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RELATO 
Revista Brasileira de Ciências da Saúde 
Report Volume 17 Número 3 Páginas 281-286 2013 
ISSN 1415-2177 
Manejo Clínico da Cárie Oculta: Relato de Caso 
Clinical Management of Hidden Caries: A Case Report 
PRISCILLA SUASSUNA CARNEIRO LÚCIO1 
JAYANNE MICHELLY DE SOUSA LEITE2 
LUCIANE DE QUEIROZ MOTA3 
ANDRÉA GADELHA RIBEIROTARGINO4 
RESUMO 
Objetivo: Diante do difícil diagnóstico de lesões de cárie 
oculta, e da possibilidade de sua progressão silenciosa, o 
objetivo deste trabalho foi apresentar e discutir as 
características e forma de tratamento dessa lesão, a partir 
do relato de um caso clínico. Relato do caso: Paciente 
relatando dor provocada ao frio no elemento 36, foi submetida 
à inspeção visual detalhada, onde não se observou nenhuma 
cavitação ou mudança de coloração da superfície oclusal. 
Porém, radiograficamente, notou-se uma área radiolúcida na 
dentina. Após abertura da cavidade, optou-se pela técnica 
de remoção parcial da dentina devido à sua profundidade e 
o risco de exposição pulpar, capeamento pulpar indireto, 
seguido da restauração em resina composta. Os 
procedimentos foram acompanhados por radiografias 
periapicais onde verificou-se a dentina secundária formada. 
Conclusão: A cárie oculta é uma condição que pode progredir 
até a destruição total do dente, sem manifestações clínicas 
visíveis. A escolha para seu tratamento deve ser, quando 
pertinente, regida pela dentística minimamente invasiva como 
a remoção parcial da dentina cariada. 
DESCRITORES 
Cárie Dentária. Diagnóstico Clínico. Capeamento da Polpa 
Dentária. 
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Odontologia com área de concentração em Clínica Odontológica na Universidade Estadual da Paraíba 
(UEPB), Campina Grande/PB, Brasil. 
Cirurgiã-dentista. 
Professora Doutora da Disciplina de Dentística Clínica I e II do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB),João Pessoa/PB, 
Brasil. 
Professora Mestre da Disciplina de Dentística Clínica I do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutoranda do 
Programa de Pós-Graduação em Odontologia com área de concentração em Odontopediatria na Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP), 
Recife/PE, Brasil. 
1 
23 
4 
ABSTRACT 
Objective: Given the difficulty in diagnosing hidden caries 
lesions, and due to the possibility of its silent progression, 
the aim of this study was to present and discuss the 
characteristics and treatment modalities for such injury by 
means of a case report. Case report: Patient complaining of 
pain to cold stimuli in her first lower right molar underwent 
detailed visual inspection, which showed no cavitation and 
color changes in the occlusal surface. However, a 
radiolucent area in the dentin was observed radiographically. 
After opening the cavity, it was decided to perform the 
technique of partial removal of dentin – due to the depth of 
the cavity and risk of pulp exposure – followed by indirect 
pulp capping and restoration with composite resin. Periapical 
radiographs were taken throughout the procedures, and it 
was verified formation of secondary dentine. Conclusion: 
Hidden caries is a condition that can progress to total 
destruction of the tooth without visible clinical manifestations. 
The choice for its treatment should be, where appropriate, 
conducted by minimally invasive dentistry such as partial 
removal of carious dentin. 
DESCRIPTORS 
Dental Caries. Clinical Diagnosis. Dental Pulp Capping. 
http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs 
DOI:10.4034/RBCS.2013.17.03.11
CARNEIRO LÚCIO et al. 
A cárie dentária é considerada uma doença infecto-contagiosa 
multifatorial. Seu desenvolvimento 
é determinado pela presença de bactérias e 
carboidratos fermentáveis (sacarose), sendo modificada, 
entre outros fatores, pelos componentes salivares e pela 
exposição a fluoretos (CORBELLINI, CARVALHO, 
LIMA-ARSATI, 2009; DE JEAN et al., 2009). 
Embora ainda não controlada, inúmeros estudos 
mostraram que a prevalência de cárie dentária vem 
diminuindo (PRAKKI et al., 2002; SANTOS et al., 2003; 
BRASIL, 2003; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 
2009; ARAÚJO et al., 2010), sendo a superfície 
oclusal de molares permanentes a mais acometida, 
representando a maior proporção de experiência de cárie 
nas idades de 6 a 12 anos (ALMEIDA, PALTI, SILVEIRA, 
2006; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; 
DE JEAN et al., 2009). 
O exame visual tem sido o meio preferido para 
diagnóstico de lesões cariosas oclusais (CAMPOS, 
CORDEIRO, 2000; MOTA et al., 2002; EKSTRAND, 
2004; MOTA et al., 2010). Assim, olhos clínicos 
aguçados, ao invés de sondas, são importantes na 
busca de aspectos quanto à textura, brilho e coloração 
das lesões. Para isso, é imprescindível que as superfícies 
estejam limpas, livres de biofilme, secas e bem 
iluminadas, ao se fazer o exame de inspeção visual. 
Todavia a falta de um método único e eficaz para 
detecção de lesões iniciais afeta o diagnóstico e o 
tratamento destas lesões (SANTOS et al., 2003; COELHO 
et al., 2007; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 
2009). 
A detecção das lesões de cárie oclusais 
avançadas, com cavitação, não representa um problema, 
entretanto, essa dificuldade é bem evidente com as 
lesões incipientes em esmalte e com as lesões em dentina 
sem cavitação (MOTA et al., 2002; EKSTRAND 2004; 
MOTA et al., 2005). Atualmente tem-se relatado que em 
virtude da elevada administração de fluoretos, que 
promovem intensa remineralização do esmalte, lesões 
extensas em dentina podem ficar mascaradas, 
ocasionando uma maior complexidade no seu 
diagnóstico (MOTA et al., 2002). 
