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CARVALHO (2022)
GUIMARÃES (2022)
1
A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO PSICOPEDAGÓGICO NA APRENDIZAGEM DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Aluna autora: Letícia Araújo de Carvalho
Pedagoga. Especializanda em
Psicopedagogia E-
mail:profleticia2017@gmail.com
Profa. Orientadora: MS. JALMA DE SOUSA
GUIMARÃES
E-mail: jalmavaz@hotmail.com
Universidade de Santo Amaro – UNISA
RESUMO
A aprendizagem humana é um sistema
complexo e que precisa ser entendido
na sua totalidade para poder auxiliar a
criança, o jovem no seu processo de
desenvolvimento e aprendizagem. O
objetivo geral da referida pesquisa foi
pesquisar a importância da
Psicopedagogia para o processo de
desenvolvimento e aprendizagem de
Crianças e Adolescentes
compreendendo o papel dos
profissionais para o avanço e melhores
resultados sejam no âmbito escolar ou
social. A metodologia utilizada foi a
pesquisa qualitativa de cunho
bibliográfica. Os resultados permitiram
vislumbrar que é possível ajudar
crianças que apresentam dificuldades
na aprendizagem, seja lá de que tipo for
se for devidamente diagnosticada e
encaminhada ao tratamento clínico ou
psicológico adequado.
ABSTRACT
Human learning is a complex system
that needs to be understood in its
entirety in order to help children and
young people in their development and
learning process. The general objective
of this research was to investigate the
importance of Psychopedagogy for the
process of development and learning of
Children and Adolescents,
understanding the role of professionals
for the advancement and better results,
whether in the school or social sphere.
The methodology used was qualitative
research of a bibliographical nature.
The results showed that it is possible to
help children with learning difficulties,
whatever their type, if they are properly
diagnosed and referred to appropriate
clinical or psychological treatment.
KEYWORDS: Psychopedagogy. Learning. learning disability
PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia. Aprendizagem. Dificuldade de aprendizagem.
CARVALHO (2022)
2
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Barbosa (2015) a aprendizagem é um processo moroso,
amplo, complicado e se inicia desde o nascimento e perdura conforme a maturação
biológica e psicológica do ser humano. Para Gómez e Terán (2009, p.31) citado por
Barbosa (2015) aprender significa uma construção dada por intermédio de estruturas
mentais implicadas na aquisição de um novo conhecimento. Entretanto, logo esse
processo, abarca também as relações sociais uma vez que é sempre na relação com
algum objeto ou com o outro que a aprendizagem acontece.
O conceito de aprendizagem segundo Vygotsky (1991,2001) citado por Pott
(2018, p. 358) é “a capacidade humana de apreender a realidade material e simbólica,
em um processo contínuo que ocorre ao longo da vida”. Nessa esteira de
pensamento, entende-se que a aprendizagem ocorre, dado o momento em que o
indivíduo se situa no contexto social e percebe-se como sujeito e agente
transformador do meio.
De acordo com Vygotsky (1991, 2007), a aprendizagem se dá a partir da
necessidade do sujeito em relação ao meio. Esse tipo de necessidade ocorre quando
o acúmulo de conhecimentos adquiridos pelo sujeito não é mais suficiente para lidar
com a realidade a sua volta, sendo este processo, portanto, acompanhado por
momentos ruins, sentimentos negativos, entrando em confronto consigo mesmo, ou
como diz Vygotsky, entra em contato com o seu “não saber”, com sua necessidade
de adaptação ao meio e isso ocorre de fato, quando ele (sujeito) sente a complexidade
dos conceitos precisa aprender.
Todavia, o tema da presente pesquisa está relacionado em perceber a
importância do psicopedagogo diante da resolução dos problemas de aprendizagem
de crianças e adolescentes discutindo a percepção das ações que a psicopedagogia
atua como um termo de intervenções e mediações pedagogas.
Sendo assim, o mesmo se justifica pelo fato de perceber na realidade atual a
falta de psicopedagogos atuantes nas escolas públicas, causando um déficit no
processo ensino/aprendizagem, o mesmo exemplifica através de citações.
O objetivo geral da referida pesquisa foi pesquisar a importância da
Psicopedagogia para o processo de desenvolvimento e aprendizagem de Crianças
e Adolescentes compreendendo o papel dos profissionais para o avanço e melhores
CARVALHO (2022)
3
resultados sejam no âmbito escolar ou social.
Entretanto, partiu-se do seguinte questionamento: Quais os principais fatores
que interferem na aprendizagem e, como os professores podem trabalhar com os
alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem?
A metodologia utilizada na referida pesquisa foi a pesquisa qualitativa de cunho
bibliográfico. Nessa perspectiva, o presente trabalho parte de análises fundamentais
baseados em pesquisas de livros, como a obra de Nadia Bossa, “ O fracasso escolar:
um olhar psicopedagógico”, entre outras pesquisas extraídas das bases de dados
confiáveis como a Scielo, Google Acadêmico entre outros. Assim, o mesmo estará
pautado nos postulados de autores como: Bossa (2000, 2002), Orlandi (1983) Freud
(1976), Avanzini (1987), entre outros.
Ressalvando nesse artigo o quão se faz necessário criar políticas públicas
voltadas a implementação de uma Equipe Multidisciplinar no município de Chaval,
dando oportunidades as crianças de baixa renda que não tem condições
socioeconômicas de arcar com os acompanhamentos de uma equipe multidisciplinar
no qual o psicopedagogo trabalha em conjunto.
2 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA A APRENDIZAGEM DOS
ALUNOS
Diante de todo o cenário que as escolas enfrentam nos dias de hoje, o grande
desafio das mesmas é despertar nos alunos o desejo de aprendizagem utilizando
técnicas e metodologias que tornem as aulas prazerosas, deixando de lado a
rotulação de que o aluno precisa aprender de forma tradicional utilizando somente o
livro didático como ferramenta de estudos. Sobre o habito de ensinar resgatando o
prazer e tornando o aluno um ser participativo e criativo Barbosa (2001) é redundante
em sua argumentação quando:
Transformar a aprendizagem em prazer não significa realizar uma
atividade prazerosa , e sim descobrir o prazer no ato de: construir ou
de desconstruir o conhecimento; transformar ou ampliar o que se
sabe; relacionar conhecimentos entre si e com vida; ser coautor ou
autor do conhecimento; permitir-se experimentar diante de hipóteses;
partir de um contexto para a descontextualizarão e vice-versa; operar
sobre o conhecimento já existente; buscar o saber a partir do não
saber; compartilhar suas descobertas; integrar ação, emoção e
cognição; usar a reflexão sobre o conhecimento e a realidade;
conhecer a historia para criar novas possibilidades.(BARBOSA, 2001,
p.74).
Todavia, Barbosa (2001) ainda ressalta que psicopedagogia sendo uma área
CARVALHO (2022)
4
que estuda o processo ensino/aprendizagem é uma ferramenta que irá contribuir com
a escola resgatando o prazer no ato de aprender e nas atividades que colocam diante
dos alunos circunstancia ou situações prazerosas.Os jogos as atividades lúdicas
como defende Maria Montessori são fundamentais e peças que o psicopedagogo e
até mesmo o professor devem fazer uso dos mesmos.
O psicopedagogo deve implantar metodologias dinâmicas, prazerosas,
auxiliando o aluno a desenvolver seus aspectos físicos, emocionais, cognitivos e
sociais e por isso defende se que a partir do momento em se utiliza um jogo para
desenvolver o conteúdo a ser trabalhado, desperta na criança o sentimento de bem
estar, florescendo o prazer em participar facilitando no processo de aprendizagem do
educando.
As contribuições da psicopedagogia para os trabalhos desenvolvidos com
atividades lúdicas, são riquíssimas e de extrema importância, as manifestações
lúdicas desenvolvem funções importantes e se consolidam como um instrumento
didático riquíssimo ao pedagogo e psicopedagogo.
É fundamental que se assegure á criança o tempo e os espaços para
que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado0 com intensidade capaz
de formar a base solida para a criatividade e a participação cultural e,
sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a
canção...como se fora brincadeira de roda... (MARCELINO, 1996,
p.38)
Percebe se que o lúdico é uma necessidade do ser humano indiferente de sua
classe social ou idade, para ter o contato com o lúdico não necessariamente precisa
fazer parte da população burguesa, o lúdico é um ato que cada indivíduo pode
construir o seu independente do material, então vai do professor ter a iniciativa de
inserir o lúdico em suas ferramentas metodológicas e mais uma vez ressalvando que
os psicopedagogos fazem o uso da ludicidade porque estudos já comprovam que seja
criança ou adolescente os mesmos conseguem capitar as informações quando é
ensinado de forma lúdica.
A interação do professor e aluno vem a cada dia sendo uma mais dinâmica. O
professor vem deixando de ser um simples transmissor de conhecimento e o aluno
deixando de ser aquele mero receptor que recebe o conhecimento transmitido como
diz Paulo Freire uma educação bancaria, no qual o professor era o responsável por
depositar os seus conhecimentos que eram considerados o dono do conhecimento
podando o aluno de expor o que ele conhecia a respeito daquele conteúdo
CARVALHO (2022)
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depositado.
Vale refrisar que com a evolução das tecnologias com a implantação do lúdico
nas escolas, essa realidade de educação bancaria foi se tornando mais rara, dando
espaço para um ambiente mais estimulador onde a criança ou adolescente aprende
com o palpável, fugindo da rotina cansativa e repetitiva de leitura do livro e escrita da
atividade no caderno que por muito tempo era o único recurso utilizado.
A ludicidade veio para dar transformar a educação deixando visível o quanto
as crianças produzem mais quando são estimuladas com matérias concretos que
estimulam as crianças a participarem sem receio de errarem, os professores estão
inserindo cada vez mais jogos, brincadeiras em suas rotinas diária revolucionando a
maneira de ensinar. Através da ludicidade a criança se sente a vontade para expor,
sua opinião, para participar tendo uma facilidade de se socializar.
Assim, a educação não deve apenas formar trabalhadores aptos para cumprir
as exigências do mercado do trabalho, mas cidadãos capazes de serem críticos, que
buscam transformar o mercado que visa quantidade em mercados que deem
importância a qualidade.
Diante da reflexão desse contexto exposto, é imprescindível proporcionar aos
discentes uma compreensão de mundo racional, onde os mesmos são capazes de
impor as suas opiniões para debate, onde os respeitos pelas opiniões diferentes
sejam levados em consideração. E o psicopedagogo é um dos responsáveis por
auxiliar os educandos nessa busca de identidade na sociedade. Sobre o papel de um
psicopedagogo que atua no campo da psicopedagogia institucional escolar Calberg
destaca;
[...] administrar ansiedade e conflitos; trabalhar com grupos[...]
identificar sintomas de dificuldades no processo de ensino-
aprendizagem; organizar projetos de prevenção, clarear papeis e
tarefas nos grupos, ocupar um papel no grupo; criar estratégias para o
exercício da autonomia( aqui entendido segundo teoria de Piaget:
cooperação e respeito mutuo); fazer a mediação entre os subgrupos
envolvidos na relação ensino-aprendizagem(pais, professores, alunos,
funcionários); transforma queixas em pensamentos; criar espaços de
escuta; levantar hipóteses; observar; entrevistar e fazer devolutivas;
utilizar-se de metodologia clínica, olhar clinico; estabelecer vinculo
psicopedagógico; não fazer avaliação psicopedagógica clinica
individual dentro da instituição escolar[...]; fazer acompanhamentos e
orientações; compor a equipe técnica-pedagógica(CALBERG, 2000,
p.17)
O projeto de Lei 3.124/97 descreve as funções do psicopedagogo,
estabelecendo um perfil desse profissional, cujo tem domínio em diversas áreas do
CARVALHO (2022)
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conhecimento humano se tornando competente para:
[...] realizar intervenção visando á solução dos problemas de
aprendizagem tendo como enfoque o educando, instituição de ensino
publica ou privada; efetuar o diagnóstico e intervenção
psicopedagógica, utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias
da psicopedagogia; intervir na prevenção de problemas que dele
decorrem; oferecer assessoria psicopedagógica aos trabalhos
realizados em espaços institucionais; coordenar, orientar e
supervisionar cursos de especialização em Psicopedagogia em nível de
pós-graduação, oferecidos por instituições credenciadas (COSTA,
2007, pag.98)
Portanto, diante das pesquisas exposta nesse trabalho, que mostra a trajetória
percorrida pela a Psicopedagogia escolar, para garantir a presença do psicopedagogo
no ambiente escolar, para que através dos saberes próprios estudados pela a própria
área, possam atuar na prevenção e intervenção apropriada com o objetivo de
entender e minimizar os problemas de aprendizagens.
