O documento discute a importância da rotação de agrotóxicos para evitar o desenvolvimento de resistência de pragas. Apresenta a definição de resistência e como ocorre, além de classificar os modos de ação dos agrotóxicos e fornecer exemplos práticos de rotação. Enfatiza a adoção do Manejo Integrado de Pragas para controle sustentável.

1. Rotação de Agrotóxicos:
você está fazendo a coisa certa?
Eng. Agr. Juracy Caldeira Lins Junior
Pesquisador Epagri/EECd – Entomologia
juracyjunior@epagri.sc.gov.br
(49) 3561-6814
Caçador, 23 de Abril de 2020

2. Pauta
• Introdução
• Definição de resistência
• Como ocorre a resistência
• Manejo da resistência
• Classificação dos modos de ação dos agrotóxicos
• Exemplos práticos de rotação
• Considerações finais

3. INTRODUÇÃO
Inseto-praga é aquele organismo que o homem julga
como sendo prejudicial a si mesmo, seus plantios,
animais ou sua propriedade.
1 milhão
(sp. de insetos descritas)
10%
(pragas)

4. INTRODUÇÃO
A importância dos insetos como pragas aparece
junto com o início da prática agrícola
(Mesopotâmia, 10.000 anos atrás)
(Suméria, 2.500 a.C.) (China, 1.200 a.C.)
(Enxofre para controlar ácaros e insetos) (Mercúrio e arsênico para controlar piolhos)

5. INTRODUÇÃO
Com o avanço da agricultura, novos métodos de controle
(físicos, químicos, biológicos e culturais) foram desenvolvidos e
utilizados na batalha do homem contra os insetos nos cultivos.
História da agricultura
8.000 a.C 3.000 a.C
1830
Atualmente
1879 – Othomar Zeidler
Primeiro agrotóxico
(DDT)
2ª Guerra Mundial
1939-1945
Após a 2ª Guerra

6. INTRODUÇÃO
A partir da década de 50...
Revolução Verde
Modelo com uso intensivo de
agrotóxicos e fertilizantes sintéticos
1962 – Rachel Carson
Publicação do livro “Primavera Silenciosa”
Efeitos danosos do DDT
 1972: DDT é proibido nos EUA
 2009: DDT é proibido no Brasil

7. INTRODUÇÃO
Atualmente temos o Manejo Integrado de Pragas (MIP)

8. INTRODUÇÃO
Uso indiscriminado e excessivo de inseticidas acarreta:
1. Ressurgência e aparecimento de novas pragas
2. Surtos de pragas secundárias
3. Morte de abelhas e outros polinizadores
4. Deriva
5. Resíduos nos alimentos
6. Resistência de pragas a inseticidas/acaricidas

9. Resistência de insetos aos inseticidas
É o desenvolvimento da habilidade em uma linhagem de um organismo em tolerar doses
de tóxicos que seriam letais para a maioria da população normal (suscetível) da mesma
espécie.
Piolho de São José
Quadraspidiotus perniciosus
(Hemiptera: Diaspidae)
1908, Estados Unidos
Resistente ao enxofre

10. A característica de resistência é genética e hereditária

11. Evolução da resistência de pragas aos inseticidas
Atualmente
 Mais de 540 espécies de insetos e ácaros resistentes
 Todos os grupos de inseticidas químicos
 Neurotóxicos
 Reguladores de crescimento
 Bacillus thuringiensis e Baculovirus sp.
Consequência da evolução da resistência
 Aplicação mais frequente de inseticidas
 Aumento na dosagem do produto
 Substituição de produtos químicos por outros de maior toxicidade

12. Como a resistência aos inseticidas ocorre?
Suscetível ao inseticida X Resistente ao inseticida X
Uso contínuo do mesmo inseticida ou inseticidas diferentes mas que tenham o mesmo modo de ação

13. Como evitar a resistência dos insetos aos inseticidas?
Neonicotinoide
Diamida
Rotacionar inseticidas com
modos de ação diferentes
Manejo da resistência de
insetos aos inseticidas

14. www.irac-br.org www.frac-br.org www.hrac-br.org
Missão:
Manter todas as classes de agrotóxicos como viáveis opções de controle, através de um
programa de parceria com instituições de pesquisas, extensionistas e produtores para o uso
de produtos fitossanitários de maneira sustentável.
Manejo da resistência: avanços...

