2. O que são Produtos Fitofarmacêuticos?
Substâncias ativas ou preparações, destinadas a
proteger as plantas e/ou produtos agrícolas dos
organismos nocivos, incluindo infestantes, ou
impedir a sua ação.
OU: • Exercer uma ação sobre os processos vitais;
• Assegurar a conservação dos produtos
vegetais.
3. Produtos Fitofarmacêuticos –
(Regulamento CE nº 1107/2009 – Artigo 2º)
Produtos, na forma em que são fornecidos ao utilizador, constituídos por s.a., protetores de fitotoxicidade ou
agentes sinérgicos, destinando-se às seguintes utilizações:
• Proteger os vegetais ou os produtos vegetais contra os organismos nocivos ou prevenir a ação desses
organismos, salvo se os produtos em causa se destinarem a ser utilizados principal/ por motivos de higiene
e não para a sua proteção;
• Influenciar os processos vitais dos vegetais (p. e., substâncias que influenciem o seu crescimento, mas que
não sejam nutrientes);
• Conservar os produtos vegetais, desde que as substâncias ou produtos em causa não sejam objeto de
disposições comunitárias especiais em matéria de conservantes;
• Destruir vegetais ou partes de vegetais indesejáveis (com exceção das algas, salvo se os produtos forem
aplicados no solo ou na água para a proteção dos vegetais);
• Limitar ou prevenir o crescimento indesejável de vegetais (com exceção de algas, a menos que os produtos
sejam aplicados no solo ou na água para a proteção dos vegetais).
4. Os pesticidas:
• A história conhecida dos pesticidas começa cerca de 500 anos antes de Cristo;
• Os povos da China e da Grécia Antiga já tinham verificado os efeitos de alguns
sais inorgânicos no combate aos inimigos das suas culturas. O primeiro foi o
enxofre;
• Mais tarde verificaram que também certas plantas funcionavam eficazmente no
combate da maioria dos vertebrados e invertebrados, embora desconhecessem
quais as substâncias ativas nelas contidas.
5. Os pesticidas:
Uma das primeiras plantas utilizadas foi o tabaco, cuja substância atuante é a
nicotina.
• Outras produtos também usados:
Azeitonas esmagadas;
Tremoços;
Alho francês;
Cebolas;
Banha de cabra e de urso;
Arsénio;
Água salgada;
Azeite quente;
Vinho e muitos outros.
6. Os pesticidas:
• O uso moderno dos pesticidas data de 1867, quando um produto chamado Verde
de Paris foi usado, inicialmente (1814) como pigmento de tintas e passou a ser
comercializado como pesticida contra um grande número de pragas, em especial o
escravelho da batateira;
• Em 1900, o Verde de Paris, passou a ser usado em tão larga escala que levou o
governo dos USA a estabelecer a primeira legislação no país sobre o uso de
inseticidas;
• Veio a ser banido uns anos mais tarde, devido à sua grande toxicidade;
• Em 1941, aparece o primeiro composto orgânico sintético, o DDT.
7. Alguns compostos inorgânicos:
Enxofre Bário
Mercúrio Flúor
Zinco Cádmio
Chumbo Cobre
Compostos à base de metais, destacam-se pela sua alta toxicidade, acumulação
nos tecidos orgânicos, estabilidade e longa persistência no ambiente.
9. Organoclorados:
• Compostos que apresentam na sua estrutura átomos de carbono e cloro;
• Primeiro grupo de pesticidas sintéticos, desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial, para proteção
contra a malária, o tifo e outras enfermidades transmitidas por insetos;
• Muito criticado atualmente pela sua longa persistência no ambiente e acumulação nas cadeias
alimentares;
• Grande estabilidade física e química, resistência ao ataque de micro-organismos, à luz solar e
temperatura ambiente;
• Atuam por contacto e ingestão, bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos;
• São lipossolúveis e bioacumuláveis.
Exemplos: DDT; aldrina; lindano; tetradifão; dicofol, endossulfão
10. Organofosforados:
• Compostos que apresentam na sua estrutura átomos de carbono e fósforo;
• Têm uma degradação fácil;
• O principal meio de degradação parece ser a hidrólise sob condições de alcalinidade;
• O modo de ação é por contacto e ingestão;
• Atuam sobre o sistema nervoso central, inibem a enzima colinesterase, causando a
paralisia muscular e por fim a morte.
