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Composição da Imagem
Elementos Estruturais de uma Composição
A Ditadura do Rectângulo

• O olho humano tem cerca de 180º de campo visual
  na horizontal, assim, é mais natural para nós que
  as imagens sejam horizontais.


• Compor uma imagem na horizontal depreende
  um determinado tipo de raciocínio que é diferente
  para compor uma imagem na vertical.
•    Um plano é composto por:


1.   Enquadramento


2.   A ilusão de profundidade


3.   Os personagens ou objectos no Enquadramento
O Enquadramento
• Entende-se por enquadramento o processo de isolar
  uma porção do nosso ângulo de campo visual.

• Um enquadramento bem feito dá ao plano o máximo
  de eficiência dramática e estética.

• O equilíbrio de massas e linhas ganha aqui
  a sua maior importância. É o próprio jogo de linhas
  e massas, que estabelecem determinadas relações,
  que acabam por criar o interesse e emoção.

• O termo enquadramento define a posição da
  câmara, ou ângulo de tomada de vistas, em relação
  ao centro de interesse e às margens da imagem.
• Ao escolher uma parte do que nos rodeia e que
  vai ficar no enquadramento, deixamos de fora
  (fora de campo), muito do resto.

• Ao enquadrar estamos a chamar a atenção
  para algo.

• Este é um factor decisivo para a composição,
  e durante a evolução do cinema o enquadramento,
  e os nomes de cada tipo de enquadramento foram
  normalizados naquilo que conhecemos como
  escala de planos.
Tipos de Enquadramento
•   Centrado - Reforça o valor descritivo da imagem
    sem grandes pretenções quanto à composição.
    É o caso do enquadramento simétrico que
    apresenta, simultaneamente, dois sujeitos
    dispostos simetricamente e de igual valor.

•   Descentrado - Convida mais à interpretação pela
    posição assimétrica do sujeito, que é interpretado
    com base na sua posição.

•   Oblíquo - Reforça a sensação de instabilidade
    de qualquer motivo que estamos habituados
    a ver direito.
A Ilusão de Profundidade

•    A Profundidade no cinema é antes de mais nada
     uma ilusão, visto que, na realidade, vemos apenas
     uma imagem a duas dimensões.

•    Essa ilusão é-nos dada:

1.   Pela convergência
2.   Pelos tamanhos relativos
3.   Pela densidade
4.   Pela justaposição
5.   Pela cor
•    A profundidade de campo pode ser utilizada com
     dois fins diferentes:


1.   Dar a impressão de realidade quotidiana e conferir
     a um plano a objectividade da imagem.


2.   Criar uma tensão dramática, opondo um centro
     de interesse perto do espectador a um outro
     situado num plano mais afastado, conferindo
     um sentido de conflito dramático pela relação
     espacial que separa os dois centros de interesse.
Profundidade - perspectiva de massa
• Numa imagem, os elementos de massa podem
  ser distribuídos de forma a criar uma sensação
  de profundidade.

• A ilusão de perspectiva pode ser exagerada para
  transmitir uma falsa sensação de espaço.

• Não haverá mudança na perspectiva se apenas
  mudarmos a distância focal da objectiva que
  estamos a utilizar.

• Apenas há mudança de perspectiva se a posição
  da câmara for alterada.
Profundidade - perspectiva de linha

• A perspectiva de linha serve também para aumentar
  a ilusão de perspectiva.

• Para tal, deve-se evitar captar imagens com
  a câmara na posição frontal. Se colocarmos
  a câmara lateralmente em relação ao centro
  de interesse, aparecerão as diagonais no plano,
  o que, para além de dinamizar a imagem, irá
  contribuir para a ilusão da perspectiva.
Profundidade - perspectiva de tonalidade

•    Podemos dar profundidade a um plano
     se dispusermos as tonalidades de modo a que:

1.   As zonas mais claras fiquem em primeiro plano.

2.   As zonas mais escuras fiquem no fundo.

•    O contrário também poderá funcionar
     em determinadas circunstâncias.
Profundidade - diferença de foco

• Se o centro de interesse se destacar dos outros
  elementos porque os últimos estão fora de foco,
  aumentar-se-á a profundidade da composição.


