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Operações Unitárias
1
CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA
OPERAÇÕES UNITÁRIAS
2
Operações Unitárias
Operações Unitárias
3
CURITIBA
2002
OPERAÇÕES UNITÁRIAS
VALTER ROITMAN
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
4
Operações Unitárias
665.53 Roitman, Valter.
R741 Curso de formação de operadores de refinaria: operações unitárias /
Valter Roitman. – Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002.
50 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC,
RECAP, SIX, REVAP.
1. Operação unitária. 2. Química. 3. Balanço. I. Título.
Operações Unitárias
5
Apresentação
É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você.
Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife-
renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de
você e de seu perfil empreendedor.
Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o
Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada
pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos
que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria.
Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos
de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc-
nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po-
dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um
processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado
pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da
Petrobras.
Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras
fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar
seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na
Petrobras.
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.
6
Operações Unitárias
Sumário
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE
OPERAÇÕES UNITÁRIAS ...................................................7
1.1 Introdução .......................................................................7
1.2 Conceitos Fundamentais .................................................7
1.2.1 Conversão de unidades ........................................7
1.3 Balanço Material.............................................................8
1.4 Balanço Energético .........................................................8
1.5 Sugestão para aplicação nos cálculos
de Balanços Mássicos e Energéticos ..............................8
2 PROCESSO DE DESTILAÇÃO.............................................9
2.1 Introdução .......................................................................9
2.2 Conceitos Fundamentais .................................................9
2.2.1 Volatilidade ..........................................................9
2.2.2 Equilíbrio Líquido – Vapor ..................................9
2.3 Destilação Descontínua ou Destilação Simples .............9
2.3.1 Balanço Material e Térmico .............................. 10
2.4 Destilação por Expansão Brusca ou Destilação
em um único Estágio ................................................... 10
2.4.1 Balanço Material ............................................... 10
2.4.2 Balanço Térmico ............................................... 10
2.5 Destilação Fracionada.................................................. 10
2.5.1 Colunas de destilação ou de retificação .............11
2.5.2 Seções de uma Coluna de destilação ................ 13
2.5.3 Balanço Material ............................................... 14
2.5.4 Balanço Térmico ............................................... 15
2.5.5 Influência das principais variáveis
na destilação fracionada .................................... 15
2.6 Fatores que influenciam as principais variáveis
na destilação fracionada .............................................. 16
2.6.1 Propriedades da carga ....................................... 16
2.6.2 Eficiência dos dispositivos de separação
das torres (Pratos).............................................. 17
2.7 Problemas que podem ocorrer em bandejas
de colunas de destilação .............................................. 17
2.7.1 Problema de arraste ........................................... 17
2.7.2 Problema de Pulsação ....................................... 17
2.7.3 Problema de vazamento de líquido ................... 17
2.7.4 Problema de inundação ..................................... 18
3 PROCESSOS DE ABSORÇÃO E ESGOTAMENTO ........ 19
3.1 Introdução .................................................................... 19
3.2 Conceitos ..................................................................... 19
3.2.1 Absorção ........................................................... 19
3.2.2 Esgotamento ...................................................... 19
3.3 Solubridade de Gases em Líquidos ............................. 19
3.4 Potencial que promove a absorção .............................. 21
3.5 Refluxo Interno Mínimo .............................................. 21
3.5.1 Absorção ........................................................... 21
3.5.2 Esgotamento ...................................................... 21
3.6 Resumo dos Fatores que Influenciam os
Processos de Absorção e Esgotamento ........................ 21
3.7 Equipamentos .............................................................. 22
4 PROCESSOS DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO........ 23
4.1 Introdução .................................................................... 23
4.2 Conceito ....................................................................... 23
4.3 Mecanismo da Extração .............................................. 23
4.4 Equipamentos do Processo de Extração ...................... 24
4.4.1 De um único estágio.......................................... 24
4.4.2 De múltiplos estágios ........................................ 24
4.5 Equilíbrio entre as Fases Líquidas............................... 25
4.6 Fatores que influenciam a Extração ............................ 26
4.6.2 Qualidade do solvente ....................................... 26
4.6.3 Influência da temperatura ................................. 26
5 FLUIDIZAÇÃO DE SÓLIDOS E SEPARAÇÃO SÓLIDO 27
5.1 Fluidização de sólidos .................................................... 27
5.1.1 Conceito ............................................................ 27
5.1.2 Objetivo da Fluidização .................................... 27
5.1.3 Tipos de Fluidização ......................................... 27
5.1.4 Dimensões do Leito Fluidizado ........................ 27
5.2 Separação sólido-gás ................................................... 28
5.2.2 Arranjos entre os Ciclones ................................ 28
5.2.1 Fatores que influenciam o funcionamento
de um Ciclone ................................................... 28
5.3 Noções básicas do processo de Craqueamento
Catalítico ...................................................................... 29
6 BOMBAS ............................................................................. 31
6.1 Curvas características de Bombas Centrífugas ........... 31
6.2 Curva da carga (H) versus vazão volumétrica (Q) ...... 31
6.3 Curva de potência absorvida (PABS.) versus
vazão volumétrica (Q) ................................................. 32
6.4 Curva de rendimento (h) versus vazão
volumétrica (Q) ............................................................ 33
6.5 Curvas características de Bombas ............................... 33
6.6 Altura Manométrica do Sistema .................................. 33
6.7 Construção gráfica da Curva de um Sistema .............. 34
6.8 Ponto de Trabalho ........................................................ 34
6.8.1 Alteração da Curva (H x Q) do Sistema ........... 35
6.8.2 Fatores que influenciam a Curva
(H x Q) da Bomba ............................................. 35
6.9 Fenômeno da Cavitação............................................... 35
6.9.1 Inconvenientes da Cavitação ............................ 35
6.9.2 Principal Região da Cavitação .......................... 35
6.9.3 Causas Secundárias da Cavitação ..................... 36
6.10 NPSH (Net Pressure Suction Head) ............................ 36
6.10.1NPSH disponível ............................................... 37
6.10.2NPSH requerido ................................................ 37
6.10.3NPSH disponível versus NPSH requerido ........ 37
6.11 Associação de Bombas ................................................ 37
6.11.1Associação de Bombas em Série ...................... 37
6.11.2Associação de Bombas em Paralelo.................. 38
Operações Unitárias
7
1
Conceitos
Fundamentais sobre
Operações Unitárias
1.1 Introdução
A disciplina denominada Operações Uni-
tárias é aquela que classifica e estuda, separa-
damente, os principais processos físico-quími-
cos utilizados na indústria química. Os pro-
cessos mais comuns encontrados nas indústrias
químicas são a Destilação Atmosférica e a
Vácuo, os processos de Absorção e Adsor-
ção, a Extração Líquido-Líquido e Líqui-
do-Gás, o processo de Filtração, assim como
alguns mais específicos, como por exemplo, o
Craqueamento Catalítico, Hidrocraquea-
mento, Hidrotratamento de correntes ins-
táveis e outros utilizados principalmente na In-
dústria Petrolífera.
1.2 Conceitos Fundamentais
Alguns conhecimentos são fundamentais
para que se possa estudar de forma adequada a
disciplina denominada Operações Unitárias,
como conhecimentos sobre conversão de uni-
dades, unidades que podem ser medidas linea-
res, de área, de volume, de massa, de pressão,
de temperatura, de energia, de potência. Outro
conceito-base para “Operações Unitárias” é o
de Balanço, tantoMaterialquantoEnergético.
1.2.1 Conversão de unidades
É necessário conhecer as correlações exis-
tentes entre medidas muito utilizadas na In-
dústria Química, como é o caso das medidas
de temperatura, de pressão, de energia, de
massa, de área, de volume, de potência e ou-
tras que estão sempre sendo correlacionadas.
Alguns exemplos de correlações entre medidas li-
neares
1 ft =12 in
1 in =2,54 cm
1 m =3,28 ft
1 m =100 cm = 1.000 mm
1 milha =1,61 km
1 milha =5.280 ft
1 km =1.000 m
Alguns exemplos de correlações entre áreas
1 ft2
= 144 in2
1 m2
= 10,76 ft2
1 alqueire = 24.200 m2
1 km2
= 106
m2
Alguns exemplos de correlações entre volumes
1 ft3
= 28,32 L 1 ft3
= 7,481 gal
1 gal = 3,785 L 1 bbl = 42 gal
1 m3
= 35,31 ft3
1bbl=0,1591m3
Alguns exemplos de correlações entre massas
1 kg = 2,2 lb 1 lb = 454 g
1 kg = 1.000 g 1 t = 1.000 kg
Alguns exemplos de correlações entre pressões
1 atm = 1,033 kgf/cm2
1 atm = 14,7 psi (lbf/in2
)
1 atm = 30 in Hg
1 atm = 10,3 m H2O
1 atm = 760 mm Hg
1 atm = 34 ft H2O
1 Kpa = 10–2
kgf/cm2
Algumas observações sobre medições de
pressão:
– Pressão Absoluta = Pressão Relativa +
Pressão Atmosférica
– Pressão Barométrica = Pressão Atmos-
férica
– Pressão Manométrica = Pressão Rela-
tiva
Algunsexemplosdecorrelaçõesentretemperaturas
tºC = (5/9)(tºF – 32)
tºC = (9/5)(tºC) + 32
tK = tºC + 273
tR = tºF + 460 (temperatures absolutas)
Algumas observações sobre medições de
temperatura:
Zero absoluto = –273ºC ou – 460ºF
(DºC/DºF) = 1,8
(DK/DR) = 1,8
8
Operações Unitárias
Alguns exemplos de correlações entre potências
1 HP = 1,014 CV 1HP= 42,44BTU/min
1KW = 1,341 HP 1 HP = 550 ft.lbf/s
1KW = 1 KJ/s 1 KWh = 3.600 J
1KW = 1.248 KVA
Alguns exemplos de correlações de energia
1 Kcal = 3,97 BTU 1BTU = 252 cal
1BTU = 778 ft.lbf 1Kcal = 3,088 ft.lbf
1Kcal = 4,1868 KJ
1.3 Balanço Material
Como se sabe, “na natureza nada se cria,
nada se destrói, tudo se transforma”, ou seja, a
matéria não é criada e muito menos destruída,
e, portanto, num balanço material envolvendo
um certo sistema, a massa que neste entra de-
verá ser a mesma que dele estará saindo. No
processamento uma tonelada, por exemplo, por
hora de petróleo em uma refinaria, obtém-se
exatamente uma tonelada por hora de produ-
tos derivados deste processo, como gás com-
bustível, GLP, gasolina, querosene, diesel e
óleo combustível. A queima de um combustí-
vel em um forno ou em uma caldeira é outro
exemplo, porém menos evidente em que ocorre
o mesmo balanço de massa: pode-se citar que
durante a queima de 1 tonelada de um certo
combustível em um forno ou uma caldeira,
considerando-se que são necessárias 13 tone-
ladas de ar atmosférico, tem-se como resulta-
do 14 toneladas de gases de combustão.
Em um Balanço Material, não se deve con-
fundir massa com volume, pois as massas es-
pecíficas dos produtos são diferentes. Assim,
um balanço material deverá ser realizado sem-
pre em massa, pois a massa de um certo pro-
duto que entra em um certo sistema, mesmo
que transformada em outros produtos, sempre
será a mesma que está saindo deste sistema,
enquanto os volumes sofrem variação confor-
me a densidade de cada produto.
1.4 Balanço Energético
Existemdiversostiposdeenergia,porexem-
plo, Calor, Trabalho, Energia de um corpo em
movimento, Energia Potencial (um corpo em
posição elevada), Energia elétrica e outras.
Assim como a matéria, a energia de um
sistema não pode ser destruída, somente po-
derá ser transformada em outros tipos de ener-
gia, como por exemplo, o motor de uma bom-
ba que consome energia elétrica e a transfor-
ma em energia de movimento do líquido, ca-
lor e energia de pressão.
A água, no alto de um reservatório, ao
movimentar um gerador, transforma sua ener-
gia potencial em energia elétrica, calor e ener-
gia de movimento (energia cinética). Neste
caso, o balanço de energia do sistema poderia
ser representado pela seguinte expressão:
Energia Potencial da água do reservatório =
Energia elétrica fornecida pelo gerador + ca-
lor de aquecimento do gerador + Energia de
movimento da água após a turbina.
No caso de um forno ou uma caldeira que
aquece um certo líquido, o balanço de energia
observado será:
Calorliberadopelaqueimadocombustível=
Calor contido nos gases de combustão que
saem do forno ou da caldeira + Calor contido
nos produtos que deixam o forno ou a caldeira.
É importante ressaltar que, muito embora
as diversas formas de energia sejam medidas
em unidades diferentes, tais como, energia elé-
trica em KWh, trabalho em HP . h, calor em
caloria, em um balanço energético é necessá-
rio que todas as formas de energia envolvidas
no balanço estejam expressas na mesma uni-
dade de energia.
1.5 Sugestão para aplicação nos cálculos
de Balanços Mássicos e Energéticos
Como regra geral, antes de iniciar cálcu-
los que evolvam balanços mássicos e/ou ba-
lanços energéticos, deve-se:
a) transformar todas as vazões volumétri-
cas em vazões mássicas, pois o balan-
ço deve ser realizado sempre em mas-
sa, uma vez que a vazão em massa não
varia com a temperatura.
b) faça um esquema simplificado do pro-
cesso em que serão realizados os ba-
lanços;
c) identifique com símbolos, as vazões e
as composições de todas as correntes
envolvidas nos processos em que es-
tão sendo realizados os balanços;
d) anote, no esquema simplificado de pro-
cesso, todos os dados de processo dis-
poníveis como vazões, composições,
temperaturas, pressões, etc;
e) verificar que composições são conhe-
cidas ou podem ser calculadas;
f) verificar quais vazões mássicas são
conhecidas ou podem ser calculadas;
g) selecionar a base de cálculo conveni-
ente a ser adotada para o início da re-
solução do problema.
Operações Unitárias
9
2Processo de
Destilação
2.1 Introdução
A destilação é uma operação que permite
a separação de misturas de líquidos em seus
componentes puros ou próximos da pureza, por
meio de evaporação e condensação dos com-
ponentes em questão. Na destilação, portanto,
pode-se afirmar que o agente de separação é o
calor, pois o vapor formado tem composição
diferente da mistura original.
O processo de destilação é muito utiliza-
do em toda a indústria química, como por
exemplo, na obtenção de álcool retificado de
uma mistura de fermentação, ou ainda, na in-
dústria petrolífera para a separação das frações
contidas no petróleo bruto, como gás combus-
tível, GLP, nafta, querosene, diesel, gasóleo,
óleo combustível. É um processo muito utili-
zado também na indústria petroquímica, para
a separação de frações da nafta petroquímica.
2.2 Conceitos Fundamentais
Alguns conceitos são fundamentais para
a melhor compreensão do mecanismo de se-
paração que ocorre na destilação, são eles a
volatilidade e o equilíbrio líquido – vapor.
2.2.1 Volatilidade
A separação em uma coluna de destilação
acontece devido à volatilidade relativa de um
componente com relação ao outro. Geralmen-
te, salvo raras exceções, a fração mais volátil
em uma mistura é aquela que em estado puro
possui maior pressão de vapor, ou seja, tem
maior tendência a evaporar. Como exemplo,
tem-se que, devido ao critério massa molar, o
metano é mais volátil do que o etano, que por
sua vez é mais volátil que o propano, que por
sua vez é mais volátil que o butano e assim
por diante; então a separação destes é possível
utilizando-se o agente calor e equipamentos
adequados, denominados colunas ou torres de
destilação para processos contínuos ou desti-
ladores para processos descontínuos ou em
bateladas.
2.2.2 Equilíbrio Líquido – Vapor
Ao colocar em recipiente sob vácuo, de-
terminada quantidade de uma mistura líquida,
por exemplo, uma mistura de hidrocarbone-
tos, mantendo-se constante a temperatura deste
recipiente, o líquido tenderá a vaporizar-se até
que alcance a pressão de equilíbrio entre a fase
vapor e a fase líquida, isto é, as moléculas da
fase líquida passarão para a fase vapor, aumen-
tando a pressão do recipiente até que se tenha
o equilíbrio entre as fases líquido e vapor. O
ponto de equilíbrio é atingido quando o nú-
mero de moléculas que abandona o líquido
para a fase vapor é exatamente igual ao núme-
ro de moléculas que abandona o vapor para a
fase líquida. Tem-se, aí, o equilíbrio termodi-
nâmico entre as fases líquido – vapor.
2.3DestilaçãoDescontínuaouDestilação
Simples
Adestilaçãosimplesoudescontínuaéreali-
zada em bateladas.
Conforme é possível observar na figura
acima, a carga de líquido é introduzida em um
vaso provido de aquecimento, entrando em
ebulição. Os vapores são retirados pelo topo
através do condensador, onde são liqüefeitos
e coletados em outros recipientes.
A primeira porção do destilado será a mais
rica em componentes mais voláteis. A medida
que prossegue a vaporização, o produto va-
porizadotorna-semaisvolátileolíquidoresidual
torna-se menos volátil, pois o percentual de
10
Operações Unitárias
componentes leves no líquido residual vai sen-
do esgotado. O destilado, que é o vapor con-
densado, poderá ser coletado em porções se-
paradas denominadas de cortes. Estes podem
produzir uma série de produtos destilados com
vários graus de pureza. Então, considerando-se
uma mistura de três substâncias:
Substância A – Muito volátil e em pe-
quena quantidade,
Substância B – Volatilidade média e em
grande quantidade,
Substância C – Muito pouco volátil e em
pequena quantidade.
Quando uma destilação em batelada ou
destilação simples é efetuada, o primeiro cor-
te, pequeno, conteria predominantemente qua-
se toda a substância A, o segundo corte, gran-
de, conteria quase toda a substância B, porém
estaria contaminado com um pouco das subs-
tâncias A e C, e o líquido residual seria, prati-
camente, a substância C pura. Assim sendo,
apesar dos três cortes conterem todas as três
substâncias, alguma separação teria ocorrido
neste processo de destilação.
2.3.1 Balanço Material e Térmico
Neste tipo de processo, é muito difícil efe-
tuar um balanço material e térmico de forma
instantânea, uma vez que as temperaturas, as-
sim como as composições do líquido e do va-
por variam continuamente. É evidente, porém,
que, ao final desta operação, a soma do resíduo
edodestiladodeveserigualàcargainicialdovaso.
2.4 Destilação por Expansão Brusca ou
Destilação em um Único Estágio
O processo de destilação por expansão
brusca é uma operação em um único estágio,
no qual uma mistura líquida é parcialmente
vaporizada. As fases líquido e vapor resultan-
tes deste processo são separadas e removidas
da coluna. O vapor será muito mais rico na
substância mais volátil do que na carga origi-
nal ou no líquido residual.
Este tipo de operação é muito utilizado na
primeira fase do fracionamento do petróleo em
uma refinaria, pois esta torre reduz o tamanho
da torre de fracionamento atmosférico.
2.4.1 Balanço Material
Segundo o princípio geral da conservação
da matéria, o balanço material para este pro-
cesso pode ser escrito da seguinte forma:
F = D + W
Em que:
F = vazão mássica de carga
D = vazão mássica de vapor
W = vazão mássica de líquido
2.4.2 Balanço Térmico
De acordo com o princípio da conserva-
ção de energia, o balanço energético para este
processo pode ser escrito da seguinte forma:
Calor que entra no sistema = Calor que sai do sistema
QF + QA = QD + QW
Em que:
QF = conteúdo de calor da carga
QA = conteúdo de calor cedido ao siste-
ma pelo aquecedor
QD = conteúdo de calor da carga
QW = conteúdo de calor da carga
2.5 Destilação Fracionada
A destilação fracionada é o tipo de desti-
lação mais utilizada em indústrias de grande
porte. Nos dois tipos de destilação abordados
anteriormente, destilação em batelada e por
expansão brusca, a separação das diversas
substâncias que compõem a mistura é realiza-
da de forma imperfeita ou incompleta. Na des-
tilação fracionada, é possível a separação em
várias frações, em uma mesma coluna, pois
pode-se ter temperaturas, vazões e composi-
ções constantes em um dado ponto da coluna.
A destilação fracionada é uma operação
de separação de misturas por intermédio de
vaporizações e condensações sucessivas, que,
aproveitando as diferentes volatilidades das
substâncias, torna possível o enriquecimento
da parte vaporizada, com as substâncias mais
voláteis. Estas vaporizações e condensações
sucessivas são efetuadas em equipamentos
específicos, denominados de torres ou colu-
nas de destilação.
O processo, em linhas gerais, funciona
como esquematizado na figura a seguir:
Operações Unitárias
11
A mistura a ser destilada é introduzida
num ponto médio da coluna, ponto F, denomi-
nado ponto de alimentação. No seu interior, a
mistura irá descer até atingir a base da coluna
onde encontrará aquecimento do refervedor.
O refervedor, um trocador de calor aquecido
por vapor d'água ou outra fonte térmica qual-
quer, aquecerá a mistura até atingir sua tem-
peratura de ebulição. Neste ponto, a mistura
emitirá vapores que irão circular em sentido
ascendente na coluna, em contracorrente com
a mistura da alimentação da coluna. Os vapo-
res ascendentes atingirão o topo da coluna e
irão para um condensador, onde serão liqüe-
feitos e deixarão a coluna como produto de
destilação, D. Na base da coluna, a mistura,
isenta de componentes mais voláteis, deixa o
equipamento como produto residual, W.
O processo, resume-se, então, em alimen-
tar a coluna de destilação com a mistura que
se quer separar, F, no ponto médio da coluna; fa-
zer a circulação ascendente do vapor em contra-
correntecomolíquidodescendentedacoluna,com
remoção do destilado, D, no topo da torre e do
líquido residual, W, no fundo da coluna.
A volatilidade relativa do produto a ser des-
tilado permite a separação dos componentes
mais voláteis, e o contato íntimo entre as fases
líquida e vapor ao longo da coluna promove a
perfeita separação dos componentes desejados.
Para melhorar a separação das frações de-
sejadas, utiliza-se o retorno de parte do desti-
lado, D, na forma de refluxo, Lo, que enrique-
ce o produto de topo da coluna, D, com pro-
dutos mais voláteis, melhorando a pureza do
produto destilado, D.
Como pode ser observado, neste processo
não existem reações químicas, somente troca
térmica, devido ao refervedor de fundo e ao
condensador de topo, e também troca de mas-
sa entre o vapor ascendente e o líquido des-
cendente no interior da coluna de destilação.
2.5.1 Colunas de destilação ou de retificação
As colunas de destilação são constituídas
por três partes essenciais:
Refervedor
É, geralmente, encontrado na base da co-
luna de destilação, conforme pode ser obser-
vado na figura a seguir:
Sua finalidade é proceder o aquecimento
da base e, em conseqüência, promover a eva-
poração dos componentes mais voláteis. Po-
dem ser construídos com dispositivos de aque-
cimento com vapor d'água, por aquecimento
com circulação de frações de óleos quentes ou,
até mesmo, através de resistências elétricas.
Os vapores formados na base da coluna circu-
larão de forma ascendente. Parte destes serão
condensados ao longo do percurso na torre,
retornando na forma líquida, permitindo, des-
ta forma, um contato íntimo entre o vapor as-
cendente e o líquido descendente ao longo da
torre. Dependendo do tipo de interno da colu-
na, o contato entre a fase líquida e vapor po-
derá atingir níveis que melhorarão as condi-
ções da separação desejada.
Na coluna de destilação, os componentes
mais pesados da mistura condensam e
retornam à base da coluna, de onde são retira-
dos como líquido residual, W. Os componen-
tes mais leves atingem o topo da coluna e são
retirados como produto destilado, D, após pas-
sarem pelo condensador.
12
Operações Unitárias
Condensador
Tem como finalidade proceder à conden-
sação dos vapores leves que atingem o topo
da coluna. Após a condensação, tem-se o pro-
duto destilado desejado, D, com a composi-
ção especificada.
O processo requer, portanto, dois troca-
dores de calor, ambos de mudança de fase,
refervedor procedendo a vaporização e o
condensador efetuando a condensação das
frações. Em alguns projetos, o refervedor
poderá ser substituído por uma injeção de va-
por d'água no fundo da coluna de destilação.
