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“Avaliar para promover: as setas do caminho”
SANDRA MENUCELLI
Hoffman, Jussara M.L. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação 2001
Jussara Maria Lerch Hoffmann, nasceu em Bagé, Rio Grande do Sul. Com formação em Letras pela
UFRGS, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Mestrado em Educação/Avaliação na UFRJ. No seu
regresso a Porto Alegre, atuou na Delegacia de Educação/SEC, na PUCRS - como docente em Metodologia do
Ensino Superior -, ingressando na Faculdade de Educação da UFRGS, por concurso, em 1986.
No livro “Avaliar para promover: as setas do caminho”, a autora ao fazer o Caminho de Santiago de
Compostella, na Espanha, “as setas do caminho” foi uma metáfora utilizada sobre as setas amarelas que guiam os
peregrinos durante a sua caminhada, uma vez que o livro aborda com profundidade os princípios fundamentais que
devem nortear os rumos dos educadores que pretendem desenvolver sua prática avaliativa no sentido de promover
melhores oportunidades de aprendizagem aos alunos.
Trata da “promoção”: atrelada a decisões burocráticas da avaliação tradicional e o objetivo da obra:
promoção como acesso a um patamar superior de aprendizagem, de acesso a um nível qualitativamente superior de
conhecimento e de vida.
Nos leva a entender que é dever da escola, Avaliar para Promover, e esse caminho é construído por cada
um de nós, no confronto das ideias, no discutir e repensar valores, conceitos adquiridos que não cabem mais nesta
nova sociedade. A autora faz parâmetros entre a avaliação classificatória e a avaliação formativa e transformadora.
Nos leva a refletir sobre os regimes seriados x regimes não seriados, pois rumamos para uma alfabetização
e pedagogia diferenciada, avaliação continua , mediadora que leva em conta o que o aluno traz, lembrando que ele
faz parte da historia que esta construindo.
Segundo ela “O grande dilema é que não há como ensinar melhor fazeres em avaliação. Esse caminho
precisa ser construído por cada um de nós, pelo confronto de ideias, repensando e discutindo, em conjunto, valores,
princípios, metodologias.” (Hoffmann, 2002).
“Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do
processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma
ação que promova a sua melhoria.”( Hoffmann, 2002).
“... mudanças essenciais em avaliação dizem respeito à finalidade dos procedimentos avaliativos e não,
em primeiro plano, à mudança de tais procedimentos. Observe-se, entretanto, que a maioria das escolas e
2
universidades iniciam processos de mudanças alterando normas e práticas avaliativas, ao invés de delinear, com
os professores, princípios norteadores de suas práticas.”( Hoffmann, 2002)
O professor é um avaliador que se transforma no dia a dia participando do sucesso ou fracasso dos alunos,
pois o caminho que cada aluno ira trilhar depende de suas decisões, e reflexões na mediação das aprendizagens. A
seu ver a escola deve preparar-se para receber os alunos através de suas propostas que devem ir se alterando de
acordo com os ritmos e a comunidade onde esta inserida. A escola deve levar em conta a cultura local, as
aprendizagens fora de seus muros e os interesses, de forma que tenha significado para cada individualidade.
Jussara Hoffmann cita Charlot ( 2000): avaliar é fazer uma leitura positiva da realidade. Uma leitura negativa
explica o fracasso escolar pelo que o aluno não é, não fez, pelas suas carências. Uma leitura positiva é prestar
atenção ao que fazem, conseguem, sabem da vida, são, e não somente às suas falhas.
“As crianças e jovens estão sempre em processo de aprendizagem. Entretanto, as oportunidades que a
escola lhes oferece podem significar barreiras ou melhores caminhos para tal processo. As ações avaliativas podem
ser exercidas como pontes em seu trajeto ou como pontos fixos de chegada, favorecendo ou interrompendo um
processo natural de vida.”( Hoffmann, 2002)
“Regimes não-seriados visam o acompanhamento longitudinal dos alunos, a sua progressão contínua de
uma série para outra, por ciclos de formação ou por idade, respeitando ritmos e interesses individuais, sem deixar
de perseguir a aprendizagem máxima possível de todos os alunos.”(Hoffmann, 2002)
Regimes não seriados são coerentes aos princípios de uma avaliação contínua, mediadora, que se
fundamenta no princípio de que o conhecimento é transitório .O aluno no dia a dia vai formulando e mudando sua
história de conhecimento
“Não basta ter uma ideia aproximada dos programas dos anos anteriores e posteriores, assim como aqueles
que moram em um país têm vaga ideia dos países limítrofes. O verdadeiro desafio é o domínio da totalidade da
formação de um ciclo de aprendizagem, e, se possível, da escolaridade básica, não tanto para ser capaz de ensinar
indiferentemente em qualquer nível ou ciclo, mas para inscrever cada aprendizagem em uma continuidade a longo
prazo, cuja lógica primordial é contribuir para a construção da competências visadas ao final do ciclo ou da
formação.” ( Perrenoud, 2000: 46)
“O conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre descobertas, dúvidas,
retomadas, obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes nunca irá prosseguir de forma homogênea em relação a
um tema em estudo, compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas
estratégias cognitivas.” ( Hoffmann, 2002)
A autora concebe a avaliação como um compromisso de futuro e para o ponto de partida para ações de
melhoria da qualidade de ensino.
