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Os Indígenas Hoje

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DESENVOLVIDO POR EDUARDA MOREIRA
ORIENTADO PELAS PROFESSORAS KATIA VARELA E
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M U S E U , A R Q U E O L O G I A E
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CULTURA
É imprescindível citar que a palavra "índio" foi atribuída aos povos
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  1. 1. OS INDÍGENAS HOJE DESENVOLVIDO POR EDUARDA MOREIRA ORIENTADO PELAS PROFESSORAS KATIA VARELA E ANGELA CRISTINA SOB PARCERIA DO MAE
  2. 2. M U S E U , A R Q U E O L O G I A E E T N O L O G I A . QUAL A RELAÇÃO COM A CULTURA INDÍGENA? Para começarmos, devemos saber qual a definição de museu, arqueologia e etnologia, e assim, relacionar à cultura indígena. Museu é um estabelecimento cuja a finalidade é conservar e expor objetos e conteúdos culturais, artísticos, históricos, políticos, etc. Já a arqueologia é uma ciência que estuda o homem e as civilizações por meio dos objetos e vestígios deixados pelos mesmos. Similarmente, a etnologia também estudas os povos, porém, por meio de dados coletados pela etnografia¹ com o intuito de descrever algum grupo étnico. Destarte, para estudarmos profundamente os povos indígenas e sua cultura devemos pesquisar os objetos que são utilizados em cada povo (arqueologia), a etnografia coletada sobre esse grupo étnico (etnologia) e a também, se possível, visitar os museus que falam sobre a comunidade indígena para ter mais informações sobre as mesmas. Na Universidade de São Paulo, o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) inaugurou no dia 15 de março de 2019 uma exposição exibindo histórias e tradições dos grupos indígenas Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena, incluindo a participação de todos no desenvolvimento da curadoria. Do pouco conhecimento sobre culturas indígenas difundido no Brasil, quase nada foi produzido pelos próprios povos retratados. Sua história costuma ser contada por terceiros, o que pode influenciar na propagação de uma visão carregada de preconceitos. A exposição Resistência Já! Fortalecimento e União das Culturas Indígenas – Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena, que será inaugurada nesta sexta-feira, dia 15, às 14 horas, no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, caminha no sentido contrário. Ela é uma colaboração do MAE com os grupos indígenas kaingang, guarani nhandewa e terena vindos da região centro-oeste do Estado de São Paulo. Todos participaram ativamente do processo de curadoria da exposição, que mostra a história e as tradições desses grupos através de objetos, vestimentas e fotografias selecionados por eles próprios. Jornal da USP, 2019. ¹ etnografia: é uma metodologia das ciências sociais, principalmente da disciplina de Antropologia, em que o principal foco é o estudo da cultura e o comportamento de determinados grupos sociais.
  3. 3. CULTURA É imprescindível citar que a palavra "índio" foi atribuída aos povos nativos brasileiros pelos europeus, inicialmente, por "acharem" que estavam na Índia quando invadiram o território brasileiro. Tanto se fala na diversidade cultural brasileira, mas afinal o que é cultura? Podemos defini-la como um conjunto de hábitos, tradições, ideias, práticas e costumes que caracterizam determinado grupo. Quando pensamos no grupo étnico indígena, temos a ideia de que são todos iguais, às vezes, em lugares diferentes. Portanto, a cultura indígena além de ter vários aspectos comuns entre seus povos, se observada profundamente, nota-se significativas peculiaridades em seus hábitos, ritos, tradições e costumes. A cultura material e imaterial indígena é exuberantemente rica. Como exemplos, podemos citar como cultura material, seus adornos (cocar, alargador labial, braçadeira), seus instrumentos, objetos ritualísticos (máscaras, yapema), suas armas (arco e flecha, zarabatana, borduna), ou seja, definimos como cultura material tudo aquilo que é palpável. Já como cultura imaterial indígena, podemos mencionar seus ritos xamânicos (como a ayahuasca), suas práticas e costumes, ou seja, coisas intangíveis. OS INDÍGENAS HOJE O QUE É CULTURA?