Tipos de Torres de Destilação
Na coluna, há o contato entre as fases lí-
quida e vapor. O problema resume-se em con-
tato perfeito entre as fases, e conseqüentemen-
te, a altura da torre deve ser adequada ao tipo
de separação que se deseja. A cada mistura
corresponderá uma altura definida de coluna,
que poderá ser perfeitamente calculada para a
separação desejada. Existem três tipos conven-
cionais de colunas de destilação: colunas com
pratos e borbulhadores, colunas com pratos
perfurados e colunas com recheios. Todas fun-
cionam com o mesmo princípio, ou seja, pro-
mover de forma mais perfeita possível o con-
tato entre as fases líquido e vapor.
Colunas com pratos e borbulhadores
São as mais usuais e também podem ser
denominadas de “bandejas”. Colunas deste
tipo adotam pratos ou bandejas superpostas e
que variam em número e detalhes conforme a
mistura que se pretende destilar. Os pratos são
constituídos por borbulhadores, tubos de as-
censão e de retorno, conforme apresentado na
figura a seguir.
Onde:
1 – Borbulhador
2 – Tubo de ascensão
3 – Tubo de retorno
V – Vapor
L – Líquido
Os borbulhadores são dispositivos com
formato cilíndrico, com aparência de um copo
dotado de ranhuras laterais até certa altura,
conforme figura a seguir.
Os borbulhadores são fixados sobre os
tubos de ascensão dos vapores e destinados à
circulação ascendente do vapor de um prato a
outro. Sobre cada tubo de ascensão, encontra-
se um borbulhador. O tubo de retorno tem
como finalidade fazer o retorno, prato a prato,
do excedente da fase líquida condensada so-
bre o prato. Assim sendo, existe sobre cada
prato ou bandeja, um nível de líquido constante,
regulado pela altura do tubo de retorno, e que
deve corresponder ao nível do topo dos borbu-
lhadores. Os borbulhadores são dispostos de tal
forma que fiquem na mesma altura do início do
tubo de retorno de líquido, a fim de que se tenha
uma ligeira imersão na camada líquida.
Os vapores devem circular em contracor-
rente com o líquido, ou melhor, de forma as-
cendente, passando pelos tubos de ascensão,
borbulhando através das ranhuras dos borbu-
lhadores e condensando em parte nas bande-
jas e parte retornando à bandeja imediatamen-
te inferior.
Os tubos de retorno funcionam também
como selos hidráulicos, impedindo que o va-
por circule através deles.
A figura a seguir ilustra bem o que foi
comentado anteriormente:
Operações Unitárias
13
Colunas com pratos perfurados
Neste tipo de coluna, os pratos com bor-
bulhadores são substituídos por pratos dota-
dos de perfurações, cujo diâmetro varia entre
0,8 e 3 mm. O funcionamento é idêntico às
colunas que utilizam pratos com borbulhado-
res. Geralmente, neste tipo de coluna, não exis-
te o tubo de retorno e os pratos ocupam toda a
seção da coluna, porém existem projetos em
que as colunas com pratos perfurados são do-
tadas de tubo de retorno.
Colunas com Recheio
Neste tipo de coluna, os pratos ou bande-
jas são substituídos por corpos sólidos com
formatos definidos. Estes corpos, denomina-
dos recheios, podem ser anéis do tipo Rachig,
Pall, Lessing ou ainda selas do tipo Berl,
Intalox e outros. Alguns destes recheios po-
dem ser observados na figura seguinte.
A finalidade do recheio é provocar o con-
tato das fases líquido-vapor. Os corpos do re-
cheio devem ser de alta resistência à corrosão,
razão pela qual são, geralmente, de cerâmica
ou de aço inoxidável. Dependendo da tempe-
ratura do processo pode-se utilizar também
recheios plásticos de alta resistência.
As torres que utilizam recheios são muito
competitivas com as torres que contêm pratos
com borbulhadores ou pratos perfurados e apre-
sentam ainda algumas vantagens, tais como:
1. geralmente são projetos mais econômi-
cos, por serem mais simplificados;
2. apresentam pequena perda de carga;
3. não estão sujeitas às formações de es-
puma.
Os recheios são disponibilizados em se-
ções, sobre suportes de sustentação, o que im-
pede uma compactação e/ou uma descompac-
tação localizada, que formaria caminhos pre-
ferenciais ao longo da coluna.
O tamanho dos elementos dos recheios,
geralmente, variam entre 0,5 e 8 cm.
2.5.2 Seções de uma Coluna de destilação
Como visto anteriormente, em uma colu-
na de destilação, o vapor da mistura que sai de
um prato atravessa o líquido do prato superior,
deixando seus componentes menos voláteis.
O calor liberado pela condensação destes com-
ponentes vaporiza, então, os compostos mais
voláteis do líquido contido no prato superior.
Existe, portanto, uma troca de calor e massa
ao longo das bandejas da torre e nota-se que, à
medida que se sobe na coluna, os vapores tor-
nam-se mais voláteis (mais leves) e, à medida
que se desce na coluna, os líquidos tornam-se
menos voláteis (mais pesados).
Seção de enriquecimento ou absorção
É a parte da coluna compreendida entre o
prato de entrada da carga e o topo da coluna.
Nesta seção, são concentradas as frações ou
substâncias mais leves (mais voláteis), ou seja,
em todos os pratos acima do prato de alimen-
tação, a percentagem de compostos mais le-
ves é maior do que na carga. As substâncias
mais pesadas são removidas dos vapores que
ascendem, pelo refluxo interno de líquido que
desce pelo interior da torre, líquido que tam-
bém é denominado como refluxo interno.
Seção de esgotamento
É a parte da coluna compreendida entre o
prato de entrada da carga e o fundo da coluna.
Nesta seção são concentradas as frações ou
substâncias mais pesadas (menos voláteis), ou
seja, em todos os pratos abaixo do prato de
alimentação, a percentagem de compostos
mais pesados é maior do que na carga. Os com-
ponentes ou substâncias mais pesadas, são re-
movidos dos vapores que ascendem, pelo re-
fluxo de líquido que desce pelo interior da tor-
re, também denominado de refluxo interno.
14
Operações Unitárias
2.5.3 Balanço Material
Neste processo, o balanço material deve-
rá ser realizado nas várias seções da coluna,
conforme figura a seguir:
Em que:
V = vazão mássica do vapor de topo
D = vazão mássica do produto de topo
L = vazão mássica do refluxo externo
F = vazão mássica da carga
W = vazão mássica do produto de fundo
Vm = vazão mássica de vapor na seção
de absorção
Vn = vazão mássica de vapor na seção
de esgotamento
Lm = vazão mássica de líquido na seção
de absorção (refluxo interno)
Ln = vazão mássica de líquido na seção
de esgotamento (refluxo interno)
QC = calor retirado pelo condensador
QR = calor introduzido pelo refervedor
qF = calor contido na carga
qD = calor contido no produto de topo
qW = calor contido no produto de fundo
Operações Unitárias
15
Os principais balanços materiais para este
processo são:
Na envoltória I:
F = D + W
Na envoltória II:
Vm = Lm + D
Na envoltória III:
Ln = Vn + W
No condensador:
V = L + D
2.5.4 Balanço Térmico
Os principais balanços materiais para este
processo são:
Balanço Térmico Global
F . qF + Qr = D . qD + W . qW + QC (1)
Como é possível observar na expressão
(1), o calor retirado do condensador, QC, de-
pende do calor introduzido no sistema pelo
refervedor, Qr, uma vez que os demais termos
da expressão são fixados por projeto.
Balanço térmico no condensador
V . qV = L . qL + D . qD + QC (2)
Sabe-se que, qL = qD e V = L + D, por-
tanto a equação (2) pode ser reescrita como
uma nova expressão:
(L + D) . qV = L . qL + D . qL + QC ®
(L + D) . qV = (L + D) . qL + QC
(L + D) . qV – (L + D) . qL = QC ®
(L + D) . (qV – qL) = QC
(L + D) = QC / (qV – qL)
(qV – qL) = Calor de condensação do vapor de
topo da coluna de destilação.
2.5.5 Influência das principais variáveis na
destilação fracionada
A figura a seguir será utilizada para que
possam ser feitas as observações necessárias
sobre a influência das principais variáveis que
ocorrem neste tipo de processo.
Razão de Refluxo
Nas torres de destilação fracionada existem
dois tipos de refluxo, externo e o interno, que
geram, desta forma, as razões de refluxo exter-
na e interna. A razão de refluxo interna aconte-
ce tanto na região de absorção, quanto na re-
gião de esgotamento. As seguintes expressões
podem ser escritas para as razões de refluxo:
Razão de refluxo externo:
Re = ( L/D)
Razão de refluxo interna:
Na seção de absorção:
(Ri)abs = ( Lm / Vm )
Na seção de esgotamento:
(Ri)esg = ( Vn / Ln )
O grau de fracionamento que acontece em
uma coluna de destilação é determinado pelas
razões de refluxo interna na torre, que por sua
vez são geradas a partir da carga e do refluxo
externo à torre de destilação, ou seja, o reflu-
xo interno na seção de absorção, Lm, é gerado
pelo refluxo externo, L, enquanto que na se-
ção de esgotamento, Ln, é gerado pelo refluxo
interno Lm mais a carga F.
Na seção de enriquecimento ou absorção,
quanto mais líquido Lm descer na torre por
unidade de massa de vapor que sobe, tanto
melhor será a separação, pois, nesta seção, a
finalidade é reter os compostos pesados (me-
nos voláteis) contidos nos vapores. Quanto
maior a razão (Lm/Vm), tanto melhor será, en-
tão, o fracionamento nesta região da torre de
destilação.
16
Operações Unitárias
Na seção de esgotamento, tem-se o con-
trário da seção de absorção, quanto mais va-
por subir na torre por unidade de massa de
líquido que desce, melhor será a separação
nesta seção da torre, já que a finalidade, nes-
ta região, é a remoção dos compostos leves
(mais voláteis) do líquido que desce pela
torre. Portanto, na seção de esgotamento,
também denominada de stripping, quanto
maior a razão (Vn / Ln), melhor será o fracio-
namento.
Resumindo, pode-se afirmar que, para uma
determinada coluna, o grau de fracionamento
é tanto maior quanto maior for a razão de re-
fluxo interna.
Razão de Refluxo Versus número de pratos da
Coluna
Existe uma relação entre o número de pra-
tos ou bandejas de uma coluna de destilação e
a razão de refluxo interna ou externa deste
equipamento.
Quanto menor for o número de pratos ou
bandejas de uma coluna, pior será seu fracio-
namento. Podem ser construídas torres com
grande número de pratos para operarem com
pequena razão de refluxo interna, assim como
torres com pequeno número de pratos e razões
de refluxo interno elevadas, para uma carga
com as mesmas características.
Tendo em vista a relação anteriormente
descrita, a condição de refluxo ou razão de
refluxo mínimo corresponderá a uma coluna
com um número infinito de pratos para que
seja atingido o fracionamento desejado, assim
como a condição de refluxo ou razão de reflu-
xo total corresponderá a uma coluna com um
número mínimo de pratos para que o fracio-
namento desejado seja atingido. Nenhuma
destas condições é satisfatória, uma vez que
uma torre com número de pratos infinito é um
projeto totalmente inviável economicamente,
bem como a construção de uma coluna que
não produza, pois para o refluxo total não se
tem retirada de produtos, como pode ser veri-
ficado pelo cálculo abaixo:
Na seção de absorção, o seguinte balanço
material é observado:
Vm = Lm + D
Lm = Vm – D
Dividindo-se os dois termos da equação
por Vm, tem-se que:
(Lm / Vm) = 1 – (D/Vm)
Quando ocorrer refluxo total, então D = 0,
logo:
(Lm / Vm) = 1 ® Lm = Vm, ou seja, a quan-
tidade de líquido que desce na seção de absor-
ção é igual à quantidade de vapor que sobe
nesta seção, não havendo, portanto, produção.
Na seção de esgotamento, observa-se o
seguinte balanço material:
Ln = Vn + W
Vn = Ln – W
Dividindo-se os dois termos da equação
por Ln, obtém-se que:
(Vn / Ln) = 1 – (W/ Ln)
No caso da seção de esgotamento, todo o
líquido residual será vaporizado no refervedor,
então W = 0, então:
(Vn / Ln) = 1 ® Vn = Ln, isto é, a quantida-
de de vapor que sobe na seção de esgotamen-
to é igual à quantidade de líquido que por ela
desce e não há produção.
Quando a coluna é operada, portanto, em
refluxo total, o fracionamento é praticamente
perfeito, porém o gasto com energia é muito
elevado e não há produção na coluna, o que
torna o processo economicamente inviável.
A relação entre o número de pratos ou es-
tágios e a razão de refluxo pode ser observada
no gráfico a seguir:
A razão de refluxo interna mínima é aquela
que corresponde a um refluxo externo, L, mí-
nimo, por conseqüente, os projetos de colunas
de destilação são concebidos prevendo-se,
geralmente, um refluxo externo com valores
que variam entre 1,5 a 2 vezes o valor da ra-
zão de refluxo mínima. Este valor é denomi-
nado razão de refluxo operacional, RR oper,
como pode ser observado no gráfico anterior.
2.6Fatoresqueinfluenciamasprincipais
variáveis na destilação fracionada
2.6.1 Propriedades da carga
Como cada carga a ser processada pode
exibir uma característica, pois as proporções
Operações Unitárias
17
entre os componentes a serem separados po-
dem ser diferentes, haverá, então, uma razão
de refluxo para cada carga a ser processada. A
diferença de volatilidade entre os componen-
tes da carga, de uma torre de destilação fracio-
nada, exerce grande influência sobre as variá-
veis citadas. Como exemplo, pode-se citar a
comparação entre a separação de uma mistura
contendo 50% de etano e 50% de eteno de
outra contendo 50% de hexano e 50% de eteno.
No primeiro caso, a separação entre o etano e
o eteno requer tanto uma quantidade de reflu-
xo, bem como uma quantidade de estágios
(pratos) na coluna muito maiores do que na da
separação da mistura entre o hexano e o eteno,
pois estes dois últimos compostos possuem
grande diferença de volatilidade.
2.6.2 Eficiência dos dispositivos de separação
das torres (Pratos)
Como mencionado, o componente ou
substância que vaporiza a partir do líquido de
um determinado prato da coluna é mais volá-
til que os componentes contidos no líquido
deste prato, e ainda que este vapor esteja em
equilíbrio com o líquido do prato, o número
de moléculas que abandona a fase líquida para
a fase vapor é igual ao número de moléculas
que voltam da fase vapor para a fase líquida –
princípio do equilíbrio. Para que o equilíbrio,
seja atingido é necessário um certo tempo de
contato entre as fases. No caso do prato ou
bandeja de uma torre de destilação, este tem-
po depende dos detalhes construtivos desta
bandeja: quanto mais alto o líquido contido
neste prato ou bandeja, maior será o tempo de
contato entre as fases, pois o líquido perma-
necerá mais tempo no prato, e, em consequên-
cia o vapor gastará mais tempo para atravessá-
lo. O prato que conserva um maior nível de
líquido é aquele que mais se aproxima do equi-
líbrio entre as fases líquido-vapor e, por isso,
é denominado de “prato ideal”. O prato ideal
é o dispositivo que permite o maior enriqueci-
mento em componentes mais voláteis do va-
por que penetra no líquido deste prato.
A eficiência de um prato de uma coluna
de destilação fracionada poderá ser quantifi-
cada pelo enriquecimento de componentes
mais voláteis no líquido deste prato, que no
caso do prato ideal é de 100%. O valor per-
centual da eficiência de um prato real, em uma
coluna de destilação fracionada, está entre 50
e 80%, é tanto maior, quanto melhor for o pro-
jeto da torre, para as condições de operação
especificadas. Se, por exemplo, uma torre, pro-
jetada para uma determinada condição e espe-
cificação de carga, mudanças em suas carac-
terísticas especificadas, a mesma não corres-
ponderá satisfatoriamente às condições inicial-
mente previstas, diminuindo desta forma, sua
eficiência e, conseqüentemente, podendo com-
prometer os resultados inicialmente previstos
para aquele projeto. Portanto, o fracionamen-
to em uma coluna de destilação depende da
eficiência dos seus pratos.
2.7 Problemas que podem ocorrer em
bandejas de colunas de destilação
2.7.1 Problema de arraste
O arraste é o transporte, efetuado pelo va-
por, de gotículas de líquido do prato inferior
para os pratos superiores. A quantidade de lí-
quido arrastado depende da velocidade do va-
por ao longo da torre. No arraste, o líquido do
prato inferior contamina o líquido do prato
superior com compostos pesados (menos vo-
láteis), piorando o fracionamento ao longo da
coluna. O arraste pode ser provocado pelo au-
mento da vazão volumétrica do vapor, que, por
sua vez, pode ser decorrente da redução da
pressão em alguma região da coluna.
As torres de destilação a vácuo são cons-
truídas com um diâmetro muito maior do que
as torres de destilação atmosféricas, pois como
suas pressões são muito baixas, provocam va-
zões volumétricas muito elevadas.
2.7.2 Problema de Pulsação
Este fenômeno ocorre quando a vazão de
vapor, que ascende de um prato inferior para
um superior da coluna, não tem pressão sufi-
ciente para vencer continuamente a perda de
carga apresentada pela bandeja em questão. O
vapor, então, cessa temporariamente sua pas-
sagem por esta bandeja e, quando sua pressão
volta a ser restabelecida, vence a perda de car-
ga no prato de forma brusca. Assim diminui a
pressão do vapor quase que instantaneamente
e cessa a passagem do vapor pelo prato até
que seja novamente restabelecida sua pressão.
Esta situação permanece até que seja norma-
lizadaacondiçãodepressãoaolongodacoluna.
2.7.3 Problema de vazamento de líquido
É o fenômeno da passagem de líquido da
bandeja superior para a bandeja inferior, atra-
vés dos orifícios dos dispositivos existentes
nos pratos e que são destinados à passagem
18
Operações Unitárias
do vapor. Este fenômeno ocorre, quando a va-
zão de vapor é baixa e a vazão de líquido é
excessivamente alta.
2.7.4 Problema de inundação
A inundação, em uma torre de destilação,
ocorre quando o nível de líquido do tubo de
retorno de um prato atinge o prato superior.
Poderá acontecer em regiões localizadas na
torre ou, caso o problema não seja soluciona-
do a tempo, em uma das seções e até mesmo,
na torre como um todo.
Anotações
Operações Unitárias
19
3Processos de Absorção
e Esgotamento
3.1 Introdução
Como observado no capítulo sobre o pro-
cesso de destilação, nas colunas de destilação
fracionada, a seção acima do ponto de alimen-
tação da carga da torre é denominada de seção
de absorção e a seção abaixo do ponto de ali-
mentação da carga da torre é denominada de
seção de esgotamento. No entanto, existem
processos que utilizam somente absorção ou
esgotamento, e, de acordo com a necessidade
do processo, são projetadas torres que operam
somente com processos de absorção ou, en-
tão, apenas com processos de esgotamento.
As colunas de absorção e de esgotamen-
to, geralmente, não possuem estágios de troca
de calor, isto é, não apresentam nem refervedor,
nem condensador.
3.2 Conceitos
3.2.1 Absorção
É uma operação em que uma mistura ga-
sosa, V1, é colocada em contato com um líqui-
do, L1, para nele serem dissolvidos um ou mais
compostos que se quer remover da mistura
gasosa. Geralmente, existe uma diferença de
volatilidade muito grande entre os componen-
tes da fase gasosa e os da fase líquida. Propor-
ciona-se, com isso, somente a absorção dos
componentes mais pesados da mistura gaso-
sa, sem a perda de componentes da mistura
líquida por evaporação.
3.2.2 Esgotamento
É a operação inversa à da absorção, ou
seja, tem como finalidade remover compostos
de um líquido, L1, utilizando-se uma corrente
de gás ou de vapor, V1, Neste caso, são utili-
zados gases ou vapores totalmente insolúveis
no líquido ou então gases ou vapores com
volatilidade muito mais alta do que o líquido
em questão.
Na realidade, tanto no processo de absor-
ção, quanto no processo de esgotamento, existe
o mecanismo de transferência de massa de uma
fase para outra. No caso da absorção, há trans-
ferência de compostos da fase gasosa para a
fase líquida e, no caso do processo de esgota-
mento, há transferência de compostos da lí-
quida para a fase gasosa.
3.3 Solubridade de Gases em Líquidos
Quando se coloca um gás em contato com
um líquido, num recipiente fechado numa certa
condição de temperatura e pressão, parte das
moléculas da fase gasosa passa, inicialmente,
para a fase líquida, até que se atinja o ponto de
equilíbrio para estas condições de temperatu-
ra e pressão. Neste ponto, a concentração do
gás no líquido é denominada de “solubilidade
de equilíbrio do gás neste líquido”, nas condi-
ções de temperatura e pressão em questão.
% do gás = solubilidade de equilíbrio.
No exemplo acima, a fase gasosa é cons-
tituída somente por um tipo determinado de
gás. No caso de haver uma mistura de duas
ou mais substâncias gasosas, em que somen-
te uma delas é solúvel no líquido, a “solubi-
lidade de equilíbrio” dependerá da pressão
parcial deste gás, na mistura gasosa. O valor da
pressão parcial de uma sustância é o percentual
20
Operações Unitárias
molecular desta substância em relação à pres-
são total da mistura, ou seja:
(PParcial)A = (%molecularA / 100) x PTotal
Por exemplo, numa mistura gasosa em
que a pressão total do sistema é de 20 kgf/cm2
,
tem-se 30% de moléculas de propano; assim a
pressão parcial do propano na mistura deste
sistema será: (30/100) x 20 = 6 kgf/cm2
.
É possível relacionar a pressão parcial de um determinado gás com a sua solubilidade de
equilíbrio num determinado líquido, e com isto, gerar gráficos com curvas de solubilidade de
equilíbrio em função da pressão parcial de equilíbrio, como pode ser observado a seguir.
A solubilidade de equilíbrio de um de-
terminado gás, a uma certa temperatura, em
um determinado líquido, aumenta, com o au-
mento da pressão parcial do gás, ou ainda,
com o aumento da concentração do gás no
referido líquido, desde que a temperatura se
mantenha constante (vide figura a seguir).
Concentração ou solubilidade de equilíbrio.
Operações Unitárias
21
Como pode ser observado no gráfico, com
o aumento da temperatura, a solubilidade do
gás diminui. Na temperatura de 10ºC e com
uma pressão parcial de equilíbrio de 50 mm Hg,
a concentração ou solubilidade de equilíbrio
da amônia em água será de 11%. Com a mes-
ma pressão parcial de 50 mm Hg, na tempera-
tura de 30ºC, a concentração ou solubilidade
de equilíbrio da amônia na água será de 5%.
3.4 Potencial que promove a absorção
Conforme abordado anteriormente, quan-
do um líquido e um gás estão em equilíbrio (o
número de moléculas da fase gasosa que pas-
sa para a fase líquida é igual ao número de
moléculas que passam da fase líquida para a
fase gasosa), nas condições de temperatura e
pressão estabelecidas não haverá mais altera-
ção da concentração do gás absorvido no lí-
quido. Porém, caso haja alteração, por exem-
plo, da pressão parcial do gás a ser absorvido
pelo líquido, sem a alteração da variável tem-
peratura, então ocorrerá a passagem de molé-
culas da fase gasosa para a fase líquida até a
nova situação de equilíbrio.
Baseado nestes conceitos, o potencial,
que promove a absorção de um gás A em um
certo líquido, poderá ser equacionado da se-
guinte forma:
(Potencial de absorção)A = (Pressão Parcial)A –
(Pressão Parcial de Equilíbrio)A
Para ilustrar o assunto, pode-se tomar,
como exemplo, o gráfico anterior, que repre-
senta amônia sendo absorvida em água.
1º Exemplo:
Qual será o potencial de absorção da amô-
nia em água, à temperatura de 30ºC, conside-
rando-se que na água existe uma concentra-
ção de amônia de 5%, com pressão parcial de
50 mm Hg?
Resposta: Como observado no gráfico em
questão, para o valor de concentração ou so-
lubilidade de equilíbrio igual a 0,05 e t = 30ºC,
o resultado da pressão parcial de equilíbrio
corresponde a 50 mm Hg. A força motriz ou
potencial de absorção para este caso será:
(Força Motriz) = 50 – 50 = 0, ou seja, nes-
ta condição, o gás já está em equilíbrio com o
líquido e não há, portanto, mais absorção.
