O documento discute a avaliação como um processo mediador e interativo no contexto da aprendizagem. Aborda brevemente a história da avaliação, os desafios dos professores de desenvolver o espírito crítico dos alunos, e três princípios essenciais de uma prática avaliativa mediadora: diálogo, reflexão prospectiva e reflexão na ação.
3. AVALIAR
Hoffmann (2005, p. 13)
atribui o seguinte
significado para o termo
avaliar efetiva-se um
conjunto de procedimentos
didáticos que se estendem
sempre por um longo tempo
e se dão em vários espaços
escolares, procedimento de
caráter múltiplo e complexo
tal como se delineia um
processo.
4. Atualmente a prática escolar trabalha com o aluno através do ensino e
aprendizagem e em seguida a avaliação.
LUCKESI (2002, p. 165) argumenta quanto a esta situação o seguinte:
“A avaliação no ensino assumiu a prática de (provas e exames), o que
gerou um desvio no uso da avaliação. Em vez de ser utilizada para a
construção de resultados satisfatórios, tornou-se um meio de
classificar os educandos e decidir sobre os seus destinos no momento
subsequente de suas vidas escolares, e não um meio de auxiliá-lo ao
crescimento”. Portanto, cabe ao profissional da docência, que
também se encontra inserido no processo ensino-aprendizagem,
manter-se preocupado como o ensino, de modo a deixá-lo voltado
para a aprendizagem e não para a avaliação. Sendo esta uma
ferramenta para melhorar o processo.
5. BREVE
RETROSPECTIVA
HISTÓRICA DA
AVALIAÇÃO.
Década de 1940 Década de 1960 e 1980 Década de 1980 e 1990
O termo avaliação Ocorreram diversos Surge um novo conceito
educacional surgiu com enfoques da de avaliação em que a
Ralph W. Tyler, a avaliação avaliação, porém todos eles característica principal é
é focada em atingir os valorizavam os métodos a negociação, o equilíbrio
objetivos propostos pela qualitativos e tinham uma é buscado entre pessoas
sociedade numa constante visão democrática da de valores diferentes
comparação dos resultados avaliação, levando em conta respeitando as
da aprendizagem dos a participação e a divergências. Nesse
alunos com os objetivos negociação. Tendo como período a avaliação
previamente determinados característica básica os encontra-se em um
na programação do ensino. manuais didáticos. processo interativo, em
um modelo crítico e
transformador
6. DESAFIO DOS DOCENTES
O grande desafio dos professores é ajudar
desenvolver nos alunos, a capacidade de trabalho
autônomo e colaborativo, mas também, o espírito crítico.
O desenvolvimento do espírito crítico se faz no diálogo,
no confronto de ideias e de práticas, na capacidade de
ouvir o outro, mas também ouvir a si próprio e de auto-
criticar. E isto só é possível num ambiente humano de
compreensiva aceitação (ALARCÃO, 2008, p. 32).
7. Neste contexto envolve dois elementos
principais educador avaliador e educando
avaliado, por meio de uma ação mediadora,
nesse processo avaliativo tem por intenção
observar o aprendiz, analisar e compreender
suas estratégias da aprendizagem e tomar
decisões pedagógicas favoráveis à
continuidade do processo (HOFFMANN,
2005, p.13 -14).
8. TRABALHO DOCENTE
Libâneo (1994, p. 88) enfatiza que:
“O trabalho docente é atividade que
dá unidade ao binômio ensino-
aprendizagem, pelo processo de
transmissão-assimilação ativa de
conhecimentos, realizando a tarefa de
mediação na relação cognitiva entre o
aluno e as matérias de estudo”.
9. PRÁTICA AVALIATIVA MEDIADORA
Hoffmann (2005, p. 25) apresenta três princípios essenciais:
- O principio dialógico/interpretativo da avaliação: avaliar como um processo de
enviar e receber mensagens entre educadores e educando e no qual se abrem espaços de
produção de múltiplos sentidos para esses sujeitos. A intenção é a de convergência de
significados, de diálogo, de mutua confiança para a construção conjunta de
conhecimento.
- O principio da reflexão prospectiva: avaliar como um processo que se embasa
em leituras positivas das manifestações de aprendizagem dos alunos olhares férteis em
indagações, buscando ver além de expectativas fixas e refutando-as inclusive: quem o
aluno é, como sente e vive as situações, o que pensa, como aprende, com quem aprende?
Uma leitura que intenciona, sobretudo, planejar os próximos passos, os desafios
seguintes ajustados a cada aluno e aos grupos.
- O principio da reflexão-na-ação: avaliar como um processo mediador que se
constrói na prática. O professor aprende a aprender sobre os alunos na dinâmica própria,
refletindo criticamente sobre o processo em andamento e evoluindo em seu fazer
pedagógico.
10. Essa prática avaliativa mediadora não é um
processo fácil é um ato preventivo, sendo para tanto
que o professor conheça o nível de desempenho do
aluno em cada do processo avaliativo para atingir os
resultados esperados. Esteban (2003, p. 91) expõe
que é uma ação “permanente de
construção, desconstrução e reconstrução dos
conhecimentos de todos que participam da relação
pedagógica”.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação é um processo interativo, negociado, que se fundamenta num
paradigma construtivista.
► A avaliação deve sempre servir para redimensionar o planejamento do
professor e subsidiar o fazer pedagógico.
Nesse sentido, para avaliar, é necessário um diagnóstico que configure o
estado de aprendizagem do educando. Só conhecendo a situação como é, podemos
compreendê-la para dialogicamente ajudá-lo.
A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria
da qualidade de ensino, informando as ações em desenvolvimento e a necessidade
de regulações constantes.
12. REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Isabel. A Formação do Professor Reflexivo. In: ALARCÃO, Isabel.
Professores Reflexivos em uma Escola Reflexiva. 6ª Ed. São Paulo: Cortez, 2008.s
para resolver problemas e tomar decisões.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2.ed São Paulo: Moderna,
1998.
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. In__Avaliação Formativa ou
mediadora. Porto Alegre: mediação, 2005.
ESTEBAN, Maria Tereza; HOFFMANN, Jussara; SILVA; Janssen Felipe da. Práticas
Avaliativas e aprendizagens significativas: em diferentes área do currículo. Porto
Alegre: Mediação, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 1.ed. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano Carlos. A prática docente e avaliação. Rio de Janeiro: ABT,
2002.