  4. 4. CULTURAS ATRASADAS Ao falarmos das culturas indígenas, retratamo-as como "culturas atrasadas", mas isso acontece, muitas vezes, por conta da educação e os ensinamentos antiquados e equivocados que tivemos ao longo da vida. Por isso, é importante estudarmos bastante sobre a nossa cultura para percebermos a riqueza do nosso povo. Os povos indígenas possuem suas próprias artes, ciências, políticas, religiões, tecnologias, músicas, literaturas, ideologias, assim como todos os outros povos humanos existentes na Terra. Os conhecimentos indígenas tem muito a nos acrescentar, como por exemplo, saberes culinários, medicinas (como plantas medicinais), agricultura, pesca, astronomia, economia, reflorestamento, cuidados com a natureza, etc. Na história do Brasil, não foi dito nada com relação à contribuição indígena ao país, injustamente porque sempre foram considerados "povos atrasados, sem cultura ou sem conhecimento". E algumas pessoas insistem em afirmar que os povos indígenas não ajudam a sociedade a se desenvolver, julgados como empecilhos no desenvolvimento da população, porém esta é uma ideia equivocada, pois os indígenas estão sempre nos beneficiando, principalmente quando falamos em cuidados com a natureza e também com medicinas naturais. Uma contribuição notável de séculos atrás é que os nativos ensinaram aos colonizadores como sobreviver nas terras brasileiras, já que tinham domínio/habilidades sobre a terra em que viviam, habilidades essas sobre técnicas de sobrevivência e como se orientar na selva/nas expedições realizadas, sendo assim foi passado aos portugueses essas habilidades, dado que os mesmos não tinham conhecimento algum sobre o território em que estavam. Outra contribuição de indispensável citação é o melhoramento genético da mandioca feito pelos indígenas, com resultado semelhante ao que é realizado por cientistas e vendedores agrícolas. Em outras palavras, existem incontáveis colaborações dos indígenas para o Brasil. O preconceito em relação aos saberes indígenas não nos tem permitido usufruir desse legado cultural acumulado durante milênios. Muitos erros poderiam ter sido evitados, se o colonizador tivesse confiado nas taxonomias indígenas. No ano de 1985 aconteceu um grave acidente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais provocaram deslizamentos de terras das encostas da Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios continha informação sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. Só depois do acidente descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer “pedra podre”. BLOG: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
  5. 5. ÍNDIO COM ROUPA E CELULAR NÃO É MAIS ÍNDIO Hodiernamente, muitos indígenas usufruem das tecnologias  contemporâneas, assim como qualquer cidadão que vive na "cidade grande". Usam calças, sapatos, camisetas, touca. Usam Whatsapp, Instagram, Facebook. Isso faz com que deixem de ser indígenas? Absolutamente NÃO. Cultura não é algo inerte, é constantemente mutável. Somos influenciados por povos e vice-versa. Se um baiano nunca comeu acarajé, ele deixa de ser baiano? NÃO. Se uma mulher indiana decide não usar mais sari (traje tradicional das mulheres da Índia) e começa usar só calça jeans e camisetas, ela deixa de ser indiana? NÃO. Se um japonês deixa de comer com Hashi (palitos japonês) e passa a usar garfo e faca ele deixa de ser japonês? NÃO Da mesma forma que você não se torna mineiro porque comeu pão de queijo. Então, concluímos que os povos indígenas são cidadãos livres e têm direitos e deveres igualmente a nós, por isso podem (e devem) escolher a roupa que irá usar, os acessórios que colocará, as redes sociais que irá socializar e assim por diante. Atualmente, não usamos o mesmo português que usávamos séculos passados, não usamos as mesmas roupas que usávamos no passado, não usamos os mesmos canais de comunicação que usávamos no passado e nem usamos as mesmas tecnologias que no passado. Sendo assim não há motivos para pensar que indígenas só são indígenas se não usarem as mesmas "coisas" que nós usamos habitualmente.
