1. “Pedro Alecrim”
Capítulo 1
Luís era um menino alto e gordo, de cabelos compridos e encaracolados, que nunca estava
calado e gostava de contar anedotas e adivinhas. Para as fichas de avaliação vestia-se a rigor (
camisa, cinto largo e gravata), onde escondia os copianços.
Quando terminavam as aulas, os alunos saíam a correr da escola para conseguirem arranjar
lugar sentados no autocarro.
Pedro Alecrim não gostava muito do Luís, porque certo dia este começou a gozar com ele no
autocarro, dizendo que o lugar dele era junto dos meninos da primária, tendo- se envolvido numa
zaragata.
Capítulo 2
A Rita, a Joana, o Nicolau, o Martinho e o Pedro eram os últimos a sair do autocarro.
A casa da Joana ficava logo lá. A Rita ia com o irmão de moto. O irmão, Afonso, andava com muita
velocidade. O Martinho também morava perto da paragem.
O Pedro e o Nicolau tinham de andar muito até chegar à sua aldeia- Pragal.
A aldeia tinha 20 casas, 5 lâmpadas públicas, 2 fontanários, um lavadouro público, uma capela e
uma venda.
Certo dia, no caminho para casa, os dois amigos viram uma poça com muitos cabeçudos e o Nicolau
explicou que eram peixinhos acabados de nascer de um peixe que um pássaro deixara cair ali. Mas
um dia descobriram que afinal eram rãs pequeninas e começaram a rir da sua ignorância.
Capítulo 3
O Martinho ajudava a mãe na loja e à noite a mãe obrigava-o a estudar.
O Pedro, quando chegava a casa, tinha de tratar das tarefas do campo: apanhar erva, dar de comer
aos animais… e só depois do jantar é que fazia os deveres. Não era um bom aluno, mas tem conseguido.
Os pais queixavam-se do dinheiro que gastavam para lhe comprar as coisas para a escola e achavam
que não tinha utilidade nenhuma. A mãe dizia mesmo que já estava arrependida por o ter posto a estudar.
Capítulo 4
Nicolau e Pedro resolveram fazer uma sociedade. Começaram por vender agriões, depois nabos e
seguiram-se castanhas, grelos e pencas. Tudo isto era vendido à mãe do Martinho. O dinheiro ganho era
guardado numa lata de leite em pó vazia e escondido no buraco do tronco dum carvalho velho que ficava
perto do caminho.
Quando viram que já tinham muito dinheiro, compraram 4 frações do bilhete da lotaria do Natal,
contando que iriam ficar ricos. Contudo, isso não aconteceu, e mais um sonho se desfez e a sociedade
também.
Capítulo 5
Um dia, ao chegar a casa, Pedro encontrou o seu pai doente. Aqui, também ficamos a saber que ele
tinha uma irmã chamada Rosália e um irmão, que era gago, chamado Jacinto.
Com o pai doente, Pedro tinha de fazer todas as tarefas em casa para ajudar a mãe, mas ainda
arranjava tempo para “brincar” com Jacinto.
Capítulo 6
Pedro e Nicolau receberam os livros da escola, que eram muitos e, portanto, pesavam muito. Pensaram
em ir buscar o cavalo do tio Zé Maria Coxo, para lhes levar os livros, mas não o encontraram.
Capítulo 7
Começa por falar das dificuldades que Pedro sentiu quando chegou à escola.
O pai continuava doente e cada vez pior: vomitava sangue.
O Luís andava ensonado na escola devido às muitas festas que tinha em casa.
Capítulo 8
Na ida para a escola, Pedro e Nicolau tinham que andar muito e, quando estava temporal, molhavam-
se e ficavam doentes. O pai do Pedro comprou-lhe uma roupa – “um equipamento antichuva” para o
proteger e Nicolau gozava com ele.
O pai do Pedro estava cada vez mais doente e a mãe tinha envelhecido.
2. Capítulo 9
Pedro Alecrim narra mais algumas peripécias da escola:
- a ida dos alunos para a sala de aula comparada à ida dos animais para o matadouro;
- a partida que o Luís faz à professora de matemática;
Pedro diz também que um bom professor deve explicar sempre o porquê das coisas.
Capítulo 10
O pai do Pedro acabou por ser internado.
