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VISCONTI, Eliseu D'Angelo (1866-1944). Nascido em Santa Caterina, Comuna de Giffoni
Valie e Piena em Salerno (Itália) e falecido no Rio de Janeiro. Tendo chegado ao Brasil com
menos de um ano, em companhia dos pais a princípio desejou ser músico, chegando a estudar
teoria, solfejo e violino com Vincenzo Cemicchiaro e Henrique Alves de Mesquita. Coube à sua
madrinha, a Baronesa de Guararema, descobrir-lhe a verdadeira vocação, após ter visto o
desenho de uma camponesa italiana que o afilhado fizera. Em 1884, trocando a música pela
pintura, Visconti está matriculado no Liceu de Artes e Ofícios, tornando-se aluno de Vítor
Meireles, Estêvão Silva e Roberto Esteves durante cerca de um ano. Distinguiu-se de tal modo
entre os colegas, que deles recebeu o apelido de papa-medalhas.

Em julho de 1885 ingressa na Academia Imperial de Belas Artes, na qual seria discípulo de
Zeferino da Costa, José Maria de Medeiros, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli e, mais
uma vez, de Vítor Meireles. Aluno brilhante e participante, alinhou-se entre os modernos na
batalha pela atualização do ensino acadêmico, em 1888, opondo-se aos positivistas.
Proclamada a República, as idéias preconizadas pelos modernos prevaleceram e Rodolfo
Bernardelli tornou-se diretor da nova Escola Nacional de Belas Artes. No primeiro concurso de
premiação realizado sob o novo regime, em 1892, Eliseu Visconti, impondo-se a sete
candidatos, obteve por unanimidade o primeiro lugar nas três provas (academia em desenho e
pintura e composição histórica, essa com a tela A Anunciação). Havia quase dez anos que o
concurso não acontecia.

Em começos de 1893, Visconti inscreve-se no vestibular da École des Beaux Arts de Paris,
nele obtendo o sétimo lugar entre 467 candidatos. Paralelamente matricula-se no curso de arte
decorativa da École Guérin, então dirigido por Eugène Grasset. Logo se desligaria da École,
mas como aluno de Grasset permaneceria até 1897, recebendo desse célebre artista, então no
ápice de sua carreira, marcante influência. No logotipo de Je Sème à Tout Vent, elaborado por
Grasset para o Larousse inspirou-se, por exemplo, para realizar o ex-libris da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro.

Muito se escreveu sobre Visconti como o introdutor, ou um dos introdutores, do Impressionismo
no Brasil; mas pouco sobre o fato de ter esse artista praticado o Art Nouveau no momento da
maior vitalidade do estilo. Existem, aliás, vários outros pontos obscuros sobre a fase de
formação do artista, o qual teria mantido contato pessoal com Paul Gauguin, a se dar crédito a
informação passada por seu genro, Henrique Cavalleiro, ao crítico Flávio Mota. Terá Visconti
visitado o exótico ateliê de Gauguin na Rue Vercingétorix, onde reinava Annah la Javanaise?
Custa-nos crer; de qualquer modo, nenhum traço terá ficado desse aludido encontro entre os
dois pintores, apesar de o citado Flávio Mota lobrigar, na arte de Visconti, "vínculos com o
sintetismo do Grupo de Pont-Aven". Também pouco se tratou da vinculação de Visconti ao
simbolismo de Puvis de Chavannes, por exemplo. No entanto, Oréades, Gioventù, Sonho
Místico, A Providência Guiando Cabral, Morte de Cleópatra ou São Sebastião são obras
simbolistas, e não (como equivocadamente sustentam alguns críticos e historiadores) de
atmosfera pré-rafaelista, e nelas perpassa a marca do autor do Pauvre Pecheur.

Tendo exposto anos consecutivos no Salon, e após receber medalha de prata na Exposição de
1900, justamente com Oréades e Gioventu, Visconti regressou ao Brasil: com exceção de
breves visitas a outros países (como a que fez em 1897 a Espanha), permanecera quase o
tempo todo em Paris, ou em suas cercanias, e ao desembarcar no Rio, já casado com Louise
Palombe, era artista maduro, possuidor de um estilo e de todos os seus recursos expressivos.