  6. 6. DIVERSIDADE INDÍGENA De acordo com o site Povos Indígenas no Brasil e o Instituto Socioambiental (ISA), estima-se que existam hoje no mundo pelo menos 5 mil povos indígenas, somando mais de 370 milhões de pessoas (IWGIA, 2015). Segundo resultados preliminares do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 817.963 indígenas, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras. De acordo com a Funai (Fundação Nacional do Índio) foram registradas 274 línguas indígenas e 225  povos indígenas. Em outras palavras, não podemos falar que "é tudo índio" ou "índio genérico", pois como já foi dito, existem 225 povos, cada comunidade com línguas, artes, crenças, hábitos e costumes diferentes. Criando uma analogia com os "brasileiros", onde para pessoas do exterior, todos sabem sambar e é só carnaval. Para nós isso não existe, aqui existem pessoas com diferentes culturas, ou seja, não podemos dizer que é homogêneo considerando que as divergências são aparentes. Ao falarmos da cultura indígena não podemos deixar de citar o quão envolvidos estamos e somos com todos os grupos existentes no Brasil e no mundo. Em nosso vocabulário notamos a presença de palavras de origem indígena como carioca (tupi kari’oka, que significava casa (oka) do homem branco (kari), Araraquara (formigueiros de arará), Butantã (terra firme), Guarulhos (referente aos guarus (peixes), abacaxi (ïwaka’ti  derivado de(o)  ï’wa  ‘fruta’ +  ka’ti  ‘que  recende’), açaí (ïwasa’i  ‘fruto  que  chora,  isto  é,  que  deita  água (ou seja, que dá sumo), pipoca (pi’póka, grão que estoura), etc.
  7. 7. JOVENS NA MILITÂNCIA INDÍGENA Não é brincadeira quando pessoas mais velhas dizem para os jovens que eles são o futuro do país. Para vermos mudanças é necessário investimentos nos jovens e não são investimentos financeiros, são morais e educacionais. Ninguém nasce preconceituoso, a sociedade com suas ideologias preconceituosas já instituídas que o torna, assim sendo, nossa missão é ensinar aos jovens a importância de acolher, estudar e compartilhar conhecimentos com os povos originários. Os jovens indígenas quando vão ingressar na escola com os não-indígenas sofrem preconceitos em virtude da falta de conhecimento e acolhimento dos não-indígenas, posto isto, os jovens indígenas acabam se apartando do contato com não-indígenas. Cabe-nos avaliar se temos esses preconceitos, se nossos filhos, parentes, amigos, que por algum motivo não teve contato com os povos indígenas ou não tem conhecimento sobre suas culturas, têm preconceito com os mesmos. Vamos unir nossos jovens independente de raça, etnia ou orientação sexual. A união e o respeito são pilares primordiais para a evolução da sociedade. Nada nos traz de benéfico desunir os habitantes desse país. 21,8 mortes para cada 100 mil indivíduos foi a taxa de suicídio de indígenas entre 2016 e 2018, segundo informações do Ministério da Saúde em setembro de 201. Esse valor nos mostra a urgência de lutarmos para a proteção desses povos, a urgência de solicitar ao governo atual soluções para a devolução de suas terras, para colocar representantes administrativos, sociais e econômicos, que os represente de fato, sendo um exemplo atual a Secretária Especial da Saúde Indígena e a Missão Evangélica serem os protagonistas da distribuição de psicólogos não-indígenas para dialogar com os povos indígenas.
