1. .
Eixos Estruturantes / Transversais do Currículo da Educação
Básica da SEDF (cidadania, sustentabilidade humana,
aprendizagens, diversidade, direitos humanos).
Perspectivas de Integração dos conteúdos (Princípios
epistemológicos/transversalidade do Currículo
Msc. Eunice Nóbrega Portela
Doutoranda em Educação pela UnB.
3. Concepção de educação integral
A educação integral tem como pressuposto a visualização do ser
humano por inteiro, multidimensional, conduzindo-o na busca por
uma humanidade sustentável.
Para isso, assume a educação integral como concepção de
educação em torno da qual deve ser organizado o trabalho
pedagógico nas escolas.
Essa revisão implica desconstrução de concepções e práticas de
educação pautada numa racionalidade hegemônica, orientada pela
visão cartesiana que separa o que é inseparável, o homem, ao
dualizar corpo-mente, razão-emoção, sujeito-objeto, subjetivo-objetivo,
coletivo-individual, animal-pessoa, distinções que
repercutem na forma como o conhecimento é também tratado na
escola.
4. Concepção de educação
integral
A Educação Integral na rede pública de ensino do Distrito Federal, com base
em uma proposta educacional formativa e integrada às exigências do mundo
moderno com a intenção de formar indivíduos capazes de responder aos
novos desafios que se produzem no mundo contemporâneo, pretende a
integralidade na formação do educando, pautando-se no caráter
multidimensional do ser humano, composto por aspectos psicomotores,
cognitivos, afetivos, intuitivos e socioculturais integrados às experiências da
vida.
Pretende, ainda, a equalização social ao cumprir a função de preparar os
indivíduos para uma participação responsável na vida social.
A escola deve organizar-se para formar indivíduos capazes de lidar com as
novas tecnologias e linguagens, capazes de responder a novos desafios do
mundo contemporâneo, articulando diferentes saberes e experiências.
5. Concepção de educação
integral
Ao elaborar seu projeto político pedagógico, deverá integrar
conteúdos e temas transversais, adotando metodologias de ensino que
privilegiem a criatividade e a reflexão numa ambiência escolar propícia
ao desenvolvimento da curiosidade e do saber experimentado por
parte dos estudantes.
Uma das tarefas da coordenação pedagógica e do corpo docente
deverá ser a promoção da articulação e da integração entre os
conteúdos e a consequente transversalidade dos temas tratados.
A transversalidade só faz sentido dentro de uma concepção
interdisciplinar de conhecimento, vinculando a aprendizagem aos
interesses e aos problemas reais dos estudantes e da comunidade.
6. Uma escola verdadeiramente
integral
currículo integrado,
gestão democrática,
plenas condições de trabalho pedagógico que, articulados
ao projeto político pedagógico da escola, garantem a
vivência escolar de estudantes, professores, família e
comunidade em um exercício cotidiano, coletivo e
democrático de cidadania
7. princípios basilares da Educação
Integral
Os princípios basilares da Educação Integral nas escolas
públicas do Distrito Federal são
a)Integralidade humana
b)Transdisciplinaridade
c)Transversalidade
d)Intersetorialidade
e)Territorialidade
f)Diálogo escola/comunidade
g) Gestão democrático-participativa
8. Base teórica e metodológica do Currículo:
pedagogia histórico-crítica e psicologia
histórico-cultural
A referência pedagógica histórico-crítica estabelece que os sujeitos são
formados nas relações sociais e na interação com a natureza para a produção e
reprodução de sua vida e de sua realidade.
A escola como instituição que tem a responsabilidade de garantir a
aprendizagem de todos os estudantes, nos ciclos de aprendizagens, etapas e
modalidades de ensino, deve garantir a qualidade do processo educativo, a
partir do reconhecimento da realidade social e da diversidade cultural do
estudante que frequenta a rede pública do ensino do Distrito Federal.
9. Base teórica e metodológica do Currículo:
pedagogia histórico-crítica e psicologia histórico-cultural
O processo de transmissão e de mediação dos
conhecimentos historicamente produzidos constitui um dos
focos da psicologia histórico-cultural que situa o
desenvolvimento do psiquismo relacionado diretamente à
experiência sociocultural.
Assim, as reais condições de desenvolvimento da
imaginação e da inteligibilidade se identificam diretamente
com a ampliação da experiência.
10. Psicologia histórico-cultural
Além de garantir variedade e qualidade de experiências
pedagógicas significativas, soma-se à tarefa de mediar a
internalização dos signos e dos conceitos, tomando como
base teórica o princípio vygotskyano de que
“a aprendizagem é uma articulação de processos externos
e internos, visando à internalização de signos culturais pelo
indivíduo, o que gera uma qualidade autorreguladora às
ações e ao comportamento dos indivíduos” (LIBÂNEO,
2004,p. 06).
11. Psicologia histórico-cultural
Essa elaboração destaca a atividade histórico-cultural e,
assim, coletiva dos indivíduos na formação das funções
mentais superiores, oque justifica a importância da
mediação cultural do processo de conhecimento e, ao
mesmo tempo, a atividade individual de aprendizagem pela
qual o indivíduo se apropria da experiência sociocultural
como ser ativo.
12. Psicologia histórico-cultural
Prática pedagógica que busca a “transitividade crítica”
se reveste de significado e deve ser desenvolvida para além da
dimensão técnica, sendo atravessada por conhecimentos, mas
também por relações interpessoais e vivências de cunho
afetivo, valorativo e ético.