Em 1901 realiza sua primeira individual: 38 obras, das quais 28 de arte decorativa: desenhos
para capas de livros, estudos de vitrais, marchetaria, esmalte cloisonné, panos recortados,
papéis pintados, estofos em seda, cerâmica e ferroneria. Em artigo publicado a 2 de julho
Gonzaga Duque refere-se ao "quase silêncio" que cercou a exposição, "das mais completas,
das mais importantes exposições de arte aqui franqueadas ao público", atribuindo-o à
incompreensão, mas principalmente à inoportunidade do momento, "porque a hora é das
piores, o dinheiro escasseia às bolsas mais volumosas, a existência tornou-se penosa aos
melhores aquinhoados da sorte"... Visconti, mais de 20 anos mais tarde, queixou-se a Angyone
Costa:
- Quando regressei da Europa, como pensionista dos cofres públicos, fiz uma exposição de
arte aplicada, na certeza de que a arte decorativa era o melhor elemento para caracterizar a
indústria artística do país. Olharam-na como novidade, e nada mais. Cheguei a fazer cerâmica
à mão para ver se atraía a atenção das escolas, das oficinas, do governo. Tudo perdido.
Ninguém notou o esforço. Em nossa terra não existe ainda preocupação pela arte...

Desabafo decerto injusto, pois não só Gonzaga Duque e outros críticos noticiaram a mostra,
como Visconti recebeu um convite (que recusou), para associar-se à firma Ludolf & Ludolf, em
cujos fornos executara as cerâmicas. O Governo, por outro lado, encomendou-lhe em 1903 o
ex-libris para a Biblioteca Nacional e no mesmo ano patrocinou concurso para selos postais e
cartas-bilhetes, ambos vencidos pelo artista. Assim, a mostra de 1901 não foi de todo um
esforço vão.

O casamento de Visconti com Louise, em França, abre um capitulo novo em sua carreira. No
dizer de Frederico Barata, "a vida artística de Eliseu Visconti, a rigor, só compreende duas
grandes fases: a anterior e a posterior ao casamento, ou seja-a de antes de conhecer D. Louise
e a de após, tendo-a insensivelmente como principal inspiradora. Na primeira fase, realiza uma
obra de imaginação, simbolista, já poderosa mas ainda sem uma personalidade definitivamente
estabelecida, que vemos refletida nas Oréades, no São Sebastião, na Gioventù. Na segunda,
que tem a família como centro, utilizando a esposa e os filhos como modelos e pintando-os e
repintando-os a todos os momentos e em todas as idades, liberta-se das numerosas influências
imitativas, e torna-se mais senhor da própria técnica até atingir a plena maturidade". Dos três
filhos de Visconti, Yvone, que se casaria com o grande pintor Henrique Cavalleiro, seria
também pintora, praticando igualmente a gravura e as artes decorativas.

Em 1902 Visconti seguiu de novo para Paris, onde ainda se achava ao receber carta do
Prefeito Pereira Passos convidando-o a pintar o pano de boca do Teatro Municipal do Rio de
Janeiro, que então se construía. Aceito o convite, submetida a esquisse ao prefeito e ao
engenheiro incumbido da construção, Oliveira Passos, Visconti recolheu-se ao antigo ateliê de
Puvis de Chavannes em Neuilly e nos próximos três anos entregou-se ao trabalho. Em 1908 o
pano-de-boca achava-se concluído: representava A Influência das Artes na Civilização, e
compreendia mais de 200 figuras. Exposta no ateliê do pintor para o Presidente Rodrigues
Alves, a obra mereceu grandes elogios. O mesmo não aconteceria logo depois, ao ser exibida
no Rio de Janeiro, tendo Aluizio de Azevedo observado numa crônica:

- Releva dizer que o assunto do pano-de-boca lhe foi imposto, assunto velho, exploradíssimo,
cruel, que o obrigou a pintar extravagâncias à força de procurar uma nota original, inédita, em
que transparecesse a sua própria individualidade. Ele fez o seu trabalho no ateliê outrora
ocupado por Puvis de Chavannes, e nesse ambiente sagrado poderia inspirá-lo, talvez, a
majestosa sobriedade do grande mestre; mas lá estava o maldito assunto para desviá-lo do
bom caminho e atirá-lo às dançarinas e às bananas.

