O documento discute conceitos da estilística, que estuda a língua na sua função expressiva, analisando recursos como onomatopeia, aliteração, assonância e figuras de linguagem. Apresenta exemplos destes recursos em poemas e canções que ilustram seu uso para dar ritmo, efeito sonoro ou significado às obras.
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Estilística.pptx
1. Estilística
• Ramo da linguística que estuda a língua na
sua função expressiva, analisando o uso dos
processos fônicos, sintáticos e de criação de
significados que individualizam estilos.
• Estudo dos recursos afetivo-expressivos da Língua
2. ONOMATOPEIA –
Imitação do som
O Relógio
Vinicius de Moraes
Passa tempo, tic-tac
Tic-tac, passa hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
[...]
Recurso utilizado pelo poeta
para dar ritmo e efeito sonoro
ao poema – Tic-Tac... Tic tac...
3. Paraleleismo
Sintático/semântico
“O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]”
Canção do vento e da minha vida,
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
José Aguilar, 1967
4. Aliteração – repetição de sons
consonantais
Violões que choram
Cruz e Sousa
“[...]
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias
dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizada
[...]”
Henri Lebasque
5. Assonância – Repetição de sons vocálicos
“Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.”
(Cecília Meireles)
6. Assíndeto – ausência de conjunção.
Ela é doce, mas perigosa; amada, mas estranha.
Ela é doce, perigosa, amada, estranha.
“Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar”
Raul Seixas
7. “Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva”
Pitty, Admirável Chip Novo
Além do Assíndeto, há a presença da
Função Apelativa da Linguagem.
8. Polissíndeto – repetição da conjunção e/nem
“[...] E quando chega a noite e eu não consigo dormir
Meu coração acelera e eu sozinha aqui
Eu mudo o lado da cama, eu ligo a televisão
Olhos nos olhos no espelho e o telefone na minha mão
Na minha mão, na minha mão [...]”
A Noite, interpretação de Tiê
9. O único animal
O homem é o único animal que ri dos outros. O homem é o único animal que passa por outro e [que] finge que não vê.
É o único que fala mais que o papagaio. É o único que gosta de escargot (fora, claro, o escargot). É o único que acha que
Deus é parecido com ele. E é o único...
... que se veste
... que veste os outros
... que despe os outros
... que faz o que gosta escondido
... que muda de cor quando se envergonha
... que se senta e [que] cruza as pernas
... que sabe que vai morrer
... que pensa que é eterno
... que não tem uma linguagem comum a toda a espécie
... que se tosa voluntariamente
... que lucra com os ovos dos outros
... que pensa que é anfíbio e [que] morre afogado
... que tem bichos
... que joga no bicho
... que aposta nos outros
... que compra antenas
... que se compara com os outros.
10. O homem não é o único animal que alimenta e [que] cuida das suas crias, mas é o único que depois usa
isso para fazer chantagem emocional.
Não é o único que mata, mas é o único que vende a pele.
Não é o único que mata, mas é o único que manda matar.
E não é o único ... que voa, mas é o único que paga para isso
... que constrói casa, mas é o único que precisa de fechadura
... que constrói casa, mas é o único que passa quinze anos pagando
... que foge dos outros, mas é o único que chama isso de retirada estratégica
... que trai, [que] polui e [que] aterroriza, mas é o único que se justifica [...].
Luis Fernando VERISSIMO
Paralelismo Sintático, Anáfora, Silepse
11. Anáfora – repetição de uma palavra ou termo
no início de uma oração.
À primeira Vista
“Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei”
Chico César – interpretação de Daniela
12. Palavras Homônimas e Parônimas
Homônimas – Iguais (no som ou na grafia).
Homônimas Homófonas – Iguais no som (Seção, sessão,
cessão)
Homônimas Homógrafas – Iguais na grafia e no som (manga
– fruta e manga de camisa)
Parônimas – Parecidas (Tráfego e tráfico; imigrante, emigrante,
migrante; comprimento e cumprimento)
13. • Trás (Advérbio) ou traz (verbo)
• Mal (advérbio) ou mau (adjetivo)
• Cem (numeral) ou sem (preposição)
• Houve (verbo haver) ou ouve(verbo ouvir)
• Agente (substantivo) ou A gente (pronome)
Não confundir as palavras Homófonas – mas com significados
diferentes:
14. Variações Linguísticas:
1. Variação diatópica ou geográfica – regionalismo.
Aipim, macaxeira, mandioca
papagaio, pipa, pandorga
brigadeiro, pretinho
2. Variação linguística diastrática – Variações de grupos sociais.
Fonética:
Problema/pobrema
Melhor/mió
Telhado/ teiado
Futebol/futebor
Bicicleta/ bicicreta...
Concordância/ Colocação pronominal
Dez reais/ dez real
Eles foram/ eles foi
Eu a vi/ eu vi ela
3. Variação linguística diafásica – Adequação aos diferentes contextos de comunicação (Linguagem
formal e a linguagem informal)