SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 50
Emergências
Endoscópicas
Parte 1
DR. ÉLIO CUNHA CASTRO FILHO
CRM: 52.84227-3
Endoscopista Digestivo – RQE: 23.657
• Hemorragia digestiva alta varicosa e não-varicosa
• Hemorragia digestiva baixa
• Corpo estranho / impactação / ingestão cáustica
Emergências Endoscópicas
Temas
Hemorragia digestiva não-varicosa
Emergências Endoscópicas
Etiologia:
• 28 a 59 %: Doença ulcerosa péptica
• 5 a 15 %: Mallory - Weiss
• 5 a 10 %: Ectasias vasculares ou angiodisplasias
• < 5 %: Dieulafoy
• < 5 %: Neoplasias benignas ou malignas
• 7 a 25 %: Nenhuma lesão é encontrada na EDA
Sostres C, Lanas A. Epidemiology and demographics of upper gastrointestinal bleeding:
prevalence, incidence and mortality. Gastrointest Endosc Clin N Am. 2011; 21:567-581
Hemorragia digestiva não-varicosa
Emergências Endoscópicas
• 80 % cessam espontaneamente
• 20 %  terapia endoscópica  efetiva em 90%
• Ressangramento: 6 a 10 %  impacto na mortalidade
• Preditores de ressangramento:
Idade, história de DUP, choque, comorbidades, baixa Hb inicial,
transfusão, sangue vivo, tamanho da úlcera e estigmas alto risco
Sostres C, Lanas A. Epidemiology and demographics of upper gastrointestinal bleeding:
prevalence, incidence and mortality. Gastrointest Endosc Clin N Am. 2011; 21:567-581
Hemorragia digestiva não-varicosa
Emergências Endoscópicas
Fatores de risco independentes:
Úlcera péptica, sangramento na endoscopia, não usar
IBP pós-procedimento, monoterapia com adrenalina.
 4 presentes = 100% de ressangramento.
 HPBM pós-procedimento -   ressangramento.
Travis R, Saltzman JR. J Gastroenterol Hepatol 2008; 23 (10) 1505-10
Homem, 41 anos, chega à emergência com história de 4
episódios de vômito, sendo o último com sangue vivo há
20 min. Tem HAS, usa atenolol 50mg e losartan 50mg.
PA: 130 x 60 mmHg FC: 71 bpm Hb: 13,2 Ht: 37 Pl: 220
mil Ur: 31 Cr: 1,1 K: 3,2 Na: 138
Emergências Endoscópicas
CASO 1
EMERGÊNCIA ENDOSCÓPICA?
EDA EM QUANTO TEMPO?
QUAL A TERAPIA PRÉ - ENDOSCÓPICA?
QUAL A TERAPIA PÓS - ENDOSCÓPICA?
COMO ESTRATIFICAR O RISCO?
ALTA? INTERNAÇÃO? QUARTO? CTI?
Emergências Endoscópicas
Estabilidade hemodinâmica
Pas > 100 mm Hg
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
Hb ≥ 7 g/dl
Hb ≥ 9 g/dl - DAC ou depleção vascular
ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO
BLATCHFORD
ROCKALL
VILLANUEVA
GUGLIELMI
CHIU
Prognóstico ruim
Ressangramento
Mortalidade
Necessidade de
intervenção
Alto risco
x
Baixo risco
Stanley AJ. Update on risk scoring systems for patients with upper gastrointestinal haemorrhage.
World JGastroenterol 2012 June 14; 18(22): 2739-2744
Emergências Endoscópicas
GLASGOW
BLATCHFORD ROCKALL
Stanley AJ. Update on risk scoring systems for patients with upper gastrointestinal haemorrhage.
World JGastroenterol 2012 June 14; 18(22): 2739-2744
BUN (mmol/dL) Pontos
≥ 6,5 < 8,0 2
≥ 8,0 < 10 3
≥ 10 < 25 4
≥ 25 6
Hb (H) Pontos
≥ 12 < 13 1
≥ 10 < 12 3
< 10 6
Hb (M) Pontos
≥ 10 < 12 1
< 10 6
Outros fatores Pontos
Pulso ≥ 100 1
Melena 1
Síncope 2
Hepatopatia
grave
2
Insuf. Cardíaca 2
Fatores
de risco
Pontos
0 1 2 3
Idade < 60 anos 60 – 79 ≥ 80
Volemia
Sem
choque
Pas > 100
Pulso <
100
Taquicardia
PAs > 100
Pulso > 100
Hipotensão
Pas < 100
Co-
morbidades
Ausentes
ICC, DAC,
Outras
doenças
graves
Insuf. Renal e
hepática,
câncer
disseminado
Diagnóstico
EDA
Mallory-
Weiss
Todos os
outros
diagnósticos
benignos
Câncer do
TGI
Estigmas
Ausentes
ou coágulo
plano
Sangue no
TGI superior,
Coágulo
aderente,
Vaso visível,
Sangramento
ativo
BUN 
