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As Contribuições do Gestor Escolar na Formação de sua Equipe e
no Ensino Aprendizagem na Creche Paroquial Irmã Ivone Mcnulty.
Elisabete Dias de Souza Silva*
Rose Neyde Cunha Sousa Lima**
RESUMO
O presente trabalho foi elaborado a partir de um projeto de intervenção e tem como
objetivo analisar o verdadeiro papel do gestor na formação de sua equipe focando a
relação ensino aprendizagem. Ao longo das reflexões são explanadas questões
como: o papel do gestor no processo de formação e a importância do brincar para
crianças da educação infantil, visto que o gestor como sujeito co-responsável deve
incentivar e garantir tais práticas no ambiente escolar. O professor deve ser
pesquisador de sua própria prática, com olhares críticos sobre o que faz e pensa
para renovar o seu fazer pedagógico, onde confrontará a teoria com a prática, para
que este não perca o seu objetivo principal, o bom desempenho dos alunos. Por
meio de pesquisas in loco observou-se que o brincar é fundamental no trabalho da
educação infantil, pois é o meio pelo qual as crianças desenvolvem ludicamente com
muito prazer. Através de formações continuada ao longo do ano, onde gestor
juntamente com o coordenador pedagógico assume o papel de formadores de sua
própria equipe, quebrando paradigmas de uma gestão meramente administrativa,
transformando concepções, ressignificando a prática dos professores contribuindo
assim para um ensino e aprendizado de qualidade, respeitando o direito da criança
de viver sua infância em plenitude atrelada com prazer e de aprender brincando.
Palavras-chaves: gestor escolar, formação continuada, brincar e educação infantil.
*
Graduada em Normal Superior pela Educont-Unitins. Coordenadora pedagógica da Creche
Paroquial Irmã Ivone Mcnulty.
**
Graduada em Normal Superior pela Faculdade Integrada de Ensino Superior de Colinas -
FIESC. Gestora da Creche Paroquial Irmã Ivone Mcnulty.
1. Introdução
Este artigo é resultado de um projeto de intervenção realizado na Creche
Paroquial Irmã Ivone Mcnulty em Colinas do Tocantins, o mesmo visa à
transformação da prática docente, para tanto o papel do gestor Escolar na Formação
de sua Equipe e no ensino aprendizagem é vital para garantir o cumprimento da
função educativa.
Neste sentido, é importante o papel do gestor no processo de formação de
sua equipe, onde o mesmo é responsável por orientar e direcionar a equipe ao
caminho da organização, com olhos para realidade de cada docente, incentivando
todos a assumirem seu papel e estarem abertos a debates e até mesmo mudanças
quando necessário. Para tanto é imprescindível que o gestor invista na formação
continuada em serviço com base na sua realidade, para melhorar o desempenho de
seus profissionais e consequentemente oferecerem um bom atendimento
educacional às crianças, pois o gestor que preocupa em garantir uma educação de
qualidade investe e proporciona suporte à sua equipe, para que haja mudanças
efetivas que resulta em benefícios imediatos as crianças, pois o foco da formação é
direcionado as dificuldades vivenciadas em sala, onde juntos buscam soluções para
sua problemática.
O gestor de educação infantil, além de investir na formação de sua equipe
precisa também ter um olhar especial sobre a importância do brincar nessa fase de
desenvolvimento, visto que a brincadeira é uma linguagem, através da mesma a
criança manifesta desejos e pensamentos além de ser a primeira forma de cultura.
Ao mesmo tempo desenvolve a criança de forma integral e torna o ensino
aprendizagem dinâmico e significativo. A brincadeira é a atividade principal na
Educação Infantil por isto é necessário garantir na rotina escolar, sendo
desenvolvida de forma planejada e não somente como passa tempo.
O brincar não proporciona só um meio real de aprendizagem como permite
também que adultos perceptivos e competentes aprenda sobre as crianças e suas
necessidades. Nesse sentido, o papel do adulto é de fundamental importância no
desenvolver da brincadeira, sendo sua participação crucial para que a mesma
aconteça com sucesso, pois é responsabilidade do professor preparar o ambiente,
2
garantir o tempo e os materiais que permita a participação de todas as crianças nas
brincadeiras.
2. Gestor de Educação Infantil – foco na formação e no brincar
Tradicionalmente os gestores e coordenadores pedagógicos de educação
infantil, buscam resolver as demandas burocráticas, tendo dificuldades de atender o
primordial que é a qualidade do trabalho com as crianças. O grande desafio está
justamente em priorizar e selecionar o foco de sua ação nos aspectos gerenciais
diretamente ligados às questões educativas. Neste sentido, Teixeira (2008) aponta
que a gestão escolar está se tornando um elemento essencial nas reflexões que
buscam mudanças significativas na escola.
Supervisionar diariamente as atividades desenvolvidas na creche é um dos
focos de fundamental importância no trabalho do gestor. Para tanto, faz-se
necessário à criação de rotinas de supervisão que permita acompanhar o que ocorre
em todos os grupos e espaços da instituição, como por exemplo: organização do
espaço, rotina do brincar através do acompanhamento do planejamento do
professor, limpeza da creche, manutenção de livros, materiais e brinquedos.
É importante salientar que após esta “caminhada” para diagnosticar as
necessidades é essencial fazer a devolutiva para a equipe, seja em momentos de
reuniões ou até mesmo em particular, buscando socializar os pontos fortes bem
como as fragilidades encontradas, de forma que todos se sintam responsáveis e
participam ativamente nas tomadas de decisões.
O papel da educação e do educador infantil concretiza-se no ideal de
recuperação da infância perdida nos tempos modernos para inserir a criança no
mundo do conhecimento, na condição de ser alfabetizado na leitura de mundo, na
leitura interpretada de tudo o que está ao seu redor sem perder a natureza, a magia,
a fantasia, o mundo maravilhoso do ser criança e propiciar desenvolvimento integral,
seguro e significativo.
Portanto a Educação Infantil significa a convicção de que novos tempos
podem ser pensados para a sociedade; desenvolvendo e realizando pessoas mais
completas, seres mais íntegros que saibam exercer seus papéis enquanto ser
3
pessoa, ser social, ser histórico, ser cultural, novos tempos em que o ser humano
possa viver a plenitude de todas as etapas da vida, realizando-se e tendo uma
atividade intensa, uma vivência clara do que seja ser criança e viver a infância.