Estava ainda o artista em Paris, entregue à execução do telão do Municipal, quando em 1907
foi nomeado professor da Escola Nacional de Belas Artes, cargo que exerceria até 1914 com
longos intervalos de licença. Não formou, assim muitos alunos, mas dois deles - Marques
Júnior e seu futuro genro, Henrique Cavalleiro - tornaram-se pintores de méritos. Terceiro
discípulo seria Manoel Santiago, que estudou não na Escola, mas no ateliê mantido por
Visconti particularmente, de 1920 a 1923. Em 1934 tornaria a lecionar no curso de arte
decorativa anexo à Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Apesar do trabalho com o pano-de-boca, Visconti continuou pintando quadros de cavalete, que
expôs no Salão. No de 1905 expôs dois retratos, entre os quais o da escultora Nicolina de
Assis, obra-prima do gênero entre nós; em 1908 exibe Maternidade, que já fora mostrada dois
anos antes no Salon de Paris e é sem dúvida das obras mais delicadas e belas do artista.

Em 1913 nova encomenda oficial, agora para executar as pinturas do foyer do Municipal, levá-
lo-á de novo a Paris. Na capital francesa, aluga na Rue Didot um grande barracão e dá começo
ao trabalho; mas com a Guerra de 1914 e o bombardeamento da cidade pelos alemães,
Visconti é forçado a mudar duas vezes de ateliê, transportando-se sucessivamente a Saint-
Hubert e Du Main. Termina as decorações em plena conflagração, para retornar ao Brasil no
auge da campanha submarina de Guilherme II, não sem antes realizar curta viagem à Itália,
onde vivia ainda sua mãe.

O período de 1913 a 1916, que vê surgir as pinturas do foyer, é também o momento das
paisagens impressionistas de Saint-Hubert, por muitos consideradas o ponto alto de toda a
produção viscontiana no gênero. A decoração do foyer é sem dúvida uma obra-prima; consta
de uma parte central, A Música, medindo 16x7 metros, e de duas laterais, A Arte Lírica e O
Drama, menores e de forma irregular. Vazada em técnica pontilhista, de extrema leveza e claro
colorido, bem merece os elogios que lhe endereçou o biógrafo do artista, Frederico Barata:

- Verdadeira música de cores, de tons harmoniosos, impecável desenho e agradável e elegante
linha de composição, revela tal segurança e maestria na fatura, sem uma hesitação, com uma
sensibilidade tão inspirada e comunicativa, que pode, sem exagero, ser comparada ao que de
melhor no gênero tenha sido produzido no mundo contemporâneo.

Após 1918 Visconti não mais saiu do Brasil, alternando sua produção entre a pintura decorativa
(1923, Conselho Municipal; 1926, A Assinatura da Constituição de 1891, para o Palácio
Tiradentes; etc.), e a de cavalete, sem falar nos trabalhos de arte aplicada. Mas a que distância
já nos encontramos, então, dos tempos parisienses! O fato serve para colocar em pauta o
problema da dicotomia da personalidade do artista, que difere enormemente conforme ele se
encontre em Paris ou no Rio de Janeiro. Como observou Mário Pedrosa, "enquanto adquire lá
as novas técnicas neo-impressionistas e assimila, através de Pissarro e Renoir, as lições do
impressionismo, aqui, em diversas ocasiões, de retorno, sua palheta escurece, quando, ao
contrário, na presença da luz tropical devia altear-se mais".