2º Exemplo:
Haveria absorção da amônia na água no
exemplo 1, caso dobrasse a pressão parcial da
amônia, mantendo-se a temperatura em 30ºC?
Em caso positivo, qual seria a concentração
ou solubilidade de equilíbrio para esta nova
condição?
Resposta: Nova pressão parcial = 2 x 50 =
100 mm Hg
(Força Motriz) = 100 – 50 = 50 mm Hg,
portanto como o potencial é > 0, haverá ab-
sorção.
De acordo com o gráfico, para a nova con-
dição de equilíbrio, em que a pressão parcial é
de 100 mm de Hg, na temperatura de 30ºC, a
nova condição de concentração de amônia
corresponderia a 8%.
Nota: A pressão parcial de equilíbrio é sempre obtida
graficamente, através das curvas de solubilidade.
3.5 Refluxo Interno Mínimo
No caso dos processos de absorção e esgo-
tamento, existe uma razão de refluxo mínimo,
para que a operação desejada seja efetuada.
3.5.1 Absorção
Para o processo de absorção, existe uma
relação L/V mínima, a fim de que a operação
de absorção desejada possa ser efetuada. Quan-
to maior a relação L/V, melhor será a absor-
ção, pois o líquido, L, ficará menos concen-
trado no composto a ser absorvido. Com o
aumento da relação L/V, tem-se, assim, um
aumento no potencial de absorção.
3.5.2 Esgotamento
No caso do processo de esgotamento, exis-
te uma relação V/L mínima, para que a opera-
ção de esgotamento desejada possa ser efetua-
da. Quanto maior a relação V/L, melhor será
o esgotamento, pois o vapor, V, ficará menos
concentrado no composto a ser esgotado. Com
o aumento da relação V/L, haverá, então, um
aumento no potencial de esgotamento.
3.6ResumodosFatoresqueInfluenciam
os Processos de Absorção e Esgotamento
Favorece a absorção Favorece o esgotamento
Aumento da pressão do gás
(aumento da pressão parcial
do composto a ser absorvido)
Redução da temperatura
Baixa concentração do com-
postoaserabsorvidonolíqui-
do utilizado para a absorção
Alta relação L/V
Redução da pressão do gás
(reduçãodapressãoparcialdo
composto a ser esgotado)
Aumento da temperatura
Baixa concentração do com-
posto a ser esgotado no vapor
utilizado para o esgotamento
Alta relação V/L
22
Operações Unitárias
3.7 Equipamentos
Para a operação de absorção e esgotamen-
to, são utilizados os mesmos equipamentos que
para a operação de destilação, principalmente
torres com recheios, embora torres com pra-
tos com borbulhadores ou com pratos valvu-
lados também sejam empregadas.
As torres com recheios são mais utiliza-
das em processos de absorção, pois nesta ope-
ração as vazões de líquido e vapor, geralmen-
te, não sofrem muita alteração ao longo do
processo. Na operação correta, a torre está cheia
de gás e o líquido desce através da coluna. O
recheio, desta forma, está sempre coberto por
uma camada de líquido permanentemente em
contato com o gás. A vazão de líquido não pode
ser muito pequena, caso contrário o recheio
não ficaria molhado de maneira uniforme. A
vazão de vapor não pode ser excessivamente
alta, pois dificultaria a descida do líquido na
torre.
A transferência de massa entre as fases é
promovida pelo recheio no interior da coluna.
Este mantém o contato íntimo e contínuo en-
tre as fases em toda a extensão de cada leito
recheado.
Anotações
Operações Unitárias
23
4Processos de Extração
Líquido-Líquido
4.1 Introdução
A operação denominada Extração Líqui-
do-Líquido é empregada nos processos de se-
paração de um ou mais compostos de uma
mistura líquida, quando estes não podem ser
separados por destilação de forma economi-
camente viável.
Geralmente, tais separações ocorrem nos
seguintes casos:
a) os componentes a serem separados são
pouco voláteis – seria necessário, en-
tão, utilizar processos com temperatu-
ras muito altas, combinadas com pres-
sões muito baixas, com a finalidade de
conseguir a separação desejada;
b) os componentes a serem separados têm
aproximadamente as mesmas volatili-
dades – neste caso, seria necessária a
utilização de colunas de destilação com
um número muito grande de estágios
de separação (pratos), conseqüente-
mente torres muito elevadas, a fim de
conseguir a separação desejada;
c) os componentes são susceptíveis à de-
composição – os compostos ou com-
ponentes a serem separados sofrem de-
composição quando atingem a tempe-
ratura necessária para a separação;
d) o componente menos volátil que se quer
separar está presente em quantidade
muito pequena – não seria economi-
camente viável, em tal situação, vapo-
rizar toda a mistura líquida para ob-
ter o produto desejado.
4.2 Conceito
O processo de Extração Líquido-Líquido
é a operação no qual um composto dissolvido
em uma fase líquida é transferido para outra
fase líquida.
A fase líquida, que contém o composto a
ser separado, é denominada de solução e o
composto a ser separado é denominado de
soluto.
A fase líquida, utilizada para fazer a se-
paração do soluto, é denominada de solvente.
O solvente deverá ser o mais insolúvel possí-
vel na solução.
De acordo com a natureza do composto
que se quer extrair da solução, isto é, o soluto,
basicamente, há dois tipos de extração:
a) extração de substâncias indesejáveis –
o soluto é uma impureza que deverá ser
retirada da solução. O produto dese-
jado neste processo de separação é a
solução livre do soluto. Como exem-
plo, pode ser citada a extração de com-
postos de enxofre existentes nos deri-
vados de petróleo, como a gasolina, o
querosene e outras correntes. Um ou-
tro exemplo é a retirada de compostos
aromáticos de correntes de óleos lubri-
ficantes para purificação dos mesmos;
b) extração de substâncias nobres – o
soluto é, neste caso, o composto dese-
jado após a operação de separação, o
restante da solução é o produto inde-
sejável do processo. Como exemplo,
tem-se citar a separação do butadieno
de uma mistura entre o buteno e o bu-
tadieno, na indústria petroquímica, uti-
lizando-se como solvente neste proces-
so de extração uma solução aquosa de
acetato cupro-amoniacal.
4.3 Mecanismo da Extração
O mecanismo do processo de extração
ocorre, basicamente, de acordo com as seguin-
tes etapas:
a) mistura ou contato íntimo entre o sol-
vente e a solução a ser tratada. Ao lon-
go desta etapa, ocorrerá a transferência
do soluto da solução para a fase sol-
vente;
b) a separação entre a fase líquida da so-
lução, denominada de rafinado, e a fase
líquidasolvente,denominadadeextrato;
c) recuperação do solvente e do soluto.
24
Operações Unitárias
Para a recuperação do soluto do solvente, é
necessário que estes tenham características que
permitam a separação dos mesmos através de
um simples processo de destilação ou qualquer
outro tipo de separação simples e possível.
O ciclo da extração pode ser representado
pela figura seguinte, de forma que a massa es-
pecífica do solvente é menor do que a massa
específica da solução, para que seja possível a
extração.
4.4 Equipamentos do Processo de
Extração
4.4.1 De um único estágio
Neste tipo de equipamento, os líquidos são
misturados, ocorre a extração e os líquidos
insolúveis são decantados. Esta operação po-
derá ser contínua ou descontínua. Este equi-
pamento é correspondente ao esquema da fi-
gura anterior.
4.4.2 De múltiplos estágios
Baseado, ainda, no exemplo da figura an-
terior, caso o rafinado (A + B) seja mais uma
vez processado e a este seja adicionada nova
porção de solvente, será possível extrair mais
soluto da solução e o rafinado tornar-se-á ain-
da mais puro. Quanto maior o número de está-
gios, maior será a extração.
Se, ao invés de ser utilizado solvente novo
e puro para cada caso, um sistema em contra-
corrente, for empregado, o solvente puro en-
trará em contato com a carga em contracor-
rente e tem-se então um sistema de múltiplos
estágios, que formam uma sucessão de estágios
simples.
Como exemplo, pode-se observar a figura a
seguir, que mostra um sistema para dois estágios.
a) torre de dispersão;
b) torre com recheios;
c) torre agitada.
Nota: Não são utilizados pratos com borbulhadores em
equipamentos de extração.
Os equipamentos que fazem a extração
líquido-líquido em múltiplos estágios utilizam
o princípio desta figura uma única coluna, ge-
ralmente, semelhantes a uma torre de destila-
ção, podendo ou não conter recheios ou ainda
bandejas. Os principais tipos de equipamen-
tos são:
Operações Unitárias
25
Os equipamentos mencionados anteriormente podem ser observados nas figuras a seguir:
4.5 Equilíbrio entre as Fases Líquidas
Existe uma analogia, que se pode fazer,
entre os processos de esgotamento e ou absor-
ção em relação ao processo de extração.
A fase líquida do solvente, o extrato,
pode ser considerada como a fase vapor,
enquanto que a fase líquida da solução, o
rafinado, pode ser considerada a fase líquida.
Na absorção e no esgotamento, quando as duas
fases entram em equilíbrio, não há mais alte-
ração da composição nem da fase líquida, nem
da fase vapor. Da mesma forma na extração,
quando é atingido o equilíbrio entre as fases,
então não haverá mais alteração das composi-
ções do extrato e do rafinado, o que está ilus-
trado na figura a seguir.
26
Operações Unitárias
4.6 Fatores que influenciam a Extração
4.6.1 Relação Solvente-Carga
De forma semelhante ao processo de ab-
sorção, na extração, também existe uma rela-
ção mínima solvente/carga, abaixo da qual
não é possível efetuar a extração desejada.
Quanto maior a relação solvente/carga, me-
lhor será a extração, pois uma concentração
maior de solvente na solução aumentará o po-
tencial de transferência de massa do soluto para
a fase líquida do solvente, com a conseqüente
formação do extrato.
4.6.2 Qualidade do solvente
Nos casos em que o solvente é recupera-
do, após a extração, quanto mais isento de
soluto ele retornar para a torre de extração,
melhor será a extração, pois sua composição
estará mais afastada da composição de equilí-
brio com a carga e maior será a transferência
de soluto da fase da solução (carga) para a fase
solvente.
4.6.3 Influência da temperatura
Embora seja adequado que o solvente
apresente insolubilidade na carga, isto na prá-
tica não ocorre, pois sempre existe , ainda que
pequena, uma solubilidade mútua entre as fa-
ses que aumenta com a elevação da tempe-
ratura. A composição das duas fases em equi-
líbrio muda, então, com a alteração da tempe-
ratura. Isto pode influenciar de forma negati-
va na extração desejada. Portanto, nunca se
deve operar com temperaturas acima das re-
comendadas para um certo processo de extra-
ção, pois poderá ocorrer a dissolução de parte
ou até mesmo de todo o solvente na carga ou
vice-versa, impedindo a separação das duas
fases líquidas. Caso haja uma certa dissolu-
ção de solvente na carga ou vice-versa, o equi-
pamento não terá uma operação satisfatória
com conseqüente queda de eficiência no pro-
cesso de extração.
Anotações
Operações Unitárias
27
5Fluidização de Sólidos
e Separação Sólido
5.1 Fluidização de sólidos
5.1.1 Conceito
Para compreender melhor o conceito de
fluidização de sólidos, suponha que um fluido
líquido ou gasoso esteja escoando vagarosa-
mente através de um leito de partículas sóli-
das finamente divididas. Os sólidos agem como
um obstáculo à passagem deste fluido, ocasio-
nando uma queda de pressão (DP), devido ao
atrito, que aumenta com o aumento da veloci-
dade. Ao aumentar ainda mais a velocidade
do fluido, os canais de passagem formados pelo
mesmo aumentam e as partículas sólidas fi-
cam mais separadas. Nesse ponto, inicíasse a
fluidização do leito de sólidos, pois estes per-
dem suas características e passam a se com-
portar como fluidos, de modo a seguir as leis
de escoamento de fluidos, em que a pressão é
proporcional à altura do leito.
Caso continue o aumento da velocidade
de escoamento do fluido, haverá um ponto em
que as partículas sólidas serão arrastadas, des-
fazendo-se, desta maneira, o leito sólido.
5.1.2 Objetivo da Fluidização
A principal aplicação da operação com
leito fluidizado é em processos cujas reações
químicas envolvam catalisadores, como no
caso do processo de craqueamento catalítico.
Neste, o catalisador sólido finamente dividido
está em forma de leito fluidizado. O estado
fluidizado do catalisador, além de garantir seu
melhor contato com a carga devido ao aumen-
to da área específica do catalisador com ele,
permite que o catalisador seja escoado de um
vaso para outro por diferença de pressão, como
se fosse um líquido. Evita-se, desta forma, a
utilização de equipamentos de transporte de
sólidos, como caçambas, esteiras rolantes, cor-
reios ou outros métodos de transporte de lei-
tos sólidos.
5.1.3 Tipos de Fluidização
Existem dois tipos de fluidização, a parti-
culada e a agregativa.
A fluidização particulada ocorre, prin-
cipalmente, quando o fluido é um líquido, en-
quanto a fluidização agregativa ocorre quan-
do o fluido é um gás.
Na fluidização particulada, o início do
processo é caracterizado por um rearranjo das
partículas de forma a oferecer maior área livre
para o escoamento, porém sem que as partícu-
las percam o contato entre elas.
Na fluidização agregativa, o início é ca-
racterizado por um fenômeno semelhante à
ebulição, ou seja, bolhas de gás atravessam o
leito sólido e rompem-se na superfície, em-
purrando as partículas de sólido para cima.
A fluidização do tipo agregativa é aquela
que ocorre no processo de craqueamento ca-
talítico.
5.1.4 Dimensões do Leito Fluidizado
A altura necessária do equipamento que
contém o leito aumenta com a velocidade de
escoamento do fluido, pois o volume de vazios
fica maior com o aumento da velocidade. As
partículas menores têm velocidade de queda
menor do que as maiores, ou seja, se uma par-
tícula de 1 mm não é arrastada pelo fluido, uma
outra de 0,1 mm poderá ser arrastada e aban-
donar o leito. Com o constante choque entre
as partículas sólidas, aos poucos, elas vão sen-
do reduzidas a tamanhos cada vez menores.
Para que estas partículas não sejam arrastadas,
seria necessária a utilização de velocidades
muito baixas para o escoamento dos fluidos,
o que equivale a construir equipamentos com
diâmetros muito elevados. Mesmo com a
construção de equipamentos com diâmetros
muito elevados, ainda haveria o problema de
que as partículas maiores não seriam movi-
mentadas de forma adequada no leito. Por ou-
tro lado, quando ocorre a redução de tama-
nho das partículas, sempre existe o arraste de
28
Operações Unitárias
partículas finas para fora do leito. Nos casos
em que o fluido é um gás, como no processo
de craqueamento catalítico, estas partículas
finas são retiradas através de equipamentos es-
peciais, denominados ciclones, que promovem
o retorno destas para o equipamento que con-
tém o leito de sólidos.
5.2 Separação sólido-gás
A separação de partículas sólidas de um
gás pode ser efetuada através de diversas ma-
neiras, por exemplo, filtração, precipitação
eletrostática, aspersão com líquidos, ciclones
e outros processos. O mais utilizado em refi-
narias, geralmente, é o ciclone, especialmente
empregado em processos de craqueamento
catalítico, onde são retidas as partículas finas
do processo de craqueamento.
No processo de craqueamento catalítico,
o gás que entra nos ciclones pela abertura la-
teral encontra-se carregado de partículas de
catalisador, saindo pela parte superior, o gás
purificado e, por baixo, as partículas de catali-
sador, que voltam ao leito.
Dentro do ciclone, as partículas de sóli-
dos chocam-se contra as paredes, perdem ve-
locidade e, em conseqüência se precipitam.
5.2.2 Arranjos entre os Ciclones
Para se obter maior eficiência de remoção de partículas nos ciclones, é possível fazer com-
binações de ligações entre os mesmos. Estas ligações poderão ser em série ou em paralelo,
dependendo de cada caso desejado.
Para altas vazões de gás, utilizam-se as ligações em paralelo, com a finalidade de reduzir a
perda de pressão (perda de carga) originada pelo processo de separação nos ciclones.
Na figura a seguir observam-se os arranjos mencionados.
O ciclone é um separador por decantação,
em que a força da gravidade é substituída pela
força centrífuga. A força centrífuga que age
sobre às partículas pode variar de 5 a 2.500 ve-
zes a mais do que a força da gravidade sobre a
mesma partícula, dependendo das condições do
gásedoprojetodociclone.Ocicloneéumequi-
pamento muito eficiente e por isso muito utili-
zado nos processos de separação sólido-gás.
5.2.1Fatoresqueinfluenciamofuncionamento
de um Ciclone
a) Diâmetro das partículas: o ciclone não
é muito eficiente para partículas meno-
res do que 0,005 mm.
b) Velocidade do gás na entrada do ciclo-
ne: é muito importante notar que quan-
to maior a velocidade do gás que entra
no ciclone, mais partículas finas serão
retirada do gás. A velocidade do gás
que vai para o ciclone não pode ser
aumentada de forma indiscriminada,
pois a perda de pressão (perda de car-
ga) que ocorre no interior do ciclone
poderá ser muito grande.
c) Viscosidade: O aumento da viscosidade
do gás dificulta a remoção das partículas.
Operações Unitárias
29
5.3 Noções básicas do processo de Craqueamento Catalítico
Um ciclone em operação é apresentado a seguir:
30
Operações Unitárias
No processo de craqueamento catalítico,
a carga (gasóleo) entra em contato com o ca-
talisador no riser, onde são iniciadas as rea-
ções, que ocorrem em fase gasosa. O riser é
um tubo de grande dimensão, que fica a mon-
tante do reator. O reator, por sua vez, funciona
como um vaso separador entre os produtos
formados e o catalisador.
O catalisador em forma de pó, ou seja,
partículas muito finas, quando retirado do rea-
tor, está impregnado com coque; por isso ne-
cessita de retificação para retornar ao reator.
No regenerador, o coque do catalisador é quei-
mado na presença de ar, que vem do blower
(soprador). Os gases gerados na combustão do
catalisador (CO2, CO, H2O, H2, N2, O2 em ex-
cesso, e outros gases), antes de serem envia-
dos para a atmosfera, passam em uma caldei-
ra recuperadora de calor (caldeira de CO), para
que o calor latente dos gases, bem como a quei-
ma do CO na caldeira possam ser aproveita-
das na geração de vapor.
Os ciclones, que estão localizados no topo
do reator, evitam que o catalisador contamine
os produtos que saem do reator.
Os produtos gerados no reator seguem para
uma torre de fracionamento, onde são separa-
dos em frações, como GLP, nafta craqueada,
diesel de FCC (LCO) e óleo combustível de
FCC. Na torre de fracionamento, ainda é
produzids uma fração denominada borra, que,
por conter algum catalisador arrastado do pro-
cesso de craqueamento, retorna para o início
do processo, junto com a carga.
Anotações
Operações Unitárias
31
6Bombas
6.1 Curvas características de Bombas
Centrífugas
As curvas características de bombas tra-
duzem o funcionamento do equipamento em
questão. São produzidas a partir de dados
empíricos (experimentais) do próprio fabrican-
te do equipamento, fazendo a bomba vencer
diversas alturas de coluna de líquido, varian-
do a vazão do líquido e ao mesmo tempo veri-
ficando a potência absorvida pelo eixo da bom-
ba e a sua eficiência.
As curvas características, fornecidas pe-
los fabricantes de bombas são:
a) curva de carga (H) versus vazão volu-
métrica (Q);
b) curva de potência absorvida (Pabs)
versus vazão volumétrica (Q);
c) curva de rendimento (h) versus vazão
volumétrica (Q).
Podem ser obtidas teoricamente ou, então,
em testes de performance do equipamento em
questão.
6.2 Curva da carga (H) versus vazão
volumétrica (Q)
A carga de uma bomba pode ser definida
como a energia por unidade de peso. As cur-
vas de carga versus vazão, fornecidas pelos
fabricantes, apresentam, portanto, normalmen-
te uma das seguintes unidades:
kgf x m / kgf = m ou lbf x ft / lbf = ft
A curva “carga” versus “vazão” recebe
diferentes denominações, de acordo com a for-
ma que apresenta:
a) Curva tipo “rising”
Nesta curva, a altura manométrica (H)
aumenta continuamente com a diminui-
ção da vazão, como pode ser observa-
do na figura a seguir:
b) Curva tipo “Drooping”
Nesta curva, a altura manométrica, na
ausência de vazão (vazão zero ou va-
zão de shut-off), é menor do que a de-
senvolvida pelo equipamento para ou-
tras vazões, conforme apresentado na
figura a seguir:
c) Curva tipo “steep”
Nesta curva, a altura manométrica (H)
aumenta rapidamente com a diminui-
ção da vazão, conforme se observa na
figura a seguir:
32
Operações Unitárias
d) Curva tipo “Flat”:
As curvas características de bombas po-
dem ser conceituadas como curvas do tipo es-
tável e instável.
1. Curva tipo “estável”
Curvas do tipo estável são aquelas em que
um determinado valor de altura manométrica
(H) corresponderá somente a uma vazão (Q),
como é o caso das curvas dos itens a, c, d
(rising, steep, flat).
2. Curva tipo “instável”
São aquelas em que um determinado va-
lor de altura manométrica (H) poderá corres-
ponder a uma ou duas vazões (Q), como é o
caso da curva do item b (drooping).
6.3 Curva de potência absorvida (PABS
.)
versus vazão volumétrica (Q)
Geralmente, quando se escolhe uma bom-
ba, a maior preocupação é com a potência ab-
sorvida pela bomba, pois esta é a requerida
pelo acionador da bomba. A seleção do equi-
pamento será feita, portanto, com base neste
dado de potência.
É importante que se faça a distinção entre
“potência útil cedida ao fluido” e “potência
absorvida pela bomba”.
A potência útil cedida ao fluido não leva
em consideração as perdas que ocorrem no
equipamento, enquanto que a potência absor-
vida no eixo da bomba é a energia efetivamente
entregue à bomba, para que esta realize traba-
lho desejado. A potência absorvida pela bom-
ba considera, então, a eficiência do equipamento.
a) Potência útil cedida ao fluido: a potên-
cia cedida ao fluido, que não considera
a eficiência da bomba, é a potência re-
cebida por ele para a realização do tra-
balho de deslocamento do mesmo e
pode ser expressa pelas equações se-
guintes:
PC = r . Q . H / 550
em que:
PC = potência cedida em HP
r = massa específica em lb/ft3
Q = vazão volumétrica em ft3
/s
H = altura manométrica em ft
PC = g . Q . H / 550
em que:
PC = potência cedida em HP
g = peso específico em lbf/ft3
Q = vazão volumétrica em ft3
/s
H = altura manométrica em ft
PC = g . Q . H / 75
em que:
PC = potência cedida em CV
g = peso específico em kgf/m3
Q = vazão volumétrica em m3
/s
H = altura manométrica em m
b) Potência absorvida pela bomba: é a po-
tência que a bomba recebe do aciona-
dor (motor, turbina ou outro equipa-
mento). Analogamente à potência ce-
dida, a potência absorvida pode ser ex-
pressa pelas equações seguintes:
Pabs = r . Q . H / 550 . h
em que:
Pabs = potência absorvida em HP
r = massa específica em lb/ft3
Q = vazão volumétrica em ft3
/s
H = altura manométrica em ft
h = rendimento da bomba
Pabs = g . Q . H / 550 . h
em que:
Pabs = potência cedida em HP
g = peso específico em lbf/ft3
Q = vazão volumétrica em ft3
/s
H = altura manométrica em ft
h = rendimento da bomba
Pabs = g . Q . H / 75 . h
em que:
Pabs = potência cedida em CV
g = peso específico em kgf/m3
Q = vazão volumétrica em m3
/s
H = altura manométrica em m
h = rendimento da bomba
Operações Unitárias
33
A curva de potência absorvida versus va-
zão volumétrica é normalmente fornecida pelo
fabricante do equipamento e tem a forma que
pode ser observada no gráfico a seguir:
6.4 Curva de rendimento (h) versus
vazão volumétrica (Q)
O rendimento total pode ser definido pela
seguinte expressão:
h = Potência útil cedida ao fluido / Potência
absorvida = PC / Pabs
A curva de rendimento em função da va-
zão também é fornecida pelo fabricante do
equipamento e tem a forma apresentada no
gráfico que segue:
6.5 Curvas características de Bombas
Todas as curvas apresentadas anteriormen-
te são fornecidas normalmente pelo fabrican-
te de forma conjunta, ou seja, no mesmo grá-
fico, conforme demonstrado na figura a seguir:
Uma outra forma de apresentar a curva de
rendimento, utilizada pelo fornecedor, pode ser
observada no gráfico da figura seguinte:
Através do gráfico, para um par de valo-
res H x Q, determina-se o valor do rendimen-
to (h) da bomba sob tais condições. No exem-
plo do gráfico, para o par H1, Q1, o valor do
rendimento da bomba, nestas condições, seria
aquele entre h3 e h4.
