SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Baixar para ler offline
CONTROLE DE Staphylococcus aureus EM CHARQUES
 (JERKED BEEF) POR CULTURAS INICIADORAS1


Marcos Franke PINTO2,*; Eliza H.G. PONSANO2; Bernadette
     D.G.M. FRANCO3, Massami SHIMOKOMAKI3


                            RESUMO

    Jerked beef — JB — é um produto cárneo curado, salgado e
    seco ao sol, derivado de um típico produto cárneo brasileiro
    — o charque. Ambos carecem de estudos que orientem seu
    aprimoramento. Staphylococcus spp. têm sido reportado
    como o gênero predominante na microbiota do produto, o
    que evidencia o risco de desenvolvimento de linhagens
    enterotoxigênicas de S. aureus. Foram empregadas duas
    linhagens inócuas de estafilococos na elaboração de JB, a
    fim de avaliar sua influência sobre o desenvolvimento de S.
    aureus por mecanismo competitivo ou pela produção de
    bacteriocinas. Os resultados demonstraram que ambas
    inibiram o desenvolvimento do patógeno tanto in vitro
    como durante o processamento do produto. Não se
    observou produção de compostos inibitórios pelas linhagens
    iniciadoras, ficando a explicação para a inibição observada
    restrita ao mecanismo competitivo. Este trabalho permitiu
    demonstrar a possibilidade de aumentar a segurança e
    padronização de JB pelo emprego de culturas bacterianas
    selecionadas.

    Palavras-chave: Staphylococcus aureus, charque, jerked
    beef, tecnologia, culturas starter, sanidade


                           SUMMARY

    CONTROL OF Staphylococcus aureus IN CHARQUIS
(JERKED BEEF) BY STARTER CULTURES. Jerked beef
       — JB — is a sun-dried, salted and cured meat product,
       derived from charqui. There are few studies about JB in the
       literature, as in charqui. Staphylococcus spp has been
       reported to be the predominant microrganism present in JB.
       The presence of this genus reveals a possible hazard for S.
       aureus growth. Two staphilococci strains commonly used
       as starter in fermented meat products have been employed
       with the purpose to inhibiting S. aureus either through
       competitive action or through the production of
       bacteriocins. The results demonstrated the inhibition S.
       aureus growth, probably through a competitive action, as
       they grow better in the medium. These starters have not
       produced any inhibitory compound. These informations led
       us to conclude that it is possible to improve the safety and
       quality standardization of JB through appropriate starter
       cultures.

       Keywords: Staphylococcus aureus, charqui, jerked beef,
       technology, starter cultures, sanity




                         1 — INTRODUÇÃO
Charque é um produto cárneo salgado e seco ao sol, típico do Brasil e
alguns outros países da América do Sul. Embora seja um dos produtos
cárneos industrializados mais consumidos no país [27], seu potencial de
comercialização está longe de ser completamente explorado, mesmo a
nível nacional [11]. A necessidade de ampliar o mercado consumidor fez
com que as indústrias buscassem alternativas para melhorar a qualidade e a
imagem do produto. Uma tentativa nesse sentido fez surgir o jerked beef
— JB, produto que difere do charque em alguns pontos, sendo o principal
a adição de sais de cura à matéria prima no início do processamento
(Figura 1).
a. A carne, depois de desossada, é cortada em camadas de 3 a 5 cm, denominadas"
mantas".
b. A salmoura, contendo cerca de 25% de NaCl e 200 ppm de NaNO2, é injetada
automaticamente nas mantas na proporção de 20% (v/p).
c. As mantas são utilizadas para formar pilhas de até cerca de 2 metros de altura. Após
cerca de 24 horas, essa pilha é invertida. Para isso, as mantas de carne localizadas no topo
da pilha inicial são colocadas na base da nova pilha a ser formada. Essas duas primeiras
pilhas são formadas alternando camadas de carne e sal grosso.
d. Diariamente, as pilhas são invertidas, sem o acréscimo adicional de sal entre as
camadas de carne. Esse processo é denominado "tombo" e tem o objetivo de uniformizar
a distribuição do sal e a retirada de água entre as diversas mantas. Além disso, permite a
visualização de possíveis falhas no processo [12]. São realizados de 3 a 5 tombos.
e. A carne é exposta ao sol em varais. Após um dia de exposição ao sol, as mantas são
recolhidas, empilhadas sobre plataformas denominadas "pedras" e cobertas com lonas
impermeáveis, para que não reabsorvam umidade. Permanecem nessa pilha coberta
durante todo o dia seguinte (abafamento), retornando depois aos varais para mais um
período de exposição ao sol. Assim, as mantas ficam, alternadamente, cerca de 6-8 horas
nos varais e 40-42 horas nas pedras. Geralmente, são empregados 3 períodos de exposição
ao sol.
                 FIGURA 1. Fluxograma do processamento de Jerked beef

A exemplo do charque, JB também carece de estudos visando assegurar e
aprimorar sua qualidade. Um dos pontos principais a serem considerados é
a inocuidade do produto, principalmente quanto ao aspecto microbiológico
[13].
LEISTNER [19] desenvolveu uma teoria explicando a estabilidade
microbiológica de produtos alimentícios — a Tecnologia dos Obstáculos
(Hurdle Technology). Segundo o autor, a estabilidade de um produto
obtido por esse tipo de tecnologia é conferida por dois ou mais fatores (ou
obstáculos) que isoladamente não produziriam esse efeito [20]. Já temos
demonstrado que JB se enquadra nessa teoria [24], sendo caracterizado
como um produto cárneo de umidade intermediária.
Poucos microrganismos são capazes de suplantar os obstáculos que se
implantam no JB durante seu processamento. Dentre esses, Staphylococcus
aureus merece destaque, por ser uma bactéria halotolerante, anaeróbia
facultativa [3, 5] e por produzir uma enterotoxina bastante termoestável
que, uma vez presente no alimento, é capaz de resistir às técnicas
convencionais de processamento térmico [3]. Quanto à sua capacidade de
produção de toxina nas condições do produto, há divergência entre os
autores, sendo que SPERBER [29] e LEITÃO et al. [21] citam um valor
mínimo de atividade de água (Aa) de 0,93, enquanto BERGDOLL [3]
relata a produção mesmo a 0,86.
Uma forma de inibir o desenvolvimento de S. aureus é controlar a
microbiota do produto, por tratar-se de um microrganismo considerado
fraco competidor. Isso pode ser conseguido pela adição de culturas
bacterianas selecionadas no início do processamento [2, 9]. Essas culturas
são disponíveis comercialmente na forma liofilizada, sendo amplamente
utilizadas na elaboração de produtos cárneos, como salames e presuntos
curados [14, 15, 22, 28].
Em estudos anteriores, demonstramos que a microbiota de JB é constituida
principalmente por estafilococos e micrococos [25], que são os gêneros
predominantes em produtos de características semelhantes, como biltong,
um produto típico africano [18] e presuntos curados [22, 26]. Isso indica
serem estas as culturas mais importantes a serem estudadas como
iniciadoras no processamento de JB.
Assim, o emprego de linhagens inócuas de micrococáceas na elaboração
de JB pode contribuir no controle da sua microbiota, promovendo
inocuidade microbiológica e padronização de suas características.