• Para além disso, as diferenças de foco ajudam
  a concentrar a atenção do espectador no centro
  de interesse.
Personagens e Objectos

• Temos de ter em conta que não devemos colocar
  dentro de campo – dentro do enquadramento - algo
  sem um propósito definido.


• Colocar algo dentro de campo, como o movimentar
  de um personagem não é ao acaso, também para
  isto há convenções, baseadas num passado
  histórico que começa na pintura e continua pelo
  sistema de industria cinematográfica de Hollywood.
• O espectador aprendeu, inconscientemente,
  a “ler” essas convenções. É necessário, por isso,
  estar ciente delas, da sua aplicação, e da forma
  como o espectador percebe as imagens e a sua
  mensagem.


• Enquadrar é, por isso, aprender a enviar
  ao espectador mensagens subliminares com
  o espaço, a profundidade, a escolha de objectos,
  cores, personagens e movimentos.
• Todos os enquadramentos contêm, essencialmente,
  uma estrutura de linhas e de massas. Essa estrutura
  é a base de todas as composições, cuja força
  emotiva se deverá em grande parte, à significação
  rítmica das suas linhas de força.

• Linhas - a Composição mais elementar
  é compreendida por linhas simples, dispostas
  de modo a que, ao cortarem o plano, dêem a este
  uma capacidade expressiva.

• Cada linha de uma composição induz, sugere, ou
  desperta um comportamento por parte de quem vê.
• Através das linhas é possível transportar a vista
  do observador a um determinado ponto
  do enquadramento, controlando assim o sentido
  da direcção da leitura do plano.

• Por sua vez, as linhas definem as formas ou massas,
  que não têm existência sem as linhas de contorno.

• Uma boa composição apresenta uma capacidade
  plástica e emotiva consoante as linhas que
  a estruturam:
Composição Horizontal


• Os olhos atravessam toda a imagem calmamente
  sem serem forçados à leitura.

• As linhas horizontais comunicam, por norma, largura
  e estabilidade.
Composição Vertical

• As linhas verticais na imagem “interceptam” os olhos
  que a lêem obrigando-os a dirigir para cima e/ou
  para baixo.

• Nos dois casos, as sensações comunicadas são
  diferentes, e podem ser de exaltação ou de
  opressão.

• As linhas verticais comunicam, habitualmente, altura
  e rigidez.
Composição Diagonal
• As linhas diagonais da composição atravessam a
  imagem segundo planos inclinados num só sentido.

• O elemento principal, se for móvel, parece estar a
  subir ou a descer em relação a esses planos.

• Comunica, por isso, uma sensação de dificuldade ou
  facilidade.

• Pelo seu dinamismo, podem também transmitir
  desequilíbrio e instabilidade, dependendo do modo
  como estão dispostas no plano.
Composição Curva

• Quando predominam, as linhas curvas transmitem
  a sensação de instabilidade, nervosismo,
  desequilíbrio.

• Mas podem também transmitir movimento e ritmo
  visual.
Composição Cíclica

• O tipo de linhas patentes neste tipo de composição
  encontram-se, geralmente, com um preciso rigor
  geométrico na natureza

• Dada a sua estrutura, comunica a sensação imediata
  de movimento.
Massas

• Uma imagem raramente tem apenas um elemento
  de massa. Mesmo um simples plano de um locutor
  de informação contém o sujeito, a secretária, o
  cenário e o símbolo da estação de televisão.

• Deste modo, existem regras no que diz respeito
  à disposição das massas numa imagem e que
  podem ajudar a torná-la numa composição
  agradável:
1. Número de elementos num plano

• Por norma, quantos mais elementos de Massa
  existirem numa imagem, mais complexos serão
  os problemas de arranjo para que tudo resulte
  num plano bem composto e equilibrado.
2. Disposição

• Os elementos devem ser dispostos no plano
  de modo a que o centro de interesse fique bem
  definido.
A intercepção dos “terços”
• Se os elementos forem enquadrados em simetria
  o resultado será, habitualmente, muito formal
  e pouco satisfatório.