Atualmente há uma grande preocupação devido à maioria das creches e
escolas infantis adotar o modelo escolar. A socialização pela brincadeira fica
ausente deste modelo, que prioriza a escolarização e a aquisição de rudimentos de
escrita e cálculo. Poucos são os espaços para brincadeiras. Os horários seguidos,
atividade padronizada e poucas oportunidades para que as próprias crianças
escolham suas brincadeiras.
O professor tem papel fundamental para planejar o ambiente. Ele é a peça
chave, deve ser encarado como elemento essencial para garantir o sucesso desse
processo. Pois o ambiente da sala de aula precisa proporcionar à criança a
sensação de conforto, confiança e segurança. Carvalho (1988) salienta que o
ambiente auxilia a criança a prestar atenção e a se concentrar na atividade e no
comportamento do colega, aumenta a chance de brincarem e se envolverem na
atividade por mais tempo.
Certamente o adulto tem uma função bastante importante na brincadeira
infantil e na brincadeira no meio escolar. Vygostsky (1988) é enfático ao dizer que o
adulto desempenha um papel chave como auxiliar da aprendizagem infantil. É dele a
capacidade de zelar pelo espaço da brincadeira: Garantir o tempo, os materiais e a
privacidade para que seus alunos possam brincar promover revezamentos de papéis
e ajudar a solucionar conflitos, que também faz parte de suas atribuições. E em
todas as faixas etárias isso deve ser respeitado.
Vale ressaltar que as crianças crescem e se desenvolvem, o jeito como brinca
muda, alterando a necessidade da presença do adulto. Gilles Brougere, importante
estudioso do universo brincar, alerta para a importância da livre escolha na
brincadeira.
É importante destacar que o professor pode imaginar um contexto para que a
brincadeira aconteça mais isso não é garantia de nada. Há sempre que se contar
com a invenção daquele que brinca com a sua iniciativa e com os possíveis
desdobramentos em relação ao brincar.
Gilles Brougére ainda afirma que os brinquedos podem sugerir brincadeiras e
o espaço organizado também. Mas não são determinantes. A função de um
brinquedo não faz parte dele como objeto, mas se estabelece sempre na relação
4
que a criança desenvolve com ele. Portanto, há algo que sempre pode ir além do
objeto ou do espaço planejado.
Quando acompanhados por um adulto que proporciona diferentes contextos e
oportunidades de ampliar conhecimentos, que auxilia e alimenta essa atividade, a
brincadeira ganha qualidade, plasticidade e expressividade notáveis, terreno fértil do
qual se alimenta a própria criatividade.
Neste sentido, a função do gestor e de extrema importância é a busca da
parceria das famílias visto que esta é prioritária para o processo educativo,
principalmente em se tratando de crianças pequenas. A idéia de parceria prevê
tornar a instituição um ambiente acolhedor e receptivo ás famílias por meio das
seguintes ações: consideração do conhecimento e da cultura das famílias como
parte integrante do processo educativo; contato prazeroso entre ambos; reuniões
para discutir o currículo, as atividades e demais assuntos; participação e
organização de eventos festivos; participação nos projetos pedagógicos e
participação na elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico.
Nesta perspectiva é fundamental garantir, no processo de democratização, a
construção coletiva do projeto pedagógico da escola e a consolidação dos conselhos
escolares. Nesta ótica é importante a compreensão de que a construção de uma
gestão escolar democrática é sempre processual e, uma permanente vivência e
aprendizado e, sobretudo pedagógico, que envolve toda a comunidade escolar.
Segundo Sposito (2005)
A gestão democrática deve ser um instrumento de transformação das
práticas escolares, não a sua reiteração. Este é o seu maior desafio, pois
envolverá, necessariamente, a formulação de um novo projeto pedagógico.
A abertura dos portões e muros escolares deve estar acompanhada da nova
proposta pedagógica que a exija. Se as escolas não estiverem predispostas
a essa mudança. A gestão e a melhoria da qualidade serão expressões
esvaziadas de qualquer conteúdo substantivo. (SPOSITO. 2005 p.55)
De acordo com o exposto é importante manter canais abertos de
comunicação entre ambos, permitindo uma cooperação significativa e enriquecedora
para todos os envolvidos na comunidade escolar. E a família quando se sente
valorizada e co-responsável pelo processo ensino aprendizado, tem mais facilidade
em ajudar na própria gestão da escola e no acompanhamento das crianças.
5
No Brasil, a partir dos anos 80 começou a despertar nas instituições a
atenção para o brincar infantil. Mais ainda há uma grande preocupação, porque o
brincar está sendo excessivamente pedagógico, perdendo-se a idéia de prazer, que
está inerente a cada atividade da criança.
Vários pesquisadores e estudiosos tem contribuído para difundir a importância
do brincar para o desenvolvimento da criança. De acordo com Oliveira (1992), o
brinquedo é a essência da infância, pois brincando ajuda a criança no seu
desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social.
Moyles (2002) diz que o brincar é o principal meio de aprendizagem da
criança, pois a criança gradualmente desenvolve conceitos de relacionamento
causais, o poder de discriminar, de fazer julgamento, de analisar e sintetizar, de
imaginar e formular. É importante salientar que as crianças podem aprender de
outras maneiras além da lúdica, como por exemplo, estar ao lado de um adulto que
está fazendo alguma coisa.
Outro fator determinante do professor no brincar é colocar-se á disposição
das crianças e oferecer materiais e objetos para descobertas, ressignificações, como
também compartilhar brincadeiras, sendo parceira, apoiando, respeitando-as e
contribuindo para ampliar seu repertório. Através do brincar o professor tem a
possibilidade de conhecer melhor as crianças, compreender seus universos e
culturas, seus modos próprios de sentir, pensar e agir e suas formas de relacionar-
se com os outros.