Os psicopedagos são atuantes em escolas particulares, mas diante da situação
precária das escolas públicas esse profissional não é considerado com necessário,
sendo difícil o acesso de educando a esses profissionais tão necessários, resultando
então no crescimento de fracasso escolar e muita das vezes refletindo na evasão
escolar. No entanto, é necessário que a implantação seja feita de fato, deixando de
ser só um papel estabelecido por lei.
4.1 A intervenção psicopedagógica
Estudos obtidos por Correia (1991) apontam que as dificuldades de
aprendizagem são caracterizadas por uma assimetria enfática entre o que se
considera potente na criança e a sua capacidade de aprender e a assimilar no
contexto escolar. De acordo com López, Palacio e Nieto (2006) a intervenção
psicopedagógica é considerada uma maneira exitosa de tentar às necessidades e
dificuldades de várias crianças ou jovens que apresentem algum tipo de dificuldade.
De acordo ainda com esses autores a Psicopedagogia foi construída a partir
de dois campos com diferentes princípios teóricos e metodologias, a pedagogia e a
psicologia. A Psicopedagogia surgiu com intuito de dar conta daquilo que a pedagogia
não pode ser capaz de dar. Ela surge justamente para tratar das dificuldades de
aprendizagem das crianças e jovens.
A psicopedagogia iniciou-se no século XIX na Europa e segundo Bossa (2000)
os primeiros a se preocuparem com as dificuldades de aprendizagem foram os
CARVALHO (2022)
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médicos, filósofos e educadores. No Brasil, ela teve forte influência da Argentina,
sendo que esta teve seu direcionamento vindo da França. Sendo assim, a
psicopedagogia é uma abordagem que tem por finalidade investigar e compreender
os processos de aprendizagem da criança e sua relação com a mesma, levando em
conta a interação sujeito/sociedade e família.
De acordo com Franco (2016) um dos principais papéis ocupados pelo
psicopedagogo é articular contribuições de áreas como a Psicologia, Pedagogia e
Medicina como principal eixo de expor para todos a construção do próprio
conhecimento e sua retomada de seu processo de aprendizagem. Conforme ainda a
autora, o psicopedagogo deve buscar possibilidades de novas melhorias em prol da
aprendizagem dos alunos, bem como suscitar o desejo de aprender e não apenas, a
melhoria do rendimento escolar durante seu processo de aprendizagem.
Consoante explicativas de Paín (1986), uma das finalidades do tratamento
psicopedagógico é o desaparecimento dos sintomas, bem como criar mecanismos do
próprio sujeito aprender naturalmente em condições viáveis e possíveis, dando ênfase
na relação que ele mantém com a aprendizagem. Ainda Bossa (2000, p. 69), diz que:
“a aprendizagem e o desenvolvimento normal do indivíduo é o principal veículo de
estudos da psicopedagogia”.
Sejam estes, relacionados ou não com o mundo do indivíduo externo ou
interno, sem deixar de lado os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que estão
envolvidos no processo de aprendizagem. Nádia Bossa ainda discute que esse objeto
de estudo deve ser entendido como sendo de caráter preventivo e terapêutico. Para
esta mesma autora, o caráter preventivo deverá esclarecer as características das
diferentes etapas do desenvolvimento e o enfoque de caráter terapêutico deve
identificar, analisar e elaborar o diagnóstico e tratamento dessas dificuldades.
Sendo assim, uma das maiores contribuições da psicopedagogia deve ser de
por à disposição do indivíduo a construção do seu conhecimento e a retomada do seu
processo de aprendizagem. BECKER (2003) nos informa que: A aprendizagem do
sujeito consiste na própria ação dele. Ele aprende conforme suas “práticas, suas
ações que vão se canalizar conforme for praticando algo: ações que buscam êxitos e
ações que a partir do êxito obtido, buscam a verdade ao apropriar-se das ações que
obtiveram êxito”. (BECKER, 2003, p.14).
Esse mesmo autor esclarece que para que o ato de aprender aconteça
realmente é necessário que haja uma relação entre o sujeito aprendente e a
CARVALHO (2022)
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assimilação de forma clara da aprendizagem de qualidade com vistas no quadro de
alunos que apresentem problemas relacionados à aprendizagem. Para que a
aprendizagem suscite, faz-se necessário que ele se manifeste desejos em forma de
ações práticas e que o desejo de aprender e sejam participantes do processo
dinâmico da aprendizagem, isso fará com que portas se abram para a construção de
uma relação positiva com as demais áreas do conhecimento em que os alunos
precisam melhorar.
Ainda, a aprendizagem só acontece de fato se sentirmos prazer pelo ato de
aprender, bem como se o conteúdo for atraente e tiver significado simbólico ou prático
para nós. Conforme Carvalho (2007), dentro do processo aprendizagem do homem,
existe uma forte coincidência histórica uma etapa genética da inteligência e um
sujeito. Para isso explica que: Parece impossível explicar as dificuldades de
aprendizagem sem levar em conta os aspectos orgânicos, psicológicos ou sociais
banalizando a importância de cada um ou desconsiderando suas intricadas inter-
relações.
4.2 O papel do psicopedagogo
Uma das maiores funções do psicipedagogo é atuar de forma direta na
identificação dos fatores “neurológicos, psicomotores, psicológicos, fonoaudiológos e
estrutura familiar adequada com ações imediatas e práticas que poderão intervir na
relação do professor/aluno”, nas famílias a tentarem lidar com seus próprios modelos
de aprendizagens para uma melhor qualidade de aprendizado (ABERASTURY, 1986,
p. 23).
Atuando dessa maneira, ele poderá oportunizar a criação de espaços com
vistas no direcionamento de aprendizagens significativas, e ainda fortalecer o
conhecimento dos indivíduos que têm dificuldades para aprender ou assimilar
determinados conteúdos ou regras comportamentais. Outrossim, vale a ressalva de
que todos os critérios ora apresentados, são passiveis de serem contornados por meio
de uma intervenção criteriosa, que busque a raiz dos problemas ou das variáveis dos
distúrbios de aprendizagem apresentados por todas as crianças, para que assim, o
psicopedagogo possa traçar metodologias para solucionar cada caso.
Esse é um dos direcionamentos, o psicopedagogo é um “profissional deve
sempre se dirigir a criança ou adolescente com abordagens novas, levando-a a
acreditar que é capaz de realização nunca conseguidas” (GLIZ, 2009, p.121). Atuando
CARVALHO (2022)
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de forma preventiva, ele ainda pode evitar muitos problemas consequentes da
aprendizagem, se utilizando de um trabalho de pesquisa investigativa juntamente com
escola, sua metodologia e a ação pedagógica do professor. Dessa forma, o
psicopedagogo experiente toma ciência dos problemas e interpreta com a devida
medida preventiva.
Assim, ainda poderá auxiliar os indivíduos a reconstruir suas histórias de vida,
remontando recortes temporais fragmentados e a retomar o percurso normal de sua
aprendizagem. O profissional psicopedagogo tem uma responsabilidade social
grande cabendo a ele a consciência de seu papel e acima de tudo deve respeitar,
prezar e zelar por cada vida que for colocada sob seus cuidados, lembrando sempre
que cada ser é único e que cada um possui singularidades que precisam ser
respeitadas e que são estas diferenças que dão significado à vida.
Portanto, a psicopedagogia dentro das suas atribuições estuda, procura
explicar, diagnosticar e tratar dos problemas de aprendizagem dos indivíduos, levando
em conta suas particularidades e aspectos da formação humana porque o ato de
aprender torna-se algo complexo e sistemático, que leva consigo toda uma relação
que se estabelece com seus processos dinâmicos da aprendizagem.
1.3 A importância do uso dos jogos no psicodiagnóstico da psicopedagogia
De acordo com Garcia Arzeno (1995) os psicólogos que trabalham com
crianças e ou adolescentes, em geral, realizam uma entrevista prévia com os pais ou
responsáveis e depois com crianças. O diálogo iniciado dá oportunidade de continuar
a conversa até um ponto em que as palavras acabam. De acordo ainda com este
mesmo autor quando isto ocorre, chama a atenção para o fato de que já é hora de
apelar para outras formas de linguagem mais apropriada ás crianças e ao
adolescente: a linguagem lúdica e/ ou gráfica.
Devido á abrangência de significados, não convém, que jogo, enquanto forma
de expressão de uma linguagem afetiva, se refere àquele, cuja estrutura é o símbolo.
De acordo com Brenelli (2004) caracteriza o brincar como uma atividade refletida nos
estados internos do sujeito sobreposta à realidade do qual ele vive ou imagina. Deste
se diferencia o jogo de regras por ser constituído pela estrutura de regras. Dada sua
natureza lógica e social esta forma de jogo é caracterizada pelas coordenadas do
sujeito, pelas coordenações interindividuais, a fim de dar conta dessas exigências de
CARVALHO (2022)
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reciprocidade social.
Legitimar a linguagem lúdica da criança foi um objeto da Psicanálise freudiana.
Freud e Ana Freud já consideravam a importância dos jogos no contexto social da
criança, mas foi Melaine Klen a pioneira na utilização do jogo como técnica
psicanalítica considerando-o “a via régia do inconsciente, como são os sonhos nos
adultos” (CHAZAUD, 1977, p. 48).
Fundamentada nos estudos de Sigmund Freud sobre o significado da atividade
lúdica, Melaine Klein destaca o brincar a linguagem típica da criança por ser mais
expressiva que a linguagem verbal. Por esta razão, levou a jovem psicanalista a
considerar o jogo como sendo um papel de complemento imprescindível à análise da
criança. O jogo representa, segundo a autora, o equivalente lúdico da fantasia,
traduzindo, durante sua evolução, a evolução da fantasia. A criança atualiza por meio
do jogo suas imaginações inconscientes, sexuais e agressivas, seus desejos e suas
experiências vividas.
O convite para brincar varia de idade para idade, e cabe ao analista observar
o tema, a forma, o conteúdo, o estilo, abrangendo: tempo, estabilidade, continuidade,
intervenção solicitada pela criança e a qualidade do pedido. Aberastury (1986)
designa a primeira hora do jogo como sendo a “hora do jogo diagnóstica” por constatar
que:
[...] já durante a primeira sessão – fosse o início de uma análise ou de simples
observação diagnóstica – aparece a fantasia da enfermidade ou de cura (...).
A criança nos comunica desde a primeira hora a sua fantasia inconsciente
sob enfermidade ou conflito pelo qual é trazida ao tratamento, e na maior
parte dos casos sua fantasia inconsciente de cura (ABERASTURY, 1986, p.
111-112).
Este mesmo autor demonstra em outros trabalhos feitos na área da psicanálise
que a primeira hora do jogo diagnóstico são as primeiras horas de tratamento com as
crianças de diferentes idades. Para Garcia Arzeno (1995) acrescenta que na hora dos
jogos diagnósticos é possível encontrar as fantasias sobre o que está fazendo mal à
criança, sobe o que lhe faria bem para melhorar, sobre o que espera que lhe façam
além de transmitir toda sua vivência com os outros: irmãos, colegas e outros membros
importantes de sua família.
