
Bianco apresentou figuras e naturezas-mortas, paisagens e animais, tratados em obediência ao
que se poderia chamar de expressionismo atenuado. Na mostra, mereciam destaque especial
os numerosos nus femininos - uma temática ainda hoje do especial agrado do artista. Já
naquela oportunidade, certos críticos observaram na pintura do jovem expositor a marca
profunda de Portinari, a influência tanto da técnica e do estilo, quanto do próprio mundo de
idéias do famoso pintor; influência, aliás, que o próprio Bianco reconhece, chegando a declarar
explicitamente:

- Mesmo considerando a personalidade de Portinari, tão poderosa a ponto de envolver
praticamente quem trabalha com ele, seus ensinamentos e seu alto nível plástico compensam
amplamente essa natural e lógica conseqüência.

Bianco, por conseguinte, abrindo mão de maior independência estilística, parece ter optado
conscientemente pelos ensinamentos e pela estética do portinarismo, tornando-se assim uma
espécie de continuador de Portinari, do qual não possui porém nem a dramaticidade, nem o
lirismo. Buscando harmonizar essa pesada herança com sua própria personalidade, tem
produzido uma obra figurativa cuja temática resvalou não raro para o pitoresco e o epidérmico,
em detrimento do pictórico e do expressivo. São jangadas e carros de boi, trigais e colheitas,
madonas e nus de mulher, cavaleiros e pescadores, meninos com carneiros e bumbas-meu-
boi, nos quais é incontestável a mestria do pintor, aprimorada ao longo de muitas décadas de
trabalho a nível profissional, mas nem sempre se acham presentes a emoção e a criatividade
do artista.

                            Homem e carneiro, óleo s/ tela, 1949;
                            0,55 X 0,45, Museus Castro Maya, RJ.

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Bianco, influenciado por Portinari

  • 1. BIANCO, Enrico (1918). Nascido em Roma (Itália). Estudou na adolescência com Maud Datour, obscuro mestre a quem se refere ainda hoje com respeito, e em 1936, na capital italiana, realizou sua primeira individual. Mudando-se no ano seguinte para o Brasil, radicou-se no Rio de Janeiro, onde conheceu Portinari, de quem se tornaria aluno e, por quase 20 anos, ajudante em importantes comissões de murais e painéis decorativos de que o grande pintor se desincumbiu. Em 1940 expôs pela primeira vez no Salão Nacional de Belas Artes, merecendo seu envio medalha de prata; no mesmo ano levou a efeito sua primeira individual brasileira, no Copacabana Palace Hotel. Realizaria no futuro diversas outras individuais, inclusive na Itália e em Israel, em 1967, e tomaria parte em importantes coletivas, como a Bienal de São Paulo, em 1951, e a II Bienal Interamericana, em 1960, no México - na qual foi-lhe consagrada sala especial. Em 1941, expondo em São Paulo cerca de 100 pinturas e outros tantos desenhos, que mais do que prova de sua aplicação e operosidade representavam, na opinião de Mário Andrade, "uma festa encantadora de arte verdadeira, de honestidade disciplinada e de felicidade luminosa", Bianco apresentou figuras e naturezas-mortas, paisagens e animais, tratados em obediência ao que se poderia chamar de expressionismo atenuado. Na mostra, mereciam destaque especial os numerosos nus femininos - uma temática ainda hoje do especial agrado do artista. Já naquela oportunidade, certos críticos observaram na pintura do jovem expositor a marca profunda de Portinari, a influência tanto da técnica e do estilo, quanto do próprio mundo de idéias do famoso pintor; influência, aliás, que o próprio Bianco reconhece, chegando a declarar explicitamente: - Mesmo considerando a personalidade de Portinari, tão poderosa a ponto de envolver praticamente quem trabalha com ele, seus ensinamentos e seu alto nível plástico compensam amplamente essa natural e lógica conseqüência. Bianco, por conseguinte, abrindo mão de maior independência estilística, parece ter optado conscientemente pelos ensinamentos e pela estética do portinarismo, tornando-se assim uma espécie de continuador de Portinari, do qual não possui porém nem a dramaticidade, nem o lirismo. Buscando harmonizar essa pesada herança com sua própria personalidade, tem produzido uma obra figurativa cuja temática resvalou não raro para o pitoresco e o epidérmico, em detrimento do pictórico e do expressivo. São jangadas e carros de boi, trigais e colheitas, madonas e nus de mulher, cavaleiros e pescadores, meninos com carneiros e bumbas-meu- boi, nos quais é incontestável a mestria do pintor, aprimorada ao longo de muitas décadas de trabalho a nível profissional, mas nem sempre se acham presentes a emoção e a criatividade do artista. Homem e carneiro, óleo s/ tela, 1949; 0,55 X 0,45, Museus Castro Maya, RJ.