  8. 8. DESMATAMENTO E O CACIQUE CAIAPÓ RAOINI Atualmente, o tema que está sendo discutido mundialmente é sobre desmatamento. Segundo o site Carta Capital, o desmatamento na Amazônia cresceu 45,5% em 2019 e julho deste ano foi o pior mês já registrado na série histórica de alertas emitidos para órgãos fiscalizadores, com 2.254 quilômetros quadrados como potenciais focos de crimes ambientais – uma alta de 278% em relação ao mesmo período do ano passado. Como consequência do desmatamento temos a perda da biodiversidade, os efeitos climáticos (como o aquecimento global, efeito estufa), desertificação, perda de rios e lagos, desenvolvimento de doenças (doenças pulmonares). E o que isso tem a ver com os povos indígenas e o cacique Raoni? Cerca de 55% dos povos indígenas vivem na chamada Amazônia Legal. Eles usam a natureza de forma sustentável para sua sobrevivência, ou seja, se desmatarmos as terras, eles não terão como viver, por isso devemos disseminar a consciência de que é totalmente desumano e equivocado desmatarmos nossas terras, seja o motivo que for. Com os indígenas nós aprendemos como tratar a natureza de forma correta e sustentável. Além das algas marinhas, as árvores liberam grande parte do oxigênio que respiramos, sendo assim, sem elas nós teremos dificuldades para respirar podendo até causar óbitos, principalmente, se desmatarmos, a quantidade de Dióxido de Carbono que será emitida para a atmosfera é extremamente alta, além das doenças que teremos, se desmatarmos os povos ficarão sem suas terras. O cacique Raoni nasceu na década de 1930, mas não se sabe precisamente em que ano. Na infância, começou sua vida no vilarejo de Krajmopyjakare, no Mato Grosso. Raoni tem como uma de suas marcas registradas o "labret", adorno que carrega no lábio inferior - um símbolo de seu compromisso com a terra que nasceu. "Há muitos anos nós, líderes indígenas e povos da Amazônia, temos alertados vocês, nossos irmãos que trouxeram tantos danos às nossas florestas", afirma o cacique, dizendo que o que vem sendo feito nas florestas "vai mudar todo o mundo, destruir nossa casa e a sua casa também". Temos o compromisso de tratar com respeito e igualdade os povos indígenas. Existem inúmeras formas de ajuda-los, como por exemplo, fazer doações nas aldeias que estão em estado de precariedade, mas a maneira primordial de ajuda-los é não desmatando, tendo amor e carinho pela natureza e espalhando o olhar consciente de que os povos indígenas precisam de suas terras e de respeito.
  9. 9. Brasília, madrugada de 20 de abril de 1997. Galdino Jesus do Santos, liderança indígena do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, dormia em um ponto de ônibus da cidade, depois de ter participado das manifestações de 19 de abril pela demarcação das terras legítimas de seu povo. Enquanto isso, cinco jovens de classe média alta, filhos de políticos e de pessoas influentes da cidade decidiram sair para se divertir. O encontro deles pelas ruas de Brasília ficou marcado como um episódio brutal, cruel e profundamente desumano, que reflete 549 anos de opressão e de genocídio dos povos indígenas. Galdino foi assassinado de maneira abominavelmente covarde. Atearam fogo em seu corpo enquanto o guerreiro dormia, indefeso. Fugiram sem prestar socorro e Galdino faleceu no dia seguinte com 95% do corpo queimado. Esse crime brutal aconteceu há 22 anos, mas inexplicavelmente - ou talvez, previsivelmente -, os responsáveis nunca foram condenados devidamente. Receberam penas leves e logo foram soltos. Além de revelar a face cruel da humanidade e a banalidade do mal, a história de Galdino é mais um exemplo do descaso da sociedade brasileira com os povos originários. O crime hediondo revelou a realidade marcada pela história brasileira de desrespeito, opressão e ignorância. Revelou o real caráter da cultura dominante, que marginaliza massacra e aniquila a participação indígena e quilombola, com violência e morte, desde 519 anos atrás até os nossos dias. Estes problemas sociais graves precisam ser debatidos até que essas barreiras sejam plenamente quebradas. Lembrar Galdino é manter viva a resistência, convocando todos para descolonizar a mente, aceitar as diferenças, dialogar e lutar por justiça. Uma luta de todos pela vida, com respeito às diversidades e o direito universal de coexistir, preservando tradições, raízes culturais e ambientais. Viva Galdino! A LUTA CONTINUA. DUBDEM NÚCLEO DE IDEIAS, PESQUISAS E PROJETOS GUERREIRO GALDINO No ano de 2019, a frase "ninguém solta a mão de ninguém" tornou-se viral rapidamente, mas o questionamento é se esse "ninguém" tem cor, etnia e orientação sexual. No momento presente, se faz necessária a reflexão sobre se os indígenas estão sendo devidamente "segurados" assim como pessoas socialmente normativas (pessoas brancas, magras e heterossexuais) são. Temos de tornar real o sentido dessa frase, especialmente para com os indígenas, assegurando sempre a moradia digna, a educação escolar, a segurança e principalmente a autonomia.