                   2 — MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - Culturas bacterianas
S. aureus — FRI 722
Linhagem enterotoxigênica, produtora de toxina A, proveniente da
Universidade de Wisconsin, USA, cedida pelo Depto. de Tecnologia de
Alimentos e Medicamentos da Universidade Estadual de Londrina — PR.
Culturas iniciadoras
Staphylococcus carnosus — Linhagem Floracarn S®
Staphylococcus xylosus — Linhagem Floracarn SX®
Linhagens bacterianas cedidas pela Ha-La do Brasil — Chr. Hansen Ind. e
Com. Ltda., localizada em Valinhos, Estado de São Paulo, comercializadas
na forma liofilizada para a elaboração de embutidos fermentados e como
culturas aceleradoras de cura e maturação para produtos cárneos em geral.
2.2 - Meios de cultivo
Foram utilizados os meios caldo de soja tripticaseina (CST) e caldo de
carne. Esse último, obtido segundo procedimento descrito por BIER [4],
foi utilizado devido à impossibilidade de adicionar meios microbiológicos
comerciais ao produto, pois isso interferiria em suas características
organolépticas. Para sua elaboração, misturou-se carne moida e solução
fisiológica (0,9% NaCl) na razão de 1:2. Essa mistura foi aquecida até a
ebulição e filtrada 2 vezes, sendo em seguida esterilizada em autoclave a
121oC por 15 minutos.
2.3 - Elaboração do produto
Para avaliação do comportamento das culturas em condições semelhantes
às que ocorrem em situação real, durante as etapas de processamento de
JB, foi empregado o músculo supraespinoso ("peixinho"). O preparo do
músculo para receber o inóculo foi baseado no procedimento descrito por
JACKSON et al. [17], realizado em ambiente asséptico — fluxo laminar.
As peças foram embebidas em álcool e, em seguida, inflamadas. A camada
queimada foi retirada com o auxílio de bisturi estéril. Essa operação foi
repetida duas vezes. A peça de carne restante foi submetida ao
processamento de JB em um sistema modelo. Para isso, foi utilizada
salmoura esterilizada em autoclave a 121oC por 15 minutos. As linhagens
iniciadoras foram inoculadas na carne misturadas nessa salmoura. As
etapas de salga e ressalga foram realizadas em recipientes de alumínio
estéreis. O sal empregado nessas etapas, bem como os recipientes, foram
esterilizados em estufa a 230oC por 2 horas. Após a ressalga, o excesso de
sal foi retirado, sempre de forma asséptica, e as peças permaneceram nos
recipientes fechados por mais 3 dias. Depois disso, as peças foram
expostas ao sol no próprio recipiente, recoberto por filme de polietileno.
Após cada período de 8 horas de exposição ao sol, as peças foram
colocadas em sacos plásticos, e permaneceram ao abrigo da luz no dia
subsequente. Após 3 períodos de exposição ao sol, o produto foi embalado
a vácuo.
2.4 - Comportamento de S. aureus em meio de cultura quando
cultivado isoladamente e juntamente com as linhagens iniciadoras
Foi avaliada a influência das linhagens comerciais de estafilococos sobre o
desenvolvimento da linhagem de S. aureus. Para isso, todas as linhagens
foram cultivadas em CST por 48 horas a 37oC. Em seguida, as diferentes
espécies de estafilococos foram inoculadas ao nível de 1% em frascos
contendo CST, isoladamente e também associando a espécie patogênica
com cada uma das espécies iniciadoras. Os frascos foram incubados a
37oC e após 0, 6, 24 e 48 horas de cultivo foram tomadas amostras para
realização de contagem. Para isso, alíquotas de 0,1 ml de diluições
decimais foram inoculadas na superfície (spread plate) de placas contendo
ágar Baird Parker. Para diferenciar a espécie patogênica das iniciadoras,
cerca de 30 colônias presentes em placas que apresentaram o crescimento
de 30 a 300 colônias foram tomadas aleatoriamente e inoculadas em tubos
contendo CST. Após incubação a 37oC por 24 horas, foi realizado o teste
para determinação da produção de coagulase. A porcentagem de cada
espécie observada na amostra de colônias isoladas foi então estendida para
o total de colônias presentes na placa selecionada.
2.5 - Comportamento de S. aureus no produto, isoladamente e na
presença das linhagens iniciadoras
A fim de avaliar a influência das culturas iniciadoras no desenvolvimento
de S. aureus quando presentes na carne empregada na elaboração de JB, as
linhagens foram cultivadas em caldo de carne por 48 horas a 37oC. Em
seguida, adicionou-se NaCl e NaNO2 aos níveis de 25% e 200 ppm,
respectivamente. Essas salmouras foram inoculadas em peças do músculo
supraespinoso. Nas peças em que foram inoculadas as linhagens
iniciadoras juntamente com a linhagem de S. aureus, foi empregado um
nível de inóculo de 10% para cada uma das linhagens. Nas peças em que
as linhagens foram inoculadas isoladamente, foi utilizado o mesmo nível
de inóculo para a salmoura preparada com o caldo de cultura, e
adicionalmente foi inoculada 10% de salmoura estéril. As amostras de
carne foram submetidas ao processamento em sistema modelo. Durante
diversas etapas do processamento, foram tomadas amostras para avaliação
do comportamento das linhagens inoculadas. Para isso, as amostras foram
adicionadas de água peptonada na razão de 1:10 (p/v) e homogeneizadas
em aparelho Stomacher 400. Dessa primeira diluição foram tomadas
alíquotas para a realização das demais diluições decimais.
2.6 - Teste de antibiose
Para avaliar a capacidade das culturas iniciadoras de produzirem
compostos inibitórios sobre S. aureus, realizou-se teste de antibiose
baseado no procedimento descrito por HOULE et al. [16]. As linhagens
iniciadoras foram cultivadas em CST por 48 horas a 37oC. Em seguida, a
cultura de S. aureus foi transferida ao nível de 10% em ágar soja
tripticaseina — AST — fundido e resfriado a 45oC. Esse ágar foi
transferido para placas de Petri e, após solidificação, discos de papel de
filtro estéreis de 10 mm de diâmetro foram embebidos com 0,1 ml de caldo
de cultivo de S. carnosus e de S. xylosus e colocados sobre a superfície do
ágar. Após incubação a 37oC por 48 horas, verificou-se a presença de
halos de inibição.
2.7 - Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise estatística através das técnicas de
análise de variância e análise de regressão clássica [6, 10].

                3 — RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em estudos anteriores [23], demonstramos que em fases bastante precoces
da fabricação de JB já se instalam no produto condições que inibem o
desenvolvimento da maioria dos microrganismos patogênicos. Por outro
lado, ficou também evidenciado que essas condições selecionam a
microbiota, favorecendo principalmente os estafilococos [25]. As espécies
pertencentes ao gênero Staphylococcus caracterizam-se por sua
halotolerância e capacidade de desenvolvimento em baixos valores de Aa
[3, 5, 29], o que reforça a preocupação de que S. aureus possa suplantar os
obstáculos do produto.
Conforme apresentado na Tabela 1, S. aureus cultivado isoladamente em
CST apresentou um desenvolvimento semelhante ao das culturas
iniciadoras. Quando cultivado em conjunto com as espécies inócuas, seu
desenvolvimento foi menor. S. carnosus apresentou o desenvolvimento
mais rápido, tanto em cultivo isolado como em conjunto com S. aureus, o
que refletiu-se numa maior inibição dessa última.
Essa tendência observada em caldo foi mais evidente quando as bactérias
foram inoculadas no produto. A Tabela 2 mostra que o desenvolvimento
de S. carnosus foi mais rapido também nessa situação, resultando numa
inibição mais eficaz de S. aureus. Enquanto no produto inoculado com S.
xylosus foi constatada a presença do patógeno por 48 horas, naquele
inoculado com S. carnosus não foi possível detectar células viáveis de S.
aureus 24 horas após o inóculo. Isso demonstrou a possibilidade de
inibição dessa bactéria por mecanismo competitivo, através da utilização
de culturas iniciadoras.
Segundo GEISEN et al. [14], a competição por nutrientes ocorre quando
uma quantidade limitada é importante para o desenvolvimento de dois ou
mais microrganismos competidores. Nesse caso, o microrganismo capaz de
se desenvolver mais rapidamente, ou seja, o mais adaptado ao substrato,
prevalecerá. As culturas iniciadoras são comercializadas para emprego em
produtos cárneos. Sendo assim, elas são selecionadas por sua capacidade
de se desenvolver nesse meio específico, o que aumenta sua eficácia no
controle de S. aureus.
Também foi avaliada a presença de compostos capazes de inibir o
desenvolvimento de S. aureus no caldo de cultivo das linhagens
iniciadoras. Essa preocupação fundamentou-se na possibilidade de que
essas linhagens produzam bacteriocinas ativas contra a espécie patogênica.
CANTONI et al. [7] descrevem a produção de bacteriocinas por
Micrococcaceae, efetivas principalmente contra S. aureus. Bacteriocinas
são proteinas ou complexos proteicos com atividade bactericida,
geralmente ativas contra espécies intimamente relacionadas com a bactéria
produtora [1]. As bacteriocinas produzidas por bactérias gram-positivas
apresentam um espectro de ação mais amplo do que as produzidas por
gram negativas [7]. O emprego dessas substâncias em alimentos tem sido
estudado pelo fato de serem quebradas em aminoácidos no trato
gastrointestinal. Assim, ao contrário dos antibióticos, elas não são
absorvidas pelo organismo na sua forma ativa, nem interferem com a
microbiota intestinal [14].
Conforme demonstrado na Tabela 3, neste trabalho não foi observada a
produção de compostos inibitórios pelas linhagens iniciadoras.