mmol/l
0,357
PAs Pontos
100 - 109 1
90 - 99 2
< 90 3
= mg/dl
BUN x 2,14 = UREIA
(mg/dl) (mg/dl)
BUN 8,0
mmol/dl
Uréia 48
mg/dl
Emergências Endoscópicas
GBS = 0 (baixo risco) 5 a 20% dos casos
 BUN < 18,2 mg/dl (Ur < 39 mg/dl)
 Hb ≥ 13 (H) ≥ 12 (M)
 Pas ≥ 110 mmHg
 Pulso < 100 bmp
 Ausência de melena, síncope, ICC e
hepatopatia grave
 99% sensibilidade em identificar não
intervenção
 Alta da emergência sem endoscopia.
Blatchford O. 2000, Pang SH. 2010, Chen
IC. 2007, Chan JCH. 2011, Le Jeune IR. 2011,
Brullet E. 2004, Gralnek IM. 2004
GLASGOW
BLATCHFORD
BUN (mmol/dL) Pontos
≥ 6,5 < 8,0 2
≥ 8,0 < 10 3
≥ 10 < 25 4
≥ 25 6
Hb (H) Pontos
≥ 12 < 13 1
≥ 10 < 12 3
< 10 6
Hb (M) Pontos
≥ 10 < 12 1
< 10 6
Outros fatores Pontos
Pulso ≥ 100 1
Melena 1
Síncope 2
Hepatopatia
grave
2
Insuf. Cardíaca 2
PAs Pontos
100 - 109 1
90 - 99 2
< 90 3
Emergências Endoscópicas
GBS ≥ 1 = Alto risco. EDA em 24 horas
GBS ≥ 6 = 50 % risco de intervenção
GBS ≥ 12 = Justificaria EDA dentro de
12 horas. Lin LG. Endoscopy 2011;43:300-6
GLASGOW
BLATCHFORD
BUN (mmol/dL) Pontos
≥ 6,5 < 8,0 2
≥ 8,0 < 10 3
≥ 10 < 25 4
≥ 25 6
Hb (H) Pontos
≥ 12 < 13 1
≥ 10 < 12 3
< 10 6
Hb (M) Pontos
≥ 10 < 12 1
< 10 6
Outros fatores Pontos
Pulso ≥ 100 1
Melena 1
Síncope 2
Hepatopatia
grave
2
Insuf. Cardíaca 2
PAs Pontos
100 - 109 1
90 - 99 2
< 90 3
Homem, 41 anos, chega à emergência com história de 4
episódios de vômito, sendo o último com sangue vivo há
20 min. Tem HAS, usa atenolol 50mg e losartan 50mg.
PA: 120 x 60 mmHg FC: 71 bpm Hb: 13,2 Ht: 37 Pl: 220 mil
Ur: 31 Cr: 1,1 K: 3,2 Na: 138
Emergências Endoscópicas
CASO 1
GBS = 0
 < 1% de chance de intervenção
 Alta da emergência sem EDA
 IPB oral – EDA ambulatorial
Rockall “admissão” = 0
Emergências Endoscópicas
CASO 2
Mallory-Weiss
Mulher, 48 anos, procura o PS por “desmaio”. Refere
fezes negras e fétidas há 2 dias, com fraqueza e
palpitação. Tem Artrite Reumatóide e usou AINEs na
última semana por artralgia. Lúcida e orientada.
PA: 110 x 60 mm Hg FC: 110 bpm Hb: 9,3 Ht: 27 Pl: 198 mil
Ur: 64 Cr: 1,2 Na: 142 K: 3,5
Emergências Endoscópicas
CASO 2
4 + 6 + 1 + 1 + 2 = 14 pontos
EDA dentro de 12 horas
Emergências Endoscópicas
Terapia pré - endoscópica
Eritromicina venosa – 250 mg durante 30 minutos
Não alterou desfecho clínico
Reduziu necessidade de endoscopias repetidas
Benefício não alcançado com a metoclopramida.
Barkun NA, Martel M et al. Prokinetics in acute upper GI bleeding: a meta-analysis.
Gastrointe Endosc. 2010;72:1138-45.
Emergências Endoscópicas
Terapia pré - endoscópica
IBP – Omeprazol 80 mg IV “in bolus” seguindo de infusão
contínua a 8 mg / hora.
• Reduziu a proporção de pacientes com estigmas de alto risco e
com necessidade de terapia endoscópica.
• Não alterou desfechos clínicos (ressangramento, cirurgia ou morte)
• Se EDA não puder ser realizada ou retardada  IBP IV alterou
desfecho clínico positivamente.
Sreedharan A, Martin J, Leontidadis GI et al. Proton pump inhibitor treatment initiated prior to endoscopic
diagnosis in upper gastrointestinal bleeding. Cochrane Database Syst Ver. 2010(7):CD005415
Lau JY, Leung WK, Wu JCY et al. Omeprazole before endoscopy in patients with gastrointestinal
bleeding. N Engl J Med. 2007;356:1631-40.
Emergências Endoscópicas
Terapia pré - endoscópica
Lavagem gástrica com SNG
• Finalidade diagnóstica  Não indicada (20% com
aspirado claro e biliar tem estigmas de alto risco).
• Finalidade prognóstica  Não indicada (correlação ruim
com desfecho clínico)
• Melhor visualização  Não indicada (sonda fina, aspira