Em 1926 Visconti efetua na Galeria Jorge uma nova exibição de arte decorativa. Comentando-
a, Auguste Herborth, antigo aluno da Escola de Belas Artes de Strasbourg de passagem pelo
Rio de Janeiro, repara que "os trabalhos expostos pertencem à escola parisiense, conforme o
estilo e o colorido preconizados em 1900, embora a arte francesa hodierna tenha tomado outra
feição, graças à influência da Escola de Nancy, se bem que, nos dias que correm, o curso para
a arte aplicada, na França, não tenha o mesmo lisonjeiro surto que na Alemanha, por
exemplo". Era essa uma maneira delicada de dizer que em 1926 Visconti se desatualizara,
praticando então um Art Nouveau anacrônico, alheio às renovações que se vinham
processando na França (onde apenas um ano antes ocorrera a grande exposição das artes
decorativas), e sobretudo na Alemanha, onde Gropius fundara já em 1919 o Bauhaus.

Em começos de 1930 Visconti foi novamente chamado a realizar trabalhos no Municipal do Rio,
que passava por uma reforma. Entre 1934 e 1936 executou a pintura de um friso sobre o
proscênio, auxiliado pela filha, o genro e ainda Martinho de Haro e Angenor de Barros. Seria,
esse, seu último trabalho de vulto, se bem que continuasse trabalhando até o fim da existência,
tendo exposto, ainda no Salão de 1944, uma obra recém-concluída - Três Marias.

Pintor de figuras, paisagista, decorador, autor de cenas de gênero e pioneiro, no Brasil, das
artes industriais, Visconti foi em vida considerado acima de tudo como figurista, autor de nus,
retratos, alegorias e grupos. A contemporaneidade, no entanto, parece hoje nele ver também o
paisagista. Em suas melhores obras o desenho de Visconti é diáfano, sem contornos, enquanto
o colorido impregna-se de modulações à maneira impressionista e neo-impressionista,
utilizando-se o artista de rica palheta de nada menos de 17 cores, com predominância de
amarelos e vermelhos (Carlos del Negro). Estilisticamente foi um eclético; e, tolerante embora
para com a arte moderna, nunca a compreendeu de todo - apesar de visitar com interesse as
exposições de Portinari e Segall realizadas em 1943, como informou Barata. Dizia-se um
presentista, afirmando que a arte não pode parar, e que "futuristas, cubistas, são todas
expressões respeitáveis, artistas que tateiam, procurando alguma coisa que ainda não
alcançaram".

Em meados de 1944, Visconti, então com 77 anos, sofreu uma queda em seu ateliê da Avenida
Mem de Sá, no Rio. As circunstâncias em que tal acidente ocorreu são misteriosas, chegando
Frederico Barata a falar vagamente em "acidente ou crime de que foi vítima no ateliê". A agonia
durou dois meses; reanimou-se, pouco depois, por mais duas ou três semanas, durante as
quais com descomunal força de vontade retomou os pincéis, dizendo repetidas vezes a seus
familiares:

- Nasci de novo! E agora é que vou começar a pintar, vocês vão ver!

A euforia pouco durou: a 15 de outubro de 1944 faleceu, não sem antes ter dito ao amigo fiel
essas sábias palavras, que lembram tão de perto as conhecidas frases de Hokusai:

- O que falta às gerações de hoje é angústia da humildade, da impotência diante dos
problemas da pintura, que parecem simples e são incrivelmente grandes e complexos.
Satisfazem-se rapidamente com o que fazem e julgam-se mestres, na juventude, quando
deviam convencer-se de que até à velhice, até à morte, serão humildes aprendizes...

                                 O beijo, óleo s/ tela, s/ data;
                            0,64 X 0,81, Palácio Bandeirantes, SP.

                               Cena bíblica, óleo s/ tela, s/ data;
                            0,60 X 0,67, Palácio Bandeirantes, SP

                              Auto-retrato, óleo s/ tela, s/ data;
                      0,40 X 0,33, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

                 Friso no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cerca de 1908.

