[1] O documento descreve o processo de produção da farinha de trigo, incluindo as etapas de recepção, pré-limpeza, umidificação, polimento, trituração, peneiração, separação e moagem do grão de trigo. [2] São definidos três tipos de farinha de trigo - integral, especial e comum - com diferentes propriedades nutricionais. [3] Os resíduos gerados no processo como farelo e casca são destinados principalmente à alimentação animal.
4. INTRODUÇÃO
4
⦁ Historicamente o trigo éum dos cereais mais importantes
Sua história inicia-se acerca de 10 ou 12 mil anos
O trigo,principal ingredientenafabricação do macarrão
• O macarrão é bastante consumido em todos os países devido
sua praticidade,economia e variedades de tamanhos e formas
Seu processo de produção da massa consiste basicamente de
mistura,amassamento eprensagem.
5. PRODUTO
5
⦁ A farinha de trigo contém uma proteína sem igualchamadaglúten
⦁ Quando afarinha de trigo é misturada com
água, o glúten forma uma massa elástica e assada em
forno quente,se expande.
⦁ A moagem dafarinha reduz o endosperma para partículaspequenas
(Farinha)
⦁Denomina-se integralse nasua
elaboração o grão inteiro for moído
6. CLASSIFICAÇÃO DA FARINHA E CONTROLE DE
QUALIDADE DO GRÃO DE TRIGO
A Instrução Normativa nº 354 de Jun. 1996 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) define a farinha de trigo como o
produto obtido a partir da espécie Triticum aestivum ou de outras
espécies do gênero Triticum reconhecidas, exceto Triticum durum, a
partir do processo de moagem do grão de trigo beneficiado
(BRASIL, 1996).
10. PONTOS DE AMOSTRAGEM
O tamanho do grão adequado para a moagem e obtenção da farinha de trigo é
aquele cuja dimensão está no intervalo de comprimento de 4,5 – 8,8 mm e de
largura de 2,5 – 3,8 mm, sendo considerados impróprios aqueles que
estiverem fora destas dimensões.
11.
12. ANÁLISES INICIAIS
Assim, procede-se à determinação da umidade, determinação do peso do
hectolitro (PH), força de glúten, e estabilidade.
O teor de umidade recomendável para o trigo é de 15%, podendo os grãos
com umidade superior a esta, serem comercializados desde que não esteja
ocasionando fatores de risco à saúde humana (BRASIL, 1996).
O PH significa quantos kg de grãos de trigo cabem em 100 L, identifica a
finalidade do trigo, está relacionado com o rendimento da farinha, expressa
indiretamente atributos de qualidade de grãos relacionados com a moagem e
é utilizado como medida tradicional de comercialização em vários países
(EMBRAPA, 2009).
A avaliação do teor de glúten permite obter uma estimativa da qualidade e
quantidade de proteína, sendo estas proteínas as gluteninas, gliadinas,
albuminas e globulinas (ZARDO, 2010).
13. PRÉ-LIMPEZA
Na limpeza dos grãos utilizam-se diferentes princípios de separação para eliminar as
impurezas (SOUZA, 2004), sendo elas:
a) Separação pela dimensão do grão: Realizada por uma Peneira Berga e/ou
Granoisichater, onde se separam do trigo as impurezas maiores (palha,
pedra e papel) e as menores (terra, sementes e pó);
b) Separação pela forma (Triagem): Realizada por Discos Cárter, composto
de pequenas conchas inclinadas, cujas dimensões são projetadas para a
seleção de grãos longos, curtos ou redondos;
c) Separação Magnética: Realizada com um imã, responsável pela
separação de resíduos metálicos contidos ou transportados pelo grão;
14. d) Polimento: Realizado por uma polidora horizontal, cuja finalidade é
eliminar impurezas contidas na superfície do grão;
e) Desinfestação: Realizada por uma Máquina de Impacto, consiste na
centrifugação do grão para desinfestação de insetos;
f) Separação Densimétrica: Realizada por um Saca-Pedras, onde são
separadas as pedras contidas no trigo, além das impurezas mais leves.
PRÉ-LIMPEZA
15.
16. CORPOS ESTRANHOS ENCONTRADOS COMO
IMPUREZAS COM MAIOR FREQUÊNCIA NO GRÃO DE
TRIGO:
a) Pó: Produto fino, leve e escuro;
b) Palha: Produto leve de vários tamanhos;
c) Areia: Apresenta alto teor de cinza de cor escura, retirado facilmente em
peneiras e apresenta percentual variado;
d) Ferro: Presente na forma de limalhas, prego, parafusos, entre outros. É
originado das colheitadeiras e máquinas de transporte;
e) Insetos: vivos, mortos ou fragmentados;
f) Grãos de outras espécies: O milho, a Cevada. O Sorgo a Aveia, que em
porcentagens pequenas não afetam a qualidade da farinha.