Diante do exposto, este trabalho permitiu demonstrar que as culturas
iniciadoras de estafilococos, embora não tenham apresentado capacidade
de produção de compostos ativos contra S. aureus, inibiram o
desenvolvimento desse patógeno, provavelmente por mecanismo
competitivo, constituindo-se num obstáculo adicional, capaz de contribuir
na garantia de inocuidade do produto.

             4 — REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] AHN, C., STILES, M.E. Antibacterial activity of lactic acid bacteria
isolated from vacuum-packaged meats. J. Appl. Bacteriol., v. 69, n. 3,
p.302-310, 1990.
[2] BARTHOLOMEW, D.T., BLUMER, T.N. Inhibition of
Staphylococcus by lactic acid bacteria in country-style hams. J. Food Sci.,
v.45, p.426-430, 1980.
[3] BERGDOLL, M.S. Staphylococcus aureus. In: DOYLE, M.P. (ed.)
Foodborne Bacterial Pathogens. New York:Marcel Dekker, 1989 cap.11,
p. 463-523.
[4] BIER, O. Bacteriologia e imunologia. 16 ed. São
Paulo:Melhoramentos, 1975 1056p.
[5] BUCHANAN, R.E., GIBBONS, N.E., (ed.) Bergey's manual of
determinative bacteriology. 8 ed. Baltimore:Williams e Wilkins, 1974.
[6] BUSSAB, W.O., MORETTIN, P.A. Estatística básica. 4 ed. São
Paulo:Atual, 1987. 321 p.
[7] CANTONI, C., BERSANI, C., COMI, G. Bacteriocin formation by
Micrococcaceae. Ind. Aliment., v.31, n.306, p.660-665, 1992.
[8] CEZARI, D.L., NASCIMENTO, E.R. Manual de análise de perigos e
pontos críticos de controle. 2 ed. Campinas:Sociedade Brasileira de
Ciência e Tecnologia de Alimentos, 1995. 28 p.
[9] DALY, C., LA CHANCE, M., SANDINE, W.E., ELLIKER, P.R.
Control of Staphylococcus aureus in sausage by starter cultures and
chemical acidulation. J. Food Sci., v.38, p.426-430, 1973.
[10] DRAPER, N.R., SMITH, H. Applied regression analysis. 2 ed. New
York:John Wiley, 1981. 709 p.
[11] FAYRDIN, A. Modernidade e tecnologia chegam à industria de
charque. Rev. Nac. Carne, ano XVI, n.144, p.3-4, 1991.
[12] FORTUNATO, D.M.N. Diferenças tecnológicas entre carne de sol e
charque. Rev. Nac. Carne, ano XVII, n.190, p.34-35, 1992.
[13] FRANCO, B.D.G.M., LANDGRAF, M., SHIMOKOMAKI, M.,
AZEVEDO, C.H.M. Condições higiênico-sanitarias do charque
comercializado em São Paulo, Brasil. Rev. Microbiol., v.18, n.1, p.98-
102, 1987.
[14] GEISEN, R., LÜCKE, F.K., KRÖCKEL, L. Starter and protective
cultures for meat and meat products. Fleischwirtschaft, v.72, n.6, p.894-
898, 1992.
[15] GENIGEORGIS, C.A. Quality control for fermented meats. J. Am.
Vet. Med. Assoc., v.169, n.11, p.1220-1228, 1976.
[16] HOULE, J.-F, LAFRANCE, M., JULIEN, J.-P., BROCHU, E.,
CHAMPAGNE, C.P. Selection of mixed cultures for meat fermentation.
J.Food Sci., v.54, n.4, p.839, 1989.
[17] JACKSON, T.C., ACUFF, G.R., SHARP, T.R., SAVELL, J.W.
Volatile compounds on sterile pork loin tissue inoculated with
Lactobacillus plantarum and Lactobacillus fermentum. J. Food Sci., v.57,
n.3, p.783-784, 1992.
[18] KOTZEKIDOU, P. Identification of staphylococci and micrococci
isolated from an intermediate moisture meat product. J. Food Sci., v.57,
n.1, p.249-251, 1992.
[19] LEISTNER,L. Hurdle technology applied to meat products of the
shelf stable products and intermediate moisture foods types. In: MULTON,
J.L.(ed.), Properties of water in foods. Dordrecht:Martinus Niyhoff,
Netherlands, 1985, p.309-329.
[20] LEISTNER,L. Shelf stable products and intermediate moisture foods
based on meats. In: ROCKLAND, L.B., BEUCHAT, L.R.(ed.), Water
activity: theory and application to foods. New York:Marcel Dekker, 1987,
p.295-327.
[21] LEITÃO, M.F. Microbiologia de alimentos. In: ROITMAN, I.,
TRAVASSOS, L.R., AZEVEDO, J.L.(ed.) Tratado de microbiologia.
São Paulo:Manole, 1988. v.1, p.3-81.
[22] MOLINA, I., SILLA, H., FLORES, J., MONZO, J.L. Study of the
microbial flora of dry-cured ham. 2. Micrococcaceae. Fleischwirtschaft,
v.69, n.9, p.1433-1434, 1989.
[23] PINTO,M.F. Culturas iniciadoras — starters — no processamento
de jerked beef, um derivado do charque. São Paulo, USP, 1996. 96 p.
Tese (Doutorado)— Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade
de São Paulo, 1996.
[24] PINTO, M.F., PONSANO, E.H.G., SHIMOKOMAKI, M., FRANCO,
B.D.G.M. Charque e sucedâneos são produtos cárneos obtidos por
processos combinados (Hurdle Technology). Revista Nacional da Carne,
ano XVII, n.195, maio, p.66, 1993.
[25] PINTO, M.F., PONSANO, E.H.G., SHIMOKOMAKI, M., FRANCO,
B.D.G.M. Flora microbiana desejável em Jerked Beef. Revista Nacional
da Carne, ano XVII, n.198, agosto, p.44-47, 1993.
[26] ROSA, M.C., MOHINO, M.R., MOHINO, M., MOSSO, M.A.
Characteristics of micrococci and staphylococci isolated from semi-
preserved meat products. Food Microbiol., v.7, p.207-215, 1990.
[27] SHIMOKOMAKI, M., FRANCO, B.D.G.M., CARVALHO Jr., B.C.
Charque e produtos afins:tecnologia e conservação — uma revisão. Bol.
Soc. Bras. Ciênc. Tecnol. Aliment., v.21, n.1, p.25-35, 1987.
[28] SMITH, J.L., PALUMBO, S.A. Use of starter cultures in meats. J.
Food Prot., v.46, n.11, p.997-1006, 1983.
[29] SPERBER, W. Influence of water activity on foodborne bacteria — a
review. J. Food Prot., v.46, n.2, p.142-150, 1983.