  10. 10. POVOS INDÍGENAS CAPÍTULO II DA UNIÃO Art. 20. São bens da União: XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. CAPÍTULO VIII DOS ÍNDIOS Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. §6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
  11. 11. INDÍGENAS NA MÚSICA Graças a luta, a resistência e ao aumento da visibilidade indígena, hoje temos indígenas nos palcos, nos festivais, rádios, representando seus povos e assim, vemos claramente que eles desde sempre produzem arte. Nós temos de parar de nos limitar a pensar que eles produzem apenas "músicas" que são cantadas nos rituais e começar a entender que produzem todos os tipos de músicas com diversos genêros como funk, rap, MPB, reggae etc.
  12. 12. ARTISTAS INDÍGENAS Edivan Funil-ô Djuena Katú Mirim Edivan Fulni-ô é cantor, compositor e integrante do grupo musical “Coisa de Índio”, o estudante de agronomia na UEFS, foi finalista do 14º Festival Metropolitano de Música Vozes da Terra. É estudante do Curso de Agronomia da UEFS e o 1º Estudante Indígena da UEFS em Programa de Mobilidade Acadêmica. Em suas canções, denuncia a influência da bancada ruralista nas políticas povos indígenas através do pop rock. A cantora Djuena Tikuna é dona de um feito inédito. Ela foi a primeira indígena a protagonizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas, em mais de 120 anos de existência do local, no lançamento do seu álbum “Tchautchiane”, em 2017. A cantora nasceu na Aldeia Umariaçu II, da etnia Tikuna — de onde vem seu sobrenome —, no município de Tabatinga (AM). A região faz fronteira com a Colômbia e o Peru, no Alto Solimões, onde o rio “banzeira as fronteiras”. Daí também a inspiração para o nome Djuena, “a onça que pula no rio”. Mulher indígena, descendente do povo Bororó, reside na periferia do interior Paulista. Rapper, performer e ativista, é fundadora da etnomídia Visibilidade indígena e da mídia Indígenas LGBTQ - Tibira. Usa sua voz para falar sobre as questões indígenas, porém a artista não se considera uma artista indígena que só produz artes na temática indígena, mas sim uma artista que usa a música para falar sobre tudo que envolve seu mundo. Suraras do tapajós vai além das apresentações culturais. O coletivo é formado por 30 integrantes, sendo que 20 formam o grupo musical que lutam por autonomia e o empoderamento feminino indígena para concretizar o respeito quanto aos direitos humanos dos povos do Baixo Tapajós. "O nosso repertório base é composto por canções em nheengatu, adotamos a nossa própria língua mãe, fazendo o resgate das nossas raízes e, por sua vez, o carimbó, valorizando sempre nossa cultura, o que é nosso. Suraras do Tapajós