Na educação formal, a variedade de experiências ganha
significado quando todos os processos socioculturais que
ocorrem dentro e fora da escola são organizados e
ressignificados com intencionalidade no ambiente escolar.
13. Psicologia histórico-cultural
O professor deve partir da prática social dos estudantes, pois somente
assim traz à tona os reais condicionantes sociais e as características
culturais, tornando possível a mediação para aquisição de estruturas
mais complexas e variadas de pensamento, percepção, compreensão e
crítica da realidade.
Historicamente, a escola pública não incorporou de forma efetiva as
demandas das classes populares, mesmo com a democratização do
ensino, por não garantir a aprendizagem para todos os estudantes.
A escola pública do DF assume o papel político, organizando um
Currículo que não esteja ao alcance apenas da classe dominante, mas
garanta a socialização do conhecimento científico às classes populares
14. Eixos estruturantes do Currículo
cidadania, diversidade, sustentabilidade humana e
aprendizagens
A definição de eixos, conforme Santomé (1998, p.125),
permite uma organização curricular mais integrada, focando
temas ou conteúdos atuais e relevantes socialmente, em
regra geral deixados à margem do processo educacional.
A expectativa é de que o Currículo seja mais reflexivo e
menos normativo e prescritivo.
15. Cidadania
Para Pedro Demo (1995, p. 3), a cidadania é,assim, “ a raiz dos
direitos humanos, [...]competência humana de fazer se sujeito,
para fazer história própria, coletivamente organizada ”
“Os direitos de cidadania impõem limitações à autoridade
soberana do Estado [...] e podem ser chamados com mais
propriedade deveres do Estado para com seus
membros” (BARBALET,1998, p. 36).
Desse modo, a cidadania torna-se um atributo dos seres
sociais.
16. Cidadania
O cidadão pleno é aquele que consegue exercer de forma integral
os direitos inerentes a sua condição. Como a condição de sujeito
não é restrita a um individuo ou grupo, o exercício da cidadania não
pode prescindir da dimensão do direito coletivo a ser assegurado
pelo Estado.
Da mesma forma, não se pode ignorar sua condição de fenômeno
histórico, uma vez que os direitos e deveres dos seres sociais não se
congelam no tempo e espaço.
A cidadania plena passa a ser um ponto de referência para a
permanente mobilização dos sujeitos sociais.
A educação não constrói a cidadania, mas colabora para seu
desenvolvimento, posto que a cidadania se concretiza no exercício
dos direitos. O acesso à educação representa uma importante forma
de prevenir a exposição às situações de risco e de fomentar a
cidadania.
17. Sustentabilidade Humana
Consumir avança do patamar do suprimento das necessidades vitais do
homem para um processo compulsivo de satisfação e sensação de bem-estar
associado às marcas, à tecnologia, à exclusividade e ao imediatismo
que submetem os sujeitos aos apelos insistentes do mercado.
Estabeleceu-se o TER para SER, devidamente alimentado por processos de
educação alienadores (DIAS, 2007).E essas relações, marcos da
contemporaneidade, para além do alargamento do abismo entre pobres e
ricos, afetam as sociedades, também pelo potencial destrutivo e pela
voracidade com que os
hábitos consumistas entram em contradição com a natureza, como
fundamento da vida (GADOTTI, 2000), gerando uma crise ambiental sem
precedentes na história da humanidade, traduzida na vontade de dominar
os outros e na vontade de submeter a natureza e de lucrar (BOFF, 1991 In:
UNGER, 1991).
18. Sustentabilidade Humana
Contexto: alterações de seus ciclos, das alterações climáticas, do
aquecimento global, do derretimento das calotas polares, das catástrofes
naturais, doenças e mutações genéticas e biológicas.
O termo sustentabilidade, aqui, abarca as ciências da vida, da biologia, da
ecologia, na perspectiva do “equilíbrio dinâmico, aberto a novas
incorporações, e da capacidade de transformação do caos gerador de novas
ordens (PRIGOGINE, 1996)
A lógica da sustentabilidade humana também propõe o enfrentamento da
injustiça social, caracterizada, sobretudo, pelas contradições entre a
opulência e a miséria, a alta tecnologia e a precariedade de recursos, entre a
crescente exploração de recursos e a desesperança dos seres humanos, a
globalização dos mercados e a marginalização e exclusão social (GALANO et
al , 2003), isto é, pela má distribuição de renda, produtos, serviços e recursos
ambientais, garantidoras da existência do sistema capitalista.
19. Sustentabilidade Humana
Estamos, então, diante do grande desafio de mudar a rota, os rumos do
desenvolvimento sustentável e caminhar em direção à alterglobalização
(GADOTTI, 2008), isto é, construção de alternativas ao paradigma
dominante da globalização econômica, financeira, tecnológica e
informacional.
O paradigma da sustentabilidade humana requer o cuidado com o
bem-estar “sociocósmico” (BOFF, 1995), para o qual não basta que o
ser humano esteja bem atendido em seus direitos e necessidades
básicas se, para isso, os demais seres e elementos da natureza sofrem
depredação.
Exige o exercício - humano - de pensar as múltiplas dimensões do
próprio ser, em uma visão holística, integral, não centrada apenas na
liberdade individual em detrimento da justiça social e da vida em
coletividade
20. Sustentabilidade Humana
A sustentabilidade humana se funda nos princípios da
ecopedagogia, na qual a educação deve estar centrada ,a
exemplo de Paulo Freire, na relação entre os sujeitos que
aprendem juntos, em comunhão (BENFICA, 2008).