A brincadeira é a ferramenta por excelência da criança e a sua linguagem
prioritária. No brincar, as crianças estão sempre aprendendo e desenvolvendo
habilidades e conceitos, brincando as crianças amadurecem também algumas
competências para a vida coletiva, pela interação e utilização dos jogos de regras e
de papéis. Ao brincar elas exploram o ambiente, perguntam e refletem sobre as
formas culturais nas quais vivem e sobre a realidade circundante, desenvolvendo-se
psicologicamente e socialmente.
Moyles adverte que negligenciar ou ignorar o papel do brincar como meio
educacional é negar a resposta natural da criança. Partindo deste pressuposto, o
brincar deve fazer parte da rotina da creche ou escola de educação infantil, pois a
brincadeira é sempre associada ao desenvolvimento infantil. Ao brincar, desde cedo
6
as crianças conhecem o próprio corpo, o mundo em que vivem e seus objetos,
elaboram sentimentos e situações vividas.
Brincar é uma das formas mais importantes de estar no mundo e pensar
sobre ele. O desejo de brincar com o outro, de estar e fazer as coisas com o outro, é
a principal razão que leva as crianças a se engajarem em grupos de pares. Para
brincarem juntas, necessitam construir e manter um espaço interativo de ações
coordenadas, o que envolve a partilha de objetos, espaços, valores, conhecimentos
e significados e a negociação de conflitos e disputa. Nesse contexto, as crianças
estabelecem e constroem sentimentos e atitudes de solidariedade e de amizade.
Pode-se afirmar que o brincar é um lugar de construção de cultura fundado nas
interações sociais entre as crianças como também suporte da sociabilidade.
Freire (1989) nos diz que “negar a cultura infantil é, no mínimo, mais uma cegueira
do sistema escolar”.
A brincadeira como parte da rotina deve ser planejada e garantida como
qualquer outro conteúdo. O brincar é considerado como principal fator para uma
aprendizagem prazerosa e significativa e conseqüentemente permitem que o
educador alcance sucesso em sala de aula. E para que a brincadeira seja de fato
garantida nessa rotina é imprescindível que o gestor esteja acompanhando, pois o
fim principal da escola é proporcionar o ensino-aprendizagem de qualidade e nesta
perspectiva este é o papel principal do gestor.
Todo educador tem ampla responsabilidade na renovação de suas práticas
pedagógicas, pois ele na medida do possível faz surgir novas práticas propondo
novas intenções educativas de desenvolvimento, só alcançáveis por meio dele,
então o educador deve ser capaz de refletir sobre seus conhecimentos didáticos
elucidados pelas avaliações das suas próprias práticas. Precisa compreender as
mudanças educacionais que acontecem na sociedade atual, conscientizando que já
não detém sozinho o domínio da difusão do conhecimento, tendo de acolher as
novas formas de aprendizagem que já não são unidimensionais e são muito
influenciados pela tecnologia. Sendo assim, o educador precisa munir-se de
diferentes ferramentas, pois as crianças pequenas não conseguem concentrar-se
apenas em uma atividade por muito tempo por serem dinâmicas e interativas.
7
Vale ressaltar que o educador é o responsável pelo avanço do processo de
ensino e aprendizagem, cabe a ele desenvolver novas práticas educativas que
permitam as crianças um aprendizado significativo.
Nesta perspectiva, o professor precisa ter um novo olhar para a formação e a
escola é o lugar propicio para que isso aconteça. Por meio da formação em serviço,
o professor adquiri novos saberes e metodologias para diversificar sua prática
docente. Para Weisz a formação é compreendida como um processo permanente de
desenvolvimento profissional de: estudo, atualizações, discussões e trocas de
experiências. Conforme Fusari (2007) “A formação continuada só faz sentido quando
é também valorizada individualmente: só é possível aperfeiçoar o professor que
queira crescer”.
Portanto, o gestor tem papel imprescindível, pois além de proporcionar aos
docentes momentos que aprimorem sua formação, precisa também motivar sua
equipe a valorizar e aproveitar bem esses momentos. Porém o professor deve estar
disposto a rever sua prática e a sua própria autoformação. E é na escola, espaço
onde trabalha, analisando e discutindo sua realidade, que irá ampliar sua prática
coerente com seu pensar.
Um dos grandes desafios para o novo milênio é a formação do professor, pois
a educação, com seus objetivos e procedimentos, precisa ajustar e inovar, buscando
por soluções que dêem conta de seus desafios. Nossas crianças vivem imersas
nesta sociedade de informação e os professores também fazem parte deste
contexto e muitas vezes as crianças sabem mais que seu professores. Partindo
desta perspectiva é preciso que o gestor garanta a formação em serviço, isto é, um
momento que o professor esteja não só pensando e planejando, mas em construção
pessoal e profissional. O professor precisa de um tempo garantido e remunerado de
estudo e formação, visto que os encontros pontuais, seminários, fórum pouco
contribuem para a mudança de prática, pois nem sempre levam a uma reflexão e
muitas vezes esses encontros não condizem com a problemática vivenciando em
sala de aula.
A escola hoje enfrenta muitos desafios sociais, para tanto é urgente
redirecionar ao seu papel e investir na formação de seu docente. Nóvoa (1992, p.56)
8
é categórico quando afirma que “A educação só pode reformar-se quando
transformar as práticas que constituem”.
Diante dessa afirmação faz-se necessário que o professor reflita sobre o
seu fazer pedagógico e reconstrua sua prática, como também repense em seu
verdadeiro ofício e na escola como momento de formação, que é propício para a
socialização e construção de novos conhecimentos através de troca de experiências
com outros docentes. De acordo com Carvalho (2006):
A formação é essencialmente um tempo de encontro, de trocas de abrir as
mala, de revirar a bagagem: o formador coloca em jogo seus anos de
experiência e uma parceria que desafia a equipe da creche, mas também as
ajuda (Carvalho 2006, p. 84).
Nóvoa (1992) afirma que o aprender contínuo é essencial e se concentra em
dois pilares: a própria pessoa, como agente e a escola como lugar de crescimento
profissional permanente. Sendo assim a formação continuada fica evidente que se
dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumento de
análise. Para tanto se faz necessário uma organização sistemática de construção
coletiva e desenvolvimento de um processo compartilhado, entre profissionais da
Secretaria Municipal de Educação e equipe diretiva da Creche, através de encontros
mensais de formação, que ao chegar à creche desenvolve com sua equipe com
base na própria realidade. Pois se entende que o investimento no diretor e no
coordenador pedagógico é que pode garantir a consolidação e a permanência da
formação na instituição como um todo.