A cárie oculta, também denominada “cárie 
escondida” ou “síndrome do flúor”, trata-se de lesões 
visualizadas em dentina através de radiografias 
interproximais e periapicais, em que, clinicamente, o 
esmalte oclusal se apresenta sadio ou minimamente 
desmineralizado (OULIS, 2000; PRAKKI et al., 2002; 
CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; DE 
JEAN et al., 2009). 
Apresenta ainda etiologia desconhecida, no 
entanto muitas hipóteses estão sendo estudadas. 
Algumas delas fazem referência a microbiota específica, 
deficiências estruturais e anatômicas do esmalte e a 
utilização do flúor (PRAKKI et al., 2002; CORBELLINI, 
CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; DE JEAN et al., 
2009). 
Frente ao difícil diagnóstico de lesões de cárie 
oculta, e da possibilidade de progressão silenciosa bem 
como de envolvimento pulpar, o objetivo deste trabalho 
foi apresentar e discutir as características e forma de 
tratamento da cárie oculta, a partir do relato de um caso 
clínico. 
RELATO DO CASO 
Paciente do gênero feminino, 23 anos, 
leucoderma, compareceu à clínica de Dentística da 
Universidade Federal da Paraíba, relatando dor 
provocada no dente 36 (primeiro molar inferior 
esquerdo), há 4 dias, a qual cedia com a remoção do 
estímulo. Apresentava boa higiene oral, com frequência 
de escovação 3 vezes ao dia e razoável ingestão de 
carboidratos fermentáveis. Na região onde residia, a 
água de abastecimento público não era fluoretada. 
Com a superfície limpa, seca e bem iluminada 
procedeu-se a inspeção visual detalhada do dente 36, o 
qual não apresentou cavitação nem alterações 
anatômicas significativas (Figura 1). 
Figura 1. Aspecto inicial do dente 36 
282 R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013
Manejo Clínico da Cárie Oculta: Relato de Caso 
A saúde geral, periodontal e dos outros 
elementos dentários apresentava-se satisfatória. Foi 
então realizado um exame radiográfico periapical, que 
mostrou evidência de diminuição da radiopacidade da 
dentina (Figura 2), estabelecendo o diagnóstico de cárie 
oculta. O plano de tratamento proposto foi a restauração 
do dente 36. 
Para o acesso da lesão foi utilizada uma ponta 
diamantada esférica nº 13 em alta rotação. Ao remover o 
esmalte intacto da superfície oclusal, o operador 
experimentou a sensação de “cair no vazio”, visto que 
havia grande quantidade de tecido dentinário cariado 
sob o esmalte aparentemente íntegro e a pressão 
exercida na ponta de alta-rotação, suficiente para cortar 
o esmalte dentário, torna-se excessiva para cortar 
tecidos cariados, que são menos resistentes que os 
tecidos hígidos. Optou-se pela técnica de remoção 
parcial da dentina cariada e o capeamento pulpar indireto 
devido à profundidade da cavidade e o risco de 
exposição da polpa. Ao atingir o corpo da lesão de cárie 
o operador iniciou a remoção da dentina cariada 
infectada com auxílio de curetas de dentina (Figura 3), 
deixando no fundo uma camada de dentina contaminada 
passível de remineralização, segundo informações da 
literatura atual (MOTA, LIMA, TARGINO, 2011; MOTA, 
LEITE, TARGINO, 2013). 
Sobre o assoalho da cavidade foi aplicada de 
maneira uniforme e estendida o cimento de 
Hidróxido de Cálcio (Hydcal®), removendo todo 
excesso das paredes laterais do preparo cavitário. O 
selamento da cavidade foi feito com cimento de 
ionômero de vidro convencional (Vitro Fill, A3, DFL®), 
devido às suas propriedades clínicas, com proteção 
superficial de vaselina sólida, a fim de se evitar os 
fenômenos de sinérese e embebição inerentes a tal 
material. 
Após o selamento cavitário efetuou-se uma nova 
tomada radiográfica do elemento 36 para verificar a 
adaptação do material na cavidade, sendo a paciente 
orientada a retornar 30 dias após a primeira consulta. 
Em momento seguinte (30 dias após), procedeu-se 
mais uma radiografia periapical do elemento 36, cuja 
imagem mostrou acentuada neoformação dentinária 
(Figura 4), que aliada à ausência de sintomatologia 
dolorosa referida pela paciente e boa integridade do 
selamento ionomérico, optou-se pelo tratamento 
restaurador definitivo em resina composta. 
A restauração definitiva foi precedida pelo 
rebaixamento do selamento ionomérico com auxílio de 
broca carbide nº 329 em alta rotação. Em seguida foi 
feita a escolha da cor da resina, por meio da escala Vita, 
sendo eleita uma A3 (Resina fotopolimerizável Filtek P60 
da 3M ESPE®). 
Após o isolamento absoluto do elemento 36, 
executou-se uma profilaxia com pedra pomes/água e o 
condicionamento ácido total da cavidade com ácido 
fosfórico a 37% (Acid gel 37% Villevie®) por 30 
segundos. Foi aplicado o sistema adesivo (Single Bond/ 
3M ESPE®) em 2 camadas, intercaladas por suaves jatos 
de ar, sendo a última foto-ativada. A inserção da resina 
composta (Filtek P60 da 3M ESPE®) foi executada em 
incrementos, tomando o cuidado de não unir paredes 
circundantes opostas da cavidade. Cada incremento foi 
fotopolimerizado por 20 segundos, mediante 
recomendação do fabricante. Em seguida foi feito o ajuste 
oclusal com auxílio de fitas de demarcação oclusal Accu 
Film (Parkell®), sendo a paciente manipulada a ocluir 
em relação cêntrica, máxima intercuspidação habitual 
até não se constatar nenhuma interferência. 