pouco coágulo, não fez diferença).
• Efeito terapêutico (lavar com SF)  Não indicada > 80%
cessam espontaneamente. Não fez diferença.
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
Emergências Endoscópicas
Tratamento
Endoscópico
Mulher, 48 anos, procura o PS por “desmaio”. Refere
fezes negras e fétidas há 2 dias, com fraqueza e
palpitação. Tem Artrite Reumatóide e usou AINEs na
última semana por artralgia. Lúcida e orientada.
PA: 110 x 60 mm Hg FC: 110 bpm Hb: 9,3 Ht: 27 Pl: 198 mil
Ur: 64 Cr: 1,2 Na: 142 K: 3,5
Emergências Endoscópicas
CASO 2
EDA 9 horas após admissão
Emergências Endoscópicas
CASO 2
Forrest II A
Classificação de Forrest
I – Sangramento ativo
I A – Em jato
II B – Em lençol / “oozing”
II – Sangramento recente
II A – Vaso visível
II B – Coágulo aderido
II C – Ulcera com fundo hematínico
III – Ulcera de base clara
55 % 12%
25 % 8%
43 % 8%
10 % 16%
5 % 55%
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
Laine L , Peterson WL. Bleeding peptic ulcer. N Engl J Med. 1994;331:717 – 27 .
Emergências Endoscópicas
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
Sangramento ativo ou
vaso visível
Coágulo aderido
Úlcera de base clara
ou fundo hemático
Terapia Endoscópica
Considerar terapia
endoscópica
Terapia endoscópica
não recomendada
IBP IV bolus + infusão
contínua
IBP IV bolus + infusão
contínua
IBP oral
Emergências Endoscópicas
Tratamento Endoscópico
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
• EDA dentro de 24 horas da admissão.
• GBS = 0  Alta sem endoscopia de emergência
• Escores de risco ≠ 0, porém estáveis e sem comorbidades graves 
EDA precoce  alta precoce. Sem impacto no desfecho, porém
benefício econômico. Indicação questionável.
• GBS ≥ 12 – recomenda-se EDA com menos de 13 horas = grande
impacto na mortalidade.
Emergências Endoscópicas
Tratamento Endoscópico
Lim LG, Ho KY, Chan YH et al. Urgent endoscopy is associated with lower mortality
in high-risk but hot low-risk nonvariceal upper gastrointestinal bleeding. Endoscopy
2011 ; 43:300 – 6.
Pacientes de alto risco (Blatchford ≠ 0):
• EDA em 12 x 24 horas: sem benefício do grupo global
• Análise de subgrupo – Blatchford ≥ 12 teve mortalidade de
44 % quando EDA após 13 h X 0 % para EDA < 13 h
• Análise multivariada: apenas “tempo até EDA” se associou
a mortalidade.
Injetáveis
Cauterização
Mecânicos
Emergências Endoscópicas
Métodos de Terapia Hemostática
Adrenalina 1:10.000
a 1:20.000
Etanolamina 2,5% a 3%
Álcool absoluto
Máximo 2 ml
Compressão local + agregação
plaquetária + vasoconstrição
Trombose + Flebite. Máximo 10 a 14 ml.
Desidratação e fixação
Probe bipolar
Plasma de argônio
Clipe metálico
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
Heater probe
Ligadura elástica
Endoloop
Emergências Endoscópicas
Métodos de Terapia Hemostática
Emergências Endoscópicas
Métodos de Terapia Hemostática
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
• Adrenalina causa menor lesão tecidual
• Injeção de adrenalina como monoterapia aumenta desfechos
clínicos negativos
• Combinação de 2 métodos é preferível, devendo o método de
injeção preceder o método térmico.
• Clipes são mais efetivos que adrenalina como monoterapia,
porém não são superiores à terapia combinada como
abordagem inicial.
Emergências Endoscópicas
Métodos de Terapia Hemostática
ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
• Não há indicação para repetir EDA após 24 horas
• Indicações: suspeita clínica de ressangramento ou nova
exteriorização.
• Ressangramento após segunda terapia endoscópica é