Brenelli (2004) a psicopedagogia se insere numa área de conhecimento
interdisciplinar voltada a compreender a aprendizagem e o desenvolvimento humano.
Procura atender, sobretudo, crianças e adolescentes que apresentam dificuldades ou
distúrbios de aprendizagem.
CARVALHO (2022)
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As dificuldades de aprendizagem são caracterizadas, pela literatura em geral,
como desordens que podem se manifestar em uma ou mais áreas relativas a
linguagem e sua compreensão, expressão oral, ao pensamento, a leitura, a escrita, a
ortografia e a aritmética. Podem também estar relacionadas essas desordens, à
própria dinâmica do comportamento. Com mais frequência, o apelo à psicopedagogia,
ocorre em razão das dificuldades escolares enfrentadas por crianças e adolescentes
acompanhadas de uma história de atraso escolar.
Segundo Paín (1985) diz que para realizar um diagnóstico a respeito de
problemas de aprendizagem é necessário considerar os problemas orgânicos; os
fatores específicos relativos à adequação perceptivo motora; os fatores perceptivos
relativos a inibição, retração do ego; angústia; e os fatores ambientais. Conforme
ainda esta mesma autora, dada ainda a amplitude dos fatores que intervém na
determinação das causas de dificuldades ou problemas de aprendizagem, o
diagnóstico e tratamento psicológico, além de outros, muito se vale dos
procedimentos utilizados na psicoterapia e no psicodiagnóstico, dentre os quais
encontra-se o jogo ou brincar.
Conforme ainda Brenelli (1996) apesar da colaboração entre áreas de
conhecimento ser relevante e oportuna, é preciso assinalar que, diferentemente da
situação da psicoterapia, na psicopedagogia, a relação entre psicopedagogo e criança
é sempre intermediada por uma tarefa a cumprir. Sendo assim, Mary (1985, p. 40),
diz o seguinte:
[...] essa tarefa os mantém em contato com a realidade [...] o psicopedagogo
se dirige ao ego consciente da criança, mas sabe que suas condutas são
guiadas por tudo o que nela foi reprimido, recalcado, sabe também que a
situação face a face vivida com ele reatualiza os conflitos não resolvidos da
criança.
Com efeito, o brinquedo e o jogo se constituem também como objetos da
psicopedagogia, tanto para diagnosticar como para tratar os distúrbios ou dificuldades
de aprendizagem. De acordo com Brenelli (1996) citado por Cisto et. al. (2004)
encontram-se o jogo e brincar nos procedimentos de Visca (1995) incluídos em um
instrumento mais amplo EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem,
que reúne aportes da Psicologia Social, da Psicanálise e da Psicologia Genética de
Piaget.
Fernandes (1990) e Weiss (1992) utilizam jogos para compor diagnóstico e o
tratamento psicopedagógico. Ainda Paín (1985) considera de grande interesse para
diagnóstico de problemas de aprendizagem a observação do jogo da criança
CARVALHO (2022)
12
afirmando que “a atividade lúdica nos fornece informação sobre os esquemas que se
organizam e integram o conhecimento num nível representativo” (PAÍN, 1995, p. 50).
Assim, compreende-se que o material utilizado por Paín, para essa “técnica
diagnóstica” é predominantemente não figurativo, uma vez que a atenção deve recair
mais num processo de construção do simbólico do que nas projeções realizadas sobre
um objeto cujo conteúdo já se encontra determinado.
Entretanto, a autora adverte que não se deve aplicar “a hora do jogo” com
crianças com idade superior a 9 (nove) anos, pois a preferência lúdica orientar-se
mais, nessa idade, para o jogo de regras oferecer às crianças uma atividade
superada, pode deixa-las confusa e envergonhada. Nesse caso, espera-se que a hora
do jogo seja substituída por uma entrevista (BRENELLI, 1996).
Outros aspectos ainda não mencionados, deve ser observado durante o brincar
da criança, são aqueles relativos a organização do real. Os trabalhos que avaliam a
construção do real, quer no plano da ação, quer no da representação, tem sido
desenvolvido por Ramozzi-Chiarotinho (1984). Durante o brincar da criança, seja com
materiais estruturados ou não, é observado como se estrutura o real por meio de
relações espaço temporal e causal estabelecida pelas crianças nos eventos que
comunica ou nas cenas que representa.
Baseada na obra de Piaget e Ramozzi-Chiarotinho (1984) defende que a
construção das categorias reais e sua adequada representação fazem-se necessárias
para sua reestruturação da linguagem, no plano da linguagem, e também do
pensamento em geral. Dessa maneira percebe-se que o brincar ou o jogo simbólico
ocupa lugar significativo e bem definido no processo diagnóstico da psicopedagogia.
Pesquisas da atualidade analisam o jogo direcionando seu uso para o campo escolar
e psicopedagógico.
A importância do jogo no contexto da psicopedagogia Branelli (1996) diz que
muitos trabalhos sobre a importância do jogo foram inspirados no construtivismo de
Jean Piaget, utilizando-se deste meio tanto para compreender a estruturação
cognitiva de crianças num dado momento de construção, como também para
favorecer processos construtivos do pensamento, a aprendizagem de conteúdos
lógico-matemáticos escolares em geral.
Contemporâneo a isso, Brenelli (1996), estudos feitos no Brasil mais
recentemente veem enfatizando a relação do jogo com a construção do conhecimento
dentro da psicopedagogia e no contexto pedagógico. Para Brenelli (1996b, p. 98)
CARVALHO (2022)
13
defende a ideia de que a criação de atividades com jogos de regras “permite um
espaço para pensar”, nele a criança organiza a prática de regras, elabora estratégias
e cria procedimentos a fim de resolver situações problemas desencadeados pelo
contexto lúdico. Conforme ainda esta mesma autora, aspectos-sociais e morais estão
implícitos no jogo, pelo fato de existir relação de reciprocidade, cooperação e respeito
mútuo.
Para Barone e Macedo (1997) distinguem entre o “saber jogar”, que se refere
a compreensão e prática das regras e o “jogar bem” que se refere as estratégias e
procedimentos empregados. Esta diferenciação foi elaborada pelos autores inspirada
na obra de Piaget (1996) “As formas elementares da dialética. Nesta obra Piaget
enfatiza que no desenvolvimento cognitivo há uma alternância entre duas fases: uma
dialética orientada à construção de novas estruturas de pensamento e outra,
discursiva, que se dirige às deduções por meio dessas estruturas sem alterá- las.
Nessa esteira de pensamento, o “saber jogar” envolve o aspecto discursivo
voltado a compreender as regras e praticá-las, de acordo com Barone; Macedo
(1997): “corresponde a uma forma de atuar, relacionado ao material a ser utilizado,
ao que é possível ou não para aquele tipo de atividade, as pontuações, à decisão de
quem se torna vencedor e etc” (p.04). Já “jogar bem” (ibid.) vai permitir desencadear
raciocínios que visam a criação de estratégias e procedimentos, envolvendo o
processo dialético, definido por construções a serem realizadas, ou seja, a um vir a
ser (BRENELLI, 1996).
Portanto, conseguir êxito no jogo, defender-se das jogadas do adversário
implica jogar de acordo com as regras e descobrir o melhor jeito de jogar coordenado
assim os aspectos dialéticos e discursivos. Analisar como as crianças constroem suas
regras para jogar seria uma maneira de alcançar o aspecto discursivo do processo
dialético, permitindo observar como se encontra organizada sua estrutura cognitiva,
quanto a construções operatórias, e como está se aplica a um conjunto de
observáveis de um dado jogo.
2.METODOLOGIA
A metodologia é o eixo norteador no desenvolvimento da elaboração de um
projeto, nessa presente pesquisa foram elaborados alguns tipos de pesquisa. Cuja
pesquisa desenvolvida neste trabalho inclui inicialmente a abordagem da pesquisa
bibliográfica, pautada na coleta de dados obtidos a partir de suporte teórico em
CARVALHO (2022)
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obras de alguns autores que abordam a temática discutida no projeto.
Marconi e Lakatos (2001) afirmam que:
A pesquisa bibliográfica “trata-se do levantamento de toda a bibliografia já publicada
em formas de livros, revistas, publicações avulsas em imprensa ou escrita”. Sua
finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito
sobre determinado assunto com o objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo
na análise de suas informações (MARCONI, LAKATOS,2001, p. 43-44).
No entanto em uma fase posterior a pesquisa bibliográfica utilizamos a
pesquisa de campo, executada através da aplicação de questionários para
entrevista. Com questões que buscam analisar o processo de ensino aprendizagem
praticado no âmbito do ciclo da alfabetização, no qual permitiram observar as
dificuldades enfrentadas ao longo do desafio de alfabetizar nos anos iniciais.
Neste sentido a autora Lakatos (2003) destaca:
Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se
procura uma resposta ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou,
ainda, descobrir novos fenômenos ou a relações entre eles(...). Consiste na
observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na
coleta de dados a eles referentes, para analisa-los (LAKATOS,
Com esta concepção a pesquisa qualitativa busca compreender e analisar
os dados coletados, entretanto este projeto possui três tipos de pesquisa que
condicionaram na estruturação do mesmo. Nessa etapa do presente trabalho de
conclusão do Curso de Especialização em Psicopedagogia, aliou-se ao referencial
teórico anteriormente usado para as considerações abordadas até aqui, a
realização da pesquisa de levantamento de dados realizada nas bases de dados da
Scielo, Google Acadêmico entre outras fontes. Como critério de inclusão usou-se
pesquisas que estavam diretamente ligadas ao tema e como exclusão as pesquisas
que não estiveram ligadas diretamente ao tema.
Vale ressaltar que os resultados obtidos durante a revisão da literatura
permitiram vislumbrar que a forma com que os profissionais da educação lidam com
a aprendizagem e as dificuldades apresentada em sala são supérfluas, uma vez que,
ensinar a ler não é uma tarefa tão fácil, pois há várias formas de se trabalhar a leitura
sistemática a partir do conhecimento prévio promovendo a interação dos alunos com
diferentes tipos de textos escritos e múltiplas situações, colocando em ação tudo o
que o aluno já sabe para aprender ainda o que não sabe.
Ademais, os objetivos pensados inicialmente foram alcançados que foi
investigar como as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento da
CARVALHO (2022)
15
aprendizagem significativa das crianças. Também após o final dessa pesquisa,
espera-se que os professores tenham um espírito aberto para o lúdico, reconhecendo
a sua importância enquanto fator de desenvolvimento, fazendo-se necessário que
desde cedo as crianças tenham condições de participar de atividades que deixem
florescer a criatividade.
Enfim, a criança precisa brincar sempre, assim ela tornará a seu tempo, um
adulto responsável, de sucesso e principalmente feliz. Educar nesse momento é
sinônimo de prepara o espaço adequado, isto é, explorável que traga segurança e
que sejam estabelecidas normas claras e limites precisos, em que as atividades
estejam contextualizadas e tenham um sentido para as crianças afim de que possam
explorar suas possibilidades de ação, desenvolver sua autonomia, interagir com os
iguais e adquirir os processos de comunicação.
3. SUGESTÃO DE TRABALHO REALIZADO POR PSICOPEDAGOGO NA
ESCOLA
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA (DESCRIÇÃO)
I – DADOS PESSOAIS NOME: Francisco das Chagas Batista
D.N.: 19/05/2013
IDADE: 09 anos
MÃE: Maria Aparecida Batista PAI: Ignorado ESCOLA: Pólo de Convivência
ESCOLARIDADE: 3 º ano
II – Encaminhada por: Escola e mãe.