                         Teto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

                      Jardim do Luxemburgo, óleo s/ tela, cerca de 1915;
                            0,25 X 0,35, Museus Castro Maya, RJ.

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Visconti, eliseu d'angelo

  • 1. VISCONTI, Eliseu D'Angelo (1866-1944). Nascido em Santa Caterina, Comuna de Giffoni Valie e Piena em Salerno (Itália) e falecido no Rio de Janeiro. Tendo chegado ao Brasil com menos de um ano, em companhia dos pais a princípio desejou ser músico, chegando a estudar teoria, solfejo e violino com Vincenzo Cemicchiaro e Henrique Alves de Mesquita. Coube à sua madrinha, a Baronesa de Guararema, descobrir-lhe a verdadeira vocação, após ter visto o desenho de uma camponesa italiana que o afilhado fizera. Em 1884, trocando a música pela pintura, Visconti está matriculado no Liceu de Artes e Ofícios, tornando-se aluno de Vítor Meireles, Estêvão Silva e Roberto Esteves durante cerca de um ano. Distinguiu-se de tal modo entre os colegas, que deles recebeu o apelido de papa-medalhas. Em julho de 1885 ingressa na Academia Imperial de Belas Artes, na qual seria discípulo de Zeferino da Costa, José Maria de Medeiros, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli e, mais uma vez, de Vítor Meireles. Aluno brilhante e participante, alinhou-se entre os modernos na batalha pela atualização do ensino acadêmico, em 1888, opondo-se aos positivistas. Proclamada a República, as idéias preconizadas pelos modernos prevaleceram e Rodolfo Bernardelli tornou-se diretor da nova Escola Nacional de Belas Artes. No primeiro concurso de premiação realizado sob o novo regime, em 1892, Eliseu Visconti, impondo-se a sete candidatos, obteve por unanimidade o primeiro lugar nas três provas (academia em desenho e pintura e composição histórica, essa com a tela A Anunciação). Havia quase dez anos que o concurso não acontecia. Em começos de 1893, Visconti inscreve-se no vestibular da École des Beaux Arts de Paris, nele obtendo o sétimo lugar entre 467 candidatos. Paralelamente matricula-se no curso de arte decorativa da École Guérin, então dirigido por Eugène Grasset. Logo se desligaria da École, mas como aluno de Grasset permaneceria até 1897, recebendo desse célebre artista, então no ápice de sua carreira, marcante influência. No logotipo de Je Sème à Tout Vent, elaborado por Grasset para o Larousse inspirou-se, por exemplo, para realizar o ex-libris da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Muito se escreveu sobre Visconti como o introdutor, ou um dos introdutores, do Impressionismo no Brasil; mas pouco sobre o fato de ter esse artista praticado o Art Nouveau no momento da maior vitalidade do estilo. Existem, aliás, vários outros pontos obscuros sobre a fase de formação do artista, o qual teria mantido contato pessoal com Paul Gauguin, a se dar crédito a informação passada por seu genro, Henrique Cavalleiro, ao crítico Flávio Mota. Terá Visconti visitado o exótico ateliê de Gauguin na Rue Vercingétorix, onde reinava Annah la Javanaise? Custa-nos crer; de qualquer modo, nenhum traço terá ficado desse aludido encontro entre os dois pintores, apesar de o citado Flávio Mota lobrigar, na arte de Visconti, "vínculos com o sintetismo do Grupo de Pont-Aven". Também pouco se tratou da vinculação de Visconti ao simbolismo de Puvis de Chavannes, por exemplo. No entanto, Oréades, Gioventù, Sonho Místico, A Providência Guiando Cabral, Morte de Cleópatra ou São Sebastião são obras simbolistas, e não (como equivocadamente sustentam alguns críticos e historiadores) de atmosfera pré-rafaelista, e nelas perpassa a marca do autor do Pauvre Pecheur. Tendo exposto anos consecutivos no Salon, e após receber medalha de prata na Exposição de 