2. Enquadramento
As BPF, são um conjunto de regras a adotar na proteção das culturas no
combate aos seus inimigos, principalmente na utilização dos Produtos fitofarmacêuticos
(PF), de maneira a serem cumpridos os objetivos de segurança, tanto para o aplicador,
como para o consumidor e o meio ambiente.
A eficácia de um produto fitofarmacêutico não se limita apenas à sua
capacidade de combater de forma correta o inimigo da cultura (direta), mas também à
avaliação dos efeitos nefastos da sua utilização (global).
Os principais fatores que interferem na eficácia de um produto
fitofarmacêutico são a sua polivalência, o tipo de formulação, volume de calda, técnica
de aplicação utilizada, concentração, dose, condições nas quais se está a aplicar o
tratamento, oportunidade de tratamento, mistura de produtos, entre outros…
4. Definição
Prática em que os tratamentos fitossanitários são realizados a plantas ou
produtos vegetais, com produtos fitofarmacêuticos, efetuados em conformidade com as
condições homologadas e são selecionados, doseados e aplicados de modo a garantir
uma eficácia aceitável com o mínimo de quantidade necessária e atendendo aos
condicionalismos locais e às responsabilidades de controlo cultural e biológico.
Objetivo geral: capacitar os intervenientes para a tomada de
decisão responsável, de acordo com os condicionalismos do uso de PF, relativamente à
sua eficácia, bem como ao risco para o ambiente.
Ou seja, as boas práticas fitossanitárias, visam a correta utilização dos
produtos fitofarmacêuticos, sem que se coloque em risco o aplicador, a eficácia do
produto, o ambiente, bem como as espécies não visadas. Para que tal aconteça, é crucial
aplicá-lo de acordo com as informações constantes do rótulo.
5. Definição
Desta forma, as BPF, resumem-se a um conjunto de decisões a tomar, de maneira a
que se garanta um controlo eficaz das pragas, doenças e infestantes, com uso mínimo e
adequado dos PF.
Conjunto de recomendações gerais e específicas (por cultura), indicando-nos as
melhores práticas de proteção e que nos orientam sobre a decisão do recurso à utilização de
PF, de quando e de como os utilizar, de forma a assegurar a sua utilização segura e eficaz.
Objetivo final:
Segurança na utilização dos Produtos fitofarmacêuticos;
Proteção fitossanitária das culturas;
LMR (Limite Máximo de Resíduos).
Fonte: regiao-sul.
6. • Identificação dos organismos nocivos a combater e respetivos limites de intervenção;
• Análise e seleção dos meios de luta que podem ser utilizados (luta cultural, luta biológico,
luta química, etc.);
• No caso da luta química, escolha em concreto da substância ativa e respetiva formulação,
o que conduz a um dado Produto fitofarmacêutico com as inerentes condições de uso
preconizadas na homologação e que constam do respetivo rótulo;
• Medidas de segurança para o operador, trabalhadores, utilizadores (sociedade) e ambiente
(solo, água, ar);
• Medidas de segurança para prevenir ou limitar possíveis efeitos sobre espécies ou
organismos não visadas (artrópodes úteis, aves, micro e macroorganismos do solo, peixes
e organismos aquáticos).
Princípios Gerais
7. Boas Práticas Fitossanitárias e Material de aplicação
As BPF não permitem a utilização de doses mais elevadas às que foram
estabelecidas pelo sistema de homologação.
Não é BPF, aplicarem-se volumes muito elevados ou muito reduzidos,
face ao estabelecido nos rótulos, visando assim a redução do escorrimento ao
mínimo possível, protegendo-se assim o meio aquático, o meio edáfico, bem
como a fauna, sem que se coloque em causa a eficácia do tratamento.
As BPF,advertem-nos para a escolha do material a utilizar, bem como às
condições de aplicação, de forma a que a maior parte do produto atinja o alvo,
como o menor desperdício através de escorrimento para o solo ou pela deriva.
8. Boas Práticas fitossanitárias e Material de aplicação
As BPF fomentam a escolha correta do bico adequado, pressão, velocidade, bem
como o volume e a dimensão das gotículas.