indicação de intervenção cirúrgica.
• Indicação de internação hospitalar: estigmas de alto risco /
necessidade de terapia endoscópica.
• IBP IV infusão contínua por 72 h após EDA e liberar líquida oral.
Homem, 59 anos, hipertenso e diabético, chega à emergência com
hematêmese. Usa Metformina, Losartan, Indapamida e AAS. Nega
outras doenças, episódios prévios de hematêmese, bem como etilismo e
tabagismo. PA: 94 x 60 mm Hg, FC: 94 bpm, Hb: 10,2 mg/dl Plq: 78
mil Ur: 58 Cr: 1.4 Na: 123 K: 4,9
Chega à emergência sábado às 18 horas.
Emergências Endoscópicas
CASO 3
GBS = 3 + 2 + 3 = 8 (Alto risco)
EDA dentro de 12 horas EDA dentro de 24 horas
Emergências Endoscópicas
CASO 3
Homem, 59 anos, hipertenso e diabético, chega à emergência com
hematêmese. Usa Metformina, Losartan, Indapamida e AAS. Nega
outras doenças, episódios prévios de hematêmese, bem como etilismo e
tabagismo. PA: 94 x 60 mm Hg, FC: 94 bpm, Hb: 10,2 mg/dl Plq: 78
mil Ur: 58 Cr: 1.4 Na: 123 K: 4,9
Hepatograma: TGO 42 TGP: 51 Albumina: 2,9
INR: 1,8 BT: 2,35 BI: 1,8 BD: 0,55
Clinicamente sem ascite, sem encefalopatia.
Emergências Endoscópicas
CASO 3
Cirrose hepática Child-Pugh B8 – NASH?
Volume + Plaquetas + Plasma
Octreotide “bolus” + infusão contínua
Norfloxaxino VO
EDA até 12 h – 6 elásticos
Emergências Endoscópicas
CASO 3
Volume
Terlipressina IV
Eritromicina IV prévia a EDA
Ceftriaxone IV
EDA até 12 horas – 10 elásticos
Sangramento até 120h (5 dias)
 TRATAMENTO DA FASE AGUDA
Após 5º dia
 PROFILAXIA DO RESSANGRAMENTO
SANGRAMENTO POR VARIZES DE ESÔFAGO
BAVENO VI - 2015
Emergências Endoscópicas
Sangramento por varizes de esôfago
Taxa anual: 5 – 15 % 1
Mortalidade: 2
30 - 40 % no 1º sangramento
Em 6 semanas: 20%
> 50 % ressangram em 1 ano 2, 3
1 N Engl J Med. 1988;319:983-989
2 D’Amico G, de Francis R. Hepatology. 2003;38:599-612
3 Carbonell N, et al. Hepatology. 2004;40:652-659
Emergências Endoscópicas
Reposição Volêmica
Objetivos:
 Estabilização hemodinâmica
 Hb: 8 g/dl
BAVENO VI – 2015
Guideline AASLD - 2007
Kravetz D, et al. Gastroenterology, 1986.
Castaneda B, et al. Hepatology, 2001.
Hemotransfusão “restaurativa” e reposição vigorosa c/
SF =  HP,  ressangramento,  mortalidade,  ascite
Emergências Endoscópicas
Hemostasia
INR – não reflete o “status” hemostático
Sem evidências para repor plasma e plaquetas
BAVENO VI – 2015
rFVIIa (NovoSeven®)
Sem benefício no tto da fase aguda1
1 Bosch J, et al. Hepatology. 2008; 47(5):1604-14
Vasopressores
Vasoconstrição esplâncnica  pressão veia porta
Tão eficaz quanto tto endoscópico1
Terapia combinada  ressangramento na fase aguda2
Iniciar antes da EDA – manter por 5 dias
1 D’Amico G, et al. Gastroenterology. 2003;124:1277-1291
2 Bafiares R, et al. Hepatology. 2002;305:609-615
Emergências Endoscópicas
Vasopressina e análogos:
Vasopressina (ENCRISE®)
Terlipressina (GLYPRESSIN®)
Somatostatina e análogos:
Somatostatina (STILAMIN®)
Octreotide (SANDOSTATIN®)
Vapreotide (SANVAR®)
MAIOR SEGURANÇA
Vasopressores
 Vasoconstrição coronariana
 Meia-vida curta
Meia-vida longa
 Menos efeitos adversos
Emergências Endoscópicas
Vasopressores
Terlipressina (GLYPRESSIN®) – ampola: 1 mg
2 mg IV 4 / 4 horas – primeiras 48 horas
1 mg IV 4 / 4 horas até 3-5 dias
Somatostatina (STILAMIN®) – ampola: 3 mg
3,5 mcg / kg / hora IV em BI – 5 dias
Octreotide (SANDOSTATIN®) – ampolas: 0,05 - 0,1 - 0,5
50 mcg IV “in bolus”
50 mcg / hora IV em BI – 5 dias BAVENO VI – 2015
Uso de antibióticos
Profilaxia de infecções:
Norfloxacina VO 400 mg 2x / dia 7 dias 1
Ceftriaxone IV 1 g / dia 2