O polimento da restauração, feito 24 horas após 
a restauração, utilizou pontas polidoras de silicone 
optimize® e disco de feltro impregnado (TDV®), sendo 
então concluído o procedimento restaurador. 
A paciente retornou após seis meses, sem dor e/ 
ou outra alteração no dente 36, constatando a eficiência 
do tratamento proposto. 
Figura 2. Radiografia inicial (radiolucidez-seta) 
R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013 283
CARNEIRO LÚCIO et al. 
DISCUSSÃO 
A cárie dental apresenta um caráter invasivo e 
destrutivo que pode levar à perda irreparável dos tecidos 
dentais. Devido a sua repercussão na saúde bucal e 
geral dos pacientes, ela é considerada um problema de 
saúde pública (KLEIMA et al., 2009). 
Nos últimos anos, tem-se priorizado a prática da 
Odontologia Preventiva. Contudo, a prevenção fez 
surgir uma modalidade diferente de ocorrência da 
doença, a cárie oculta (PRAKKI et al., 2002; COELHO 
et al., 2007). 
O diagnóstico da cárie oculta ainda gera muita 
discordância entre os cirurgiões-dentistas, embora uma 
variedade de métodos-diagnóstico para detecção 
precoce destas lesões venha sendo utilizada (AMORE 
et al., 2000). No que concerne ao exame radiográfico, 
muitos autores afirmam ser um método auxiliar 
importante. Essa relevância radiográfica ficou 
Figura 3. Remoção da dentina infectada (cureta de dentina) 
Figura 4. Radiografia final (neoformação dentinária-seta) 
claramente definida no estudo de DE JEAN et al. (2009) 
ao se constatar que o exame clínico visual, em 
comparação ao radiográfico não permitiu uma precisão 
diagnóstica, determinando a necessidade das 
radiografias periapicais e/ou interproximais, mesmo com 
todas suas limitações. Para AMORE et al. (2000) a 
inspeção visual somada ao exame radiográfico pode 
melhorar significantemente a exatidão no diagnóstico 
de lesões envolvendo dentina. Entretanto, de acordo 
com os critérios propostos por especialistas 
(EKSTRAND, 2004), é possível classificar, através da 
inspeção visual meticulosa da superfície oclusal, o 
estágio de progressão da doença de acordo com os 
sinais apresentados na superfície do dente, 
relacionando-os com as alterações internas do esmalte 
e dentina. Relevante consideração foi descrita por PITTS 
(1997) quando afirmou que existe a possibilidade das 
lesões oclusais serem detectadas clinicamente ou 
apenas por exames complementares, como o radiográfico. 
284 R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013
Manejo Clínico da Cárie Oculta: Relato de Caso 
Dessa forma, apenas as lesões observadas por 
intermédio do exame radiográfico deveriam ser 
consideradas cáries ocultas. 
Um questionamento que precisa ser feito é com 
relação ao diagnóstico das cáries ocultas, as lesões que 
verdadeiramente são detectadas apenas pelo exame 
radiográfico. Felizmente, como aparecem em pequeno 
número, visto que a maioria das lesões em dentina sob 
esmalte não cavitado pode ser diagnosticada através 
da inspeção visual detalhada, não representam um 
grande problema. Ademais, a progressão da lesão 
cariosa é lenta e geralmente quando atinge grande 
envolvimento dentinário ocasiona sintomatologia 
dolorosa, que orienta o profissional para a realização de 
uma tomada radiográfica, como aconteceu no caso 
apresentado (MOTA et al., 2005). 
É importante enfatizar que o reconhecimento das 
lesões dentinárias sob esmalte não cavitado, através 
da mudança de coloração da superfície, somente é 
possível quando se aplica um protocolo clínico para a 
inspeção visual detalhada. Este corresponde à limpeza 
da superfície, secagem da região por mais de 5 segundos 
e um campo bem iluminado, como preconizam vários 
pesquisadores (CAMPOS, CORDEIRO, 2000; 
EKSTRAND, 2004; MOTA et al., 2010), sendo que essa 
condição é indispensável para o aparecimento dos sinais 
da lesão, especialmente no que se refere à diferenciação 
dos índices de refração do esmalte quando seco ou 
úmido. 
Os conhecimentos atuais direcionam para a 
aplicação de uma nova filosofia ao tratar a cárie dentária, 
onde o procedimento cirúrgico restaurador deve ser 
visto como parte do tratamento, inserido num rol de 
medidas capazes de realmente combater a doença. 
Adicionalmente, quando a lesão cariosa cavitada já se 
faz presente, o máximo de estrutura dentária deverá ser 
preservado, adotando-se a filosofia de uma Dentística 
Minimamente Invasiva (ARAÚJO et al., 2010). 
Para o tratamento restaurador, os procedimentos 
de eleição, especialmente em cavidades profundas, são 
a remoção parcial da dentina cariada, seguida do 
selamento hermético. Nesta condição, observa-se uma 
redução bacteriana importante e alterações qualitativas 
da dentina remanescente (MALTZ et al., 2007; 
THOMPSON et al., 2008). 
