2. Fundamentos de
Fisioterapia
• CONCEITO:
• A fisioterapia é definida como a ciência
da área da saúde que estuda, avalia,
previne e trata os distúrbios do
movimento humano gerados por
traumas, alterações genéticas ou
doenças adquiridas.
Capítulo I: Introdução
3. Fundamentos de
Fisioterapia
• Pequeno Histórico:
• Na antiguidade (entre 4000 a.c. e 395
d.c) o ser humano utilizava-se dos
recursos naturais na tentativa de melhorar
os sintomas (principalmente a dor)
causados por traumas, infecções, etc...
Capítulo I: Introdução
4. Fundamentos de
Fisioterapia
• ÁGUA: Fontes termais são utilizadas pelo
homem com o objetivo terapêutico a
milhares de anos (tanto a água fria como a
quente).
Capítulo I: Introdução
5. Fundamentos de
Fisioterapia
• Lúz: Antigos hieróglifos egípcios
apresentam a figura do faraó sendo
iluminado pelos raios solares numa espécie
de “terapia” ou benção.
Capítulo I: Introdução
6. Fundamentos de
Fisioterapia
• Peixes elétricos:
• 5000 a.C. – Os egípcios sabiam da capacidade do bagre do Nilo de
emitir correntes elétricas e o tinham como uma divindade.
• A primeira dinastia egípcia surgiu em 3150, e o primeiro rei foi o
Imperador Narmer (que significa catfish, ou bagre).
• 300 a.C. – Aristóteles verificou que o peixe elétrico produz
entorpecimento nas mãos (torpor = torpedo)
42 a.C. – Scribonius Largus, médico do exército do imperador
romano Claudius, escreveu tratados de farmacologia e testou a
aplicação de peixe elétrico na cabeça para dor de cabeça e para
artrite gotosa: “As dores de cabeça, inclusive as crônicas e
insuportáveis, são tratadas com a aplicação do peixe elétrico vivo
sobre o local da dor, com a chegada da dormência, o peixe deve
ser removido”.
• 1551 – Girolano Cardano, físico italiano, definiu que a atração
exercida pela magnetita era diferente do âmbar. Chamou esta
atração de Força Elétrica.
Capítulo I: Introdução
Bagre elétrico do nilo
7. Fundamentos de
Fisioterapia
• Com o passar dos tempos
Houveram evoluções nos
tratamentos e isso se deu a partir
do momento em que estudiosos
passaram a compreender as
patologias e tratá-las não só para
curá-las, mas também para
preveni-las.
Capítulo I: Introdução
8. Fundamentos de
Fisioterapia
• Nos séculos XV e XVI durante o
renascimento observou-se que os elementos
utilizados pelos homens pré-históricos para
se “livrarem” da dor, constituíam os
princípios básicos da ciência fisioterápica na
atualidade.
• - Massoterapia (massagens);
• - Exercícios físicos;
• - Hidroterapia (tratamento com água).
Capítulo I: Introdução
9. Fundamentos de
Fisioterapia
• Início do Séc XVIII: O
Doutor Alemão
radicado na Dinamarca
Christian Gotlieb
Ludwig Kratzenstein, é
o pioneiro a aplicar
eletricidade estática
com um gerador a
fricção em uma
paciente que
apresentava paralizia
do nervo ulnar obtendo
uma resposta contrátil.
Capítulo I: Introdução
10. Fundamentos de
Fisioterapia
• O Gymnasticon era uma máquina do exercício
adiantada que assemelha-se a uma bicicleta
estacionária, inventada em 1796 por Francis
Lowndes.
• Sua função era exercitar as articulações, "em
todas as partes do corpo de uma só vez, ou
parcialmente”.
Capítulo I: Introdução
11. Fundamentos de
Fisioterapia
• O Gymnasticon emergiu da ciência
recentemente desenvolvida da ortopedia,
originada por Nicolas Andry em 1741.
• Foi um exemplo precoce de uma série de
novas tecnologias na ginástica que levaria ao
desenvolvimento da fisioterapia no século XIX
Capítulo I: Introdução
“A árvore de Andry”
símbolo criado por
ele e que é utilizado
pela ortopedia.
