Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Tozzi, cláudio.
1. TOZZI, Cláudio. (1944). Nascido em São Paulo (SP). Iniciou sua carreira artística em 1963, e
nesse mesmo ano ganhou o concurso de cartazes instituído pelo Salão Paulista de Arte
Moderna. Matriculando-se pela mesma época na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
USP, participou ativamente do movimento estudantil de protesto à ditadura militar emergente,
refletindo-se essa sua posição nos trabalhos que então produziu, muitos deles apropriações de
imagens estampadas em revistas ou jornais - Guerra do Vietnã, Guevara Vivo ou Morto,
Bandido da Luz Vermelha, etc. -, e que lhe valeram dissabores: o painel Guevara Vivo ou
Morto, por exemplo, exposto em 1967 no IV Salão Nacional de Arte Contemporânea de
Brasília, foi destruído a golpes de machado, e depois restaurado precariamente pelo artista.
Em 1968, um ano depois de receber medalha de ouro no III Salão de Arte Contemporânea de
Campinas, Cláudio Tozzi participava, no Rio de Janeiro, da mostra O Artista Brasileiro e a
Iconografia de Massa. No ano seguinte, após enviar trabalhos para a X Bienal de São Paulo,
efetuou viagem de estudos à Europa, retornando em 1970 para já em 1971 realizar exposição
individual na Galeria Ars Mobile, de São Paulo. Desde então, tem participado de
numerosíssimas coletivas de arte brasileira dentro e fora do país, além de levar a cabo
individuais em inúmeras cidades brasileiras e estrangeiras, e de em 1979 receber, no Salão
Nacional de Arte Moderna, prêmio de viagem ao exterior.
Iniciando sua carreira sob a égide da Pop Art norte-americana, com apelo a colagens e
apropriações de imagens seriadas que evocam os comics e possuem analogia com a obra de
um Roy Lichtenstein, Tozzi evoluiu para uma linguagem mais despojada e coloristicamente
mais relevante, documentando em consecutivas fases sua pesquisa da contemporaneidade.
Assim se alternaram em sua produção, após as primeiras realizações ainda marcadas pela
Pop, as séries astronautas, parafusos, cor-pigmento-luz, ambiente-matéria, figurações de
cores, trópico revisitado, colchas de retalhos, escadas, trama reticular urbana, passagens etc.
A despeito da importância que a cor assume em sua obra, Tozzi é um formalista e um cerebral,
construindo sua pintura a frio, um pouco como o designer ou o arquiteto que lentamente
desdobra um risco original. Aliás a cor, para ele, não é encarada apenas ou principalmente em
seu conteúdo expressivo-emocional, e sim enquanto corpo, matéria: cor-retícula, reminescente
do grão fotográfico e do off-set do clichê, erroneamente aproximada às vezes do divisionismo
de Seurat, mas tendo ao menos em comum com ele um severo racionalismo.
Artista dos mais inventivas de sua geração, Tozzi tem executado pinturas em diversos espaços
públicos, como a Zebra na lateral de um edifício da Praça da República (1972), em São Paulo,
o painel para a Estação Sé do metrô paulistano (1979), painel para o SESC- Vilanova (1980),
novo painel no metrô, agora para a Estação Barra Funda (1989), etc. Tozzi é professor da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, e sobre sua obra foram rodados o filme
Cláudio Tozzi, de Fernando Campos (1981), e o documentário Cláudio Tozzi, de Olívio Tavares
de Araújo (1984).
Subida do foguete, guache s/ papel, 1969;
0,36 X 0,36, Museu de Arte Contemporânea da USP.
Projeto para o painel Bandeirantes, técnica mista, 1989;
0,85 X 2,62, Palácio Bandeirantes, SP.