Os procedimentos de remoção parcial da dentina 
cariada consistem na retirada da camada necrótica e a 
permanência da camada de dentina afetada no assoalho, 
sendo que toda a cárie das paredes circundantes deve 
ser removida totalmente para otimizar o selamento da 
cavidade (MALTZ et al., 2007). Porém, para ARAÚJO 
et al. (2010), a grande dificuldade na remoção da cárie 
está em “quando interromper a escavação”, ou seja, 
definir clinicamente quanto tecido precisa ser realmente 
removido. Estudos desenvolvido por OEN et al. (2007) 
e QUDEIMAT et al. (2007)demonstraram que a maioria 
dos profissionais optou pela remoção de todo tecido 
cariado, mesmo se o procedimento envolvesse risco de 
exposição pulpar, ou realizaria uma pulpotomia, em 
cavidades profundas. Apenas um em cada cinco 
entrevistados indicaria a remoção parcial da cárie. 
É imprescindível que o material aplicado sobre a 
dentina possua propriedades antibacterianas, pois, 
mesmo com a remoção total ou parcial da dentina 
cariada, microrganismos ainda permanecem no interior 
de alguns túbulos dentinários. Os cimentos de hidróxido 
de cálcio têm sido os materiais mais estudados e 
indicados para o procedimento de capeamento pulpar 
indireto (ARAÚJO et al., 2010). BJÖRNDAL, LARSEN, 
(2000) demonstraram uma redução significante da 
microbiota presente após o capeamento indireto do 
tecido pulpar com cimento de hidróxido de cálcio, sendo 
que as espécies detectadas não representavam uma 
microbiota típica da lesão profunda de cárie em dentina. 
Da mesma forma, MALTZ et al., (2002) demonstraram 
redução do número total de bactérias anaeróbicas, 
aeróbicas, lactobacilos e streptococos mutans após 6- 
7 meses do tratamento inicial com cimento de hidróxido 
de cálcio. Aliada a ação antibacteriana, a diminuição na 
progressão da lesão cariosa se dá, também, através de 
uma reação fisiológica do complexo dentina-polpa que 
induz a esclerose tubular e a formação de dentina 
secundária (ARAÚJO et al., 2010). 
Atualmente, considera-se que o tratamento 
conservador deve ser instituído, posto que em lesões 
de cárie com grande profundidade, a remoção completa 
de tecido cariado, provavelmente, acarretaria exposição 
pulpar, levando o clínico a proceder técnicas mais 
complexas e onerosas com a manipulação direta do 
tecido pulpar, através de capeamento direto, pulpotomia 
ou pulpectomia (CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 
2009; KLEIMA et al., 2009; ARAÚJO et al., 
2010). 
Para tanto, ressalta-se que o elevado sucesso 
obtido com o capeamento pulpar indireto está 
diretamente relacionado com um diagnóstico cuidadoso 
da condição pulpar associado aos achados clínicos e 
radiográficos. Adicionalmente, um bom selamento 
marginal proporcionado por uma restauração adesiva 
também é imprescindível para o êxito da terapia (MOTA 
et al., 2002; ARAÚJO et al., 2010). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A cárie oculta corresponde a uma lesão em 
R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013 285
CARNEIRO LÚCIO et al. 
dentina, sob esmalte aparentemente íntegro, 
diagnosticada apenas através de exame radiográfico. 
Como na maioria dos casos, trata-se de uma lesão 
profunda, e por isso, tratamentos minimamente 
invasivos, como a remoção parcial da dentina cariada, 
deverão ser instituídos. Porém, cabe ressaltar que as 
evidências a respeito da permanência de dentina cariada 
sob uma restauração seriam aplicáveis nos casos onde 
houvesse risco iminente de uma exposição pulpar, o 
que levaria ao comprometimento desse tecido pelo 
contato direto com bactérias. 
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Diagnóstico de cárie hoje: novas tendências e métodos. 
JBP. 2003; 6(31):255-62. 
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JA. Treatment of deep carious lesions by complete 
excavation or partial removal, A critical review. J Am 
Dent Assoc. 2008; 139(6):705-12. 
Correspondência 
Priscilla Suassuna Carneiro Lúcio 
Rua Desportista Aurélio Rocha-422, Bairro dos Estados 
CEP: 58031-000 
João Pessoa – Paraíba - Brasil 
E-mail: prisuassuna@hotmail.com 
286 R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013

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Manejo da cárie oculta em relato de caso

  • 1. RELATO Revista Brasileira de Ciências da Saúde Report Volume 17 Número 3 Páginas 281-286 2013 ISSN 1415-2177 Manejo Clínico da Cárie Oculta: Relato de Caso Clinical Management of Hidden Caries: A Case Report PRISCILLA SUASSUNA CARNEIRO LÚCIO1 JAYANNE MICHELLY DE SOUSA LEITE2 LUCIANE DE QUEIROZ MOTA3 ANDRÉA GADELHA RIBEIROTARGINO4 RESUMO Objetivo: Diante do difícil diagnóstico de lesões de cárie oculta, e da possibilidade de sua progressão silenciosa, o objetivo deste trabalho foi apresentar e discutir as características e forma de tratamento dessa lesão, a partir do relato de um caso clínico. Relato do caso: Paciente relatando dor provocada ao frio no elemento 36, foi submetida à inspeção visual detalhada, onde não se observou nenhuma cavitação ou mudança de coloração da superfície oclusal. Porém, radiograficamente, notou-se uma área radiolúcida na dentina. Após abertura da cavidade, optou-se pela técnica de remoção parcial da dentina devido à sua profundidade e o risco de exposição pulpar, capeamento pulpar indireto, seguido da restauração em resina composta. Os procedimentos foram acompanhados por radiografias periapicais onde verificou-se a dentina secundária formada. Conclusão: A cárie oculta é uma condição que pode progredir até a destruição total do dente, sem manifestações clínicas visíveis. A escolha para seu tratamento deve ser, quando pertinente, regida pela dentística minimamente invasiva como a remoção parcial da dentina cariada. DESCRITORES Cárie Dentária. Diagnóstico Clínico. Capeamento da Polpa Dentária. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Odontologia com área de concentração em Clínica Odontológica na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande/PB, Brasil. Cirurgiã-dentista. Professora Doutora da Disciplina de Dentística Clínica I e II do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB),João Pessoa/PB, Brasil. Professora Mestre da Disciplina de Dentística Clínica I do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Odontologia com área de concentração em Odontopediatria na Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP), Recife/PE, Brasil. 1 23 4 ABSTRACT Objective: Given the difficulty in diagnosing hidden caries lesions, and due to the possibility of its silent progression, the aim of this study was to present and discuss the characteristics and treatment modalities for such injury by means of a case report. Case report: Patient complaining of pain to cold stimuli in her first lower right molar underwent detailed visual inspection, which showed no cavitation and color changes in the occlusal surface. However, a radiolucent area in the dentin was observed radiographically. After opening the cavity, it was decided to perform the technique of partial removal of dentin – due to the depth of the cavity and risk of pulp exposure – followed by indirect pulp capping and restoration with composite resin. Periapical radiographs were taken throughout the procedures, and it was verified formation of secondary dentine. Conclusion: Hidden caries is a condition that can progress to total destruction of the tooth without visible clinical manifestations. The choice for its treatment should be, where appropriate, conducted by minimally invasive dentistry such as partial removal of carious dentin. DESCRIPTORS Dental Caries. Clinical Diagnosis. Dental Pulp Capping. http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rbcs DOI:10.4034/RBCS.2013.17.03.11
  • 2. CARNEIRO LÚCIO et al. A cárie dentária é considerada uma doença infecto-contagiosa multifatorial. Seu desenvolvimento é determinado pela presença de bactérias e carboidratos fermentáveis (sacarose), sendo modificada, entre outros fatores, pelos componentes salivares e pela exposição a fluoretos (CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; DE JEAN et al., 2009). Embora ainda não controlada, inúmeros estudos mostraram que a prevalência de cárie dentária vem diminuindo (PRAKKI et al., 2002; SANTOS et al., 2003; BRASIL, 2003; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; ARAÚJO et al., 2010), sendo a superfície oclusal de molares permanentes a mais acometida, representando a maior proporção de experiência de cárie nas idades de 6 a 12 anos (ALMEIDA, PALTI, SILVEIRA, 2006; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; DE JEAN et al., 2009). O exame visual tem sido o meio preferido para diagnóstico de lesões cariosas oclusais (CAMPOS, CORDEIRO, 2000; MOTA et al., 2002; EKSTRAND, 2004; MOTA et al., 2010). Assim, olhos clínicos aguçados, ao invés de sondas, são importantes na busca de aspectos quanto à textura, brilho e coloração das lesões. Para isso, é imprescindível que as superfícies estejam limpas, livres de biofilme, secas e bem iluminadas, ao se fazer o exame de inspeção visual. Todavia a falta de um método único e eficaz para detecção de lesões iniciais afeta o diagnóstico e o tratamento destas lesões (SANTOS et al., 2003; COELHO et al., 2007; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009). A detecção das lesões de cárie oclusais avançadas, com cavitação, não representa um problema, entretanto, essa dificuldade é bem evidente com as lesões incipientes em esmalte e com as lesões em dentina sem cavitação (MOTA et al., 2002; EKSTRAND 2004; MOTA et al., 2005). Atualmente tem-se relatado que em virtude da elevada administração de fluoretos, que promovem intensa remineralização do esmalte, lesões extensas em dentina podem ficar mascaradas, ocasionando uma maior complexidade no seu diagnóstico (MOTA et al., 2002). A cárie oculta, também denominada “cárie escondida” ou “síndrome do flúor”, trata-se de lesões visualizadas em dentina através de radiografias interproximais e periapicais, em que, clinicamente, o esmalte oclusal se apresenta sadio ou minimamente desmineralizado (OULIS, 2000; PRAKKI et al., 2002; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; DE JEAN et al., 2009). Apresenta ainda etiologia desconhecida, no entanto muitas hipóteses estão sendo estudadas. Algumas delas fazem referência a microbiota específica, deficiências estruturais e anatômicas do esmalte e a utilização do flúor (PRAKKI et al., 2002; CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; DE JEAN et al., 2009). Frente ao difícil diagnóstico de lesões de cárie oculta, e da possibilidade de progressão silenciosa bem como de envolvimento pulpar, o objetivo deste trabalho foi apresentar e discutir as características e forma de tratamento da cárie oculta, a partir do relato de um caso clínico. RELATO DO CASO Paciente do gênero feminino, 23 anos, leucoderma, compareceu à clínica de Dentística da Universidade Federal da Paraíba, relatando dor provocada no dente 36 (primeiro molar inferior esquerdo), há 4 dias, a qual cedia com a remoção do estímulo. Apresentava boa higiene oral, com frequência de escovação 3 vezes ao dia e razoável ingestão de carboidratos fermentáveis. Na região onde residia, a água de abastecimento público não era fluoretada. Com a superfície limpa, seca e bem iluminada procedeu-se a inspeção visual detalhada do dente 36, o qual não apresentou cavitação nem alterações anatômicas significativas (Figura 1). Figura 1. Aspecto inicial do dente 36 282 R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013
