1. Profa. Andrea Dalforno

2. Introdução
O contraste merece um espaço Contraste con.tras.te
próprio porque na verdade ele é a sm (der regressiva de contrastar)
base de toda comunicação visual. 1 Dessemelhança acentuada entre duas
coisas, qualidades ou pessoas, com vantagem
Contraste = a distinção de um para uma delas. 2 Coisa, qualidade ou pessoa
elemento em relação a outro. acentuadamente dessemelhante de outra. 3
Verificação, prova. 4 Bel-art Variedade bem
distinta entre as ações, as posições e o
Na linguagem visual, o contraste é a colorido das figuras. 5 Lit Oposição artística
das situações do estilo. 6 Embate, esgarrão. 7
técnica mais importante para o Verificação do toque do ouro ou da prata. 8
controle das mensagens visuais, e se Avaliador do toque dos metais preciosos e
encontra essencialmente sob as das jóias. 9 Censor das obras literárias ou
seguintes formas: artísticas. 10 Radiotécn, Fot e Cin Proporção,
em intensidade, entre as partes claras e
 Equilíbrio / Tensão escuras da imagem de um televisor, chapa
fotográfica e filme cinematográfico.
 Nivelamento / Aguçamento
 Atração / Agrupamento
 Positivo / Negativo

3. Introdução
No processo de articulação visual, o A harmonia diminui a tensão entre os
contraste é uma força vital para a elementos, fazendo com que eles
criação de um todo coerente. combinem entre si.
Em todas as artes, o contraste é um Isto nos dá a sensação de tranqüilidade
poderoso instrumento de expressão, o e é visualmente agradável, facilitando
meio para intensificar o significado, e, o entendimento da mensagem
portanto, simplificar a comunicação. emitida pela composição.
Embora a harmonia seja colocada O contraste é o ponto de atenção
como polaridade do contraste, é desta composição e de sua harmonia.
preciso enfatizar que é necessário ter Serve para tirar a monotonia de um
harmonia e contraste em uma projeto.
composição.

4. Contraste de Tom
Com o tom, a claridade ou a
obscuridade relativas de um campo
estabelecem a intensidade do
contraste.
Podemos ter contrastes entre tons.
A divisão de um campo em partes
iguais pode demonstrar um
contraste tonal, uma vez que o
campo é dominado pelo peso maior,
ou seja, o tom mais escuro. No caso,
branco e preto, a sensação é de que
o preto domina a maior área.

5. Contraste de Cor
“ O contraste é um fenômeno O efeito de contraste é recíproco, já que
afeta às duas cores que intervêm. Todas
com o qual se podem as cores de uma composição sofrem a
diferenciar cores atendendo à influência das cores com as que entram
luminosidade, à cor de fundo em contato.
sobre a qual se projetam...” Existem diferentes tipos de contrastes
de cor:
 Contraste entre cores (ou de cor em si)
Quando duas cores diferentes entram
 Contraste Claro-Escuro
em contraste direto, o contraste
intensifica as diferenças entre ambas. O  Contraste Quente-Frio
contraste aumenta quanto maior for o  Contraste de Cores Complementares
grau de diferença e maior for o grau de
 Contraste Simultâneo
contacto, chegando a seu máximo
contraste quando uma cor está rodeada  Contraste Sucessivo
por outra.  Contraste de Qualidade

6. Contraste entre cores Contraste Claro-Escuro
Quando duas cores diferentes entram Também denominado contraste de
em contraste direto, o contraste luminosidade, se produz ao
intensifica as diferenças entre ambas. confrontar uma cor clara ou saturada
O contraste aumenta quanto maior for com branco e uma cor escura ou
o grau de diferença e maior for o grau saturada de preto.
de contacto, chegando a seu máximo
contraste quando uma cor está É um dos mais efetivos, sendo muito
rodeada por outra. recomendável para conteúdos
textuais, que devem destacar com
clareza sobre o fundo.

7. Contraste Quente-Frio Contraste de Cores
Também denominado contraste de Complementares
temperatura. É o contraste Duas cores complementares são as
produzido ao confrontar uma cor que oferecem juntas melhores
cálida com outra fria. possibilidades de contraste, embora
a combinação resulte muito violenta
visualmente.

