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CARYBÉ. (1911-1997). Nascido em Lanus (Argentina) e falecido em Salvador (BA). Brasileiro
naturalizado desde 1957, "Carybé" é o apelido de infância de Hector Júlio Paride Bernabó,
apelido que o artista ele próprio assim explica:

- Quando tinha dez anos era escoteiro no Rio e meus companheiros de tropa tinham todos
nomes de peixe. Escolhi Carybé, piranha. E fiquei Carybé para sempre, nem atendo quando
me chamam de Hector.

Após os primeiros tempos da infância, transcorridos em Roma e Gênova, Carybé veio com a
família para o Rio de Janeiro aos oito anos, passando a residir no subúrbio de Bonsucesso. E
tinha 14 quando começou a pintar, freqüentando o ateliê de cerâmica do irmão. Adolescente,
acompanhou como pandeirista Carmen Miranda, numa excursão ao Prata. Mais tarde cursou,
por apenas dois anos, a Escola Nacional de Belas Artes.

Visitando pela primeira vez a Bahia em 1938, ficou encantado com a velha cidade, e em 1940
chegou a apresentar, no Museu de Belas Artes de Buenos Aires, algumas aquarelas de
temática baiana, entre várias obras de assunto brasileiro. Passando a participar da vida
artística da capital argentina, realizou individuais de seus trabalhos em 1943, 1945, 1947 e
1949, além deter conquistado, em 1943, o 1º prêmio do Salão dos Aquarelistas local. Também
efetuou viagens de estudo, na década de 1940, por diversos países da América do Sul.

Desde 1950 radicado em Salvador, nesse ano uniu-se Carybé aos que, como Mário Cravo,
Jenner Augusto e Genaro de Carvalho, lutavam pela atualização do ambiente artístico e
cultural da capital baiana. De então por diante toda a sua obra esteve vinculada à Bahia, aos
seus habitantes e costumes, às suas velhas casas, ruas e igrejas. Melhor Desenhista Nacional
na III Bienal de São Paulo, em 1955, homenageado com salas especiais na Bienal de São
Paulo de 1961 e na Bienal da Bahia de 1966, Carybé efetuou numerosas exposições
individuais, não apenas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, como também em Londres,
Liverpool, Tóquio, Osaka, Lisboa, Nova York, Washington, México etc. Por outro lado, sua
atividade como muralista foi imensa, havendo painéis de sua autoria no Rio de Janeiro, São
Paulo, Salvador, Buenos Aires, Montreal (destruído), Nova Iorque (Aeroporto Internacional),
Londres, etc. De todos esses painéis, dois mereceriam destaque especial: o do Aeroporto
Kennedy de Nova Iorque, no qual misturou óleo, prata, ouro, miçangas, cacos de vidro, botões,
etc., de vez que - como explicou Rubem Braga, "adora as cores vivas e as coisas brilhantes,
como os pretos e os índios"-, e o que realizou em 1970 para o Banco da Bahia, 27 talhas em
cedro representando os orixás do candomblé - ele que, ministro de Xangô, usava no culto afro-
brasileiro o nome ritual de Obá Otum Onà Shocum.

Carybé realizou ilustrações para dezenas de livros (como as de Macunaíma, de Mário de
Andrade, na edição dos Cem Bibliófilos), e publicou também álbuns com seus próprios
desenhos, como As Sete Portas da Bahia.

No que concerne à sua arte, trata-se, antes de mais nada, de um excepcional desenhista,
senhor de uma extrema agilidade de execução, e sabendo captar com graça e elegância o
essencial de uma forma em movimento. Sua contribuição como pintor é talvez menos
importante, mas de modo algum desprezível, destacando-se em sua obra pictórica as
representações de negras e mulatas que impressionam pela solidez da forma e pela vitalidade
e sensibilidade. Se é fato que por vezes sacrificou seu grande talento ao pitoresco e ao fácil,
não menos verdadeiro é que, em seus melhores momentos, alçou-se a elevado nível de
produção estética e artesanal, sendo também de realçar a circunstância de ser, Carybé, o
documentarista de uma realidade que, não fora por seus esforços, talvez estivesse condenada
a desaparecer sem vestígios. Afinal, como ele mesmo disse referindo-se ao candomblé, "daqui
a uns 50 anos ele desaparece e a religião brasileira vai ser uma misturança infernal, vai ter até
austríaco pai-de-santo... "

                                Desenho a bico de pena, 1950;
                             0,27 X 0,21, Museu de Arte da Bahia.
Desenho a bico de pena, 1950;
    0,27 X 0,21, Museu de Arte da Bahia.

Feira de Água de Meninos, técnica mista, 1950;
     0,27 X 0,21, Museu de Arte da Bahia.