III – QUEIXA PRINCIPAL: Dificuldades na leitura e escrita, números e operações.
IV – PERÍODO DA AVALIAÇÃO: Nov/2022.
V – INSTRUMENTO UTILIZADO NESTE PROCESSO AVALIATIVO:
 EOCA com o aprendente;
 Consigna;
 Entrevista com a professora da escola;
 Hora lúdica;
 Par educativo;
 Avaliação de leitura e escrita;
 Linguagem, leitura e interpretação;
 Atividades com jogos matemáticos;
 Provas de esquemas corporal;
CARVALHO (2022)
16
VI AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
Incialmente a criança comportou-se direitinho. Apesar de ser um pouco elétrico,
foi possível manter o diálogo. Conseguiu responder à quase todas as perguntas.
 Área psicopedagógica:
Oralidade: Da sua maneira, o aprenente se expressa muito bem. É um pouco
elétrico.
Leitura e interpretação: Lê com muita dificuldade, não tem compreensão silábica,
titubeia muito quando tenta pronunciar algumas sílabas complexas e por vezes trava
quando não consegue pronunciá-las. Não tira conversas e só responde quando
pergunta-se.
Escrita (qualidade): Não conhece a letra cursiva e escreve apenas a bastão. Nível
de escrita: silábico alfabético. Escreve palavras simples. Nas palavras com sílabas
complexas apresenta certo grau de dificuldade.
Desenho: Dificuldade em percepção e discriminação visual, proporcionalidade do
desenho, classificação de cores, riqueza de detalhes. Foi trabalhado o
reconhecimento das cores com lápis de cores e tinta guache relacionando-as a
objetos encontrados na natureza e os expostos na sala
Pintura: Pinta numa sequência correta. O aprendente completou assimetricamente
as figuras e pintou as imagens relacionando com a cor de cada uma na série proposta.
Durante a execução da atividade demonstra está feliz com os resultados obtidos.
Pode-se observar também que a criança possui traços firmes e boa coordenação
motora, tem habilidades para traçar linhas retas e antes de começar uma tarefa,
planejava antes de projetar no papel que foi solicitado.
Raciocínio lógico- matemático: As estruturas cognitivas do aprendente são
comprometidas. Utilizou-se provas operatórias com o aprendente e analisou-se em
que medida as informações obtidas, permitiriam complementar o diagnóstico.
consegue fazer pequenas contas. Não tem noção de lateralidade o que dificulta seu
senso de direção.
 Área Cognitiva:
Percepção, discriminação visual e auditiva: O aprendente tem dificuldade na
memória auditiva, atenção, concentração, leitura e interpretação de texto. Para a
prova foram utilizadas 3 pranchas, lápis, borracha e papel A4.
1. Prancha: Memória de frases 2. Prancha: memória de dígitos 3. Prancha: Memória
de relatos. Consigna: Você vai ouvir o que eu vou dizer para logo depois
CARVALHO (2022)
17
escrever.(prancha 1 e 2); Na prancha 3 você vai ouvir a história e depois me contar.
Na prancha 1 – memória de frases. A aprendente falou corretamente as 3 frases mais
curtas, não conseguiu memorizar a sequência das palavras das 3 últimas, chegando
a inserir palavras não existentes. Não conseguiu escrever as frases. Na prancha 2 –
memória de dígitos. Conseguiu oralmente êxito na sequência numérica de apenas 3
dígitos. Errou 1 sequência de 4 dígitos e as 4 sequências de 4 dígitos. Quanto à
escrita grafou corretamente só alguns dígitos. Na prancha 3 – memória de relatos.
Conseguiu recontar apenas o relato com 3 fatos.
Figura fundo: Esta encontra-se um pouco comprometida.
Sequencia lógica: Apresenta certo de dificuldades. Quanto à atenção e
concentração: Sua concentração é muito pouca. Apesar de ter se mostrado quieto
não consegue se concentrar em muita coisa.
Memória: Memória afetada. Curto prazo.
 Área corporal (psicomotricidade): Aspectos grafomotores:
Segura o lápis de forma adequado. Sua coordenação motora é muito boa.
Coordenação Motora Ampla: Sua coordenação motora ampla é muito boa. Corre,
salta, joga, se equilibra com facilidade.
Esquema Corporal: tem dificuldades de esquema corporal e lateralidade.
Reconhece as partes do corpo. Apenas faz trocas com o eixo da lateralidade
(esquerda e direita).
Dominância Lateral: Tem dificuldades de posicionar-se em qualquer esquema que
envolva a lateralidade.
VII SÍNTESE DOS RESULTADOS
Foi percebido que o aprendente tinha dificuldades de aprendizagem quando o
mesmo estava cursando o 1° ano, pois quase todas as crianças ao final do ano já
estavam lendo ou 6 quase lendo e o mesmo ainda não conseguia identificar as letras
do alfabeto, os numerais e não grafava ao menos o seu nome.
Para formulação do diagnóstico foram utilizados os seguintes instrumentos
avaliativos: EOCA com o aprendente, duas sessões lúdicas, visita a escola, aplicação
de testes de discriminação auditiva, visual, prova de esquema corporal e de
lateralidade, atividade de coordenação motora fina, de reconhecimento das cores e
aplicação das provas operatórias piagetianas.
Após a análise dos dados obtidos durante o processo de investigação foi
CARVALHO (2022)
18
possível constatar que o aprendente apresenta dificuldades de memória auditiva, falta
de atenção e um comportamento indisciplinado. Ainda foi possível observar nas áreas
específicas que compõem o ser em sua totalidade, na sua área cognitiva detectaram-
se alterações importantes quanto à atenção, memória, concentração, limitações de
conceito de número, pois ainda não reconhece todos os numerais, deficiência quanto
à competência linguística, não identificando as vogais e as consoantes.
Confunde os conceitos de lateralidade (direito e esquerdo) fazendo a
associação dos lados quando é lhe perguntado com qual mão escreve. Quanto ao
nível emocional foram percebidos sentimentos de abandono pelo pai, revolta e baixa
autoestima. O aprendente durante uma das sessões onde foi perguntado por qual
motivo tinha brigado na escola apresentou descontrole emocional expresso por meio
de choro e desabafo dos sentimentos.
No aspecto pedagógico apresenta uma modalidade de aprendizagem
marcada pelo aparecimento de condutas dependentes. Ele não toma iniciativa, é
queixoso e precisa ser conduzido nas suas produções, bem como necessita de
aprovação constante no trabalho que realiza. Ainda no aspecto pedagógico foram
identificadas características de disgrafias nas atividades realizadas pelo aprendente.
VIII–ENCAMINHAMENTOS COM ORIENTAÇOES PSICOPEDAGÓGICAS
Considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo ensino
aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia abordada
nas escolas é importante antes de se traçar o enfoque terapêutico, uma vez que a
criança pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se
adaptar ou não conseguir aprender com determinada metodologia utilizada pelo
professor, como também a carência de estímulos dentro de casa.
Por outro lado, muitas crianças podem não apresentar nenhum fator externo a
ela e mesmo assim não conseguir desenvolver plenamente suas habilidades
pedagógicas. O aluno com dificuldade de aprendizagem pode exigir um atendimento
variado, incluindo:
 aulas particulares;
 aconselhamento profissional especial;
 desenvolvimento de habilidades básicas;
 assistência para organizar e desenvolver habilidades de estudo adequadas e/ou
atendimento psicopedagógico.
CARVALHO (2022)
19
Para melhoria no desempenho do aprendente algumas recomendações são
necessárias:
 A família deve estabelecer um horário e um local apropriado para estudo do
aprendente;
 As atividades de casa devem ser realizadas diariamente e com acompanhamento,
a fim de melhorar o rendimento escolar do aprendente;
 Nos finais de semana ou outro dia de folga da família deve-se oportunizar
atividades de lazer a fim de proporcionar momentos de descontração e
socialização do aprendente;
 O aprendente deve ter acesso a livros, revistas, compartilhar leituras em casa e
na escola;
 Mudança do local onde o aluno senta, procurando que ele sinta-se incluso na
turma.
 Uso de recursos didáticos atraentes que despertem nas crianças o desejo de
aprender.
 Envolver o aprendente nas atividades que exijam o uso de práticas sociais do uso
da escrita como, por exemplo: lista de compras, aviso para mãe ou professora,
leitura de um papel de água ou luz, etc.
 Solicitar que o pai se faça presente em momentos importantes da vida do
aprendente tais como: aniversário, reuniões escolares, festas na escola passeios
de finais de semana, etc;
 Acompanhamento psicológico;
Sentindo-se na pele o papel desempenhado pelo psicopedagogo pode-se
perceber o quanto é valioso fazer o bem ao nosso próximo. Intervir na vida de
crianças com dificuldades de aprendizagem, estimulando-as a superar suas
limitações e trazendo de volta sua autoestima, sua alegria é uma das recompensas
que o dinheiro não paga.
Espera-se que como professora e futura psicopedagoga possa mudar a
realidade das escolas do meu município pela divulgação da importância do trabalho
do psicopedagogo e pela cobrança da inclusão deste profissional no sistema
educacional público de nossa cidade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o surgimento do ensino até os dias atuais, sabe-se que grande parte
CARVALHO (2022)
20
dos alunos apresenta dificuldades na aprendizagem e estas começam desde a pré-
escola e se arrastam pelas séries finais do currículo escolar. Neste sentido, sabe-se
que é ainda na infância que se assentam as bases para o desenvolvimento da
inteligência da criança.
No entanto, estas dificuldades podem estar relacionadas a uma série de
fatores. Um deles é o método de ensino utilizado pela escola ou pelo professor, outro
fator é a falta de motivação dos alunos em sala de aula por parte dos professores e
ou distúrbios neurológicos acarretados da hereditariedade. Esse tema foi escolhido
em função da sua grandiosidade e da contribuição significativa que pode se trazer
com ele para as escolas
Sobre alunos com determinadas dificuldades, principalmente as básicas, no
contexto escolar, é importante que o professor detecte isso mais cedo, por que
teoricamente, eles são os únicos que podem identificar precocemente e intentar para
um possível diagnóstico com um profissional da área especializada. Portanto, o
estudo em questão aponta que apesar das dificuldades de aprendizagem serem um
problema frequente e corriqueiro nas salas de aula, em determinados casos, são
pouco exploradas nas formações de professores.
Portanto, faz-se necessário que mais estudos sejam feitos, afim de que se
encontre respostas para ajudar aos alunos que sofrem com esse distúrbio e aos
professores, que estes, sejam munidos de conhecimentos, para que ambos,
aluno/professor, possam manter um relacionamento empático para que o ensino e
aprendizagem seja realmente atraente e significativo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Artes Médicas.
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escolar: perspectivas para sua compreensão e superação. / Mariana de Barros
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Expoente; 2001.
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CARVALHO (2022)
21
simbólicas. São Paulo: Universidade de São Paulo (mimeo), p. 2-21.
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aprendizagem: contribuição do jogo de regras. In: SISTO, Fermino Fernandes.
Dificuldades de aprendizagem bo contexto psicopedagógico. Fermino Fernandes
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clínica: uma visão diagnóstica. Porto Alegre. Artes Médicas.

