1. Ministério da Educação Secretaria de
Educação Básica Diretoria de Apoio à
Gestão Educacional
Pacto Nacional pela Alfabetização na
Idade Certa
FORMAÇÃO DO PROFESSOR
ALFABETIZADOR
3. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO:
PERSPECTIVAS E CONDICIONANTES
LINGUÍSTICOS E SOCIAIS
• 1- Sobre o sujeito leitor e produtor de textos
• 2- Pensando a leitura: o que é ler, instâncias
e pressupostos da leitura.
• 3-Aquisição da escrita.
• 4- Pressupostos da escrita.
4. Quem se dispõe a alfabetizar precisa
estar ciente de aspectos como:
1- Como o homem se constitui
falante, leitor e escritor em nossa
sociedade?
2- Por que considerar as diferentes
realidades (urbana, rural, classes
sociais, idade, sexo, credos, necessid
ades educativas especiais)?
5. Quem é o sujeito falante, leitor e
escritor de textos?
Quem é o alfabetizando?
15. O sujeito falante, leitor e produtor de textos
é constituído por aspectos sociais e
históricos.
Então, a escola alfabetizadora precisa
considerar os alunos como seres sociais e
históricos.
16. “[...] a vocação do homem é a de ser
sujeito e não objeto (...), não existem
senão homens concretos (não existe
homem no vazio). Cada homem está
situado no espaço e no tempo, no sentido
em que vive numa época precisa, num
lugar preciso, num contexto social e
cultural preciso. O homem é um ser de
raízes espaço-temporais. (FREIRE, 1980:
34).
17. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
• Dois conceitos estreitamente articulados.
• Alfabetizar/letrar pressupõe o ensino/aprendizagem das
práticas de leitura e de escrita com vistas à inserção social.
• Implica, também, no bom desempenho da oralidade.
• São práticas que se iniciam no espaço familiar, perpassam por
todos os espaços de convívio social e são
sistematizadas/oficializadas, na escola, por meio de um
processo pedagógico de responsabilidade da instância escolar e
dos professores alfabetizadores.
O fracasso de uns, reflete, consequentemente, o fracasso
dos outros
18. ALFABETIZAR
Contribuir para o ingresso das crianças no
mundo da LEITURA e da ESCRITA e para a
participação delas em situações de uso da
ORALIDADE
Não termina nos anos iniciais de escolarização.
Existe a alfabetização
digital/tecnológica, Letramento acadêmico...
20. Ler não é
• Simples reconhecimento de letras, sílabas e
palavras.
• decifrar, como num jogo de adivinhações, o
sentido de um texto.
• Decodificação do sinal gráfico que se aprende
no início da alfabetização.
21. Ler é • Soletrar • Ato primeiro da
leitura
CONTAR • Repetir fonemas
• Estágios da escrita
• Agrupar fonemas
Ler é • Apoderar-se • Interpretação
COLHER • Acatar o sentido • Localização do tema
(VERBO) e da mensagem
• Autor é o dono absoluto
Ler é • Acrescentamento de • Compreensão
sentidos a partir de sinais
ROUBAR • Coautoria
(VERBO) • O leitor é um coautor
• Relativização dos poderes
do autor
22. Sobre a instância de leitura denominada
roubar, Paulino et al (2001) afirma:
“Não se rouba algo com conhecimento e
autorização do proprietário, logo essa leitura do
texto vai se construir à revelia do autor, ou
melhor, vai acrescentar ao texto outros sentidos
a partir de sinas que nele estão
presentes, mesmo que o autor não tivesse
consciência disso”.
23. Observe o exemplo a seguir
“Gosto de marmelada”
Oralidade
• Análise: gos-to-de-mar-me-la-da
• Síntese: gosto de marmelada
• Leitura (colheita) interpretação: gosto do doce
de marmelo (fruta).
• Leitura (roubar) compreensão - Sentido
conotativo “negócio desonesto”, “mamata”:
sou partidário de negócios desonestos.