  13. 13. RÁDIO YANDÊ Yandê é a nossa rádio, feita para "você" e "todos nós", como diz o ditado, tudo que fazemos juntos fica melhor, é com esse conceito que nós do Grupo de Comunicação Yandê trabalhamos. A Rádio Yandê é educativa e cultural. Temos como objetivo a difusão da cultura indígena através da ótica tradicional, mas agregando a velocidade e o alcance da tecnologia e da internet. Nossa necessidade de incentivar novos "correspondentes indígenas" no Brasil, faz com que possamos construir uma comunicação colaborativa muito mais forte, isso comparada as mídias tradicionais de Rádio e TV. Estamos certos, de que uma convergência de mídias é possível, mesmo nas mais remotas aldeias e comunidades indígenas, e que isso é uma importante forma de valorização e manutenção cultural. Nossa grade de programação possui programas informativos e educativos que trazem para o público um pouco da realidade indígena do Brasil. Desfazendo antigos esteriótipos e preconceitos ocasionados pela falta de informação especializada em veículos de comunicação não indígenas. A Rádio Yandê é um Ponto de Mídia Livre. A Yandê iniciou seu streaming no dia 11 de Novembro de 2013. Nossa sede é no Rio de Janeiro, mas nossa rede de comunicação é nacional. RÁDIO YANDÊ Notamos aqui outro ponto que merece destaque ao falarmos da modernização dos povos indígenas. A web rádio indígena nos prova a progressão principalmente no  âmbito  tecnológico dos povos indígenas. Ao passo que os homens não-indígenas revolucionam, os povos indígenas também avançam. Porém não podemos ignorar que se elegermos um representante para o nosso país que seja anti-indígena ou que não nos represente em uma esfera nacional integral será mais difícil para os povos indígenas progredirem e até sobreviverem. Não podemos deixar de lembrar a dívida histórica que o Estado tem com os indígenas, principalmente por todo genocídio feito com povos indígenas. Um único conselho quando se trata da música indígena seria: ouçam com além dos ouvidos, com o coração e sintam a raiz da cultura brasileira
  14. 14. YBY Festival é o 1º Festival de Música Indígena Contemporânea da história do Brasil Yby Festival e é um projeto é idealizado pela Rádio Yandê. Sendo um grande ganho para a cultura brasileira tornando-a cada vez mais rica e beneficiada com as artes e os artistas indígenas. Entre diversas atrações podemos citar: ROCK, MPB, FUNK, HEAVY METAL, FORRÓ, TODOS CONCEBIDOS E EXECUTADOS POR MÚSICOS INDÍGENAS Entre os artistas confirmados estão Arandu Arakuaa, Brisa Flow, Bro’s MCs, Djuena Tikuna, Edivan Fulni-Ô, Gean Ramos Pankararu,  Ian Wapichana, Katu Mirim, Nory Kayapó, Oz Guarani, Oxóssi Karajá, Wakay, Wera MC, Suraras Do Tapajós e o Grupo Mãnã Runu Keneya. A EXPOSIÇÃO REPANGEA – UMA EXPERIÊNCIA TECNOXAMÂNICA EM REALIDADE VIRTUAL Sendo desenvolvida por Anapuaka Tupinambá, atualmente em exposição no Museu do Amanhã, também faz parte das atrações do Festival YBY. ARTESANATOS Os povos das cinco regiões do país trarão artesanatos, mobiliário e peças de arte visuais para exposição e venda durante o festival. O YBY Festival contribui na valorização o povo indígena  numa camada global. É de extrema importância a nossa participação, reconhecimento e divulgação de eventos como esse, que auxilia também no crescimento da inclusão dos povos indígenas na sociedade atual sendo repudiado qualquer ato que alvite os indígenas.