12. Fundamentos de
Fisioterapia
• Nos séculos XVIII e XIX, com o advento
do tear mecânico e as primeiras
máquinas (revolução industrial),
ocorrem muitas mudanças importantes
que irão corroborar com o surgimento
da fisioterapia como profissão.
• - Transformação social;
• - Crescimento das cidades;
• - Sanitarismo precário;
• - Altas jornadas de trabalho;
• - Condições alimentares insatisfatórias.
Capítulo I: Introdução
Condições de trabalho precárias na revolução
industrial
13. Fundamentos de
Fisioterapia
• Isso fez com que surgissem
muitas doenças advindas dos
aglomerados humanos e também
doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho.
Capítulo I: Introdução
Nova York – 1828 – pode-se observar ruas não
pavimentadas e sujeira.
14. Fundamentos de
Fisioterapia
• Per Henrik Ling é conhecido como o Pai
da “ginástica sueca”, fundou o “Real
Central Instituto de Ginástica” em 1813
para manipulações e exercícios.
• É considerado também o introdutor da
Educação Física moderna.
Capítulo I: Introdução
15. Fundamentos de
Fisioterapia
• A “Eletroterapia” – Por volta de 1883, Guileaume
Duchenne que é considerado o “Pai” da
eletroterapia, fazia experimentos técnicos com
correntes galvânicas, contraindo a musculatura
da face de pacientes que sentiam dores de
cabeça, abrindo espaço para novas técnicas de
tratamento.
Capítulo I: Introdução
16. Fundamentos de
Fisioterapia
• Século XIX: surgem as primeiras
especializações médicas.
• Oscilações da fisioterapia:
• Atuação curativa na antiguidade.
• Atuação preventiva durante o renascimento.
• Novamente um direcionamento curativo
durante a industrialização.
Capítulo I: Introdução
17. Fundamentos de
Fisioterapia
• Período de industrialização: (Séc XX)
• Com o advento das grandes guerras, aumenta a
necessidade das nações envolvidas no conflito,
por mão de obra especializada em reabilitação de
mutilados e sequelados.
Capítulo I: Introdução
“Os jogadores de Baralho” –
Otto Dix – 1920.
18. Fundamentos de
Fisioterapia
• No Brasil:
• A Fisioterapia iniciou-se no Brasil em
1929 na Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo.
• Primeiro Curso Técnico de
Fisioterapia começou a ser
ministrado no ano de 1951, sendo
oferecido pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP).
• Devido aos elevados índices de
acidentes de trabalho.
Capítulo I: Introdução
19. Fundamentos de
Fisioterapia
Capítulo I: Introdução
Em 1958 a Lei 5.029 criou anexo à Cadeira de Ortopedia e Traumatologia da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o Instituto Nacional de
Reabilitação (INR).
Projeto da Organização Mundial da Saúde, Organização Panamericana de Saúde
e World Confederation for Physical Therapy.
Foi neste Instituto que se iniciou o primeiro Curso de Fisioterapia com padrão
internacional mínimo e duração de dois anos.
Alguns anos mais tarde, na portaria no 347 de 7 de abril de 1967, a Universidade
de São Paulo regulamenta os cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do
Instituto de Reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo.
20. Fundamentos de
Fisioterapia
• No fim dos anos 60: Ocorre no Rio de Janeiro uma
passeata pela regulamentação da profissão de
fisioterapêuta.
• O decreto Lei 938 de 13 de outubro de 1969 rege
que os fisioterapeutas diplomados por escolas e
cursos reconhecidos são profissionais de nível
superior.
• Nos anos 70:
• O presidente Ernesto Geisel cria o Conselho
Federal de Fisioterapia (COFFITO) e o
Conselho Regional de Fisioterapia e T.O.
(CREFITO), através da Lei 6316 de 17/12/1975.
Capítulo I: Introdução
21. Fundamentos de
Fisioterapia
Capítulo I: Introdução
Parecer da comissão de constituição e justiça de análise da profissão em 30
de Agosto de 1971, tentando anular o Decreto de 13/10/1969.
