2. A doença de Chagas é uma parasitose transmitida pelo inseto
chamado “barbeiro”, que deposita suas fezes no sangue da
pessoa. O “barbeiro” é também conhecido como potó,
chupança ou bicudo. Somente o “barbeiro” contaminado
transmite a doença.
Tem esse nome porque foi descoberta pelo médico brasileiro
Carlos Chagas em 1909.
3. O “barbeiro” se esconde em casas de taipa, capim ou palha, e
em galinheiros perto das casas. Como não gosta de luz, ele vive
em lugares onde a temperatura é sempre mais baixa.
4. O barbeiro (inseto) se infecta ao sugar o sangue de um organismo infectado (os
reservatórios naturais: gatos, cachorros, roedores e diversos animais silvestres).
O homem por sua vez, é infectado pelas fezes contaminadas do percevejo pois
enquanto suga o sangue defeca nesse mesmo local.
A infestação também pode ser por transfusão de sangue, transplante de órgãos, ou por
via placentária.
5. O tripanossomo apresenta certa seletividade pela musculatura cardíaca,
causando hipertrofia do coração e determinando disfunção cardíaca. Pode
causar também aumento e disfunção em outros órgãos, como esôfago, baço e
fígado.
O barbeiro pode ser encontrado em ninhos de pássaros, tocas de animais, cascas
de troncos de árvores, montes de lenha e embaixo de pedras. Ocorre também
em galinheiros, chiqueiros, paióis, currais e depósitos. Nas casas esconde-se em
frestas, buracos nas paredes (especialmente nas casas de pau-a-pique), camas,
colchões e baús.
O barbeiro tem hábito noturno, sai à procura de alimento (sangue) e geralmente
pica as pessoas no rosto e lugares descobertos.
6. Nem sempre a pessoa apresenta sintomas. Os sintomas só aparecem
quando a doença ataca o coração, o esôfago ou os intestinos.
Quando a doença ataca o coração, a pessoa pode apresentar dor no
peito, tonturas, desmaios e palpitações.
Quando a doença ataca o esôfago, a pessoa tem dificuldade de engolir,
sobretudo comidas pesadas, e precisa tomar água para ajudar.
E quando ataca os intestinos, a pessoa pode apresentar prisão de ventre
prolongada (muitos dias sem ir ao banheiro).
7. SINAIS E SINTOMAS
Sintomas
A doença apresenta duas fases: Aguda e Crônica.
Fase Aguda
É geralmente assintomática;
Incubação de uma semana a um mês após a picada;
No local da picada pode-se desenvolver uma lesão
volumosa, o chagoma;
Se a picada for perto do olho é frequente a
conjuntivite com edema da pálpebra, também
conhecido por sinal de Romaña;
Outros sintomas possíveis são febre, anorexia, miocardite brandas e mais raramente
Sinal de Romaña em uma menina
também meningoencefalite
procedente de área endêmica no Brasil.
Fonte: Rey (2001).
8. SINAIS E SINTOMAS
Fase Crônica
permanece assintomático durante dez a vinte anos;
Neste período de bem-estar geral, o parasita está a reproduzir-se continuamente em
baixos números, causando danos irreversíveis em órgãos como o sistema nervoso e o
coração;
O fígado também é afetado mas como é capaz de regeneração, os problemas são raros.
O resultado é apenas aparente após uma ou duas décadas de progressão;
No cérebro há frequentemente formação de granulomas. Neste estágio a doença é
frequentemente fatal, mesmo com tratamento, geralmente devido à cardiomiopatia
(insuficiência cardíaca);
Há ainda infrequentemente casos de morte súbita, quer em doentes agudos quer em
crónicos, devido à destruição pelo parasita do sistema condutor dos batimentos no
coração ou danos cerebrais em áreas críticas.
9. SINAIS E SINTOMAS
Formas do Trypanosoma
As duas principais
tripomastigota (formas
(formas intracelulares
multiplicam). Fotos: (A)
formas do Trypanosoma cruzi em hospedeiros vertebrados: A,
sanguíneas aderidas a células musculares cardíacas); B, amastigota
presentes no citoplasma de células musculares cardíacas, onde se
Helene Barbosa, IOC/Fiocruz; (B) Mirian Claudia Pereira, IOC/Fiocruz.
10. CICLO
Ciclo de transmissão do Trypanosoma cruzi (simplificado). Infográfico: Venício Ribeiro, ICICT/Fiocruz.
11. Prevenção
Ainda não há vacina para prevenção
da doença. A prevenção está
centrada no combate ao vetor, o
barbeiro, principalmente através
da melhoria das moradias rurais a
fim de impedir que lhe sirvam de
abrigo. A melhoria das condições
de higiene, o afastamento dos
animais das casas e a limpeza
frequente das palhas e roupas
são eficazes.
12. Prevenção
Deixar borrifar as paredes da casa, o teto, principalmente
se a casa for de taipa (barro), e os galinheiros pelos
agentes da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA.
13. Bibliografia
Argolo,M.A.;Felix,M.;Pacheco,R.;Costa,J.Doenças
de
Chagas e seus Principais Vetores no Brasil. Fundação
Oswaldo Cruz.Programa Integrado de Doença de Chagas
(PIDC). Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2008.
VINHAES, M.C.; DIAS, J.C.P. Doença de Chagas no Brasil.
Cadernos de Saúde Pública16. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2000. p.
7-12.