SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Baixar para ler offline
CIÊNCIA, GESTÃO E MERCADO
Nº 39
Março de 2018
ISSN 2359-5086
NUTRIÇÃO CLÍNICA
Alimentos úmidos
como palatabilizantes:
como prescrever?
IMAGEM
O diagnóstico
por imagem na
avaliação das
otites em cães
e gatos
EUTANÁSIA
em pacientes
com câncer
QUANDO
INDICAR?
Pág. 36
NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA
Nutrição aplicada a
pacientes com câncer
Lívea Maria Gomes
Além do papel fundamental da dieta em suprir as
necessidades de energia e nutrientes essenciais, esta
pode influenciar na prevenção, patogênese, resposta
durante o tratamento (dietoterapia) e remissão do
câncer e de uma ampla variedade de outras doenças.
A evolução dos estudos em nutrigenômica e biolo-
gia molecular do câncer é fundamental, pois amplia
a compreensão da influência da dieta no processo da
carcinogênese, possibilitando o desenvolvimento de
estratégias terapêuticas nutricionais eficientes para
esses pacientes (Carciofi, 2009).
O papel da nutrição e a oferta de dietas formula-
das a partir do uso de nutrientes que possam exercer
efeito de promover a saúde, prevenir e dar suporte ao
tratamento de neoplasias varia com o tipo de tumor
e o estágio de progressão da doença e torna-se uma
ferramenta ainda mais importante para animais de
raças puras que tem predisposição ao câncer (Buffin-
gton et al., 2004).
A alimentação ideal do paciente oncológico, além
de ser balanceada,deve conter nutrientes disponíveis,
ser palatável e com consistência adequada facilitando
deglutição. Isto se dá porque ocorrem alterações no
sistema digestório como um todo, que resultam em
decréscimo no consumo de alimento, menor apro-
veitamento dos nutrientes,aumento das necessidades
energéticas e, consequentemente, deficiências nutri-
cionais, pior qualidade de vida, pior resposta ao tra-
tamento e expectativa de vida (Santos, 2009; Case et
al., 2011).
O manejo nutricional do paciente oncológico,
além de melhorar a qualidade de vida do animal,
prepara o sistema imunológico do mesmo para res-
ponder melhor ao tratamento e diminui a incidência
Pág. 37
de alterações metabólicas, funcionais e complicações
indesejáveis provenientes dele como, por exemplo,
inflamações de tecidos, ingestão inadequada de ali-
mentos, perda de peso, desnutrição e graves sequelas
nutricionais que podem levar a sérias debilidades e
morte antes mesmo da escolha da terapia adequada
(Ogilvie e Vail, 1990).
Durante a radioterapia e quimioterapia o uso de
suplementos nutricionais e nutracêuticos tem um
importante papel que garante adequado suporte nu-
tricional calórico e proteico, além de vitaminas, mi-
nerais e aminoácidos de melhor biodisponibilidade
que trabalhem em sinergismo auxiliando o tratamen-
to clínico e procedimentos terapêuticos aos quais os
pacientes serão submetidos.
A caquexia cancerosa é indubitavelmente a sín-
drome paraneoplásica mais comum em medicina ve-
terinária e caracteriza-se clinicamente por anorexia,
emaciação,perda de peso e massa muscular,fraqueza,
cansaço, mau desempenho, menor capacidade cica-
tricial e função imune comprometida (Antunes e
Moreno,2009;von Haehling et al.,2009).Ocorre em
aproximadamente 60% dos pacientes hospitalizados
(Baez et al., 2007) e quando comparados a pacientes
com neoplasias semelhantes, mas sem a síndrome,
resulta em maior sofrimento, diminuição da resposta
ao tratamento devido ao aumento da resposta e to-
xicidade a radiação, a cirurgia, a quimioterapia e aos
fármacos ou procedimentos auxiliares e consequen-
temente redução da qualidade e expectativa de vida
(Krishnaswamy, 1988; Ogilvie e Moore, 1995; Puc-
cio e Nathanson, 1997).
Devido à devastadora malignidade da doença e à
ação secundária de hormônios ou de citocinas (fator
de necrose tumoral, interleucina-1, interleucina- 6,
interferons alfa e gama) ocorrem profundas alterações
no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios,
resultando em perda involuntária e progressiva do
pesocorporaltantodetecidoadiposoquantodemassa
magra mesmo com a ingestão alimentar e entrada de
nutrientes adequada (Vail et al.,1990; Ogilvie,2004).
Carboidratos solúveis e fibras
Carboidratos solúveis podem aumentar os níveis
de insulina, e contribuem para um aumento na pro-
dução de lactato, piorando o quadro clínico. Assim,
devem ser limitados a 25% de carboidratos digestí-
veis na matéria seca dos alimentos sendo contraindi-
cado o uso de alimentos comerciais secos com altos
teores de amido para pacientes com câncer (Roude-
bush et al., 2004).
Fontes de fibras solúveis e insolúveis são impor-
tantes para ajudar na manutenção do funcionamento
intestinal, principalmente em animais submetidos à
quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. Roudebush
et al.(2004) recomendam níveis de fibra bruta maio-
res que 2,5% da matéria seca na ração.
Lipídeos
Em relação aos lipídeos, há uma diminuição na
lipogênese e um aumento na lipólise com aumento
de ácidos graxos livres, VLDL e lipoproteínas plas-
máticas no sangue. É interessante dizer que, diferen-
temente de carboidratos e proteínas, algumas células
tumorais podem ter dificuldades em utilizar os lipíde-
os como fonte de energia (Ristow, 2006). Alimentos
com teores relativamente altos de gorduras também
inibem a lipólise, degradação de proteínas muscu-
lares associadas com a caquexia e podem beneficiar
pacientes com câncer em comparação aos alimentos
ricos em carboidratos (Hansell et al., 1986;Ogilvie,
2004).
Ômega 3 - dha
Além de serem considerados nutrientes essenciais,
pois os cães e gatos não podem sintetizá-los, os áci-
dos graxos poli-insaturados da família ômega 3: áci-
dos alfalinolênico (ALA), eicosapentaenoico (EPA)
e docosaexaenoico (DHA), podem ter efeito antica-
quético e estar associados à redução da incidência de
câncer (Jho et al., 2002; Bauer, 2011; Gerber, 2012).
Os mecanismos epigenéticos antitumorais do
ômega 3, principalmente do EPA, incluem antian-
giogênese (evita crescimento anormal de vasos san-
guíneos em tumores e interrompe o suprimento de
sangue à massa cancerígena), ação tumoricida com
aumento do apoptose das células tumorais (Menge-
aud et al., 1992), inibição da proliferação de células
cancerígenas (tumorigênese) (Begin et al., 1985),
supressão da transformação neoplástica (Bartram,
Pág. 38
1993; Sun,2011) e aumento da expressão gênica de
supressores tumorais (Castro, 2013).
Nutrientes antioxidantes
O tratamento do câncer está associado ao aumen-
to do estresse oxidativo (Santos, 2009). O organismo
conta com muitos sistemas de defesa contra os da-
nos oxidativos que incluem enzimas dependentes de
minerais (superóxido dismutase,catalase e glutationa
peroxidase), proteínas com propriedades antioxidan-
tes e os antioxidantes de baixo peso molecular, como
a vitamina C (ácido ascórbico), vitamina E (tocofe-
rol) e carotenoides,além de outros compostos produ-
zidos endogenamente ou adquiridos dos alimentos
(Cavalheiro et al., 1999; Zaine et al. 2014).
Dentre antioxidantes adquiridos pela dieta, os
mais comumente encontrados nos alimentos são a
vitamina E, vitamina C (também produzida endo-
genamente), carotenoides, oligoelementos (minerais
cobre, ferro, zinco, selênio e manganês), flavonoides,
dentre outros (Pham-huy et al., 2008).
Carotenoides
Tanto os carotenoides precursores de vitamina A
(betacaroteno) como os não precursores, como a lu-
teína, a zeaxantina e o licopeno, parecem apresentar
ação protetora contra o câncer, sendo que os possí-
veis mecanismos de proteção são por intermédio do
sequestro de radicais livres, modulação do metabo-
lismo do carcinoma, inibição da proliferação celular,
