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LEITURA DE IMAGENS
IMAGEM NA ARTE II
AULA 10
Ponto
Se estivéssemos tratando de Língua, diríamos que o ponto equivale ao fonema

(ou sua transcrição). Assim é o ponto: a unidade visual mínima, responsável por
sinalizar e marcar o espaço ocupado pelos elementos visuais. Veja a imagem
abaixo, que potencializa o ponto, explorando toda a atratividade que ele exerce na

visão humana:
A imagem mostra a atração que um ponto exerce sobre a visão. Dois pontos
funcionam como uma maneira de medir o espaço e seu entorno, além do próprio
desenvolvimento de qualquer tipo de plano visual. Note que, quantos mais pontos
próximos uns aos outros, há um aumento na sua capacidade de guiar o olhar.
Linha
Quando

há

uma

proximidade

entre

pontos

impossibilitando

reconhecer

suas

individualidades, o direcionamento da visão tende a aumentar. A cadeia formada pela soma desses
pontos torna-se um elemento visual próprio: a linha. Pode-se pensar a linha como o movimento de
um ponto, ressaltando assim sua estrutura dinâmica, nunca estática. Mesmo quando representada
de maneira vaga, a linha nunca é imprecisa, impondo-se ao olhar. Veja a pintura abaixo e visualize
o potencial dinâmico da linha:
A linha é um meio indispensável para a construção daquilo que também não se pode ver,
que existe somente na imaginação. Como vimos na imagem acima, a linha pode também
representar várias características e é preciso sempre estar atento a essas diferenças, já que uma

linha firme é diferente de uma delicada; uma retilínea não significa a mesma coisa que uma
ondulada, e assim por diante. Estar atento ao fenômeno artístico é perceber o potencial e a
sensação que os elementos pretendem despertar no intérprete.
Contorno
Na arte visual a linha constrói também o contorno. Há três contornos
básicos: o círculo, o quadrado e o triângulo eqüilátero. A partir desses
contornos básicos, presentes na arte visual, a imagem se constrói em
imagens mais complexas, muitas vezes derivadas da soma desses elementos
básicos. Veja a imagem abaixo e perceba o potencial do contorno:
Esses elementos são, tradicionalmente, associados a alguns
significados psicológicos, mas tenha em mente que o artista pode subvertêlos. Não use esses significados como uma “bula” de leitura, e sim como um
significado básico, tradicional nas artes. Assim, ao quadrado une-se a ideia de
retidão, honestidade, esmero, força. O triângulo é associado à tensão, ao
conflito, à ação. Por fim, o círculo desperta a noção de proteção, acolhimento,
infinitude.
Direção
Os contornos antes referidos também expressam três direções visuais
básicas. No círculo, temos a curva. No triângulo, a direção diagonal. O quadrado
apresenta as direções verticais e horizontais. Veja a direção na figura abaixo:
As sensações de estabilidade e de equilíbrio da imagem dependem da
verticalidade e da horizontalidade. Quando há uma ruptura, isto é, a direção ou o

contorno estão imprecisos, o potencial é contrário: instabilidade e desequilíbrio. A
direção diagonal provoca também a sensação de instabilidade e de dinamismo. A
curva sugere sensações de envolvimento e de organicidade, naturalidade (o

contrário de mecanicidade ou formalidade).
Tom
Tom refere-se às variações de luz. Do escuro ao claro, ou da obscuridade à
luz, há gradações, variações extremamente sutis. Pode-se chegar a partir do
branco ao preto, por exemplo, em mais de vinte tons (trinta, para ser exato) de
cinzas. O tom, responsável pela sensação de luz refletida, ajuda na construção do
volume (da aparência volumétrica) das imagens. Também é o tom que ajuda a
construção da atmosfera da imagem. Abaixo, um exemplo de pintura que explora
os tons:
Na obra de Van Gogh nota-se a exploração dos tons: na parte de cima da

imagem o tom é escuro, tornando-se mais claro à medida que se aproxima da
parte inferior.
Cor
A cor, nas artes visuais, está ligada às emoções. Para expressar ou reforçar
emoções, é que usualmente a cor é empregada. Mas não é somente dessa maneira que a
cor pode ser explorada: a cor, em si, também expressa sentidos, informações, significados.
A simbologia das cores é extremamente importante em muitas representações. Há três
dimensões da cor: o matiz, a saturações e o brilho.
O matiz corresponde à cor própria, ou croma. Os chamados matizes primários são
o azul, o amarelo e o vermelho. Cada uma dessas cores liga-se a simbologias e significados
psicológicos próprios. O azul demonstra paz e serenidade, além de passividade e
suavidade. O amarelo está ligado ao calor e à luz. Por último, o vermelho mostra emoção e
ação, podendo despertar sensações de excitação. Há também a questão da expansão: o
azul direciona a contração, enquanto as outras duas, a expansão.
A saturação sensibiliza para a pureza da cor em relação ao cinza ou ao branco.
Quanto menos mais saturada a cor, mais intensa (menos próximo ao cinza ou ao branco).
A intensidade de uma cor cria uma maior expressividade.
O brilho mostra a variação que se inicia na luz e termina na obscuridade. Há uma
relação entre brilho e tom, mas enquanto este é constante, a cor apresenta variações.
Textura
A textura da imagem liga a percepção visual ao tato. As variações que
acontecem na superfície do material criam sensações táteis captadas pela
visão. Uma das propriedades da visão humana é exatamente isso: a
sensibilidade à textura pode ser captada pelos olhos, sem o contato com a
imagem.
Escala
A propriedade que os elementos visuais possuem de definir-se ou modificar-se quando comparados é
chamada de escala. Questões relativas como “grande” ou “pequeno”, “estático” ou “dinâmico”, “brilho em