15. Modo de ação dos inseticidas

16. Modo de ação dos inseticidas
Toda molécula de inseticida tem um
sítio de atuação (alvo) que determina
o modo ação do produto.

17. Modo de ação dos inseticidas
De um modo geral, os inseticidas estão divididos em cinco grandes grupos de acordo com o
sítio de atuação (alvo):
1. Afetam o sistema
nervoso e/ou músculos
2. Afetam o crescimento
ou desenvolvimento
3. Atuam no intestino
médio
4. Atuam sobre o
metabolismo respiratório
5. Modo de ação desconhecido ou inespecífico

19. O modo de ação dos agrotóxicos de acordo
com a classificação do IRAC, FRAC e HRAC
está estampado nos rótulos dos produtos!
IN nº 16 de 18/05/2017 MAPA
§ 3° Os rótulos e bulas deverão conter a classificação e simbologia oriunda do Sistema de Classificação
Internacional Unificado quanto ao modo de ação dos ingredientes ativos que compõem os produtos
agrotóxicos e afins

20. Segundo o IRAC...
3A = Piretroide
Segundo o FRAC...
C2 = Estrobilurina/C3 = Carboxamida
Inseticida Fungicida

21. Segundo o HRAC...
A = Oxima ciclohexadiona
Herbicida

22. Exemplificando a rotação dos agrotóxicos
Inseticida Fungicida Herbicida

23. Situação prática 1...
Traça-do-tomateiro
1ª aplicação
2ª aplicação
3ª aplicação
15
28
11A
Rotação ou alternância

24. Situação prática 2...
Mosca-das-frutas
Janela ou bloco
1ª 2ª 3ª Aplicação
4ª 5ª 6ª Aplicação
7ª 8ª 9ª Aplicação
Janela de aplicação
± 30 dias
3A
1B
5

25. Considerações importantes sobre o manejo da resistência aos inseticidas
Siga as orientações da
bula/rótulo dos produtos
Evitar produtos cuja resistência
foi relatada nas proximidades
Trocar informações com os vizinhos para
combaterem juntos a ameaça da resistência

26. Controle cultural
Controle químico
Controle mecânico
Controle biológico
Implementação de táticas de MIP
Como o
MIP
funciona
Adotar práticas de
Manejo Integrado
Considerações importantes sobre o manejo da resistência aos inseticidas

27. Considerações importantes sobre o manejo da resistência aos fungicidas
•Utilizar a rotação de fungicidas com mecanismos de ação distintos.
•Utilizar o fungicida somente na época, na dose e nos intervalos de aplicação
recomendados no rótulo/bula.
•Incluir outros métodos de controle de doenças (ex. Resistência genética, controle cultural,
biológico, etc.) dentro do programa de Manejo Integrado de Doenças (MID) quando
disponíveis e apropriados.
•Sempre consultar um Engenheiro Agrônomo para orientação sobre as recomendações
locais para o manejo de resistência.
O uso de sementes sadias, variedades resistentes, rotação de culturas, época adequada
de semeadura, adubação equilibrada, fungicidas, manejo da irrigação e outros, visam o
melhor equilíbrio do sistema.

28. • Medidas preventivas: usar sementes não contaminadas, limpeza de colheitadeiras após o uso
• Práticas culturais: retardar a semeadura para controlar o maior numero de infestantes,
alternância de culturas.
• Métodos mecânicos: capinas, pastoreio depois da colheita.
• Controle químico: rotação de herbicidas de diferentes modos de ação, observar os níveis de
controle, seguir as recomendações da bula e do rótulo dos produtos
Considerações importantes sobre o manejo da resistência aos herbicidas

29. Obrigado pela atenção!
Eng. Agr. Juracy Caldeira Lins Junior
Pesquisador Epagri/EECd – Entomologia
juracyjunior@epagri.sc.gov.br
(49) 3561-6814