  • 3. Manejo Clínico da Cárie Oculta: Relato de Caso A saúde geral, periodontal e dos outros elementos dentários apresentava-se satisfatória. Foi então realizado um exame radiográfico periapical, que mostrou evidência de diminuição da radiopacidade da dentina (Figura 2), estabelecendo o diagnóstico de cárie oculta. O plano de tratamento proposto foi a restauração do dente 36. Para o acesso da lesão foi utilizada uma ponta diamantada esférica nº 13 em alta rotação. Ao remover o esmalte intacto da superfície oclusal, o operador experimentou a sensação de “cair no vazio”, visto que havia grande quantidade de tecido dentinário cariado sob o esmalte aparentemente íntegro e a pressão exercida na ponta de alta-rotação, suficiente para cortar o esmalte dentário, torna-se excessiva para cortar tecidos cariados, que são menos resistentes que os tecidos hígidos. Optou-se pela técnica de remoção parcial da dentina cariada e o capeamento pulpar indireto devido à profundidade da cavidade e o risco de exposição da polpa. Ao atingir o corpo da lesão de cárie o operador iniciou a remoção da dentina cariada infectada com auxílio de curetas de dentina (Figura 3), deixando no fundo uma camada de dentina contaminada passível de remineralização, segundo informações da literatura atual (MOTA, LIMA, TARGINO, 2011; MOTA, LEITE, TARGINO, 2013). Sobre o assoalho da cavidade foi aplicada de maneira uniforme e estendida o cimento de Hidróxido de Cálcio (Hydcal®), removendo todo excesso das paredes laterais do preparo cavitário. O selamento da cavidade foi feito com cimento de ionômero de vidro convencional (Vitro Fill, A3, DFL®), devido às suas propriedades clínicas, com proteção superficial de vaselina sólida, a fim de se evitar os fenômenos de sinérese e embebição inerentes a tal material. Após o selamento cavitário efetuou-se uma nova tomada radiográfica do elemento 36 para verificar a adaptação do material na cavidade, sendo a paciente orientada a retornar 30 dias após a primeira consulta. Em momento seguinte (30 dias após), procedeu-se mais uma radiografia periapical do elemento 36, cuja imagem mostrou acentuada neoformação dentinária (Figura 4), que aliada à ausência de sintomatologia dolorosa referida pela paciente e boa integridade do selamento ionomérico, optou-se pelo tratamento restaurador definitivo em resina composta. A restauração definitiva foi precedida pelo rebaixamento do selamento ionomérico com auxílio de broca carbide nº 329 em alta rotação. Em seguida foi feita a escolha da cor da resina, por meio da escala Vita, sendo eleita uma A3 (Resina fotopolimerizável Filtek P60 da 3M ESPE®). Após o isolamento absoluto do elemento 36, executou-se uma profilaxia com pedra pomes/água e o condicionamento ácido total da cavidade com ácido fosfórico a 37% (Acid gel 37% Villevie®) por 30 segundos. Foi aplicado o sistema adesivo (Single Bond/ 3M ESPE®) em 2 camadas, intercaladas por suaves jatos de ar, sendo a última foto-ativada. A inserção da resina composta (Filtek P60 da 3M ESPE®) foi executada em incrementos, tomando o cuidado de não unir paredes circundantes opostas da cavidade. Cada incremento foi fotopolimerizado por 20 segundos, mediante recomendação do fabricante. Em seguida foi feito o ajuste oclusal com auxílio de fitas de demarcação oclusal Accu Film (Parkell®), sendo a paciente manipulada a ocluir em relação cêntrica, máxima intercuspidação habitual até não se constatar nenhuma interferência. O polimento da restauração, feito 24 horas após a restauração, utilizou pontas polidoras de silicone optimize® e disco de feltro impregnado (TDV®), sendo então concluído o procedimento restaurador. A paciente retornou após seis meses, sem dor e/ ou outra alteração no dente 36, constatando a eficiência do tratamento proposto. Figura 2. Radiografia inicial (radiolucidez-seta) R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013 283
  • 4. CARNEIRO LÚCIO et al. DISCUSSÃO A cárie dental apresenta um caráter invasivo e destrutivo que pode levar à perda irreparável dos tecidos dentais. Devido a sua repercussão na saúde bucal e geral dos pacientes, ela é considerada um problema de saúde pública (KLEIMA et al., 2009). Nos últimos anos, tem-se priorizado a prática da Odontologia Preventiva. Contudo, a prevenção fez surgir uma modalidade diferente de ocorrência da doença, a cárie oculta (PRAKKI et al., 2002; COELHO et al., 2007). O diagnóstico da cárie oculta ainda gera muita discordância entre os cirurgiões-dentistas, embora uma variedade de métodos-diagnóstico para detecção precoce destas lesões venha sendo utilizada (AMORE et al., 2000). No que concerne ao exame radiográfico, muitos autores afirmam ser um método auxiliar importante. Essa relevância radiográfica ficou Figura 3. Remoção da dentina infectada (cureta de dentina) Figura 4. Radiografia final (neoformação dentinária-seta) claramente definida no estudo de DE JEAN et