As BPF indicam-nos que o material de aplicação deve ser corretamente regulado,
de acordo como o objetivo do tratamento a fim de que a dose adequada seja bem aplicada.
Fonte: planetainformatico
9. Regras Gerais para Obter uma boa Aplicação de PFs
Devemos escolher de entre os produtos aprovados para a finalidade pretendida,
aquele que se considere mais adequado, quanto à sua eficácia biológica, devendo a nossa
escolha recair no menos tóxico, devendo sempre ser cumpridas as indicações constantes no
rótulo para a sua utilização;
Devemos sempre utilizar as concentrações e as doses recomendadas no rótulo,
não as excedendo;
Devemos selecionar o EPI (equipamento de proteção individual), de acordo
com as informações constante no rótulo do produto, bem como a sua devida utilização. As
recomendações são efetuadas de acordo com a toxicidade do produto, do tipo de
operação (manipulação, preparação da calda, aplicação) e do tipo de aplicação.
10. Regras Gerais para Obter uma boa Aplicação de PFs
O operador deve sempre escolher o momento adequado para efetuar as aplicações, de
acordo com com a fenologia ou desenvolvimento da cultura, devendo evitar efetuar tratamentos
com condições meteorológicas adversas tais como, chuva, vento, horas mais quentes do dia;
Efetuar a colheita dos produtos após ter decorrido o intervalo de segurança.
Nunca efetuar os tratamentos com temperaturas demasiado baixas ou demasiado
elevadas. As temperaturas ideais para se efetuar os tratamentos são estão compreendidas entre os
6 e os 20º C;
Outro fator de extrema importância é a velocidade do vento, uma vez que diminui os
riscos de deriva, deste modo, a velocidade do vento deverá situar-se abaixo dos 10 Km/h.
11. Mede a relação entre os resultados obtidos e os objetivos pretendidos, ou seja,
ser eficaz é conseguir atingir um dado objetivo.
A eficácia é avaliada tendo em conta os efeitos positivos e negativos de um
PF, correspondendo desta forma à fitotoxicidade de um PF sobre o alvo biológico a
combater
Efeitos Positivos
Controlo da praga ou efeito a obter
Eficácia
Fonte: sebrae.ms
12. Efeitos negativos
• Fitotoxicidade/produção;
• Artrópodes auxiliares
• Culturas seguintes
• Culturas adjacentes
Resistência
Em situações em que se verifique que os efeitos negativos são superiores aos
positivos, então o produto deixa de ser eficaz. No entanto, esta questão não deve ser vista
isoladamente, pois não se pretende apenas que o produto controle a praga e/ou a doença.
Eficácia
Fonte: greenmebrasil
13. Fatores que Intervêm na Eficácia
• Finalidades (polivalência, seletividade…);
• Tipo de formulação (pós molháveis são menos eficazes que
outras formulações…);
• Volume de calda;
• Técnica de aplicação;
• Dose/concertação;
• Condições de aplicação (ambientais…);
• Oportunidade de tratamento;
• Mistura de produtos
14. Fatores que Intervêm na Eficácia
Produto
• O produto a utilizar deve ser sempre o indicado para o objetivo pretendido;
• Quanto mais produto atingir o alvo, maior a eficiência em termos de custo;
• A quantidade de produto depositado por unidade de superfície e o padrão de
distribuição são fatores para a obtenção de uma eficácia elevada;
• Um depósito uniforme conduz a uma proteção melhor e mais robusta.
15. Fatores que Intervêm na Eficácia
Aplicação
Deve-se garantir a correta aplicação e deposição do produto no alvo visado.
Uma correta aplicação é um pré-requisito para a obtenção do melhor resultado
uma vez que:
• A qualidade da aplicação é um fator limitante do desempenho do produto;
• A existência de gotas que não atingem o alvo visado:
• São gotas a menos no controlo;
• Podem ter um impacto indesejável no ambiente;
• Economicamente desvantajoso para o agricultor.
Fonte: planetainformatico
16. Fatores que Intervêm na Eficácia
Aplicação
Equipamento adequado e com manutenção adequada – Verificação e
manutenção regular de bicos; filtros; manómetro, bomba, maquinaria equipada de
acordo com o uso pretendido;
Equipamento Calibrado – Calibração do caudal, fluxo do ar, velocidade
e direção, etc;
Dose de PF e volume de pulverização corretos – De acordo com a
cultura, estado fenológico, equipamento de pulverização e condicionalismos locais.