Cirrose avançada (Child-Pugh B/C)
FR resistência às quinolonas
1 Rimola A, et al. J Hepatol 2000;32:142-153
2 Fernandez J, et al. Gastroenterology 2006;131:1049-1056
Emergências Endoscópicas
1 Altraif I, Saeed AM, et al. Gastrointest Endosc 2011;73:245-50
2 Carbonell N, et al. Am J Gastroenterol 2006;101:1211-5.
3 Frossard JL, et al. Gastroenterology 2002;123:17-23.
4 Coffin B, et al. Gastrointest Endosc 2002;56:174-9.
Eritromicina
Procinético prévio à EDA. 1, 2, 3, 4
Facilita técnica: melhor visualização, maior rapidez.
Impacto na morbimortalidade ?
BAVENO V : papel não definido.
Uso de antibióticos
Emergências Endoscópicas
1 Hou MV, et al. Hepatology 2004;39:746-753
Profilaxia do ressangramento 1
Infecção  endotoxemia   HP   ressangramento
Ofloxacina 200 mg IV 12 / 12 h por 2 dias.
 Ressangramento ( comparado a ATB terapêutica )
Uso de antibióticos
Emergências Endoscópicas
Tratamento Endoscópico
Ligadura elástica x escleroterapia
Momento adequado:
Urgent vs. Non-Urgent Endoscopy in Stable Acute
Variceal Bleeding
Cheung J, et al. The American Journal of Gastroenterology 2009;104:1125-1129
4h, 8h e 12h  desfechos iguais (mortalidade)
Suporte clínico apropriado
 Mortalidade: MELD, Albumina e infecção
Emergências Endoscópicas
Tratamento Endoscópico
Estudo retrospectivo
Tto ED tardio ( > 15 h )  Mortalidade hospitalar
Baveno V
EDA terapêutica nas primeiras 12 h 5 D
Delayed endoscopy as a risk factor for in-hospital mortality
in cirrhotic patients with acute variceal hemorrhage.
Hsu YC, et al. J Gastroenterol Hepatol 2009;24:1294 - 1299.
Emergências Endoscópicas
Tratamento Endoscópico
Ligadura elástica: 1
1º elástico – ponto de rotura
5 cm distais do esôfago – local provável
Seguimento: cada 2 - 4 semanas até erradicação
Após erradicação: revisões 3 - 3 meses
1 Baron TH, et al. Am J Gastroenterol 2009;104:1083–1085;
Emergências Endoscópicas
3º dia:
Queda Hb (3 g/dl)
Choque hipovolêmico
FALHA
BAVENO VI - 2015
 Novo tto endoscópico 2b; B
 Cianoacrilato?
Sangramento persistente refratário
 TIPS recoberto 2b;B
Emergências Endoscópicas
1 Cipolletta L, Zambelli A, et al. A prospective cohort study. Dig Liver
Dis 2009;41:729–34.
2 Maluf-Filho F, Sakai P. Endoscopy 2001; 33 (5): 421±427
Cianoacrilato
Fácil uso1,2
Eficaz em conter sangramento1
 Mortalidade em 6 semanas1
Foi mais efetivo que esclerotepia2
Emergências Endoscópicas
Homem, 59 anos, cirrose C-P B9, VE grosso
calibre, propranolol 160 mg/dia.
• Hematêmese franca “sangue vivo”
• EDA: sangramento ativo
Alto risco de falha (ressangramento)
 Tratamento endoscópico
 TIPS recoberto precoce (72horas)
Idealmente 24h - 1b;A
CONDUTA
?
BAVENO VI - 2015
Emergências Endoscópicas
Sangramento por varizes de esôfago
5 dias
Ressangramento  falha
 Child-Pugh C
 Sangramento ativo
 HVPG ≥ 20 mm Hg
6 semanas
Mortalidade
 Child-Pugh C
 MELD ≥ 18
 Falha
sangramento incontrolável
ou ressangramento
Baveno VI - 2015
Emergências Endoscópicas
Profilaxia do ressangramento
Ligadura elástica + Beta-bloqueador 1a;A
Intolerantes ao B-bloq: LE isolada 5;D
LE não é possível: B-bloq + Nitrato 1a;A
Baveno VI - 2015
Emergências Endoscópicas
Homem, 59 anos, cirrose C-P B9, VE grosso calibre, PPL 120mg/dia.
• Hematêmese “borra de café” há 4 horas
PA: 70x40mmHg Hb: 8 g/dl Plq: 69mil INR: 1,9
Solução salina
Octreotide 50 mcg “in bolus” e 50 mcg / h IV por 5 dias
Ceftriaxone 1 g / dia IV por 5 a 7 dias
Ligadura elástica nas
primeiras 12 horas
ALTO
RISCO
Ligadura elástica
Cianoacrilato?
Persistente
Considerar
TIPS precoce
TIPS
recoberto Ressangramento