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Importância da Psicopedagogia na aprendizagem

  • 1. CARVALHO (2022) GUIMARÃES (2022) 1 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO PSICOPEDAGÓGICO NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES Aluna autora: Letícia Araújo de Carvalho Pedagoga. Especializanda em Psicopedagogia E- mail:profleticia2017@gmail.com Profa. Orientadora: MS. JALMA DE SOUSA GUIMARÃES E-mail: jalmavaz@hotmail.com Universidade de Santo Amaro – UNISA RESUMO A aprendizagem humana é um sistema complexo e que precisa ser entendido na sua totalidade para poder auxiliar a criança, o jovem no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. O objetivo geral da referida pesquisa foi pesquisar a importância da Psicopedagogia para o processo de desenvolvimento e aprendizagem de Crianças e Adolescentes compreendendo o papel dos profissionais para o avanço e melhores resultados sejam no âmbito escolar ou social. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfica. Os resultados permitiram vislumbrar que é possível ajudar crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, seja lá de que tipo for se for devidamente diagnosticada e encaminhada ao tratamento clínico ou psicológico adequado. ABSTRACT Human learning is a complex system that needs to be understood in its entirety in order to help children and young people in their development and learning process. The general objective of this research was to investigate the importance of Psychopedagogy for the process of development and learning of Children and Adolescents, understanding the role of professionals for the advancement and better results, whether in the school or social sphere. The methodology used was qualitative research of a bibliographical nature. The results showed that it is possible to help children with learning difficulties, whatever their type, if they are properly diagnosed and referred to appropriate clinical or psychological treatment. KEYWORDS: Psychopedagogy. Learning. learning disability PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia. Aprendizagem. Dificuldade de aprendizagem.
  • 2. CARVALHO (2022) 2 1. INTRODUÇÃO De acordo com Barbosa (2015) a aprendizagem é um processo moroso, amplo, complicado e se inicia desde o nascimento e perdura conforme a maturação biológica e psicológica do ser humano. Para Gómez e Terán (2009, p.31) citado por Barbosa (2015) aprender significa uma construção dada por intermédio de estruturas mentais implicadas na aquisição de um novo conhecimento. Entretanto, logo esse processo, abarca também as relações sociais uma vez que é sempre na relação com algum objeto ou com o outro que a aprendizagem acontece. O conceito de aprendizagem segundo Vygotsky (1991,2001) citado por Pott (2018, p. 358) é “a capacidade humana de apreender a realidade material e simbólica, em um processo contínuo que ocorre ao longo da vida”. Nessa esteira de pensamento, entende-se que a aprendizagem ocorre, dado o momento em que o indivíduo se situa no contexto social e percebe-se como sujeito e agente transformador do meio. De acordo com Vygotsky (1991, 2007), a aprendizagem se dá a partir da necessidade do sujeito em relação ao meio. Esse tipo de necessidade ocorre quando o acúmulo de conhecimentos adquiridos pelo sujeito não é mais suficiente para lidar com a realidade a sua volta, sendo este processo, portanto, acompanhado por momentos ruins, sentimentos negativos, entrando em confronto consigo mesmo, ou como diz Vygotsky, entra em contato com o seu “não saber”, com sua necessidade de adaptação ao meio e isso ocorre de fato, quando ele (sujeito) sente a complexidade dos conceitos precisa aprender. Todavia, o tema da presente pesquisa está relacionado em perceber a importância do psicopedagogo diante da resolução dos problemas de aprendizagem de crianças e adolescentes discutindo a percepção das ações que a psicopedagogia atua como um termo de intervenções e mediações pedagogas. Sendo assim, o mesmo se justifica pelo fato de perceber na realidade atual a falta de psicopedagogos atuantes nas escolas públicas, causando um déficit no processo ensino/aprendizagem, o mesmo exemplifica através de citações. O objetivo geral da referida pesquisa foi pesquisar a importância da Psicopedagogia para o processo de desenvolvimento e aprendizagem de Crianças e Adolescentes compreendendo o papel dos profissionais para o avanço e melhores
  • 3. CARVALHO (2022) 3 resultados sejam no âmbito escolar ou social. Entretanto, partiu-se do seguinte questionamento: Quais os principais fatores que interferem na aprendizagem e, como os professores podem trabalhar com os alunos que apresentam dificuldade de aprendizagem? A metodologia utilizada na referida pesquisa foi a pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico. Nessa perspectiva, o presente trabalho parte de análises fundamentais baseados em pesquisas de livros, como a obra de Nadia Bossa, “ O fracasso escolar: um olhar psicopedagógico”, entre outras pesquisas extraídas das bases de dados confiáveis como a Scielo, Google Acadêmico entre outros. Assim, o mesmo estará pautado nos postulados de autores como: Bossa (2000, 2002), Orlandi (1983) Freud (1976), Avanzini (1987), entre outros. Ressalvando nesse artigo o quão se faz necessário criar políticas públicas voltadas a implementação de uma Equipe Multidisciplinar no município de Chaval, dando oportunidades as crianças de baixa renda que não tem condições socioeconômicas de arcar com os acompanhamentos de uma equipe multidisciplinar no qual o psicopedagogo trabalha em conjunto. 2 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA A APRENDIZAGEM DOS ALUNOS Diante de todo o cenário que as escolas enfrentam nos dias de hoje, o grande desafio das mesmas é despertar nos alunos o desejo de aprendizagem utilizando técnicas e metodologias que tornem as aulas prazerosas, deixando de lado a rotulação de que o aluno precisa aprender de forma tradicional utilizando somente o livro didático como ferramenta de estudos. Sobre o habito de ensinar resgatando o prazer e tornando o aluno um ser participativo e criativo Barbosa (2001) é redundante em sua argumentação quando: Transformar a aprendizagem em prazer não significa realizar uma atividade prazerosa , e sim descobrir o prazer no ato de: construir ou de desconstruir o conhecimento; transformar ou ampliar o que se sabe; relacionar conhecimentos entre si e com vida; ser coautor ou autor do conhecimento; permitir-se experimentar diante de hipóteses; partir de um contexto para a descontextualizarão e vice-versa; operar sobre o conhecimento já existente; buscar o saber a partir do não saber; compartilhar suas descobertas; integrar ação, emoção e cognição; usar a reflexão sobre o conhecimento e a realidade; conhecer a historia para criar novas possibilidades.(BARBOSA, 2001, p.74). Todavia, Barbosa (2001) ainda ressalta que psicopedagogia sendo uma área
  • 4. CARVALHO (2022) 4 que estuda o processo ensino/aprendizagem é uma ferramenta que irá contribuir com a escola resgatando o prazer no ato de aprender e nas atividades que colocam diante dos alunos circunstancia ou situações prazerosas.Os jogos as atividades lúdicas como defende Maria Montessori são fundamentais e peças que o psicopedagogo e até mesmo o professor devem fazer uso dos mesmos. O psicopedagogo deve implantar metodologias dinâmicas, prazerosas, auxiliando o aluno a desenvolver seus aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais e por isso defende se que a partir do momento em se utiliza um jogo para desenvolver o conteúdo a ser trabalhado, desperta na criança o sentimento de bem estar, florescendo o prazer em participar facilitando no processo de aprendizagem do educando. As contribuições da psicopedagogia para os trabalhos desenvolvidos com atividades lúdicas, são riquíssimas e de extrema importância, as manifestações lúdicas desenvolvem funções importantes e se consolidam como um instrumento didático riquíssimo ao pedagogo e psicopedagogo. É fundamental que se assegure á criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado0 com intensidade capaz de formar a base solida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção...como se fora brincadeira de roda... (MARCELINO, 1996, p.38) Percebe se que o lúdico é uma necessidade do ser humano indiferente de sua classe social ou idade, para ter o contato com o lúdico não necessariamente precisa fazer parte da população burguesa, o lúdico é um ato que cada indivíduo pode construir o seu independente do material, então vai do professor ter a iniciativa de inserir o lúdico em suas ferramentas metodológicas e mais uma vez ressalvando que os psicopedagogos fazem o uso da ludicidade porque estudos já comprovam que seja criança ou adolescente os mesmos conseguem capitar as informações quando é ensinado de forma lúdica. A interação do professor e aluno vem a cada dia sendo uma mais dinâmica. O professor vem deixando de ser um simples transmissor de conhecimento e o aluno deixando de ser aquele mero receptor que recebe o conhecimento transmitido como diz Paulo Freire uma educação bancaria, no qual o professor era o responsável por depositar os seus conhecimentos que eram considerados o dono do conhecimento podando o aluno de expor o que ele conhecia a respeito daquele conteúdo
  • 5. CARVALHO (2022) 5 depositado. Vale refrisar que com a evolução das tecnologias com a implantação do lúdico nas escolas, essa realidade de educação bancaria foi se tornando mais rara, dando espaço para um ambiente mais estimulador onde a criança ou adolescente aprende com o palpável, fugindo da rotina cansativa e repetitiva de leitura do livro e escrita da atividade no caderno que por muito tempo era o único recurso utilizado. A ludicidade veio para dar transformar a educação deixando visível o quanto as crianças produzem mais quando são estimuladas com matérias concretos que estimulam as crianças a participarem sem receio de errarem, os professores estão inserindo cada vez mais jogos, brincadeiras em suas rotinas diária revolucionando a maneira de ensinar. Através da ludicidade a criança se sente a vontade para expor, sua opinião, para participar tendo uma facilidade de se socializar. Assim, a educação não deve apenas formar trabalhadores aptos para cumprir as exigências do mercado do trabalho, mas cidadãos capazes de serem críticos, que buscam transformar o mercado que visa quantidade em mercados que deem importância a qualidade. Diante da reflexão desse contexto exposto, é imprescindível proporcionar aos discentes uma compreensão de mundo racional, onde os mesmos são capazes de impor as suas opiniões para debate, onde os respeitos pelas opiniões diferentes sejam levados em consideração. E o psicopedagogo é um dos responsáveis por auxiliar os educandos nessa busca de identidade na sociedade. Sobre o papel de um psicopedagogo que atua no campo da psicopedagogia institucional escolar Calberg destaca; [...] administrar ansiedade e conflitos; trabalhar com grupos[...] identificar sintomas de dificuldades no processo de ensino- aprendizagem; organizar projetos de prevenção, clarear papeis e tarefas nos grupos, ocupar um papel no grupo; criar estratégias para o exercício da autonomia( aqui entendido segundo teoria de Piaget: cooperação e respeito mutuo); fazer a mediação entre os subgrupos envolvidos na relação ensino-aprendizagem(pais, professores, alunos, funcionários); transforma queixas em pensamentos; criar espaços de escuta; levantar hipóteses; observar; entrevistar e fazer devolutivas; utilizar-se de metodologia clínica, olhar clinico; estabelecer vinculo psicopedagógico; não fazer avaliação psicopedagógica clinica individual dentro da instituição escolar[...]; fazer acompanhamentos e orientações; compor a equipe técnica-pedagógica(CALBERG, 2000, p.17) O projeto de Lei 3.124/97 descreve as funções do psicopedagogo, estabelecendo um perfil desse profissional, cujo tem domínio em diversas áreas do
