O documento discute a importância da pesquisa no contexto educativo. Afirma que sem pesquisa não há ensino e que a função da aula é motivar a pesquisa dos alunos. Defende que os professores devem servir como motivadores para a emancipação dos alunos através da pesquisa, em vez de impor um pacote didático pronto. A pesquisa é fundamental para o desenvolvimento da consciência crítica e questionadora dos alunos.
3. Como ator social, o pesquisador é fenômeno
político,que, na pesquisa, o traduz sobretudo
pelos interesses que mobilizam os confrontos
e pelos interesses aos quais serve.
Pesquisa é processo que deve aparecer em
todo trajeto educativo, como princípio
educativo que é, na base de qualquer
proposta emancipatória.
Compreendida como capacidade de
elaboração própria, a pesquisa condensa-se
numa multiplicidade de horizontes no
contexto científico
4. O importante é compreender que sem pesquisa
não há ensino.
Aula é momento de preleção discursiva, que tem
seu lugar adequado, mas que jamais pode ser
expediente didático predominante, muito menos
exclusivo.
A função da aula é sobretudo a motivação da
pesquisa, no sentido de chamar a atenção para a
riqueza da discussão, para caminhos alternativos
de tratamento do tema, para apresentar a
maneira própria do professor de compreender a
questão.
5. Em seguida vem o principal: motivar o aluno a
pesquisar, no sentido de fazer o seu próprio
questionamento, para poder chegar à elaboração
própria.
O professor é sobretudo motivador, alguém a
serviço da emancipação do aluno, nunca é a
medida do que o aluno deve estudar. O aluno é a
nova geração do professor, o futuro mestre.
Em vez do pacote didático e curricular como
medida do ensino e da aprendizagem, é preciso
criar condições de criatividade, via pesquisa, para
construir soluções, principalmente diante de
problemas novos.
6. Emancipação não é atitude isolada, porque nada
em sociedade é espontâneo estritamente. Precisa
ser motivada, mas não pode ser conduzida.
O conceito de pesquisa é fundamental, porque
está na raiz da consciência crítica questionadora,
desde a recusa de ser massa de manobra, objeto
dos outros, matéria de espoliação, até a produção
de alternativas com vistas à consecução de
sociedade pelo menos mais tolerável. Entra aqui o
despertar da curiosidade, da inquietude, do desejo
de descoberta e criação, sobretudo atitude política
emancipatória de construção do sujeito social
competente e organizado.
7. O professor precisa investir na idéia de chegar
a motivar o aluno a fazer elaboração própria,
colocando isso como meta da formação.
Na concepção de Paulo Freire, é fundamental
a distinção entre alfabetizar como reprodução
da escrita e da leitura, e alfabetizar como ler
criticamente a realidade.
O professor de verdade motiva o aluno a
dominar a escrita e a leitura como
instrumentação formal e política do processo
de formação do sujeito social emancipado.
O professor precisa investir na idéia de chegar
a motivar o aluno a fazer elaboração própria,
colocando isso como meta da formação.
8. DEMO, Pedro. Pesquisa : Principio Científico e
Educativo - 12. ed. - São Paulo : Cortez, 2006.
(Biblioteca da educação. Serie 1. Escola; v. 14)