24. • As palavras carregam significações que permitem
ao leitor, passar por diversas e sucessivas
sondagens.
• A capacidade de transgressão dos sentidos
propostos pelo autor revela a eficiência e o poder
do leitor.
• Essa capacidade está diretamente relacionada
com o contexto de ocorrência da palavra e com os
conhecimentos prévios do leitor.
25. CONTEXTO DE OCORRÊNCIA
• Obtém-se o contexto fazendo a leitura perigráfica (ler os entornos do texto, de
gravuras e de palavras chave que situam a temática, o assunto, a área).
26.
27. O ADVOGADO E A LARANJA
Um professor de Direito perguntou a um de seus alunos:
___ Se você quiser dar a Ronaldo uma laranja, o que deverá dizer?
___ Aqui está, Ronaldo, uma laranja – respondeu o aluno.
O professor disse furioso:
___ Não! Não! Isso é inadmissível, pense como um advogado!
___ Ah, bom..., suspirou o aluno, lá vai: Eu, Nei
Ribeiro, brasileiro, solteiro, portador do documento de identificação
tipo RG nº. 9.213.456-4 SSP/SP, legítimo proprietário e possuidor, por
meio deste ato, cedo e transfiro a Ronaldo
Falcão, brasileiro, solteiro, portador do documento de identificação
tipo RG nº. 12.524.321 – 8 SSP/SP, a propriedade exclusiva e benefícios
futuros, os direitos, obrigações e vantagens, sumos e insumos, a quem
confiro amplos poderes, sem exclusão de qualquer um, para
desistir, renunciar, transigir, receber e dar quitação do recebimento do
fruto a seguir descrito:
28. De formato esferoide excêntrico, medindo 10 cm em seu eixo maior
por 7 cm em seu eixo menor, de odor cítrico, pertencente à família
Citrus Sinensis Brasiliensis, conhecida pela alcunha de
laranja, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes.
Outrossim, afasto, desde este ano, qualquer possibilidade de vir a
pleitear, em juízo ou fora deste, a devolução do fruto retro
descrito, após a primeira osculação labial, ficando autorizado ou
outorgado o uso de todo e qualquer meio para
morder, cortar, chupar, congelar ou de outra forma comer o referido
fruto, dando tudo por bom, firme e valioso, ou cedê-lo a outrem, com
iguais poderes. Qualquer decisão contrária, passada ou futura, em
qualquer instância, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo
ficam assim revogadas .
DAMIÃO, R. T.; HENRIQUES, A. Curso de português jurídico. São Paulo:
Atlas, 2000.
29. CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Armazenados na memória são recuperados durante o processo de
compreensão de um texto, via inferência, e, em seguida, adicionados à
informação textual.
Inferências são estratégias cognitivas por meio das quais o ouvinte ou
leitor, partindo da informação veiculada pelo texto e levando em conta
o contexto (em sentido amplo), constrói novas representações mentais
e/ou estabelece uma ponte entre segmentos textuais, ou entre
informação explícita e informação não explicitada no texto.
(KOCH, 2000, p. 29-30).
Em um texto, nem tudo que pode ser lido
está escrito
30.
31. O que não está escrito mas pode ser
lido/inferido?
32. Os conhecimentos prévios podem ser:
DE MUNDO
Quanto mais conhecimentos, maior a eficiência leitora
33. CONHECIMENTOS PRÉVIOS: TEXTUAIS
O fato de saber distinguir tipos e gêneros textuais
favorece a leitura.
Tipos: (natureza linguística)
narrativo, descritivo, argumentativo, injuntivo, info
rmativo e jaculatórios (Marcuschi, 2005).
Gêneros: (natureza sociocomunicativa) abarcam
desde os mais tradicionais até os modernos
(hipertexto) e são em número infinito.
34. CONHECIMENTOS PRÉVIOS
LINGUÍSTICOS
Conhecimentos sobre a língua nativa e sobre
outras línguas favorecem a leitura.