17. UMIDIFICAÇÃO
Depois de limpo o grão vai passar por uma máquina onde são
umidificados. Esse processo é feito para que a casca do trigo amoleça
e fique fácil fazer a sua retirada.
Processo lento
18. POLIMENTO / DESCASCAMENTO
É feita uma nova limpeza por meio de sucção por ar e, depois, o
polimento do grão, e por conta disso o pó que ainda tiver restado será
todo eliminado.
19.
20. TRITURAÇÃO
O trigo vai agora passar por uma máquina com cilindros que irão
fazer a sua trituração. É uma das partes mais importantes de como é
feita a farinha de trigo. Nesse processo ocorre a separação da parte
branca (endosperma) da casca.
21.
22. PENEIRAÇÃO
O que foi triturado vai agora passar por máquinas grandes que podem
conter até 40 peneiras. Isso vai acelerar o processo e ajudar na
separação do endosperma da casca.
23. SEPARAÇÃO
Por último acontece a liberação completa do endosperma da casca. O
Processo é feito por meio de gravidade e o resultado é a farinha de
trigo e o farelo.
24.
25. IMPORTANTE: OS TRÊS TIPOS DA FARINHA DE
TRIGO.
Além de entender o processo passo a passo de como é feita a farinha
de trigo, é importante que você entenda também que é possível
produzir ao menos três tipos diferentes dela:
• A farinha de trigo integral; (obtida por meio do grão inteiro)
• A farinha de trigo especial; (moída diversas vezes até ficar bem fina
• A farinha de trigo comum. (moída, mas em menor quantidade da
especial e por isso sua qualidade é um pouco inferior).
26. MOAGEM
As propriedades físicas do endosperma, como a dureza, estão diretamente
relacionadas com o processo de moagem, pois definem a intensidade de
amido danificado, tamanho de 6 partícula e o rendimento do processo.
TRITURAÇÃO REDUÇÃO
EXTRAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
1
4
3
2
27.
28.
29. TRITURAÇÃO
Realizada com rolos de moagem estriados com a finalidade de
separação entre o endosperma, a casca e o gérmen, ou seja, são os
estágios de moagem do trigo;
30. EXTRAÇÃO
É realizada por peneiras oscilatórias, responsáveis pela separação dos
materiais moídos após cada um dos rolos de trituração;
31. CLASSIFICAÇÃO
Classifica-se fração semolinas (endosperma na forma de partículas
grosseiras), farinha (transferida para o sistema de coleta) e farelo
(removido do sistema depois dos dois últimos separados do rolo de
trituração);
32. REDUÇÃO
Reduz os fragmentos do endosperma limpo em farinha a partir de um
conjunto de até doze pares de moinhos rolos. Na primeira seção dos
rolos produz farinhas mais brancas destinadas para a panificação;
Na seção intermediária, atua-se sobre estoques de pior qualidade; e os
dois ou três rolos finais produzem farinhas de qualidade inferior, pois
se atuam sobre estoques residuais das duas outras seções citadas;
33. SEMOLINAS
Para a limpeza dos fragmentos do endosperma (semolinas) utilizam-
se os purificadores, onde o ar é aspirado para cima, retirando
qualquer farelo presente
36. Segundo a Instrução Normativa 38 de nov. 2010 do MAPA, na rotulagem
da farinha de trigo é necessário conter as seguintes informações:
a) O tipo da farinha de acordo com a classificação;
b) Denominação de venda do produto, relativas à identificação do produto e
seu responsável;
c) CNPJ e endereço completo do embalador;
d) Identificação do lote por meio de um código chave procedido da letra “L”
ou a data de fabricação, de embalagem ou de prazo de validade;
e) Em produtos importados, além das informações já citadas a cima, este
também deve conter o país de origem e o nome e endereço do importador
37. f) A rotulagem deve ser de fácil visualização e de difícil remoção,
assegurando informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua
portuguesa;
g) A especificação do Tipo de Farinha de Trigo deve ser grafada em
algarismo arábico ou por extenso, quando for o caso, e todos os caracteres
deverão ser do mesmo tamanho, segundo as dimensões especificadas para a
informação relativa ao peso líquido.
38. FARINHA DE TRIGO TIPO 1
A farinha Tipo 1 é produzida a partir da moagem do miolo do grão com
um mínimo de farelo da casca e contém principalmente carboidratos
(amido) e proteínas (glúten). É indicada para a preparação de pães, bolos
e confeitaria em geral, além de massas, como macarrão, pastel, pizza e
folhadas.