  • 6. CARVALHO (2022) 6 conhecimento humano se tornando competente para: [...] realizar intervenção visando á solução dos problemas de aprendizagem tendo como enfoque o educando, instituição de ensino publica ou privada; efetuar o diagnóstico e intervenção psicopedagógica, utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia; intervir na prevenção de problemas que dele decorrem; oferecer assessoria psicopedagógica aos trabalhos realizados em espaços institucionais; coordenar, orientar e supervisionar cursos de especialização em Psicopedagogia em nível de pós-graduação, oferecidos por instituições credenciadas (COSTA, 2007, pag.98) Portanto, diante das pesquisas exposta nesse trabalho, que mostra a trajetória percorrida pela a Psicopedagogia escolar, para garantir a presença do psicopedagogo no ambiente escolar, para que através dos saberes próprios estudados pela a própria área, possam atuar na prevenção e intervenção apropriada com o objetivo de entender e minimizar os problemas de aprendizagens. Os psicopedagos são atuantes em escolas particulares, mas diante da situação precária das escolas públicas esse profissional não é considerado com necessário, sendo difícil o acesso de educando a esses profissionais tão necessários, resultando então no crescimento de fracasso escolar e muita das vezes refletindo na evasão escolar. No entanto, é necessário que a implantação seja feita de fato, deixando de ser só um papel estabelecido por lei. 4.1 A intervenção psicopedagógica Estudos obtidos por Correia (1991) apontam que as dificuldades de aprendizagem são caracterizadas por uma assimetria enfática entre o que se considera potente na criança e a sua capacidade de aprender e a assimilar no contexto escolar. De acordo com López, Palacio e Nieto (2006) a intervenção psicopedagógica é considerada uma maneira exitosa de tentar às necessidades e dificuldades de várias crianças ou jovens que apresentem algum tipo de dificuldade. De acordo ainda com esses autores a Psicopedagogia foi construída a partir de dois campos com diferentes princípios teóricos e metodologias, a pedagogia e a psicologia. A Psicopedagogia surgiu com intuito de dar conta daquilo que a pedagogia não pode ser capaz de dar. Ela surge justamente para tratar das dificuldades de aprendizagem das crianças e jovens. A psicopedagogia iniciou-se no século XIX na Europa e segundo Bossa (2000) os primeiros a se preocuparem com as dificuldades de aprendizagem foram os
  • 7. CARVALHO (2022) 7 médicos, filósofos e educadores. No Brasil, ela teve forte influência da Argentina, sendo que esta teve seu direcionamento vindo da França. Sendo assim, a psicopedagogia é uma abordagem que tem por finalidade investigar e compreender os processos de aprendizagem da criança e sua relação com a mesma, levando em conta a interação sujeito/sociedade e família. De acordo com Franco (2016) um dos principais papéis ocupados pelo psicopedagogo é articular contribuições de áreas como a Psicologia, Pedagogia e Medicina como principal eixo de expor para todos a construção do próprio conhecimento e sua retomada de seu processo de aprendizagem. Conforme ainda a autora, o psicopedagogo deve buscar possibilidades de novas melhorias em prol da aprendizagem dos alunos, bem como suscitar o desejo de aprender e não apenas, a melhoria do rendimento escolar durante seu processo de aprendizagem. Consoante explicativas de Paín (1986), uma das finalidades do tratamento psicopedagógico é o desaparecimento dos sintomas, bem como criar mecanismos do próprio sujeito aprender naturalmente em condições viáveis e possíveis, dando ênfase na relação que ele mantém com a aprendizagem. Ainda Bossa (2000, p. 69), diz que: “a aprendizagem e o desenvolvimento normal do indivíduo é o principal veículo de estudos da psicopedagogia”. Sejam estes, relacionados ou não com o mundo do indivíduo externo ou interno, sem deixar de lado os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que estão envolvidos no processo de aprendizagem. Nádia Bossa ainda discute que esse objeto de estudo deve ser entendido como sendo de caráter preventivo e terapêutico. Para esta mesma autora, o caráter preventivo deverá esclarecer as características das diferentes etapas do desenvolvimento e o enfoque de caráter terapêutico deve identificar, analisar e elaborar o diagnóstico e tratamento dessas dificuldades. Sendo assim, uma das maiores contribuições da psicopedagogia deve ser de por à disposição do indivíduo a construção do seu conhecimento e a retomada do seu processo de aprendizagem. BECKER (2003) nos informa que: A aprendizagem do sujeito consiste na própria ação dele. Ele aprende conforme suas “práticas, suas ações que vão se canalizar conforme for praticando algo: ações que buscam êxitos e ações que a partir do êxito obtido, buscam a verdade ao apropriar-se das ações que obtiveram êxito”. (BECKER, 2003, p.14). Esse mesmo autor esclarece que para que o ato de aprender aconteça realmente é necessário que haja uma relação entre o sujeito aprendente e a
  • 8. CARVALHO (2022) 8 assimilação de forma clara da aprendizagem de qualidade com vistas no quadro de alunos que apresentem problemas relacionados à aprendizagem. Para que a aprendizagem suscite, faz-se necessário que ele se manifeste desejos em forma de ações práticas e que o desejo de aprender e sejam participantes do processo dinâmico da aprendizagem, isso fará com que portas se abram para a construção de uma relação positiva com as demais áreas do conhecimento em que os alunos precisam melhorar. Ainda, a aprendizagem só acontece de fato se sentirmos prazer pelo ato de aprender, bem como se o conteúdo for atraente e tiver significado simbólico ou prático para nós. Conforme Carvalho (2007), dentro do processo aprendizagem do homem, existe uma forte coincidência histórica uma etapa genética da inteligência e um sujeito. Para isso explica que: Parece impossível explicar as dificuldades de aprendizagem sem levar em conta os aspectos orgânicos, psicológicos ou sociais banalizando a importância de cada um ou desconsiderando suas intricadas inter- relações. 4.2 O papel do psicopedagogo Uma das maiores funções do psicipedagogo é atuar de forma direta na identificação dos fatores “neurológicos, psicomotores, psicológicos, fonoaudiológos e estrutura familiar adequada com ações imediatas e práticas que poderão intervir na relação do professor/aluno”, nas famílias a tentarem lidar com seus próprios modelos de aprendizagens para uma melhor qualidade de aprendizado (ABERASTURY, 1986, p. 23). Atuando dessa maneira, ele poderá oportunizar a criação de espaços com vistas no direcionamento de aprendizagens significativas, e ainda fortalecer o conhecimento dos indivíduos que têm dificuldades para aprender ou assimilar determinados conteúdos ou regras comportamentais. Outrossim, vale a ressalva de que todos os critérios ora apresentados, são passiveis de serem contornados por meio de uma intervenção criteriosa, que busque a raiz dos problemas ou das variáveis dos distúrbios de aprendizagem apresentados por todas as crianças, para que assim, o psicopedagogo possa traçar metodologias para solucionar cada caso. Esse é um dos direcionamentos, o psicopedagogo é um “profissional deve sempre se dirigir a criança ou adolescente com abordagens novas, levando-a a acreditar que é capaz de realização nunca conseguidas” (GLIZ, 2009, p.121). Atuando
  • 9. CARVALHO (2022) 9 de forma preventiva, ele ainda pode evitar muitos problemas consequentes da aprendizagem, se utilizando de um trabalho de pesquisa investigativa juntamente com escola, sua metodologia e a ação pedagógica do professor. Dessa forma, o psicopedagogo experiente toma ciência dos problemas e interpreta com a devida medida preventiva. Assim, ainda poderá auxiliar os indivíduos a reconstruir suas histórias de vida, remontando recortes temporais fragmentados e a retomar o percurso normal de sua aprendizagem. O profissional psicopedagogo tem uma responsabilidade social grande cabendo a ele a consciência de seu papel e acima de tudo deve respeitar, prezar e zelar por cada vida que for colocada sob seus cuidados, lembrando sempre que cada ser é único e que cada um possui singularidades que precisam ser respeitadas e que são estas diferenças que dão significado à vida. Portanto, a psicopedagogia dentro das suas atribuições estuda, procura explicar, diagnosticar e tratar dos problemas de aprendizagem dos indivíduos, levando em conta suas particularidades e aspectos da formação humana porque o ato de aprender torna-se algo complexo e sistemático, que leva consigo toda uma relação que se estabelece com seus processos dinâmicos da aprendizagem. 1.3 A importância do uso dos jogos no psicodiagnóstico da psicopedagogia De acordo com Garcia Arzeno (1995) os psicólogos que trabalham com crianças e ou adolescentes, em geral, realizam uma entrevista prévia com os pais ou responsáveis e depois com crianças. O diálogo iniciado dá oportunidade de continuar a conversa até um ponto em que as palavras acabam. De acordo ainda com este mesmo autor quando isto ocorre, chama a atenção para o fato de que já é hora de apelar para outras formas de linguagem mais apropriada ás crianças e ao adolescente: a linguagem lúdica e/ ou gráfica. Devido á abrangência de significados, não convém, que jogo, enquanto forma de expressão de uma linguagem afetiva, se refere àquele, cuja estrutura é o símbolo. De acordo com Brenelli (2004) caracteriza o brincar como uma atividade refletida nos estados internos do sujeito sobreposta à realidade do qual ele vive ou imagina. Deste se diferencia o jogo de regras por ser constituído pela estrutura de regras. Dada sua natureza lógica e social esta forma de jogo é caracterizada pelas coordenadas do sujeito, pelas coordenações interindividuais, a fim de dar conta dessas exigências de
  • 10. CARVALHO (2022) 10 reciprocidade social. Legitimar a linguagem lúdica da criança foi um objeto da Psicanálise freudiana. Freud e Ana Freud já consideravam a importância dos jogos no contexto social da criança, mas foi Melaine Klen a pioneira na utilização do jogo como técnica psicanalítica considerando-o “a via régia do inconsciente, como são os sonhos nos adultos” (CHAZAUD, 1977, p. 48). Fundamentada nos estudos de Sigmund Freud sobre o significado da atividade lúdica, Melaine Klein destaca o brincar a linguagem típica da criança por ser mais expressiva que a linguagem verbal. Por esta razão, levou a jovem psicanalista a considerar o jogo como sendo um papel de complemento imprescindível à análise da criança. O jogo representa, segundo a autora, o equivalente lúdico da fantasia, traduzindo, durante sua evolução, a evolução da fantasia. A criança atualiza por meio do jogo suas imaginações inconscientes, sexuais e agressivas, seus desejos e suas experiências vividas. O convite para brincar varia de idade para idade, e cabe ao analista observar o tema, a forma, o conteúdo, o estilo, abrangendo: tempo, estabilidade, continuidade, intervenção solicitada pela criança e a qualidade do pedido. Aberastury (1986) designa a primeira hora do jogo como sendo a “hora do jogo diagnóstica” por constatar que: [...] já durante a primeira sessão – fosse o início de uma análise ou de simples observação diagnóstica – aparece a fantasia da enfermidade ou de cura (...). A criança nos comunica desde a primeira hora a sua fantasia inconsciente sob enfermidade ou conflito pelo qual é trazida ao tratamento, e na maior parte dos casos sua fantasia inconsciente de cura (ABERASTURY, 1986, p. 111-112). Este mesmo autor demonstra em outros trabalhos feitos na área da psicanálise que a primeira hora do jogo diagnóstico são as primeiras horas de tratamento com as crianças de diferentes idades. Para Garcia Arzeno (1995) acrescenta que na hora dos jogos diagnósticos é possível encontrar as fantasias sobre o que está fazendo mal à criança, sobe o que lhe faria bem para melhorar, sobre o que espera que lhe façam além de transmitir toda sua vivência com os outros: irmãos, colegas e outros membros importantes de sua família. Brenelli (2004) a psicopedagogia se insere numa área de conhecimento interdisciplinar voltada a compreender a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Procura atender, sobretudo, crianças e adolescentes que apresentam dificuldades ou distúrbios de aprendizagem.