6.6 Altura Manométrica do Sistema
A carga da bomba, H, quando expressa em
medida linear, por exemplo, metros (m) ou pés
(ft), representa qual a altura manométrica que
a bomba é capaz de elevar o fluido para cada
vazão desejada.
A altura manométrica do sistema é a altu-
ra correspondente à diferença de pressão entre
a sucção e a descarga da bomba, acrescida da
diferença de pressão devido às perdas por atrito
na tubulação e nos acessórios da mesma (per-
da de carga no sistema).
Considerando a figura seguinte, para se
transferir um líquido, do reservatório A para o
reservatório C, através de uma bomba B, está
deverá fornecer ao sistema uma carga suficien-
te para:
1. compensar a altura geométrica entre os
reservatórios (S);
2. compensar a diferença de pressão en-
tre o ponto de sucção e o ponto de des-
carga (Pd – Ps);
3. compensar a perda de carga na tubula-
ção e acessórios da mesma, no trecho
compreendido entre os reservatórios.
34
Operações Unitárias
Pode-se concluir que enquanto a carga, H,
é uma característica da bomba, a altura mano-
métrica é uma característica do sistema. A car-
ga, H, expressa em medida linear, representa
a altura manométrica que a bomba é capaz de
vencer em determinada vazão.
6.7 Construção gráfica da Curva de um
Sistema
O gráfico, que apresenta a variação da al-
tura manométrica em função da vazão, é de-
nominado de curva do sistema, ou seja, mos-
tra a variação da energia necessária por unida-
de de massa ou peso que o sistema solicita em
função da vazão.
A determinação da curva de um sistema
poderá ser feita seguindo os passos abaixo in-
dicados:
1. fixam-se várias vazões, em torno de
seis, escolhendo-se entre estes pontos
os correspondentes à vazão de shut-off
(vazão zero) e a vazão com a qual se
deseja que o sistema seja operado (va-
zão de operação);
2. calculam-se as alturas manométricas
correspondentes às vazões fixadas no
item anterior, ou seja:
Q1 ® H1
Q2 ® H2
Q3 ® H3
Q4 ® H4
Q5 ® H5
Q6 ® H6
3. com os valores dos pares H, Q, locar
os pontos em um gráfico e construir a
curva do sistema.
A curva de um sistema apresenta a forma
semelhante ao gráfico da figura a seguir:
6.8 Ponto de Trabalho
O ponto de trabalho, também conhecido
como ponto de operação, pode ser encontrado
quandoseplotacurvadosistemanomesmográ-
fico em que se encontram as curvas característi-
cas da bomba. A intersecção entre a curva do
sistema e a curva H versus Q da bomba mostra o
ponto de operação ou ponto normal de trabalho,
conforme pode ser observado na figura a seguir:
Operações Unitárias
35
Do gráfico anterior, pode-se observar que
os pontos normais de trabalho para a bomba
em questão são os seguintes:
a) vazão normal de operação: QT;
b) carga ou head normal de operação: HT;
c) potência absorvida no ponto normal de
operação: PT;
d) rendimento da bomba no ponto normal
de operação: hT.
Existem diversos recursos que possibili-
tam a modificação, da curva (H X Q) da bom-
ba e da curva (H X Q) do sistema, desta for-
ma existe a possibilidade da mudança do pon-
to de trabalho normal, para o atendimento de
uma outra necessidade operacional.
6.8.1 Alteração da Curva (H x Q) do Sistema
Alterar a curva (H X Q) do sistema con-
siste, basicamente, em modificar o próprio sis-
tema para o qual foi levantada a curva. Estas
alterações podem ser realizadas de diversas
formas, como por exemplo, a variação das
pressões dos reservatórios, a modificação do
diâmetro das linhas, a modificação das cotas
do líquido a ser transferido, modificação dos
acessórios da linha, etc, ou seja, qualquer al-
teração que implique em alteração da energia
necessária para a movimentação do líquido
entre os pontos considerados.
Um simples fechamento de uma válvula
de descarga altera a curva do sistema conside-
rado, pois estará ocorrendo um aumento da
perda de carga do líquido neste sistema, exi-
gindo mais energia para a realização da trans-
ferência do líquido. Neste caso, a curva do sis-
tema terá um súbito aumento e haverá, para
uma bomba com curva estável, um decrésci-
mo de vazão, conforme demonstrando no grá-
fico a seguir:
6.8.2 Fatores que influenciam a Curva (H x Q)
da Bomba
As curvas características das bombas po-
derão ser alteradas modificando-se alguns fa-
tores ou efeitos no próprio equipamento em
questão:
1. modificação da rotação da bomba;
2. modificação do diâmetro externo do
impelidor;
3. modificação das características do fluido;
4. efeito do desgaste do equipamento
(tempo de operação da bomba).
6.9 Fenômeno da Cavitação
Caso a pressão absoluta, em qualquer pon-
to de um sistema de bombeamento de líquido,
for reduzida abaixo da pressão de vapor do lí-
quido, na temperatura de operação, parte des-
te líquido se vaporizará e nestas condições, as
bolhas de vapor formadas, ao atingir regiões
de maiores pressões sofrem um colapso e
retornam para a fase líquida. O colapso das
bolhas tem como consequência a formação de
ondas de choque que causam o fenômeno da
cavitação.
6.9.1 Inconvenientes da Cavitação
Os principais inconvenientes da cavitação
são:
a) barulho e vibração – são provocados
pelas ondas de choque geradas pelo co-
lapso das bolhas;
b) alteração das curvas características –
são provocadas pela diferença de volu-
me específico entre o líquido e o va-
por, bem como pela turbulência gerada
pelas ondas de choque;
c) remoção de partículas metálicas
(pitting) – são provocadas pelas ondas
de choque e potencializados pelo au-
mento da temperatura local do material,
com a conseqüente alteração das carac-
terísticas estruturais.
6.9.2 Principal Região da Cavitação
Uma vez que a cavitação é um fenômeno
que ocorre quando a pressão em um ponto do
sistema diminui para valores iguais ou meno-
res do que a pressão de vapor do líquido bom-
beado, é necessária a determinação da região
do sistema de bombeamento onde é mais pro-
vável que ocorra o fenômeno da cavitação.
Uma ligeira análise aponta a entrada do impe-
lidor como a região mais favorável para o iní-
cio da cavitação. Nesta região, a energia do
fluido é mínima, pois a energia cinética do flui-
do foi reduzida devido à perda de carga ocor-
rida no trecho de escoamento e o líquido, na
entrada do impelidor, ainda não recebeu ne-
nhuma quantidade adicional de energia.
36
Operações Unitárias
6.9.3 Causas Secundárias da Cavitação
As causas secundárias, que podem favo-
recer o fenômeno da cavitação, são deficiên-
cias de projeto, operação ou manutenção que
provoquem uma queda local de pressão.
Vazamentos excessivos de líquido através
de anéis de desgaste de bombas, devido à de-
ficiência de projeto ou ainda por falta de acom-
panhamento por parte da manutenção, podem
gerar, portanto, um distúrbio na entrada da
sucção da bomba, provocando perda de pres-
são local e conseqüentemente o início do pro-
cesso de cavitação.
Outros problemas que podem provocar
cavitação são distúrbios na sucção da bomba,
como por exemplo, material sólido deposita-
do na linha de sucção bloqueando parcialmente
o escoamento do líquido, causando queda de
pressão local e o início da cavitação.
Distúrbios causados pelo desvio do flui-
do na orientação principal, na saída da voluta,
também podem causar queda de pressão lo-
cal, com decorrente início do fenômeno da
cavitação, conforme pode ser observado na
figura a seguir.
Bombas operando fora da sua vazão de
projeto podem ocasionar turbulência, com
conseqüente queda da pressão local, ocasio-
nando, desta forma, o fenômeno da cavitação.
Este problema ocorre devido à incompa-
tibilidade entre o ângulo de saída do fluido e a
posição fixa das pás difusoras, conforme apre-
sentado na figura seguinte.
Projetos inadequados de bombas podem
ocasionar a indução de fluxo em sentido in-
verso ao fluxo normal na sucção. Uma queda
de pressão pode ser gerada e em decorrência o
fenômeno da cavitação, conforme demonstra-
do na figura a seguir.
6.10 NPSH(NetPressureSuctionHead)
Existem duas definições para o NPSH, são
elas o NPSH disponível e o NPSH requerido.
Operações Unitárias
37
6.10.1 NPSH disponível
O NPSH disponível é a quantidade de
energia que o líquido possui no flange da suc-
ção da bomba, acima da pressão de vapor do
próprio líquido.
Cálculo do NPSH disponível
O cálculo realizado para encontrarmos o
NPSH disponível na sucção da bomba é o se-
guinte:
(NPSH)D = (P / g) – (PV / g) + h – hFS
em que:
(NPSH)D ....... altura manométrica disponível
na sucção da bomba.
P ................... pressão absoluta no reservató-
rio (Pmanométrica + Patm).
h ................... diferença de cotas entre a suc-
ção da bomba e o nível do re-
servatório.
g................... peso específico do fluido na
temperatura de escoamento.
hFS ................. perda de carga no trecho entre
o reservatório e a entrada do
olho do impelidor.
Pv .................. pressão de vapor na tempera-
tura de escoamento.
Fatores que influenciam o (NPSH)D
Os fatores que interferem diretamente o
NPSH disponível são a altura estática de suc-
ção, a altitude local que influencia na pressão
atmosférica, a temperatura de operação, o peso
específico do líquido e os tipos de acessórios
existentes no trecho de linha entre o reserva-
tório e a sucção da bomba.
6.10.2 NPSH requerido
O NPSH requerido é a altura manométri-
ca necessária para vencer as perdas por fric-
ção no bocal e na entrada do impelidor, de
modo a garantir que a pressão local esteja aci-
ma da pressão de vapor do líquido na zona de
menor pressão do impelidor.
O NPSH requerido é sempre fornecido
pelo fabricante do equipamento.
6.10.3NPSHdisponívelversusNPSHrequerido
O NPSH disponível sempre deverá ser
maior do que o NPSH requerido, pois do con-
trário tem-se a ocorrência do fenômeno da ca-
vitação. Antes da escolha da bomba que fará o
trabalho desejado, tem-se sempre que calcular
o NPSH disponível na sucção com a finalida-
de de se escolher o equipamento adequado à
situação desejada.
(NPSH)D > (NPSH)R(Sempre)
Graficamente, pode-se delimitar a faixa de
vazão de operação de uma bomba, sem o risco
da ocorrência do fenômeno da cavitação, uti-
lizando-se o conceito do NPSH, conforme
observado no gráfico da figura a seguir:
6.11 Associação de Bombas
Existem duas maneiras distintas de se fa-
zer associação de bombas: em série ou em
paralelo. Ambas são usuais, porém a utiliza-
ção de um caso ou de outro depende das ne-
cessidades exigidas em cada processo opera-
cional, pois são associações destinadas a re-
solver problemas distintos.
No caso de exigência de alturas manomé-
tricas muito elevadas, utiliza-se a associação
de bombas em série, no entanto, quando a
exigência trata-se de vazão elevada, então a as-
sociação das bombas deverá ser feita em para-
lelo.
6.11.1 Associação de Bombas em Série
No caso da associação de bombas em sé-
rie, utilizada para o aumento da altura mano-
métrica, a descarga de cada bomba será co-
nectada à sucção da seguinte, até o último equi-
pamento. A vazão do sistema, nesta situação,
será limitada pela bomba que apresenta me-
nor vazão, ou seja, a vazão do sistema corres-
ponderá a apenas uma bomba, enquanto a pres-
são de descarga será a soma das pressões de
descarga de cada bomba.
A associação de bombas em série, por-
tanto o flange de sucção e a carcaça de cada
bomba deverão suportar a pressão desenvol-
vida pelas anteriores, lembrando que o último
flange e a última carcaça deverão suportar a
pressão total do sistema.
38
Operações Unitárias
A seleção das bombas para uma associa-
ção em série é realizada, levando-se em conta
A curva característica do conjunto, re-
sultante desta associação é obtida a partir da
curva característica de cada bomba individual,
somando-se as alturas manométricas corres-
pondentes aos mesmos valores de vazão, con-
forme apresentado nos gráficos seguintes.
(2) bombas com mesma curva.
(1) bombas com curvas diferentes.
a vazão e a altura manométrica necessárias para
o sistema. Assim, a vazão a ser considerada é
igual para todas as bombas, e a altura mano-
métrica que cada bomba deverá desenvolver
será a altura manométrica total exigida pelo
sistema, dividida pelo número de unidades em
série.
6.11.2 Associação de Bombas em Paralelo
Este tipo de associação é utilizado quan-
do a vazão exigida pelo sistema for muito ele-
vada ou então quando a vazão do sistema va-
riar de forma definida.
Quando a associação for utilizada para
vazões muito elevadas, a utilização das bom-
bas em paralelo tem como vantagem adicional
a segurança operacional, pois no caso de falha
de qualquer um dos equipamentos, haveria
apenas uma diminuição de vazão e não o co-
lapso total da vazão do sistema.
Quando a vazão exigida pelo sistema é
variável, então a associação das bombas em
paralelo ocasionará maior flexibilidade ope-
racional, uma vez que a colocação ou a retira-
da de operação de bombas atenderá às vazões
necessárias do sistema com maior eficiência.
Caso houvesse somente uma bomba para a
realização deste tipo de operação, fatalmente
este equipamento seria operado em pontos de
baixa eficiência, ou seja, fora do ponto de tra-
balho.
A curva característica do conjunto, é obti-
da somando-se as vazões correspondentes aos
mesmos valores da altura manométrica exigida
pelo sistema.
O esquema de associação e a curva carac-
terística do conjunto podem ser observados nas
figuras abaixo.
Operações Unitárias
39
Exercícios
01. Conversão de unidade:
– Converter 500 milhas em metros.
– Converter 7.000 mm em polegadas.
– Converter 652 milhas em pés.
– Converter 3,22 x 106
mm em milhas.
– Converter uma área de 6.000 alqueires
em km2
.
– Converter uma área de 1.500 ft2
em m2
.
– Converter 22.960 ft em km.
– Converter uma área de 780.000 ft2
em
alqueires.
– Converter uma área de 3.000 in2
em m2
.
– Converter uma área de 1.500 ft2
em m2
.
– Converter um volume de 23.850 m3
em
barris.
– Converter um volume de 30.000 m3
em
galões.
– Converter um volume de 7.000 barris
em ft3
.
– Converter um volume de 1.200.000
barris em m3
.
– Converter um volume de 7.000 galões
em ft3
.
– Converter uma massa de 16.300 lb em
toneladas.
– Converterumamassade21.300lbemkg.
– Converter uma pressão de 750 in Hg
em Kgf/cm2
.
– Converter uma pressão de 80 ft H2O
em Kgf/cm2
.
– Converter uma pressão de 800 mm Hg
em m H2O.
– Converter uma pressão de 150 psig em
Kgf/cm2
absoluta (Patm = 745 mm Hg).
– Converter uma pressão de 300 gf/cm2
em atm.
– Converter 750 ft.lbf/s em KW.
– Converter 3.000 KVA em CV.
– Converter 90 HP em CV.
– Converter 1.600 HP em KW.
– Converter 500 BTU/min em KJ/s.
– Converter 75 ft.lbf em gcal.
– Converter 3.900 Kcal em BTU.
– Converter 9.500 Kcal em ft.lbf.
– Converter 49.000 gcal em Kcal.
– Converter 267ºC em ºF.
– Converter 38ºF em K.
– Converter 156ºC em R.
02. Um vapor, contendo, em peso, 30% de
propano, 30% de n-butano e 40% de n-pentano,
é a carga de uma torre de produção de propano.
O produto de topo produzido neste processo
apresenta a composição, em peso, de 65% de
propano, 25% de n-butano e 10% de n-pentano.
A recuperação do propano, no produto de
topo, é de 96% em peso. Sabendo-se que a
massa específica do propano é de 0,51 g/cm3
e
ainda que 60%, em peso, da carga sai como
produto de fundo neste processo, calcule a car-
ga desta torre para uma produção de 12 t/d de
propano.
03. As composições molares da carga e do des-
tilado de uma torre de destilação são dados
abaixo:
Componente Carga(%) Destilado(%)
Propano 20 35
Propeno 29 50
Buteno-1 34 10
n-Butano 17 5
Sabendo-se que a produção molar de des-
tilado corresponde a 40% da carga, qual a com-
posição ponderal do produto de fundo desta
torre.
Massas molares:
propano = 44; propeno = 42;
buteno-1 = 56; n-butano = 58
04. Em um processo de obtenção de álcool
etílico, uma certa coluna opera com uma car-
ga contendo 3,5% de etanol e 96,5% de água.
A produção de destilado contém 70% de etanol
e o resíduo contém 0,001%. Os percentuais
estão representados em mol.
Suspeita-se que haja um vazamento de água
no condensador de topo desta coluna. Através
de um balanço material, estimar o vazamento
de água pelo condensador, caso este esteja
ocorrendo.
05. Um determinado sólido, contendo 20% em
massa de água, necessita ser secado para pro-
duzir um sólido que contenha no máximo 4%
de água. Calcule o percentual de remoção de
água do sólido original.
06. Deseja-se separar através do processo de
destilação uma mistura F, cuja composição em
massa, xF, é:
a = 50% ; b = 30% e c = 20%
40
Operações Unitárias
O destilado ou produto de topo deve ter
uma razão em relação à carga igual a 60% e
sua composição em massa, xD, é:
a = 80% ; b = 18% e c = 2%
Baseado nos pontos expostos, calcular:
a) A razão do resíduo em relação à carga;
b) Acomposição,emmassa,doresíduo(xW);
c) O percentual de recuperação do com-
ponente a no destilado;
d) O percentual de recuperação do com-
ponente c no resíduo.
07. Uma corrente de 20.000 SCFH de um gás,
com composição molar de 10% de SO2, 5%
de O2 e 85% de N2, deverá ser tratada em uma
torre de absorção com 1.000 lb/h de água, para
a remoção de todo o SO2. Calcular as vazões
de gás, em SCFH, e da água rica em SO2, em
lb/h, que saem da torre de absorção.
Dados:
SCFH = standard cubic feet per hour (ft3
/h nas
seguintes condições: t = 60ºF e P = 14,7 psi)
Constante universal dos gases =
(R) = 0,73 atm . ft3
/ lbmol . ºR
Peso molecular:
S = 32; O = 16; N = 14
08. Em uma caldeira, são produzidos 50 t/h
devaporsuperaquecidoa397ºC.Paraisto,ames-
marecebeáguadesmineralizada,que,apósatro-
ca de calor em um certo permutador de calor,
entra na caldeira a 62 ºC. Sabendo-se que o Cp
da água é 1 cal/g. ºC, que a entalpia do vapor
superaquecido na temperatura em questão é
762 Kcal/kg, que o poder calorífico do gás com-
bustível é 10.400 Kcal/kg e do óleo combustível
de refinaria é de 9.400 Kcal/kg, pergunta-se:
a) Qualaquantidadedecalorenvolvidanes-
teprocessoparaarealizaçãodestatarefa?
b) Qual a quantidade de combustível a ser
queimado na caldeira para a realização
desta tarefa no caso de ser utilizado so-
mente óleo combustível;
c) Qual a quantidade de combustível a ser
queimado na caldeira para a realização
desta tarefa no caso de ser utilizado so-
mente gás combustível;
d) Qual seriam as quantidades de óleo e
de gás combustível no caso de uma
queima mista na caldeira. Considere a
contribuição da quantidade de calor en-
volvida no processo correspondente a
35% com relação ao gás e o restante
relativo ao óleo?
09. A carga de uma coluna de destilação, que
opera com pressão atmosférica, é de 10 t/h de
uma mistura líquida, cuja composição molar
é 60% de benzeno e 40% de tolueno. A carga,
antes de entrar na torre, está a 35ºC e é pré-
aquecida pelo produto de fundo desta coluna.
O destilado contém 98,2% de benzeno e está
saturado na temperatura de 81ºC. A razão de
refluxo externo de topo na coluna é de 3:1. O
produto de fundo da coluna (resíduo) contém
3,2% em mol de benzeno, sai da torre na tem-
peratura de 109ºC, e é enviado para ser arma-
zenado na temperatura de 50ºC, após trocar
calor, em um permutador que pré-aquece a car-
ga. O condensador de topo utiliza água de res-
friamento para a condensação do produto de
topo da coluna, que entra na temperatura de
30ºC e sai na temperatura de 50ºC. O referve-
dor de fundo da coluna utiliza vapor de água
disponível à pressão absoluta de 4,5 kgf/cm2
,
que entra a 200ºC e sai na temperatura de sa-
turação. Calcular:
a) Vazão mássica do vapor de topo, do
destilado e do produto de fundo;
b) Carga térmica do condensador de topo
em Kcal;
c) Carga térmica do refervedor em Kcal;
d) Carga térmica do pré-aquecedor em
Kcal;
e) A vazão mássica de vapor no refervedor
e a vazão mássica de água de resfria-
mento no condensador em t/h.
Dados:
Massa molar:
Benzeno = 78, Tolueno = 92
Entalpias:
1 Kcal = 4,1868 KJ
Entalpia do vapor de água a 4,5 kgf/cm2
e
200ºC = 682,4 Kcal/kg
Entalpiadovapordeáguasaturado=655,2Kcal/Kg
(Cp)A.R. = 1,0 cal/g .ºC
10. Dada a curva de potência em função da
vazão de uma bomba, representada no anexo
III, e sabendo-se, ainda, que o fluido tem mas-
sa específica de 0,84 g/cm3
, calcular:
Tempo
o
C
Benzeno (KJ/kg)
35
50
81
109
–229,7
–203,5
–148,1
–92,3
Tolueno(KJ/kg)
Líquido Vapor Líquido Vapor
192,6
208,6
244,5
277,7
–199,9
–173,2
–116,3
–58,7
209,0
227,2
267,8
307,5
Operações Unitárias
41
a) Associação da bomba A em série com
a bomba C;
b) Associação da bomba B em série com
a bomba D;
14. No anexo V, são apresentadas as curvas
características de duas bombas, A e B. Basea-
do nestas curvas, pede-se para plotar a curva
característica da associação, em paralelo, des-
tas bombas.
a) O rendimento da mesma, quando
operando com vazões de 30, 35 e
40 m3
/h, que correspondem a alturas
manométricas respectivas de 212, 208
e 204 m, considerando impelidor de di-
âmetro 12 ½”;
b) O rendimento da mesma, quando ope-
rando com vazões de 30, 35 e 40 m3
/h,
que correspondem a alturas manomé-
tricas respectivas de 98, 92 e 82 m, con-
siderando impelidor de diâmetro 9 ½”.
c) A potência útil cedida ao fluido, em
cada caso dos itens acima.
Dados adicionais:
1 kg = 2,2 lb; 1 m3
= 35,31 ft3
; 1 m = 3,28 ft
11. Em um processo em que existe a necessi-
dade de transferência de um produto de um
vaso na unidade até um reservatório, preten-
de-se utilizar uma bomba, cuja curva está re-
presentada nos anexos I e II. Sabendo-se que,
a curva do sistema é representada pela equa-
ção H = 2,5 + 0,5 . Q e que a altura manomé-
trica necessária para a realização desta opera-
ção é de no mínimo 9 m, verificar a possibili-
dade da realização desta tarefa utilizando o
equipamento em questão. Em caso positivo,
pede-se a vazão de operação para este proces-
so, assim como o NPSH requerido desta bom-
ba para esta vazão.