A ecopedagogia ou pedagogia da Terra, como denomina
Gadotti - é um movimento que tenta suprir uma lacuna
deixada pela educação ambiental, uma vez que esta se
limita à discussão do ambiente externo, deixando de
confrontar valores sociais e não questionando os aspectos
políticos e do conhecimento.
21. Sustentabilidade Humana
Para fazer frente a tantas exigências, a escola deve
reorganizar-se no sentido de promover um conjunto de
procedimentos diversificados e sistemáticos, organicamente
estruturados e previstos no projeto político-pedagógico.
Ela precisa também considerar todos os atores da
comunidade escolar em sua totalidade humana,
contribuindo para o desenvolvimento de suas
potencialidades profissionais, biofisiológicas, intelectuais,
emocionais, espirituais e sociais.
22. Aprendizagens
Piaget (1983 ): o campo das aprendizagens foi marcado pela compreensão de que
aprender perpassa pela interação entre o sujeito e a realidade, em uma relação biunívoca
na qual o sujeito sai de um lugar de passividade. Passa a ser um sujeito ativo do próprio
conhecimento, ou seja, "o objeto só é conhecido na medida em que o sujeito consegue
agir sobre ele e essa ação é incompatível com o caráter passivo que o empirismo, em graus
diversos, atribui ao conhecimento” (PIAGET,1983, p. 99).
Wallon - rompe com uma educação direcionada exclusivamente para as questões
individuais, uma vez que as aprendizagens são construídas na interação com o outro, [...]
animal essencialmente social”
(WALLON, 1995, p. 59). Neste sentido, as aprendizagens apoiam-se nos aspectos afetivos,
cognitivos e motores do sujeito que interage com o outro.
Vygotsky parte da premissa que o desenvolvimento cognitivo não ocorre independente do
contexto social, histórico e cultural, “[ ...] a linguagem primordial da criança é puramente
social [...]” (VYGOTSKY, 2000, p. 63). Para o referido teórico, “a aprendizagem só é boa
quando está à frente do desenvolvimento”, o que justifica a importância do social no
desenvolvimento das funções psíquicas superiores, diretamente ligado às relações culturais.
23. Aprendizagens
González Rey (2009, p. 133) nos permite compreender que
“a aprendizagem não é uma reprodução objetiva de conteúdos
‘dados’, é uma produção subjetiva que tem a marca do sujeito
que aprende ”
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica,
aponta que : “A escola de qualidade social adota como
centralidade o estudante e a aprendizagem”
Garantir o direito às aprendizagens significa compreender que
se aprende na interlocução com o outro e de que há igualdade
das inteligências(RANCIÈRE, 2011).
24. Aprendizagem
Garantir o direito às aprendizagens implica uma concepção de
educação sustentada na teoria histórico-cultural e na premissa de
que somos seres cognitivos e afetivos, aprendemos na interlocução
com o outro e há igualdade de inteligências.
O processo de ensino e aprendizagem, nessa perspectiva, precisa
considerar a complexidade do ato de aprender e dos sujeitos que
dele fazem parte, sendo indispensável ir ao encontro do
pensamento de Bruner (2001, p. ix) quando afirma que“[...]
qualquer matéria poderia ser ensinada a qualquer criança em
qualquer idade de uma forma que fosse honesta [...]”
.
25. Diversidade
A SEEDF reestrutura seu currículo partindo da definição de diversidade,
com base na natureza das diferenças de gênero, de intelectualidade, de
raça/etnia, de orientação sexual, de pertencimento, de personalidade,
de cultura, de classe social, motoras, sensoriais, enfim, da diversidade
vista como possibilidade de adaptar-se e de sobreviver como espécie
na sociedade.
A compreensão de que existem fenômenos sociais, como a
discriminação, o racismo, o sexismo, a homofobia e a depreciação de
pessoas que vivem no campo, é imprescindível para um trabalho
consistente de educação em diversidade, visto que são alguns dos
fenômenos que acarretam a exclusão de parcelas da população dos
bancos escolares e que geram uma massa populacional sem acesso aos
direitos básicos.
26. Diversidade
Assim, o currículo da SEEDF pauta-se na ideia de uma educação
democrática e inclusiva na qual as pessoas negras, brancas,
indígenas, ciganas, orientais, deficientes possam usufruir dos
mesmos direitos e oportunidades.
Sendo assim, o que se enseja é a prevalência da ideia de que os
conceitos ligados ao eixo passem por constantes modificações
e movimentos; que sejam construídos e selecionados a partir
de dinâmicas sociopolítico-culturais, pedagógicas e
intelectuais; que se apresentem flexíveis, considerando o
contexto histórico-social em que estão inseridos; por fim, que
se constituam frutos de construções coletivas, com a
participação ativa da comunidade escolar.
27. Educação das Relações Étnico-
raciais Currículo voltado para a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem pessoas
orgulhosas de seu pertencimento étnico-racial, partícipes da construção de uma nação
democrática, em que tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada.
A política pública educacional indígena não se restringe ao reconhecimento das diferenças, mas à
garantia da valorização de sua identidade étnico-cultural e dos direitos humanos de toda sua
população, contribuindo para um tratamento específico e distinto dos saberes construídos por
esses povos, no decorrer da História do Brasil.