22. Fundamentos de
Fisioterapia
• A prática, de tentar impedir o livre exercício da Fisioterapia e da Terapia
Ocupacional é recidivante e tem sido sistematicamente rechaçada, mas
pertence a outro capítulo da história.
• Passaram-se seis anos, quando em 1975, no governo do Presidente
Ernesto Geisel foi sancionada a Lei Nº 6.316, criadora do Conselho
Federal e dos Conselhos Regionais de Fisioterapia e de Terapia
Ocupacional. Esses seis anos foram de muita atividade junto aos políticos,
cabendo a Associação dos Fisioterapeutas de Brasília – AFIBRA mais uma
vez, por sua localização estratégica, um papel de destaque.
• O CLUBE DOS 500
• o apoio prometido e divulgado pelas autoridades do Ministério do
Trabalho, ressalte-se, não incluía liberação de recursos financeiros para a
instalação do Conselho Federal e muito menos para os Regionais. Foi
nesse momento que se instituiu o Clube dos 500, a saída encontrada
pelas lideranças da classe com apoio das associações estaduais que
passaram a arrecadar de seus associados a importância de CR$ 500,0
(quinhentos cruzeiros), moeda corrente na época.
Capítulo I: Introdução
23. Fundamentos de
Fisioterapia
• A configuração inicial do Sistema Autárquico Federal
COFFITO/CREFITO comportava três Regionais, com
sedes respectivamente em Recife – CREFITO 1, Rio
de Janeiro – CREFITO 2 e São Paulo CREFITO 3.
Curioso é observar que os primeiros presidentes dos
três Regionais eram Pernambucanos, dois deles,
Geraldo Barbosa e Célia Cunha graduaram-se pela
Universidade Federal de Pernambuco, enquanto Ruy
Gallart graduou-se pela Escola de Reabilitação do Rio
de Janeiro – ERRJ.
Capítulo I: Introdução
24. Fundamentos de
Fisioterapia
• Em 1984 surge a primeira unidade de
Fisioterapia da América do Sul, com a criação
do Serviço de Fisioterapia do Hospital da
Santa Casa de Misericórdia, equipado com
equipamentos de Hidroterapia e
Eletroterapia.
Capítulo I: Introdução
25. Fundamentos de
Fisioterapia
• Nesse mesmo ano o Presidente João
Figueiredo sofre com uma hérnia discal e
procura tratamento com um fisioterapeuta
Quiropata obtendo relativo sucesso com o
tratamento e isso dá um valioso impulso a
profissão (mídia).
Capítulo I: Introdução
26. Fundamentos de
Fisioterapia
• O simbolismo envolvido na figura que
representa a fisioterapia não se
restringe apenas a “serpente verde,
símbolo da saúde e raio amarelo,
símbolo da iluminação.”
• O símbolo brasileiro foi inicialmente
elaborado pelo fisioterapeuta Carlos
Alberto Esteu Tribuzy, em 1965, e era
ligeiramente diferente da atual.
Capítulo I: Introdução
27. Fundamentos de
Fisioterapia
• O símbolo da fisioterapia, nos padrões
que conhecemos hoje, foi definido em
fevereiro de 2002, e é basicamente
composto por duas serpentes
entrelaçadas em espiral em volta de um
raio.
• Vale notar que esta imagem está inserida
em uma moldura, mais exatamente um
camafeu de fundo branco.
Capítulo I: Introdução
28. Fundamentos de
Fisioterapia
• Simbologia da imagem: De forma geral, a
serpente representa o poder, a ciência, a
sabedoria e a transmissão do conhecimento
compreendido de forma sábia.
• Também é um símbolo da cura porque
periodicamente abandona sua pele velha e
aparentemente renasce, da mesma forma que
os médicos removem a doença dos corpos e
rejuvenescem os homens, e além disso, a
serpente é um símbolo de atenção concentrada,
o que era requerido dos curadores.
• A serpente é um símbolo que acompanha todas
as divindades médicas.
Capítulo I: Introdução
29. Fundamentos de
Fisioterapia
• O símbolo das duas serpentes, a direita e a
esquerda, são de aspecto simbólico com o
diurno e o noturno, o benéfico e o maléfico.
• Elas simbolizam o equilíbrio das tendências
contrárias em torno do eixo do mundo.