1900, justamente com Oréades e Gioventu, Visconti regressou ao Brasil: com exceção de breves visitas a outros países (como a que fez em 1897 a Espanha), permanecera quase o tempo todo em Paris, ou em suas cercanias, e ao desembarcar no Rio, já casado com Louise Palombe, era artista maduro, possuidor de um estilo e de todos os seus recursos expressivos. Em 1901 realiza sua primeira individual: 38 obras, das quais 28 de arte decorativa: desenhos para capas de livros, estudos de vitrais, marchetaria, esmalte cloisonné, panos recortados, papéis pintados, estofos em seda, cerâmica e ferroneria. Em artigo publicado a 2 de julho Gonzaga Duque refere-se ao "quase silêncio" que cercou a exposição, "das mais completas, das mais importantes exposições de arte aqui franqueadas ao público", atribuindo-o à incompreensão, mas principalmente à inoportunidade do momento, "porque a hora é das piores, o dinheiro escasseia às bolsas mais volumosas, a existência tornou-se penosa aos melhores aquinhoados da sorte"... Visconti, mais de 20 anos mais tarde, queixou-se a Angyone Costa:
  • 2. - Quando regressei da Europa, como pensionista dos cofres públicos, fiz uma exposição de arte aplicada, na certeza de que a arte decorativa era o melhor elemento para caracterizar a indústria artística do país. Olharam-na como novidade, e nada mais. Cheguei a fazer cerâmica à mão para ver se atraía a atenção das escolas, das oficinas, do governo. Tudo perdido. Ninguém notou o esforço. Em nossa terra não existe ainda preocupação pela arte... Desabafo decerto injusto, pois não só Gonzaga Duque e outros críticos noticiaram a mostra, como Visconti recebeu um convite (que recusou), para associar-se à firma Ludolf & Ludolf, em cujos fornos executara as cerâmicas. O Governo, por outro lado, encomendou-lhe em 1903 o ex-libris para a Biblioteca Nacional e no mesmo ano patrocinou concurso para selos postais e cartas-bilhetes, ambos vencidos pelo artista. Assim, a mostra de 1901 não foi de todo um esforço vão. O casamento de Visconti com Louise, em França, abre um capitulo novo em sua carreira. No dizer de Frederico Barata, "a vida artística de Eliseu Visconti, a rigor, só compreende duas grandes fases: a anterior e a posterior ao casamento, ou seja-a de antes de conhecer D. Louise e a de após, tendo-a insensivelmente como principal inspiradora. Na primeira fase, realiza uma obra de imaginação, simbolista, já poderosa mas ainda sem uma personalidade definitivamente estabelecida, que vemos refletida nas Oréades, no São Sebastião, na Gioventù. Na segunda, que tem a família como centro, utilizando a esposa e os filhos como modelos e pintando-os e repintando-os a todos os momentos e em todas as idades, liberta-se das numerosas influências imitativas, e torna-se mais senhor da própria técnica até atingir a plena maturidade". Dos três filhos de Visconti, Yvone, que se casaria com o grande pintor Henrique Cavalleiro, seria também pintora, praticando igualmente a gravura e as artes decorativas. Em 1902 Visconti seguiu de novo para Paris, onde ainda se achava ao receber carta do Prefeito Pereira Passos convidando-o a pintar o pano de boca do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que então se construía. Aceito o convite, submetida a esquisse ao prefeito e ao engenheiro incumbido da construção, Oliveira Passos, Visconti recolheu-se ao antigo ateliê de Puvis de Chavannes em Neuilly e nos próximos três anos entregou-se ao trabalho. Em 1908 o pano-de-boca achava-se concluído: representava A Influência das Artes na Civilização, e compreendia mais de 200 figuras. Exposta no ateliê do pintor para o Presidente Rodrigues Alves, a obra mereceu grandes elogios. O mesmo não aconteceria logo depois, ao ser exibida no Rio de Janeiro, tendo Aluizio de Azevedo observado