Exemplos: Azinfos-metilo, clorfenvinfos, clorpirifos, clorpirifos-etilo,diazinão,dimetoato,
etoprofos, fentião, fosalona, fosmete, foxime, malatião, metamidofos, metidatião,
oxidemetão-metilo, pirimifos-metilo, triclorfão
11. Piretroides:
• São compostos sintéticos análogos aos componentes naturais obtidos do crisântemo;
• Foram descobertos a partir de estudos que procuravam modificar a estrutura química das
piretrinas naturais e introduzidos no mercado em 1976;
• Usam-se em pequenas doses e embora mais caros que outros pesticidas, por unidade peso, são
muito utilizados, quer na agricultura quer na saúde, devido à sua elevada eficácia;
• São os compostos de muito rápida ação na transmissão de impulsos nervosos;
• Podem também ter efeito repelente afastando os insetos em vez de os eliminar.
Exemplo: Acrinatrina, alfa-cipermetrina, beta-ciflutrina, bifentrina, ciflutrina, cipermetrina,
deltametrina, esfenvalerato, lambda-cialotrina, tau-fluvalinato, teflutrina
12. Novos produtos:
• Controlam os invasores seguindo a auto degradação;
• Reduzidos danos no ambiente;
• Preservam os auxiliares, permitindo um melhor controlo biológico para reduzir os efeitos
das pragas na produção agrícola.
Exemplos: Produtos biológicos; RCI; ICII
13. Diferentes modos de ação:
• Produtos sistémicos quando penetram na planta e são transcolados através do sistema
vascular;
• Produtos de contacto quando atuam sobre a superfície externa no organismo a combater;
• Ingestão de produtos absorvidos quando o inimigo se alimenta dos vegetais previamente
tratados;
• Fumigação – Produto em forma de gás que penetra pelo sistema respiratório dos insetos
e ácaros.
14. Inseticidas:
Com base na via de penetração:
• Ingestão - penetram pela armadura bucal;
• Contacto - penetram pela cutícula e traqueia;
• Penetrantes - atravessam a cutícula;
• Sistémicos - translocados no sistema vascular da planta, penetram pela armadura bucal
picadora e sugadora;
• Fumigantes - penetram no corpo através das aberturas do sistema respiratório;
• Residuais - persistem na superfície das plantas e penetram nos insetos por zonas como
o tarso.
15. Fungicidas:
Com base na atuação no patogénio:
• Preventivos - Impedem a germinação dos esporos;
• Curativos - Atuam após se ter dado a contaminação pelo fungo;
• Erradicantes - Destroem os esporos já formados e impedem a formação de novos esporos.
16. Herbicidas:
Com base na forma como penetram nas plantas:
• Contacto - afetam os tecidos com que contactam
• Sistémicos - penetram por diferentes vias e são translocados
• Residual - aplicados no solo são absorvidos pelas plantas e comportam-se como sistémicos
Em relação à cultura:
• Pré-sementeira/plantação;
• Pós-sementeira/plantação;
• Pré-emergência;
• Pós-emergência
17. Formulação:
Formulação ou preparado: termo utilizado para designar a forma como o produto
fisicamente se apresenta no mercado, para venda.
• Substância ativa - Componente responsável pelo comportamento biológico do pf;
• Substâncias inertes - Materiais que se juntam à substância ativa para a preparação da
formulação, permitem modificar as suas caraterísticas de doseamento ou de aplicação,
reduzem a concentração da substância ativa e dão consistência, volume e forma física ao
produto formulado;
• Solventes ou diluentes - Dissolvem as substâncias ativas noutras substâncias.
18. Formulação:
Adjuvantes:
• Substâncias tenso-ativas, fluidificantes, estabilizantes e outras com capacidade de
modificar as propriedades físico e químicas dos ingredientes ativos.
• molhantes (favorecem a aderência aos vegetais)
• dispersantes (evitam a aglomeração das partículas)
• emulsionantes (evitam a separação das fases aquosa e oleosa)
• anti-espuma e outras (anti-pó, adesivos etc.)
Aditivos:
• Corantes, repulsivos e outros que sem terem influência na eficácia se usam com o
objetivo de cumprirem prescrições regulamentares ou outras finalidades.