                           5 — AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à CAPES pela bolsa de Doutorado a MFP e à Ha-La
do Brasil — Chr. Hansen Ind. e Com. Ltda, pelas amostras das culturas
iniciadoras. BDGMF e MS são pesquisadores científicos do CNPq.

1   Recebido para publicação em 12/02/98. Aceito para publicação em 10/07/98.
2 Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal, Curso de Medicina Veterinária,
Unesp, Campus de Araçatuba, Rua Clóvis Pestana, 793, Caixa Postal 341, CEP 16050-
680, Araçatuba, SP, Brasil
3 Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
4 Departamento de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos, Centro de Ciências
Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, Caixa Postal 6001, CEP 86051-970,
Londrina, PR, Brasil
* A quem a correspondência deve ser enviada.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Encontro aquaponia ifce
Encontro aquaponia ifceEncontro aquaponia ifce
Encontro aquaponia ifcetgandr
 
Aula salga e carne de sol (Ana Alice)
Aula  salga e carne de sol (Ana Alice)Aula  salga e carne de sol (Ana Alice)
Aula salga e carne de sol (Ana Alice)Ana Alice Gouvêa
 
Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...
Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...
Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...tgandr
 
Apostila microbiologia como fazer analise microbiologica
Apostila microbiologia como fazer analise microbiologicaApostila microbiologia como fazer analise microbiologica
Apostila microbiologia como fazer analise microbiologicaCleber Lima
 
Versão final livro processamento
Versão final livro processamentoVersão final livro processamento
Versão final livro processamentoLuiz Fernando
 
Frascos agitados e preparo de in culo
Frascos agitados e preparo de in culoFrascos agitados e preparo de in culo
Frascos agitados e preparo de in culoFco Antônio ribeiro
 
Digestibilidade proteica cruz et al 2005
Digestibilidade proteica cruz et al 2005Digestibilidade proteica cruz et al 2005
Digestibilidade proteica cruz et al 2005Jorge Custodio
 
Carnes processadas microorganismos(trabalho)
Carnes processadas microorganismos(trabalho)Carnes processadas microorganismos(trabalho)
Carnes processadas microorganismos(trabalho)Fabiana Lima
 
Controle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. Magistrais
Controle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. MagistraisControle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. Magistrais
Controle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. MagistraisBarbara Blauth
 
Manual analise agua_2ed
Manual analise agua_2edManual analise agua_2ed
Manual analise agua_2edManoel Paixão
 
Aula 2 introducao a microb de alimentos 20140316141849
Aula 2   introducao a microb de alimentos 20140316141849Aula 2   introducao a microb de alimentos 20140316141849
Aula 2 introducao a microb de alimentos 20140316141849Elmo Oliveira
 
64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...
64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...
64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...Mariana Costa
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágiotatianabd1992
 
Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)
Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)
Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)Sandra Santos
 
A microbiologia dos alimentos e a
A microbiologia dos alimentos e aA microbiologia dos alimentos e a
A microbiologia dos alimentos e aCatarina Schmidt
 
Contagem de Lactobacillus na saliva
Contagem de Lactobacillus na salivaContagem de Lactobacillus na saliva
Contagem de Lactobacillus na salivaDaiane Elem
 

Mais procurados (20)

Encontro aquaponia ifce
Encontro aquaponia ifceEncontro aquaponia ifce
Encontro aquaponia ifce
 
Aula salga e carne de sol (Ana Alice)
Aula  salga e carne de sol (Ana Alice)Aula  salga e carne de sol (Ana Alice)
Aula salga e carne de sol (Ana Alice)
 
Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...
Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...
Effect of mint's (Mentha X piperita var citrata) root exudate against monogen...
 
Apostila microbiologia como fazer analise microbiologica
Apostila microbiologia como fazer analise microbiologicaApostila microbiologia como fazer analise microbiologica
Apostila microbiologia como fazer analise microbiologica
 
Versão final livro processamento
Versão final livro processamentoVersão final livro processamento
Versão final livro processamento
 
Apresentaçao tilapia do nilo tecnologia do pescado
Apresentaçao tilapia do nilo   tecnologia do pescadoApresentaçao tilapia do nilo   tecnologia do pescado
Apresentaçao tilapia do nilo tecnologia do pescado
 
Hicrome - HiMedia
Hicrome - HiMediaHicrome - HiMedia
Hicrome - HiMedia
 
Frascos agitados e preparo de in culo
Frascos agitados e preparo de in culoFrascos agitados e preparo de in culo
Frascos agitados e preparo de in culo
 
Digestibilidade proteica cruz et al 2005
Digestibilidade proteica cruz et al 2005Digestibilidade proteica cruz et al 2005
Digestibilidade proteica cruz et al 2005
 
Carnes processadas microorganismos(trabalho)
Carnes processadas microorganismos(trabalho)Carnes processadas microorganismos(trabalho)
Carnes processadas microorganismos(trabalho)
 
Controle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. Magistrais
Controle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. MagistraisControle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. Magistrais
Controle de Qualidade - análise microbiológica de MP e Form. Magistrais
 
Manual analise agua_2ed
Manual analise agua_2edManual analise agua_2ed
Manual analise agua_2ed
 
Aula 2 introducao a microb de alimentos 20140316141849
Aula 2   introducao a microb de alimentos 20140316141849Aula 2   introducao a microb de alimentos 20140316141849
Aula 2 introducao a microb de alimentos 20140316141849
 
64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...
64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...
64261347 estudo-do-efeito-de-temperaturas-de-congelamento-e-criocongelamento-...
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágio
 
Tpoa presunto
Tpoa presuntoTpoa presunto
Tpoa presunto
 
Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)
Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)
Controlo de contaminantes e patogénios alimentares final (1)
 
A microbiologia dos alimentos e a
A microbiologia dos alimentos e aA microbiologia dos alimentos e a
A microbiologia dos alimentos e a
 
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N2 2011
 
Contagem de Lactobacillus na saliva
Contagem de Lactobacillus na salivaContagem de Lactobacillus na saliva
Contagem de Lactobacillus na saliva
 

Semelhante a S charque

Apostila biotecnologia alimentos
Apostila biotecnologia alimentosApostila biotecnologia alimentos
Apostila biotecnologia alimentosconsultor tecnico
 
Esterilidade comercial de salsichas tipo viena
Esterilidade comercial de salsichas tipo vienaEsterilidade comercial de salsichas tipo viena
Esterilidade comercial de salsichas tipo vienaWellington Costa
 
Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003
Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003
Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003Rosane Liége
 
Análise microbiológica de iogurte
Análise microbiológica de iogurteAnálise microbiológica de iogurte
Análise microbiológica de iogurteArtur Chimbapo
 
Conceitos Basicos de Microgiologia
Conceitos Basicos de MicrogiologiaConceitos Basicos de Microgiologia
Conceitos Basicos de MicrogiologiaIvson Cassiano
 

Semelhante a S charque (20)

Artigo abmba v4_n1_2016_01
Artigo abmba v4_n1_2016_01Artigo abmba v4_n1_2016_01
Artigo abmba v4_n1_2016_01
 