12. Um derivado de petróleo deverá ser trans-
ferido de um vaso no processo, cuja pressão
manométrica é de 0,30 Kgf/cm2
e cuja cota da
sucção da bomba é de 1.367 mm, até um re-
servatório onde a pressão é atmosférica e cuja
cota é de 6.008 mm. A vazão de operação ne-
cessária, para que o processo seja contínuo, é
de 19 m3
/h. O produto a ser bombeado tem
peso específico de 0,75 gf/cm3
e pressão de
vapor de 0,50 Kgf/cm2
, na temperatura de es-
coamento. A perda de carga no trecho entre a
entrada do olho do impelidor e a entrada do
reservatório é de 4,5 m. Caso seja utilizada uma
bomba, cuja curva de NPSH requerido está
representada no anexo II, pesquisar se este
equipamento poderá fazer esta operação sem
a ocorrência do fenômeno da cavitação?
Dado: pressão atmosférica local 0,97 atm.
13. No anexo IV, estão representadas as cur-
vas características de quatro bombas, A, B, C
e D. Baseado nestas curvas, plotar a curva ca-
racterística das seguintes associações:
Anotações
42
Operações Unitárias
Operações Unitárias
43
44
Operações Unitárias
ANEXOS
1. Diâmetro do impelidor = 1
85 ''
2. Diâmetro do impelidor = 3
45 ''
3. Diâmetro do impelidor = 1
25 ''
ANEXO I
CURVAS CARACTERÍSTICAS DA BOMBA
Operações Unitárias
45
ANEXO II
CURVA DO NPSH REQUERIDO DA BOMBA
46
Operações Unitárias
1. Diâmetro do impelidor = 1
212 ''
2. Diâmetro do impelidor = 1
29 ''
ANEXO III
CURVA DE POTÊNCIA ABSORVIDA BHP
Operações Unitárias
47
ANEXO IV
BOMBA A = CURVA 1 BOMBA C = CURVA 3
BOMBA B = CURVA 2 BOMBA D = CURVA 4
48
Operações Unitárias
ANEXO V
BOMBA A = CURVA 1 BOMBA B = CURVA 2
Operações Unitárias
49
Operacoes unitarias

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Operacoes unitarias

  • 1. Operações Unitárias 1 CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA OPERAÇÕES UNITÁRIAS
  • 3. Operações Unitárias 3 CURITIBA 2002 OPERAÇÕES UNITÁRIAS VALTER ROITMAN Equipe Petrobras Petrobras / Abastecimento UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
  • 4. 4 Operações Unitárias 665.53 Roitman, Valter. R741 Curso de formação de operadores de refinaria: operações unitárias / Valter Roitman. – Curitiba : PETROBRAS : UnicenP, 2002. 50 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm. Financiado pelas UN: REPAR, REGAP, REPLAN, REFAP, RPBC, RECAP, SIX, REVAP. 1. Operação unitária. 2. Química. 3. Balanço. I. Título.
  • 5. Operações Unitárias 5 Apresentação É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você. Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife- renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de você e de seu perfil empreendedor. Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria. Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc- nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po- dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da Petrobras. Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na Petrobras. Nome: Cidade: Estado: Unidade: Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo.
  • 6. 6 Operações Unitárias Sumário 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE OPERAÇÕES UNITÁRIAS ...................................................7 1.1 Introdução .......................................................................7 1.2 Conceitos Fundamentais .................................................7 1.2.1 Conversão de unidades ........................................7 1.3 Balanço Material.............................................................8 1.4 Balanço Energético .........................................................8 1.5 Sugestão para aplicação nos cálculos de Balanços Mássicos e Energéticos ..............................8 2 PROCESSO DE DESTILAÇÃO.............................................9 2.1 Introdução .......................................................................9 2.2 Conceitos Fundamentais .................................................9 2.2.1 Volatilidade ..........................................................9 2.2.2 Equilíbrio Líquido – Vapor ..................................9 2.3 Destilação Descontínua ou Destilação Simples .............9 2.3.1 Balanço Material e Térmico .............................. 10 2.4 Destilação por Expansão Brusca ou Destilação em um único Estágio ................................................... 10 2.4.1 Balanço Material ............................................... 10 2.4.2 Balanço Térmico ............................................... 10 2.5 Destilação Fracionada.................................................. 10 2.5.1 Colunas de destilação ou de retificação .............11 2.5.2 Seções de uma Coluna de destilação ................ 13 2.5.3 Balanço Material ............................................... 14 2.5.4 Balanço Térmico ............................................... 15 2.5.5 Influência das principais variáveis na destilação fracionada .................................... 15 2.6 Fatores que influenciam as principais variáveis na destilação fracionada .............................................. 16 2.6.1 Propriedades da carga ....................................... 16 2.6.2 Eficiência dos dispositivos de separação das torres (Pratos).............................................. 17 2.7 Problemas que podem ocorrer em bandejas de colunas de destilação .............................................. 17 2.7.1 Problema de arraste ........................................... 17 2.7.2 Problema de Pulsação ....................................... 17 2.7.3 Problema de vazamento de líquido ................... 17 2.7.4 Problema de inundação ..................................... 18 3 PROCESSOS DE ABSORÇÃO E ESGOTAMENTO ........ 19 3.1 Introdução .................................................................... 19 3.2 Conceitos ..................................................................... 19 3.2.1 Absorção ........................................................... 19 3.2.2 Esgotamento ...................................................... 19 3.3 Solubridade de Gases em Líquidos ............................. 19 3.4 Potencial que promove a absorção .............................. 21 3.5 Refluxo Interno Mínimo .............................................. 21 3.5.1 Absorção ........................................................... 21 3.5.2 Esgotamento ...................................................... 21 3.6 Resumo dos Fatores que Influenciam os Processos de Absorção e Esgotamento ........................ 21 3.7 Equipamentos .............................................................. 22 4 PROCESSOS DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO........ 23 4.1 Introdução .................................................................... 23 4.2 Conceito ....................................................................... 23 4.3 Mecanismo da Extração .............................................. 23 4.4 Equipamentos do Processo de Extração ...................... 24 4.4.1 De um único estágio.......................................... 24 4.4.2 De múltiplos estágios ........................................ 24 4.5 Equilíbrio entre as Fases Líquidas............................... 25 4.6 Fatores que influenciam a Extração ............................ 26 4.6.2 Qualidade do solvente ....................................... 26 4.6.3 Influência da temperatura ................................. 26 5 FLUIDIZAÇÃO DE SÓLIDOS E SEPARAÇÃO SÓLIDO 27 5.1 Fluidização de sólidos .................................................... 27 5.1.1 Conceito ............................................................ 27 5.1.2 Objetivo da Fluidização .................................... 27 5.1.3 Tipos de Fluidização ......................................... 27 5.1.4 Dimensões do Leito Fluidizado ........................ 27 5.2 Separação sólido-gás ................................................... 28 5.2.2 Arranjos entre os Ciclones ................................ 28 5.2.1 Fatores que influenciam o funcionamento de um Ciclone ................................................... 28 5.3 Noções básicas do processo de Craqueamento Catalítico ...................................................................... 29 6 BOMBAS ............................................................................. 31 6.1 Curvas características de Bombas Centrífugas ........... 31 6.2 Curva da carga (H) versus vazão volumétrica (Q) ...... 31 6.3 Curva de potência absorvida (PABS.) versus vazão volumétrica (Q) ................................................. 32 6.4 Curva de rendimento (h) versus vazão volumétrica (Q) ............................................................ 33 6.5 Curvas características de Bombas ............................... 33 6.6 Altura Manométrica do Sistema .................................. 33 6.7 Construção gráfica da Curva de um Sistema .............. 34 6.8 Ponto de Trabalho ........................................................ 34 6.8.1 Alteração da Curva (H x Q) do Sistema ........... 35 6.8.2 Fatores que influenciam a Curva (H x Q) da Bomba ............................................. 35 6.9 Fenômeno da Cavitação............................................... 35 6.9.1 Inconvenientes da Cavitação ............................ 35 6.9.2 Principal Região da Cavitação .......................... 35 6.9.3 Causas Secundárias da Cavitação ..................... 36 6.10 NPSH (Net Pressure Suction Head) ............................ 36 6.10.1NPSH disponível ............................................... 37 6.10.2NPSH requerido ................................................ 37 6.10.3NPSH disponível versus NPSH requerido ........ 37 6.11 Associação de Bombas ................................................ 37 6.11.1Associação de Bombas em Série ...................... 37 6.11.2Associação de Bombas em Paralelo.................. 38
  • 7. Operações Unitárias 7 1 Conceitos Fundamentais sobre Operações Unitárias 1.1 Introdução A disciplina denominada Operações Uni- tárias é aquela que classifica e estuda, separa- damente, os principais processos físico-quími- cos utilizados na indústria química. Os pro- cessos mais comuns encontrados nas indústrias químicas são a Destilação Atmosférica e a Vácuo, os processos de Absorção e Adsor- ção, a Extração Líquido-Líquido e Líqui- do-Gás, o processo de Filtração, assim como alguns mais específicos, como por exemplo, o Craqueamento Catalítico, Hidrocraquea- mento, Hidrotratamento de correntes ins- táveis e outros utilizados principalmente na In- dústria Petrolífera. 1.2 Conceitos Fundamentais Alguns conhecimentos são fundamentais para que se possa estudar de forma adequada a disciplina denominada Operações Unitárias, como conhecimentos sobre conversão de uni- dades, unidades que podem ser medidas linea- res, de área, de volume, de massa, de pressão, de temperatura, de energia, de potência. Outro conceito-base para “Operações Unitárias” é o de Balanço, tantoMaterialquantoEnergético. 1.2.1 Conversão de unidades É necessário conhecer as correlações exis- tentes entre medidas muito utilizadas na In- dústria Química, como é o caso das medidas de temperatura, de pressão, de energia, de massa, de área, de volume, de potência e ou- tras que estão sempre sendo correlacionadas. Alguns exemplos de correlações entre medidas li- neares 1 ft =12 in 1 in =2,54 cm 1 m =3,28 ft 1 m =100 cm = 1.000 mm 1 milha =1,61 km 1 milha =5.280 ft 1 km =1.000 m Alguns exemplos de correlações entre áreas 1 ft2 = 144 in2 1 m2 = 10,76 ft2 1 alqueire = 24.200 m2 1 km2 = 106 m2 Alguns exemplos de correlações entre volumes 1 ft3 = 28,32 L 1 ft3 = 7,481 gal 1 gal = 3,785 L 1 bbl = 42 gal 1 m3 = 35,31 ft3 1bbl=0,1591m3 Alguns exemplos de correlações entre massas 1 kg = 2,2 lb 1 lb = 454 g 1 kg = 1.000 g 1 t = 1.000 kg Alguns exemplos de correlações entre pressões 1 atm = 1,033 kgf/cm2 1 atm = 14,7 psi (lbf/in2 ) 1 atm = 30 in Hg 1 atm = 10,3 m H2O 1 atm = 760 mm Hg 1 atm = 34 ft H2O 1 Kpa = 10–2 kgf/cm2 Algumas observações sobre medições de pressão: – Pressão Absoluta = Pressão Relativa + Pressão Atmosférica – Pressão Barométrica = Pressão Atmos- férica – Pressão Manométrica = Pressão Rela- tiva Algunsexemplosdecorrelaçõesentretemperaturas tºC = (5/9)(tºF – 32) tºC = (9/5)(tºC) + 32 tK = tºC + 273 tR = tºF + 460 (temperatures absolutas) Algumas observações sobre medições de temperatura: Zero absoluto = –273ºC ou – 460ºF (DºC/DºF) = 1,8 (DK/DR) = 1,8
  • 8. 8 Operações Unitárias Alguns exemplos de correlações entre potências 1 HP = 1,014 CV 1HP= 42,44BTU/min 1KW = 1,341 HP 1 HP = 550 ft.lbf/s 1KW = 1 KJ/s 1 KWh = 3.600 J 1KW = 1.248 KVA Alguns exemplos de correlações de energia 1 Kcal = 3,97 BTU 1BTU = 252 cal 1BTU = 778 ft.lbf 1Kcal = 3,088 ft.lbf 1Kcal = 4,1868 KJ 1.3 Balanço Material Como se sabe, “na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma”, ou seja, a matéria não é criada e muito menos destruída, e, portanto, num balanço material envolvendo um certo sistema, a massa que neste entra de- verá ser a mesma que dele estará saindo. No processamento uma tonelada, por exemplo, por hora de petróleo em uma refinaria, obtém-se exatamente uma tonelada por hora de produ- tos derivados deste processo, como gás com- bustível, GLP, gasolina, querosene, diesel e óleo combustível. A queima de um combustí- vel em um forno ou em uma caldeira é outro exemplo, porém menos evidente em que ocorre o mesmo balanço de massa: pode-se citar que durante a queima de 1 tonelada de um certo combustível em um forno ou uma caldeira, considerando-se que são necessárias 13 tone- ladas de ar atmosférico, tem-se como resulta- do 14 toneladas de gases de combustão. Em um Balanço Material, não se deve con- fundir massa com volume, pois as massas es- pecíficas dos produtos são diferentes. Assim, um balanço material deverá ser realizado sem- pre em massa, pois a massa de um certo pro- duto que entra em um certo sistema, mesmo que transformada em outros produtos, sempre será a mesma que está saindo deste sistema, enquanto os volumes sofrem variação confor- me a densidade de cada produto. 1.4 Balanço Energético Existemdiversostiposdeenergia,porexem- plo, Calor, Trabalho, Energia de um corpo em movimento, Energia Potencial (um corpo em posição elevada), Energia elétrica e outras. Assim como a matéria, a energia de um sistema não pode ser destruída, somente po- derá ser transformada em outros tipos de ener- gia, como por exemplo, o motor de uma bom- ba que consome energia elétrica e a transfor- ma em energia de movimento do líquido, ca- lor e energia de pressão. A água, no alto de um reservatório, ao movimentar um gerador, transforma sua ener- gia potencial em energia elétrica, calor e ener- gia de movimento (energia cinética). Neste caso, o balanço de energia do sistema poderia ser representado pela seguinte expressão: Energia Potencial da água do reservatório = Energia elétrica fornecida pelo gerador + ca- lor de aquecimento do gerador + Energia de movimento da água após a turbina. No caso de um forno ou uma caldeira que aquece um certo líquido, o balanço de energia observado será: Calorliberadopelaqueimadocombustível= Calor contido nos gases de combustão que saem do forno ou da caldeira + Calor contido nos produtos que deixam o forno ou a caldeira. É importante ressaltar que, muito embora as diversas formas de energia sejam medidas em unidades diferentes, tais como, energia elé- trica em KWh, trabalho em HP . h, calor em caloria, em um balanço energético é necessá- rio que todas as formas de energia envolvidas no balanço estejam expressas na mesma uni- dade de energia. 1.5 Sugestão para aplicação nos cálculos de Balanços Mássicos e Energéticos Como regra geral, antes de iniciar cálcu- los que evolvam balanços mássicos e/ou ba- lanços energéticos, deve-se: a) transformar todas as vazões volumétri- cas em vazões mássicas, pois o balan- ço deve ser realizado sempre em mas- sa, uma vez que a vazão em massa não varia com a temperatura. b) faça um esquema simplificado do pro- cesso em que serão realizados os ba- lanços; c) identifique com símbolos, as vazões e as composições de todas as correntes envolvidas nos processos em que es- tão sendo realizados os balanços; d) anote, no esquema simplificado de pro- cesso, todos os dados de processo dis- poníveis como vazões, composições, temperaturas, pressões, etc; e) verificar que composições são conhe- cidas ou podem ser calculadas; f) verificar quais vazões mássicas são conhecidas ou podem ser calculadas; g) selecionar a base de cálculo conveni- ente a ser adotada para o início da re- solução do problema.
  • 9. Operações Unitárias 9 2Processo de Destilação 2.1 Introdução A destilação é uma operação que permite a separação de misturas de líquidos em seus componentes puros ou próximos da pureza, por meio de evaporação e condensação dos com- ponentes em questão. Na destilação, portanto, pode-se afirmar que o agente de separação é o calor, pois o vapor formado tem composição diferente da mistura original. O processo de destilação é muito utiliza- do em toda a indústria química, como por exemplo, na obtenção de álcool retificado de uma mistura de fermentação, ou ainda, na in- dústria petrolífera para a separação das frações contidas no petróleo bruto, como gás combus- tível, GLP, nafta, querosene, diesel, gasóleo, óleo combustível. É um processo muito utili- zado também na indústria petroquímica, para a separação de frações da nafta petroquímica. 2.2 Conceitos Fundamentais Alguns conceitos são fundamentais para a melhor compreensão do mecanismo de se- paração que ocorre na destilação, são eles a volatilidade e o equilíbrio líquido – vapor. 2.2.1 Volatilidade A separação em uma coluna de destilação acontece devido à volatilidade relativa de um componente com relação ao outro. Geralmen- te, salvo raras exceções, a fração mais volátil em uma mistura é aquela que em estado puro possui maior pressão de vapor, ou seja, tem maior tendência a evaporar. Como exemplo, tem-se que, devido ao critério massa molar, o metano é mais volátil do que o etano, que por sua vez é mais volátil que o propano, que por sua vez é mais volátil que o butano e assim por diante; então a separação destes é possível utilizando-se o agente calor e equipamentos adequados, denominados colunas ou torres de destilação para processos contínuos ou desti- ladores para processos descontínuos ou em bateladas. 2.2.2 Equilíbrio Líquido – Vapor Ao colocar em recipiente sob vácuo, de- terminada quantidade de uma mistura líquida, por exemplo, uma mistura de hidrocarbone- tos, mantendo-se constante a temperatura deste recipiente, o líquido tenderá a vaporizar-se até que alcance a pressão de equilíbrio entre a fase vapor e a fase líquida, isto é, as moléculas da fase líquida passarão para a fase vapor, aumen- tando a pressão do recipiente até que se tenha o equilíbrio entre as fases líquido e vapor. O ponto de equilíbrio é atingido quando o nú- mero de moléculas que abandona o líquido para a fase vapor é exatamente igual ao núme- ro de moléculas que abandona o vapor para a fase líquida. Tem-se, aí, o equilíbrio termodi- nâmico entre as fases líquido – vapor. 2.3DestilaçãoDescontínuaouDestilação Simples Adestilaçãosimplesoudescontínuaéreali- zada em bateladas. Conforme é possível observar na figura acima, a carga de líquido é introduzida em um vaso provido de aquecimento, entrando em ebulição. Os vapores são retirados pelo topo através do condensador, onde são liqüefeitos e coletados em outros recipientes. A primeira porção do destilado será a mais rica em componentes mais voláteis. A medida que prossegue a vaporização, o produto va- porizadotorna-semaisvolátileolíquidoresidual torna-se menos volátil, pois o percentual de
  • 10. 10 Operações Unitárias componentes leves no líquido residual vai sen- do esgotado. O destilado, que é o vapor con- densado, poderá ser coletado em porções se- paradas denominadas de cortes. Estes podem produzir uma série de produtos destilados com vários graus de pureza. Então, considerando-se uma mistura de três substâncias: Substância A – Muito volátil e em pe- quena quantidade, Substância B – Volatilidade média e em grande quantidade, Substância C – Muito pouco volátil e em pequena quantidade. Quando uma destilação em batelada ou destilação simples é efetuada, o primeiro cor- te, pequeno, conteria predominantemente qua- se toda a substância A, o segundo corte, gran- de, conteria quase toda a substância B, porém estaria contaminado com um pouco das subs- tâncias A e C, e o líquido residual seria, prati- camente, a substância C pura. Assim sendo, apesar dos três cortes conterem todas as três substâncias, alguma separação teria ocorrido neste processo de destilação. 2.3.1 Balanço Material e Térmico Neste tipo de processo, é muito difícil efe- tuar um balanço material e térmico de forma instantânea, uma vez que as temperaturas, as- sim como as composições do líquido e do va- por variam continuamente. É evidente, porém, que, ao final desta operação, a soma do resíduo edodestiladodeveserigualàcargainicialdovaso. 2.4 Destilação por Expansão Brusca ou Destilação em um Único Estágio O processo de destilação por expansão brusca é uma operação em um único estágio, no qual uma mistura líquida é parcialmente vaporizada. As fases líquido e vapor resultan- tes deste processo são separadas e removidas da coluna. O vapor será muito mais rico na substância mais volátil do que na carga origi- nal ou no líquido residual. Este tipo de operação é muito utilizado na primeira fase do fracionamento do petróleo em uma refinaria, pois esta torre reduz o tamanho da torre de fracionamento atmosférico. 2.4.1 Balanço Material Segundo o princípio geral da conservação da matéria, o balanço material para este pro- cesso pode ser escrito da seguinte forma: F = D + W Em que: F = vazão mássica de carga D = vazão mássica de vapor W = vazão mássica de líquido 2.4.2 Balanço Térmico De acordo com o princípio da conserva- ção de energia, o balanço energético para este processo pode ser escrito da seguinte forma: Calor que entra no sistema = Calor que sai do sistema QF + QA = QD + QW Em que: QF = conteúdo de calor da carga QA = conteúdo de calor cedido ao siste- ma pelo aquecedor QD = conteúdo de calor da carga QW = conteúdo de calor da carga 2.5 Destilação Fracionada A destilação fracionada é o tipo de desti- lação mais utilizada em indústrias de grande porte. Nos dois tipos de destilação abordados anteriormente, destilação em batelada e por expansão brusca, a separação das diversas substâncias que compõem a mistura é realiza- da de forma imperfeita ou incompleta. Na des- tilação fracionada, é possível a separação em várias frações, em uma mesma coluna, pois pode-se ter temperaturas, vazões e composi- ções constantes em um dado ponto da coluna. A destilação fracionada é uma operação de separação de misturas por intermédio de vaporizações e condensações sucessivas, que, aproveitando as diferentes volatilidades das substâncias, torna possível o enriquecimento da parte vaporizada, com as substâncias mais voláteis. Estas vaporizações e condensações sucessivas são efetuadas em equipamentos específicos, denominados de torres ou colu- nas de destilação. O processo, em linhas gerais, funciona como esquematizado na figura a seguir:
  • 11. Operações Unitárias 11 A mistura a ser destilada é introduzida num ponto médio da coluna, ponto F, denomi- nado ponto de alimentação. No seu interior, a mistura irá descer até atingir a base da coluna onde encontrará aquecimento do refervedor. O refervedor, um trocador de calor aquecido por vapor d'água ou outra fonte térmica qual- quer, aquecerá a mistura até atingir sua tem- peratura de ebulição. Neste ponto, a mistura emitirá vapores que irão circular em sentido ascendente na coluna, em contracorrente com a mistura da alimentação da coluna. Os vapo- res ascendentes atingirão o topo da coluna e irão para um condensador, onde serão liqüe- feitos e deixarão a coluna como produto de destilação, D. Na base da coluna, a mistura, isenta de componentes mais voláteis, deixa o equipamento como produto residual, W. O processo, resume-se, então, em alimen- tar a coluna de destilação com a mistura que se quer separar, F, no ponto médio da coluna; fa- zer a circulação ascendente do vapor em contra- correntecomolíquidodescendentedacoluna,com remoção do destilado, D, no topo da torre e do líquido residual, W, no fundo da coluna. A volatilidade relativa do produto a ser des- tilado permite a separação dos componentes mais voláteis, e o contato íntimo entre as fases líquida e vapor ao longo da coluna promove a perfeita separação dos componentes desejados. Para melhorar a separação das frações de- sejadas, utiliza-se o retorno de parte do desti- lado, D, na forma de refluxo, Lo, que enrique- ce o produto de topo da coluna, D, com pro- dutos mais voláteis, melhorando a pureza do produto destilado, D. Como pode ser observado, neste processo não existem reações químicas, somente troca térmica, devido ao refervedor de fundo e ao condensador de topo, e também troca de mas- sa entre o vapor ascendente e o líquido des- cendente no interior da coluna de destilação. 2.5.1 Colunas de destilação ou de retificação As colunas de destilação são constituídas por três partes essenciais: Refervedor É, geralmente, encontrado na base da co- luna de destilação, conforme pode ser obser- vado na figura a seguir: Sua finalidade é proceder o aquecimento da base e, em conseqüência, promover a eva- poração dos componentes mais voláteis. Po- dem ser construídos com dispositivos de aque- cimento com vapor d'água, por aquecimento com circulação de frações de óleos quentes ou, até mesmo, através de resistências elétricas. Os vapores formados na base da coluna circu- larão de forma ascendente. Parte destes serão condensados ao longo do percurso na torre, retornando na forma líquida, permitindo, des- ta forma, um contato íntimo entre o vapor as- cendente e o líquido descendente ao longo da torre. Dependendo do tipo de interno da colu- na, o contato entre a fase líquida e vapor po- derá atingir níveis que melhorarão as condi- ções da separação desejada. Na coluna de destilação, os componentes mais pesados da mistura condensam e retornam à base da coluna, de onde são retira- dos como líquido residual, W. Os componen- tes mais leves atingem o topo da coluna e são retirados como produto destilado, D, após pas- sarem pelo condensador.