excesso” ou “ausência de brilho” dependem da comparação entre os elementos presentes na imagem. Dessa
forma, há muitas variações possíveis, o que mostra que a escala é um elemento relativo e nunca único.
Na Grécia Antiga, os gregos chegaram, a partir de uma fórmula matemática, a uma fórmula que ajudaria
o artista no momento de explorar a proporção: esta fórmula e conhecida por “proporção áurea”. Mesmo sendo
definida matematicamente, os gregos observaram que tal proporção servia também para vários elementos da
natureza. Essa fórmula garantiria uma ordenação dos elementos em termos de escala e proporção, causando
um efeito de beleza elegante. Veja abaixo a famosa pintura do artista renascentista Leonardo da Vinci, “Mona

Lisa”, com os cálculos da proporção áurea em destaque. Julgue você mesmo se ela não auxilia na representação
dos elementos de maneira equilibrada e proporcional:
Dimensão
A dimensão se refere a representação do volume dos elementos
representados. Entretanto, como estamos lidando com formas visuais
bidimensionais, o volume é uma ilusão criada a partir de certas técnicas. A
mais utilizada é a perspectiva, fundamental para a criação da ilusão de
dimensão, isto é, “profundidade” e “volume”. Também a manipulação dos tons
(claro-escuro)

é outra técnica

“tridimensionalidade” das imagens.

utilizada

para reforçar

a noção de
Movimento
Nas imagens bidimensionais, o movimento dos elementos
representados também depende de um conjunto de técnicas. De
qualquer forma, efeito de movimento também é uma ilusão visual,
pois os objetos estão estáticos. A percepção depende de observar
como o artista utiliza os elementos das imagens para dar mais ou
menos sensação de movimento nos objetos representados. Observe
a imagem abaixo, de um cavalo, e perceba como é possível a partir
de certas técnicas, “iludir” a visão e transmitir a sensação de
movimento.
Morro de favela, obra de Tarsila do Amaral, de 1924.