Apostila biotecnologia alimentos
Apostila biotecnologia alimentosApostila biotecnologia alimentos
Apostila biotecnologia alimentos
 
Artigo abmba v4_n2_2016_01
Artigo abmba v4_n2_2016_01Artigo abmba v4_n2_2016_01
Artigo abmba v4_n2_2016_01
 
Artigo abmba v8_n2_2020_01
Artigo abmba v8_n2_2020_01Artigo abmba v8_n2_2020_01
Artigo abmba v8_n2_2020_01
 
Artigo abmba v2_n2_2014_01
Artigo abmba v2_n2_2014_01Artigo abmba v2_n2_2014_01
Artigo abmba v2_n2_2014_01
 
Artigo abmba v3_n2_2015_01
Artigo abmba v3_n2_2015_01Artigo abmba v3_n2_2015_01
Artigo abmba v3_n2_2015_01
 
Artigo abmba v5_n1_2017_01
Artigo abmba v5_n1_2017_01Artigo abmba v5_n1_2017_01
Artigo abmba v5_n1_2017_01
 
Esterilidade comercial de salsichas tipo viena
Esterilidade comercial de salsichas tipo vienaEsterilidade comercial de salsichas tipo viena
Esterilidade comercial de salsichas tipo viena
 
Artigo abmba v5_n2_2017_01
Artigo abmba v5_n2_2017_01Artigo abmba v5_n2_2017_01
Artigo abmba v5_n2_2017_01
 
Artigo abmba v8_n1_2020_01
Artigo abmba v8_n1_2020_01Artigo abmba v8_n1_2020_01
Artigo abmba v8_n1_2020_01
 
AQUACULTURE LINE PRESENTATION 2014
AQUACULTURE LINE PRESENTATION 2014AQUACULTURE LINE PRESENTATION 2014
AQUACULTURE LINE PRESENTATION 2014
 
Artigo abmba v2_n1_2014_01
Artigo abmba v2_n1_2014_01Artigo abmba v2_n1_2014_01
Artigo abmba v2_n1_2014_01
 
Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003
Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003
Miguel frozen yogurt viabilidade prob an2003
 
Artigo abmba v7_n2_2019_01
Artigo abmba v7_n2_2019_01Artigo abmba v7_n2_2019_01
Artigo abmba v7_n2_2019_01
 
Artigo abmba v6_n1_2018_01
Artigo abmba v6_n1_2018_01Artigo abmba v6_n1_2018_01
Artigo abmba v6_n1_2018_01
 
Artigo abmba v3_n1_2015_01
Artigo abmba v3_n1_2015_01Artigo abmba v3_n1_2015_01
Artigo abmba v3_n1_2015_01
 
Análise microbiológica de iogurte
Análise microbiológica de iogurteAnálise microbiológica de iogurte
Análise microbiológica de iogurte
 
Conceitos Basicos de Microgiologia
Conceitos Basicos de MicrogiologiaConceitos Basicos de Microgiologia
Conceitos Basicos de Microgiologia
 
Artigo abmba v9_n1_2021_01
Artigo abmba v9_n1_2021_01Artigo abmba v9_n1_2021_01
Artigo abmba v9_n1_2021_01
 
Artigo bioterra v19_n2_06
Artigo bioterra v19_n2_06Artigo bioterra v19_n2_06
Artigo bioterra v19_n2_06
 

Mais de Samira Mantilla

Wiki para textos colaborativos
Wiki para textos colaborativosWiki para textos colaborativos
Wiki para textos colaborativosSamira Mantilla
 
Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...
Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...
Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...Samira Mantilla
 
Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...
Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...
Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...Samira Mantilla
 
A IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De Atuns
A IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De AtunsA IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De Atuns
A IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De AtunsSamira Mantilla
 
Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...
Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...
Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...Samira Mantilla
 
Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...
Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...
Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...Samira Mantilla
 
Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...
Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...
Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...Samira Mantilla
 
Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...
Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...
Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...Samira Mantilla
 
Escherichia Coli DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...
Escherichia Coli  DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...Escherichia Coli  DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...
Escherichia Coli DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...Samira Mantilla
 
BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...
BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...
BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...Samira Mantilla
 
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...Samira Mantilla
 
ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...
ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...
ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...Samira Mantilla
 
AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...
AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...
AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...Samira Mantilla
 
AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...
AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...
AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...Samira Mantilla
 
pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009Samira Mantilla
 
pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009Samira Mantilla
 
OCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADE
OCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADEOCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADE
OCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADESamira Mantilla
 
OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM
OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EMOCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM
OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EMSamira Mantilla
 
Escherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNA
Escherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNAEscherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNA
Escherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNASamira Mantilla
 

Mais de Samira Mantilla (20)

Wiki para textos colaborativos
Wiki para textos colaborativosWiki para textos colaborativos
Wiki para textos colaborativos
 
Micro sal marinho
Micro sal marinhoMicro sal marinho
Micro sal marinho
 
Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...
Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...
Tecnologia De Alta PressãO HidrostáTica Como Alternativa Na ProduçãO E Conser...
 
Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...
Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...
Embalagem Em Atmosfera Modificada E IrradiaçãO Na Qualidade MicrobiolóGica E ...
 
A IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De Atuns
A IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De AtunsA IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De Atuns
A IrradiaçãO Como MéTodo De ConservaçãO De Atuns
 
Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...
Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...
Staphylococcus Aureus Resistentes A Antimicrobianos Um Problema Para A SaúDe ...
 
Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...
Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...
Pcr Na DetecçãO De Salmonella Spp. Em Amostras De Peito De Frango Artificialm...
 
Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...
Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...
Microbiologia Preditiva No Estudo Do Desenvolvimento De Listeria Monocytogene...
 
Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...
Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...
Efeito Da RadiaçãO Gama Na ReduçãO De Enterococcus Spp. Em Carne De Siri (Cal...
 
Escherichia Coli DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...
Escherichia Coli  DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...Escherichia Coli  DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...
Escherichia Coli DeterminaçãO Do NúMero Mais ProváVel Pela TéCnica De Miniat...
 
BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...
BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...
BactéRias Do GêNero Listeria Presentes Em Carne Bovina Nos MunicíPios De Nite...
 
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
 
ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...
ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...
ExtensãO Da Validade Comercial E Inocuidade De Carne De Peru Embalada Em Atmo...
 
AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...
AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...
AvaliaçãO BacteriolóGica De Sardinha Verdadeira E Sardinha Boca Torta Refrige...
 
AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...
AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...
AceitaçãO Sensorial De FiléS De Frango Resfriados Embalados Em Atmosfera Modi...
 
pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 2 congresso saúde pública bonito 2009
 
pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009
pôster 1 congresso saúde pública bonito 2009
 
OCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADE
OCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADEOCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADE
OCORRÊNCIA DE Escherichia coli EM AMOSTRAS DA CAVIDADE
 
OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM
OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EMOCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM
OCORRÊNCIA DE DIFERENTES SOROTIPOS DE Escherichia coli EM
 
Escherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNA
Escherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNAEscherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNA
Escherichia coli EM AMOSTRAS DE CARNE SUÍNA DA REGIÃO INTERNA
 