  • 11. CARVALHO (2022) 11 As dificuldades de aprendizagem são caracterizadas, pela literatura em geral, como desordens que podem se manifestar em uma ou mais áreas relativas a linguagem e sua compreensão, expressão oral, ao pensamento, a leitura, a escrita, a ortografia e a aritmética. Podem também estar relacionadas essas desordens, à própria dinâmica do comportamento. Com mais frequência, o apelo à psicopedagogia, ocorre em razão das dificuldades escolares enfrentadas por crianças e adolescentes acompanhadas de uma história de atraso escolar. Segundo Paín (1985) diz que para realizar um diagnóstico a respeito de problemas de aprendizagem é necessário considerar os problemas orgânicos; os fatores específicos relativos à adequação perceptivo motora; os fatores perceptivos relativos a inibição, retração do ego; angústia; e os fatores ambientais. Conforme ainda esta mesma autora, dada ainda a amplitude dos fatores que intervém na determinação das causas de dificuldades ou problemas de aprendizagem, o diagnóstico e tratamento psicológico, além de outros, muito se vale dos procedimentos utilizados na psicoterapia e no psicodiagnóstico, dentre os quais encontra-se o jogo ou brincar. Conforme ainda Brenelli (1996) apesar da colaboração entre áreas de conhecimento ser relevante e oportuna, é preciso assinalar que, diferentemente da situação da psicoterapia, na psicopedagogia, a relação entre psicopedagogo e criança é sempre intermediada por uma tarefa a cumprir. Sendo assim, Mary (1985, p. 40), diz o seguinte: [...] essa tarefa os mantém em contato com a realidade [...] o psicopedagogo se dirige ao ego consciente da criança, mas sabe que suas condutas são guiadas por tudo o que nela foi reprimido, recalcado, sabe também que a situação face a face vivida com ele reatualiza os conflitos não resolvidos da criança. Com efeito, o brinquedo e o jogo se constituem também como objetos da psicopedagogia, tanto para diagnosticar como para tratar os distúrbios ou dificuldades de aprendizagem. De acordo com Brenelli (1996) citado por Cisto et. al. (2004) encontram-se o jogo e brincar nos procedimentos de Visca (1995) incluídos em um instrumento mais amplo EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, que reúne aportes da Psicologia Social, da Psicanálise e da Psicologia Genética de Piaget. Fernandes (1990) e Weiss (1992) utilizam jogos para compor diagnóstico e o tratamento psicopedagógico. Ainda Paín (1985) considera de grande interesse para diagnóstico de problemas de aprendizagem a observação do jogo da criança
  • 12. CARVALHO (2022) 12 afirmando que “a atividade lúdica nos fornece informação sobre os esquemas que se organizam e integram o conhecimento num nível representativo” (PAÍN, 1995, p. 50). Assim, compreende-se que o material utilizado por Paín, para essa “técnica diagnóstica” é predominantemente não figurativo, uma vez que a atenção deve recair mais num processo de construção do simbólico do que nas projeções realizadas sobre um objeto cujo conteúdo já se encontra determinado. Entretanto, a autora adverte que não se deve aplicar “a hora do jogo” com crianças com idade superior a 9 (nove) anos, pois a preferência lúdica orientar-se mais, nessa idade, para o jogo de regras oferecer às crianças uma atividade superada, pode deixa-las confusa e envergonhada. Nesse caso, espera-se que a hora do jogo seja substituída por uma entrevista (BRENELLI, 1996). Outros aspectos ainda não mencionados, deve ser observado durante o brincar da criança, são aqueles relativos a organização do real. Os trabalhos que avaliam a construção do real, quer no plano da ação, quer no da representação, tem sido desenvolvido por Ramozzi-Chiarotinho (1984). Durante o brincar da criança, seja com materiais estruturados ou não, é observado como se estrutura o real por meio de relações espaço temporal e causal estabelecida pelas crianças nos eventos que comunica ou nas cenas que representa. Baseada na obra de Piaget e Ramozzi-Chiarotinho (1984) defende que a construção das categorias reais e sua adequada representação fazem-se necessárias para sua reestruturação da linguagem, no plano da linguagem, e também do pensamento em geral. Dessa maneira percebe-se que o brincar ou o jogo simbólico ocupa lugar significativo e bem definido no processo diagnóstico da psicopedagogia. Pesquisas da atualidade analisam o jogo direcionando seu uso para o campo escolar e psicopedagógico. A importância do jogo no contexto da psicopedagogia Branelli (1996) diz que muitos trabalhos sobre a importância do jogo foram inspirados no construtivismo de Jean Piaget, utilizando-se deste meio tanto para compreender a estruturação cognitiva de crianças num dado momento de construção, como também para favorecer processos construtivos do pensamento, a aprendizagem de conteúdos lógico-matemáticos escolares em geral. Contemporâneo a isso, Brenelli (1996), estudos feitos no Brasil mais recentemente veem enfatizando a relação do jogo com a construção do conhecimento dentro da psicopedagogia e no contexto pedagógico. Para Brenelli (1996b, p. 98)
  • 13. CARVALHO (2022) 13 defende a ideia de que a criação de atividades com jogos de regras “permite um espaço para pensar”, nele a criança organiza a prática de regras, elabora estratégias e cria procedimentos a fim de resolver situações problemas desencadeados pelo contexto lúdico. Conforme ainda esta mesma autora, aspectos-sociais e morais estão implícitos no jogo, pelo fato de existir relação de reciprocidade, cooperação e respeito mútuo. Para Barone e Macedo (1997) distinguem entre o “saber jogar”, que se refere a compreensão e prática das regras e o “jogar bem” que se refere as estratégias e procedimentos empregados. Esta diferenciação foi elaborada pelos autores inspirada na obra de Piaget (1996) “As formas elementares da dialética. Nesta obra Piaget enfatiza que no desenvolvimento cognitivo há uma alternância entre duas fases: uma dialética orientada à construção de novas estruturas de pensamento e outra, discursiva, que se dirige às deduções por meio dessas estruturas sem alterá- las. Nessa esteira de pensamento, o “saber jogar” envolve o aspecto discursivo voltado a compreender as regras e praticá-las, de acordo com Barone; Macedo (1997): “corresponde a uma forma de atuar, relacionado ao material a ser utilizado, ao que é possível ou não para aquele tipo de atividade, as pontuações, à decisão de quem se torna vencedor e etc” (p.04). Já “jogar bem” (ibid.) vai permitir desencadear raciocínios que visam a criação de estratégias e procedimentos, envolvendo o processo dialético, definido por construções a serem realizadas, ou seja, a um vir a ser (BRENELLI, 1996). Portanto, conseguir êxito no jogo, defender-se das jogadas do adversário implica jogar de acordo com as regras e descobrir o melhor jeito de jogar coordenado assim os aspectos dialéticos e discursivos. Analisar como as crianças constroem suas regras para jogar seria uma maneira de alcançar o aspecto discursivo do processo dialético, permitindo observar como se encontra organizada sua estrutura cognitiva, quanto a construções operatórias, e como está se aplica a um conjunto de observáveis de um dado jogo. 2.METODOLOGIA A metodologia é o eixo norteador no desenvolvimento da elaboração de um projeto, nessa presente pesquisa foram elaborados alguns tipos de pesquisa. Cuja pesquisa desenvolvida neste trabalho inclui inicialmente a abordagem da pesquisa bibliográfica, pautada na coleta de dados obtidos a partir de suporte teórico em
  • 14. CARVALHO (2022) 14 obras de alguns autores que abordam a temática discutida no projeto. Marconi e Lakatos (2001) afirmam que: A pesquisa bibliográfica “trata-se do levantamento de toda a bibliografia já publicada em formas de livros, revistas, publicações avulsas em imprensa ou escrita”. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto com o objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas informações (MARCONI, LAKATOS,2001, p. 43-44). No entanto em uma fase posterior a pesquisa bibliográfica utilizamos a pesquisa de campo, executada através da aplicação de questionários para entrevista. Com questões que buscam analisar o processo de ensino aprendizagem praticado no âmbito do ciclo da alfabetização, no qual permitiram observar as dificuldades enfrentadas ao longo do desafio de alfabetizar nos anos iniciais. Neste sentido a autora Lakatos (2003) destaca: Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou a relações entre eles(...). Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes, para analisa-los (LAKATOS, Com esta concepção a pesquisa qualitativa busca compreender e analisar os dados coletados, entretanto este projeto possui três tipos de pesquisa que condicionaram na estruturação do mesmo. Nessa etapa do presente trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Psicopedagogia, aliou-se ao referencial teórico anteriormente usado para as considerações abordadas até aqui, a realização da pesquisa de levantamento de dados realizada nas bases de dados da Scielo, Google Acadêmico entre outras fontes. Como critério de inclusão usou-se pesquisas que estavam diretamente ligadas ao tema e como exclusão as pesquisas que não estiveram ligadas diretamente ao tema. Vale ressaltar que os resultados obtidos durante a revisão da literatura permitiram vislumbrar que a forma com que os profissionais da educação lidam com a aprendizagem e as dificuldades apresentada em sala são supérfluas, uma vez que, ensinar a ler não é uma tarefa tão fácil, pois há várias formas de se trabalhar a leitura sistemática a partir do conhecimento prévio promovendo a interação dos alunos com diferentes tipos de textos escritos e múltiplas situações, colocando em ação tudo o que o aluno já sabe para aprender ainda o que não sabe. Ademais, os objetivos pensados inicialmente foram alcançados que foi investigar como as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento da
  • 15. CARVALHO (2022) 15 aprendizagem significativa das crianças. Também após o final dessa pesquisa, espera-se que os professores tenham um espírito aberto para o lúdico, reconhecendo a sua importância enquanto fator de desenvolvimento, fazendo-se necessário que desde cedo as crianças tenham condições de participar de atividades que deixem florescer a criatividade. Enfim, a criança precisa brincar sempre, assim ela tornará a seu tempo, um adulto responsável, de sucesso e principalmente feliz. Educar nesse momento é sinônimo de prepara o espaço adequado, isto é, explorável que traga segurança e que sejam estabelecidas normas claras e limites precisos, em que as atividades estejam contextualizadas e tenham um sentido para as crianças afim de que possam explorar suas possibilidades de ação, desenvolver sua autonomia, interagir com os iguais e adquirir os processos de comunicação. 3. SUGESTÃO DE TRABALHO REALIZADO POR PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA (DESCRIÇÃO) I – DADOS PESSOAIS NOME: Francisco das Chagas Batista D.N.: 19/05/2013 IDADE: 09 anos MÃE: Maria Aparecida Batista PAI: Ignorado ESCOLA: Pólo de Convivência ESCOLARIDADE: 3 º ano II – Encaminhada por: Escola e mãe. III – QUEIXA PRINCIPAL: Dificuldades na leitura e escrita, números e operações. IV – PERÍODO DA AVALIAÇÃO: Nov/2022. V – INSTRUMENTO UTILIZADO NESTE PROCESSO AVALIATIVO:  EOCA com o aprendente;  Consigna;  Entrevista com a professora da escola;  Hora lúdica;  Par educativo;  Avaliação de leitura e escrita;  Linguagem, leitura e interpretação;  Atividades com jogos matemáticos;  Provas de esquemas corporal;