35. Conhecimentos de mundo
• Também chamados de enciclopédicos
• Adquiridos sócio culturalmente por meio experiência e
vivência
• Armazenados na memória em blocos denominados
modelos cognitivos.
Koch e Travaglia (1999), citam alguns exemplos de modelos
cognitivos:
a) Frames: rótulos. Ex: carnaval
(confete, serpentina, desfile, escola de
samba, fantasia, baile, mulatas. Apesar de não haver
qualquer ordenação lógica entre esses conhecimentos, eles
vêm á tona quando acionados.
37. b) Esquemas: armazenados em sequência temporal ou
causal. Ex: Conhecimentos de como pôr um
eletrodoméstico em funcionamento, a rotina de um dia na
vida de um cidadão .
c) Planos: armazenados na memória e que têm a ver com
o modo de agir para atingir determinado objetivo. Ex: por
exemplo, como vencer uma partida de xadrez .
c) Scripts: Conjunto de conhecimentos sobre modos
estereotipados de agir. Ex: os rituais religiosos (batismo,
casamento, missa), as fórmulas de cortesia, as práxis
jurídicas, etc.
39. Conclui-se que: “Um texto assemelha-se a um iceberg: explícito
é apenas uma pequena parte daquilo que fica submerso, ou
seja, implícito.” Koch e Travaglia (1997.p.65):
40. PRESSUPOSTOS DA LEITURA
“[...] ler é um processo no qual o leitor realiza um trabalho
ativo de compreensão e interpretação do texto.
(PCN, 1998, p. 69).
No processo de interpretar as informações estão
no texto
No de compreender, elas estão na cabeça de cada
leitor.
41. Paulino et al (2001): leitura passa, necessária e
simultaneamente, por:
a) uma teoria do conhecimento
b) uma psicologia/psicanálise
c) uma sociologia
d) uma pedagogia
e) uma teoria da linguagem
f) uma análise do discurso
g) uma teoria literária
42. a) Ler pressupõe uma teoria do conhecimento
• o autor não é o dono absoluto do texto.
• O leitor é também produtor de sentidos, coautor.
• Ler é um ato produtivo pois o texto é
recriado, reconstruído pelo leitor, nem sempre
como o autor desejava.
• No momento da leitura o leitor está em trabalho
intelectual tanto no plano social quanto no plano
individual.
44. B) Ler pressupõe uma pedagogia
• A leitura se desenvolve num processo de
ensino aprendizagem que faz parte não só da
escola, mas também da vida do cidadão num
constante processo de troca.
Processo é movimento contínuo. Impossível
precisar início e fim
45. É na escola que a leitura da palavra escrita ocorre com maior
frequência e de forma diversificada, abrangendo vários níveis do
conhecimento e exteriorização das emoções e da criatividade.
46. É preciso “ensinar a ler” e não “mandar ler”. A escola é a
instância, por excelência, de ensino. pela mediação do
professor, pela interação com os colegas, por ser um lugar de
reflexão sobre o mundo letrado
47. e) Ler pressupõe uma teoria da
linguagem
Por uma questão política e social o alfabetizador
deve sempre levar em conta os elementos da
comunicação, cada com suas especificidades.
48. Os discursos precisam ser analisados
pois:
• O sentido de uma palavra não existe em si
mesmo.
• Uma mesma palavra, em diferentes
contextos e/ou ditas por pessoas
diferentes, assume sentidos diferentes.
49. O sentido de uma palavra não existe em si mesmo. Ele é
determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo
no processo histórico no qual as palavras são produzidas.
"Não te amo mais. que
Estarei mentindo dizendo Alimento um grande amor
que Sinto cada vez mais que
Ainda te quero como Já te esqueci!
sempre quis E jamais usarei a frase
Tenho certeza que Eu te amo!
Nada foi em vão Sinto, mas tenho que dizer
Sinto dentro de mim que a verdade
Você não significa nada É tarde demais..."
Não poderia dizer mais
50.
51.
52.
53. A escolha de bons autores e de
metodologias adequadas são fatores
determinantes para que as crianças
tenham prazer de ler literatura