39. FARINHA DE TRIGO TIPO 2
A farinha do Tipo 2 é extraída da parte mais externa do grão do trigo
(próxima da casca) apresenta uma coloração mais escura e amarelada,
com grãos mais grossos e que absorvem menor quantidade de água. É
utilizada para a confecção de biscoitos com ou sem recheio e cookies.
40. PROPRIEDADES E BENEFÍCIOS
É indicada para ser consumida no dia a dia, pois contribui para a digestão
e manutenção da boa forma.
Fonte de carboidratos, também ajuda a espantar a insônia e a ansiedade,
aumenta a capacidade de concentração e a disposição física, reduz o risco
de doenças coronárias
Mantêm a flora intestinal saudável e controla os níveis de colesterol.
42. FARINHA DE TRIGO TIPO 3- INTEGRAL
A farinha integral é feita a partir da moagem do grão completo, por isso
tem alta quantidade de fibras que promove maior absorção de água - daí a
necessidade de aumentar cerca de 30% a quantidade de água nas receitas
à base de farinha integral. Indicada para massas mais consistentes, como
pão integral e de centeio, bolos de frutas e cereais.
43. PROPRIEDADES E BENEFÍCIOS
Fonte de fibras;
Possui altos teores de vitaminas, sais minerais e proteínas, fatores
que ajudam a reduzir o estoque de gordura no abdômen e diminuir os
riscos de doenças cardíacas.
49. Do plantio ao consumo, o trigo passa por várias etapas, transformando-se e
chegando à mesa do consumidor através de inúmeros produtos diferenciados
• Não misturar grãos de cultivares diferentes;
• Não misturar grãos com índices de queda diferentes;
• Controlar a umidade na recepção dos lotes;
• E não misturar lotes com teores de umidade diferentes.
• Durante a secagem, não utilizar temperatura superior a 60 °C, pois a queima
resulta em "perda irreversível" da qualidade do produto.
• Controlar insetos e pragas no armazenamento e procurar órgão oficial para a
classificação do produto.
50. A qualidade de grãos e farinhas de cereais é determinada por uma variedade de
características que assumem diferentes significados dependendo da designação de
uso ou tipo de produto. Estas características podem ser divididas em FÍSICAS,
QUÍMICAS ENZIMÁTICAS E REOLÓGICAS
Testes físico-químicos
o Peso do hectolitro, Peso de mil grãos,
o Dureza de grãos, Proteínas, Cinzas ou resíduo mineral fixo.
o Número de queda.
51. Os testes reológicos utilizados na análise de qualidade do trigo pelo mercado são:
Número de queda (FN): Este método mede a intensidade de atividade da
enzima α-amilase no grão, sendo o resultado expresso em segundos.
Enzima
FN
FN
Enzima
Germinação
da espiga do trigo
52. Teor de glúten (glúten seco e úmido): O glúten é constituído por uma massa
viscoelástica tridimensional que proporciona as características físicas e
reológicas de plasticidade, viscosidade e elasticidade importantes para a
massa
O teste de glúten fornece a medida quantitativa dessas proteínas. De
acordo com Mandarino (1993), o coeficiente de hidratação do glúten,
que pode ser determinado a partir da operação de secagem para se
obter o glúten seco, corresponde à quantidade de água eliminada
durante o processo de secagem na estufa.
53. Alveografia: Este teste simula o comportamento da massa na fermentação. As
características viscoelásticas da farinha de trigo podem ser avaliadas por
diferentes parâmetros da alveografia.
• Maior ou a menor capacidade de uma farinha de
sofrer um tratamento mecânico ao ser misturada
com água.
• Também é associada à maior ou à menor
capacidade de absorção de água pelas proteínas
formadoras de glúten.
“Força de
uma
farinha”
55. Quando a farinha de trigo não apresenta características tecnológicas
adequadas para a produção de um produto, é de interesse da indústria
encontrar meios que modulem sua funcionalidade para obter produtos
com a qualidade esperada
COMPORTAMENTO REOLÓGICO DA FARINHA DE TRIGO
O GV é obtido como coproduto da lavagem da massa de farinha de trigo para
obtenção do amido de trigo
56. PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO GV
(i) desnaturação proteica pela elevada temperatura
utilizada; e
(ii) (ii) deterioração do glúten hidratado por ação de
enzimas proteolíticas
Altas forças de
cisalhamento
Baixos valores
de pH (< 6,0)
Etapa de secagem
+ Crítica
57. Avaliar as propriedades reológicas da farinha de trigo é importante para verificar o
comportamento da rede de glúten na massa e na qualidade do produto finalizado
Após a mistura da farinha com a água, tem-se a formação da massa, que consiste
em um corpo em estado particular, onde coexistem os estados sólido, líquido e
gasoso. Na massa, todos os componentes da farinha e os demais ingredientes
perdem sua individualidade, modificando suas propriedades mecânicas e plásticas.