De acordo com Nóvoa a formação de professores;
É concebida com um dos componentes de mudança da escola, em conexão
estreita com outros setores e áreas de intervenção. A formação não se faz
antes da mudança, faz-se durante, traduz-se nesse esforço de inovação e
de procura dos melhores percursos para a transformação da escola (Nóvoa.
1992 p. 15).
Sendo assim a formação continuada surge com objetivo não apenas de
conhecer os conhecimentos dos profissionais da educação, mas de transformar os
conceitos, contribuir para o melhor desenvolvimento da sua prática e
simultaneamente para o progresso efetivo da instituição onde trabalha e
consequentemente de seus integrantes.
9
Para Vygostsky a brincadeira é como um laboratório, principalmente ao
brincar de faz-de-conta, por meio desta brincadeira , a criança cria, reinventa e se
apropria da realidade circundante de forma simbólica, sobretudo por este tipo de
brincadeira ser característico das crianças quando aprendem a falar, e que são
capazes de se envolver numa situação imaginária. Diante desta visão, a situação de
brincadeira merece bastante atenção, através desses momentos às crianças
expressam o que sabem e conseqüentemente ajudará o professor no seu
planejamento.
O brincar segundo a psicologia é uma necessidade tão importante como sono
e a alimentação, que garantem uma boa saúde física, mental e emocional.
Vygostsky (1988) é categórico ao dizer que a brincadeira de papéis, ou seja, faz-de-
conta é a atividade predominante da educação infantil que favorece a criação de
situações imaginárias de experiências vividas.
Brincando a criança tanto se apropria da cultura a qual pertence por meio da
representação, como cria cultura na relação com os brinquedos. O brinquedo é
desdobramento de sentidos para criança, não um mero objeto. O faz-de-conta
segundo Santos:
“Possibilita a criança ir até a fantasia, viver fantasticamente e voltar à
realidade; ir até uma situação vivida pelo outro e voltar a si mesma. Este ir e
voltar, ser e não ser alguém e que facilita a flexibilidade de seu pensamento,
fortalecendo de si mesma, portanto, de sua individualidade, o conhecimento
do outro e do mundo que o cerca” (Santos. 1997 p. 91)
Como podemos perceber a imitação é uma forma de representar a realidade
e a criança reproduz na brincadeira a sua própria vida o faz-de-conta para resolver
situações que no real ela não é capaz. Assim, seus medos, angústias e insegurança
nesses momentos são recriadas o seu modo.
O diagnóstico das prioridades institucionais é o primeiro passo, pois este é de
grande ajuda ao diretor na construção da uma “moldura teórica” para olhar a creche,
que embase suas tomadas de decisões e o ajude a manter o foco. Os princípios do
educar e cuidar. O diretor também tem o papel de delegar funções, distribuindo
tarefas, socializando descobertas e procedimentos, cuidando da formação constante
da equipe, imprimindo uma marca mais colaborativa ao trabalho. Em parceria com o
coordenador pedagógico, apóia e estimula a equipe a construir um projeto educativo
compartilhado e apropriado por todos.
10
O faz-de-conta é um pouco isso: desejar algo e apostar que é possível ter
uma solução criativa para se ter, ser, viver o que se quer. No faz-de-conta a criança
transforma impossibilidade em possibilidade. Com criança a regra do improviso é lei!
Empreendedora por natureza, sempre persegue seus objetivos na brincadeira e
encara esta atividade com toda a seriedade, estando muito presente no que faz.
Brincando de compra e venda casinha, médico, mecânico, a criança também está se
apropriando deste mundo adulto. Piaget (1967) afirma que é por meio de uma
atividade lúdica que a criança assimila ou interpreta a realidade. Diante de tal
afirmação acredita-se que para a criança o brincar torna a ferramenta principal da
educação infantil.
3. Conclusão
O gestor escolar é um agente propulsor na mudança de sua equipe
estimulando a desenvolver seu potencial, motivando e fazendo com que se sinta
capaz de transformar e realizar com sucesso todos os projetos. Um dos meios que
contribuem para a melhoria do ensino e aprendizagem é a formação continuada em
serviço, pois a mesma desencadeia discussão, reflexão e troca de experiências,
provocando desafios que mobiliza a colocarem em jogo tudo o que sabem como
também põe em ação competências e capacidades que já possuem para adquirir
outras. Pode-se dizer que o processo da formação provoca mudanças efetivas na
instituição em todos os aspectos.
Através da formação também, professores descobrem outros redescobrem a
magia e o valor do brincar, onde mudanças significativas acontecem tornando as
aulas mais dinâmicas e prazerosas para as crianças, pois o brincar é o principal
veículo de socialização, interação e autonomia.
Vale ressaltar que a brincadeira é um instrumento pedagógico altamente
importante, mais que um entretenimento, é um auxilio indispensável para o processo
de ensino e aprendizagem, que propicia a obtenção de informações em perspectivas
e dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. Sendo assim, a
brincadeira é uma tática insubstituível para ser empregada como estímulo no
aprimoramento do conhecimento e no progresso das diferentes habilidades.
11
Referências Bibliográficas
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998
CARVALHO, M.c.de. MENEGHINI, R. Estruturando a sala. In: FERREIRA-
ROSETTI.C.M. (Org). Os fazeres na Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 1998.
CARVALHO, Sílvia Pereira; KLISYS, Adriana; AUGUSTO, Silvana. Bem Vindo ao
Mundo! : Criança, Cultura e Formação de educadores. São Paulo: Peirópolis, 2006.
FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro. São Paulo: scipione, 1989.
FURASI, José Cerchi. Formação contínua de educadores na escola e em outras.
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12
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WINICOTTI, D.W. O brincar e a realidade. São Paulo: Imago, 1971.
