2. A VIÚVA E O PAPAGAIO
Autora: Virginia Woolf
Personagem principal: sra. Gage
Editora: Porto Editora
Adaptação para a língua portuguesa: Alexandra Guimarães
Ilustração: Aurélie De Sousa
1ºa edição: abril de 2014
3. A VIÚVA E O PAPAGAIO
A senhora Gage era uma viúva já de certa idade, míope e coxa, que vivia com o seu
cão, Shag.
Certo dia recebeu uma carta que a informava do falecimento do seu irmão
avarento, Joseph Brand. Para sua sutpresa, deixava-lhe em testamento toda a sua
propriedade , bem como 3 mil libras.
4. A VIÚVA E O PAPAGAIO
Com dinheiro emprestado para a viagem, partiu para a aldeia de Rodmell, local da
propriedade herdada, tendo atravessado o rio Uose a vau e conseguido uma boleia
na carroça do senhor Stacey, que lhe indicou onde era a casa do irmão. Chegou e
bateu a porta e ninguém atendeu. Depois de muito insistir ouviu uma voz estranha
que disse:
5. A VIÚVA E O PAPAGAIO
“ Não está ninguém em casa!”
Porém alguém abriu a porta, era a Sra. Ford, que lhe mostrou um papagaio grande
e cinzento. O papagaio chamava-se James, e tinha pertencido ao irmão da Sra.
Gage, que gostava muito do animal e conversava com ele como se fosse uma
pessoa.
A senhora Gage percebeu que o papagaio estava mal tratado e deu-lhe um
bocado de açúcar, e falou-lhe meigamente que tinha herdado a propriedade e
que faria dele um pássaro feliz.
6. A VIÚVA E O PAPAGAIO
Começou a percorrer a casa e percebeu que estava tudo em muito mau estado:
Buracos no chão, cogumelos a nascer e a mobília toda partida. Assim, ficou
desiludida… pensou que só lhe restavam as 3 mil libras.
Foi procurar os advogados e quando chegou ao escritório dos mesmos teve uma má
notícia: não haviam quaisquer vestígios das 3 mil libras! A propriedade estava em mau
estado e o papagaio era o único bem que tinha sobrado e que os advogados
aconselhavam a vender.
7. A VIÚVA E O PAPAGAIO
De regresso a Rodmell, e de baixo de muita chuva e de noite, a pobre viúva
desiludida, sempre coxeando lamentava-se que afinal o seu irmão Joseph a fizera
passar por “tamanho aborrecimento só para a atormentar”, pensou. Depois de
várias peripécias no caminho de volta viu no meio da escuridão uma luz que seria
uma casa a arder.
A casa que ardia era a sua casa herdada e a viúva pensou de imediato no papagaio
e se alguém o tinha salvo, mas os habitantes da aldeia não a deixaram arriscar a
vida para ir ver.
8. A VIÚVA E O PAPAGAIO
Foi passar a noite a casa da Sra. Ford e, de repente, um barulho na janela... era o
papagaio cinzento, que tanto a preocupara.
O papagaio voou para o chão, abanando a cabeça, como se estivesse a pedir-lhe que
o seguisse. A Sra. Gage seguiu-o até à casa incendiada. O pássaro saltitava de
contente na sua frente até que chegou ao que restava da cozinha do Sr. Joseph.
Quando lá chegou começou a bicar o chão de tijolo repetidamente e dizia com voz
esganiçada “ Não está ninguém em casa”!
9. A VIÚVA E O PAPAGAIO
A Sra. Gage percebeu que o chão estava irregular. Conseguiu retirar um deles e o
papagaio ia saltando para o tijolo seguinte sempre dizendo: ”Não está ninguém em
casa”. Depois de tanto esburacar descobriram milhares de moedas de ouro.
Se não fosse o incêndio e a esperteza de James nunca teriam descoberto o tesouro
que o Sr. Joseph tão bem tinha escondido. A senhora Gage voltou na companhia de
James, o papagaio, para casa recusando sempre vendê-lo.
10. A VIÚVA E O PAPAGAIO
A Sra. Gage viveu com os seus animais até ser muito velha.
Contou esta história toda só ao padre, no seu leito de morte, e disse que tinha sido o
pássaro a incendiar a casa, com um copo de óleo por cima do fogão.
O padre julgou que a assenhora já não dizia coisa com coisa. Mas a verdade é que se
ouviu o último suspiro, o papagaio disse: “Não está ninguém em casa!” e caiu morto
do seu poleiro.