No que concerne à inclusão de negros e negras na sociedade brasileira em geral, e na educação
de forma mais específica, alguns conceitos podem auxiliar-nos nessa discussão. Termos como
afro- brasileiro, antirracismo, etnocentrismo, entre outros precisam estar presentes no currículo
escolar, para que profissionais de educação e estudantes os compreendam e percebam a
importância dessa discussão na prática pedagógica.
28. Educação das Relações Étnico-raciais
Negritude, na verdade, não é apenas uma palavra, mas uma
expressão que se refere a uma postura de reverência a
antigos valores e modos de pensar africanos, conferindo
sentimentos de orgulho e dignidade a seus herdeiros.
É, portanto, uma conscientização e está relacionada ao
desenvolvimento de valores africanos.
29. Educação do Campo
O conceito de Educação do Campo é novo, tem pouco mais de dez anos e
surgiu como denúncia e como mobilização organizada contra a situação do
meio rural: situação de miséria crescente, de exclusão/expulsão das pessoas
do campo; situação de desigualdades econômicas, sociais, que também são
desigualdades educacionais.
A Educação do Campo se diferencia da educação rural em vários aspectos,
pois o campo é compreendido a partir do conceito de territorialidade, é o
lugar marcado pela diversidade econômica, cultural e étnico-racial.
É, também, espaço emancipatório quando associado à construção da
democracia e de solidariedade, de lutas pelo direito à terra, à educação, à
saúde, à organização da produção e à preservação da vida.
30. Educação do Campo
A luta principal da Educação do Campo tem sido por políticas
públicas que garantam o direito da população do campo à
educação e a uma educação que seja no e do campo.
No campo as pessoas têm direito a ser educadas no lugar
onde vivem; têm direito a uma educação pensada desde seu
lugar e com sua participação, vinculada a sua cultura e a suas
necessidades humanas e sociais.
Essa educação inclui a escola, hoje uma luta prioritária porque
há boa parte da população do campo que não tem garantido
seu direito de acesso à Educação Básica.
31. Educação do Campo
O campo é território de produção de vida; de produção de
novas relações sociais; de novas relações entre os seres
humanos e a natureza; de novas relações entre o rural e o
urbano.
32. Educação em Gênero e Sexualidade
Por meio da educação, podem ser construídos valores, compreensões e
regras de comportamento em relação ao conceito de gênero e do que
venha a ser mulher ou homem em uma sociedade.
O conceito de gênero também permite pensar nas diferenças sem
transformá-las em desigualdades, ou seja, sem que as diferenças sejam
ponto de partida para a discriminação.
A discussão sobre as relações de gênero no currículo pode contribuir
para que as pessoas se tornem mais conscientes das discriminações que
sofrem e possam buscar caminhos novos e próprios neste sentido.
33. Direitos Humanos
A proposta pedagógica da Secretaria de Educação do DF – por meio dos eixos transversais
cidadania, diversidade e sustentabilidade coaduna com as orientações do Ministério da Educação
expressas no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, das Diretrizes Nacionais de
Educação em Direitos Humanos e com as políticas intersetoriais de inclusão social do Governo do
Distrito Federal.
Compreendendo a educação como um direito fundamental que contribui
para a conquista de todos os demais direitos, a Educação em Direitos Humanos, como política
pública de educação remete a questões como universalização do acesso, melhoria da qualidade e
condições de permanência dos estudantes na escola.
Para tanto, a SEDF trabalha na implementação de políticas públicas de
promoção e defesa de direitos que garantam a inclusão e a permanência das populações
historicamente excluídas e ou em vulnerabilidade pessoal e social na escola.
34. Currículo da Educação Básica da SEDF: perspectivas de
Integração dos conteúdos
O que são conteúdos prescritiva, linear e hierarquizada –currículo
coleção
a)a fragmentação e descontextualização dos conteúdos culturais
e das atividades didático-pedagógicas e acadêmicas realizadas na
escola pelos estudantes e professores;
b)os livros didáticos como definidores do que o professor deve
priorizar em sala de aula;
c)as disciplinas escolares trabalhadas de forma isolada,
impedindo os vínculos necessários com a realidade;
d)a postura passiva dos estudantes diante de práticas transmissivas
e reprodutivas de informações, não favorecendo a construção do
conhecimento;
e)o processo e o produto do trabalho pedagógico desconsiderados,
35. Currículo Integrado
O currículo integrado pode ser visto como um instrumento
de superação das relações de poder autoritárias e do
controle social e escolar, contribuindo para a emancipação
dos estudantes através do conhecimento , assegurando a
eles, também, o exercício do poder que, na perspectiva
apontada por Foucault, “é uma prática social e, como tal,
constituída historicamente”
(2000, p. 10).
36. Princípios epistemológicos
doCurrículo
Princípios são ideais, aquilo que procuramos atingir e
expressam o que consideramos fundamental: conhecimentos,
crenças, valores, atitudes, relações, interações.
Dentro da perspectiva de Currículo Integrado os princípios
orientadores são : teoria e prática, interdisciplinaridade e
contextualização, flexibilização ,centrais nos enfoques teóricos
e nas práticas pedagógicas no tratamento dos conteúdos
curriculares, em articulação aos múltiplos saberes que circulam
no espaço social e escolar.
37. Princípio da unicidade entre teoria
e prática
Práxis:
o conhecimento é integrado, há uma visão articulada das disciplinas, dos
saberes e das ciências; as metodologias são mais dinâmicas, mutáveis e
articuladas aos conhecimentos.
A avaliação das aprendizagens adquire sentido emancipatório quando passa
a considerar o conhecimento em sua totalidade e em
permanente construção.