S charque

  • 1. CONTROLE DE Staphylococcus aureus EM CHARQUES (JERKED BEEF) POR CULTURAS INICIADORAS1 Marcos Franke PINTO2,*; Eliza H.G. PONSANO2; Bernadette D.G.M. FRANCO3, Massami SHIMOKOMAKI3 RESUMO Jerked beef — JB — é um produto cárneo curado, salgado e seco ao sol, derivado de um típico produto cárneo brasileiro — o charque. Ambos carecem de estudos que orientem seu aprimoramento. Staphylococcus spp. têm sido reportado como o gênero predominante na microbiota do produto, o que evidencia o risco de desenvolvimento de linhagens enterotoxigênicas de S. aureus. Foram empregadas duas linhagens inócuas de estafilococos na elaboração de JB, a fim de avaliar sua influência sobre o desenvolvimento de S. aureus por mecanismo competitivo ou pela produção de bacteriocinas. Os resultados demonstraram que ambas inibiram o desenvolvimento do patógeno tanto in vitro como durante o processamento do produto. Não se observou produção de compostos inibitórios pelas linhagens iniciadoras, ficando a explicação para a inibição observada restrita ao mecanismo competitivo. Este trabalho permitiu demonstrar a possibilidade de aumentar a segurança e padronização de JB pelo emprego de culturas bacterianas selecionadas. Palavras-chave: Staphylococcus aureus, charque, jerked beef, tecnologia, culturas starter, sanidade SUMMARY CONTROL OF Staphylococcus aureus IN CHARQUIS
  • 2. (JERKED BEEF) BY STARTER CULTURES. Jerked beef — JB — is a sun-dried, salted and cured meat product, derived from charqui. There are few studies about JB in the literature, as in charqui. Staphylococcus spp has been reported to be the predominant microrganism present in JB. The presence of this genus reveals a possible hazard for S. aureus growth. Two staphilococci strains commonly used as starter in fermented meat products have been employed with the purpose to inhibiting S. aureus either through competitive action or through the production of bacteriocins. The results demonstrated the inhibition S. aureus growth, probably through a competitive action, as they grow better in the medium. These starters have not produced any inhibitory compound. These informations led us to conclude that it is possible to improve the safety and quality standardization of JB through appropriate starter cultures. Keywords: Staphylococcus aureus, charqui, jerked beef, technology, starter cultures, sanity 1 — INTRODUÇÃO Charque é um produto cárneo salgado e seco ao sol, típico do Brasil e alguns outros países da América do Sul. Embora seja um dos produtos cárneos industrializados mais consumidos no país [27], seu potencial de comercialização está longe de ser completamente explorado, mesmo a nível nacional [11]. A necessidade de ampliar o mercado consumidor fez com que as indústrias buscassem alternativas para melhorar a qualidade e a imagem do produto. Uma tentativa nesse sentido fez surgir o jerked beef — JB, produto que difere do charque em alguns pontos, sendo o principal a adição de sais de cura à matéria prima no início do processamento (Figura 1).
  • 3. a. A carne, depois de desossada, é cortada em camadas de 3 a 5 cm, denominadas" mantas". b. A salmoura, contendo cerca de 25% de NaCl e 200 ppm de NaNO2, é injetada automaticamente nas mantas na proporção de 20% (v/p). c. As mantas são utilizadas para formar pilhas de até cerca de 2 metros de altura. Após cerca de 24 horas, essa pilha é invertida. Para isso, as mantas de carne localizadas no topo da pilha inicial são colocadas na base da nova pilha a ser formada. Essas duas primeiras pilhas são formadas alternando camadas de carne e sal grosso. d. Diariamente, as pilhas são invertidas, sem o acréscimo adicional de sal entre as camadas de carne. Esse processo é denominado "tombo" e tem o objetivo de uniformizar a distribuição do sal e a retirada de água entre as diversas mantas. Além disso, permite a visualização de possíveis falhas no processo [12]. São realizados de 3 a 5 tombos. e. A carne é exposta ao sol em varais. Após um dia de exposição ao sol, as mantas são recolhidas, empilhadas sobre plataformas denominadas "pedras" e cobertas com lonas impermeáveis, para que não reabsorvam umidade. Permanecem nessa pilha coberta durante todo o dia seguinte (abafamento), retornando depois aos varais para mais um período de exposição ao sol. Assim, as mantas ficam, alternadamente, cerca de 6-8 horas nos varais e 40-42 horas nas pedras. Geralmente, são empregados 3 períodos de exposição ao sol. FIGURA 1. Fluxograma do processamento de Jerked beef A exemplo do charque, JB também carece de estudos visando assegurar e
  • 4. aprimorar sua qualidade. Um dos pontos principais a serem considerados é a inocuidade do produto, principalmente quanto ao aspecto microbiológico [13]. LEISTNER [19] desenvolveu uma teoria explicando a estabilidade microbiológica de produtos alimentícios — a Tecnologia dos Obstáculos (Hurdle Technology). Segundo o autor, a estabilidade de um produto obtido por esse tipo de tecnologia é conferida por dois ou mais fatores (ou obstáculos) que isoladamente não produziriam esse efeito [20]. Já temos demonstrado que JB se enquadra nessa teoria [24], sendo caracterizado como um produto cárneo de umidade intermediária. Poucos microrganismos são capazes de suplantar os obstáculos que se implantam no JB durante seu processamento. Dentre esses, Staphylococcus aureus merece destaque, por ser uma bactéria halotolerante, anaeróbia facultativa [3, 5] e por produzir uma enterotoxina bastante termoestável que, uma vez presente no alimento, é capaz de resistir às técnicas convencionais de processamento térmico [3]. Quanto à sua capacidade de produção de toxina nas condições do produto, há divergência entre os autores, sendo que SPERBER [29] e LEITÃO et al. [21] citam um valor mínimo de atividade de água (Aa) de 0,93, enquanto BERGDOLL [3] relata a produção mesmo a 0,86. Uma forma de inibir o desenvolvimento de S. aureus é controlar a microbiota do produto, por tratar-se de um microrganismo considerado fraco competidor. Isso pode ser conseguido pela adição de culturas bacterianas selecionadas no início do processamento [2, 9]. Essas culturas são disponíveis comercialmente na forma liofilizada, sendo amplamente utilizadas na elaboração de produtos cárneos, como salames e presuntos curados [14, 15, 22, 28]. Em estudos anteriores, demonstramos que a microbiota de JB é constituida principalmente por estafilococos e micrococos [25], que são os gêneros predominantes em produtos de características semelhantes, como biltong, um produto típico africano [18] e presuntos curados [22, 26]. Isso indica serem estas as culturas mais importantes a serem estudadas como iniciadoras no processamento de JB. Assim, o emprego de linhagens inócuas de micrococáceas na elaboração de JB pode contribuir no controle da sua microbiota, promovendo inocuidade microbiológica e padronização de suas características. 2 — MATERIAL E MÉTODOS