numa crônica: - Releva dizer que o assunto do pano-de-boca lhe foi imposto, assunto velho, exploradíssimo, cruel, que o obrigou a pintar extravagâncias à força de procurar uma nota original, inédita, em que transparecesse a sua própria individualidade. Ele fez o seu trabalho no ateliê outrora ocupado por Puvis de Chavannes, e nesse ambiente sagrado poderia inspirá-lo, talvez, a majestosa sobriedade do grande mestre; mas lá estava o maldito assunto para desviá-lo do bom caminho e atirá-lo às dançarinas e às bananas. Estava ainda o artista em Paris, entregue à execução do telão do Municipal, quando em 1907 foi nomeado professor da Escola Nacional de Belas Artes, cargo que exerceria até 1914 com longos intervalos de licença. Não formou, assim muitos alunos, mas dois deles - Marques Júnior e seu futuro genro, Henrique Cavalleiro - tornaram-se pintores de méritos. Terceiro discípulo seria Manoel Santiago, que estudou não na Escola, mas no ateliê mantido por Visconti particularmente, de 1920 a 1923. Em 1934 tornaria a lecionar no curso de arte decorativa anexo à Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Apesar do trabalho com o pano-de-boca, Visconti continuou pintando quadros de cavalete, que expôs no Salão. No de 1905 expôs dois retratos, entre os quais o da escultora Nicolina de Assis, obra-prima do gênero entre nós; em 1908 exibe Maternidade, que já fora mostrada dois anos antes no Salon de Paris e é sem dúvida das obras mais delicadas e belas do artista. Em 1913 nova encomenda oficial, agora para executar as pinturas do foyer do Municipal, levá- lo-á de novo a Paris. Na capital francesa, aluga na Rue Didot um grande barracão e dá começo ao trabalho; mas com a Guerra de 1914 e o bombardeamento da cidade pelos alemães, Visconti é forçado a mudar duas vezes de ateliê, transportando-se sucessivamente a Saint-
  • 3. Hubert e Du Main. Termina as decorações em plena conflagração, para retornar ao Brasil no auge da campanha submarina de Guilherme II, não sem antes realizar curta viagem à Itália, onde vivia ainda sua mãe. O período de 1913 a 1916, que vê surgir as pinturas do foyer, é também o momento das paisagens impressionistas de Saint-Hubert, por muitos consideradas o ponto alto de toda a produção viscontiana no gênero. A decoração do foyer é sem dúvida uma obra-prima; consta de uma parte central, A Música, medindo 16x7 metros, e de duas laterais, A Arte Lírica e O Drama, menores e de forma irregular. Vazada em técnica pontilhista, de extrema leveza e claro colorido, bem merece os elogios que lhe endereçou o biógrafo do artista, Frederico Barata: - Verdadeira música de cores, de tons harmoniosos, impecável desenho e agradável e elegante linha de composição, revela tal segurança e maestria na fatura, sem uma hesitação, com uma sensibilidade tão inspirada e comunicativa, que pode, sem exagero, ser comparada ao que de melhor no gênero tenha sido produzido no mundo contemporâneo. Após 1918 Visconti não mais saiu do Brasil, alternando sua produção entre a pintura decorativa (1923, Conselho Municipal; 1926, A Assinatura da Constituição de 1891, para o Palácio Tiradentes; etc.), e a de cavalete, sem falar nos trabalhos de arte aplicada. Mas a que distância já nos encontramos, então, dos tempos parisienses! O fato serve para colocar em pauta o problema da dicotomia da personalidade do artista, que difere enormemente conforme ele se encontre em Paris ou no Rio de Janeiro. Como observou Mário Pedrosa, "enquanto adquire lá as novas técnicas neo-impressionistas e assimila, através de Pissarro e Renoir, as lições do impressionismo, aqui, em diversas ocasiões, de retorno, sua palheta escurece, quando, ao contrário, na presença da luz tropical devia altear-se mais". Em 1926 Visconti efetua na Galeria Jorge uma nova