A simetria bilateral, como a balança de Libra,
expressa sempre a mesma idéia de equilíbrio
ativo, de forças adversárias que se contrapõem
para dar lugar a uma forma estática e superior.
• Destaca-se a ambivalência no aspecto duplo da
cura e da ameaça, lembrando a grande máxima
médica, de Hipócrates, “Primo non nocere”, ou
seja, “primeiro não lesar”.
Capítulo I: Introdução
30. Fundamentos de
Fisioterapia
• Asclépio filho de Apolo e Corônis, dotado de
capacidades (principalmente sentido de observação),
cedo superou o seu mestre (centauro Quíron que o
ensinou a caçar e a arte da cura) em matéria de
conhecimentos médicos.
Numa de suas visitas a pacientes em seu templo, uma
serpente enrolou-se em seu cajado. Apesar do
esforço para retirá-la, a serpente tornava a enrolar-se
no cajado onde permaneceu. Asclépio, que era o
deus da medicina, teve em seu cajado com uma
serpente enrolada, o símbolo da atividade médica.
Capítulo I: Introdução
31. Fundamentos de
Fisioterapia
• Asclépio foi sumariamente eliminado
por Júpiter, atendendo pedido de
Hades.
• Para isso Júpiter utilizou RAIOS
forjados pelos Ciclopes.
• Após sua morte Asclépio é recebido
como um deus no Olimpo, passando
a partir de então a ser visto nas
noites do hemisfério boreal, sob a
forma de uma constelação
denominada Ofiúcio ou Serpentário.
Capítulo I: Introdução
32. Fundamentos de
Fisioterapia
• A Fisioterapia no Brasil está representada
oficialmente por um raio com duas serpentes
verdes entrelaçadas e incrustadas num camafeu
de fundo branco, proporcionando um impacto
visual de grande força, movimento contido e de
rara beleza.
• Nele as serpentes se confrontam e apesar disso
permanecem estáticas diante do RAIO
CICLÒPICO (Lembram da morte de Asclépio?),
enigmático em sua dualidade, pois ao mesmo
tempo é mortífero e potencialmente
recuperador da ação do movimento humano,
figurando como símbolo da eletrotermoterapia.
Capítulo I: Introdução
33. Fundamentos de
Fisioterapia
• O Raio: Desde a antiguidade os raios são
vistos como uma manifestação do poder
divino. Seu efeito pode ser “benéfico”
enquanto luz e força, ou “maléfico” como
aniquilador e destrutivo. Mais uma vez
encontramos aqui uma referência ao
equilíbrio entre opostos.
• “O raio, com seu brilho intenso, é uma
forma, utilizada desde a antiguidade para
transmitir e identificar, de forma
consciente, os valores e práticas corretas
de vida”.
Capítulo I: Introdução
34. Fundamentos de
Fisioterapia
• O Camafeu: A palavra ‘camafeu’
provavelmente origina-se do latim
cammaeus, que quer dizer pedra
entalhada ou esculpida.
• Trata-se de um item de joalheria (no
sentido de ser uma jóia ou
preciosidade).
Capítulo I: Introdução
35. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Rebelato, JR, Batoné, SP. Fisioterapia no Brasil – perspectivas de evolução como campo
profissional e como área de conhecimento. Editora Manole Ltda, São Paulo, 1987.
• BRASIL. Resolução 80, de 21 maio, 1987. Dispõe sobre a fisioterapia. Conselho Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Disponível em: <http://www.coffito.org.br>. Acesso
em: 18 out. 2002.
• BRASIL. Decreto Lei nº 938, de 13 outubro, 1969. Dispõe sobre as profissões de
fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Disponível em:
<http://www.crefito2.com.br/index1.htm>. Acesso em: 10 ago. 2002
• DEMO, P. Desafios modernos da educação. 7. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
• JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
• NOVAES, R. Pequeno histórico do surgimento da Fisioterapia no Brasil. Texto utilizado no
curso de graduação em Fisioterapia, da UNISANTA, pela disciplina História da Fisioterapia
e Ética, em 1998. [Não Publicado.]
Pórtico Babilônico demonstrando massagens
aplicadas aos pacientes.