al. (2009) ao se constatar que o exame clínico visual, em comparação ao radiográfico não permitiu uma precisão diagnóstica, determinando a necessidade das radiografias periapicais e/ou interproximais, mesmo com todas suas limitações. Para AMORE et al. (2000) a inspeção visual somada ao exame radiográfico pode melhorar significantemente a exatidão no diagnóstico de lesões envolvendo dentina. Entretanto, de acordo com os critérios propostos por especialistas (EKSTRAND, 2004), é possível classificar, através da inspeção visual meticulosa da superfície oclusal, o estágio de progressão da doença de acordo com os sinais apresentados na superfície do dente, relacionando-os com as alterações internas do esmalte e dentina. Relevante consideração foi descrita por PITTS (1997) quando afirmou que existe a possibilidade das lesões oclusais serem detectadas clinicamente ou apenas por exames complementares, como o radiográfico. 284 R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013
  • 5. Manejo Clínico da Cárie Oculta: Relato de Caso Dessa forma, apenas as lesões observadas por intermédio do exame radiográfico deveriam ser consideradas cáries ocultas. Um questionamento que precisa ser feito é com relação ao diagnóstico das cáries ocultas, as lesões que verdadeiramente são detectadas apenas pelo exame radiográfico. Felizmente, como aparecem em pequeno número, visto que a maioria das lesões em dentina sob esmalte não cavitado pode ser diagnosticada através da inspeção visual detalhada, não representam um grande problema. Ademais, a progressão da lesão cariosa é lenta e geralmente quando atinge grande envolvimento dentinário ocasiona sintomatologia dolorosa, que orienta o profissional para a realização de uma tomada radiográfica, como aconteceu no caso apresentado (MOTA et al., 2005). É importante enfatizar que o reconhecimento das lesões dentinárias sob esmalte não cavitado, através da mudança de coloração da superfície, somente é possível quando se aplica um protocolo clínico para a inspeção visual detalhada. Este corresponde à limpeza da superfície, secagem da região por mais de 5 segundos e um campo bem iluminado, como preconizam vários pesquisadores (CAMPOS, CORDEIRO, 2000; EKSTRAND, 2004; MOTA et al., 2010), sendo que essa condição é indispensável para o aparecimento dos sinais da lesão, especialmente no que se refere à diferenciação dos índices de refração do esmalte quando seco ou úmido. Os conhecimentos atuais direcionam para a aplicação de uma nova filosofia ao tratar a cárie dentária, onde o procedimento cirúrgico restaurador deve ser visto como parte do tratamento, inserido num rol de medidas capazes de realmente combater a doença. Adicionalmente, quando a lesão cariosa cavitada já se faz presente, o máximo de estrutura dentária deverá ser preservado, adotando-se a filosofia de uma Dentística Minimamente Invasiva (ARAÚJO et al., 2010). Para o tratamento restaurador, os procedimentos de eleição, especialmente em cavidades profundas, são a remoção parcial da dentina cariada, seguida do selamento hermético. Nesta condição, observa-se uma redução bacteriana importante e alterações qualitativas da dentina remanescente (MALTZ et al., 2007; THOMPSON et al., 2008). Os procedimentos de remoção parcial da dentina cariada consistem na retirada da camada necrótica e a permanência da camada de dentina afetada no assoalho, sendo que toda a cárie das paredes circundantes deve ser removida totalmente para otimizar o selamento da cavidade (MALTZ et al., 2007). Porém, para ARAÚJO et al. (2010), a grande dificuldade na remoção da cárie está em “quando interromper a escavação”, ou seja, definir clinicamente quanto tecido precisa ser realmente removido. Estudos desenvolvido por OEN et al. (2007) e QUDEIMAT et al. (2007)demonstraram que a maioria dos profissionais optou pela remoção de todo tecido cariado, mesmo se o procedimento envolvesse risco de exposição pulpar, ou realizaria uma pulpotomia, em cavidades profundas. Apenas um em cada cinco entrevistados indicaria a remoção parcial da cárie. É imprescindível que o material aplicado sobre a dentina possua propriedades antibacterianas, pois, mesmo com a remoção total ou parcial da dentina cariada, microrganismos ainda permanecem no interior de alguns túbulos dentinários. Os cimentos de hidróxido de cálcio têm sido os materiais mais estudados e indicados para o procedimento de capeamento pulpar indireto (ARAÚJO et al., 2010). BJÖRNDAL, LARSEN, (2000) demonstraram uma redução significante da microbiota presente após o capeamento indireto do tecido pulpar com cimento de hidróxido de cálcio, sendo que as espécies detectadas não representavam uma microbiota típica da lesão profunda de cárie em dentina. Da mesma forma, MALTZ et al., (2002) demonstraram redução do número total de bactérias anaeróbicas, aeróbicas, lactobacilos e streptococos mutans após 6- 7 meses do tratamento inicial com cimento de hidróxido de cálcio. Aliada a ação antibacteriana, a diminuição na progressão da lesão cariosa se dá, também, através de uma reação fisiológica do complexo dentina-polpa que induz a esclerose tubular e a formação de dentina secundária (ARAÚJO et al., 2010). Atualmente, considera-se que o tratamento conservador deve ser instituído, posto que em lesões de cárie com grande profundidade, a remoção completa de tecido cariado, provavelmente, acarretaria exposição pulpar, levando o clínico a proceder técnicas mais complexas e onerosas com a manipulação direta do tecido pulpar, através de capeamento direto, pulpotomia ou pulpectomia (CORBELLINI, CARVALHO, LIMA-ARSATI, 2009; KLEIMA et al., 2009; ARAÚJO et al., 2010). Para tanto, ressalta-se que o elevado sucesso obtido com o capeamento pulpar indireto está diretamente relacionado com um diagnóstico cuidadoso da condição pulpar associado aos achados clínicos e radiográficos. Adicionalmente, um bom selamento marginal proporcionado por uma restauração adesiva também é imprescindível para o êxito da terapia (MOTA et al., 2002; ARAÚJO et al., 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS A cárie oculta corresponde a uma lesão em R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013 285