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Carybé, o artista brasileiro naturalizado argentino

  • 1. CARYBÉ. (1911-1997). Nascido em Lanus (Argentina) e falecido em Salvador (BA). Brasileiro naturalizado desde 1957, "Carybé" é o apelido de infância de Hector Júlio Paride Bernabó, apelido que o artista ele próprio assim explica: - Quando tinha dez anos era escoteiro no Rio e meus companheiros de tropa tinham todos nomes de peixe. Escolhi Carybé, piranha. E fiquei Carybé para sempre, nem atendo quando me chamam de Hector. Após os primeiros tempos da infância, transcorridos em Roma e Gênova, Carybé veio com a família para o Rio de Janeiro aos oito anos, passando a residir no subúrbio de Bonsucesso. E tinha 14 quando começou a pintar, freqüentando o ateliê de cerâmica do irmão. Adolescente, acompanhou como pandeirista Carmen Miranda, numa excursão ao Prata. Mais tarde cursou, por apenas dois anos, a Escola Nacional de Belas Artes. Visitando pela primeira vez a Bahia em 1938, ficou encantado com a velha cidade, e em 1940 chegou a apresentar, no Museu de Belas Artes de Buenos Aires, algumas aquarelas de temática baiana, entre várias obras de assunto brasileiro. Passando a participar da vida artística da capital argentina, realizou individuais de seus trabalhos em 1943, 1945, 1947 e 1949, além deter conquistado, em 1943, o 1º prêmio do Salão dos Aquarelistas local. Também efetuou viagens de estudo, na década de 1940, por diversos países da América do Sul. Desde 1950 radicado em Salvador, nesse ano uniu-se Carybé aos que, como Mário Cravo, Jenner Augusto e Genaro de Carvalho, lutavam pela atualização do ambiente artístico e cultural da capital baiana. De então por diante toda a sua obra esteve vinculada à Bahia, aos seus habitantes e costumes, às suas velhas casas, ruas e igrejas. Melhor Desenhista Nacional na III Bienal de São Paulo, em 1955, homenageado com salas especiais na Bienal de São Paulo de 1961 e na Bienal da Bahia de 1966, Carybé efetuou numerosas exposições individuais, não apenas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, como também em Londres, Liverpool, Tóquio, Osaka, Lisboa, Nova York, Washington, México etc. Por outro lado, sua atividade como muralista foi imensa, havendo painéis de sua autoria no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Buenos Aires, Montreal (destruído), Nova Iorque (Aeroporto Internacional), Londres, etc. De todos esses painéis, dois mereceriam destaque especial: o do Aeroporto Kennedy de Nova Iorque, no qual misturou óleo, prata, ouro, miçangas, cacos de vidro, botões, etc., de vez que - como explicou Rubem Braga, "adora as cores vivas e as coisas brilhantes, como os pretos e os índios"-, e o que realizou em 1970 para o Banco da Bahia, 27 talhas em cedro representando os orixás do candomblé - ele que, ministro de Xangô, usava no culto afro- brasileiro o nome ritual de Obá Otum Onà Shocum. Carybé realizou ilustrações para dezenas de livros (como as de Macunaíma, de Mário de Andrade, na edição dos Cem Bibliófilos), e publicou também álbuns com seus próprios desenhos, como As Sete Portas da Bahia. No que concerne à sua arte, trata-se, antes de mais nada, de um excepcional desenhista, senhor de uma extrema agilidade de execução, e sabendo captar com graça e elegância o essencial de uma forma em movimento. Sua contribuição como pintor é talvez menos importante, mas de modo algum desprezível, destacando-se em sua obra pictórica as representações de negras e mulatas que impressionam pela solidez da forma e pela vitalidade e sensibilidade. Se é fato que por vezes sacrificou seu grande talento ao pitoresco e ao fácil, não menos verdadeiro é que, em seus melhores momentos, alçou-se a elevado nível de produção estética e artesanal, sendo também de realçar a circunstância de ser, Carybé, o documentarista de uma realidade que, não fora por seus esforços, talvez estivesse condenada a desaparecer sem vestígios. Afinal, como ele mesmo disse referindo-se ao candomblé, "daqui a uns 50 anos ele desaparece e a religião brasileira vai ser uma misturança infernal, vai ter até austríaco pai-de-santo... " Desenho a bico de pena, 1950; 0,27 X 0,21, Museu de Arte da Bahia.
  • 2. Desenho a bico de pena, 1950; 0,27 X 0,21, Museu de Arte da Bahia. Feira de Água de Meninos, técnica mista, 1950; 0,27 X 0,21, Museu de Arte da Bahia.