• O centro geométrico da imagem não é, geralmente,
  o melhor lugar para colocar o centro de interesse.

• Se dividirmos a imagem em terços (três partes iguais
  quer na horizontal, quer na vertical), encontraremos
  nos pontos de intercepção das linhas zonas mais
  propícias para a colocação do centro de interesse.

• A intercepção dos terços resulta ainda melhor
  se os outros elementos do plano forem organizados
  de modo a conduzir a atenção para esses pontos.
World Press Photo
World Press Photo
Movimento
•   O movimento implícito numa imagem está
    estreitamente relacionado com o tipo de linha
    da composição.


•   A direcção mais eficiente de um movimento
    num plano é na diagonal. As linhas diagonais
    são mais dinâmicas e emotivas que as horizontais
    e verticais.
• O movimento pode ser enfatizado se:


1. O movimento do assunto contrastar com a direcção
   geral do plano


2. Se o assunto for a única parte imóvel de um plano,
   ou a única parte móvel de uma cena estática.
Tonalidade

•   Mesmo que as linhas e as massas conduzam o
    olhar para o centro de interesse, o efeito pode ser
    deturpado se a tonalidade não for considerada. Se
    uma luz muito forte estiver ao lado do assunto
    principal, ela pode distrair a atenção do
    espectador.


•   Deste modo, devemos ter em conta que:
1.   O centro de interesse deve ser colocado na parte
     mais iluminada do plano, ou ter o mais alto
     contraste tonal da imagem


2.   Devem evitar-se manchas brilhantes próximas
     dos limites do enquadramento, já que tendem
     a conduzir o olhar do espectador para fora
     do plano reduzindo a importância do centro
     de interesse.
Posições da Câmara
• Horizontal - É a posição mais habitual, e que
  consiste na utilização de um ponto de vista à mesma
  altura que o centro de interesse.

• Picado ou Plongée - Consiste na utilização de um
  ponto de vista acima do centro de interesse. Este
  ponto de vista é habitualmente usado para diminuir
  ou esmagar a importância do centro de interesse.

• Contra-picado ou Contre-plongée - O contrário
  de Picado. Habitualmente usado para aumentar
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Composição da Imagem: Elementos Estruturais