8. Contraste Simultâneo
É o fenômeno segundo o qual nosso
olho, para uma cor dada, exige
simultaneamente a cor
complementar, e senão der, ele
mesmo a produz.
A cor complementar engendrada no
olho do espectador é possível vê-la,
porém não existe na realidade. É
devido a um processo fisiológico de
correção no órgão da vista.

9. Contraste Sucessivo
Se fixarmos uma barra de uma
determinada cor sobre um fundo
branco e após um certo tempo
colocarmos uma folha branca à
nossa frente sem mudarmos a
posição da cabeça, verificamos
que no lugar do quadrado
continuamos a ver outro com as
mesmas dimensões, mas com a
cor complementar.
Este contraste depende
essencialmente da nossa vista
que exige a cor complementar
alterando assim as sensações
visuais.

10. Contraste de Qualidade
O contraste de qualidade consiste na
modificação do tom da cor, da sua
saturação e da sua luminosidade
por:
Figura 2 - Mistura gradativa do vermelho
 mistura com o branco (fig.1); com o negro e do amarelo com o negro
 mistura com o negro (fig.2);
 mistura conjunta com o negro e
com o branco;
 mistura com a cor complementar.
Figura 3 - Paul Klee.
" Parque perto de
Lu(cerna)” (1938)
Figura 1

11. Contraste de Forma
Por meio de uma composição
antagônica, ou seja, que tenha
opostos, a dinâmica do contraste
poderá ser prontamente demonstrada
em cada exemplo visual básico que
dermos. Se o objetivo for atrair a
atenção, a forma regular, simples será
dominada pela forma irregular,
imprevisível. Ao serem justapostas, as
texturas desiguais intensificam o
caráter único de cada uma.
A função principal desta técnica é
aguçar, por meio do efeito dramático,
mas ela pode, ao mesmo tempo e com
muito êxito, dar maior requinte à
atmosfera e às sensações que
envolvem uma manifestação visual.

12. Contraste de Escala
É o produzido pelo uso de elementos a
diferentes escalas das normais ou de
proporções irreais, conseguindo-se o
contraste por negação da percepção
aprendida.
A distorção da escala, pode chocar o olho ao
manipular à força a proporção dos objetos e
contradizer tudo aquilo que, em função de
nossa experiência, esperamos ver. A idéia ou
mensagem deve ser lógica ao usar esta
técnica. Tem de haver um motivo racional e
específico para a manipulação de objetos. Por
exemplo, ao colocarmos a maçã maior e em
primeiro plano, podemos estar dando a
sensação de destaque. Mas ao colocarmos
este objeto desta forma sem nenhuma
intenção, o resultado trará desconforto visual
e fará com que sua composição perca a
harmonia.

13. “A visão inclina-se para a “[...]a organização dos
organização dos dados, e, elementos visuais deve
através de uma complexidade responder ao objetivo da
cada vez maior, vai das manifestação visual, ou
seja: a forma deve seguir a
sensações primárias (a função. Nessa busca, o
expressão e a compreensão de contraste é a ponte entre a
idéias simples) até o nível definição e a compreensão
abstrato.” das idéias visuais, não no
“A informação visual tem esse sentido verbal da definição,
mas no sentido visual de
mesmo caráter evolutivo, tornar mais visíveis as
embora, em algum ponto da idéias, imagens e
hierarquia, deva ser sensações.”
disciplinada pela intenção
comunicativa do designer.” (DONDIS, 1997, p. 128-129)

14. Exercício
1. Encontre exemplos de uma manifestação visual que seja (1) equilibrada e
harmoniza, e (2) assimétrica e contrastante. Analise e compare o efeito de cada
uma, e sua capacidade de transmitir informações ou criar uma determinada
atmosfera.
2. Escolha duas idéias conceituais opostas (amor-ódio, guerra-paz, cidade-campo,
organização-confusão). Num quadrado, faça uma composição que represente o
contraste dessas idéias, utilizando técnicas visuais que reforcem o significado
através do material usado.
3. Faça uma composição utilizando elementos básicos da comunicação visual e os
conceitos de contrate, tendo em vista uma intensificação ou aguçamento do
efeito da mensagem a ser transmitida.