  • 12. 12 Operações Unitárias Condensador Tem como finalidade proceder à conden- sação dos vapores leves que atingem o topo da coluna. Após a condensação, tem-se o pro- duto destilado desejado, D, com a composi- ção especificada. O processo requer, portanto, dois troca- dores de calor, ambos de mudança de fase, refervedor procedendo a vaporização e o condensador efetuando a condensação das frações. Em alguns projetos, o refervedor poderá ser substituído por uma injeção de va- por d'água no fundo da coluna de destilação. Tipos de Torres de Destilação Na coluna, há o contato entre as fases lí- quida e vapor. O problema resume-se em con- tato perfeito entre as fases, e conseqüentemen- te, a altura da torre deve ser adequada ao tipo de separação que se deseja. A cada mistura corresponderá uma altura definida de coluna, que poderá ser perfeitamente calculada para a separação desejada. Existem três tipos conven- cionais de colunas de destilação: colunas com pratos e borbulhadores, colunas com pratos perfurados e colunas com recheios. Todas fun- cionam com o mesmo princípio, ou seja, pro- mover de forma mais perfeita possível o con- tato entre as fases líquido e vapor. Colunas com pratos e borbulhadores São as mais usuais e também podem ser denominadas de “bandejas”. Colunas deste tipo adotam pratos ou bandejas superpostas e que variam em número e detalhes conforme a mistura que se pretende destilar. Os pratos são constituídos por borbulhadores, tubos de as- censão e de retorno, conforme apresentado na figura a seguir. Onde: 1 – Borbulhador 2 – Tubo de ascensão 3 – Tubo de retorno V – Vapor L – Líquido Os borbulhadores são dispositivos com formato cilíndrico, com aparência de um copo dotado de ranhuras laterais até certa altura, conforme figura a seguir. Os borbulhadores são fixados sobre os tubos de ascensão dos vapores e destinados à circulação ascendente do vapor de um prato a outro. Sobre cada tubo de ascensão, encontra- se um borbulhador. O tubo de retorno tem como finalidade fazer o retorno, prato a prato, do excedente da fase líquida condensada so- bre o prato. Assim sendo, existe sobre cada prato ou bandeja, um nível de líquido constante, regulado pela altura do tubo de retorno, e que deve corresponder ao nível do topo dos borbu- lhadores. Os borbulhadores são dispostos de tal forma que fiquem na mesma altura do início do tubo de retorno de líquido, a fim de que se tenha uma ligeira imersão na camada líquida. Os vapores devem circular em contracor- rente com o líquido, ou melhor, de forma as- cendente, passando pelos tubos de ascensão, borbulhando através das ranhuras dos borbu- lhadores e condensando em parte nas bande- jas e parte retornando à bandeja imediatamen- te inferior. Os tubos de retorno funcionam também como selos hidráulicos, impedindo que o va- por circule através deles. A figura a seguir ilustra bem o que foi comentado anteriormente:
  • 13. Operações Unitárias 13 Colunas com pratos perfurados Neste tipo de coluna, os pratos com bor- bulhadores são substituídos por pratos dota- dos de perfurações, cujo diâmetro varia entre 0,8 e 3 mm. O funcionamento é idêntico às colunas que utilizam pratos com borbulhado- res. Geralmente, neste tipo de coluna, não exis- te o tubo de retorno e os pratos ocupam toda a seção da coluna, porém existem projetos em que as colunas com pratos perfurados são do- tadas de tubo de retorno. Colunas com Recheio Neste tipo de coluna, os pratos ou bande- jas são substituídos por corpos sólidos com formatos definidos. Estes corpos, denomina- dos recheios, podem ser anéis do tipo Rachig, Pall, Lessing ou ainda selas do tipo Berl, Intalox e outros. Alguns destes recheios po- dem ser observados na figura seguinte. A finalidade do recheio é provocar o con- tato das fases líquido-vapor. Os corpos do re- cheio devem ser de alta resistência à corrosão, razão pela qual são, geralmente, de cerâmica ou de aço inoxidável. Dependendo da tempe- ratura do processo pode-se utilizar também recheios plásticos de alta resistência. As torres que utilizam recheios são muito competitivas com as torres que contêm pratos com borbulhadores ou pratos perfurados e apre- sentam ainda algumas vantagens, tais como: 1. geralmente são projetos mais econômi- cos, por serem mais simplificados; 2. apresentam pequena perda de carga; 3. não estão sujeitas às formações de es- puma. Os recheios são disponibilizados em se- ções, sobre suportes de sustentação, o que im- pede uma compactação e/ou uma descompac- tação localizada, que formaria caminhos pre- ferenciais ao longo da coluna. O tamanho dos elementos dos recheios, geralmente, variam entre 0,5 e 8 cm. 2.5.2 Seções de uma Coluna de destilação Como visto anteriormente, em uma colu- na de destilação, o vapor da mistura que sai de um prato atravessa o líquido do prato superior, deixando seus componentes menos voláteis. O calor liberado pela condensação destes com- ponentes vaporiza, então, os compostos mais voláteis do líquido contido no prato superior. Existe, portanto, uma troca de calor e massa ao longo das bandejas da torre e nota-se que, à medida que se sobe na coluna, os vapores tor- nam-se mais voláteis (mais leves) e, à medida que se desce na coluna, os líquidos tornam-se menos voláteis (mais pesados). Seção de enriquecimento ou absorção É a parte da coluna compreendida entre o prato de entrada da carga e o topo da coluna. Nesta seção, são concentradas as frações ou substâncias mais leves (mais voláteis), ou seja, em todos os pratos acima do prato de alimen- tação, a percentagem de compostos mais le- ves é maior do que na carga. As substâncias mais pesadas são removidas dos vapores que ascendem, pelo refluxo interno de líquido que desce pelo interior da torre, líquido que tam- bém é denominado como refluxo interno. Seção de esgotamento É a parte da coluna compreendida entre o prato de entrada da carga e o fundo da coluna. Nesta seção são concentradas as frações ou substâncias mais pesadas (menos voláteis), ou seja, em todos os pratos abaixo do prato de alimentação, a percentagem de compostos mais pesados é maior do que na carga. Os com- ponentes ou substâncias mais pesadas, são re- movidos dos vapores que ascendem, pelo re- fluxo de líquido que desce pelo interior da tor- re, também denominado de refluxo interno.
  • 14. 14 Operações Unitárias 2.5.3 Balanço Material Neste processo, o balanço material deve- rá ser realizado nas várias seções da coluna, conforme figura a seguir: Em que: V = vazão mássica do vapor de topo D = vazão mássica do produto de topo L = vazão mássica do refluxo externo F = vazão mássica da carga W = vazão mássica do produto de fundo Vm = vazão mássica de vapor na seção de absorção Vn = vazão mássica de vapor na seção de esgotamento Lm = vazão mássica de líquido na seção de absorção (refluxo interno) Ln = vazão mássica de líquido na seção de esgotamento (refluxo interno) QC = calor retirado pelo condensador QR = calor introduzido pelo refervedor qF = calor contido na carga qD = calor contido no produto de topo qW = calor contido no produto de fundo
  • 15. Operações Unitárias 15 Os principais balanços materiais para este processo são: Na envoltória I: F = D + W Na envoltória II: Vm = Lm + D Na envoltória III: Ln = Vn + W No condensador: V = L + D 2.5.4 Balanço Térmico Os principais balanços materiais para este processo são: Balanço Térmico Global F . qF + Qr = D . qD + W . qW + QC (1) Como é possível observar na expressão (1), o calor retirado do condensador, QC, de- pende do calor introduzido no sistema pelo refervedor, Qr, uma vez que os demais termos da expressão são fixados por projeto. Balanço térmico no condensador V . qV = L . qL + D . qD + QC (2) Sabe-se que, qL = qD e V = L + D, por- tanto a equação (2) pode ser reescrita como uma nova expressão: (L + D) . qV = L . qL + D . qL + QC ® (L + D) . qV = (L + D) . qL + QC (L + D) . qV – (L + D) . qL = QC ® (L + D) . (qV – qL) = QC (L + D) = QC / (qV – qL) (qV – qL) = Calor de condensação do vapor de topo da coluna de destilação. 2.5.5 Influência das principais variáveis na destilação fracionada A figura a seguir será utilizada para que possam ser feitas as observações necessárias sobre a influência das principais variáveis que ocorrem neste tipo de processo. Razão de Refluxo Nas torres de destilação fracionada existem dois tipos de refluxo, externo e o interno, que geram, desta forma, as razões de refluxo exter- na e interna. A razão de refluxo interna aconte- ce tanto na região de absorção, quanto na re- gião de esgotamento. As seguintes expressões podem ser escritas para as razões de refluxo: Razão de refluxo externo: Re = ( L/D) Razão de refluxo interna: Na seção de absorção: (Ri)abs = ( Lm / Vm ) Na seção de esgotamento: (Ri)esg = ( Vn / Ln ) O grau de fracionamento que acontece em uma coluna de destilação é determinado pelas razões de refluxo interna na torre, que por sua vez são geradas a partir da carga e do refluxo externo à torre de destilação, ou seja, o reflu- xo interno na seção de absorção, Lm, é gerado pelo refluxo externo, L, enquanto que na se- ção de esgotamento, Ln, é gerado pelo refluxo interno Lm mais a carga F. Na seção de enriquecimento ou absorção, quanto mais líquido Lm descer na torre por unidade de massa de vapor que sobe, tanto melhor será a separação, pois, nesta seção, a finalidade é reter os compostos pesados (me- nos voláteis) contidos nos vapores. Quanto maior a razão (Lm/Vm), tanto melhor será, en- tão, o fracionamento nesta região da torre de destilação.
  • 16. 16 Operações Unitárias Na seção de esgotamento, tem-se o con- trário da seção de absorção, quanto mais va- por subir na torre por unidade de massa de líquido que desce, melhor será a separação nesta seção da torre, já que a finalidade, nes- ta região, é a remoção dos compostos leves (mais voláteis) do líquido que desce pela torre. Portanto, na seção de esgotamento, também denominada de stripping, quanto maior a razão (Vn / Ln), melhor será o fracio- namento. Resumindo, pode-se afirmar que, para uma determinada coluna, o grau de fracionamento é tanto maior quanto maior for a razão de re- fluxo interna. Razão de Refluxo Versus número de pratos da Coluna Existe uma relação entre o número de pra- tos ou bandejas de uma coluna de destilação e a razão de refluxo interna ou externa deste equipamento. Quanto menor for o número de pratos ou bandejas de uma coluna, pior será seu fracio- namento. Podem ser construídas torres com grande número de pratos para operarem com pequena razão de refluxo interna, assim como torres com pequeno número de pratos e razões de refluxo interno elevadas, para uma carga com as mesmas características. Tendo em vista a relação anteriormente descrita, a condição de refluxo ou razão de refluxo mínimo corresponderá a uma coluna com um número infinito de pratos para que seja atingido o fracionamento desejado, assim como a condição de refluxo ou razão de reflu- xo total corresponderá a uma coluna com um número mínimo de pratos para que o fracio- namento desejado seja atingido. Nenhuma destas condições é satisfatória, uma vez que uma torre com número de pratos infinito é um projeto totalmente inviável economicamente, bem como a construção de uma coluna que não produza, pois para o refluxo total não se tem retirada de produtos, como pode ser veri- ficado pelo cálculo abaixo: Na seção de absorção, o seguinte balanço material é observado: Vm = Lm + D Lm = Vm – D Dividindo-se os dois termos da equação por Vm, tem-se que: (Lm / Vm) = 1 – (D/Vm) Quando ocorrer refluxo total, então D = 0, logo: (Lm / Vm) = 1 ® Lm = Vm, ou seja, a quan- tidade de líquido que desce na seção de absor- ção é igual à quantidade de vapor que sobe nesta seção, não havendo, portanto, produção. Na seção de esgotamento, observa-se o seguinte balanço material: Ln = Vn + W Vn = Ln – W Dividindo-se os dois termos da equação por Ln, obtém-se que: (Vn / Ln) = 1 – (W/ Ln) No caso da seção de esgotamento, todo o líquido residual será vaporizado no refervedor, então W = 0, então: (Vn / Ln) = 1 ® Vn = Ln, isto é, a quantida- de de vapor que sobe na seção de esgotamen- to é igual à quantidade de líquido que por ela desce e não há produção. Quando a coluna é operada, portanto, em refluxo total, o fracionamento é praticamente perfeito, porém o gasto com energia é muito elevado e não há produção na coluna, o que torna o processo economicamente inviável. A relação entre o número de pratos ou es- tágios e a razão de refluxo pode ser observada no gráfico a seguir: A razão de refluxo interna mínima é aquela que corresponde a um refluxo externo, L, mí- nimo, por conseqüente, os projetos de colunas de destilação são concebidos prevendo-se, geralmente, um refluxo externo com valores que variam entre 1,5 a 2 vezes o valor da ra- zão de refluxo mínima. Este valor é denomi- nado razão de refluxo operacional, RR oper, como pode ser observado no gráfico anterior. 2.6Fatoresqueinfluenciamasprincipais variáveis na destilação fracionada 2.6.1 Propriedades da carga Como cada carga a ser processada pode exibir uma característica, pois as proporções
  • 17. Operações Unitárias 17 entre os componentes a serem separados po- dem ser diferentes, haverá, então, uma razão de refluxo para cada carga a ser processada. A diferença de volatilidade entre os componen- tes da carga, de uma torre de destilação fracio- nada, exerce grande influência sobre as variá- veis citadas. Como exemplo, pode-se citar a comparação entre a separação de uma mistura contendo 50% de etano e 50% de eteno de outra contendo 50% de hexano e 50% de eteno. No primeiro caso, a separação entre o etano e o eteno requer tanto uma quantidade de reflu- xo, bem como uma quantidade de estágios (pratos) na coluna muito maiores do que na da separação da mistura entre o hexano e o eteno, pois estes dois últimos compostos possuem grande diferença de volatilidade. 2.6.2 Eficiência dos dispositivos de separação das torres (Pratos) Como mencionado, o componente ou substância que vaporiza a partir do líquido de um determinado prato da coluna é mais volá- til que os componentes contidos no líquido deste prato, e ainda que este vapor esteja em equilíbrio com o líquido do prato, o número de moléculas que abandona a fase líquida para a fase vapor é igual ao número de moléculas que voltam da fase vapor para a fase líquida – princípio do equilíbrio. Para que o equilíbrio, seja atingido é necessário um certo tempo de contato entre as fases. No caso do prato ou bandeja de uma torre de destilação, este tem- po depende dos detalhes construtivos desta bandeja: quanto mais alto o líquido contido neste prato ou bandeja, maior será o tempo de contato entre as fases, pois o líquido perma- necerá mais tempo no prato, e, em consequên- cia o vapor gastará mais tempo para atravessá- lo. O prato que conserva um maior nível de líquido é aquele que mais se aproxima do equi- líbrio entre as fases líquido-vapor e, por isso, é denominado de “prato ideal”. O prato ideal é o dispositivo que permite o maior enriqueci- mento em componentes mais voláteis do va- por que penetra no líquido deste prato. A eficiência de um prato de uma coluna de destilação fracionada poderá ser quantifi- cada pelo enriquecimento de componentes mais voláteis no líquido deste prato, que no caso do prato ideal é de 100%. O valor per- centual da eficiência de um prato real, em uma coluna de destilação fracionada, está entre 50 e 80%, é tanto maior, quanto melhor for o pro- jeto da torre, para as condições de operação especificadas. Se, por exemplo, uma torre, pro- jetada para uma determinada condição e espe- cificação de carga, mudanças em suas carac- terísticas especificadas, a mesma não corres- ponderá satisfatoriamente às condições inicial- mente previstas, diminuindo desta forma, sua eficiência e, conseqüentemente, podendo com- prometer os resultados inicialmente previstos para aquele projeto. Portanto, o fracionamen- to em uma coluna de destilação depende da eficiência dos seus pratos. 2.7 Problemas que podem ocorrer em bandejas de colunas de destilação 2.7.1 Problema de arraste O arraste é o transporte, efetuado pelo va- por, de gotículas de líquido do prato inferior para os pratos superiores. A quantidade de lí- quido arrastado depende da velocidade do va- por ao longo da torre. No arraste, o líquido do prato inferior contamina o líquido do prato superior com compostos pesados (menos vo- láteis), piorando o fracionamento ao longo da coluna. O arraste pode ser provocado pelo au- mento da vazão volumétrica do vapor, que, por sua vez, pode ser decorrente da redução da pressão em alguma região da coluna. As torres de destilação a vácuo são cons- truídas com um diâmetro muito maior do que as torres de destilação atmosféricas, pois como suas pressões são muito baixas, provocam va- zões volumétricas muito elevadas. 2.7.2 Problema de Pulsação Este fenômeno ocorre quando a vazão de vapor, que ascende de um prato inferior para um superior da coluna, não tem pressão sufi- ciente para vencer continuamente a perda de carga apresentada pela bandeja em questão. O vapor, então, cessa temporariamente sua pas- sagem por esta bandeja e, quando sua pressão volta a ser restabelecida, vence a perda de car- ga no prato de forma brusca. Assim diminui a pressão do vapor quase que instantaneamente e cessa a passagem do vapor pelo prato até que seja novamente restabelecida sua pressão. Esta situação permanece até que seja norma- lizadaacondiçãodepressãoaolongodacoluna. 2.7.3 Problema de vazamento de líquido É o fenômeno da passagem de líquido da bandeja superior para a bandeja inferior, atra- vés dos orifícios dos dispositivos existentes nos pratos e que são destinados à passagem
  • 18. 18 Operações Unitárias do vapor. Este fenômeno ocorre, quando a va- zão de vapor é baixa e a vazão de líquido é excessivamente alta. 2.7.4 Problema de inundação A inundação, em uma torre de destilação, ocorre quando o nível de líquido do tubo de retorno de um prato atinge o prato superior. Poderá acontecer em regiões localizadas na torre ou, caso o problema não seja soluciona- do a tempo, em uma das seções e até mesmo, na torre como um todo. Anotações
  • 19. Operações Unitárias 19 3Processos de Absorção e Esgotamento 3.1 Introdução Como observado no capítulo sobre o pro- cesso de destilação, nas colunas de destilação fracionada, a seção acima do ponto de alimen- tação da carga da torre é denominada de seção de absorção e a seção abaixo do ponto de ali- mentação da carga da torre é denominada de seção de esgotamento. No entanto, existem processos que utilizam somente absorção ou esgotamento, e, de acordo com a necessidade do processo, são projetadas torres que operam somente com processos de absorção ou, en- tão, apenas com processos de esgotamento. As colunas de absorção e de esgotamen- to, geralmente, não possuem estágios de troca de calor, isto é, não apresentam nem refervedor, nem condensador. 3.2 Conceitos 3.2.1 Absorção É uma operação em que uma mistura ga- sosa, V1, é colocada em contato com um líqui- do, L1, para nele serem dissolvidos um ou mais compostos que se quer remover da mistura gasosa. Geralmente, existe uma diferença de volatilidade muito grande entre os componen- tes da fase gasosa e os da fase líquida. Propor- ciona-se, com isso, somente a absorção dos componentes mais pesados da mistura gaso- sa, sem a perda de componentes da mistura líquida por evaporação. 3.2.2 Esgotamento É a operação inversa à da absorção, ou seja, tem como finalidade remover compostos de um líquido, L1, utilizando-se uma corrente de gás ou de vapor, V1, Neste caso, são utili- zados gases ou vapores totalmente insolúveis no líquido ou então gases ou vapores com volatilidade muito mais alta do que o líquido em questão. Na realidade, tanto no processo de absor- ção, quanto no processo de esgotamento, existe o mecanismo de transferência de massa de uma fase para outra. No caso da absorção, há trans- ferência de compostos da fase gasosa para a fase líquida e, no caso do processo de esgota- mento, há transferência de compostos da lí- quida para a fase gasosa. 3.3 Solubridade de Gases em Líquidos Quando se coloca um gás em contato com um líquido, num recipiente fechado numa certa condição de temperatura e pressão, parte das moléculas da fase gasosa passa, inicialmente, para a fase líquida, até que se atinja o ponto de equilíbrio para estas condições de temperatu- ra e pressão. Neste ponto, a concentração do gás no líquido é denominada de “solubilidade de equilíbrio do gás neste líquido”, nas condi- ções de temperatura e pressão em questão. % do gás = solubilidade de equilíbrio. No exemplo acima, a fase gasosa é cons- tituída somente por um tipo determinado de gás. No caso de haver uma mistura de duas ou mais substâncias gasosas, em que somen- te uma delas é solúvel no líquido, a “solubi- lidade de equilíbrio” dependerá da pressão parcial deste gás, na mistura gasosa. O valor da pressão parcial de uma sustância é o percentual
  • 20. 20 Operações Unitárias molecular desta substância em relação à pres- são total da mistura, ou seja: (PParcial)A = (%molecularA / 100) x PTotal Por exemplo, numa mistura gasosa em que a pressão total do sistema é de 20 kgf/cm2 , tem-se 30% de moléculas de propano; assim a pressão parcial do propano na mistura deste sistema será: (30/100) x 20 = 6 kgf/cm2 . É possível relacionar a pressão parcial de um determinado gás com a sua solubilidade de equilíbrio num determinado líquido, e com isto, gerar gráficos com curvas de solubilidade de equilíbrio em função da pressão parcial de equilíbrio, como pode ser observado a seguir. A solubilidade de equilíbrio de um de- terminado gás, a uma certa temperatura, em um determinado líquido, aumenta, com o au- mento da pressão parcial do gás, ou ainda, com o aumento da concentração do gás no referido líquido, desde que a temperatura se mantenha constante (vide figura a seguir). Concentração ou solubilidade de equilíbrio.