13

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As contribuicoes do_gestor_escolar_na_formacao_de_sua_equipe_e_no_ensino_aprendizagem_na_creche_paroquial_irma_ivone_mcnulty

  • 1. As Contribuições do Gestor Escolar na Formação de sua Equipe e no Ensino Aprendizagem na Creche Paroquial Irmã Ivone Mcnulty. Elisabete Dias de Souza Silva* Rose Neyde Cunha Sousa Lima** RESUMO O presente trabalho foi elaborado a partir de um projeto de intervenção e tem como objetivo analisar o verdadeiro papel do gestor na formação de sua equipe focando a relação ensino aprendizagem. Ao longo das reflexões são explanadas questões como: o papel do gestor no processo de formação e a importância do brincar para crianças da educação infantil, visto que o gestor como sujeito co-responsável deve incentivar e garantir tais práticas no ambiente escolar. O professor deve ser pesquisador de sua própria prática, com olhares críticos sobre o que faz e pensa para renovar o seu fazer pedagógico, onde confrontará a teoria com a prática, para que este não perca o seu objetivo principal, o bom desempenho dos alunos. Por meio de pesquisas in loco observou-se que o brincar é fundamental no trabalho da educação infantil, pois é o meio pelo qual as crianças desenvolvem ludicamente com muito prazer. Através de formações continuada ao longo do ano, onde gestor juntamente com o coordenador pedagógico assume o papel de formadores de sua própria equipe, quebrando paradigmas de uma gestão meramente administrativa, transformando concepções, ressignificando a prática dos professores contribuindo assim para um ensino e aprendizado de qualidade, respeitando o direito da criança de viver sua infância em plenitude atrelada com prazer e de aprender brincando. Palavras-chaves: gestor escolar, formação continuada, brincar e educação infantil. * Graduada em Normal Superior pela Educont-Unitins. Coordenadora pedagógica da Creche Paroquial Irmã Ivone Mcnulty. ** Graduada em Normal Superior pela Faculdade Integrada de Ensino Superior de Colinas - FIESC. Gestora da Creche Paroquial Irmã Ivone Mcnulty.
  • 2. 1. Introdução Este artigo é resultado de um projeto de intervenção realizado na Creche Paroquial Irmã Ivone Mcnulty em Colinas do Tocantins, o mesmo visa à transformação da prática docente, para tanto o papel do gestor Escolar na Formação de sua Equipe e no ensino aprendizagem é vital para garantir o cumprimento da função educativa. Neste sentido, é importante o papel do gestor no processo de formação de sua equipe, onde o mesmo é responsável por orientar e direcionar a equipe ao caminho da organização, com olhos para realidade de cada docente, incentivando todos a assumirem seu papel e estarem abertos a debates e até mesmo mudanças quando necessário. Para tanto é imprescindível que o gestor invista na formação continuada em serviço com base na sua realidade, para melhorar o desempenho de seus profissionais e consequentemente oferecerem um bom atendimento educacional às crianças, pois o gestor que preocupa em garantir uma educação de qualidade investe e proporciona suporte à sua equipe, para que haja mudanças efetivas que resulta em benefícios imediatos as crianças, pois o foco da formação é direcionado as dificuldades vivenciadas em sala, onde juntos buscam soluções para sua problemática. O gestor de educação infantil, além de investir na formação de sua equipe precisa também ter um olhar especial sobre a importância do brincar nessa fase de desenvolvimento, visto que a brincadeira é uma linguagem, através da mesma a criança manifesta desejos e pensamentos além de ser a primeira forma de cultura. Ao mesmo tempo desenvolve a criança de forma integral e torna o ensino aprendizagem dinâmico e significativo. A brincadeira é a atividade principal na Educação Infantil por isto é necessário garantir na rotina escolar, sendo desenvolvida de forma planejada e não somente como passa tempo. O brincar não proporciona só um meio real de aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes aprenda sobre as crianças e suas necessidades. Nesse sentido, o papel do adulto é de fundamental importância no desenvolver da brincadeira, sendo sua participação crucial para que a mesma aconteça com sucesso, pois é responsabilidade do professor preparar o ambiente, 2
  • 3. garantir o tempo e os materiais que permita a participação de todas as crianças nas brincadeiras. 2. Gestor de Educação Infantil – foco na formação e no brincar Tradicionalmente os gestores e coordenadores pedagógicos de educação infantil, buscam resolver as demandas burocráticas, tendo dificuldades de atender o primordial que é a qualidade do trabalho com as crianças. O grande desafio está justamente em priorizar e selecionar o foco de sua ação nos aspectos gerenciais diretamente ligados às questões educativas. Neste sentido, Teixeira (2008) aponta que a gestão escolar está se tornando um elemento essencial nas reflexões que buscam mudanças significativas na escola. Supervisionar diariamente as atividades desenvolvidas na creche é um dos focos de fundamental importância no trabalho do gestor. Para tanto, faz-se necessário à criação de rotinas de supervisão que permita acompanhar o que ocorre em todos os grupos e espaços da instituição, como por exemplo: organização do espaço, rotina do brincar através do acompanhamento do planejamento do professor, limpeza da creche, manutenção de livros, materiais e brinquedos. É importante salientar que após esta “caminhada” para diagnosticar as necessidades é essencial fazer a devolutiva para a equipe, seja em momentos de reuniões ou até mesmo em particular, buscando socializar os pontos fortes bem como as fragilidades encontradas, de forma que todos se sintam responsáveis e participam ativamente nas tomadas de decisões. O papel da educação e do educador infantil concretiza-se no ideal de recuperação da infância perdida nos tempos modernos para inserir a criança no mundo do conhecimento, na condição de ser alfabetizado na leitura de mundo, na leitura interpretada de tudo o que está ao seu redor sem perder a natureza, a magia, a fantasia, o mundo maravilhoso do ser criança e propiciar desenvolvimento integral, seguro e significativo. Portanto a Educação Infantil significa a convicção de que novos tempos podem ser pensados para a sociedade; desenvolvendo e realizando pessoas mais completas, seres mais íntegros que saibam exercer seus papéis enquanto ser 3