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10 set 2012

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Resenha de avaliar para promover

  • 1. 1 “Avaliar para promover: as setas do caminho” SANDRA MENUCELLI Hoffman, Jussara M.L. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação 2001 Jussara Maria Lerch Hoffmann, nasceu em Bagé, Rio Grande do Sul. Com formação em Letras pela UFRGS, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Mestrado em Educação/Avaliação na UFRJ. No seu regresso a Porto Alegre, atuou na Delegacia de Educação/SEC, na PUCRS - como docente em Metodologia do Ensino Superior -, ingressando na Faculdade de Educação da UFRGS, por concurso, em 1986. No livro “Avaliar para promover: as setas do caminho”, a autora ao fazer o Caminho de Santiago de Compostella, na Espanha, “as setas do caminho” foi uma metáfora utilizada sobre as setas amarelas que guiam os peregrinos durante a sua caminhada, uma vez que o livro aborda com profundidade os princípios fundamentais que devem nortear os rumos dos educadores que pretendem desenvolver sua prática avaliativa no sentido de promover melhores oportunidades de aprendizagem aos alunos. Trata da “promoção”: atrelada a decisões burocráticas da avaliação tradicional e o objetivo da obra: promoção como acesso a um patamar superior de aprendizagem, de acesso a um nível qualitativamente superior de conhecimento e de vida. Nos leva a entender que é dever da escola, Avaliar para Promover, e esse caminho é construído por cada um de nós, no confronto das ideias, no discutir e repensar valores, conceitos adquiridos que não cabem mais nesta nova sociedade. A autora faz parâmetros entre a avaliação classificatória e a avaliação formativa e transformadora. Nos leva a refletir sobre os regimes seriados x regimes não seriados, pois rumamos para uma alfabetização e pedagogia diferenciada, avaliação continua , mediadora que leva em conta o que o aluno traz, lembrando que ele faz parte da historia que esta construindo. Segundo ela “O grande dilema é que não há como ensinar melhor fazeres em avaliação. Esse caminho precisa ser construído por cada um de nós, pelo confronto de ideias, repensando e discutindo, em conjunto, valores, princípios, metodologias.” (Hoffmann, 2002). “Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que promova a sua melhoria.”( Hoffmann, 2002). “... mudanças essenciais em avaliação dizem respeito à finalidade dos procedimentos avaliativos e não, em primeiro plano, à mudança de tais procedimentos. Observe-se, entretanto, que a maioria das escolas e
  • 2. 2 universidades iniciam processos de mudanças alterando normas e práticas avaliativas, ao invés de delinear, com os professores, princípios norteadores de suas práticas.”( Hoffmann, 2002) O professor é um avaliador que se transforma no dia a dia participando do sucesso ou fracasso dos alunos, pois o caminho que cada aluno ira trilhar depende de suas decisões, e reflexões na mediação das aprendizagens. A seu ver a escola deve preparar-se para receber os alunos através de suas propostas que devem ir se alterando de acordo com os ritmos e a comunidade onde esta inserida. A escola deve levar em conta a cultura local, as aprendizagens fora de seus muros e os interesses, de forma que tenha significado para cada individualidade. Jussara Hoffmann cita Charlot ( 2000): avaliar é fazer uma leitura positiva da realidade. Uma leitura negativa explica o fracasso escolar pelo que o aluno não é, não fez, pelas suas carências. Uma leitura positiva é prestar atenção ao que fazem, conseguem, sabem da vida, são, e não somente às suas falhas. “As crianças e jovens estão sempre em processo de aprendizagem. Entretanto, as oportunidades que a escola lhes oferece podem significar barreiras ou melhores caminhos para tal processo. As ações avaliativas podem ser exercidas como pontes em seu trajeto ou como pontos fixos de chegada, favorecendo ou interrompendo um processo natural de vida.”( Hoffmann, 2002) “Regimes não-seriados visam o acompanhamento longitudinal dos alunos, a sua progressão contínua de uma série para outra, por ciclos de formação ou por idade, respeitando ritmos e interesses individuais, sem deixar de perseguir a aprendizagem máxima possível de todos os alunos.”(Hoffmann, 2002) Regimes não seriados são coerentes aos princípios de uma avaliação contínua, mediadora, que se fundamenta no princípio de que o conhecimento é transitório .O aluno no dia a dia vai formulando e mudando sua história de conhecimento “Não basta ter uma ideia aproximada dos programas dos anos anteriores e posteriores, assim como aqueles que moram em um país têm vaga ideia dos países limítrofes. O verdadeiro desafio é o domínio da totalidade da formação de um ciclo de aprendizagem, e, se possível, da escolaridade básica, não tanto para ser capaz de ensinar indiferentemente em qualquer nível ou ciclo, mas para inscrever cada aprendizagem em uma continuidade a longo prazo, cuja lógica primordial é contribuir para a construção da competências visadas ao final do ciclo ou da formação.” ( Perrenoud, 2000: 46) “O conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre descobertas, dúvidas, retomadas, obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes nunca irá prosseguir de forma homogênea em relação a um tema em estudo, compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas estratégias cognitivas.” ( Hoffmann, 2002) A autora concebe a avaliação como um compromisso de futuro e para o ponto de partida para ações de melhoria da qualidade de ensino.