  • 1. Composição da Imagem Elementos Estruturais de uma Composição
  • 2. A Ditadura do Rectângulo • O olho humano tem cerca de 180º de campo visual na horizontal, assim, é mais natural para nós que as imagens sejam horizontais. • Compor uma imagem na horizontal depreende um determinado tipo de raciocínio que é diferente para compor uma imagem na vertical.
  • 3. Um plano é composto por: 1. Enquadramento 2. A ilusão de profundidade 3. Os personagens ou objectos no Enquadramento
  • 4. O Enquadramento • Entende-se por enquadramento o processo de isolar uma porção do nosso ângulo de campo visual. • Um enquadramento bem feito dá ao plano o máximo de eficiência dramática e estética. • O equilíbrio de massas e linhas ganha aqui a sua maior importância. É o próprio jogo de linhas e massas, que estabelecem determinadas relações, que acabam por criar o interesse e emoção. • O termo enquadramento define a posição da câmara, ou ângulo de tomada de vistas, em relação ao centro de interesse e às margens da imagem.
  • 5. • Ao escolher uma parte do que nos rodeia e que vai ficar no enquadramento, deixamos de fora (fora de campo), muito do resto. • Ao enquadrar estamos a chamar a atenção para algo. • Este é um factor decisivo para a composição, e durante a evolução do cinema o enquadramento, e os nomes de cada tipo de enquadramento foram normalizados naquilo que conhecemos como escala de planos.
  • 6.
  • 7. Tipos de Enquadramento • Centrado - Reforça o valor descritivo da imagem sem grandes pretenções quanto à composição. É o caso do enquadramento simétrico que apresenta, simultaneamente, dois sujeitos dispostos simetricamente e de igual valor. • Descentrado - Convida mais à interpretação pela posição assimétrica do sujeito, que é interpretado com base na sua posição. • Oblíquo - Reforça a sensação de instabilidade de qualquer motivo que estamos habituados a ver direito.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11. A Ilusão de Profundidade • A Profundidade no cinema é antes de mais nada uma ilusão, visto que, na realidade, vemos apenas uma imagem a duas dimensões. • Essa ilusão é-nos dada: 1. Pela convergência 2. Pelos tamanhos relativos 3. Pela densidade 4. Pela justaposição 5. Pela cor
  • 12. A profundidade de campo pode ser utilizada com dois fins diferentes: 1. Dar a impressão de realidade quotidiana e conferir a um plano a objectividade da imagem. 2. Criar uma tensão dramática, opondo um centro de interesse perto do espectador a um outro situado num plano mais afastado, conferindo um sentido de conflito dramático pela relação espacial que separa os dois centros de interesse.
  • 13.
  • 14.
  • 15. Profundidade - perspectiva de massa • Numa imagem, os elementos de massa podem ser distribuídos de forma a criar uma sensação de profundidade. • A ilusão de perspectiva pode ser exagerada para transmitir uma falsa sensação de espaço. • Não haverá mudança na perspectiva se apenas mudarmos a distância focal da objectiva que estamos a utilizar. • Apenas há mudança de perspectiva se a posição da câmara for alterada.
  • 16.
  • 17. Profundidade - perspectiva de linha • A perspectiva de linha serve também para aumentar a ilusão de perspectiva. • Para tal, deve-se evitar captar imagens com a câmara na posição frontal. Se colocarmos a câmara lateralmente em relação ao centro de interesse, aparecerão as diagonais no plano, o que, para além de dinamizar a imagem, irá contribuir para a ilusão da perspectiva.
  • 18.
  • 19. Profundidade - perspectiva de tonalidade • Podemos dar profundidade a um plano se dispusermos as tonalidades de modo a que: 1. As zonas mais claras fiquem em primeiro plano. 2. As zonas mais escuras fiquem no fundo. • O contrário também poderá funcionar em determinadas circunstâncias.
  • 20.
  • 21. Profundidade - diferença de foco • Se o centro de interesse se destacar dos outros elementos porque os últimos estão fora de foco, aumentar-se-á a profundidade da composição. • Para além disso, as diferenças de foco ajudam a concentrar a atenção do espectador no centro de interesse.
  • 22.
  • 23. Personagens e Objectos • Temos de ter em conta que não devemos colocar dentro de campo – dentro do enquadramento - algo sem um propósito definido. • Colocar algo dentro de campo, como o movimentar de um personagem não é ao acaso, também para isto há convenções, baseadas num passado histórico que começa na pintura e continua pelo sistema de industria cinematográfica de Hollywood.
  • 24. • O espectador aprendeu, inconscientemente, a “ler” essas convenções. É necessário, por isso, estar ciente delas, da sua aplicação, e da forma como o espectador percebe as imagens e a sua mensagem. • Enquadrar é, por isso, aprender a enviar ao espectador mensagens subliminares com o espaço, a profundidade, a escolha de objectos, cores, personagens e movimentos.