Privilegiar estratégias de integração que promovam reflexão crítica, síntese,
análise e aplicação de conceitos voltados para a construção do
conhecimento, permeados por incentivos constantes ao raciocínio, à
problematização, ao questionamento, à dúvida.
38. Princípio da interdisciplinaridade e
da contextualização
A interdisciplinaridade e a contextualização são nucleares para a
efetivação de um currículo integrado.
A interdisciplinaridade favorece a abordagem de um mesmo tema em
diferentes disciplinas e, a partir da compreensão das partes que ligam
as diferentes áreas do conhecimento, ultrapassa a fragmentação do
conhecimento e do pensamento.
A contextualização dá sentido social e político a conceitos próprios dos
conhecimentos e dos procedimentos didático pedagógicos,
propiciando relação entre dimensões do processo didático (ensinar,
aprender, pesquisar e avaliar).
39. Intervenção Interdisciplinar
Santomé (1998), intervenção interdisciplinar:
a)Definição de um problema,
tópico, questão.
b) Determinação dos conhecimentos
necessários, inclusive as áreas/disciplinas a
serem consideradas.
c) Desenvolvimento de um marco integrador
e questões a serem pesquisadas.
d) Especificação de estudos ou pesquisas
concretas que devem ser desenvolvidos.
e) Articulação de todos os conhecimentos
existentes e busca de novas informações
40. Santomé (1998),
intervençãointerdisciplinar:
g) Construção de vínculos comunicacionais por meio de estratégias
integradoras como: encontros, grupos de discussão, intercâmbios,
etc .
h) Discussão sobre as contribuições, identificando sua relevância
para o estudo.
i) Integração dos dados e informações obtidos individualmente
para imprimir coerência e relevância.
j) Ratificação ou não da solução ou resposta oferecida ao problema
levantado inicialmente.
k) Decisão sobre os caminhos a serem tomados na realização das
atividades pedagógicas e sobre o trabalho em grupo.
41. Princípio da Flexibilização
A flexibilidade curricular dá abertura para a atualização e a
diversificação de formas de produção dos conhecimentos e
para o desenvolvimento da autonomia intelectual dos
estudantes, para atender às novas demandas de uma sociedade
em mudança, que requer a formação de cidadãos críticos e
criativos.
Ao promover a articulação entre os conhecimentos científicos e
os saberes dos estudantes, o professor contribui para que
partam de uma visão sincrética, caótica e pouco elaborada do
conhecimento, reelaborando-a numa síntese qualitativamente
superior (SAVIANI, 1994).
42. Organização escolar em ciclos
deaprendizagem
Na organização escolar em ciclos, os tempos escolares não são rígidos e
definidos linearmente, devem ser pensados para atender às
necessidades de aprendizagens contínuas de todos os estudantes.
Os estudantes se movimentarão dentro de cada Bloco e do próprio
Ciclo, segundo o desenvolvimento de suas aprendizagens.
Embora os estudantes tenham uma referência de turma e professor,
não precisam ficar restritos ao trabalho em suas turmas ou anos de
escolaridade, podendo movimentar-se de uma turma à outra e de um
ano a outro durante o período letivo, conforme indique o processo
avaliativo que os acompanhará.
43. O Currículo em Movimento
O Currículo em Movimento visa oferecer novas estratégias
pedagógicas para a aprendizagem e um conteúdo mais
significativo para os estudantes da rede pública.
As principais propostas são a organização dos conteúdos
em áreas do conhecimento e a adoção de ciclos, em
substituição ao sistema de seriação convencional.
44. Ciclos
• Primeiro Ciclo (Educação Infantil)
- 0 a 3 anos (creche)
-4 e 5 anos
• Segundo Ciclo (Ensino Fundamental I)
- Bloco I (BIA - 6, 7 e 8 anos)
Bloco II (4º e 5º anos)
Terceiro Ciclo (Ensino Fundamental II)
do 6º ao 9º ano
Quarto Ciclo (Ensino Médio)- Semestralidade
45. A Semestralidade adotada no
Quarto Ciclo
é uma proposta de reorganização do tempo e espaços pedagógicos que foi
elaborada com a participação de professores, gestores e coordenadores
pedagógicos de todas as 14 Coordenações Regionais de Ensino, ao longo do
ano de 2012.
Essa estratégia metodológica inovadora impacta a organização do trabalho
pedagógico, especialmente as condições de trabalho dos professores dessa
etapa e as condições de ensino dos estudantes.
Reorganiza as áreas de conhecimento por semestre, permitindo ao professor
reduzir pela metade o número de estudantes para quem leciona, o número
de diários e registros burocráticos e o número de atividades que precisa
corrigir.
Amplia em duas vezes a carga horária semanal destinada à disciplina, o
tempo com cada aluno e o tempo com cada turma.
46. Semestralidade
Para o estudante de ensino médio, a semestralidade reduz
pela metade o número de disciplinas e professores durante
a semana e amplia em duas vezes a carga horária semanal
de cada disciplina, o tempo com cada professor e as
estratégias de aprendizagem.
Avaliação formativa, com a adoção de avaliação diagnóstica
e avaliação processual.
47. Reorganização de tempos e espaços
escolares
Na organização em ciclos, a ordenação do conhecimento se faz
em espaços de tempo maiores e mais flexíveis, que favorecem
o trabalho pedagógico diversificado e integrado, necessário em
qualquer sistema de ensino democrático que, ao acolher
indistintamente a comunidade, inclui estudantes de diferentes
classes sociais, estilos e ritmos de aprendizagem.