  15. 15. FORMAÇÃO INDÍGENA NO MÁRIO MANOEL A Escola Estadual Profº Mário Manoel Dantas de Aquino que participa do Projeto Vivendo a USP em parceria com o MAE, realizou um trabalho de formação com os professores da escola em reunião do planejamento no mês de julho. Já no mês de agosto, os estudantes do Mário Manoel participaram de uma oficina e, logo após, no mês de setembro, para a contribuição do conhecimento e divulgação dos saberes indígenas, o MAE foi na escola e realizou atividades incríveis com os alunos. Em outubro, mais um grupo de estudantes estiveram no MAE e, neste momento, presenciaram uma vivência indígena com os Terena compartilhando e aprendendo. E para a disseminação deste conhecimento em um ambiente escolar os estudantes desenvolveram diversas artes, como apresentado na primeira imagem. A Lei 11.645/2008 torna obrigatório a abordagem de história afro-brasileira e indígena na educação básica, que inclui o ensino fundamental e médio. A escola Mário Manoel junto ao MAE, colocaram em prática esta lei esclarecendo a importância desse ato que é a inclusão dos saberes indígenas durante o ano letivo e não somente no "Dia do Índio", o imprescindível respeito por culturas diferentes, criar uma sociedade em que a diversidade seja respeitada e não explorada ou silenciada e, por fim, possibilitar uma forma dinâmica de aprender conteúdos de história, química, física e literatura.
  16. 16. INDÍGENAS NAS UNIVERSIDADES E NO MERCADO DE TRABALHO Está crescendo cada vez mais o número de indígenas nas universidades. A luta é constante, caso não fosse a exigibilidade sobre seus direitos e suas incessantes batalhas para serem respeitados, pequena seria a taxa de indígenas ocupando universidade e lugares de representatividade. Atualmente, diferente de tempos atrás, pessoas indígenas no contexto rural ou urbano estão ingressando nas universidades desenvolvendo qualificações em diversas áreas, como exemplo temos indígenas Tupinambás formados em gestão de marketing, jornalismo, letras, etc. Em uma reportagem feita pelo programa Trabalho e Justiça pela Rádio Justiça - Brasília foi citado que "De acordo com o Ministério do Trabalho, em 2017, o número de indígenas trabalhando com carteira assinada era próximo aos 75 mil". Fazendo uma analogia com tempos atrás, essa é uma mudança notável ao que se diz condições e modos de trabalho. Nessa reportagem, o primeiro entrevistado é indígena Potiguara na Paraíba e estuda engenharia florestal na Universidade de Brasília, já o segundo entrevistado Dinamã Jurum Tuxá é advogado e  coordenador executivo da Articulação dos povos indígenas do Brasil. É notório a diversidade de profissionais indígenas qualificados em diferentes áreas do conhecimento nos obrigando a quebrar novamente o tabu de que os indígenas são atrasados ou qualquer alogia que tente tachar os povos nativos brasileiros. Mencionando novamente e Constituição de 1988 no Art. 5º onde diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Ou seja, até a Constituição nos representa como iguais (mesmo sendo irreal na prática) não teria coerência tratar os povos indígenas de modo a prejudica-los ou trata-los com apatia e desrespeito . A Lei nº 6.001 de 19 de Dezembro de 1973 no Art. 14. assegura que não haverá discriminação entre trabalhadores indígenas e os demais trabalhadores, aplicando-se-lhes todos os direitos e garantias das leis trabalhistas e de previdência social e também no Art. 16, §2º diz que em qualquer caso de prestação de serviços por indígenas não integrados, o órgão de proteção ao índio exercerá permanente fiscalização das condições de trabalho, denunciando os abusos e providenciando a aplicação das sanções cabíveis. 