  • 5. 2.1 - Culturas bacterianas S. aureus — FRI 722 Linhagem enterotoxigênica, produtora de toxina A, proveniente da Universidade de Wisconsin, USA, cedida pelo Depto. de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos da Universidade Estadual de Londrina — PR. Culturas iniciadoras Staphylococcus carnosus — Linhagem Floracarn S® Staphylococcus xylosus — Linhagem Floracarn SX® Linhagens bacterianas cedidas pela Ha-La do Brasil — Chr. Hansen Ind. e Com. Ltda., localizada em Valinhos, Estado de São Paulo, comercializadas na forma liofilizada para a elaboração de embutidos fermentados e como culturas aceleradoras de cura e maturação para produtos cárneos em geral. 2.2 - Meios de cultivo Foram utilizados os meios caldo de soja tripticaseina (CST) e caldo de carne. Esse último, obtido segundo procedimento descrito por BIER [4], foi utilizado devido à impossibilidade de adicionar meios microbiológicos comerciais ao produto, pois isso interferiria em suas características organolépticas. Para sua elaboração, misturou-se carne moida e solução fisiológica (0,9% NaCl) na razão de 1:2. Essa mistura foi aquecida até a ebulição e filtrada 2 vezes, sendo em seguida esterilizada em autoclave a 121oC por 15 minutos. 2.3 - Elaboração do produto Para avaliação do comportamento das culturas em condições semelhantes às que ocorrem em situação real, durante as etapas de processamento de JB, foi empregado o músculo supraespinoso ("peixinho"). O preparo do músculo para receber o inóculo foi baseado no procedimento descrito por JACKSON et al. [17], realizado em ambiente asséptico — fluxo laminar. As peças foram embebidas em álcool e, em seguida, inflamadas. A camada queimada foi retirada com o auxílio de bisturi estéril. Essa operação foi repetida duas vezes. A peça de carne restante foi submetida ao processamento de JB em um sistema modelo. Para isso, foi utilizada salmoura esterilizada em autoclave a 121oC por 15 minutos. As linhagens iniciadoras foram inoculadas na carne misturadas nessa salmoura. As etapas de salga e ressalga foram realizadas em recipientes de alumínio estéreis. O sal empregado nessas etapas, bem como os recipientes, foram esterilizados em estufa a 230oC por 2 horas. Após a ressalga, o excesso de sal foi retirado, sempre de forma asséptica, e as peças permaneceram nos recipientes fechados por mais 3 dias. Depois disso, as peças foram
  • 6. expostas ao sol no próprio recipiente, recoberto por filme de polietileno. Após cada período de 8 horas de exposição ao sol, as peças foram colocadas em sacos plásticos, e permaneceram ao abrigo da luz no dia subsequente. Após 3 períodos de exposição ao sol, o produto foi embalado a vácuo. 2.4 - Comportamento de S. aureus em meio de cultura quando cultivado isoladamente e juntamente com as linhagens iniciadoras Foi avaliada a influência das linhagens comerciais de estafilococos sobre o desenvolvimento da linhagem de S. aureus. Para isso, todas as linhagens foram cultivadas em CST por 48 horas a 37oC. Em seguida, as diferentes espécies de estafilococos foram inoculadas ao nível de 1% em frascos contendo CST, isoladamente e também associando a espécie patogênica com cada uma das espécies iniciadoras. Os frascos foram incubados a 37oC e após 0, 6, 24 e 48 horas de cultivo foram tomadas amostras para realização de contagem. Para isso, alíquotas de 0,1 ml de diluições decimais foram inoculadas na superfície (spread plate) de placas contendo ágar Baird Parker. Para diferenciar a espécie patogênica das iniciadoras, cerca de 30 colônias presentes em placas que apresentaram o crescimento de 30 a 300 colônias foram tomadas aleatoriamente e inoculadas em tubos contendo CST. Após incubação a 37oC por 24 horas, foi realizado o teste para determinação da produção de coagulase. A porcentagem de cada espécie observada na amostra de colônias isoladas foi então estendida para o total de colônias presentes na placa selecionada. 2.5 - Comportamento de S. aureus no produto, isoladamente e na presença das linhagens iniciadoras A fim de avaliar a influência das culturas iniciadoras no desenvolvimento de S. aureus quando presentes na carne empregada na elaboração de JB, as linhagens foram cultivadas em caldo de carne por 48 horas a 37oC. Em seguida, adicionou-se NaCl e NaNO2 aos níveis de 25% e 200 ppm, respectivamente. Essas salmouras foram inoculadas em peças do músculo supraespinoso. Nas peças em que foram inoculadas as linhagens iniciadoras juntamente com a linhagem de S. aureus, foi empregado um nível de inóculo de 10% para cada uma das linhagens. Nas peças em que as linhagens foram inoculadas isoladamente, foi utilizado o mesmo nível de inóculo para a salmoura preparada com o caldo de cultura, e adicionalmente foi inoculada 10% de salmoura estéril. As amostras de carne foram submetidas ao processamento em sistema modelo. Durante
  • 7. diversas etapas do processamento, foram tomadas amostras para avaliação do comportamento das linhagens inoculadas. Para isso, as amostras foram adicionadas de água peptonada na razão de 1:10 (p/v) e homogeneizadas em aparelho Stomacher 400. Dessa primeira diluição foram tomadas alíquotas para a realização das demais diluições decimais. 2.6 - Teste de antibiose Para avaliar a capacidade das culturas iniciadoras de produzirem compostos inibitórios sobre S. aureus, realizou-se teste de antibiose baseado no procedimento descrito por HOULE et al. [16]. As linhagens iniciadoras foram cultivadas em CST por 48 horas a 37oC. Em seguida, a cultura de S. aureus foi transferida ao nível de 10% em ágar soja tripticaseina — AST — fundido e resfriado a 45oC. Esse ágar foi transferido para placas de Petri e, após solidificação, discos de papel de filtro estéreis de 10 mm de diâmetro foram embebidos com 0,1 ml de caldo de cultivo de S. carnosus e de S. xylosus e colocados sobre a superfície do ágar. Após incubação a 37oC por 48 horas, verificou-se a presença de halos de inibição. 2.7 - Análise estatística Os resultados foram submetidos à análise estatística através das técnicas de análise de variância e análise de regressão clássica [6, 10]. 3 — RESULTADOS E DISCUSSÃO Em estudos anteriores [23], demonstramos que em fases bastante precoces da fabricação de JB já se instalam no produto condições que inibem o desenvolvimento da maioria dos microrganismos patogênicos. Por outro lado, ficou também evidenciado que essas condições selecionam a microbiota, favorecendo principalmente os estafilococos [25]. As espécies pertencentes ao gênero Staphylococcus caracterizam-se por sua halotolerância e capacidade de desenvolvimento em baixos valores de Aa [3, 5, 29], o que reforça a preocupação de que S. aureus possa suplantar os obstáculos do produto. Conforme apresentado na Tabela 1, S. aureus cultivado isoladamente em CST apresentou um desenvolvimento semelhante ao das culturas iniciadoras. Quando cultivado em conjunto com as espécies inócuas, seu desenvolvimento foi menor. S. carnosus apresentou o desenvolvimento mais rápido, tanto em cultivo isolado como em conjunto com S. aureus, o que refletiu-se numa maior inibição dessa última.
  • 8. Essa tendência observada em caldo foi mais evidente quando as bactérias foram inoculadas no produto. A Tabela 2 mostra que o desenvolvimento de S. carnosus foi mais rapido também nessa situação, resultando numa inibição mais eficaz de S. aureus. Enquanto no produto inoculado com S. xylosus foi constatada a presença do patógeno por 48 horas, naquele inoculado com S. carnosus não foi possível detectar células viáveis de S. aureus 24 horas após o inóculo. Isso demonstrou a possibilidade de inibição dessa bactéria por mecanismo competitivo, através da utilização de culturas iniciadoras.