  • 21. Operações Unitárias 21 Como pode ser observado no gráfico, com o aumento da temperatura, a solubilidade do gás diminui. Na temperatura de 10ºC e com uma pressão parcial de equilíbrio de 50 mm Hg, a concentração ou solubilidade de equilíbrio da amônia em água será de 11%. Com a mes- ma pressão parcial de 50 mm Hg, na tempera- tura de 30ºC, a concentração ou solubilidade de equilíbrio da amônia na água será de 5%. 3.4 Potencial que promove a absorção Conforme abordado anteriormente, quan- do um líquido e um gás estão em equilíbrio (o número de moléculas da fase gasosa que pas- sa para a fase líquida é igual ao número de moléculas que passam da fase líquida para a fase gasosa), nas condições de temperatura e pressão estabelecidas não haverá mais altera- ção da concentração do gás absorvido no lí- quido. Porém, caso haja alteração, por exem- plo, da pressão parcial do gás a ser absorvido pelo líquido, sem a alteração da variável tem- peratura, então ocorrerá a passagem de molé- culas da fase gasosa para a fase líquida até a nova situação de equilíbrio. Baseado nestes conceitos, o potencial, que promove a absorção de um gás A em um certo líquido, poderá ser equacionado da se- guinte forma: (Potencial de absorção)A = (Pressão Parcial)A – (Pressão Parcial de Equilíbrio)A Para ilustrar o assunto, pode-se tomar, como exemplo, o gráfico anterior, que repre- senta amônia sendo absorvida em água. 1º Exemplo: Qual será o potencial de absorção da amô- nia em água, à temperatura de 30ºC, conside- rando-se que na água existe uma concentra- ção de amônia de 5%, com pressão parcial de 50 mm Hg? Resposta: Como observado no gráfico em questão, para o valor de concentração ou so- lubilidade de equilíbrio igual a 0,05 e t = 30ºC, o resultado da pressão parcial de equilíbrio corresponde a 50 mm Hg. A força motriz ou potencial de absorção para este caso será: (Força Motriz) = 50 – 50 = 0, ou seja, nes- ta condição, o gás já está em equilíbrio com o líquido e não há, portanto, mais absorção. 2º Exemplo: Haveria absorção da amônia na água no exemplo 1, caso dobrasse a pressão parcial da amônia, mantendo-se a temperatura em 30ºC? Em caso positivo, qual seria a concentração ou solubilidade de equilíbrio para esta nova condição? Resposta: Nova pressão parcial = 2 x 50 = 100 mm Hg (Força Motriz) = 100 – 50 = 50 mm Hg, portanto como o potencial é > 0, haverá ab- sorção. De acordo com o gráfico, para a nova con- dição de equilíbrio, em que a pressão parcial é de 100 mm de Hg, na temperatura de 30ºC, a nova condição de concentração de amônia corresponderia a 8%. Nota: A pressão parcial de equilíbrio é sempre obtida graficamente, através das curvas de solubilidade. 3.5 Refluxo Interno Mínimo No caso dos processos de absorção e esgo- tamento, existe uma razão de refluxo mínimo, para que a operação desejada seja efetuada. 3.5.1 Absorção Para o processo de absorção, existe uma relação L/V mínima, a fim de que a operação de absorção desejada possa ser efetuada. Quan- to maior a relação L/V, melhor será a absor- ção, pois o líquido, L, ficará menos concen- trado no composto a ser absorvido. Com o aumento da relação L/V, tem-se, assim, um aumento no potencial de absorção. 3.5.2 Esgotamento No caso do processo de esgotamento, exis- te uma relação V/L mínima, para que a opera- ção de esgotamento desejada possa ser efetua- da. Quanto maior a relação V/L, melhor será o esgotamento, pois o vapor, V, ficará menos concentrado no composto a ser esgotado. Com o aumento da relação V/L, haverá, então, um aumento no potencial de esgotamento. 3.6ResumodosFatoresqueInfluenciam os Processos de Absorção e Esgotamento Favorece a absorção Favorece o esgotamento Aumento da pressão do gás (aumento da pressão parcial do composto a ser absorvido) Redução da temperatura Baixa concentração do com- postoaserabsorvidonolíqui- do utilizado para a absorção Alta relação L/V Redução da pressão do gás (reduçãodapressãoparcialdo composto a ser esgotado) Aumento da temperatura Baixa concentração do com- posto a ser esgotado no vapor utilizado para o esgotamento Alta relação V/L
  • 22. 22 Operações Unitárias 3.7 Equipamentos Para a operação de absorção e esgotamen- to, são utilizados os mesmos equipamentos que para a operação de destilação, principalmente torres com recheios, embora torres com pra- tos com borbulhadores ou com pratos valvu- lados também sejam empregadas. As torres com recheios são mais utiliza- das em processos de absorção, pois nesta ope- ração as vazões de líquido e vapor, geralmen- te, não sofrem muita alteração ao longo do processo. Na operação correta, a torre está cheia de gás e o líquido desce através da coluna. O recheio, desta forma, está sempre coberto por uma camada de líquido permanentemente em contato com o gás. A vazão de líquido não pode ser muito pequena, caso contrário o recheio não ficaria molhado de maneira uniforme. A vazão de vapor não pode ser excessivamente alta, pois dificultaria a descida do líquido na torre. A transferência de massa entre as fases é promovida pelo recheio no interior da coluna. Este mantém o contato íntimo e contínuo en- tre as fases em toda a extensão de cada leito recheado. Anotações
  • 23. Operações Unitárias 23 4Processos de Extração Líquido-Líquido 4.1 Introdução A operação denominada Extração Líqui- do-Líquido é empregada nos processos de se- paração de um ou mais compostos de uma mistura líquida, quando estes não podem ser separados por destilação de forma economi- camente viável. Geralmente, tais separações ocorrem nos seguintes casos: a) os componentes a serem separados são pouco voláteis – seria necessário, en- tão, utilizar processos com temperatu- ras muito altas, combinadas com pres- sões muito baixas, com a finalidade de conseguir a separação desejada; b) os componentes a serem separados têm aproximadamente as mesmas volatili- dades – neste caso, seria necessária a utilização de colunas de destilação com um número muito grande de estágios de separação (pratos), conseqüente- mente torres muito elevadas, a fim de conseguir a separação desejada; c) os componentes são susceptíveis à de- composição – os compostos ou com- ponentes a serem separados sofrem de- composição quando atingem a tempe- ratura necessária para a separação; d) o componente menos volátil que se quer separar está presente em quantidade muito pequena – não seria economi- camente viável, em tal situação, vapo- rizar toda a mistura líquida para ob- ter o produto desejado. 4.2 Conceito O processo de Extração Líquido-Líquido é a operação no qual um composto dissolvido em uma fase líquida é transferido para outra fase líquida. A fase líquida, que contém o composto a ser separado, é denominada de solução e o composto a ser separado é denominado de soluto. A fase líquida, utilizada para fazer a se- paração do soluto, é denominada de solvente. O solvente deverá ser o mais insolúvel possí- vel na solução. De acordo com a natureza do composto que se quer extrair da solução, isto é, o soluto, basicamente, há dois tipos de extração: a) extração de substâncias indesejáveis – o soluto é uma impureza que deverá ser retirada da solução. O produto dese- jado neste processo de separação é a solução livre do soluto. Como exem- plo, pode ser citada a extração de com- postos de enxofre existentes nos deri- vados de petróleo, como a gasolina, o querosene e outras correntes. Um ou- tro exemplo é a retirada de compostos aromáticos de correntes de óleos lubri- ficantes para purificação dos mesmos; b) extração de substâncias nobres – o soluto é, neste caso, o composto dese- jado após a operação de separação, o restante da solução é o produto inde- sejável do processo. Como exemplo, tem-se citar a separação do butadieno de uma mistura entre o buteno e o bu- tadieno, na indústria petroquímica, uti- lizando-se como solvente neste proces- so de extração uma solução aquosa de acetato cupro-amoniacal. 4.3 Mecanismo da Extração O mecanismo do processo de extração ocorre, basicamente, de acordo com as seguin- tes etapas: a) mistura ou contato íntimo entre o sol- vente e a solução a ser tratada. Ao lon- go desta etapa, ocorrerá a transferência do soluto da solução para a fase sol- vente; b) a separação entre a fase líquida da so- lução, denominada de rafinado, e a fase líquidasolvente,denominadadeextrato; c) recuperação do solvente e do soluto.
  • 24. 24 Operações Unitárias Para a recuperação do soluto do solvente, é necessário que estes tenham características que permitam a separação dos mesmos através de um simples processo de destilação ou qualquer outro tipo de separação simples e possível. O ciclo da extração pode ser representado pela figura seguinte, de forma que a massa es- pecífica do solvente é menor do que a massa específica da solução, para que seja possível a extração. 4.4 Equipamentos do Processo de Extração 4.4.1 De um único estágio Neste tipo de equipamento, os líquidos são misturados, ocorre a extração e os líquidos insolúveis são decantados. Esta operação po- derá ser contínua ou descontínua. Este equi- pamento é correspondente ao esquema da fi- gura anterior. 4.4.2 De múltiplos estágios Baseado, ainda, no exemplo da figura an- terior, caso o rafinado (A + B) seja mais uma vez processado e a este seja adicionada nova porção de solvente, será possível extrair mais soluto da solução e o rafinado tornar-se-á ain- da mais puro. Quanto maior o número de está- gios, maior será a extração. Se, ao invés de ser utilizado solvente novo e puro para cada caso, um sistema em contra- corrente, for empregado, o solvente puro en- trará em contato com a carga em contracor- rente e tem-se então um sistema de múltiplos estágios, que formam uma sucessão de estágios simples. Como exemplo, pode-se observar a figura a seguir, que mostra um sistema para dois estágios. a) torre de dispersão; b) torre com recheios; c) torre agitada. Nota: Não são utilizados pratos com borbulhadores em equipamentos de extração. Os equipamentos que fazem a extração líquido-líquido em múltiplos estágios utilizam o princípio desta figura uma única coluna, ge- ralmente, semelhantes a uma torre de destila- ção, podendo ou não conter recheios ou ainda bandejas. Os principais tipos de equipamen- tos são:
  • 25. Operações Unitárias 25 Os equipamentos mencionados anteriormente podem ser observados nas figuras a seguir: 4.5 Equilíbrio entre as Fases Líquidas Existe uma analogia, que se pode fazer, entre os processos de esgotamento e ou absor- ção em relação ao processo de extração. A fase líquida do solvente, o extrato, pode ser considerada como a fase vapor, enquanto que a fase líquida da solução, o rafinado, pode ser considerada a fase líquida. Na absorção e no esgotamento, quando as duas fases entram em equilíbrio, não há mais alte- ração da composição nem da fase líquida, nem da fase vapor. Da mesma forma na extração, quando é atingido o equilíbrio entre as fases, então não haverá mais alteração das composi- ções do extrato e do rafinado, o que está ilus- trado na figura a seguir.
  • 26. 26 Operações Unitárias 4.6 Fatores que influenciam a Extração 4.6.1 Relação Solvente-Carga De forma semelhante ao processo de ab- sorção, na extração, também existe uma rela- ção mínima solvente/carga, abaixo da qual não é possível efetuar a extração desejada. Quanto maior a relação solvente/carga, me- lhor será a extração, pois uma concentração maior de solvente na solução aumentará o po- tencial de transferência de massa do soluto para a fase líquida do solvente, com a conseqüente formação do extrato. 4.6.2 Qualidade do solvente Nos casos em que o solvente é recupera- do, após a extração, quanto mais isento de soluto ele retornar para a torre de extração, melhor será a extração, pois sua composição estará mais afastada da composição de equilí- brio com a carga e maior será a transferência de soluto da fase da solução (carga) para a fase solvente. 4.6.3 Influência da temperatura Embora seja adequado que o solvente apresente insolubilidade na carga, isto na prá- tica não ocorre, pois sempre existe , ainda que pequena, uma solubilidade mútua entre as fa- ses que aumenta com a elevação da tempe- ratura. A composição das duas fases em equi- líbrio muda, então, com a alteração da tempe- ratura. Isto pode influenciar de forma negati- va na extração desejada. Portanto, nunca se deve operar com temperaturas acima das re- comendadas para um certo processo de extra- ção, pois poderá ocorrer a dissolução de parte ou até mesmo de todo o solvente na carga ou vice-versa, impedindo a separação das duas fases líquidas. Caso haja uma certa dissolu- ção de solvente na carga ou vice-versa, o equi- pamento não terá uma operação satisfatória com conseqüente queda de eficiência no pro- cesso de extração. Anotações
  • 27. Operações Unitárias 27 5Fluidização de Sólidos e Separação Sólido 5.1 Fluidização de sólidos 5.1.1 Conceito Para compreender melhor o conceito de fluidização de sólidos, suponha que um fluido líquido ou gasoso esteja escoando vagarosa- mente através de um leito de partículas sóli- das finamente divididas. Os sólidos agem como um obstáculo à passagem deste fluido, ocasio- nando uma queda de pressão (DP), devido ao atrito, que aumenta com o aumento da veloci- dade. Ao aumentar ainda mais a velocidade do fluido, os canais de passagem formados pelo mesmo aumentam e as partículas sólidas fi- cam mais separadas. Nesse ponto, inicíasse a fluidização do leito de sólidos, pois estes per- dem suas características e passam a se com- portar como fluidos, de modo a seguir as leis de escoamento de fluidos, em que a pressão é proporcional à altura do leito. Caso continue o aumento da velocidade de escoamento do fluido, haverá um ponto em que as partículas sólidas serão arrastadas, des- fazendo-se, desta maneira, o leito sólido. 5.1.2 Objetivo da Fluidização A principal aplicação da operação com leito fluidizado é em processos cujas reações químicas envolvam catalisadores, como no caso do processo de craqueamento catalítico. Neste, o catalisador sólido finamente dividido está em forma de leito fluidizado. O estado fluidizado do catalisador, além de garantir seu melhor contato com a carga devido ao aumen- to da área específica do catalisador com ele, permite que o catalisador seja escoado de um vaso para outro por diferença de pressão, como se fosse um líquido. Evita-se, desta forma, a utilização de equipamentos de transporte de sólidos, como caçambas, esteiras rolantes, cor- reios ou outros métodos de transporte de lei- tos sólidos. 5.1.3 Tipos de Fluidização Existem dois tipos de fluidização, a parti- culada e a agregativa. A fluidização particulada ocorre, prin- cipalmente, quando o fluido é um líquido, en- quanto a fluidização agregativa ocorre quan- do o fluido é um gás. Na fluidização particulada, o início do processo é caracterizado por um rearranjo das partículas de forma a oferecer maior área livre para o escoamento, porém sem que as partícu- las percam o contato entre elas. Na fluidização agregativa, o início é ca- racterizado por um fenômeno semelhante à ebulição, ou seja, bolhas de gás atravessam o leito sólido e rompem-se na superfície, em- purrando as partículas de sólido para cima. A fluidização do tipo agregativa é aquela que ocorre no processo de craqueamento ca- talítico. 5.1.4 Dimensões do Leito Fluidizado A altura necessária do equipamento que contém o leito aumenta com a velocidade de escoamento do fluido, pois o volume de vazios fica maior com o aumento da velocidade. As partículas menores têm velocidade de queda menor do que as maiores, ou seja, se uma par- tícula de 1 mm não é arrastada pelo fluido, uma outra de 0,1 mm poderá ser arrastada e aban- donar o leito. Com o constante choque entre as partículas sólidas, aos poucos, elas vão sen- do reduzidas a tamanhos cada vez menores. Para que estas partículas não sejam arrastadas, seria necessária a utilização de velocidades muito baixas para o escoamento dos fluidos, o que equivale a construir equipamentos com diâmetros muito elevados. Mesmo com a construção de equipamentos com diâmetros muito elevados, ainda haveria o problema de que as partículas maiores não seriam movi- mentadas de forma adequada no leito. Por ou- tro lado, quando ocorre a redução de tama- nho das partículas, sempre existe o arraste de
  • 28. 28 Operações Unitárias partículas finas para fora do leito. Nos casos em que o fluido é um gás, como no processo de craqueamento catalítico, estas partículas finas são retiradas através de equipamentos es- peciais, denominados ciclones, que promovem o retorno destas para o equipamento que con- tém o leito de sólidos. 5.2 Separação sólido-gás A separação de partículas sólidas de um gás pode ser efetuada através de diversas ma- neiras, por exemplo, filtração, precipitação eletrostática, aspersão com líquidos, ciclones e outros processos. O mais utilizado em refi- narias, geralmente, é o ciclone, especialmente empregado em processos de craqueamento catalítico, onde são retidas as partículas finas do processo de craqueamento. No processo de craqueamento catalítico, o gás que entra nos ciclones pela abertura la- teral encontra-se carregado de partículas de catalisador, saindo pela parte superior, o gás purificado e, por baixo, as partículas de catali- sador, que voltam ao leito. Dentro do ciclone, as partículas de sóli- dos chocam-se contra as paredes, perdem ve- locidade e, em conseqüência se precipitam. 5.2.2 Arranjos entre os Ciclones Para se obter maior eficiência de remoção de partículas nos ciclones, é possível fazer com- binações de ligações entre os mesmos. Estas ligações poderão ser em série ou em paralelo, dependendo de cada caso desejado. Para altas vazões de gás, utilizam-se as ligações em paralelo, com a finalidade de reduzir a perda de pressão (perda de carga) originada pelo processo de separação nos ciclones. Na figura a seguir observam-se os arranjos mencionados. O ciclone é um separador por decantação, em que a força da gravidade é substituída pela força centrífuga. A força centrífuga que age sobre às partículas pode variar de 5 a 2.500 ve- zes a mais do que a força da gravidade sobre a mesma partícula, dependendo das condições do gásedoprojetodociclone.Ocicloneéumequi- pamento muito eficiente e por isso muito utili- zado nos processos de separação sólido-gás. 5.2.1Fatoresqueinfluenciamofuncionamento de um Ciclone a) Diâmetro das partículas: o ciclone não é muito eficiente para partículas meno- res do que 0,005 mm. b) Velocidade do gás na entrada do ciclo- ne: é muito importante notar que quan- to maior a velocidade do gás que entra no ciclone, mais partículas finas serão retirada do gás. A velocidade do gás que vai para o ciclone não pode ser aumentada de forma indiscriminada, pois a perda de pressão (perda de car- ga) que ocorre no interior do ciclone poderá ser muito grande. c) Viscosidade: O aumento da viscosidade do gás dificulta a remoção das partículas.
  • 29. Operações Unitárias 29 5.3 Noções básicas do processo de Craqueamento Catalítico Um ciclone em operação é apresentado a seguir:
  • 30. 30 Operações Unitárias No processo de craqueamento catalítico, a carga (gasóleo) entra em contato com o ca- talisador no riser, onde são iniciadas as rea- ções, que ocorrem em fase gasosa. O riser é um tubo de grande dimensão, que fica a mon- tante do reator. O reator, por sua vez, funciona como um vaso separador entre os produtos formados e o catalisador. O catalisador em forma de pó, ou seja, partículas muito finas, quando retirado do rea- tor, está impregnado com coque; por isso ne- cessita de retificação para retornar ao reator. No regenerador, o coque do catalisador é quei- mado na presença de ar, que vem do blower (soprador). Os gases gerados na combustão do catalisador (CO2, CO, H2O, H2, N2, O2 em ex- cesso, e outros gases), antes de serem envia- dos para a atmosfera, passam em uma caldei- ra recuperadora de calor (caldeira de CO), para que o calor latente dos gases, bem como a quei- ma do CO na caldeira possam ser aproveita- das na geração de vapor. Os ciclones, que estão localizados no topo do reator, evitam que o catalisador contamine os produtos que saem do reator. Os produtos gerados no reator seguem para uma torre de fracionamento, onde são separa- dos em frações, como GLP, nafta craqueada, diesel de FCC (LCO) e óleo combustível de FCC. Na torre de fracionamento, ainda é produzids uma fração denominada borra, que, por conter algum catalisador arrastado do pro- cesso de craqueamento, retorna para o início do processo, junto com a carga. Anotações
  • 31. Operações Unitárias 31 6Bombas 6.1 Curvas características de Bombas Centrífugas As curvas características de bombas tra- duzem o funcionamento do equipamento em questão. São produzidas a partir de dados empíricos (experimentais) do próprio fabrican- te do equipamento, fazendo a bomba vencer diversas alturas de coluna de líquido, varian- do a vazão do líquido e ao mesmo tempo veri- ficando a potência absorvida pelo eixo da bom- ba e a sua eficiência. As curvas características, fornecidas pe- los fabricantes de bombas são: a) curva de carga (H) versus vazão volu- métrica (Q); b) curva de potência absorvida (Pabs) versus vazão volumétrica (Q); c) curva de rendimento (h) versus vazão volumétrica (Q). Podem ser obtidas teoricamente ou, então, em testes de performance do equipamento em questão. 6.2 Curva da carga (H) versus vazão volumétrica (Q) A carga de uma bomba pode ser definida como a energia por unidade de peso. As cur- vas de carga versus vazão, fornecidas pelos fabricantes, apresentam, portanto, normalmen- te uma das seguintes unidades: kgf x m / kgf = m ou lbf x ft / lbf = ft A curva “carga” versus “vazão” recebe diferentes denominações, de acordo com a for- ma que apresenta: a) Curva tipo “rising” Nesta curva, a altura manométrica (H) aumenta continuamente com a diminui- ção da vazão, como pode ser observa- do na figura a seguir: b) Curva tipo “Drooping” Nesta curva, a altura manométrica, na ausência de vazão (vazão zero ou va- zão de shut-off), é menor do que a de- senvolvida pelo equipamento para ou- tras vazões, conforme apresentado na figura a seguir: c) Curva tipo “steep” Nesta curva, a altura manométrica (H) aumenta rapidamente com a diminui- ção da vazão, conforme se observa na figura a seguir:
  • 32. 32 Operações Unitárias d) Curva tipo “Flat”: As curvas características de bombas po- dem ser conceituadas como curvas do tipo es- tável e instável. 1. Curva tipo “estável” Curvas do tipo estável são aquelas em que um determinado valor de altura manométrica (H) corresponderá somente a uma vazão (Q), como é o caso das curvas dos itens a, c, d (rising, steep, flat). 2. Curva tipo “instável” São aquelas em que um determinado va- lor de altura manométrica (H) poderá corres- ponder a uma ou duas vazões (Q), como é o caso da curva do item b (drooping). 6.3 Curva de potência absorvida (PABS .) versus vazão volumétrica (Q) Geralmente, quando se escolhe uma bom- ba, a maior preocupação é com a potência ab- sorvida pela bomba, pois esta é a requerida pelo acionador da bomba. A seleção do equi- pamento será feita, portanto, com base neste dado de potência. É importante que se faça a distinção entre “potência útil cedida ao fluido” e “potência absorvida pela bomba”. A potência útil cedida ao fluido não leva em consideração as perdas que ocorrem no equipamento, enquanto que a potência absor- vida no eixo da bomba é a energia efetivamente entregue à bomba, para que esta realize traba- lho desejado. A potência absorvida pela bom- ba considera, então, a eficiência do equipamento. a) Potência útil cedida ao fluido: a potên- cia cedida ao fluido, que não considera a eficiência da bomba, é a potência re- cebida por ele para a realização do tra- balho de deslocamento do mesmo e pode ser expressa pelas equações se- guintes: PC = r . Q . H / 550 em que: PC = potência cedida em HP r = massa específica em lb/ft3 Q = vazão volumétrica em ft3 /s H = altura manométrica em ft PC = g . Q . H / 550 em que: PC = potência cedida em HP g = peso específico em lbf/ft3 Q = vazão volumétrica em ft3 /s H = altura manométrica em ft PC = g . Q . H / 75 em que: PC = potência cedida em CV g = peso específico em kgf/m3 Q = vazão volumétrica em m3 /s H = altura manométrica em m b) Potência absorvida pela bomba: é a po- tência que a bomba recebe do aciona- dor (motor, turbina ou outro equipa- mento). Analogamente à potência ce- dida, a potência absorvida pode ser ex- pressa pelas equações seguintes: Pabs = r . Q . H / 550 . h em que: Pabs = potência absorvida em HP r = massa específica em lb/ft3 Q = vazão volumétrica em ft3 /s H = altura manométrica em ft h = rendimento da bomba Pabs = g . Q . H / 550 . h em que: Pabs = potência cedida em HP g = peso específico em lbf/ft3 Q = vazão volumétrica em ft3 /s H = altura manométrica em ft h = rendimento da bomba Pabs = g . Q . H / 75 . h em que: Pabs = potência cedida em CV g = peso específico em kgf/m3 Q = vazão volumétrica em m3 /s H = altura manométrica em m h = rendimento da bomba
  • 33. Operações Unitárias 33 A curva de potência absorvida versus va- zão volumétrica é normalmente fornecida pelo fabricante do equipamento e tem a forma que pode ser observada no gráfico a seguir: 6.4 Curva de rendimento (h) versus vazão volumétrica (Q) O rendimento total pode ser definido pela seguinte expressão: h = Potência útil cedida ao fluido / Potência absorvida = PC / Pabs A curva de rendimento em função da va- zão também é fornecida pelo fabricante do equipamento e tem a forma apresentada no gráfico que segue: 6.5 Curvas características de Bombas Todas as curvas apresentadas anteriormen- te são fornecidas normalmente pelo fabrican- te de forma conjunta, ou seja, no mesmo grá- fico, conforme demonstrado na figura a seguir: Uma outra forma de apresentar a curva de rendimento, utilizada pelo fornecedor, pode ser observada no gráfico da figura seguinte: Através do gráfico, para um par de valo- res H x Q, determina-se o valor do rendimen- to (h) da bomba sob tais condições. No exem- plo do gráfico, para o par H1, Q1, o valor do rendimento da bomba, nestas condições, seria aquele entre h3 e h4. 6.6 Altura Manométrica do Sistema A carga da bomba, H, quando expressa em medida linear, por exemplo, metros (m) ou pés (ft), representa qual a altura manométrica que a bomba é capaz de elevar o fluido para cada vazão desejada. A altura manométrica do sistema é a altu- ra correspondente à diferença de pressão entre a sucção e a descarga da bomba, acrescida da diferença de pressão devido às perdas por atrito na tubulação e nos acessórios da mesma (per- da de carga no sistema). Considerando a figura seguinte, para se transferir um líquido, do reservatório A para o reservatório C, através de uma bomba B, está deverá fornecer ao sistema uma carga suficien- te para: 1. compensar a altura geométrica entre os reservatórios (S); 2. compensar a diferença de pressão en- tre o ponto de sucção e o ponto de des- carga (Pd – Ps); 3. compensar a perda de carga na tubula- ção e acessórios da mesma, no trecho compreendido entre os reservatórios.