aumento da diferenciação celular via retinoides, esti-
mulação da comunicação entre as células e aumento
da resposta imune (Stahl e Sies, 2003; Chew e Park,
2004; Ambrósio et al., 2006).
O consumo de carotenoides na alimentação tem
estreita relação com a redução na incidência de câncer
em algumas populações humanas (Hughes, 1999),
Massimino et al. 2003 demonstraram os efeitos an-
titumorais em humanos que consumiam dietas ricas
em beta-caroteno e expressavam baixa incidência de
cânceres de pulmão e mama.
Também tem sido demonstrada a atuação dos
carotenoides como a luteína na imunidade tumoral
a partir de mecanismos envolvidos no aumento da
apoptose de células tumorais, diminuição da apopto-
se de leucócitos sanguíneos, angiogênese e regulação
gênica (Park et al., 1998; Chew e Park, 2004).
Proteínas e aminoácidos
Os níveis de proteína para animais com neoplasia
devem exceder os indicados para a manutenção de
animais adultos desde que as funções renal e hepá-
tica estejam adequadas, pois possuem alterações no
metabolismo proteico e podem sofrer perda de massa
magra muscular (Ogilvie e Marks, 2000; Carciofi e
Brunetto, 2008; Saker e Selting, 2010). Os níveis de
proteína devem ser 30 a 45% da matéria seca de ali-
mentos para cães,e 40 a 50% para gatos com neopla-
sia (Roudebush et al., 2004).
Quando os níveis de proteína da dieta são meno-
res do que as necessidades de manutenção, o tumor
pode utilizar os aminoácidos como fonte de energia
através da desaminação oxidativa. Em um estudo re-
alizado por Ogilvie et al. (1988),os cães com linfoma
apresentaram reduções significativas nas concen-
trações plasmáticas de treonina, glutamina, glicina,
valina, cistina e arginina, mas com níveis significa-
tivamente aumentados de isoleucina e fenilalanina,
quando comparados com cães normais. A correção
de algumas anormalidades nos níveis de aminoácidos
pode ter um impacto clínico profundo.
Segundo Hand et al. 2000, o crescimento de al-
guns tumores requer a presença de metionina, por-
tanto, a substituição desta pelo seu precursor, a ho-
mocisteína pode diminuir a proliferação das células
cancerígenas. Similarmente a asparagina é necessária
para o crescimento de linfomas e o uso de L-aspara-
ginase pode auxiliar na remissão destes tumores. A
glicina pode reduzir a toxicidade de alguns quimio-
terápicos.
Arginina
A arginina é um aminoácido essencial e segundo
Ogilvie (2004), a suplementação com arginina me-
lhorou a função imune dos animais deficientes neste
aminoácido. Além disso, quando adicionada a solu-
ções parenterais,reduz o crescimento tumoral e o ín-
dice metastático em modelos tumorais com roedores
(Ye et al., 1992). Um aumento do nível de arginina
influencia nos sinais clínicos, na qualidade de vida e
Pág. 39
ERRATA: Na edição 38 (Fevereiro/2018) erramos ao inserir
abaixo do nome de Lívea Maria Gomes a formação médica-
veterinária. Sua graduação é em zootecnia.
CONFIRA AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NO CONTEÚDO ONLINE COMPLEMENTAR EM
WWW.REVISTAVETSCIENCE.COM.BR
OU NO APP REVISTA VETSCIENCE
LÍVEA MARIA GOMES
Zootecnista
Formada pela FZEA-USP (Pirassununga/SP),
pós-graduada em Controle de Qualidade na
Indústria de Alimentos pela Universidade
de Sorocaba (Sorocaba/SP) e mestre em
Nutrição e Produção Animal pela FMVZ-UNESP
(Botucatu/SP) - Departamento de Nutrição da
König do Brasil LTDA
no tempo de sobrevida de cães com câncer (Oglive
et al., 2000). O mecanismo exato através do qual a
arginina beneficia os pacientes com câncer não é co-
nhecido,mas segundo Roudebush et al.(2004) inclui
modulação da resposta imune ou alteração na respos-
ta neuroendócrina. O nível dietético mínimo eficaz
de arginina ainda não foi definido para pacientes com
câncer,porém,baseando-se em estudos realizados em
outras espécies,Ogilvie e Marks (2000) recomendam
níveis superiores a 2% da base de matéria seca.
Glutamina
A glutamina é o aminoácido não essencial livre
mais abundante no plasma. Tem a função de otimi-
zar o balanço nitrogenado e manter a síntese proteica
muscular, além de ser uma fonte energética impor-
tante para os enterócitos, macrófagos, linfócitos e
demais células do sistema imunológico (Albertini e
Ruiz, 2001).
Apesar de poder ser sintetizado pelo organismo,
desde que hajam nutrientes suficientes, os níveis sé-
ricos podem ser reduzidos em alguns estados fisio-
patológicos como em pacientes oncológicos devido a
grande demanda metabólica,tornando-a um amino-
ácido essencial que deve ser suplementado na dieta
(Yoshida et al., 2001; Neu et al., 2002).
A imunonutrição com a glutamina para o pacien-
te oncológico está associada a diversos mecanismos
de ação incluindo a preservação da integridade da
mucosa e epitélio, preservação da absorção e perme-
abilidade de nutrientes e equilíbrio eletrolítico no
intestino, diminuindo assim a perda de peso corpo-
ral e o catabolismo de massa muscular, reduzindo o
crescimento bacteriano e infecções inclusive no pós-
-operatório em cirurgias gastrointestinais, além da
ação antioxidante devido ao aumento da glutationa
peroxidase (Abrahão e Machado, 2014).
Derivados da parede celular de leveduras
Beta glucanos
Além de auxiliar na resposta contra infecções, os
beta-glucanos agem como adjuvantes na terapia an-
titumoral, seu consumo a longo prazo pode reduzir
a incidência de neoplasias e quando usado como ad-
juvante na terapia pode ajudar a melhorar a resposta
dos pacientes contra os efeitos colaterais da quimio-
terapia e radioterapia (Aleem, 2013). Em humanos
com neoplasia malignas recebendo quimioterapia, o
beta-glucanos proporcionam um melhor bem-estar,
além de melhorar a saúde e hematopoiese (Weitberg,
2008).
Oliveira et al. (2017) avaliaram as respostas he-
matológicas e bioquímicas clínicas de cadelas com
neoplasia mamária maligna após a mastectomia
que estavam recebendo tratamento quimioterápico
e concomitantemente receberam suplementação de
um composto comercial contendo Saccharomyces ce-
revisiae, mananoligossacarídeos e nutracêuticos. As
cadelas em tratamento que receberam o imunoesti-
mulante apresentaram melhor condição clínica, tra-
duzida por ganho de peso, com redução de efeitos
adversos à quimioterapia quando comparadas as que
passaram pelo mesmo tratamento e não receberam
suplementação.
Conclusão
O suporte nutricional adequado tem grande im-
portância para a prevenção,melhor resposta do orga-
nismo dos pacientes frente ao tratamento do câncer e
manutenção da qualidade de vida dos mesmos.Deve
ser feito considerando o estado nutricional, doenças
concomitantes,alterações metabólicas e falhas no sis-
tema imune.
Pág. 6
NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA
ARTIGO:
Nutrição aplicada
a pacientes com câncer
Autora: Lívea Maria Gomes
Zootecnista formada pela FZEA-USP (Pirassununga/SP), pós-
graduada em Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos
pela Universidade de Sorocaba (Sorocaba/SP) e mestre em
Nutrição e Produção Animal pela FMVZ-UNESP (Botucatu/SP) -
Departamento de Nutrição da König do Brasil LTDA
ABRAHÃO, S.A.B.; MACHADO, E. C. Suplementação de Glutamina
no Tratamento de Pacientes com Câncer: uma revisão bibliográfi-
ca. Estudos, v. 41, n. 2, p. 215-222, 2014.
ALBERTINI, S.M.; RUIZ, M.A. O papel da glutamina na terapia nu-
tricional do trans¬plante de medula óssea. Revista Brasileira de
Hematologia e Hemoterapia, São José do Rio Preto, v. 23, n. 1,
p. 41-47, 2001.
ALEEM, E. β-Glucans and their applications in cancer therapy: fo-
cus on human studies. Anti-Cancer Agents in Medicinal Chemis-
try, Amsterdam, v. 13, n. 5, p. 709-719, 2013.
AMBRÓSIO, C.L.B.; CAMPOS, F.A.C.S.; FARO, Z.P. Carotenóides
como alternativa contra a hipovitaminose A. Revista de Nutrição,
Campinas, v. 19, n. 2, p. 233- 243, 2006.
ANTUNES, M.I.P.P.; MORENO, K. Manejo da caquexia paraneo-
plásica em cães e gatos. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoo-
logia da UNIPAR, v. 12, n. 2, p. 157-162, 2009.
BAEZ, J. L. et al. A prospective investigation of the prevalence
and prognostic significance of weight loss and changes in body
condition in feline cancer patients. Journal of feline medicine and
surgery, v. 9, n. 5, p. 411-417, 2007.
BAUER, J. E. Therapeutic use of fish oils in companion animals.
Journal of the American Veterinary Medical Association, Ithaca, v.
239, n. 11, p. 1441-1451, 2011.
BARTRAM, H.P. et al. Effects of fish oil on rectal cell proliferation,
mucosal fatty acids, and prostaglandin E2 release in healthy sub-
jects. Gastroenterology, v. 105, n. 5, p. 1317-1322, 1993.
BEGIN, M. E. et al. Selective killing of human cancer cells by poly-
unsaturated fatty acids. Prostaglandins Leukot Med, v. 19, p.
177, 1985.
BUFFINGTON, C.A.T. et al. Manual of veterinary dietetics. WB
SaundersElsevier Science, 2004.
CASE,L.P.etal.CanineandFelineNutrition-E-Book:AResourcefor
CompanionAnimalProfessionals.ElsevierHealthSciences,2010.
CASTRO, R.C.B. Efeito do ácido docosahexaenoico (DHA) sobre
eventos epigenéticos em diferentes linhagens de câncer de
mama. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
CARCIOFI, A.B.; BRUNETTO, M.A. Alterações metabólicas e Mane-
jo Nutricional do Paciente com Câncer. Em: Oncologia em Cães e
Gatos. São Paulo, Roca, 2008. P.565-597.
CARCIOFI, A.C. et al. Suporte nutricional parenteral no paciente
crítico. Clínica Veterinária, n.78, p. 52-60, 2009.
CAVALHEIRO, R. et al. Testes preliminares de crescimento com
uma cepa da microalga produtora de astaxantina Haematococ-
cus Pluvialis (Chlorophyceae, Volvocales). Notas técnicas Faci-
mar, Itajaí, v. 3, n. 1, p. 73-77,1999.
CHEW, B. P.; PARK, J. S. Carotenoid action on the immune re-
sponse.JournalofNutrition,Bethesda,v.134,n.1,p.257S-261S,
2004.
GERBER, M. Omega-3 fatty acids and cancers: a systematic up-
date review of epidemiological studies. British Journal of Nutri-
tion, v. 107, n. S2, p. S228-S239, 2012.
EDIÇÃO 39
Referências
bibliográficas
Pág. 7
HAND, M.S; et al. Nutrición clínica en pequeños animals. 4ª ed.
Buenos Aires: Editorial Inter-Médica. 2000.1368p.
HANSELL, D. T. et al. The oxidation of body fuel stores in cancer
patients. Annals of surgery, v. 204, n. 6, p. 637, 1986.
HENNEKENS, C.H. Antioxidant vitamins and cancer. The Ameri-
can journal of medicine, v. 97, n. 3, p. S2-S4, 1994.
HUGHES, D. A. Effects of carotenoids on human immune func-
tion. Proceedings of the Nutrition Society, London, v. 58, n. 3, p.
713-718, 1999.
JHO, D. H. et al. Eicosapentaenoic acid supplementation reduces
tumor volume and attenuates cachexia in a rat model of progres-
sive non‐metastasizing malignancy. Journal of Parenteral and En-
teral Nutrition, v. 26, n. 5, p. 291-297, 2002.
KRISHNASWAMY, K. Effects of malnutrition on drug metabolism
and toxicity in humans. Nutritional Toxicology, v. 2, p. 325, 1988.
MASSIMINO S. et al. Effects of age and dietary beta-carotene on
immunological variables in dogs. Journal of Veterinary Internal
Medicine, v. 17, n. 6, p. 835-842, 2003.
MENGEAUD, V. et al. Effects of eicosapentaenoic acid, gam-
ma-linolenic acid and prostaglandin E1 on three human collon
carcinoma cell lines. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids, v.
47, p. 313,1992.
NEU, J.; DEMARCO, V.; LI, N. Glutamine: clinical applications and
mechanisms of action. Current Opinion in Clinical Nutrition Meta-
bolic Care, v. 5, p. 69-75, 2002.
OGILVIE, G. K. Síndromes paraneoplásicas. In: ETTINGER, S. J.;
FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária- doenças
do cão e do gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004. p. 529-537.
OGILVIE, G.K.; MARKS, S.L. Cancer. In: HAND, M. S. et al. Small
animal clinical nutrition. 4. ed. Kansas: Mark Morris Institute To-
peka, 2000. p. 1035-1052.
OGILVIE, G.K.; MOORE, A.S. Paraneoplastic syndromes. In: TREN-
TON, N. J. Managing the veterinary cancer patient: a practice
manual. Veterinary earning Systems, 1995. p.197-222.
OGILVIE, G.K.; VAIL,D. M. Nutrition and cancer: recent develop-
ments. Clinical management of the cancer patient. Veterinary
Clinics of North America, v. 20, p.1, 1990.
OGILVIE, G. K.; VAIL, D. M.; WHEELER, S. L. Alterations in fat and
protein metabolism in dogs with cancer. Proceedings of Veteri-
nary Cancer Society, Estes Pack, 1998. p. 31.
OGILVIE, G. K. et al. Effect of fish oil, arginine, and doxorubicin
chemotherapy on remission and survival time for dogs with lym-
phoma. Cancer, v. 88, n. 8, p. 1916-1928, 2000.
OLIVEIRA, V.F. et al. Suplementação com imunoestimulante em
cadelas com neoplasia mamária maligna: aspectos hematológi-
cos e bioquímicos. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 37, n. 4, p.
346-354, 2017.
PARK, J. S.; CHEW, B. P.; WONG, T. S. Dietary lutein from marigold
extract inhibits mammary tumor development in BALB/c mice.
Journal of Nutrition, Bethesda, v. 28, n. 10, p. 1650-1656, 1998.
PHAM-HUY, L. A.; HE, H.; PHAM-HUY, C. Free radicals, antioxidants
in diseases and health. International Journal of Biomedical Sci-
ence, Pomona, v. 4, n. 2, p. 89- 96, 2008.
PUCCIO, M.; NATHANSON, L. The cancer cachexia syndrome.
Seminars in oncology, v. 24, p.277, 1997.
RISTOW,M.Oxidativemetabolismincancergrowth.CurrentOpinion
in Clinical Nutrition & Metabolic Care, v. 9, n. 4, p. 339-345, 2006.
ROUDEBUSH, P.; DAVENPORT, D. J.; NOVOTNY, B. J. The use of
nutraceuticals in cancer therapy. The Veterinary Clinics - Small
Animall Practice, v. 34, p. 249-269, 2004.
SAKER, K. E.; SELTING, K. A. Cancer In: Hand MS, Thatcher CD,
Remillard RL, et al, eds. Small Animal Clinical Nutrition, p. 587-
607, 2010.
SANTOS, S.B. O efeito da vitamina E e do selênio na prevenção da
mucosite em pacientes com tumores malignos nas vias aerodi-
gestivas superiores submetidos a radioterapia, concomitante-
mente ou não com quimioterapia. 2009. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo.
STAHL, W.; SIES, H. Antioxidant activity of carotenoids. Molecular
Aspects of Medicine, Oxford, v. 24, n. 6, p. 345-351, 2003.
SUN, H. et al. Omega-3 fatty acids induce apoptosis in human
breast cancer cells and mouse mammary tissue through syn-
decan-1 inhibition of the MEK-Erk pathway. Carcinogenesis, v. 32,
n. 10, p. 1518-1524, 2011.
VAIL, D. M. et al. Exacerbation of hyperlactatemia by infusion of
lactated Ringer´s solution in dogs with lymphoma. Journal of Vet-
erinary internal Medicine, v. 4, n.1, p. 228- 231, 1990.
VON HAEHLING, S. et al. Cardiac cachexia: a systematic overview.
Pharmacology & therapeutics, v. 121, n. 3, p. 227-252, 2009.
YE, S. L. et al. Tumor and host response to arginine and branched
chain amino acid-enriched total parenteral nutrition. Cancer, v.
69, p. 261-270, 1992.
YOSHIDA, S. et al. Glutamine supplementation in câncer patients.
Nutrition, v.17, p. 466-468, 2001.
WEITBERG, A. B. A phase I/II trial of beta-(1,3)/(1,6) D-glucan in
the treatment of patients with advanced malignancies receiving
chemotherapy. Journal of Experimental & Clinical Cancer Re-
search, Roma, v. 27, n. 40, p. 1-4, 2008.
ZAINE, L. et al. Nutracêuticos imunomoduladores com potencial
uso clínico para cães e gatos. Semina: Ciências Agrárias, v. 35,
n. 4, 2014.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Humaniza SUS marco teorico
Humaniza SUS marco teoricoHumaniza SUS marco teorico
Humaniza SUS marco teoricoferaps
 
O papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de Mama
O papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de MamaO papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de Mama
O papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de MamaLuis Dantas
 
Aconselhamento alimentar na dislipidemia
Aconselhamento alimentar na dislipidemiaAconselhamento alimentar na dislipidemia
Aconselhamento alimentar na dislipidemiaCláudia Sofia
 
Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdf
Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdfEstágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdf
Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdfArlenoFavacho2
 
Política de saúde no Brasil
Política de saúde no Brasil Política de saúde no Brasil
Política de saúde no Brasil Ismael Costa
 
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA AlexsandraFabre1
 
Função dos nutrientes 1
Função dos nutrientes 1Função dos nutrientes 1
Função dos nutrientes 1zfatima123
 
Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.
Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.
Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.Lucas Fontes
 
Alimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças Crônica
Alimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças CrônicaAlimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças Crônica
Alimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças Crônicacipasap
 
Quais são as principais doenças não transmissíveis?
Quais são as principais doenças não transmissíveis?Quais são as principais doenças não transmissíveis?
Quais são as principais doenças não transmissíveis?Paulo Martins
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Sanny Pereira
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágiocristiane1981
 
Nutrição e Saúde Mental
Nutrição e Saúde MentalNutrição e Saúde Mental
Nutrição e Saúde Mentalpetsmufrn
 

Mais procurados (20)

Dietoterapia doenças gastro intestinais
Dietoterapia doenças gastro intestinaisDietoterapia doenças gastro intestinais
Dietoterapia doenças gastro intestinais
 
Palestra educação nutricional
Palestra educação nutricionalPalestra educação nutricional
Palestra educação nutricional
 
Humaniza SUS marco teorico
Humaniza SUS marco teoricoHumaniza SUS marco teorico
Humaniza SUS marco teorico
 
O papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de Mama
O papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de MamaO papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de Mama
O papel dos Alimentos Funcionais na Prevenção e Controle do Câncer de Mama
 
Aconselhamento alimentar na dislipidemia
Aconselhamento alimentar na dislipidemiaAconselhamento alimentar na dislipidemia
Aconselhamento alimentar na dislipidemia
 
Antineoplásicos
AntineoplásicosAntineoplásicos
Antineoplásicos
 
Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdf
Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdfEstágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdf
Estágio em Nutrição e Saúde Coletiva.pdf
 
Política de saúde no Brasil
Política de saúde no Brasil Política de saúde no Brasil
Política de saúde no Brasil
 
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
 
Função dos nutrientes 1
Função dos nutrientes 1Função dos nutrientes 1
Função dos nutrientes 1
 
Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.
Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.
Dietoterapia de pacientes oncológicos - No Caminho da Enfermagem - Lucas Fontes.
 
10. quimioterápicos 20 e 21 maio
10. quimioterápicos 20 e 21 maio 10. quimioterápicos 20 e 21 maio
10. quimioterápicos 20 e 21 maio
 
NUTRIÇÃO NO IDOSO
NUTRIÇÃO NO IDOSONUTRIÇÃO NO IDOSO
NUTRIÇÃO NO IDOSO
 
Alimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças Crônica
Alimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças CrônicaAlimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças Crônica
Alimimentação E Nutrição Na Prevenção de Doenças Crônica
 
Nutrição esportiva
Nutrição esportivaNutrição esportiva
Nutrição esportiva
 
Slides
SlidesSlides
Slides
 
Quais são as principais doenças não transmissíveis?
Quais são as principais doenças não transmissíveis?Quais são as principais doenças não transmissíveis?
Quais são as principais doenças não transmissíveis?
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágio
 
Nutrição e Saúde Mental
Nutrição e Saúde MentalNutrição e Saúde Mental
Nutrição e Saúde Mental
 

Semelhante a Nutrição aplicada a pacientes com câncer

Release Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria PaschoalRelease Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria Paschoalforumdealimetacao
 
EXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptx
EXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptxEXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptx
EXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptxjohnjesus8
 
Importância da suplementação proteica e micronutrientes
Importância da suplementação proteica e micronutrientesImportância da suplementação proteica e micronutrientes
Importância da suplementação proteica e micronutrientesProdiet Nutrição Clínica
 
Metainflamação ou síndrome metabólica.pptx
Metainflamação ou síndrome metabólica.pptxMetainflamação ou síndrome metabólica.pptx
Metainflamação ou síndrome metabólica.pptxAndrPintolemosdefari
 
11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...
11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...
11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...Glorinha E David
 
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionaisNra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionaisEric Liberato
 
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica
Consenso Nacional de Nutrição OncológicaConsenso Nacional de Nutrição Oncológica
Consenso Nacional de Nutrição OncológicaCíntia Costa
 
Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...
Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...
Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...Van Der Häägen Brazil
 
Imunonutrição em pacientes com sepse
Imunonutrição em pacientes com sepseImunonutrição em pacientes com sepse
Imunonutrição em pacientes com sepseAna Carolina Teixeira
 
Cancer de próstata
Cancer de próstataCancer de próstata
Cancer de próstataTassiaCF
 
46 tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos
46   tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos46   tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos
46 tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativosONCOcare
 
Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...
Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...
Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...Victor Moraes
 
Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentar
Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentarRadicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentar
Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentarvirtuu666
 

Semelhante a Nutrição aplicada a pacientes com câncer (20)

Livro oncologia alta
Livro oncologia altaLivro oncologia alta
Livro oncologia alta
 
Oncologia
OncologiaOncologia
Oncologia
 
Release Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria PaschoalRelease Palestra Dra Valéria Paschoal
Release Palestra Dra Valéria Paschoal
 
EXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptx
EXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptxEXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptx
EXERCICIO FÍSICO ALIADO PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS COM CÂNCER-1.pptx
 
Seminário Ortomolecular
Seminário OrtomolecularSeminário Ortomolecular
Seminário Ortomolecular
 
486
486486
486
 
Importância da suplementação proteica e micronutrientes
Importância da suplementação proteica e micronutrientesImportância da suplementação proteica e micronutrientes
Importância da suplementação proteica e micronutrientes
 
S alimentar
S alimentarS alimentar
S alimentar
 
Metainflamação ou síndrome metabólica.pptx
Metainflamação ou síndrome metabólica.pptxMetainflamação ou síndrome metabólica.pptx
Metainflamação ou síndrome metabólica.pptx
 
11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...
11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...
11 revisao-de-literatura-uso-de-prebioticos-probioticos-e-simbioticos-nos-pre...
 
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionaisNra   aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
Nra aula 1 - reforço - artigo alimentos funcionais
 
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica
Consenso Nacional de Nutrição OncológicaConsenso Nacional de Nutrição Oncológica
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica
 
Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...
Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...
Fisiopatologia síndrome metabólica resistência insulina papéis etiológicos ce...
 
Clorofila
ClorofilaClorofila
Clorofila
 
Imunonutrição em pacientes com sepse
Imunonutrição em pacientes com sepseImunonutrição em pacientes com sepse
Imunonutrição em pacientes com sepse
 
Nutricao e avc_artigo
Nutricao e avc_artigoNutricao e avc_artigo
Nutricao e avc_artigo
 
Cancer de próstata
Cancer de próstataCancer de próstata
Cancer de próstata
 
46 tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos
46   tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos46   tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos
46 tratamento da caquexia no paciente em cuidados paliativos
 
Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...
Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...
Oxidação lipídica em alimentos e sistemas biológicos mecanismos gerais e impl...
 
Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentar
Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentarRadicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentar
Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta alimentar
 

Mais de Lívea Maria Gomes

O uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatos
O uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatosO uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatos
O uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatosLívea Maria Gomes
 
Nutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota IntestinalNutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota IntestinalLívea Maria Gomes
 
Otite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatosOtite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatosLívea Maria Gomes
 
Copa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANO
Copa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANOCopa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANO
Copa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANOLívea Maria Gomes
 
Platinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítima
Platinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítimaPlatinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítima
Platinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítimaLívea Maria Gomes
 
Os benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idosos
Os benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idososOs benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idosos
Os benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idososLívea Maria Gomes
 

Mais de Lívea Maria Gomes (6)

O uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatos
O uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatosO uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatos
O uso da Clorexidina no tratamento de dermatopatias em cães e gatos
 
Nutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota IntestinalNutrindo a Microbiota Intestinal
Nutrindo a Microbiota Intestinal
 
Otite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatosOtite Externa em cães e gatos
Otite Externa em cães e gatos
 
Copa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANO
Copa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANOCopa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANO
Copa do Mundo, Comportamento Animal e o TRIPTOFANO
 
Platinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítima
Platinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítimaPlatinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítima
Platinosomose em Gatos - Quando o caçador vira vítima
 
Os benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idosos
Os benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idososOs benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idosos
Os benefícios do ÔMEGA 3 e DHA para o cérebro de cães e gatos idosos
 

Nutrição aplicada a pacientes com câncer

  • 1. CIÊNCIA, GESTÃO E MERCADO Nº 39 Março de 2018 ISSN 2359-5086 NUTRIÇÃO CLÍNICA Alimentos úmidos como palatabilizantes: como prescrever? IMAGEM O diagnóstico por imagem na avaliação das otites em cães e gatos EUTANÁSIA em pacientes com câncer QUANDO INDICAR?
  • 2. Pág. 36 NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA Nutrição aplicada a pacientes com câncer Lívea Maria Gomes Além do papel fundamental da dieta em suprir as necessidades de energia e nutrientes essenciais, esta pode influenciar na prevenção, patogênese, resposta durante o tratamento (dietoterapia) e remissão do câncer e de uma ampla variedade de outras doenças. A evolução dos estudos em nutrigenômica e biolo- gia molecular do câncer é fundamental, pois amplia a compreensão da influência da dieta no processo da carcinogênese, possibilitando o desenvolvimento de estratégias terapêuticas nutricionais eficientes para esses pacientes (Carciofi, 2009). O papel da nutrição e a oferta de dietas formula- das a partir do uso de nutrientes que possam exercer efeito de promover a saúde, prevenir e dar suporte ao tratamento de neoplasias varia com o tipo de tumor e o estágio de progressão da doença e torna-se uma ferramenta ainda mais importante para animais de raças puras que tem predisposição ao câncer (Buffin- gton et al., 2004). A alimentação ideal do paciente oncológico, além de ser balanceada,deve conter nutrientes disponíveis, ser palatável e com consistência adequada facilitando deglutição. Isto se dá porque ocorrem alterações no sistema digestório como um todo, que resultam em decréscimo no consumo de alimento, menor apro- veitamento dos nutrientes,aumento das necessidades energéticas e, consequentemente, deficiências nutri- cionais, pior qualidade de vida, pior resposta ao tra- tamento e expectativa de vida (Santos, 2009; Case et al., 2011). O manejo nutricional do paciente oncológico, além de melhorar a qualidade de vida do animal, prepara o sistema imunológico do mesmo para res- ponder melhor ao tratamento e diminui a incidência
  • 3. Pág. 37 de alterações metabólicas, funcionais e complicações indesejáveis provenientes dele como, por exemplo, inflamações de tecidos, ingestão inadequada de ali- mentos, perda de peso, desnutrição e graves sequelas nutricionais que podem levar a sérias debilidades e morte antes mesmo da escolha da terapia adequada (Ogilvie e Vail, 1990). Durante a radioterapia e quimioterapia o uso de suplementos nutricionais e nutracêuticos tem um importante papel que garante adequado suporte nu- tricional calórico e proteico, além de vitaminas, mi- nerais e aminoácidos de melhor biodisponibilidade que trabalhem em sinergismo auxiliando o tratamen- to clínico e procedimentos terapêuticos aos quais os pacientes serão submetidos. A caquexia cancerosa é indubitavelmente a sín- drome paraneoplásica mais comum em medicina ve- terinária e caracteriza-se clinicamente por anorexia, emaciação,perda de peso e massa muscular,fraqueza, cansaço, mau desempenho, menor capacidade cica- tricial e função imune comprometida (Antunes e Moreno,2009;von Haehling et al.,2009).Ocorre em aproximadamente 60% dos pacientes hospitalizados (Baez et al., 2007) e quando comparados a pacientes com neoplasias semelhantes, mas sem a síndrome, resulta em maior sofrimento, diminuição da resposta ao tratamento devido ao aumento da resposta e to- xicidade a radiação, a cirurgia, a quimioterapia e aos fármacos ou procedimentos auxiliares e consequen- temente redução da qualidade e expectativa de vida (Krishnaswamy, 1988; Ogilvie e Moore, 1995; Puc- cio e Nathanson, 1997). Devido à devastadora malignidade da doença e à ação secundária de hormônios ou de citocinas (fator de necrose tumoral, interleucina-1, interleucina- 6, interferons alfa e gama) ocorrem profundas alterações no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, resultando em perda involuntária e progressiva do pesocorporaltantodetecidoadiposoquantodemassa magra mesmo com a ingestão alimentar e entrada de nutrientes adequada (Vail et al.,1990; Ogilvie,2004). Carboidratos solúveis e fibras Carboidratos solúveis podem aumentar os níveis de insulina, e contribuem para um aumento na pro- dução de lactato, piorando o quadro clínico. Assim, devem ser limitados a 25% de carboidratos digestí- veis na matéria seca dos alimentos sendo contraindi- cado o uso de alimentos comerciais secos com altos teores de amido para pacientes com câncer (Roude- bush et al., 2004). Fontes de fibras solúveis e insolúveis são impor- tantes para ajudar na manutenção do funcionamento intestinal, principalmente em animais submetidos à quimioterapia, radioterapia ou cirurgia. Roudebush et al.(2004) recomendam níveis de fibra bruta maio- res que 2,5% da matéria seca na ração. Lipídeos Em relação aos lipídeos, há uma diminuição na lipogênese e um aumento na lipólise com aumento de ácidos graxos livres, VLDL e lipoproteínas plas- máticas no sangue. É interessante dizer que, diferen- temente de carboidratos e proteínas, algumas células tumorais podem ter dificuldades em utilizar os lipíde- os como fonte de energia (Ristow, 2006). Alimentos com teores relativamente altos de gorduras também inibem a lipólise, degradação de proteínas muscu- lares associadas com a caquexia e podem beneficiar pacientes com câncer em comparação aos alimentos ricos em carboidratos (Hansell et al., 1986;Ogilvie, 2004). Ômega 3 - dha Além de serem considerados nutrientes essenciais, pois os cães e gatos não podem sintetizá-los, os áci- dos graxos poli-insaturados da família ômega 3: áci- dos alfalinolênico (ALA), eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA), podem ter efeito antica- quético e estar associados à redução da incidência de câncer (Jho et al., 2002; Bauer, 2011; Gerber, 2012). Os mecanismos epigenéticos antitumorais do ômega 3, principalmente do EPA, incluem antian- giogênese (evita crescimento anormal de vasos san- guíneos em tumores e interrompe o suprimento de sangue à massa cancerígena), ação tumoricida com aumento do apoptose das células tumorais (Menge- aud et al., 1992), inibição da proliferação de células cancerígenas (tumorigênese) (Begin et al., 1985), supressão da transformação neoplástica (Bartram,
  • 4. Pág. 38 1993; Sun,2011) e aumento da expressão gênica de supressores tumorais (Castro, 2013). Nutrientes antioxidantes O tratamento do câncer está associado ao aumen- to do estresse oxidativo (Santos, 2009). O organismo conta com muitos sistemas de defesa contra os da- nos oxidativos que incluem enzimas dependentes de minerais (superóxido dismutase,catalase e glutationa peroxidase), proteínas com propriedades antioxidan- tes e os antioxidantes de baixo peso molecular, como a vitamina C (ácido ascórbico), vitamina E (tocofe- rol) e carotenoides,além de outros compostos produ- zidos endogenamente ou adquiridos dos alimentos (Cavalheiro et al., 1999; Zaine et al. 2014). Dentre antioxidantes adquiridos pela dieta, os mais comumente encontrados nos alimentos são a vitamina E, vitamina C (também produzida endo- genamente), carotenoides, oligoelementos (minerais cobre, ferro, zinco, selênio e manganês), flavonoides, dentre outros (Pham-huy et al., 2008). Carotenoides Tanto os carotenoides precursores de vitamina A (betacaroteno) como os não precursores, como a lu- teína, a zeaxantina e o licopeno, parecem apresentar ação protetora contra o câncer, sendo que os possí- veis mecanismos de proteção são por intermédio do sequestro de radicais livres, modulação do metabo- lismo do carcinoma, inibição da proliferação celular, aumento da diferenciação celular via retinoides, esti- mulação da comunicação entre as células e aumento da resposta imune (Stahl e Sies, 2003; Chew e Park, 2004; Ambrósio et al., 2006). O consumo de carotenoides na alimentação tem estreita relação com a redução na incidência de câncer em algumas populações humanas (Hughes, 1999), Massimino et al. 2003 demonstraram os efeitos an- titumorais em humanos que consumiam dietas ricas em beta-caroteno e expressavam baixa incidência de cânceres de pulmão e mama. Também tem sido demonstrada a atuação dos carotenoides como a luteína na imunidade tumoral a partir de mecanismos envolvidos no aumento da apoptose de células tumorais, diminuição da apopto- se de leucócitos sanguíneos, angiogênese e regulação gênica (Park et al., 1998; Chew e Park, 2004). Proteínas e aminoácidos Os níveis de proteína para animais com neoplasia devem exceder os indicados para a manutenção de animais adultos desde que as funções renal e hepá- tica estejam adequadas, pois possuem alterações no metabolismo proteico e podem sofrer perda de massa magra muscular (Ogilvie e Marks, 2000; Carciofi e Brunetto, 2008; Saker e Selting, 2010). Os níveis de proteína devem ser 30 a 45% da matéria seca de ali- mentos para cães,e 40 a 50% para gatos com neopla- sia (Roudebush et al., 2004). Quando os níveis de proteína da dieta são meno- res do que as necessidades de manutenção, o tumor pode utilizar os aminoácidos como fonte de energia através da desaminação oxidativa. Em um estudo re- alizado por Ogilvie et al. (1988),os cães com linfoma apresentaram reduções significativas nas concen- trações plasmáticas de treonina, glutamina, glicina, valina, cistina e arginina, mas com níveis significa- tivamente aumentados de isoleucina e fenilalanina, quando comparados com cães normais. A correção de algumas anormalidades nos níveis de aminoácidos pode ter um impacto clínico profundo. Segundo Hand et al. 2000, o crescimento de al- guns tumores requer a presença de metionina, por- tanto, a substituição desta pelo seu precursor, a ho- mocisteína pode diminuir a proliferação das células cancerígenas. Similarmente a asparagina é necessária para o crescimento de linfomas e o uso de L-aspara- ginase pode auxiliar na remissão destes tumores. A glicina pode reduzir a toxicidade de alguns quimio- terápicos. Arginina A arginina é um aminoácido essencial e segundo Ogilvie (2004), a suplementação com arginina me- lhorou a função imune dos animais deficientes neste aminoácido. Além disso, quando adicionada a solu- ções parenterais,reduz o crescimento tumoral e o ín- dice metastático em modelos tumorais com roedores (Ye et al., 1992). Um aumento do nível de arginina influencia nos sinais clínicos, na qualidade de vida e
  • 5. Pág. 39 ERRATA: Na edição 38 (Fevereiro/2018) erramos ao inserir abaixo do nome de Lívea Maria Gomes a formação médica- veterinária. Sua graduação é em zootecnia. CONFIRA AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NO CONTEÚDO ONLINE COMPLEMENTAR EM WWW.REVISTAVETSCIENCE.COM.BR OU NO APP REVISTA VETSCIENCE LÍVEA MARIA GOMES Zootecnista Formada pela FZEA-USP (Pirassununga/SP), pós-graduada em Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos pela Universidade de Sorocaba (Sorocaba/SP) e mestre em Nutrição e Produção Animal pela FMVZ-UNESP (Botucatu/SP) - Departamento de Nutrição da König do Brasil LTDA no tempo de sobrevida de cães com câncer (Oglive et al., 2000). O mecanismo exato através do qual a arginina beneficia os pacientes com câncer não é co- nhecido,mas segundo Roudebush et al.(2004) inclui modulação da resposta imune ou alteração na respos- ta neuroendócrina. O nível dietético mínimo eficaz de arginina ainda não foi definido para pacientes com câncer,porém,baseando-se em estudos realizados em outras espécies,Ogilvie e Marks (2000) recomendam níveis superiores a 2% da base de matéria seca. Glutamina A glutamina é o aminoácido não essencial livre mais abundante no plasma. Tem a função de otimi- zar o balanço nitrogenado e manter a síntese proteica muscular, além de ser uma fonte energética impor- tante para os enterócitos, macrófagos, linfócitos e demais células do sistema imunológico (Albertini e Ruiz, 2001). Apesar de poder ser sintetizado pelo organismo, desde que hajam nutrientes suficientes, os níveis sé- ricos podem ser reduzidos em alguns estados fisio- patológicos como em pacientes oncológicos devido a grande demanda metabólica,tornando-a um amino- ácido essencial que deve ser suplementado na dieta (Yoshida et al., 2001; Neu et al., 2002). A imunonutrição com a glutamina para o pacien- te oncológico está associada a diversos mecanismos de ação incluindo a preservação da integridade da mucosa e epitélio, preservação da absorção e perme- abilidade de nutrientes e equilíbrio eletrolítico no intestino, diminuindo assim a perda de peso corpo- ral e o catabolismo de massa muscular, reduzindo o crescimento bacteriano e infecções inclusive no pós- -operatório em cirurgias gastrointestinais, além da ação antioxidante devido ao aumento da glutationa peroxidase (Abrahão e Machado, 2014). Derivados da parede celular de leveduras Beta glucanos Além de auxiliar na resposta contra infecções, os beta-glucanos agem como adjuvantes na terapia an- titumoral, seu consumo a longo prazo pode reduzir a incidência de neoplasias e quando usado como ad- juvante na terapia pode ajudar a melhorar a resposta dos pacientes contra os efeitos colaterais da quimio- terapia e radioterapia (Aleem, 2013). Em humanos com neoplasia malignas recebendo quimioterapia, o beta-glucanos proporcionam um melhor bem-estar, além de melhorar a saúde e hematopoiese (Weitberg, 2008). Oliveira et al. (2017) avaliaram as respostas he- matológicas e bioquímicas clínicas de cadelas com neoplasia mamária maligna após a mastectomia que estavam recebendo tratamento quimioterápico e concomitantemente receberam suplementação de um composto comercial contendo Saccharomyces ce- revisiae, mananoligossacarídeos e nutracêuticos. As cadelas em tratamento que receberam o imunoesti- mulante apresentaram melhor condição clínica, tra- duzida por ganho de peso, com redução de efeitos adversos à quimioterapia quando comparadas as que passaram pelo mesmo tratamento e não receberam suplementação. Conclusão O suporte nutricional adequado tem grande im- portância para a prevenção,melhor resposta do orga- nismo dos pacientes frente ao tratamento do câncer e manutenção da qualidade de vida dos mesmos.Deve ser feito considerando o estado nutricional, doenças concomitantes,alterações metabólicas e falhas no sis- tema imune.
  • 6. Pág. 6 NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA ARTIGO: Nutrição aplicada a pacientes com câncer Autora: Lívea Maria Gomes Zootecnista formada pela FZEA-USP (Pirassununga/SP), pós- graduada em Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos pela Universidade de Sorocaba (Sorocaba/SP) e mestre em Nutrição e Produção Animal pela FMVZ-UNESP (Botucatu/SP) - Departamento de Nutrição da König do Brasil LTDA ABRAHÃO, S.A.B.; MACHADO, E. C. Suplementação de Glutamina no Tratamento de Pacientes com Câncer: uma revisão bibliográfi- ca. Estudos, v. 41, n. 2, p. 215-222, 2014. ALBERTINI, S.M.; RUIZ, M.A. O papel da glutamina na terapia nu- tricional do trans¬plante de medula óssea. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São José do Rio Preto, v. 23, n. 1, p. 41-47, 2001. ALEEM, E. β-Glucans and their applications in cancer therapy: fo- cus on human studies. Anti-Cancer Agents in Medicinal Chemis- try, Amsterdam, v. 13, n. 5, p. 709-719, 2013. AMBRÓSIO, C.L.B.; CAMPOS, F.A.C.S.; FARO, Z.P. Carotenóides como alternativa contra a hipovitaminose A. Revista de Nutrição, Campinas, v. 19, n. 2, p. 233- 243, 2006. ANTUNES, M.I.P.P.; MORENO, K. Manejo da caquexia paraneo- plásica em cães e gatos. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoo- logia da UNIPAR, v. 12, n. 2, p. 157-162, 2009. BAEZ, J. L. et al. A prospective investigation of the prevalence and prognostic significance of weight loss and changes in body condition in feline cancer patients. Journal of feline medicine and surgery, v. 9, n. 5, p. 411-417, 2007. BAUER, J. E. Therapeutic use of fish oils in companion animals. Journal of the American Veterinary Medical Association, Ithaca, v. 239, n. 11, p. 1441-1451, 2011. BARTRAM, H.P. et al. Effects of fish oil on rectal cell proliferation, mucosal fatty acids, and prostaglandin E2 release in healthy sub- jects. Gastroenterology, v. 105, n. 5, p. 1317-1322, 1993. BEGIN, M. E. et al. Selective killing of human cancer cells by poly- unsaturated fatty acids. Prostaglandins Leukot Med, v. 19, p. 177, 1985. BUFFINGTON, C.A.T. et al. Manual of veterinary dietetics. WB SaundersElsevier Science, 2004. CASE,L.P.etal.CanineandFelineNutrition-E-Book:AResourcefor CompanionAnimalProfessionals.ElsevierHealthSciences,2010. CASTRO, R.C.B. Efeito do ácido docosahexaenoico (DHA) sobre eventos epigenéticos em diferentes linhagens de câncer de mama. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. CARCIOFI, A.B.; BRUNETTO, M.A. Alterações metabólicas e Mane- jo Nutricional do Paciente com Câncer. Em: Oncologia em Cães e Gatos. São Paulo, Roca, 2008. P.565-597. CARCIOFI, A.C. et al. Suporte nutricional parenteral no paciente crítico. Clínica Veterinária, n.78, p. 52-60, 2009. CAVALHEIRO, R. et al. Testes preliminares de crescimento com uma cepa da microalga produtora de astaxantina Haematococ- cus Pluvialis (Chlorophyceae, Volvocales). Notas técnicas Faci- mar, Itajaí, v. 3, n. 1, p. 73-77,1999. CHEW, B. P.; PARK, J. S. Carotenoid action on the immune re- sponse.JournalofNutrition,Bethesda,v.134,n.1,p.257S-261S, 2004. GERBER, M. Omega-3 fatty acids and cancers: a systematic up- date review of epidemiological studies. British Journal of Nutri- tion, v. 107, n. S2, p. S228-S239, 2012. EDIÇÃO 39 Referências bibliográficas
  • 7. Pág. 7 HAND, M.S; et al. Nutrición clínica en pequeños animals. 4ª ed. Buenos Aires: Editorial Inter-Médica. 2000.1368p. HANSELL, D. T. et al. The oxidation of body fuel stores in cancer patients. Annals of surgery, v. 204, n. 6, p. 637, 1986. HENNEKENS, C.H. Antioxidant vitamins and cancer. The Ameri- can journal of medicine, v. 97, n. 3, p. S2-S4, 1994. HUGHES, D. A. Effects of carotenoids on human immune func- tion. Proceedings of the Nutrition Society, London, v. 58, n. 3, p. 713-718, 1999. JHO, D. H. et al. Eicosapentaenoic acid supplementation reduces tumor volume and attenuates cachexia in a rat model of progres- sive non‐metastasizing malignancy. Journal of Parenteral and En- teral Nutrition, v. 26, n. 5, p. 291-297, 2002. KRISHNASWAMY, K. Effects of malnutrition on drug metabolism and toxicity in humans. Nutritional Toxicology, v. 2, p. 325, 1988. MASSIMINO S. et al. Effects of age and dietary beta-carotene on immunological variables in dogs. Journal of Veterinary Internal Medicine, v. 17, n. 6, p. 835-842, 2003. MENGEAUD, V. et al. Effects of eicosapentaenoic acid, gam- ma-linolenic acid and prostaglandin E1 on three human collon carcinoma cell lines. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids, v. 47, p. 313,1992. NEU, J.; DEMARCO, V.; LI, N. Glutamine: clinical applications and mechanisms of action. Current Opinion in Clinical Nutrition Meta- bolic Care, v. 5, p. 69-75, 2002. OGILVIE, G. K. Síndromes paraneoplásicas. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária- doenças do cão e do gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 529-537. OGILVIE, G.K.; MARKS, S.L. Cancer. In: HAND, M. S. et al. Small animal clinical nutrition. 4. ed. Kansas: Mark Morris Institute To- peka, 2000. p. 1035-1052. OGILVIE, G.K.; MOORE, A.S. Paraneoplastic syndromes. In: TREN- TON, N. J. Managing the veterinary cancer patient: a practice manual. Veterinary earning Systems, 1995. p.197-222. OGILVIE, G.K.; VAIL,D. M. Nutrition and cancer: recent develop- ments. Clinical management of the cancer patient. Veterinary Clinics of North America, v. 20, p.1, 1990. OGILVIE, G. K.; VAIL, D. M.; WHEELER, S. L. Alterations in fat and protein metabolism in dogs with cancer. Proceedings of Veteri- nary Cancer Society, Estes Pack, 1998. p. 31. OGILVIE, G. K. et al. Effect of fish oil, arginine, and doxorubicin chemotherapy on remission and survival time for dogs with lym- phoma. Cancer, v. 88, n. 8, p. 1916-1928, 2000. OLIVEIRA, V.F. et al. Suplementação com imunoestimulante em cadelas com neoplasia mamária maligna: aspectos hematológi- cos e bioquímicos. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 37, n. 4, p. 346-354, 2017. PARK, J. S.; CHEW, B. P.; WONG, T. S. Dietary lutein from marigold extract inhibits mammary tumor development in BALB/c mice. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 28, n. 10, p. 1650-1656, 1998. PHAM-HUY, L. A.; HE, H.; PHAM-HUY, C. Free radicals, antioxidants in diseases and health. International Journal of Biomedical Sci- ence, Pomona, v. 4, n. 2, p. 89- 96, 2008. PUCCIO, M.; NATHANSON, L. The cancer cachexia syndrome. Seminars in oncology, v. 24, p.277, 1997. RISTOW,M.Oxidativemetabolismincancergrowth.CurrentOpinion in Clinical Nutrition & Metabolic Care, v. 9, n. 4, p. 339-345, 2006. ROUDEBUSH, P.; DAVENPORT, D. J.; NOVOTNY, B. J. The use of nutraceuticals in cancer therapy. The Veterinary Clinics - Small Animall Practice, v. 34, p. 249-269, 2004. SAKER, K. E.; SELTING, K. A. Cancer In: Hand MS, Thatcher CD, Remillard RL, et al, eds. Small Animal Clinical Nutrition, p. 587- 607, 2010. SANTOS, S.B. O efeito da vitamina E e do selênio na prevenção da mucosite em pacientes com tumores malignos nas vias aerodi- gestivas superiores submetidos a radioterapia, concomitante- mente ou não com quimioterapia. 2009. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. STAHL, W.; SIES, H. Antioxidant activity of carotenoids. Molecular Aspects of Medicine, Oxford, v. 24, n. 6, p. 345-351, 2003. SUN, H. et al. Omega-3 fatty acids induce apoptosis in human breast cancer cells and mouse mammary tissue through syn- decan-1 inhibition of the MEK-Erk pathway. Carcinogenesis, v. 32, n. 10, p. 1518-1524, 2011. VAIL, D. M. et al. Exacerbation of hyperlactatemia by infusion of lactated Ringer´s solution in dogs with lymphoma. Journal of Vet- erinary internal Medicine, v. 4, n.1, p. 228- 231, 1990. VON HAEHLING, S. et al. Cardiac cachexia: a systematic overview. Pharmacology & therapeutics, v. 121, n. 3, p. 227-252, 2009. YE, S. L. et al. Tumor and host response to arginine and branched chain amino acid-enriched total parenteral nutrition. Cancer, v. 69, p. 261-270, 1992. YOSHIDA, S. et al. Glutamine supplementation in câncer patients. Nutrition, v.17, p. 466-468, 2001. WEITBERG, A. B. A phase I/II trial of beta-(1,3)/(1,6) D-glucan in the treatment of patients with advanced malignancies receiving chemotherapy. Journal of Experimental & Clinical Cancer Re- search, Roma, v. 27, n. 40, p. 1-4, 2008. ZAINE, L. et al. Nutracêuticos imunomoduladores com potencial uso clínico para cães e gatos. Semina: Ciências Agrárias, v. 35, n. 4, 2014.