  • 4. pessoa, ser social, ser histórico, ser cultural, novos tempos em que o ser humano possa viver a plenitude de todas as etapas da vida, realizando-se e tendo uma atividade intensa, uma vivência clara do que seja ser criança e viver a infância. Atualmente há uma grande preocupação devido à maioria das creches e escolas infantis adotar o modelo escolar. A socialização pela brincadeira fica ausente deste modelo, que prioriza a escolarização e a aquisição de rudimentos de escrita e cálculo. Poucos são os espaços para brincadeiras. Os horários seguidos, atividade padronizada e poucas oportunidades para que as próprias crianças escolham suas brincadeiras. O professor tem papel fundamental para planejar o ambiente. Ele é a peça chave, deve ser encarado como elemento essencial para garantir o sucesso desse processo. Pois o ambiente da sala de aula precisa proporcionar à criança a sensação de conforto, confiança e segurança. Carvalho (1988) salienta que o ambiente auxilia a criança a prestar atenção e a se concentrar na atividade e no comportamento do colega, aumenta a chance de brincarem e se envolverem na atividade por mais tempo. Certamente o adulto tem uma função bastante importante na brincadeira infantil e na brincadeira no meio escolar. Vygostsky (1988) é enfático ao dizer que o adulto desempenha um papel chave como auxiliar da aprendizagem infantil. É dele a capacidade de zelar pelo espaço da brincadeira: Garantir o tempo, os materiais e a privacidade para que seus alunos possam brincar promover revezamentos de papéis e ajudar a solucionar conflitos, que também faz parte de suas atribuições. E em todas as faixas etárias isso deve ser respeitado. Vale ressaltar que as crianças crescem e se desenvolvem, o jeito como brinca muda, alterando a necessidade da presença do adulto. Gilles Brougere, importante estudioso do universo brincar, alerta para a importância da livre escolha na brincadeira. É importante destacar que o professor pode imaginar um contexto para que a brincadeira aconteça mais isso não é garantia de nada. Há sempre que se contar com a invenção daquele que brinca com a sua iniciativa e com os possíveis desdobramentos em relação ao brincar. Gilles Brougére ainda afirma que os brinquedos podem sugerir brincadeiras e o espaço organizado também. Mas não são determinantes. A função de um brinquedo não faz parte dele como objeto, mas se estabelece sempre na relação 4
  • 5. que a criança desenvolve com ele. Portanto, há algo que sempre pode ir além do objeto ou do espaço planejado. Quando acompanhados por um adulto que proporciona diferentes contextos e oportunidades de ampliar conhecimentos, que auxilia e alimenta essa atividade, a brincadeira ganha qualidade, plasticidade e expressividade notáveis, terreno fértil do qual se alimenta a própria criatividade. Neste sentido, a função do gestor e de extrema importância é a busca da parceria das famílias visto que esta é prioritária para o processo educativo, principalmente em se tratando de crianças pequenas. A idéia de parceria prevê tornar a instituição um ambiente acolhedor e receptivo ás famílias por meio das seguintes ações: consideração do conhecimento e da cultura das famílias como parte integrante do processo educativo; contato prazeroso entre ambos; reuniões para discutir o currículo, as atividades e demais assuntos; participação e organização de eventos festivos; participação nos projetos pedagógicos e participação na elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico. Nesta perspectiva é fundamental garantir, no processo de democratização, a construção coletiva do projeto pedagógico da escola e a consolidação dos conselhos escolares. Nesta ótica é importante a compreensão de que a construção de uma gestão escolar democrática é sempre processual e, uma permanente vivência e aprendizado e, sobretudo pedagógico, que envolve toda a comunidade escolar. Segundo Sposito (2005) A gestão democrática deve ser um instrumento de transformação das práticas escolares, não a sua reiteração. Este é o seu maior desafio, pois envolverá, necessariamente, a formulação de um novo projeto pedagógico. A abertura dos portões e muros escolares deve estar acompanhada da nova proposta pedagógica que a exija. Se as escolas não estiverem predispostas a essa mudança. A gestão e a melhoria da qualidade serão expressões esvaziadas de qualquer conteúdo substantivo. (SPOSITO. 2005 p.55) De acordo com o exposto é importante manter canais abertos de comunicação entre ambos, permitindo uma cooperação significativa e enriquecedora para todos os envolvidos na comunidade escolar. E a família quando se sente valorizada e co-responsável pelo processo ensino aprendizado, tem mais facilidade em ajudar na própria gestão da escola e no acompanhamento das crianças. 5
  • 6. No Brasil, a partir dos anos 80 começou a despertar nas instituições a atenção para o brincar infantil. Mais ainda há uma grande preocupação, porque o brincar está sendo excessivamente pedagógico, perdendo-se a idéia de prazer, que está inerente a cada atividade da criança. Vários pesquisadores e estudiosos tem contribuído para difundir a importância do brincar para o desenvolvimento da criança. De acordo com Oliveira (1992), o brinquedo é a essência da infância, pois brincando ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social. Moyles (2002) diz que o brincar é o principal meio de aprendizagem da criança, pois a criança gradualmente desenvolve conceitos de relacionamento causais, o poder de discriminar, de fazer julgamento, de analisar e sintetizar, de imaginar e formular. É importante salientar que as crianças podem aprender de outras maneiras além da lúdica, como por exemplo, estar ao lado de um adulto que está fazendo alguma coisa. Outro fator determinante do professor no brincar é colocar-se á disposição das crianças e oferecer materiais e objetos para descobertas, ressignificações, como também compartilhar brincadeiras, sendo parceira, apoiando, respeitando-as e contribuindo para ampliar seu repertório. Através do brincar o professor tem a possibilidade de conhecer melhor as crianças, compreender seus universos e culturas, seus modos próprios de sentir, pensar e agir e suas formas de relacionar- se com os outros. A brincadeira é a ferramenta por excelência da criança e a sua linguagem prioritária. No brincar, as crianças estão sempre aprendendo e desenvolvendo habilidades e conceitos, brincando as crianças amadurecem também algumas competências para a vida coletiva, pela interação e utilização dos jogos de regras e de papéis. Ao brincar elas exploram o ambiente, perguntam e refletem sobre as formas culturais nas quais vivem e sobre a realidade circundante, desenvolvendo-se psicologicamente e socialmente. Moyles adverte que negligenciar ou ignorar o papel do brincar como meio educacional é negar a resposta natural da criança. Partindo deste pressuposto, o brincar deve fazer parte da rotina da creche ou escola de educação infantil, pois a brincadeira é sempre associada ao desenvolvimento infantil. Ao brincar, desde cedo 6