  17. 17. W H E R E W E A R E N O W COMO TER CONTATO COM OS POVOS INDÍGENAS IMPACTOU NA MINHA VIDA Eu, Eduarda nasci no Jabaquara - SP, sou filha da Vivian e do Marçal que estão sempre me auxiliando no que tange a vida. Sou estudante na Escola Estadual Mário Manoel, localizado na periferia de Ferraz de Vasconcelos.  Este conteúdo foi uma proposta da professora Katia Varela que contribuiu com o aumento dos meus conhecimentos sobre os povos indígenas ao sugerir a realização deste trabalho. A intenção é desconstruir algumas crenças que temos sobre esses povos. Meu primeiro contato físico com os indígenas foi em abril de 2019, quando visitei uma aldeia Guarani- Kaiowá na praia de Boraceia. Fiquei encantada com tudo o que via, como as crianças brincando e rindo uns com os outros o tempo todo, os cantos, as comidas que nos foi compartilhada. Notei a profunda simplicidade naquele povo e também o meu não entendimento de sua língua (como já esperava) fazendo-me ter curiosidade para pesquisar as diversas línguas indígenas existentes no Brasil. Foi uma visita que fez-me perceber que o mais belo está no mais simples e que é uma realidade um pouco diferente em relação ao que estou acostumada a ver, ler e escutar e ao que vivo. Meu segundo contato com os indígenas foi em outubro de 2019 no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade de São Paulo (USP) onde foi apresentado pelos próprios indígenas Terenas a exposição "Resistência Já". Ao fazer esse trabalho aprendi a eliminar alguns equívocos que tinha sobre esse grupo étnico e aprendi principalmente a escutar mais o próximo e defender mais a igualdade e equidade que afetou de forma positiva no meu modo de pensar, viver e ver o mundo.
  18. 18. DICIO. Disponível em: https://www.dicio.com.br/museu/ FARIA, Caroline. Arqueologia. InfoEscola. UOL Educação, 2019. Disponível em: https://www.infoescola.com/ciencias/arqueologia DICIO. Dispovível em: https://www.dicio.com.br/etnologia/ SOUZA, Matheus. Cultura. Jornal da USP. Disponível em: https://jornal.usp.br/cultura/indigenas-contam-sua-propria-historia-em-nova-exposicao-na- usp/?fbclid=IwAR1dZn-V50CTgPNv3gaamXx3WEMOEOSyI2l7Q4MdSmZw4nZGM_VT46e63l8 LUCIANO, Gersem dos Santos – Baniwa et al. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília. 2006. DOMINGUES, Joelza Ester. Ensinar História. 2015. Povos indígenas no Brasil. Pib Socioambiental. IBGE. Censo 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo? busca=1&id=3&idnoticia=2194&t=censo-2010-poblacao-indigena-896-9-mil-tem-305-etnias- fala-274&view=noticia GALVANI, Giovanna. Carta Capital. Sustentabilidade: Desmatamento na Amazonia. 2019. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/desmatamento-na- amazonia-aumentou-45-em-2019-apontam-alertas/ PIB Mirim. Você sabe onde vivem os índios? G1 - GLOBO. O que pensa o Cacique Raoni, citado por Bolsonaro no discurso da ONU. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/24/o-que-pensa-o-cacique- raoni-citado-por-bolsonaro-no-discurso-da-onu.ghtml BRASIL. Constituição ( 1988 ). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988 Secom/UnB SILVA, Petterson. Arte Sem Fronteira. Disponível em: https://artesemfronteiras.com/artista- petterson-silva/ RRIBEIRO, Kelly. Reverb. Djuena Tikuna. Disponível em: https://reverb.com.br Rádio Yandê. Disponível em: http://radioyande.com/ Trabalho e Justiça - Reportagem. Disponível em: http://www.tst.jus.br/radio-outras- noticias/-/asset_publisher/0H7n/content/reportagem-especial-insercao-de-povos-indigenas- no-mercado-de-trabalho/pop_up? _101_INSTANCE_0H7n_viewMode=print&_101_INSTANCE_0H7n_languageId=pt_BR BIBLIOGRAFIA FOTOS E REFERÊNCIAS

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