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Acidente Vascular Encefálico (AVE)Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Acidente Vascular Encefálico (AVE)Matheus Oliveira
 
Síndrome Coronariana Aguda
Síndrome Coronariana AgudaSíndrome Coronariana Aguda
Síndrome Coronariana AgudaNader Fares
 
SINDROME CORONARIANA AGUDA
SINDROME CORONARIANA AGUDASINDROME CORONARIANA AGUDA
SINDROME CORONARIANA AGUDAFernanda Marinho
 
Semiologia das arritmias 2019
Semiologia das arritmias 2019Semiologia das arritmias 2019
Semiologia das arritmias 2019pauloalambert
 
Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.
Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.
Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.Iñaki Alegria Coll
 
PRIMEIROS SOCORROS PRO CURSO
PRIMEIROS SOCORROS PRO CURSOPRIMEIROS SOCORROS PRO CURSO
PRIMEIROS SOCORROS PRO CURSOKaymir Freitas
 
capacitação em serviço dengue
capacitação em serviço denguecapacitação em serviço dengue
capacitação em serviço dengueAnestesiador
 
Reposição volêmica em terapia intensiva 2014
Reposição volêmica em terapia intensiva 2014Reposição volêmica em terapia intensiva 2014
Reposição volêmica em terapia intensiva 2014Yuri Assis
 
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Juliana Ledur
 
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosa
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosaAula sobre prevenção da tromboembolia venosa
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosaProqualis
 
Análise crítica do tratamento da doença carotídea hmb
Análise crítica do tratamento da doença carotídea   hmbAnálise crítica do tratamento da doença carotídea   hmb
Análise crítica do tratamento da doença carotídea hmbKate Antunes
 

Mais procurados (20)

Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Acidente Vascular Encefálico (AVE)Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Acidente Vascular Encefálico (AVE)
 
Síndrome Coronariana Aguda
Síndrome Coronariana AgudaSíndrome Coronariana Aguda
Síndrome Coronariana Aguda
 
Aula residência ave avc
Aula residência ave avcAula residência ave avc
Aula residência ave avc
 
Tce
TceTce
Tce
 
SINDROME CORONARIANA AGUDA
SINDROME CORONARIANA AGUDASINDROME CORONARIANA AGUDA
SINDROME CORONARIANA AGUDA
 
Semiologia das arritmias 2019
Semiologia das arritmias 2019Semiologia das arritmias 2019
Semiologia das arritmias 2019
 
Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.
Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.
Triangulo de evaluación pediátrica. SEUP. Urgencias de Pediatría.
 