  • 7. as crianças conhecem o próprio corpo, o mundo em que vivem e seus objetos, elaboram sentimentos e situações vividas. Brincar é uma das formas mais importantes de estar no mundo e pensar sobre ele. O desejo de brincar com o outro, de estar e fazer as coisas com o outro, é a principal razão que leva as crianças a se engajarem em grupos de pares. Para brincarem juntas, necessitam construir e manter um espaço interativo de ações coordenadas, o que envolve a partilha de objetos, espaços, valores, conhecimentos e significados e a negociação de conflitos e disputa. Nesse contexto, as crianças estabelecem e constroem sentimentos e atitudes de solidariedade e de amizade. Pode-se afirmar que o brincar é um lugar de construção de cultura fundado nas interações sociais entre as crianças como também suporte da sociabilidade. Freire (1989) nos diz que “negar a cultura infantil é, no mínimo, mais uma cegueira do sistema escolar”. A brincadeira como parte da rotina deve ser planejada e garantida como qualquer outro conteúdo. O brincar é considerado como principal fator para uma aprendizagem prazerosa e significativa e conseqüentemente permitem que o educador alcance sucesso em sala de aula. E para que a brincadeira seja de fato garantida nessa rotina é imprescindível que o gestor esteja acompanhando, pois o fim principal da escola é proporcionar o ensino-aprendizagem de qualidade e nesta perspectiva este é o papel principal do gestor. Todo educador tem ampla responsabilidade na renovação de suas práticas pedagógicas, pois ele na medida do possível faz surgir novas práticas propondo novas intenções educativas de desenvolvimento, só alcançáveis por meio dele, então o educador deve ser capaz de refletir sobre seus conhecimentos didáticos elucidados pelas avaliações das suas próprias práticas. Precisa compreender as mudanças educacionais que acontecem na sociedade atual, conscientizando que já não detém sozinho o domínio da difusão do conhecimento, tendo de acolher as novas formas de aprendizagem que já não são unidimensionais e são muito influenciados pela tecnologia. Sendo assim, o educador precisa munir-se de diferentes ferramentas, pois as crianças pequenas não conseguem concentrar-se apenas em uma atividade por muito tempo por serem dinâmicas e interativas. 7
  • 8. Vale ressaltar que o educador é o responsável pelo avanço do processo de ensino e aprendizagem, cabe a ele desenvolver novas práticas educativas que permitam as crianças um aprendizado significativo. Nesta perspectiva, o professor precisa ter um novo olhar para a formação e a escola é o lugar propicio para que isso aconteça. Por meio da formação em serviço, o professor adquiri novos saberes e metodologias para diversificar sua prática docente. Para Weisz a formação é compreendida como um processo permanente de desenvolvimento profissional de: estudo, atualizações, discussões e trocas de experiências. Conforme Fusari (2007) “A formação continuada só faz sentido quando é também valorizada individualmente: só é possível aperfeiçoar o professor que queira crescer”. Portanto, o gestor tem papel imprescindível, pois além de proporcionar aos docentes momentos que aprimorem sua formação, precisa também motivar sua equipe a valorizar e aproveitar bem esses momentos. Porém o professor deve estar disposto a rever sua prática e a sua própria autoformação. E é na escola, espaço onde trabalha, analisando e discutindo sua realidade, que irá ampliar sua prática coerente com seu pensar. Um dos grandes desafios para o novo milênio é a formação do professor, pois a educação, com seus objetivos e procedimentos, precisa ajustar e inovar, buscando por soluções que dêem conta de seus desafios. Nossas crianças vivem imersas nesta sociedade de informação e os professores também fazem parte deste contexto e muitas vezes as crianças sabem mais que seu professores. Partindo desta perspectiva é preciso que o gestor garanta a formação em serviço, isto é, um momento que o professor esteja não só pensando e planejando, mas em construção pessoal e profissional. O professor precisa de um tempo garantido e remunerado de estudo e formação, visto que os encontros pontuais, seminários, fórum pouco contribuem para a mudança de prática, pois nem sempre levam a uma reflexão e muitas vezes esses encontros não condizem com a problemática vivenciando em sala de aula. A escola hoje enfrenta muitos desafios sociais, para tanto é urgente redirecionar ao seu papel e investir na formação de seu docente. Nóvoa (1992, p.56) 8
  • 9. é categórico quando afirma que “A educação só pode reformar-se quando transformar as práticas que constituem”. Diante dessa afirmação faz-se necessário que o professor reflita sobre o seu fazer pedagógico e reconstrua sua prática, como também repense em seu verdadeiro ofício e na escola como momento de formação, que é propício para a socialização e construção de novos conhecimentos através de troca de experiências com outros docentes. De acordo com Carvalho (2006): A formação é essencialmente um tempo de encontro, de trocas de abrir as mala, de revirar a bagagem: o formador coloca em jogo seus anos de experiência e uma parceria que desafia a equipe da creche, mas também as ajuda (Carvalho 2006, p. 84). Nóvoa (1992) afirma que o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente e a escola como lugar de crescimento profissional permanente. Sendo assim a formação continuada fica evidente que se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumento de análise. Para tanto se faz necessário uma organização sistemática de construção coletiva e desenvolvimento de um processo compartilhado, entre profissionais da Secretaria Municipal de Educação e equipe diretiva da Creche, através de encontros mensais de formação, que ao chegar à creche desenvolve com sua equipe com base na própria realidade. Pois se entende que o investimento no diretor e no coordenador pedagógico é que pode garantir a consolidação e a permanência da formação na instituição como um todo. De acordo com Nóvoa a formação de professores; É concebida com um dos componentes de mudança da escola, em conexão estreita com outros setores e áreas de intervenção. A formação não se faz antes da mudança, faz-se durante, traduz-se nesse esforço de inovação e de procura dos melhores percursos para a transformação da escola (Nóvoa. 1992 p. 15). Sendo assim a formação continuada surge com objetivo não apenas de conhecer os conhecimentos dos profissionais da educação, mas de transformar os conceitos, contribuir para o melhor desenvolvimento da sua prática e simultaneamente para o progresso efetivo da instituição onde trabalha e consequentemente de seus integrantes. 9