  • 6. CARNEIRO LÚCIO et al. dentina, sob esmalte aparentemente íntegro, diagnosticada apenas através de exame radiográfico. Como na maioria dos casos, trata-se de uma lesão profunda, e por isso, tratamentos minimamente invasivos, como a remoção parcial da dentina cariada, deverão ser instituídos. Porém, cabe ressaltar que as evidências a respeito da permanência de dentina cariada sob uma restauração seriam aplicáveis nos casos onde houvesse risco iminente de uma exposição pulpar, o que levaria ao comprometimento desse tecido pelo contato direto com bactérias. REFERÊNCIAS 1. ALMEIDA CNM, PALTI DG, SILVEIRA PAF. Caries oclusal incipiente: Um nuevo enfoque. Rev Estomatol Herediana. 2006; 16(2):126-30. 2. AMORE R, ANIDO AA, MORAES LC, MORAES MEL. Comparação entre o diagnostico clínico e radiográfico da cárie dental. Brazilian Dental Science. 2000; 3(2): 62-8. 3. ARAÚJO NC, SOARES MUSC, SILVA MMN, GERBI MEMM, BRAZ R. Considerações sobre a remoção parcial do tecido cariado. Int J Dent. 2010; 9(4):202-9. 4. BJÖRNDAL L; LARSEN T. Changes in the cultivable flora in deep carious lesions following a stepwise excavation procedure. Caries Res. 2000; 34(6):502-8. 5. BRASIL. Projeto SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da população brasileira no ano 2002-2003. Brasília. 2004.68 p. 6. CAMPOS JADB, CORDEIRO RCL. Validade do diagnóstico de lesões de cárie em faces oclusais de dentes permanentes jovens. Rev APC. 2000; 54(1):35- 9. 7. COELHO LT, SILVEIRA ADS, LIMA KC, PINHEIRO IVA. Cárie oclusal sem cavitação: divergências na decisão terapêutica. Odontol Clín-Científ. 2007; 6(1): 39-43. 8. CORBELLINI C, CARVALHO AS, LIMA-ARSATI YBO. Diagnóstico e tratamento da cárie oculta: relato de caso clínico. Revista Saúde. 2009; 3(3):30-5. 9. DE JEAN KS, CALDAS LD, GOIS DN, SOUZA CS. Lesão de cárie oculta: um estudo de diagnóstico e prevalência. Clínica e Pesquisa em Odontologia – UNITAU. 2009; 1(1):7-13. 10. EKSTRAND KR. Improving clinical visual detection-potential for caries clinical trials. J Dent Res. 2004; 83 (Spec C): C67-71. 11. KLEIMA MW, COELHO-DE-SOUZA FH, KLEIN-JÚNIOR CA, PIVA F. A remoção da dentina cariada na prática restauradora – Revisão da literatura. Rev Dent. 2009; 8(18):15-23. 12. MALTZ M, OLIVEIRA EF, FONTANELLA V, CARMINATTI G. Deep caries lesiones after incomplete dentine caries removal: 40-month follow-up study. Caries Res. 2007; 41(6):493-6. 13. MALTZ M, OLIVEIRA EF, FONTANELLA V,BIANCHI R. A clinical, mocrobiologic, and radiographic study of deep caries lesions after incomplete caries removal. Quintessence Int. 2002; 33(2):151-9. 14. MOTA LQ, LEITE JMS, TARGINO AGR. Dentística minimamente invasiva através da remoção parcial de dentina cariada em cavidades profundas. UNOPAR Cient Ciênc Biol Saúde. 2013;15(2):145-52. 15. MOTA LQ, LIMA MGGC, TARGINO AGR. Distinção entre dois tipos de lesão dentinária na superfície oclusal sob esmalte sem cavitação. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2011; 11(3):471-76. 16. MOTA LQ, SANTOS RL, LIMA MGGC, DUARTE RC. Diagnóstico da cárie oclusal incipiente. JBP. 2002; 5(26): 321-7. 17. MOTA LQ, SANTOS RL, VALENÇA AMG, LIMA MGGC. Avaliação de diferentes métodos de detecção de lesões de cárie oclusal. Rev ABO Nac. 2010; 18(1): 181-5. 18. MOTA LQ, SANTOS RL, VALENÇA AMG, LIMA MGGC. Diagnóstico da cárie oclusal incipiente. Avaliação inter e intra-examinadores. Rev Bras Ciênc Saúde. 2005; 9(1): 53-60. 19. OEN KT, THOMPSON VP, VENA D, CAUFIELD PW, CURRO F, DASANAYAKE A, SHIP JA, LINDBLAD A. Attitudes and expectations of treating deep caries: a Pearl Network suvey. Gen Dent. 2007; 55(3):197-203. 20. OULIS C. Strategies for diagnosis and management for early carious lesions in the mixed dentition. European J Pediatr Dent. 2000. Disponível em: http://www.eapd.gr/ 20D07322.en.aspx. Acesso em:12 de abril de 2012. 21. PITTS NB. Diagnostic tools and measurements impact on appropriate care. Community Dent Oral Epidemiol. 1997; 25(1):24-35. 22. PRAKKI A, CAMPOS BB, REGALADO D, BRESCIANI E, CAMPELOZZA AL. Cárie oculta: uma visão atual. Salusvita. 2002; 21(1):67-76. 23. QUDEIMAT MA, AL-SAIEGH FA, AL-OMARI Q, OMAR R. Restorativve treatment decisions for deep proximal carious lesions in primary molars. Eur Arch Paediatr Dent. 2007; 8(1):37-42. 24. SANTOS NB, FORTE FDS, MOIMAZ SAS, SALIBA NA. Diagnóstico de cárie hoje: novas tendências e métodos. JBP. 2003; 6(31):255-62. 25. THOMPSON V, CRAIG RG, CURRO FA, GREEN WS, SHIP JA. Treatment of deep carious lesions by complete excavation or partial removal, A critical review. J Am Dent Assoc. 2008; 139(6):705-12. Correspondência Priscilla Suassuna Carneiro Lúcio Rua Desportista Aurélio Rocha-422, Bairro dos Estados CEP: 58031-000 João Pessoa – Paraíba - Brasil E-mail: prisuassuna@hotmail.com 286 R bras ci Saúde 17(3):281-286, 2013