PRIMEIROS SOCORROS PRO CURSO
PRIMEIROS SOCORROS PRO CURSOPRIMEIROS SOCORROS PRO CURSO
PRIMEIROS SOCORROS PRO CURSO
 
capacitação em serviço dengue
capacitação em serviço denguecapacitação em serviço dengue
capacitação em serviço dengue
 
Nervos Cranianos
Nervos CranianosNervos Cranianos
Nervos Cranianos
 
Ecg 4.0
Ecg 4.0Ecg 4.0
Ecg 4.0
 
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesm
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesmAtendimento pré hospitalar aula 01 iesm
Atendimento pré hospitalar aula 01 iesm
 
Reposição volêmica em terapia intensiva 2014
Reposição volêmica em terapia intensiva 2014Reposição volêmica em terapia intensiva 2014
Reposição volêmica em terapia intensiva 2014
 
Neuroliga ave clínico
Neuroliga ave clínicoNeuroliga ave clínico
Neuroliga ave clínico
 
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
 
Hipertensão intracraniana
Hipertensão intracranianaHipertensão intracraniana
Hipertensão intracraniana
 
Meld escala
Meld escalaMeld escala
Meld escala
 
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosa
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosaAula sobre prevenção da tromboembolia venosa
Aula sobre prevenção da tromboembolia venosa
 
Análise crítica do tratamento da doença carotídea hmb
Análise crítica do tratamento da doença carotídea   hmbAnálise crítica do tratamento da doença carotídea   hmb
Análise crítica do tratamento da doença carotídea hmb
 
Monitorização da Pressão Intracraniana (INTRO)
Monitorização da Pressão Intracraniana (INTRO)Monitorização da Pressão Intracraniana (INTRO)
Monitorização da Pressão Intracraniana (INTRO)
 

Destaque

Prevention of NSAID-related ulcer complications
Prevention of NSAID-related ulcer complicationsPrevention of NSAID-related ulcer complications
Prevention of NSAID-related ulcer complicationsSamir Haffar
 
Ressecção endoscópica de tumor precoce TGI
Ressecção endoscópica de tumor precoce TGIRessecção endoscópica de tumor precoce TGI
Ressecção endoscópica de tumor precoce TGIfdilton
 
Endoscopia colonoscopia
Endoscopia colonoscopiaEndoscopia colonoscopia
Endoscopia colonoscopiaCláudia Sofia
 
Hemorragia Digestiva 2
Hemorragia Digestiva 2Hemorragia Digestiva 2
Hemorragia Digestiva 2Rodrigo Biondi
 
Propedeutica das hemorragias digestivas
Propedeutica das hemorragias digestivasPropedeutica das hemorragias digestivas
Propedeutica das hemorragias digestivasPaulo Alambert
 
Endoscopia digestiva y colonoscopia
Endoscopia digestiva y colonoscopiaEndoscopia digestiva y colonoscopia
Endoscopia digestiva y colonoscopiaKireycita Gq
 
Propedêutica em Fisioterapia - Semiologia e Anamnese
Propedêutica em Fisioterapia - Semiologia e AnamnesePropedêutica em Fisioterapia - Semiologia e Anamnese
Propedêutica em Fisioterapia - Semiologia e AnamneseNadjane Barros Costa
 
Introdução ao Corpo Humano
Introdução ao Corpo HumanoIntrodução ao Corpo Humano
Introdução ao Corpo Humanopaleocmsilva
 
Sistema Digestório
Sistema DigestórioSistema Digestório
Sistema Digestóriopaleocmsilva
 

Destaque (20)

Manual de siglas
Manual de siglasManual de siglas
Manual de siglas
 
Vitale. s.giovanni pptx
Vitale. s.giovanni pptxVitale. s.giovanni pptx
Vitale. s.giovanni pptx
 
Intolerância ao glúten
Intolerância ao glútenIntolerância ao glúten
Intolerância ao glúten
 
Prevention of NSAID-related ulcer complications
Prevention of NSAID-related ulcer complicationsPrevention of NSAID-related ulcer complications
Prevention of NSAID-related ulcer complications
 
Ressecção endoscópica de tumor precoce TGI
Ressecção endoscópica de tumor precoce TGIRessecção endoscópica de tumor precoce TGI
Ressecção endoscópica de tumor precoce TGI
 
vitor
vitorvitor
vitor
 
Ressecção endoscópica do câncer gástrico
Ressecção endoscópica  do câncer gástricoRessecção endoscópica  do câncer gástrico
Ressecção endoscópica do câncer gástrico
 