  • 9. Segundo GEISEN et al. [14], a competição por nutrientes ocorre quando uma quantidade limitada é importante para o desenvolvimento de dois ou mais microrganismos competidores. Nesse caso, o microrganismo capaz de se desenvolver mais rapidamente, ou seja, o mais adaptado ao substrato, prevalecerá. As culturas iniciadoras são comercializadas para emprego em produtos cárneos. Sendo assim, elas são selecionadas por sua capacidade de se desenvolver nesse meio específico, o que aumenta sua eficácia no controle de S. aureus. Também foi avaliada a presença de compostos capazes de inibir o desenvolvimento de S. aureus no caldo de cultivo das linhagens iniciadoras. Essa preocupação fundamentou-se na possibilidade de que essas linhagens produzam bacteriocinas ativas contra a espécie patogênica. CANTONI et al. [7] descrevem a produção de bacteriocinas por Micrococcaceae, efetivas principalmente contra S. aureus. Bacteriocinas são proteinas ou complexos proteicos com atividade bactericida, geralmente ativas contra espécies intimamente relacionadas com a bactéria produtora [1]. As bacteriocinas produzidas por bactérias gram-positivas apresentam um espectro de ação mais amplo do que as produzidas por gram negativas [7]. O emprego dessas substâncias em alimentos tem sido estudado pelo fato de serem quebradas em aminoácidos no trato gastrointestinal. Assim, ao contrário dos antibióticos, elas não são absorvidas pelo organismo na sua forma ativa, nem interferem com a
  • 10. microbiota intestinal [14]. Conforme demonstrado na Tabela 3, neste trabalho não foi observada a produção de compostos inibitórios pelas linhagens iniciadoras. Diante do exposto, este trabalho permitiu demonstrar que as culturas iniciadoras de estafilococos, embora não tenham apresentado capacidade de produção de compostos ativos contra S. aureus, inibiram o desenvolvimento desse patógeno, provavelmente por mecanismo competitivo, constituindo-se num obstáculo adicional, capaz de contribuir na garantia de inocuidade do produto. 4 — REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] AHN, C., STILES, M.E. Antibacterial activity of lactic acid bacteria isolated from vacuum-packaged meats. J. Appl. Bacteriol., v. 69, n. 3, p.302-310, 1990. [2] BARTHOLOMEW, D.T., BLUMER, T.N. Inhibition of Staphylococcus by lactic acid bacteria in country-style hams. J. Food Sci., v.45, p.426-430, 1980. [3] BERGDOLL, M.S. Staphylococcus aureus. In: DOYLE, M.P. (ed.) Foodborne Bacterial Pathogens. New York:Marcel Dekker, 1989 cap.11, p. 463-523. [4] BIER, O. Bacteriologia e imunologia. 16 ed. São Paulo:Melhoramentos, 1975 1056p. [5] BUCHANAN, R.E., GIBBONS, N.E., (ed.) Bergey's manual of determinative bacteriology. 8 ed. Baltimore:Williams e Wilkins, 1974. [6] BUSSAB, W.O., MORETTIN, P.A. Estatística básica. 4 ed. São Paulo:Atual, 1987. 321 p. [7] CANTONI, C., BERSANI, C., COMI, G. Bacteriocin formation by Micrococcaceae. Ind. Aliment., v.31, n.306, p.660-665, 1992. [8] CEZARI, D.L., NASCIMENTO, E.R. Manual de análise de perigos e
  • 11. pontos críticos de controle. 2 ed. Campinas:Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 1995. 28 p. [9] DALY, C., LA CHANCE, M., SANDINE, W.E., ELLIKER, P.R. Control of Staphylococcus aureus in sausage by starter cultures and chemical acidulation. J. Food Sci., v.38, p.426-430, 1973. [10] DRAPER, N.R., SMITH, H. Applied regression analysis. 2 ed. New York:John Wiley, 1981. 709 p. [11] FAYRDIN, A. Modernidade e tecnologia chegam à industria de charque. Rev. Nac. Carne, ano XVI, n.144, p.3-4, 1991. [12] FORTUNATO, D.M.N. Diferenças tecnológicas entre carne de sol e charque. Rev. Nac. Carne, ano XVII, n.190, p.34-35, 1992. [13] FRANCO, B.D.G.M., LANDGRAF, M., SHIMOKOMAKI, M., AZEVEDO, C.H.M. Condições higiênico-sanitarias do charque comercializado em São Paulo, Brasil. Rev. Microbiol., v.18, n.1, p.98- 102, 1987. [14] GEISEN, R., LÜCKE, F.K., KRÖCKEL, L. Starter and protective cultures for meat and meat products. Fleischwirtschaft, v.72, n.6, p.894- 898, 1992. [15] GENIGEORGIS, C.A. Quality control for fermented meats. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.169, n.11, p.1220-1228, 1976. [16] HOULE, J.-F, LAFRANCE, M., JULIEN, J.-P., BROCHU, E., CHAMPAGNE, C.P. Selection of mixed cultures for meat fermentation. J.Food Sci., v.54, n.4, p.839, 1989. [17] JACKSON, T.C., ACUFF, G.R., SHARP, T.R., SAVELL, J.W. Volatile compounds on sterile pork loin tissue inoculated with Lactobacillus plantarum and Lactobacillus fermentum. J. Food Sci., v.57, n.3, p.783-784, 1992. [18] KOTZEKIDOU, P. Identification of staphylococci and micrococci isolated from an intermediate moisture meat product. J. Food Sci., v.57, n.1, p.249-251, 1992. [19] LEISTNER,L. Hurdle technology applied to meat products of the shelf stable products and intermediate moisture foods types. In: MULTON, J.L.(ed.), Properties of water in foods. Dordrecht:Martinus Niyhoff, Netherlands, 1985, p.309-329. [20] LEISTNER,L. Shelf stable products and intermediate moisture foods based on meats. In: ROCKLAND, L.B., BEUCHAT, L.R.(ed.), Water activity: theory and application to foods. New York:Marcel Dekker, 1987, p.295-327.
  • 12. [21] LEITÃO, M.F. Microbiologia de alimentos. In: ROITMAN, I., TRAVASSOS, L.R., AZEVEDO, J.L.(ed.) Tratado de microbiologia. São Paulo:Manole, 1988. v.1, p.3-81. [22] MOLINA, I., SILLA, H., FLORES, J., MONZO, J.L. Study of the microbial flora of dry-cured ham. 2. Micrococcaceae. Fleischwirtschaft, v.69, n.9, p.1433-1434, 1989. [23] PINTO,M.F. Culturas iniciadoras — starters — no processamento de jerked beef, um derivado do charque. São Paulo, USP, 1996. 96 p. Tese (Doutorado)— Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, 1996. [24] PINTO, M.F., PONSANO, E.H.G., SHIMOKOMAKI, M., FRANCO, B.D.G.M. Charque e sucedâneos são produtos cárneos obtidos por processos combinados (Hurdle Technology). Revista Nacional da Carne, ano XVII, n.195, maio, p.66, 1993. [25] PINTO, M.F., PONSANO, E.H.G., SHIMOKOMAKI, M., FRANCO, B.D.G.M. Flora microbiana desejável em Jerked Beef. Revista Nacional da Carne, ano XVII, n.198, agosto, p.44-47, 1993. [26] ROSA, M.C., MOHINO, M.R., MOHINO, M., MOSSO, M.A. Characteristics of micrococci and staphylococci isolated from semi- preserved meat products. Food Microbiol., v.7, p.207-215, 1990. [27] SHIMOKOMAKI, M., FRANCO, B.D.G.M., CARVALHO Jr., B.C. Charque e produtos afins:tecnologia e conservação — uma revisão. Bol. Soc. Bras. Ciênc. Tecnol. Aliment., v.21, n.1, p.25-35, 1987. [28] SMITH, J.L., PALUMBO, S.A. Use of starter cultures in meats. J. Food Prot., v.46, n.11, p.997-1006, 1983. [29] SPERBER, W. Influence of water activity on foodborne bacteria — a review. J. Food Prot., v.46, n.2, p.142-150, 1983. 5 — AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à CAPES pela bolsa de Doutorado a MFP e à Ha-La do Brasil — Chr. Hansen Ind. e Com. Ltda, pelas amostras das culturas iniciadoras. BDGMF e MS são pesquisadores científicos do CNPq. 1 Recebido para publicação em 12/02/98. Aceito para publicação em 10/07/98. 2 Departamento de Apoio, Produção e Saúde Animal, Curso de Medicina Veterinária, Unesp, Campus de Araçatuba, Rua Clóvis Pestana, 793, Caixa Postal 341, CEP 16050- 680, Araçatuba, SP, Brasil 3 Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental, Faculdade de Ciências
  • 13. Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil 4 Departamento de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina, Caixa Postal 6001, CEP 86051-970, Londrina, PR, Brasil * A quem a correspondência deve ser enviada.