  • 34. 34 Operações Unitárias Pode-se concluir que enquanto a carga, H, é uma característica da bomba, a altura mano- métrica é uma característica do sistema. A car- ga, H, expressa em medida linear, representa a altura manométrica que a bomba é capaz de vencer em determinada vazão. 6.7 Construção gráfica da Curva de um Sistema O gráfico, que apresenta a variação da al- tura manométrica em função da vazão, é de- nominado de curva do sistema, ou seja, mos- tra a variação da energia necessária por unida- de de massa ou peso que o sistema solicita em função da vazão. A determinação da curva de um sistema poderá ser feita seguindo os passos abaixo in- dicados: 1. fixam-se várias vazões, em torno de seis, escolhendo-se entre estes pontos os correspondentes à vazão de shut-off (vazão zero) e a vazão com a qual se deseja que o sistema seja operado (va- zão de operação); 2. calculam-se as alturas manométricas correspondentes às vazões fixadas no item anterior, ou seja: Q1 ® H1 Q2 ® H2 Q3 ® H3 Q4 ® H4 Q5 ® H5 Q6 ® H6 3. com os valores dos pares H, Q, locar os pontos em um gráfico e construir a curva do sistema. A curva de um sistema apresenta a forma semelhante ao gráfico da figura a seguir: 6.8 Ponto de Trabalho O ponto de trabalho, também conhecido como ponto de operação, pode ser encontrado quandoseplotacurvadosistemanomesmográ- fico em que se encontram as curvas característi- cas da bomba. A intersecção entre a curva do sistema e a curva H versus Q da bomba mostra o ponto de operação ou ponto normal de trabalho, conforme pode ser observado na figura a seguir:
  • 35. Operações Unitárias 35 Do gráfico anterior, pode-se observar que os pontos normais de trabalho para a bomba em questão são os seguintes: a) vazão normal de operação: QT; b) carga ou head normal de operação: HT; c) potência absorvida no ponto normal de operação: PT; d) rendimento da bomba no ponto normal de operação: hT. Existem diversos recursos que possibili- tam a modificação, da curva (H X Q) da bom- ba e da curva (H X Q) do sistema, desta for- ma existe a possibilidade da mudança do pon- to de trabalho normal, para o atendimento de uma outra necessidade operacional. 6.8.1 Alteração da Curva (H x Q) do Sistema Alterar a curva (H X Q) do sistema con- siste, basicamente, em modificar o próprio sis- tema para o qual foi levantada a curva. Estas alterações podem ser realizadas de diversas formas, como por exemplo, a variação das pressões dos reservatórios, a modificação do diâmetro das linhas, a modificação das cotas do líquido a ser transferido, modificação dos acessórios da linha, etc, ou seja, qualquer al- teração que implique em alteração da energia necessária para a movimentação do líquido entre os pontos considerados. Um simples fechamento de uma válvula de descarga altera a curva do sistema conside- rado, pois estará ocorrendo um aumento da perda de carga do líquido neste sistema, exi- gindo mais energia para a realização da trans- ferência do líquido. Neste caso, a curva do sis- tema terá um súbito aumento e haverá, para uma bomba com curva estável, um decrésci- mo de vazão, conforme demonstrando no grá- fico a seguir: 6.8.2 Fatores que influenciam a Curva (H x Q) da Bomba As curvas características das bombas po- derão ser alteradas modificando-se alguns fa- tores ou efeitos no próprio equipamento em questão: 1. modificação da rotação da bomba; 2. modificação do diâmetro externo do impelidor; 3. modificação das características do fluido; 4. efeito do desgaste do equipamento (tempo de operação da bomba). 6.9 Fenômeno da Cavitação Caso a pressão absoluta, em qualquer pon- to de um sistema de bombeamento de líquido, for reduzida abaixo da pressão de vapor do lí- quido, na temperatura de operação, parte des- te líquido se vaporizará e nestas condições, as bolhas de vapor formadas, ao atingir regiões de maiores pressões sofrem um colapso e retornam para a fase líquida. O colapso das bolhas tem como consequência a formação de ondas de choque que causam o fenômeno da cavitação. 6.9.1 Inconvenientes da Cavitação Os principais inconvenientes da cavitação são: a) barulho e vibração – são provocados pelas ondas de choque geradas pelo co- lapso das bolhas; b) alteração das curvas características – são provocadas pela diferença de volu- me específico entre o líquido e o va- por, bem como pela turbulência gerada pelas ondas de choque; c) remoção de partículas metálicas (pitting) – são provocadas pelas ondas de choque e potencializados pelo au- mento da temperatura local do material, com a conseqüente alteração das carac- terísticas estruturais. 6.9.2 Principal Região da Cavitação Uma vez que a cavitação é um fenômeno que ocorre quando a pressão em um ponto do sistema diminui para valores iguais ou meno- res do que a pressão de vapor do líquido bom- beado, é necessária a determinação da região do sistema de bombeamento onde é mais pro- vável que ocorra o fenômeno da cavitação. Uma ligeira análise aponta a entrada do impe- lidor como a região mais favorável para o iní- cio da cavitação. Nesta região, a energia do fluido é mínima, pois a energia cinética do flui- do foi reduzida devido à perda de carga ocor- rida no trecho de escoamento e o líquido, na entrada do impelidor, ainda não recebeu ne- nhuma quantidade adicional de energia.
  • 36. 36 Operações Unitárias 6.9.3 Causas Secundárias da Cavitação As causas secundárias, que podem favo- recer o fenômeno da cavitação, são deficiên- cias de projeto, operação ou manutenção que provoquem uma queda local de pressão. Vazamentos excessivos de líquido através de anéis de desgaste de bombas, devido à de- ficiência de projeto ou ainda por falta de acom- panhamento por parte da manutenção, podem gerar, portanto, um distúrbio na entrada da sucção da bomba, provocando perda de pres- são local e conseqüentemente o início do pro- cesso de cavitação. Outros problemas que podem provocar cavitação são distúrbios na sucção da bomba, como por exemplo, material sólido deposita- do na linha de sucção bloqueando parcialmente o escoamento do líquido, causando queda de pressão local e o início da cavitação. Distúrbios causados pelo desvio do flui- do na orientação principal, na saída da voluta, também podem causar queda de pressão lo- cal, com decorrente início do fenômeno da cavitação, conforme pode ser observado na figura a seguir. Bombas operando fora da sua vazão de projeto podem ocasionar turbulência, com conseqüente queda da pressão local, ocasio- nando, desta forma, o fenômeno da cavitação. Este problema ocorre devido à incompa- tibilidade entre o ângulo de saída do fluido e a posição fixa das pás difusoras, conforme apre- sentado na figura seguinte. Projetos inadequados de bombas podem ocasionar a indução de fluxo em sentido in- verso ao fluxo normal na sucção. Uma queda de pressão pode ser gerada e em decorrência o fenômeno da cavitação, conforme demonstra- do na figura a seguir. 6.10 NPSH(NetPressureSuctionHead) Existem duas definições para o NPSH, são elas o NPSH disponível e o NPSH requerido.
  • 37. Operações Unitárias 37 6.10.1 NPSH disponível O NPSH disponível é a quantidade de energia que o líquido possui no flange da suc- ção da bomba, acima da pressão de vapor do próprio líquido. Cálculo do NPSH disponível O cálculo realizado para encontrarmos o NPSH disponível na sucção da bomba é o se- guinte: (NPSH)D = (P / g) – (PV / g) + h – hFS em que: (NPSH)D ....... altura manométrica disponível na sucção da bomba. P ................... pressão absoluta no reservató- rio (Pmanométrica + Patm). h ................... diferença de cotas entre a suc- ção da bomba e o nível do re- servatório. g................... peso específico do fluido na temperatura de escoamento. hFS ................. perda de carga no trecho entre o reservatório e a entrada do olho do impelidor. Pv .................. pressão de vapor na tempera- tura de escoamento. Fatores que influenciam o (NPSH)D Os fatores que interferem diretamente o NPSH disponível são a altura estática de suc- ção, a altitude local que influencia na pressão atmosférica, a temperatura de operação, o peso específico do líquido e os tipos de acessórios existentes no trecho de linha entre o reserva- tório e a sucção da bomba. 6.10.2 NPSH requerido O NPSH requerido é a altura manométri- ca necessária para vencer as perdas por fric- ção no bocal e na entrada do impelidor, de modo a garantir que a pressão local esteja aci- ma da pressão de vapor do líquido na zona de menor pressão do impelidor. O NPSH requerido é sempre fornecido pelo fabricante do equipamento. 6.10.3NPSHdisponívelversusNPSHrequerido O NPSH disponível sempre deverá ser maior do que o NPSH requerido, pois do con- trário tem-se a ocorrência do fenômeno da ca- vitação. Antes da escolha da bomba que fará o trabalho desejado, tem-se sempre que calcular o NPSH disponível na sucção com a finalida- de de se escolher o equipamento adequado à situação desejada. (NPSH)D > (NPSH)R(Sempre) Graficamente, pode-se delimitar a faixa de vazão de operação de uma bomba, sem o risco da ocorrência do fenômeno da cavitação, uti- lizando-se o conceito do NPSH, conforme observado no gráfico da figura a seguir: 6.11 Associação de Bombas Existem duas maneiras distintas de se fa- zer associação de bombas: em série ou em paralelo. Ambas são usuais, porém a utiliza- ção de um caso ou de outro depende das ne- cessidades exigidas em cada processo opera- cional, pois são associações destinadas a re- solver problemas distintos. No caso de exigência de alturas manomé- tricas muito elevadas, utiliza-se a associação de bombas em série, no entanto, quando a exigência trata-se de vazão elevada, então a as- sociação das bombas deverá ser feita em para- lelo. 6.11.1 Associação de Bombas em Série No caso da associação de bombas em sé- rie, utilizada para o aumento da altura mano- métrica, a descarga de cada bomba será co- nectada à sucção da seguinte, até o último equi- pamento. A vazão do sistema, nesta situação, será limitada pela bomba que apresenta me- nor vazão, ou seja, a vazão do sistema corres- ponderá a apenas uma bomba, enquanto a pres- são de descarga será a soma das pressões de descarga de cada bomba. A associação de bombas em série, por- tanto o flange de sucção e a carcaça de cada bomba deverão suportar a pressão desenvol- vida pelas anteriores, lembrando que o último flange e a última carcaça deverão suportar a pressão total do sistema.
  • 38. 38 Operações Unitárias A seleção das bombas para uma associa- ção em série é realizada, levando-se em conta A curva característica do conjunto, re- sultante desta associação é obtida a partir da curva característica de cada bomba individual, somando-se as alturas manométricas corres- pondentes aos mesmos valores de vazão, con- forme apresentado nos gráficos seguintes. (2) bombas com mesma curva. (1) bombas com curvas diferentes. a vazão e a altura manométrica necessárias para o sistema. Assim, a vazão a ser considerada é igual para todas as bombas, e a altura mano- métrica que cada bomba deverá desenvolver será a altura manométrica total exigida pelo sistema, dividida pelo número de unidades em série. 6.11.2 Associação de Bombas em Paralelo Este tipo de associação é utilizado quan- do a vazão exigida pelo sistema for muito ele- vada ou então quando a vazão do sistema va- riar de forma definida. Quando a associação for utilizada para vazões muito elevadas, a utilização das bom- bas em paralelo tem como vantagem adicional a segurança operacional, pois no caso de falha de qualquer um dos equipamentos, haveria apenas uma diminuição de vazão e não o co- lapso total da vazão do sistema. Quando a vazão exigida pelo sistema é variável, então a associação das bombas em paralelo ocasionará maior flexibilidade ope- racional, uma vez que a colocação ou a retira- da de operação de bombas atenderá às vazões necessárias do sistema com maior eficiência. Caso houvesse somente uma bomba para a realização deste tipo de operação, fatalmente este equipamento seria operado em pontos de baixa eficiência, ou seja, fora do ponto de tra- balho. A curva característica do conjunto, é obti- da somando-se as vazões correspondentes aos mesmos valores da altura manométrica exigida pelo sistema. O esquema de associação e a curva carac- terística do conjunto podem ser observados nas figuras abaixo.
  • 39. Operações Unitárias 39 Exercícios 01. Conversão de unidade: – Converter 500 milhas em metros. – Converter 7.000 mm em polegadas. – Converter 652 milhas em pés. – Converter 3,22 x 106 mm em milhas. – Converter uma área de 6.000 alqueires em km2 . – Converter uma área de 1.500 ft2 em m2 . – Converter 22.960 ft em km. – Converter uma área de 780.000 ft2 em alqueires. – Converter uma área de 3.000 in2 em m2 . – Converter uma área de 1.500 ft2 em m2 . – Converter um volume de 23.850 m3 em barris. – Converter um volume de 30.000 m3 em galões. – Converter um volume de 7.000 barris em ft3 . – Converter um volume de 1.200.000 barris em m3 . – Converter um volume de 7.000 galões em ft3 . – Converter uma massa de 16.300 lb em toneladas. – Converterumamassade21.300lbemkg. – Converter uma pressão de 750 in Hg em Kgf/cm2 . – Converter uma pressão de 80 ft H2O em Kgf/cm2 . – Converter uma pressão de 800 mm Hg em m H2O. – Converter uma pressão de 150 psig em Kgf/cm2 absoluta (Patm = 745 mm Hg). – Converter uma pressão de 300 gf/cm2 em atm. – Converter 750 ft.lbf/s em KW. – Converter 3.000 KVA em CV. – Converter 90 HP em CV. – Converter 1.600 HP em KW. – Converter 500 BTU/min em KJ/s. – Converter 75 ft.lbf em gcal. – Converter 3.900 Kcal em BTU. – Converter 9.500 Kcal em ft.lbf. – Converter 49.000 gcal em Kcal. – Converter 267ºC em ºF. – Converter 38ºF em K. – Converter 156ºC em R. 02. Um vapor, contendo, em peso, 30% de propano, 30% de n-butano e 40% de n-pentano, é a carga de uma torre de produção de propano. O produto de topo produzido neste processo apresenta a composição, em peso, de 65% de propano, 25% de n-butano e 10% de n-pentano. A recuperação do propano, no produto de topo, é de 96% em peso. Sabendo-se que a massa específica do propano é de 0,51 g/cm3 e ainda que 60%, em peso, da carga sai como produto de fundo neste processo, calcule a car- ga desta torre para uma produção de 12 t/d de propano. 03. As composições molares da carga e do des- tilado de uma torre de destilação são dados abaixo: Componente Carga(%) Destilado(%) Propano 20 35 Propeno 29 50 Buteno-1 34 10 n-Butano 17 5 Sabendo-se que a produção molar de des- tilado corresponde a 40% da carga, qual a com- posição ponderal do produto de fundo desta torre. Massas molares: propano = 44; propeno = 42; buteno-1 = 56; n-butano = 58 04. Em um processo de obtenção de álcool etílico, uma certa coluna opera com uma car- ga contendo 3,5% de etanol e 96,5% de água. A produção de destilado contém 70% de etanol e o resíduo contém 0,001%. Os percentuais estão representados em mol. Suspeita-se que haja um vazamento de água no condensador de topo desta coluna. Através de um balanço material, estimar o vazamento de água pelo condensador, caso este esteja ocorrendo. 05. Um determinado sólido, contendo 20% em massa de água, necessita ser secado para pro- duzir um sólido que contenha no máximo 4% de água. Calcule o percentual de remoção de água do sólido original. 06. Deseja-se separar através do processo de destilação uma mistura F, cuja composição em massa, xF, é: a = 50% ; b = 30% e c = 20%
  • 40. 40 Operações Unitárias O destilado ou produto de topo deve ter uma razão em relação à carga igual a 60% e sua composição em massa, xD, é: a = 80% ; b = 18% e c = 2% Baseado nos pontos expostos, calcular: a) A razão do resíduo em relação à carga; b) Acomposição,emmassa,doresíduo(xW); c) O percentual de recuperação do com- ponente a no destilado; d) O percentual de recuperação do com- ponente c no resíduo. 07. Uma corrente de 20.000 SCFH de um gás, com composição molar de 10% de SO2, 5% de O2 e 85% de N2, deverá ser tratada em uma torre de absorção com 1.000 lb/h de água, para a remoção de todo o SO2. Calcular as vazões de gás, em SCFH, e da água rica em SO2, em lb/h, que saem da torre de absorção. Dados: SCFH = standard cubic feet per hour (ft3 /h nas seguintes condições: t = 60ºF e P = 14,7 psi) Constante universal dos gases = (R) = 0,73 atm . ft3 / lbmol . ºR Peso molecular: S = 32; O = 16; N = 14 08. Em uma caldeira, são produzidos 50 t/h devaporsuperaquecidoa397ºC.Paraisto,ames- marecebeáguadesmineralizada,que,apósatro- ca de calor em um certo permutador de calor, entra na caldeira a 62 ºC. Sabendo-se que o Cp da água é 1 cal/g. ºC, que a entalpia do vapor superaquecido na temperatura em questão é 762 Kcal/kg, que o poder calorífico do gás com- bustível é 10.400 Kcal/kg e do óleo combustível de refinaria é de 9.400 Kcal/kg, pergunta-se: a) Qualaquantidadedecalorenvolvidanes- teprocessoparaarealizaçãodestatarefa? b) Qual a quantidade de combustível a ser queimado na caldeira para a realização desta tarefa no caso de ser utilizado so- mente óleo combustível; c) Qual a quantidade de combustível a ser queimado na caldeira para a realização desta tarefa no caso de ser utilizado so- mente gás combustível; d) Qual seriam as quantidades de óleo e de gás combustível no caso de uma queima mista na caldeira. Considere a contribuição da quantidade de calor en- volvida no processo correspondente a 35% com relação ao gás e o restante relativo ao óleo? 09. A carga de uma coluna de destilação, que opera com pressão atmosférica, é de 10 t/h de uma mistura líquida, cuja composição molar é 60% de benzeno e 40% de tolueno. A carga, antes de entrar na torre, está a 35ºC e é pré- aquecida pelo produto de fundo desta coluna. O destilado contém 98,2% de benzeno e está saturado na temperatura de 81ºC. A razão de refluxo externo de topo na coluna é de 3:1. O produto de fundo da coluna (resíduo) contém 3,2% em mol de benzeno, sai da torre na tem- peratura de 109ºC, e é enviado para ser arma- zenado na temperatura de 50ºC, após trocar calor, em um permutador que pré-aquece a car- ga. O condensador de topo utiliza água de res- friamento para a condensação do produto de topo da coluna, que entra na temperatura de 30ºC e sai na temperatura de 50ºC. O referve- dor de fundo da coluna utiliza vapor de água disponível à pressão absoluta de 4,5 kgf/cm2 , que entra a 200ºC e sai na temperatura de sa- turação. Calcular: a) Vazão mássica do vapor de topo, do destilado e do produto de fundo; b) Carga térmica do condensador de topo em Kcal; c) Carga térmica do refervedor em Kcal; d) Carga térmica do pré-aquecedor em Kcal; e) A vazão mássica de vapor no refervedor e a vazão mássica de água de resfria- mento no condensador em t/h. Dados: Massa molar: Benzeno = 78, Tolueno = 92 Entalpias: 1 Kcal = 4,1868 KJ Entalpia do vapor de água a 4,5 kgf/cm2 e 200ºC = 682,4 Kcal/kg Entalpiadovapordeáguasaturado=655,2Kcal/Kg (Cp)A.R. = 1,0 cal/g .ºC 10. Dada a curva de potência em função da vazão de uma bomba, representada no anexo III, e sabendo-se, ainda, que o fluido tem mas- sa específica de 0,84 g/cm3 , calcular: Tempo o C Benzeno (KJ/kg) 35 50 81 109 –229,7 –203,5 –148,1 –92,3 Tolueno(KJ/kg) Líquido Vapor Líquido Vapor 192,6 208,6 244,5 277,7 –199,9 –173,2 –116,3 –58,7 209,0 227,2 267,8 307,5
  • 41. Operações Unitárias 41 a) Associação da bomba A em série com a bomba C; b) Associação da bomba B em série com a bomba D; 14. No anexo V, são apresentadas as curvas características de duas bombas, A e B. Basea- do nestas curvas, pede-se para plotar a curva característica da associação, em paralelo, des- tas bombas. a) O rendimento da mesma, quando operando com vazões de 30, 35 e 40 m3 /h, que correspondem a alturas manométricas respectivas de 212, 208 e 204 m, considerando impelidor de di- âmetro 12 ½”; b) O rendimento da mesma, quando ope- rando com vazões de 30, 35 e 40 m3 /h, que correspondem a alturas manomé- tricas respectivas de 98, 92 e 82 m, con- siderando impelidor de diâmetro 9 ½”. c) A potência útil cedida ao fluido, em cada caso dos itens acima. Dados adicionais: 1 kg = 2,2 lb; 1 m3 = 35,31 ft3 ; 1 m = 3,28 ft 11. Em um processo em que existe a necessi- dade de transferência de um produto de um vaso na unidade até um reservatório, preten- de-se utilizar uma bomba, cuja curva está re- presentada nos anexos I e II. Sabendo-se que, a curva do sistema é representada pela equa- ção H = 2,5 + 0,5 . Q e que a altura manomé- trica necessária para a realização desta opera- ção é de no mínimo 9 m, verificar a possibili- dade da realização desta tarefa utilizando o equipamento em questão. Em caso positivo, pede-se a vazão de operação para este proces- so, assim como o NPSH requerido desta bom- ba para esta vazão. 12. Um derivado de petróleo deverá ser trans- ferido de um vaso no processo, cuja pressão manométrica é de 0,30 Kgf/cm2 e cuja cota da sucção da bomba é de 1.367 mm, até um re- servatório onde a pressão é atmosférica e cuja cota é de 6.008 mm. A vazão de operação ne- cessária, para que o processo seja contínuo, é de 19 m3 /h. O produto a ser bombeado tem peso específico de 0,75 gf/cm3 e pressão de vapor de 0,50 Kgf/cm2 , na temperatura de es- coamento. A perda de carga no trecho entre a entrada do olho do impelidor e a entrada do reservatório é de 4,5 m. Caso seja utilizada uma bomba, cuja curva de NPSH requerido está representada no anexo II, pesquisar se este equipamento poderá fazer esta operação sem a ocorrência do fenômeno da cavitação? Dado: pressão atmosférica local 0,97 atm. 13. No anexo IV, estão representadas as cur- vas características de quatro bombas, A, B, C e D. Baseado nestas curvas, plotar a curva ca- racterística das seguintes associações: Anotações
  • 44. 44 Operações Unitárias ANEXOS 1. Diâmetro do impelidor = 1 85 '' 2. Diâmetro do impelidor = 3 45 '' 3. Diâmetro do impelidor = 1 25 '' ANEXO I CURVAS CARACTERÍSTICAS DA BOMBA
  • 45. Operações Unitárias 45 ANEXO II CURVA DO NPSH REQUERIDO DA BOMBA
  • 46. 46 Operações Unitárias 1. Diâmetro do impelidor = 1 212 '' 2. Diâmetro do impelidor = 1 29 '' ANEXO III CURVA DE POTÊNCIA ABSORVIDA BHP
  • 47. Operações Unitárias 47 ANEXO IV BOMBA A = CURVA 1 BOMBA C = CURVA 3 BOMBA B = CURVA 2 BOMBA D = CURVA 4
  • 48. 48 Operações Unitárias ANEXO V BOMBA A = CURVA 1 BOMBA B = CURVA 2