  • 10. Para Vygostsky a brincadeira é como um laboratório, principalmente ao brincar de faz-de-conta, por meio desta brincadeira , a criança cria, reinventa e se apropria da realidade circundante de forma simbólica, sobretudo por este tipo de brincadeira ser característico das crianças quando aprendem a falar, e que são capazes de se envolver numa situação imaginária. Diante desta visão, a situação de brincadeira merece bastante atenção, através desses momentos às crianças expressam o que sabem e conseqüentemente ajudará o professor no seu planejamento. O brincar segundo a psicologia é uma necessidade tão importante como sono e a alimentação, que garantem uma boa saúde física, mental e emocional. Vygostsky (1988) é categórico ao dizer que a brincadeira de papéis, ou seja, faz-de- conta é a atividade predominante da educação infantil que favorece a criação de situações imaginárias de experiências vividas. Brincando a criança tanto se apropria da cultura a qual pertence por meio da representação, como cria cultura na relação com os brinquedos. O brinquedo é desdobramento de sentidos para criança, não um mero objeto. O faz-de-conta segundo Santos: “Possibilita a criança ir até a fantasia, viver fantasticamente e voltar à realidade; ir até uma situação vivida pelo outro e voltar a si mesma. Este ir e voltar, ser e não ser alguém e que facilita a flexibilidade de seu pensamento, fortalecendo de si mesma, portanto, de sua individualidade, o conhecimento do outro e do mundo que o cerca” (Santos. 1997 p. 91) Como podemos perceber a imitação é uma forma de representar a realidade e a criança reproduz na brincadeira a sua própria vida o faz-de-conta para resolver situações que no real ela não é capaz. Assim, seus medos, angústias e insegurança nesses momentos são recriadas o seu modo. O diagnóstico das prioridades institucionais é o primeiro passo, pois este é de grande ajuda ao diretor na construção da uma “moldura teórica” para olhar a creche, que embase suas tomadas de decisões e o ajude a manter o foco. Os princípios do educar e cuidar. O diretor também tem o papel de delegar funções, distribuindo tarefas, socializando descobertas e procedimentos, cuidando da formação constante da equipe, imprimindo uma marca mais colaborativa ao trabalho. Em parceria com o coordenador pedagógico, apóia e estimula a equipe a construir um projeto educativo compartilhado e apropriado por todos. 10
  • 11. O faz-de-conta é um pouco isso: desejar algo e apostar que é possível ter uma solução criativa para se ter, ser, viver o que se quer. No faz-de-conta a criança transforma impossibilidade em possibilidade. Com criança a regra do improviso é lei! Empreendedora por natureza, sempre persegue seus objetivos na brincadeira e encara esta atividade com toda a seriedade, estando muito presente no que faz. Brincando de compra e venda casinha, médico, mecânico, a criança também está se apropriando deste mundo adulto. Piaget (1967) afirma que é por meio de uma atividade lúdica que a criança assimila ou interpreta a realidade. Diante de tal afirmação acredita-se que para a criança o brincar torna a ferramenta principal da educação infantil. 3. Conclusão O gestor escolar é um agente propulsor na mudança de sua equipe estimulando a desenvolver seu potencial, motivando e fazendo com que se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso todos os projetos. Um dos meios que contribuem para a melhoria do ensino e aprendizagem é a formação continuada em serviço, pois a mesma desencadeia discussão, reflexão e troca de experiências, provocando desafios que mobiliza a colocarem em jogo tudo o que sabem como também põe em ação competências e capacidades que já possuem para adquirir outras. Pode-se dizer que o processo da formação provoca mudanças efetivas na instituição em todos os aspectos. Através da formação também, professores descobrem outros redescobrem a magia e o valor do brincar, onde mudanças significativas acontecem tornando as aulas mais dinâmicas e prazerosas para as crianças, pois o brincar é o principal veículo de socialização, interação e autonomia. Vale ressaltar que a brincadeira é um instrumento pedagógico altamente importante, mais que um entretenimento, é um auxilio indispensável para o processo de ensino e aprendizagem, que propicia a obtenção de informações em perspectivas e dimensões que perpassam o desenvolvimento do educando. Sendo assim, a brincadeira é uma tática insubstituível para ser empregada como estímulo no aprimoramento do conhecimento e no progresso das diferentes habilidades. 11
  • 12. Referências Bibliográficas BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998 CARVALHO, M.c.de. MENEGHINI, R. Estruturando a sala. In: FERREIRA- ROSETTI.C.M. (Org). Os fazeres na Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 1998. CARVALHO, Sílvia Pereira; KLISYS, Adriana; AUGUSTO, Silvana. Bem Vindo ao Mundo! : Criança, Cultura e Formação de educadores. São Paulo: Peirópolis, 2006. FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro. São Paulo: scipione, 1989. FURASI, José Cerchi. Formação contínua de educadores na escola e em outras. Situações. In: Bruno, E. B.G; ALMEIDA, L. R. de;CHRISTOV,L. H.da (org). O coordenador pedagógico e a formação docente. 8 ed. São Paulo: Loyola, 2007. GILLES, Brougére. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 2004. MEYER. Ivanise Corrêa Rezende. Brincar e Viver: Projetos em Educação Infantil. Rio de Janeiro; Wak, 2003. MOYLES, Janet. Rua A excelência do brincar. Porto Alegre: Artimed, 2006. NÒVOA. Antonio. Formações de professores e profissão docente. Lisboa. Dom Quixote, 1992. OLIVEIRA, Z.M.R. ET AL. Creches, Crianças, faz-de-conta & Cia. Petrópolis: Vozes, 1992. SANTOS, Santa Marli Pires. Brinquedos e infância: Um guia para pais e educadores em Creche. Petrópolis, Rio de Janeiro. Vozes, 1999. 12
  • 13. SPÒSITO, Marília P. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, J.B (org.) Gestão democrática. Rio de Janeiro: DPA. 2005. TEIXEIRA. L. M. Gestão e planejamento nas organizações escolares. In: Mundo Jovem: Um jornal de Idéias. Porto Alegre: ano 46 n.383, fev.2007 VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2006. WINICOTTI, D.W. O brincar e a realidade. São Paulo: Imago, 1971. 13