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Discurso direto, indireto e indireto livre.pptx
1. Discurso
Enunciado ou texto que busca transmitir
uma ou mais mensagens, tendo como
pano de fundo o contexto social, cultural,
temporal e político no qual o emissor está
inserido. Texto e contexto tornam-se
indissociáveis em uma interpretação.
3. Emissor: é aquele que transmite a mensagem.
Receptor: é aquele que recebe a mensagem.
Mensagem: é aquilo que se diz, é o objeto da
comunicação.
Código: é o conjunto de signos e combinações de
regras para transmitir e receber a mensagem (a
própria língua)
Canal: é o meio pelo qual circula a mensagem (voz,
ondas sonoras, sirenes, viaturas, microfones, internet,
entre outros.
7. Um morcego caiu no chão e foi
capturado por uma doninha. Como seria morto,
rogou à doninha que poupasse a sua vida.
Não posso soltá-lo – respondeu a
doninha -, pois sou, por natureza, inimiga de
todos os pássaros.
Não sou um pássaro - alegou o morcego.
- Sou um rato. Assim, ele conseguiu escapar. Mais
tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra
doninha, ele suplicou a esta que não o devorasse.
Como a doninha lhe disse que odiava todos os
ratos, ele afirmou que não era um rato, mas um
morcego. De novo, conseguiu escapar. Foi assim
que, por duas vezes, bastou-lhe mudar de nome
para ter a vida salva.
Fábulas, 2013
8. “Não sou um pássaro – alegou o morcego.” Ao transpor este trecho
para o discurso indireto, o verbo “sou” assume a seguinte forma:
a) era
b) fui
c) fora
d) fosse
e) seria
Resposta: “O morcego alegou que não era um pássaro”.
9. Principais características do discurso direto:
• Uso de exclamação e de interrogação com a finalidade de expressar as reações e
intenções das personagens.
• Utilização do travessão para indicar quem proferiu cada fala ( o que pode mudar
de autor para autor, principalmente, em relação aos modernistas).
• Presença de verbos discendi (dizer, perguntar, responder, concordar, entre outros),
que auxiliam o leitor na interpretação.
• Possibilidade de haver a presença constante de dois-pontos e do travessão no
trabalho estilístico com os verbos discendi.
10. Principais características do discurso indireto:
• O narrador da história interfere na fala da personagem.
• O discurso é narrado em terceira pessoa, pois é outra pessoa, ou seja, o narrador é
quem contará a história da personagem.
• Em alguns casos, verbos de elocução aparecem, mas não vêm acompanhados de
travessão.
• O discurso indireto pode ser compreendido como aquele reproduz as falas em
terceira pessoa, atribuindo-as ao seu emissor.
• O uso de conjunções conformativas (segundo, conforme, como, entre outras) e
integrantes (que) ratifica a presença do discurso indireto no texto.
12. Características do discurso indireto livre:
• Ocorre quando a fala, ou fragmentos dela, de determinada personagem são
inseridos sutilmente no discurso indireto, por meio do qual o narrador
conta os fatos.
• Em muitas situações, é difícil dizer quem está falando, se é a personagem
ou o narrador.
13. Vamos conferir os discursos neste trecho de Vidas Secas de Graciliano
Ramos:
“Em que estariam pensando?, zumbiu sinhá Vitória (Discurso direto).
Fabiano estranhou a pergunta e rosnou uma objeção (Discurso indireto).
Menino é bicho miúdo, não pensa. (Discurso Indireto livre) Mas sinhá
Vitória renovou a pergunta – e a certeza do marido abalou-se (Discurso
Indireto). Ela devia ter razão. Tinha sempre razão (Discurso indireto livre).
Agora desejava saber que iriam fazer os filhos quando crescessem.
(Discurso Indireto)
– Vaquejar, opinou Fabiano (discurso direto).”
14. Diálogo entre José Olímpico e Macabéa
- E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
- Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa, antes que ele mudasse de
ideia.
- E se me permite, qual é mesmo a sua graça?
- Macabéa.
- Maca – o quê?
- Béa, foi obrigada a completar.
- Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela.
DISCURSO DIRETO
15. "Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua
vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e
querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e
prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora
que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como
ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na
sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da
existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele
não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de
estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se
fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do
Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-
se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava
disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!“
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo