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como auxílio diagnóstico em doenças de
caráter alérgico. Consiste na utilização de
extratos de alérgenos para verificação de
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Doenças tropicais
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DERMATOLOGIA
E NUTRIÇÃO
Reações
dermatológicas de
causa alimentar
CIÊNCIA, CLÍNICA E NEGÓCIOS
Nº 43
Julho de 2018
ISSN 2359-5086
TESTE
intradérmico
como auxílio
diagnóstico na
dermatite atópica
em cães
Pág. 46
NUTRIÇÃO
NUTRINDO A
MICROBIOTA
INTESTINAL
Lívea Maria Gomes
A qualidade vida de um animal e sua longevidade são
conceitos diretamente relacionados à saúde intestinal.
Além da integridade da estrutura do epitélio intestinal,a
microbiota presente no lúmen desse órgão é importante
para o aproveitamento dos nutrientes oferecidos pelos
alimentos, o que é determinante para o bom funciona-
mento do organismo. A utilização de ingredientes fun-
cionais como prebióticos e probióticos é capaz de pro-
porcionar e manter a saúde dos animais de companhia.
A saúde do trato gastrointestinal é muitas vezes
mensurada indiretamente pelo tipo de população mi-
crobiana, volume e consistência fecal, componentes do
odor das fezes e os índices relacionados ao sistema imu-
nológico. Estratégias alimentares são usadas para me-
lhorar ou manter a saúde intestinal como: fibras dietéti-
cas, prebióticos e probióticos (FAHEY, 2004).
A microbiota intestinal pode ser modulada através
da dieta. Bactérias como Bifidobacterium e Lactobacillus
são exemplos de bactérias benéficas produtoras de áci-
do lático e acético que atuam na diminuição do pH do
lúmen intestinal e como consequência inibem a prolife-
ração de bactérias potencialmente patogênicas como E.
coli, Clostridium e Salmonella (MATHEW et. al, 1993).
Butirato de sódio
Derivado do ácido butírico, o butirato de sódio é
um ácido graxo de cadeia curta, induz efeitos diversos
sobre o cólon. Estimula o desenvolvimento da muco-
sa, fornece 70% da energia utilizada pelos colonócitos
(BOND, 1976), promove o crescimento, diferenciação
e proliferação das células das criptas intestinais. É con-
sumido quase completamente pela mucosa do cólon, a
parte remanescente fica disponível para a fermentação
(SALMINEN, 1998).
O butirato melhora absorção de cálcio ao nível do
cólon e é absorvido para o interior das células do có-
lon juntamente com o sódio e o cloro. Quando há a
ocorrência de diarreias pode haver perdas fecais consi-
deráveis de água, sódio e potássio, devido à aceleração
exagerada do trânsito intestinal, que dificulta a absorção
desses eletrólitos.
Em suínos neonatos, a suplementação de 0,3% de
butirato de sódio no leite auxiliou no desenvolvimento
da mucosa intestinal (KOTUNIA, 2004).
Prebióticos
Componentes prebióticos promovem benefícios na
estimulação do sistema imune, combate a invasão de
microrganismos patogênicos servem de substrato para
a produção de ácidos graxos de cadeia curta com a aci-
dificação do cólon e adequação do tempo de trânsito
intestinal.
Gibson & Roberfroid (1995) postularam que prebi-
óticos são componentes alimentares não digeríveis que
afetam beneficamente o hospedeiro por estimularem
seletivamente a proliferação ou atividade de popula-
ções de bactérias desejáveis no cólon. Adicionalmente,
o prebiótico pode inibir a multiplicação de patógenos,
Pág. 47
garantindo benefícios adicionais à saúde do hospedeiro.
Assim, para ser classificada como prebiótico, a subs-
tância deve atender aos seguintes critérios: deve ser
resistente à acidez gástrica, a hidrólise ou absorção do
trato gastrointestinal; ser fermentável pela microflora
intestinal; estimular seletivamente o crescimento e/ou
atividade de bactérias intestinais, que contribuem para
a saúde a o bem-estar do hospedeiro (ROBERFROID,
2007; GIBSON et al.2004).Diversos ingredientes pas-
saram, então, a ser empregados como prebióticos, sem
que a consideração à definição fosse seguida.Tendo em
vista esses três critérios, três prebióticos foram estabe-
lecidos: frutoligossacarídeos (FOS),mananoligossacarí-
deo (MOS), galactoligossacarídeos (GOS), e lactulose
(MUSSATTO & MANCILHA, 2007).
Frutoligossacarídeos (FOS)
Os Frutoligossacarídeos (FOS) são fibras não diges-
tíveis e sua suplementação tem se mostrado benéfica a
saúde intestinal. Pode ser obtida de diversas fontes ve-
getais como raiz de chicória, cebola, alho, banana, to-
mate,aspargo,cevada,centeio,aveia entre outros.Possui
diversos efeitos positivos como a seleção de bactérias
benéficas, como bifidobactérias, ao servir de substrato
para sua proliferação e produção de ácidos graxos de
cadeia curta como o butirato. Estes ácidos graxos são
utilizados como fonte de energia pelos colonócitos fa-
vorecendo o crescimento das vilosidades e aumento a
superfície absortiva da mucosa intestinal, além de redu-
zir o pH do lúmen intestinal modulando a microbiota
desfavorecendo a proliferação das bactérias patogênicas,
que preferem pH neutro em sua maioria, e favorecendo
as bactérias benéficas.
Em cães, a suplementação de 4g de FOS foi capaz
de reduzir a proliferação de bactérias patogênicas, au-
mentou a concentração de butirato e lactato e diminuiu
compostos putrefativos nas fezes, como fenóis, indóis e
ácidos graxos de cadeia ramificada (SWANSON,2002).
Já em felinos,o uso de 4% na dieta foi capaz de reduzir a
concentração de coliformes e aumentar a de bifidobac-
térias promovendo a saúde intestinal (BARRY, 2010).
As leveduras Sacharomyces cerevisae são compostas de
parede celular, onde pode ser obtido os mananoligossa-
carídeos e o extrato de levedura composta por nucle-
otídeos, que atuam em diversas funções no organismo,
e glutamato monossódico que possui efeitos benéficos
sobre a palatabilidade (TIBBETS, 2004). São muito
nutritivos, ricos em vitaminas do complexo B (biotina,
niacina,ácido pantotênico e tiamina) e em minerais (se-
lênio, ferro e zinco) (STONE, 2006).
A qualidade protéica pode ser comparada à proteína
de soja,rica em lisina e assim como outras proteínas ve-
getais são pobres em aminoácidos sulfurados (STONE,
2006), apresentam teor protéico de 45-65%, represen-
tando de 70-85% do valor da caseína (SGARBIERI
et al, 1999). No entanto, é importante salientar que a
composição química da levedura pode variar de acordo
com a natureza do substrato, grau de aeração do meio,
espécie de levedura, entre outros (BUTOLO, 2002).
A parede da levedura consiste em um escudo de
carboidratos composto principalmente por beta-gluca-
nos e mananas, e tem a capacidade de absorver ou ligar
com certas substâncias no trato digestivo, especialmen-
te toxinas, antivitaminas, vírus e bactérias patogênicas
(STONE,2006).
Segundo Middelbos (2007) a utilização de parede
celular de leveduras em níveis de 0,25%,em cães adultos,
alterou a digestibilidade ileal e total,além de poder mo-
dular levemente as concentrações de E. coli intestinais.
Mananoligossacarídeos (MOS)
Os mananoligossacarídeos (MOS) são derivados
obtidos da parede celular da levedura Sacharomyces ce-
revisae contendo em sua estrutura glucanos, mananos,
proteínas, lipídios e quitina.
Os MOS atuam de maneira a modular a integridade
imunológica e a microbiota intestinal, impedem que as
bactérias patogênicas presentes no cólon se prendam ao
epitélio intestinal uma vez que competem pelo mesmo
sítio de ligação, além disto, a fermentação dos MOS, no
intestino dos cães pode aumentar a população de Lac-
tobacillus e Bifidobacterium, bactérias estas, desejáveis no
trato gastrintestinal (BORGES et. al, 2003)
Aquino (2010) mostrou que a inclusão de níveis de
até 0,6% de extrato de parede de levedura melhorou a
digestibilidade da matéria seca em gatos, enquanto que,
em cães, níveis de 1% levaram a melhora na digestibi-
lidade da fibra e modulou positivamente a microbiota
intestinal (KORE et al., 2012).
A suplementação de prebióticos como de manano-
ligossacarídeos (MOS) e frutoligossacarídeos (FOS)
demonstrou beneficiar índices de saúde intestinal e es-
tado imunológico de cães. Isoladamente, os MOS de-
monstraram modular o sistema imune e elevar a popu-
lação bacteriana intestinal,enquanto os FOS reduziram
compostos putrefativos nas fezes e a combinação dos
Pág. 48
Figura 1: Vilosidades intestinais com suplementação de mananoligossacarídeos (MOS) (à direita) e sem suplementação (à esquerda)
dois compostos reduziu a concentração de catabólicos
protéicos fecais, melhorando a saúde intestinal. Sendo
assim, pode ser indicado a animais em qualquer fase da
vida, sendo que apresentará resultados benéficos prin-
cipalmente em animais geriátricos, filhotes órfãos ou
desmamados precocemente ou animais sob estresse, em
que há o comprometimento imunológico ou microbiota
intestinal indesejável (SWANSON, 2002).
Os beta glucanos são frações da parede celular de
leveduras capazes de induzir respostas imunológicas de
IgA e IgM, porém não de IgG. A suplementação de
225mg em cães adultos promoveu uma aparente ati-
vação do sistema imune e sistema linfóide intestinal,
que garante uma maior estabilidade da saúde animal
(STUYVEN, 2010). (Figura 1)
Probióticos
Os probióticos são descritos por promover benefí-
cios tais como: balanceamento da flora intestinal, o au-
mento da tolerância e da digestão da lactose,a atividade
anticarcinogênica, modulação do sistema imunológico
e auxílio no tratamento da diarréia (BORGES, 2003).
São microrganismos vivos, quando adicionados aos
alimentos, exercem efeitos benéficos sobre o hospedei-
ro,podendo melhorar o balanço microbiano,enzimático
ou estimular mecanismos imunes específicos (BENYA-
COUB et al., 2003). Para que um probiótico seja efi-
caz, deve sobreviver no trato gastrointestinal do animal
(BIOURGE et al., 1998). Lactobacilos são acidófilas e
resistentes aos ácidos biliares,permitindo que um eleva-
do número de bactérias viáveis.
Os probióticos reduzem populações do patógeno
ao cólon competindo por nutrientes e sítios de ligação,
bem como produzir compostos antimicrobianos e áci-
dos orgânicos que determinam a longevidade patogêni-
ca (BENYACOUB et. al., 2003).
Os microrganismos utilizados como probióticos
são usualmente componentes não patogênicos da mi-
crobiota normal, tais como as bactérias do ácido lático
(Lactobacillus e Bifidobacterium).
Os fatores que devem ser considerados ao selecionar
uma cepa probiótica são: capacidade de aderir à mucosa;
inibição do crescimento de patógenos,resistência à bile;
a resistência aos movimentos peristálticos do intestino
e a tolerância ao pH baixo.
Lactobacillus acidophilus
Os Lactobacillus acidophilus são utilizados como pro-
bióticos, beneficiando a microbiota intestinal, isso faz
com que haja um melhor aproveitamento de nutrien-
tes pelo animal. Além disso, o uso concomitante desse
agente e frutoligossacrídeos promoveu uma diminuição
de compostos putrefativos fecais como aminas biogêni-
cas, ácidos graxos de cadeia ramificada, fenóis e indóis,
tendo um melhor efeito quando comparado ao uso iso-
lado dessas substâncias (SWANSON, 2002).
A aderência do Lactobacillus acidophilus à mucosa
intestinal promove a exclusão competitiva por micror-
ganismos probióticos por competição por nutrientes
bloqueando os receptores de aderência e produção de
substâncias antimicrobianas (SAMI et. al., 2001).
Cães que receberam um composto que continha
Pág. 49
Figura 2: Lactobacillus casei
maiores níveis de Lactobacillus acidophilus obtiveram
melhores resultados em digestibilidade dos nutrientes,
sugerindo um melhor aproveitamento do animal (FE-
LICIANO,2009).Também são descritos por reforço do
sistema imunológico, bem como ações antimutagênica,
antigenotóxica e efeitos antimicrobianos. A suplemen-
tação com probiótica de Lactobacillus pode influenciar
a absorção de colesterol e/ou metabolismo (GILLI-
LAND et.al., 1985). (Figura 2)
LÍVEA MARIA GOMES
Zootecnista
Formada pela FZEA-USP (Pirassununga/SP),
pós-graduada em Controle de Qualidade na
Indústria de Alimentos pela Universidade
de Sorocaba (Sorocaba/SP) e mestre em
Nutrição e Produção Animal pela FMVZ-
UNESP (Botucatu/SP) - Departamento de
Nutrição da König do Brasil LTDA
CONFIRA AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NO CONTEÚDO ONLINE COMPLEMENTAR EM
WWW.REVISTAVETSCIENCE.COM.BR
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Informações: http://nutricaokonig.com.br/linha-nutricional/entero-fort-pasta/
EDIÇÃO 43
ARTIGO:
Nutrindo a microbiota intestinal Autora: Lívea Maria Gomes
Pág. 10
NUTRIÇÃO
Referências
bibliográficas
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gestibilidade, no escore fecal e na palatabilidade de dietas para
gatos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., vol.62, n.3, p. 622-630, 2010.
BARRY K. A.; WOJCICKI B. J.; MIDDELBOS I. S.; et al. Dietary cellu-
lose, fructooligosaccharides, and pectin modify fecal protein catabo-
lites and microbial populations in adult cats J. Ani. Sci, sep 2010, vol.
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BENYACOUB, J. et. al. Supplementation of food with Enterococcus
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BORGES, F.M; SALGARELLO, R.M; GURIAN, T.M. Recentes avanços
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tação Animal, p. 21-60, 2003.
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FELICIANO, M.A.R.; SAAD, F.M.O.B.; LOGATO, P.V.R. AQUINO, A.A.
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colonic microbiota: introducing the concept of prebiotics. J. Nutr.
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GILLILAND, S. E. et. al. Antagonistic action of Lactobacillus acidoph-
ilus towards intestinal and food - borne pathogens in associate cul-
ture. J. Food Prot. V. 40, p. 820-823, 1977.
KORE K. B.; PATTANAIK A. K.; DAS A.; ET Al. Evaluation of mannanoli-
gosaccharide as prebiotic functional food for dogs: effect on nutrient
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KOTUNIA, A; WOLIÑSKI, J; LAUBITZ, D; JURKOWSKA, M.; ROMÉ,V.;
GUILLOTEAU, P.; ZABIELSKI, R. Effect of sodium butyrate on the
small intestine development in neonatal piglets feed by artificial sow.
J. Phy. Phar. vol. 55, Suppl 2, p. 59-68, 2004.
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ROBERFROID, M. B. Dietary modulation of the human colonic mi-
crobiota: updating the concept of prebiotics. Nutrition Research Re-
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SGARBIERI, V. C.; ALVIM, I. D.; VILELA, E. S.; BALDINI, V. L. S.; BRA-
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myces sp.) para uso como ingrediente na formulação de alimentos.
Braz. J. Food. Technol., vol. 21, n.1,2, p. 119-125, 1999.
STONE, C.W. Yest products in the feed industry: A practical guide
for feed professional. Disponível em: http://en.engormix.com/
MA-feed-machinery/formulation/articles/yeast-products-feed-in-
dustry-t243/800-p0.htm
STUYVEN, E.; VERDONCK, F; VAN HOEK, I; DAMINET, S; DUCHATEAU,
L; REMON, J.P.; GODDEERIS, B.M.; COX, E. Clin.Vaccine Immunol. vol.
17, n.2, p. 281, 2010.
SWANSON, K.S.; GRIESHOP, C.M.; FLICKINGER, E.A.; BAUER,L.L.
CHOW, J.M.; WOLF, B.W.; GARLEB, K.A.; JR. FAHEY, G.C. Fructooli-
gosaccharides and Lactobacillus acidophilus Modify Gut Microbial
Populations, Total Tract Nutrient Digestibilities and Fecal Protein
Catabolite Concentrations in Healthy Adult Dogs. J. Nutr. Dec.1, vol.
132 no. 12, 2002.
TIBBETTS, G.W. Nucleotídeos presentes no extrato de levedura de
cepa específica: alternativa para substituição de fontes protéicas de
origem animal. PorkWorld. Campinas, p. 36-39, jan./fev. 2004.

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Teste cutâneo diagnóstico dermatite atópica

  • 1. Exame de realização cutânea que serve como auxílio diagnóstico em doenças de caráter alérgico. Consiste na utilização de extratos de alérgenos para verificação de hipersensibilidade imediata ABHV Doenças tropicais em pets: como combater? DERMATOLOGIA E NUTRIÇÃO Reações dermatológicas de causa alimentar CIÊNCIA, CLÍNICA E NEGÓCIOS Nº 43 Julho de 2018 ISSN 2359-5086 TESTE intradérmico como auxílio diagnóstico na dermatite atópica em cães
  • 2. Pág. 46 NUTRIÇÃO NUTRINDO A MICROBIOTA INTESTINAL Lívea Maria Gomes A qualidade vida de um animal e sua longevidade são conceitos diretamente relacionados à saúde intestinal. Além da integridade da estrutura do epitélio intestinal,a microbiota presente no lúmen desse órgão é importante para o aproveitamento dos nutrientes oferecidos pelos alimentos, o que é determinante para o bom funciona- mento do organismo. A utilização de ingredientes fun- cionais como prebióticos e probióticos é capaz de pro- porcionar e manter a saúde dos animais de companhia. A saúde do trato gastrointestinal é muitas vezes mensurada indiretamente pelo tipo de população mi- crobiana, volume e consistência fecal, componentes do odor das fezes e os índices relacionados ao sistema imu- nológico. Estratégias alimentares são usadas para me- lhorar ou manter a saúde intestinal como: fibras dietéti- cas, prebióticos e probióticos (FAHEY, 2004). A microbiota intestinal pode ser modulada através da dieta. Bactérias como Bifidobacterium e Lactobacillus são exemplos de bactérias benéficas produtoras de áci- do lático e acético que atuam na diminuição do pH do lúmen intestinal e como consequência inibem a prolife- ração de bactérias potencialmente patogênicas como E. coli, Clostridium e Salmonella (MATHEW et. al, 1993). Butirato de sódio Derivado do ácido butírico, o butirato de sódio é um ácido graxo de cadeia curta, induz efeitos diversos sobre o cólon. Estimula o desenvolvimento da muco- sa, fornece 70% da energia utilizada pelos colonócitos (BOND, 1976), promove o crescimento, diferenciação e proliferação das células das criptas intestinais. É con- sumido quase completamente pela mucosa do cólon, a parte remanescente fica disponível para a fermentação (SALMINEN, 1998). O butirato melhora absorção de cálcio ao nível do cólon e é absorvido para o interior das células do có- lon juntamente com o sódio e o cloro. Quando há a ocorrência de diarreias pode haver perdas fecais consi- deráveis de água, sódio e potássio, devido à aceleração exagerada do trânsito intestinal, que dificulta a absorção desses eletrólitos. Em suínos neonatos, a suplementação de 0,3% de butirato de sódio no leite auxiliou no desenvolvimento da mucosa intestinal (KOTUNIA, 2004). Prebióticos Componentes prebióticos promovem benefícios na estimulação do sistema imune, combate a invasão de microrganismos patogênicos servem de substrato para a produção de ácidos graxos de cadeia curta com a aci- dificação do cólon e adequação do tempo de trânsito intestinal. Gibson & Roberfroid (1995) postularam que prebi- óticos são componentes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro por estimularem seletivamente a proliferação ou atividade de popula- ções de bactérias desejáveis no cólon. Adicionalmente, o prebiótico pode inibir a multiplicação de patógenos,
  • 3. Pág. 47 garantindo benefícios adicionais à saúde do hospedeiro. Assim, para ser classificada como prebiótico, a subs- tância deve atender aos seguintes critérios: deve ser resistente à acidez gástrica, a hidrólise ou absorção do trato gastrointestinal; ser fermentável pela microflora intestinal; estimular seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias intestinais, que contribuem para a saúde a o bem-estar do hospedeiro (ROBERFROID, 2007; GIBSON et al.2004).Diversos ingredientes pas- saram, então, a ser empregados como prebióticos, sem que a consideração à definição fosse seguida.Tendo em vista esses três critérios, três prebióticos foram estabe- lecidos: frutoligossacarídeos (FOS),mananoligossacarí- deo (MOS), galactoligossacarídeos (GOS), e lactulose (MUSSATTO & MANCILHA, 2007). Frutoligossacarídeos (FOS) Os Frutoligossacarídeos (FOS) são fibras não diges- tíveis e sua suplementação tem se mostrado benéfica a saúde intestinal. Pode ser obtida de diversas fontes ve- getais como raiz de chicória, cebola, alho, banana, to- mate,aspargo,cevada,centeio,aveia entre outros.Possui diversos efeitos positivos como a seleção de bactérias benéficas, como bifidobactérias, ao servir de substrato para sua proliferação e produção de ácidos graxos de cadeia curta como o butirato. Estes ácidos graxos são utilizados como fonte de energia pelos colonócitos fa- vorecendo o crescimento das vilosidades e aumento a superfície absortiva da mucosa intestinal, além de redu- zir o pH do lúmen intestinal modulando a microbiota desfavorecendo a proliferação das bactérias patogênicas, que preferem pH neutro em sua maioria, e favorecendo as bactérias benéficas. Em cães, a suplementação de 4g de FOS foi capaz de reduzir a proliferação de bactérias patogênicas, au- mentou a concentração de butirato e lactato e diminuiu compostos putrefativos nas fezes, como fenóis, indóis e ácidos graxos de cadeia ramificada (SWANSON,2002). Já em felinos,o uso de 4% na dieta foi capaz de reduzir a concentração de coliformes e aumentar a de bifidobac- térias promovendo a saúde intestinal (BARRY, 2010). As leveduras Sacharomyces cerevisae são compostas de parede celular, onde pode ser obtido os mananoligossa- carídeos e o extrato de levedura composta por nucle- otídeos, que atuam em diversas funções no organismo, e glutamato monossódico que possui efeitos benéficos sobre a palatabilidade (TIBBETS, 2004). São muito nutritivos, ricos em vitaminas do complexo B (biotina, niacina,ácido pantotênico e tiamina) e em minerais (se- lênio, ferro e zinco) (STONE, 2006). A qualidade protéica pode ser comparada à proteína de soja,rica em lisina e assim como outras proteínas ve- getais são pobres em aminoácidos sulfurados (STONE, 2006), apresentam teor protéico de 45-65%, represen- tando de 70-85% do valor da caseína (SGARBIERI et al, 1999). No entanto, é importante salientar que a composição química da levedura pode variar de acordo com a natureza do substrato, grau de aeração do meio, espécie de levedura, entre outros (BUTOLO, 2002). A parede da levedura consiste em um escudo de carboidratos composto principalmente por beta-gluca- nos e mananas, e tem a capacidade de absorver ou ligar com certas substâncias no trato digestivo, especialmen- te toxinas, antivitaminas, vírus e bactérias patogênicas (STONE,2006). Segundo Middelbos (2007) a utilização de parede celular de leveduras em níveis de 0,25%,em cães adultos, alterou a digestibilidade ileal e total,além de poder mo- dular levemente as concentrações de E. coli intestinais. Mananoligossacarídeos (MOS) Os mananoligossacarídeos (MOS) são derivados obtidos da parede celular da levedura Sacharomyces ce- revisae contendo em sua estrutura glucanos, mananos, proteínas, lipídios e quitina. Os MOS atuam de maneira a modular a integridade imunológica e a microbiota intestinal, impedem que as bactérias patogênicas presentes no cólon se prendam ao epitélio intestinal uma vez que competem pelo mesmo sítio de ligação, além disto, a fermentação dos MOS, no intestino dos cães pode aumentar a população de Lac- tobacillus e Bifidobacterium, bactérias estas, desejáveis no trato gastrintestinal (BORGES et. al, 2003) Aquino (2010) mostrou que a inclusão de níveis de até 0,6% de extrato de parede de levedura melhorou a digestibilidade da matéria seca em gatos, enquanto que, em cães, níveis de 1% levaram a melhora na digestibi- lidade da fibra e modulou positivamente a microbiota intestinal (KORE et al., 2012). A suplementação de prebióticos como de manano- ligossacarídeos (MOS) e frutoligossacarídeos (FOS) demonstrou beneficiar índices de saúde intestinal e es- tado imunológico de cães. Isoladamente, os MOS de- monstraram modular o sistema imune e elevar a popu- lação bacteriana intestinal,enquanto os FOS reduziram compostos putrefativos nas fezes e a combinação dos
  • 4. Pág. 48 Figura 1: Vilosidades intestinais com suplementação de mananoligossacarídeos (MOS) (à direita) e sem suplementação (à esquerda) dois compostos reduziu a concentração de catabólicos protéicos fecais, melhorando a saúde intestinal. Sendo assim, pode ser indicado a animais em qualquer fase da vida, sendo que apresentará resultados benéficos prin- cipalmente em animais geriátricos, filhotes órfãos ou desmamados precocemente ou animais sob estresse, em que há o comprometimento imunológico ou microbiota intestinal indesejável (SWANSON, 2002). Os beta glucanos são frações da parede celular de leveduras capazes de induzir respostas imunológicas de IgA e IgM, porém não de IgG. A suplementação de 225mg em cães adultos promoveu uma aparente ati- vação do sistema imune e sistema linfóide intestinal, que garante uma maior estabilidade da saúde animal (STUYVEN, 2010). (Figura 1) Probióticos Os probióticos são descritos por promover benefí- cios tais como: balanceamento da flora intestinal, o au- mento da tolerância e da digestão da lactose,a atividade anticarcinogênica, modulação do sistema imunológico e auxílio no tratamento da diarréia (BORGES, 2003). São microrganismos vivos, quando adicionados aos alimentos, exercem efeitos benéficos sobre o hospedei- ro,podendo melhorar o balanço microbiano,enzimático ou estimular mecanismos imunes específicos (BENYA- COUB et al., 2003). Para que um probiótico seja efi- caz, deve sobreviver no trato gastrointestinal do animal (BIOURGE et al., 1998). Lactobacilos são acidófilas e resistentes aos ácidos biliares,permitindo que um eleva- do número de bactérias viáveis. Os probióticos reduzem populações do patógeno ao cólon competindo por nutrientes e sítios de ligação, bem como produzir compostos antimicrobianos e áci- dos orgânicos que determinam a longevidade patogêni- ca (BENYACOUB et. al., 2003). Os microrganismos utilizados como probióticos são usualmente componentes não patogênicos da mi- crobiota normal, tais como as bactérias do ácido lático (Lactobacillus e Bifidobacterium). Os fatores que devem ser considerados ao selecionar uma cepa probiótica são: capacidade de aderir à mucosa; inibição do crescimento de patógenos,resistência à bile; a resistência aos movimentos peristálticos do intestino e a tolerância ao pH baixo. Lactobacillus acidophilus Os Lactobacillus acidophilus são utilizados como pro- bióticos, beneficiando a microbiota intestinal, isso faz com que haja um melhor aproveitamento de nutrien- tes pelo animal. Além disso, o uso concomitante desse agente e frutoligossacrídeos promoveu uma diminuição de compostos putrefativos fecais como aminas biogêni- cas, ácidos graxos de cadeia ramificada, fenóis e indóis, tendo um melhor efeito quando comparado ao uso iso- lado dessas substâncias (SWANSON, 2002). A aderência do Lactobacillus acidophilus à mucosa intestinal promove a exclusão competitiva por micror- ganismos probióticos por competição por nutrientes bloqueando os receptores de aderência e produção de substâncias antimicrobianas (SAMI et. al., 2001). Cães que receberam um composto que continha
  • 5. Pág. 49 Figura 2: Lactobacillus casei maiores níveis de Lactobacillus acidophilus obtiveram melhores resultados em digestibilidade dos nutrientes, sugerindo um melhor aproveitamento do animal (FE- LICIANO,2009).Também são descritos por reforço do sistema imunológico, bem como ações antimutagênica, antigenotóxica e efeitos antimicrobianos. A suplemen- tação com probiótica de Lactobacillus pode influenciar a absorção de colesterol e/ou metabolismo (GILLI- LAND et.al., 1985). (Figura 2) LÍVEA MARIA GOMES Zootecnista Formada pela FZEA-USP (Pirassununga/SP), pós-graduada em Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos pela Universidade de Sorocaba (Sorocaba/SP) e mestre em Nutrição e Produção Animal pela FMVZ- UNESP (Botucatu/SP) - Departamento de Nutrição da König do Brasil LTDA CONFIRA AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NO CONTEÚDO ONLINE COMPLEMENTAR EM WWW.REVISTAVETSCIENCE.COM.BR OU NO APP REVISTA VETSCIENCE VITRINE ENTERO FORT PASTA LABORATÓRIO: König Entero Fort Pasta é um suplemento alimentar simbiótico com nutrientes importantes para a manutenção do bom funcionamento do trato intestinal, regulação da flora intestinal e proliferação de células intestinais. Destinado a cães e gatos de qualquer idade e porte, inclusive para animais neonatos. Informações: http://nutricaokonig.com.br/linha-nutricional/entero-fort-pasta/
  • 6. EDIÇÃO 43 ARTIGO: Nutrindo a microbiota intestinal Autora: Lívea Maria Gomes Pág. 10 NUTRIÇÃO Referências bibliográficas AQUINO, A.A. et al. Efeitos do extrato da parede de levedura na di- gestibilidade, no escore fecal e na palatabilidade de dietas para gatos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., vol.62, n.3, p. 622-630, 2010. BARRY K. A.; WOJCICKI B. J.; MIDDELBOS I. S.; et al. Dietary cellu- lose, fructooligosaccharides, and pectin modify fecal protein catabo- lites and microbial populations in adult cats J. Ani. Sci, sep 2010, vol. 88, n. 9, p. 2978-2987. BENYACOUB, J. et. al. Supplementation of food with Enterococcus faecium (SF68) stimulates immune finctions in young dogs. The Journal of Nutrition, v. 133, p. 1158-1162, 2003. BOND JH, Levit MD. Fate of soluble carbohydrate in the colon of rats and man. J Clin Invest. vol.57, p. 1158- 1164, 1976. BORGES, F.M; SALGARELLO, R.M; GURIAN, T.M. Recentes avanços na nutrição de cães e gatos. In: III Simpósio sobre nutrição de ani- mais de estimação- Anais...Campinas: Colégio Brasileiro de Alimen- tação Animal, p. 21-60, 2003. BUTOLO, J. E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. Campinas: Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, p. 430, 2002. FAHEY, g. C. Prebiotic use by companion animals. Abstracts of Pa- pers oh the American chemical Society. V. 228, p. 036, CARB., 2004. FELICIANO, M.A.R.; SAAD, F.M.O.B.; LOGATO, P.V.R. AQUINO, A.A. JOSÉ, V.A. ROQUE N.C. Efeitos de probióticos sobre a digestibilidade, escore fecal e características hematológicas em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., , v.61, n.6, p.1268-1274, 2009. GIBSON, G. R. & Roberfroid, M. B. Dietary modulation of the human colonic microbiota: introducing the concept of prebiotics. J. Nutr. vol.125, p. 1401–1412, 1995. GILLILAND, S. E. et. al. Antagonistic action of Lactobacillus acidoph- ilus towards intestinal and food - borne pathogens in associate cul- ture. J. Food Prot. V. 40, p. 820-823, 1977. KORE K. B.; PATTANAIK A. K.; DAS A.; ET Al. Evaluation of mannanoli- gosaccharide as prebiotic functional food for dogs: effect on nutrient digestibility, hind gut health and plasma metabolic profile Ind. J. Ani Sci. jan. Vol. 82; n. 1 p. 81-86, 2012. KOTUNIA, A; WOLIÑSKI, J; LAUBITZ, D; JURKOWSKA, M.; ROMÉ,V.; GUILLOTEAU, P.; ZABIELSKI, R. Effect of sodium butyrate on the small intestine development in neonatal piglets feed by artificial sow. J. Phy. Phar. vol. 55, Suppl 2, p. 59-68, 2004. MATHEW, A. G.; SUTTON, A.L.;SCHEIDT, A.B. Effect of galactan on se- lect microbial population and pH and volative fatty acids in the ileium of weaning pigs. J. Anim. Sci., vol.71, p. 1503 – 1509, 1993. ROBERFROID, M. B. Dietary modulation of the human colonic mi- crobiota: updating the concept of prebiotics. Nutrition Research Re- views, Cambridge, v. 17, n.2, p. 259-275, 2004. SALMINEN S, BOULEY C, BOUTRON-RUAULT MC, et al. Functional food science and gastrointestinal physiology and function. Br J Nutr; 80: suppl l: 147- 171, 1998. SGARBIERI, V. C.; ALVIM, I. D.; VILELA, E. S.; BALDINI, V. L. S.; BRA- GAGNOLO, N. Produção piloto de derivados de levedura (Saccharo- myces sp.) para uso como ingrediente na formulação de alimentos. Braz. J. Food. Technol., vol. 21, n.1,2, p. 119-125, 1999. STONE, C.W. Yest products in the feed industry: A practical guide for feed professional. Disponível em: http://en.engormix.com/ MA-feed-machinery/formulation/articles/yeast-products-feed-in- dustry-t243/800-p0.htm STUYVEN, E.; VERDONCK, F; VAN HOEK, I; DAMINET, S; DUCHATEAU, L; REMON, J.P.; GODDEERIS, B.M.; COX, E. Clin.Vaccine Immunol. vol. 17, n.2, p. 281, 2010. SWANSON, K.S.; GRIESHOP, C.M.; FLICKINGER, E.A.; BAUER,L.L. CHOW, J.M.; WOLF, B.W.; GARLEB, K.A.; JR. FAHEY, G.C. Fructooli- gosaccharides and Lactobacillus acidophilus Modify Gut Microbial Populations, Total Tract Nutrient Digestibilities and Fecal Protein Catabolite Concentrations in Healthy Adult Dogs. J. Nutr. Dec.1, vol. 132 no. 12, 2002. TIBBETTS, G.W. Nucleotídeos presentes no extrato de levedura de cepa específica: alternativa para substituição de fontes protéicas de origem animal. PorkWorld. Campinas, p. 36-39, jan./fev. 2004.