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LEITURA DE IMAGENS: PONTOS, LINHAS E CONTORNOS

  • 1. LEITURA DE IMAGENS IMAGEM NA ARTE II AULA 10
  • 2. Ponto Se estivéssemos tratando de Língua, diríamos que o ponto equivale ao fonema (ou sua transcrição). Assim é o ponto: a unidade visual mínima, responsável por sinalizar e marcar o espaço ocupado pelos elementos visuais. Veja a imagem abaixo, que potencializa o ponto, explorando toda a atratividade que ele exerce na visão humana: A imagem mostra a atração que um ponto exerce sobre a visão. Dois pontos funcionam como uma maneira de medir o espaço e seu entorno, além do próprio desenvolvimento de qualquer tipo de plano visual. Note que, quantos mais pontos próximos uns aos outros, há um aumento na sua capacidade de guiar o olhar.
  • 3. Linha Quando há uma proximidade entre pontos impossibilitando reconhecer suas individualidades, o direcionamento da visão tende a aumentar. A cadeia formada pela soma desses pontos torna-se um elemento visual próprio: a linha. Pode-se pensar a linha como o movimento de um ponto, ressaltando assim sua estrutura dinâmica, nunca estática. Mesmo quando representada de maneira vaga, a linha nunca é imprecisa, impondo-se ao olhar. Veja a pintura abaixo e visualize o potencial dinâmico da linha: A linha é um meio indispensável para a construção daquilo que também não se pode ver, que existe somente na imaginação. Como vimos na imagem acima, a linha pode também representar várias características e é preciso sempre estar atento a essas diferenças, já que uma linha firme é diferente de uma delicada; uma retilínea não significa a mesma coisa que uma ondulada, e assim por diante. Estar atento ao fenômeno artístico é perceber o potencial e a sensação que os elementos pretendem despertar no intérprete.
  • 4. Contorno Na arte visual a linha constrói também o contorno. Há três contornos básicos: o círculo, o quadrado e o triângulo eqüilátero. A partir desses contornos básicos, presentes na arte visual, a imagem se constrói em imagens mais complexas, muitas vezes derivadas da soma desses elementos básicos. Veja a imagem abaixo e perceba o potencial do contorno: Esses elementos são, tradicionalmente, associados a alguns significados psicológicos, mas tenha em mente que o artista pode subvertêlos. Não use esses significados como uma “bula” de leitura, e sim como um significado básico, tradicional nas artes. Assim, ao quadrado une-se a ideia de retidão, honestidade, esmero, força. O triângulo é associado à tensão, ao conflito, à ação. Por fim, o círculo desperta a noção de proteção, acolhimento, infinitude.
  • 5. Direção Os contornos antes referidos também expressam três direções visuais básicas. No círculo, temos a curva. No triângulo, a direção diagonal. O quadrado apresenta as direções verticais e horizontais. Veja a direção na figura abaixo: As sensações de estabilidade e de equilíbrio da imagem dependem da verticalidade e da horizontalidade. Quando há uma ruptura, isto é, a direção ou o contorno estão imprecisos, o potencial é contrário: instabilidade e desequilíbrio. A direção diagonal provoca também a sensação de instabilidade e de dinamismo. A curva sugere sensações de envolvimento e de organicidade, naturalidade (o contrário de mecanicidade ou formalidade).
  • 6. Tom Tom refere-se às variações de luz. Do escuro ao claro, ou da obscuridade à luz, há gradações, variações extremamente sutis. Pode-se chegar a partir do branco ao preto, por exemplo, em mais de vinte tons (trinta, para ser exato) de cinzas. O tom, responsável pela sensação de luz refletida, ajuda na construção do volume (da aparência volumétrica) das imagens. Também é o tom que ajuda a construção da atmosfera da imagem. Abaixo, um exemplo de pintura que explora os tons: Na obra de Van Gogh nota-se a exploração dos tons: na parte de cima da imagem o tom é escuro, tornando-se mais claro à medida que se aproxima da parte inferior.
  • 7. Cor A cor, nas artes visuais, está ligada às emoções. Para expressar ou reforçar emoções, é que usualmente a cor é empregada. Mas não é somente dessa maneira que a cor pode ser explorada: a cor, em si, também expressa sentidos, informações, significados. A simbologia das cores é extremamente importante em muitas representações. Há três dimensões da cor: o matiz, a saturações e o brilho. O matiz corresponde à cor própria, ou croma. Os chamados matizes primários são o azul, o amarelo e o vermelho. Cada uma dessas cores liga-se a simbologias e significados psicológicos próprios. O azul demonstra paz e serenidade, além de passividade e suavidade. O amarelo está ligado ao calor e à luz. Por último, o vermelho mostra emoção e ação, podendo despertar sensações de excitação. Há também a questão da expansão: o azul direciona a contração, enquanto as outras duas, a expansão. A saturação sensibiliza para a pureza da cor em relação ao cinza ou ao branco. Quanto menos mais saturada a cor, mais intensa (menos próximo ao cinza ou ao branco). A intensidade de uma cor cria uma maior expressividade. O brilho mostra a variação que se inicia na luz e termina na obscuridade. Há uma relação entre brilho e tom, mas enquanto este é constante, a cor apresenta variações.
  • 8. Textura A textura da imagem liga a percepção visual ao tato. As variações que acontecem na superfície do material criam sensações táteis captadas pela visão. Uma das propriedades da visão humana é exatamente isso: a sensibilidade à textura pode ser captada pelos olhos, sem o contato com a imagem.
  • 9. Escala A propriedade que os elementos visuais possuem de definir-se ou modificar-se quando comparados é chamada de escala. Questões relativas como “grande” ou “pequeno”, “estático” ou “dinâmico”, “brilho em excesso” ou “ausência de brilho” dependem da comparação entre os elementos presentes na imagem. Dessa forma, há muitas variações possíveis, o que mostra que a escala é um elemento relativo e nunca único. Na Grécia Antiga, os gregos chegaram, a partir de uma fórmula matemática, a uma fórmula que ajudaria o artista no momento de explorar a proporção: esta fórmula e conhecida por “proporção áurea”. Mesmo sendo definida matematicamente, os gregos observaram que tal proporção servia também para vários elementos da natureza. Essa fórmula garantiria uma ordenação dos elementos em termos de escala e proporção, causando um efeito de beleza elegante. Veja abaixo a famosa pintura do artista renascentista Leonardo da Vinci, “Mona Lisa”, com os cálculos da proporção áurea em destaque. Julgue você mesmo se ela não auxilia na representação dos elementos de maneira equilibrada e proporcional:
  • 10. Dimensão A dimensão se refere a representação do volume dos elementos representados. Entretanto, como estamos lidando com formas visuais bidimensionais, o volume é uma ilusão criada a partir de certas técnicas. A mais utilizada é a perspectiva, fundamental para a criação da ilusão de dimensão, isto é, “profundidade” e “volume”. Também a manipulação dos tons (claro-escuro) é outra técnica “tridimensionalidade” das imagens. utilizada para reforçar a noção de
  • 11. Movimento Nas imagens bidimensionais, o movimento dos elementos representados também depende de um conjunto de técnicas. De qualquer forma, efeito de movimento também é uma ilusão visual, pois os objetos estão estáticos. A percepção depende de observar como o artista utiliza os elementos das imagens para dar mais ou menos sensação de movimento nos objetos representados. Observe a imagem abaixo, de um cavalo, e perceba como é possível a partir de certas técnicas, “iludir” a visão e transmitir a sensação de movimento.
  • 12. Morro de favela, obra de Tarsila do Amaral, de 1924.