  • 25. • Todos os enquadramentos contêm, essencialmente, uma estrutura de linhas e de massas. Essa estrutura é a base de todas as composições, cuja força emotiva se deverá em grande parte, à significação rítmica das suas linhas de força. • Linhas - a Composição mais elementar é compreendida por linhas simples, dispostas de modo a que, ao cortarem o plano, dêem a este uma capacidade expressiva. • Cada linha de uma composição induz, sugere, ou desperta um comportamento por parte de quem vê.
  • 26.
  • 27. • Através das linhas é possível transportar a vista do observador a um determinado ponto do enquadramento, controlando assim o sentido da direcção da leitura do plano. • Por sua vez, as linhas definem as formas ou massas, que não têm existência sem as linhas de contorno. • Uma boa composição apresenta uma capacidade plástica e emotiva consoante as linhas que a estruturam:
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  • 29. Composição Horizontal • Os olhos atravessam toda a imagem calmamente sem serem forçados à leitura. • As linhas horizontais comunicam, por norma, largura e estabilidade.
  • 30.
  • 31. Composição Vertical • As linhas verticais na imagem “interceptam” os olhos que a lêem obrigando-os a dirigir para cima e/ou para baixo. • Nos dois casos, as sensações comunicadas são diferentes, e podem ser de exaltação ou de opressão. • As linhas verticais comunicam, habitualmente, altura e rigidez.
  • 32.
  • 33. Composição Diagonal • As linhas diagonais da composição atravessam a imagem segundo planos inclinados num só sentido. • O elemento principal, se for móvel, parece estar a subir ou a descer em relação a esses planos. • Comunica, por isso, uma sensação de dificuldade ou facilidade. • Pelo seu dinamismo, podem também transmitir desequilíbrio e instabilidade, dependendo do modo como estão dispostas no plano.
  • 34.
  • 35. Composição Curva • Quando predominam, as linhas curvas transmitem a sensação de instabilidade, nervosismo, desequilíbrio. • Mas podem também transmitir movimento e ritmo visual.
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  • 39. Composição Cíclica • O tipo de linhas patentes neste tipo de composição encontram-se, geralmente, com um preciso rigor geométrico na natureza • Dada a sua estrutura, comunica a sensação imediata de movimento.
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  • 41. Massas • Uma imagem raramente tem apenas um elemento de massa. Mesmo um simples plano de um locutor de informação contém o sujeito, a secretária, o cenário e o símbolo da estação de televisão. • Deste modo, existem regras no que diz respeito à disposição das massas numa imagem e que podem ajudar a torná-la numa composição agradável:
  • 42. 1. Número de elementos num plano • Por norma, quantos mais elementos de Massa existirem numa imagem, mais complexos serão os problemas de arranjo para que tudo resulte num plano bem composto e equilibrado.
  • 43.
  • 44. 2. Disposição • Os elementos devem ser dispostos no plano de modo a que o centro de interesse fique bem definido.
  • 45.
  • 46. A intercepção dos “terços” • Se os elementos forem enquadrados em simetria o resultado será, habitualmente, muito formal e pouco satisfatório. • O centro geométrico da imagem não é, geralmente, o melhor lugar para colocar o centro de interesse. • Se dividirmos a imagem em terços (três partes iguais quer na horizontal, quer na vertical), encontraremos nos pontos de intercepção das linhas zonas mais propícias para a colocação do centro de interesse. • A intercepção dos terços resulta ainda melhor se os outros elementos do plano forem organizados de modo a conduzir a atenção para esses pontos.
  • 47.
  • 50. Movimento • O movimento implícito numa imagem está estreitamente relacionado com o tipo de linha da composição. • A direcção mais eficiente de um movimento num plano é na diagonal. As linhas diagonais são mais dinâmicas e emotivas que as horizontais e verticais.
  • 51.
  • 52. • O movimento pode ser enfatizado se: 1. O movimento do assunto contrastar com a direcção geral do plano 2. Se o assunto for a única parte imóvel de um plano, ou a única parte móvel de uma cena estática.
  • 53.
  • 54. Tonalidade • Mesmo que as linhas e as massas conduzam o olhar para o centro de interesse, o efeito pode ser deturpado se a tonalidade não for considerada. Se uma luz muito forte estiver ao lado do assunto principal, ela pode distrair a atenção do espectador. • Deste modo, devemos ter em conta que:
  • 55. 1. O centro de interesse deve ser colocado na parte mais iluminada do plano, ou ter o mais alto contraste tonal da imagem 2. Devem evitar-se manchas brilhantes próximas dos limites do enquadramento, já que tendem a conduzir o olhar do espectador para fora do plano reduzindo a importância do centro de interesse.
  • 56.
  • 57. Posições da Câmara • Horizontal - É a posição mais habitual, e que consiste na utilização de um ponto de vista à mesma altura que o centro de interesse. • Picado ou Plongée - Consiste na utilização de um ponto de vista acima do centro de interesse. Este ponto de vista é habitualmente usado para diminuir ou esmagar a importância do centro de interesse. • Contra-picado ou Contre-plongée - O contrário de Picado. Habitualmente usado para aumentar a estatura ou importância do centro de interesse.