Os ciclos oferecem ao professor e à escola a possibilidade de
promover as aprendizagens de todo sesses sujeitos
48. Reagrupamentos
Os reagrupamentos são estratégiaspedagógicas de trabalho
em grupos queatendem a todos os estudantes, permitindo
oavanço contínuo das aprendizagens a partir daprodução
de conhecimentos que contemplemsuas possibilidades e
necessidades durante oano letivo, semestre, bimestre.
49. reagrupamentos dos estudantes:
O professor pode planejar diferentes formas de
reagrupamentos dos estudantes:
a)Reagrupamento interclasse. Os grupos são formados por
componentes diferentes, conforme a atividade a ser
desenvolvida, podendo ter professores diferentes para cada
grupo de alunos.
b) Reagrupamento intraclasse em equipes fixas. Este
reagrupamento ocorre com estudantes de uma mesma
turma, distribuídos em grupos de cinco a sete alunos,
durante um período de tempo que oscila entre um
bimestre, um semestre ou todo o ano.
50. Reagrupamento intraclasse em
equipes flexíveis
Implica a constituição de grupos de dois ou mais
componentes com o objetivo de desenvolver uma
determinada atividade.
Os dados da avaliação diagnóstica podem indicar a forma
de composição dos grupos, com componentes que
apresentam a mesma necessidade de aprendizagem ou
com estudantes que não a apresentam, podendo atuar
como auxiliares.
51. Trabalho com Projeto Interventivo
Constitui uma estratégia pedagógica destinada a
um grupo de estudantes para atendimento a suas
necessidades específicas de aprendizagem.
Tem como objetivo sanar essas necessidades assim que
surjam, por meio de estratégias diversificadas.
É uma proposta de intervenção complementar, de inclusão
pedagógica e de atendimento individualizado.
52. O Projeto Interventivo
O Projeto Interventivo visa provocar a revisão de concepções e práticas
pedagógicas, adequando-as à promoção das aprendizagens dos
estudantes no III Ciclo(anos finais do ensino fundamental). Para isso,
deve ser realizado, considerando a diversidade do espaço físico,
entendido como ambiente escolar, e as peculiaridades das
aprendizagens dos estudantes.
O Projeto Interventivo apresenta-se como uma estratégia pedagógica
que se articula aos reagrupamentos.
Nos BIA(Bloco I) e Bloco II (4º e 5º anos), os projetos podem ser
desenvolvidos em conformidade com as Diretrizes Pedagógicas do BIA
(2012).
No III Ciclo, o Projeto Interventivo poderá ser ofertado na parte
diversificada(PD), levando em consideração a elaboração de projeto
específico para atender às necessidades de aprendizagens identificadas
na avaliação diagnóstica.
53. O planejamento deve envolver:
a)Elaboração do Plano de Ação anual individual.
b) Análise, seleção e organização dos conteúdos por bimestre.
c) Estabelecimento de eixos ou temáticas comuns dos
componentes curriculares.
d) Definição de estratégias pedagógicas diversas para garantira
integração entre as disciplinas e tratamento dos conteúdos.
e) Planejamento dos procedimentos avaliativos integrados.
54. Avaliação da aprendizagem na
organização escolar em ciclos
progressão continuada das aprendizagens dos estudantes,
implícita na organização escolar em ciclos. A progressão
continuada pode ser praticada por meio dos seguintes
mecanismos:
reagrupamentos de estudantes ao longo do ano letivo, levando
em conta as suas necessidades de aprendizagens, de modo
que eles possam interagir com diferentes professores e
colegas; avanço dos estudantes de um ciclo a outro, durante o
ano letivo, se os resultados da avaliação assim indicarem.
A escola poderá ainda, acrescentar outros mecanismos e
estratégias pedagógicas após análise realizada pelo conselho
de classe.
55. Intencionalidades da avaliação
a)O estabelecimento de objetivos e critérios que definam o que se
espera, ou se julga fundamental poder esperar do conteúdo a ser
trabalhado para suprir as necessidades específicas de aprendizagem. A
intenção é a de que o aluno se aproprie e saiba se situar em função dos
critérios estabelecidos, permitindo a análise e a melhoria das suas
produções e do seu percurso de aprendizagem (FERREIRA, 2012).
b) Estabelecimento de canais de comunicação entre professor e alunos
( feedback) para otimização das aprendizagens.
c) Processos de auto avaliação a partir da análise progressiva das
produções dos estudantes pelos próprios estudantes e professores.
d) O planejamento de projetos interventivos, reagrupamentos, entre
outras ações
56. Intencionalidades da avaliação
e) Desenvolvimento de processos de auto avaliação a partir
da análise progressiva das produções dos estudantes, das
atividades avaliativas propostas pelos docentes e dos
avanços alcançados, reconhecendo o“erro” como elemento
de compreensão das elaborações conceituais do aluno,
possibilitando intervenções pontuais.
f) Busca de alternativas para resolução de problemas de
caráter atitudinal observados pelo professor e equipes
pedagógicas e de apoio da escola.
g) Estabelecimento de contratos didáticos para que haja
melhor aproveitamento e dinamismo durante o processo
ensino-aprendizagem.
57. Conselho de Classe
Acontecerá ao final de cada bimestre ou quando a
escola julgar necessário, com o objetivo de avaliar de forma éti
ca aspectos atinentes à aprendizagem dos alunos: necessidades
individuais, intervenções realizadas, avanços alcançados no
processo ensino-aprendizagem, além das estratégias
pedagógicas adotadas, entre elas, o projeto interventivo e os
reagrupamentos.