exibição de arte decorativa. Comentando- a, Auguste Herborth, antigo aluno da Escola de Belas Artes de Strasbourg de passagem pelo Rio de Janeiro, repara que "os trabalhos expostos pertencem à escola parisiense, conforme o estilo e o colorido preconizados em 1900, embora a arte francesa hodierna tenha tomado outra feição, graças à influência da Escola de Nancy, se bem que, nos dias que correm, o curso para a arte aplicada, na França, não tenha o mesmo lisonjeiro surto que na Alemanha, por exemplo". Era essa uma maneira delicada de dizer que em 1926 Visconti se desatualizara, praticando então um Art Nouveau anacrônico, alheio às renovações que se vinham processando na França (onde apenas um ano antes ocorrera a grande exposição das artes decorativas), e sobretudo na Alemanha, onde Gropius fundara já em 1919 o Bauhaus. Em começos de 1930 Visconti foi novamente chamado a realizar trabalhos no Municipal do Rio, que passava por uma reforma. Entre 1934 e 1936 executou a pintura de um friso sobre o proscênio, auxiliado pela filha, o genro e ainda Martinho de Haro e Angenor de Barros. Seria, esse, seu último trabalho de vulto, se bem que continuasse trabalhando até o fim da existência, tendo exposto, ainda no Salão de 1944, uma obra recém-concluída - Três Marias. Pintor de figuras, paisagista, decorador, autor de cenas de gênero e pioneiro, no Brasil, das artes industriais, Visconti foi em vida considerado acima de tudo como figurista, autor de nus, retratos, alegorias e grupos. A contemporaneidade, no entanto, parece hoje nele ver também o paisagista. Em suas melhores obras o desenho de Visconti é diáfano, sem contornos, enquanto o colorido impregna-se de modulações à maneira impressionista e neo-impressionista, utilizando-se o artista de rica palheta de nada menos de 17 cores, com predominância de amarelos e vermelhos (Carlos del Negro). Estilisticamente foi um eclético; e, tolerante embora para com a arte moderna, nunca a compreendeu de todo - apesar de visitar com interesse as exposições de Portinari e Segall realizadas em 1943, como informou Barata. Dizia-se um presentista, afirmando que a arte não pode parar, e que "futuristas, cubistas, são todas expressões respeitáveis, artistas que tateiam, procurando alguma coisa que ainda não alcançaram". Em meados de 1944, Visconti, então com 77 anos, sofreu uma queda em seu ateliê da Avenida Mem de Sá, no Rio. As circunstâncias em que tal acidente ocorreu são misteriosas, chegando Frederico Barata a falar vagamente em "acidente ou crime de que foi vítima no ateliê". A agonia
  • 4. durou dois meses; reanimou-se, pouco depois, por mais duas ou três semanas, durante as quais com descomunal força de vontade retomou os pincéis, dizendo repetidas vezes a seus familiares: - Nasci de novo! E agora é que vou começar a pintar, vocês vão ver! A euforia pouco durou: a 15 de outubro de 1944 faleceu, não sem antes ter dito ao amigo fiel essas sábias palavras, que lembram tão de perto as conhecidas frases de Hokusai: - O que falta às gerações de hoje é angústia da humildade, da impotência diante dos problemas da pintura, que parecem simples e são incrivelmente grandes e complexos. Satisfazem-se rapidamente com o que fazem e julgam-se mestres, na juventude, quando deviam convencer-se de que até à velhice, até à morte, serão humildes aprendizes... O beijo, óleo s/ tela, s/ data; 0,64 X 0,81, Palácio Bandeirantes, SP. Cena bíblica, óleo s/ tela, s/ data; 0,60 X 0,67, Palácio Bandeirantes, SP Auto-retrato, óleo s/ tela, s/ data; 0,40 X 0,33, Pinacoteca do Estado de São Paulo. Friso no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cerca de 1908. Teto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Jardim do Luxemburgo, óleo s/ tela, cerca de 1915; 0,25 X 0,35, Museus Castro Maya, RJ.