17. Fatores que Intervêm na Eficácia
Timing
A aplicação ser realizada na altura correta.
• O inimigo da cultura atingiu o Nível Economico de Ataque;
• Modo de ação do PF;
• Condições meteorológicas:
• Precipitação;
• Temperatura;
• Vento;
• Humidade Relativa.
Fonte: coucieiro
18. Tomada de decisao na aplicação
Avaliação de todos os meios de luta disponíveis a utilizar e qual o
momento mais adequado para se impedir e/ou minimizar os prejuízos, não
desejados, provocados pelos inimigos das culturas.
Quando nenhum outro meio de proteção, ou outros em conjunto, foram
eficazes na limitação das populações dos inimigos das culturas, e quando se opta
por realizar um tratamento químico, este deverá ser efetuado tendo em conta um
problema que cada vez mais assume grande importância, a resistência.
Devemos, então, evitar a resistência e saber quais os meios que temos
disponíveis para evitar tais problemas.
19.
20. Resistência
“é a capacidade genética de alguns
biótipos de espécies de inimigos das
culturas (pragas, doenças, infestantes…)
que, no âmbito de uma população dessa
espécie, sobrevivem a um tratamento
pesticida que, em condições normais,
combate eficazmente essa espécies”
Fonte: brasildefato
21. Recorrer a estratégias anti-resistência
“Quando o risco de resistência a uma medida fitossanitária for conhecido e quando
o nível de organismos nocivos exigir a aplicação repetida de produtos
fitofarmacêuticos nas culturas, deverá recorrer-se às estratégias anti-resistência
disponíveis para manter a eficácia dos produtos. Tal poderá incluir a utilização de
vários produtos fitofarmacêuticos com diferentes modos de ação. É, portanto,
recomendável alternar produtos fitofarmacêuticos de diferentes famílias ou grupos
químicos, desde que estejam autorizados para a mesma finalidade e associar outros
métodos de controlo, quando existam”
(CÓDIGO DE CONDUTA NA APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS, 2020)
22. Herbicidas
• Praticar a rotação cultural;
• Alternar produtos fitofarmacêuticos com modos de
ação diferentes;
• Limitar o número de aplicações com herbicidas
simples;
• Não deve ser ultrapassado o número máximo de
tratamentos prescritos no rótulo;
• Devem ser respeitadas as doses recomendadas no
rótulo;
• Deve ser regulado (pressão) e calibrado (volume de
calda) adequadamente o equipamento de
pulverização de acordo com as indicações do rótulo. Fonte: camaroteleonino
23. Fungicidas
• Efetuar estratégias preventivas;
• Efetuar a alternância dos produtos fitofarmacêuticos com
modos de ação diferentes;
• Não deve ser ultrapassado o número máximo de
tratamentos prescritos no rótulo;
• Devem ser respeitadas as doses e
concentrações recomendadas no rótulo;
• Deve ser garantida uma boa qualidade na aplicação, de
forma a que seja efetuada uma correta cobertura de todos
os órgãos da planta.
Fonte: mundohusqvarna
24. Inseticidas
• Devem ser adotadas práticas naturais de limitação das
pragas (rotação de culturas; utilização de variedades
resistentes; destruição de restos de culturas; eliminação
de hospedeiros das pragas…) e medidas de controlo
biológico, sempre que possível;
• Devem ser respeitadas as doses e
concentrações recomendadas no rótulo;
• Em situações em que se verifique quebra da eficácia
deve mudar-se para um produto com outro modo de
ação;
• Devemos apenas efetuar os tratamento apenas quando se
atinge o nível económico de ataque (NEA);
Fonte: promip.agr
25. Inseticidas
• As pragas devem ser controlas no seu estádio mais sensível;
• Sempre que possível devem ser utilizados produtos mais seletivos e que não afetem os
insetos auxiliares;
• Alternar produtos fitofarmacêuticos com modos de ação diferentes;
• Não deve ser ultrapassado o número máximo de tratamentos prescritos no rótulo;
Fonte: agropos