•
Os registros do conselho de classe relatando os progressos
evidenciados e as ações pedagógicas necessárias para a
continuidade da aprendizagem do estudante devem ser mais
detalhados.
58. Reprovação
Será admitida ao término do Bloco I, II e III Ciclo nos
seguintes casos: alunos que apresentarem faltas escolares
que ultrapassem o determinado pelo Regimento Escolar da
SEDF (2009); alunos que não alcançarem objetivos definidos
para o Ciclo com justificativa elaborada pelos professores e
registros sistematizados feitos ao longo do processo,
evidenciando as estratégias adotadas pelo professor
e equipe de apoio para atender às necessidades específicas
de aprendizagens do estudante.
Neste caso, há necessidade da anuência do Conselho de
Classe.
59. Articular os 3 níveis de Avaliação
Teste Adaptativo Informatizado
O TAI será encaminhado pela Coordenação de Avaliação
Educacional- (COAVED) da Subsecretaria de Planejamento,
Acompanhamento e Avaliação (SUPLAV), em parceria com
Subsecretaria de Educação Básica (SUBEB) e a Escola de
Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
(EAPE),contando com a participação dos professores da rede
pública. Os professores farão cursos de Formação Continuada,
organizado pela EAPE, e auxiliarão na elaboração dos itens que
comporão a avaliação, bem como na elaboração da matriz de
referência para a composição dos itens que ficarão
armazenados em um banco de itens.
61. Currículo e Sociedade
• A compreensão de que a natureza humana não é dada ao
homem, mas é por ele produzida, leva ao entendimento do
trabalho educativo como o ato de produzir,
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a
humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjun
to dos homens” (SAVIANI, 2008, p.7).
• Assim, se o homem não se faz homem naturalmente, o saber
pensar e sentir, o saber querer, agir ou avaliar precisa ser
aprendido, e a isso responde o ato educativo intencional. Para
tanto, a educação precisa de referências como matéria-prima de
sua atividade: encontra-se aí o papel central das definições
curricular .
62. Essas definições vinculam-se à existência de diretrizes que
orientam uma base nacional comum para o que se ensina na
escola.
O Artigo 210 da Constituição Federal de 1988 determina como
dever do Estado fixar “conteúdos mínimos para o Ensino
Fundamental, de maneira a assegurar a formação básica
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
e regionais”.
63. Artigo 205 da Constituição Federal:
• Prosseguindo na análise do artigo 205, vemos a expressão “preparo
para o exercício da cidadania”.
• Preparar para a cidadania é possibilitar aos nossos alunos a
consciência dos seus direitos e deveres, o direito de estar bem
informado para poder contribuir com as suas decisões, o direito a
manifestar seus pensamentos, buscar sua autonomia e ao ser
autônomo assumir responsabilidades, buscar a sua independência
no pensar e agir ao mesmo tempo que assume seus deveres
perante os outros. Estes são os preceitos básicos da educação
democrática.
• Para cumprir estes preceitos legais, necessitamos de escolas de
qualidade e professores capacitados.
64. Mas não basta ter uma referência nacional comum:
“Os currículos do ensino fundamental e médio deve
m ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e da clientela”
(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no seu Artigo
26).
65. Currículo X Construção
É preciso, pois, o envolvimento de todos os que
participam do ato educativo intencional na sua construção.
A base curricular nacional está hoje expressa em diversos
documentos normativos elaborados à luz da LDB/1996.
Desde então, foram produzidos pareceres e aprovadas
resoluções referidas às diferentes etapas e modalidades da
educação básica, complementadas com orientações relativas
à formação dos professores e aos planos de carreira e de
remuneração do magistério.
66. Núcleo Comum obrigatório
Padrões fixados nacionalmente, no entanto,
não significam a ausência de
responsabilidade dos sistemas, das escolas e
dos docentes na tomada de
decisões acerca do planejamento e da prática
do ensino.
67. Projetos Políticos- pedagógicos (PPPs) das escolas
e particularmente docentes têm um papel fundamental
ao traduzir para a prática concreta as diretrizes
formuladas em âmbito nacional, estadual ou municipal.
E cabe aos gestores o importante papel de mediar
as discussões curriculares destinadas ao esclarecimento
da função que os docentes desempenham na produção
do currículo que as escolas colocam efetivamente em
ação.
68. Quais as possibilidades e limites das ações
dos docentes e da escola nas definições,
decisões e inovações curriculares?
Como entrecruzaras determinações
estruturais, as definições dos sistemas com
as ações concretas dos sujeitos na escola
69. As definições curriculares condicionam
o trabalho pedagógico
Com a perspectiva de atender, não só aos desafios p
ostos pelas
Orientações e normas vigentes, mas principalmente
ao compromisso com o direito de todos à educação,
É preciso olhar de perto a escola, seus sujeitos, suas
inúmeras variáveis e rotinas e fazer indagações
sobre suas condições concretas, sua história,
seu retorno e suas possibilidades.
70. definições curriculares condicionam o
trabalho pedagógico
• Cabe perguntar, então, como as definições
curriculares condicionam o trabalho pedagógico em
cada escola?
71. Currículo e práticas sociais
Ele tem origem nos saberes e nas práticas
socialmente construídas, mas não se pode imputar
uma correspondência direta entre o conhecimento
dos vários campos do saber científico e artístico e as
disciplinas escolares.