  • 16. CARVALHO (2022) 16 VI AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Incialmente a criança comportou-se direitinho. Apesar de ser um pouco elétrico, foi possível manter o diálogo. Conseguiu responder à quase todas as perguntas.  Área psicopedagógica: Oralidade: Da sua maneira, o aprenente se expressa muito bem. É um pouco elétrico. Leitura e interpretação: Lê com muita dificuldade, não tem compreensão silábica, titubeia muito quando tenta pronunciar algumas sílabas complexas e por vezes trava quando não consegue pronunciá-las. Não tira conversas e só responde quando pergunta-se. Escrita (qualidade): Não conhece a letra cursiva e escreve apenas a bastão. Nível de escrita: silábico alfabético. Escreve palavras simples. Nas palavras com sílabas complexas apresenta certo grau de dificuldade. Desenho: Dificuldade em percepção e discriminação visual, proporcionalidade do desenho, classificação de cores, riqueza de detalhes. Foi trabalhado o reconhecimento das cores com lápis de cores e tinta guache relacionando-as a objetos encontrados na natureza e os expostos na sala Pintura: Pinta numa sequência correta. O aprendente completou assimetricamente as figuras e pintou as imagens relacionando com a cor de cada uma na série proposta. Durante a execução da atividade demonstra está feliz com os resultados obtidos. Pode-se observar também que a criança possui traços firmes e boa coordenação motora, tem habilidades para traçar linhas retas e antes de começar uma tarefa, planejava antes de projetar no papel que foi solicitado. Raciocínio lógico- matemático: As estruturas cognitivas do aprendente são comprometidas. Utilizou-se provas operatórias com o aprendente e analisou-se em que medida as informações obtidas, permitiriam complementar o diagnóstico. consegue fazer pequenas contas. Não tem noção de lateralidade o que dificulta seu senso de direção.  Área Cognitiva: Percepção, discriminação visual e auditiva: O aprendente tem dificuldade na memória auditiva, atenção, concentração, leitura e interpretação de texto. Para a prova foram utilizadas 3 pranchas, lápis, borracha e papel A4. 1. Prancha: Memória de frases 2. Prancha: memória de dígitos 3. Prancha: Memória de relatos. Consigna: Você vai ouvir o que eu vou dizer para logo depois
  • 17. CARVALHO (2022) 17 escrever.(prancha 1 e 2); Na prancha 3 você vai ouvir a história e depois me contar. Na prancha 1 – memória de frases. A aprendente falou corretamente as 3 frases mais curtas, não conseguiu memorizar a sequência das palavras das 3 últimas, chegando a inserir palavras não existentes. Não conseguiu escrever as frases. Na prancha 2 – memória de dígitos. Conseguiu oralmente êxito na sequência numérica de apenas 3 dígitos. Errou 1 sequência de 4 dígitos e as 4 sequências de 4 dígitos. Quanto à escrita grafou corretamente só alguns dígitos. Na prancha 3 – memória de relatos. Conseguiu recontar apenas o relato com 3 fatos. Figura fundo: Esta encontra-se um pouco comprometida. Sequencia lógica: Apresenta certo de dificuldades. Quanto à atenção e concentração: Sua concentração é muito pouca. Apesar de ter se mostrado quieto não consegue se concentrar em muita coisa. Memória: Memória afetada. Curto prazo.  Área corporal (psicomotricidade): Aspectos grafomotores: Segura o lápis de forma adequado. Sua coordenação motora é muito boa. Coordenação Motora Ampla: Sua coordenação motora ampla é muito boa. Corre, salta, joga, se equilibra com facilidade. Esquema Corporal: tem dificuldades de esquema corporal e lateralidade. Reconhece as partes do corpo. Apenas faz trocas com o eixo da lateralidade (esquerda e direita). Dominância Lateral: Tem dificuldades de posicionar-se em qualquer esquema que envolva a lateralidade. VII SÍNTESE DOS RESULTADOS Foi percebido que o aprendente tinha dificuldades de aprendizagem quando o mesmo estava cursando o 1° ano, pois quase todas as crianças ao final do ano já estavam lendo ou 6 quase lendo e o mesmo ainda não conseguia identificar as letras do alfabeto, os numerais e não grafava ao menos o seu nome. Para formulação do diagnóstico foram utilizados os seguintes instrumentos avaliativos: EOCA com o aprendente, duas sessões lúdicas, visita a escola, aplicação de testes de discriminação auditiva, visual, prova de esquema corporal e de lateralidade, atividade de coordenação motora fina, de reconhecimento das cores e aplicação das provas operatórias piagetianas. Após a análise dos dados obtidos durante o processo de investigação foi
  • 18. CARVALHO (2022) 18 possível constatar que o aprendente apresenta dificuldades de memória auditiva, falta de atenção e um comportamento indisciplinado. Ainda foi possível observar nas áreas específicas que compõem o ser em sua totalidade, na sua área cognitiva detectaram- se alterações importantes quanto à atenção, memória, concentração, limitações de conceito de número, pois ainda não reconhece todos os numerais, deficiência quanto à competência linguística, não identificando as vogais e as consoantes. Confunde os conceitos de lateralidade (direito e esquerdo) fazendo a associação dos lados quando é lhe perguntado com qual mão escreve. Quanto ao nível emocional foram percebidos sentimentos de abandono pelo pai, revolta e baixa autoestima. O aprendente durante uma das sessões onde foi perguntado por qual motivo tinha brigado na escola apresentou descontrole emocional expresso por meio de choro e desabafo dos sentimentos. No aspecto pedagógico apresenta uma modalidade de aprendizagem marcada pelo aparecimento de condutas dependentes. Ele não toma iniciativa, é queixoso e precisa ser conduzido nas suas produções, bem como necessita de aprovação constante no trabalho que realiza. Ainda no aspecto pedagógico foram identificadas características de disgrafias nas atividades realizadas pelo aprendente. VIII–ENCAMINHAMENTOS COM ORIENTAÇOES PSICOPEDAGÓGICAS Considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo ensino aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia abordada nas escolas é importante antes de se traçar o enfoque terapêutico, uma vez que a criança pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se adaptar ou não conseguir aprender com determinada metodologia utilizada pelo professor, como também a carência de estímulos dentro de casa. Por outro lado, muitas crianças podem não apresentar nenhum fator externo a ela e mesmo assim não conseguir desenvolver plenamente suas habilidades pedagógicas. O aluno com dificuldade de aprendizagem pode exigir um atendimento variado, incluindo:  aulas particulares;  aconselhamento profissional especial;  desenvolvimento de habilidades básicas;  assistência para organizar e desenvolver habilidades de estudo adequadas e/ou atendimento psicopedagógico.
  • 19. CARVALHO (2022) 19 Para melhoria no desempenho do aprendente algumas recomendações são necessárias:  A família deve estabelecer um horário e um local apropriado para estudo do aprendente;  As atividades de casa devem ser realizadas diariamente e com acompanhamento, a fim de melhorar o rendimento escolar do aprendente;  Nos finais de semana ou outro dia de folga da família deve-se oportunizar atividades de lazer a fim de proporcionar momentos de descontração e socialização do aprendente;  O aprendente deve ter acesso a livros, revistas, compartilhar leituras em casa e na escola;  Mudança do local onde o aluno senta, procurando que ele sinta-se incluso na turma.  Uso de recursos didáticos atraentes que despertem nas crianças o desejo de aprender.  Envolver o aprendente nas atividades que exijam o uso de práticas sociais do uso da escrita como, por exemplo: lista de compras, aviso para mãe ou professora, leitura de um papel de água ou luz, etc.  Solicitar que o pai se faça presente em momentos importantes da vida do aprendente tais como: aniversário, reuniões escolares, festas na escola passeios de finais de semana, etc;  Acompanhamento psicológico; Sentindo-se na pele o papel desempenhado pelo psicopedagogo pode-se perceber o quanto é valioso fazer o bem ao nosso próximo. Intervir na vida de crianças com dificuldades de aprendizagem, estimulando-as a superar suas limitações e trazendo de volta sua autoestima, sua alegria é uma das recompensas que o dinheiro não paga. Espera-se que como professora e futura psicopedagoga possa mudar a realidade das escolas do meu município pela divulgação da importância do trabalho do psicopedagogo e pela cobrança da inclusão deste profissional no sistema educacional público de nossa cidade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desde o surgimento do ensino até os dias atuais, sabe-se que grande parte
  • 20. CARVALHO (2022) 20 dos alunos apresenta dificuldades na aprendizagem e estas começam desde a pré- escola e se arrastam pelas séries finais do currículo escolar. Neste sentido, sabe-se que é ainda na infância que se assentam as bases para o desenvolvimento da inteligência da criança. No entanto, estas dificuldades podem estar relacionadas a uma série de fatores. Um deles é o método de ensino utilizado pela escola ou pelo professor, outro fator é a falta de motivação dos alunos em sala de aula por parte dos professores e ou distúrbios neurológicos acarretados da hereditariedade. Esse tema foi escolhido em função da sua grandiosidade e da contribuição significativa que pode se trazer com ele para as escolas Sobre alunos com determinadas dificuldades, principalmente as básicas, no contexto escolar, é importante que o professor detecte isso mais cedo, por que teoricamente, eles são os únicos que podem identificar precocemente e intentar para um possível diagnóstico com um profissional da área especializada. Portanto, o estudo em questão aponta que apesar das dificuldades de aprendizagem serem um problema frequente e corriqueiro nas salas de aula, em determinados casos, são pouco exploradas nas formações de professores. Portanto, faz-se necessário que mais estudos sejam feitos, afim de que se encontre respostas para ajudar aos alunos que sofrem com esse distúrbio e aos professores, que estes, sejam munidos de conhecimentos, para que ambos, aluno/professor, possam manter um relacionamento empático para que o ensino e aprendizagem seja realmente atraente e significativo REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ABERASTURY, A. (1996). Psicanálise da criança: teoria e técnica. Porto Alegre, Artes Médicas. BARBOSA, Mariana de Barros. Dificuldades de aprendizagem no contexto escolar: perspectivas para sua compreensão e superação. / Mariana de Barros Barbosa. - Rio Claro, 2015. BARBOSA, LMS. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba: Expoente; 2001. BARONE, K. C. MACEDO, L. (1997). O jogo Ta Te Ti e suas dimensões dialéticas e
  • 21. CARVALHO (2022) 21 simbólicas. São Paulo: Universidade de São Paulo (mimeo), p. 2-21. BRENELLI, Rosely Palermo. Espaço Lúdico e diagnóstico em dificuldades de aprendizagem: contribuição do jogo de regras. In: SISTO, Fermino Fernandes. Dificuldades de aprendizagem bo contexto psicopedagógico. Fermino Fernandes Sisto, Evely Boruchovitch, Lucila Diehl Tolaine Fini (Org.). – Petrópolis, RJ. Vozes, 2004. __________. O jogo como espaço para pensar: a construção das noções lógicas e aritméticas. Campinas: Papirus, 1996. BECKER, Fernando. A origem do conhecimento e aprendizagem escolar. Artmed, Porto Alegre, 2003 p.14-17. BOSSA, N. A. Dificuldades de aprendizagem: o que são? Como tratá-las? 1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. CHAUZAUD, J. Psicoterapia da criança. Zahar: Rio de Janeiro, 1977. FERNANDES, Hélder Rego; CALDEIRA, Suzana Nunes. Envolvimento do aluno na escola e sua relação com a aprendizagem: um estudo em escolas da ilha de S. Miguel. In: Atas do 1º Congresso Internacional de Psicologia, Educação e Cultura. Desafios Sociais e Educação: Culturas e Práticas. Instituto Superior Politécnico Gaya, 2013. p. 83-99.disponível: https://www.researchgate.net/publication/274248506. Acessado em: 20/11/2022. FERNÁNDEZ, A. O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento: Porto Alegre, 2001. GARCÍA ARZENO, M. E. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições. Artes Médicas: Porto Alegre, 1995. GLIZ, Maria das Graças Sobral. Psicopedagogia: um conhecimento em contínuo processo de construção. Casa do Psicologo, São Paulo-SP, 2009. GÓMEZ, A. M. S.; TERÁN, N. E. Dificuldades de Aprendizagem: Detecção e estratégias de ajuda. [S.l.]: Cultural, 2009. LÓPEZ, Gloria Cecilia ;PALACIO, Carlota; NIETO, Luz Ángela; (2006). Qué es la intervención psicopedagógica: definición, principios y componentes. El ágora USB, 6(2), 215-226. MARY, J. (1985). Pedagogia Curativa Escolar e Psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Trad.
  • 22. CARVALHO (2022) 22 Ana Maria Neto Machado. Porto Alegre, Artes Médicas, 1986. PIAGET, J. O julgamento moral da criança. Mestre Jou. São Paulo, 1977. RAMOZZI-CHIAROTINHO, Z (1984). Em busca do sentido da obra de Jean Piaget. Ensaios, 107. São Paulo: Ática. VIGOTSKI, L. S. (1991). Teoria e método em psicologia. São Paulo: Martins Fontes. _________. (2000). Psicología pedagógica. São Paulo: Martins Fontes. _________. (2007). A Transformação Socialista do Homem. URSS: Varnitso (Nilson Dória, Trad.). Recuperado em 30 de Janeiro de 2006, de http://www.marxists.org. WEISS, M. L. L. O uso do Lúdico no diagnóstico psicopedagógico. Em Psicologia clínica: uma visão diagnóstica. Porto Alegre. Artes Médicas.