Quando chegou a casa, o Pedro teve que ajudar a mãe nas lides e ainda explicar ao irmão mais
novo, o Jacinto, que o pai não ia morrer.
Capítulo 11
Pedro apercebeu-se que o Luís andava diferente. Então, o Luís desabafou com ele e contou-lhe
sobre como se foi apercebendo das constantes ausências do pai às refeições, que acabaram por ser
definitivas, pois o pai foi viver com outra mulher. Luís contou que ficou com muita raiva do pai e que,
recentemente, o tinha encontrado na rua e combinaram um encontro para conversarem.
No dia da conversa, foram almoçar a um restaurante “chique” e depois foram passear para a mata
(local onde costumavam fazer piqueniques em família). Aí, o pai explicou-lhe que continuava a gostar da
mãe, mas de maneira diferente e que a sua nova mulher se chamava Adelaide.
Pedro acabou por sentir que até gostava do Luís.
Capítulo 12
Na casa do Pedro não era costume haver discussões; a mãe não gostava de gritarias. Quando
andava mais nervoso, o pai ia “arejar” ou descarregava no gato. Mas, um dia, houve uma grande discussão
e a mãe do Pedro saiu porta fora. Como nunca mais voltava, o pai começou a ficar preocupado e acabaram
por ir procurá-la. Chegaram mesmo a pensar que a mãe teria feito alguma asneira. Não a encontraram e,
ao chegar a casa, a mãe estava tranquilamente a lavar a louça; apenas tinha ido apanhar a roupa ao
estendal por causa do temporal.
Capítulo 13
O pai do Pedro tocava Cavaquinho e, às vezes, ia tocar a bailes. Pedro foi uma vez com ele, apesar
dos protestos da mãe.
O Pedro gostava de aprender a tocar cavaquinho.
Capítulo 14
O Pedro e a mãe visitaram o pai no hospital.
O pai prometeu ao Pedro que, quando saísse do hospital, o ensinava a tocar cavaquinho.
Capítulo 15
As aulas estavam quase a terminar. Pedro e Nicolau falaram sobre as tarefas que teriam de fazer
nas férias. Nicolau disse que não ia continuar a estudar, pois tinha de ajudar os pais que já eram velhotes.
Nicolau também achou que o Pedro não ia continuar a estudar, agora com o pai doente.
Capítulo 16
O Luís conheceu a nova mulher do pai. Chamava-se Adelaide. A mãe do Luís também falou em
casar-se novamente.
Capítulo 17
Acabaram as aulas. Pedro foi à escola no último dia e regou a tília, que ele e o Nicolau tinham
plantado no Dia da Árvore.
Da turma deles só passou ele e o Nicolau e poucos mais. A maior parte, como o Luís, reprovou.
Capítulo 18
O pai do Pedro foi operado. A Mãe foi de táxi para o hospital. A Fatinha disse ao Pedro que devia
estar preparado para tudo, pois o pai estava muito doente.
Capítulo 19
O pai do Pedro faleceu. No funeral, Pedro ficou no velório e acompanhou o funeral até ao cemitério.
Depois, fugiu e atirou-se a um ribeiro para se lavar da sujidade e dos cheiros.
Capítulo 20
Pedro andava na rega dos campos quando surgiu o Nicolau. Este informou-o sobre a sua partida para
casa do irmão, em Vila Nova de Gaia, onde ia começar a trabalhar num café. O Pedro ficou triste com a
partida do amigo.
Capítulo 21
3. Pedro recebeu uma carta do amigo Nicolau, que lhe contava sobre as suas aventuras na casa do
irmão. Nicolau estava desapontado, pois até àquele momento apenas tinha lavado garrafas no café.
Capítulo 22
Pedro respondeu a Nicolau, informando-o que também tinha recebido um postal do Luís, o gordo
Luís, todo escrito em código. Pedro disse ainda que andava à procura de emprego.
Capítulo 23
Pedro recebeu o cavaquinho que era do pai. Como estava com as cordas partidas, procurou o tio
Trindade para o ajudar. O tio Trindade, que era ferreiro, pediu ao Pedro que o ajudasse e, no fim, fez-lhe
uma proposta: o Pedro ia para casa dele aprender a ser ferreiro e depois aprendia a tocar cavaquinho.