Há um complexo processo de mediação que faz a
sua transposição tanto no que diz respeito aos
conteúdos das diversas disciplinas, quanto na
própria seleção de disciplinas ou áreas de
conhecimento que compõem o currículo.
• 9
•
72. Currículo e recontextualização
Compreender esse processo de recontextualização pelo qual
passa o conhecimento escolar tem sido um desafio para os
educadores e para a formação
dos professores, particularmente nas licenciaturas de conteúd
os específicos.
73. As inovações curriculares e a
prática docente
O currículo escolar assumiu centralidade nas
políticas educacionais que foram se constituindo no
interior do movimento das reformas educacionais
dos anos de 1990.
Embora estas reformas se constituam de ações e
mudanças legislativas nas mais diversas áreas da
educação, as modificações nas políticas curriculares
assumiram papel de destaque, como se fossem em
si a reforma educacional
74. Os professores que aderem às novas propostas curriculares,
buscam interpretá-las e adaptá-las, de acordo com o contexto
institucional do seu local de trabalho, dando características
específicas aos conteúdos e práticas de ensino.
Há, contudo, situações em que as novas propostas trazem
insegurança e inquietação aos docentes porque rompem com
práticas já estabelecidas.
Como decorrência, resistem às novas propostas curriculares e
cristalizam práticas tradicionais, revitalizando-as.
75. diretrizes curriculares nacionais
• É uma exigência constitucional. Veja-se o que está disposto no
art.22 e no art. 210 da Constituição Federal de 1988, que
dizem:
• Compete privativamente à União legislar sobre: (...)diretrizes
e bases da educação nacional;
• (...) Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino
fundamental, de maneira a assegurar formação básica
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais
e regionais..
76. Os Parâmetros Curriculares Nacionais
Foram
elaborados pelo MEC (Secretaria de Educação Fundamental, S
EF, Secretaria de Educação Média e Tecnológica) ao longo do
período de 1995
a1998, com a finalidade de expor à comunidade educacional a
política deformação governamental.
77. Após uma versão dos documentos elaborados junto às
secretarias do MEC, com a participação de consultores espe
cialistas, tais
documentos foram submetidos ao debate junto às Secretari
as Estaduais da
Educação e outros setores acadêmicos, para uma análise do
material apresentado e seu aperfeiçoamento.
Surgiram apoios e também muitas contestações,
particularmente no que se referia à metodologia utilizada
para a sua elaboração, vinculada essencialmente a grupos
escolhidos pela administração federal.
Após amplo debate, os documentos tiveram sua versão
final apresentada formalmente ao Conselho Nacional de
Educação.
78. O conceito:
os PCNs são propostas detalhadas de conteúdos que
incluem conhecimentos, procedimentos, valores e atitudes no interior de
disciplinas, áreas e matérias articulados em temas que se vinculam às
várias dimensões da cidadania. Abrigam os componentes curriculares, tais
como língua portuguesa, ciências, história/geografia, matemática, artes e
educação física.
Ao lado desses componentes, foi introduzida uma inovação na forma de
Temas transversais
(saúde, ecologia, orientação sexual, ética e convívio social, pluralidade
étnica, trabalho e economia) com a finalidade de abrir espaço paratais
conteúdos no âmbito do currículo
79. As Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Básica
Ao definir Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Básica, o Conselho Nacional de Educação estabeleceu
conjuntos articulados de princípios, critérios e procedimentos
a serem observados na organização, no planejamento, na
execução e na avaliação dos diversos cursos e projetos
pedagógicos dos sistemas de ensino e das escolas de todo o
Brasil.
80. currículos mínimos
As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais pretendem
diferenciar-se de uma sistemática de fixação de currículos
mínimos para cada curso ou modalidade de ensino, como
ocorria no passado.
Assim, apresentam-se como uma referência a ser utilizada
com flexibilidade para dar conta da complexidade da
estrutura federativa do país e da sua diversidade econômica e
social, bem como das diferenças regionais, pluralidade das
características e possibilidades das unidades escolares e
dos educadores brasileiros
81. Currículo -
• Núcleo Comum – Parte diversificada – Currículo Oculto
• Currículo: Compreensão crítica da realidade social
• Teoria crítica do currículo – Tendência pedagógica crítico
social dos conteúdos
82. Tipos de conteúdos
• CONCEITUAIS
• Aprendizagem dos conceitos e princípios são termos
abstratos. Os conceitos se referem ao conjunto de
fatos, objetos ou símbolos que têm características
comuns, e os princípios se referem às mudanças que
se produzem num fato, objeto ou situação em
relação a outros fatos, objetos ou situações e que
normalmente descrevem relações de causa-efeito.
83. Tipos de conteúdos
• PROCEDIMENTAIS
• Aprendizagem dos conteúdos procedimentais - inclui
entre outras coisas a regras, as técnicas, os métodos, as
destrezas ou habilidades, as estratégias, os
procedimentos - é um conjunto de ações ordenadas e
com um fim, quer dizer, dirigidas para a reação de um
objetivo. Ler, desenhar, observar, calcular.
• ATITUDINAIS
• Aprendizagem dos conteúdos atitudinais engloba uma
série de conteúdos que por sua vez podemos agrupar
em valores, atitudes e normas.
•
84. conteúdos factuais
• Aprendizagem dos conteúdos factuais se
entende pelo conhecimento dos fatos,
acontecimentos, situações e fenômenos concretos e
singulares: a idade de uma pessoa, a conquista de
um território. O ensino está repleto de conteúdos
factuais.