Hda aulas de semiologia
Hda aulas de semiologiaHda aulas de semiologia
Hda aulas de semiologia
 
Endoscopia colonoscopia
Endoscopia colonoscopiaEndoscopia colonoscopia
Endoscopia colonoscopia
 
Doença Ulcerosa Péptica
Doença Ulcerosa PépticaDoença Ulcerosa Péptica
Doença Ulcerosa Péptica
 
Hemorragia Digestiva 2
Hemorragia Digestiva 2Hemorragia Digestiva 2
Hemorragia Digestiva 2
 
Propedeutica das hemorragias digestivas
Propedeutica das hemorragias digestivasPropedeutica das hemorragias digestivas
Propedeutica das hemorragias digestivas
 
Endoscopia
EndoscopiaEndoscopia
Endoscopia
 
Endoscopia digestiva y colonoscopia
Endoscopia digestiva y colonoscopiaEndoscopia digestiva y colonoscopia
Endoscopia digestiva y colonoscopia
 
Endoscopia
EndoscopiaEndoscopia
Endoscopia
 
Propedêutica em Fisioterapia - Semiologia e Anamnese
Propedêutica em Fisioterapia - Semiologia e AnamnesePropedêutica em Fisioterapia - Semiologia e Anamnese
Propedêutica em Fisioterapia - Semiologia e Anamnese
 
Introdução ao Corpo Humano
Introdução ao Corpo HumanoIntrodução ao Corpo Humano
Introdução ao Corpo Humano
 
Sistema Digestório
Sistema DigestórioSistema Digestório
Sistema Digestório
 
Endoscopia
EndoscopiaEndoscopia
Endoscopia
 
KGM Presentation-Lisa
KGM Presentation-LisaKGM Presentation-Lisa
KGM Presentation-Lisa
 

Semelhante a Emergencias endoscopicas

Introdução à Coagulação
Introdução à CoagulaçãoIntrodução à Coagulação
Introdução à CoagulaçãoGeydson Cruz
 
Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017
Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017
Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017NatassiaSantos1
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarFlávia Salame
 
Hiperplasia Prostática Benigna
Hiperplasia Prostática BenignaHiperplasia Prostática Benigna
Hiperplasia Prostática BenignaUrovideo.org
 
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaUm caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaBruno Castro
 
Transplante renal aspectos praticos
Transplante renal aspectos praticosTransplante renal aspectos praticos
Transplante renal aspectos praticosAnestesiador
 
Colecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdfColecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdfInternosFaial
 
Aula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDES
Aula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDESAula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDES
Aula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDESLiliana Mendes
 
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da SepseWebinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da SepseProqualis
 
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralTransplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralRenan Miranda Cavalcante
 
Sessão clinica 16 julho
Sessão clinica   16 julhoSessão clinica   16 julho
Sessão clinica 16 julhojaninemagalhaes
 
aula Ira residencia hsi hj.pptx
aula Ira residencia hsi hj.pptxaula Ira residencia hsi hj.pptx
aula Ira residencia hsi hj.pptxEdsonMarques73
 
6 hemorragia digestiva ue atu
6   hemorragia digestiva ue atu6   hemorragia digestiva ue atu
6 hemorragia digestiva ue atuCamila Reis
 
Colecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite Aguda
Colecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite AgudaColecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite Aguda
Colecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite AgudaOzimo Gama
 
Varicocele e Infertilidade
Varicocele e InfertilidadeVaricocele e Infertilidade
Varicocele e InfertilidadeSandro Esteves
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosRodrigo Biondi
 

Semelhante a Emergencias endoscopicas (20)

Ev bset2011
Ev bset2011Ev bset2011
Ev bset2011
 
Introdução à Coagulação
Introdução à CoagulaçãoIntrodução à Coagulação
Introdução à Coagulação
 
Pancreatite
PancreatitePancreatite
Pancreatite
 
HCC ressecção X tx
HCC ressecção X txHCC ressecção X tx
HCC ressecção X tx
 
Valeria Borges Hemorragia Aguda Varicosa 310511
Valeria Borges Hemorragia Aguda Varicosa 310511Valeria Borges Hemorragia Aguda Varicosa 310511
Valeria Borges Hemorragia Aguda Varicosa 310511
 
Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017
Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017
Prova Comentada USP- SP R3 CM 2017
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo Pulmonar
 
Hiperplasia Prostática Benigna
Hiperplasia Prostática BenignaHiperplasia Prostática Benigna
Hiperplasia Prostática Benigna
 
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaUm caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
 
Transplante renal aspectos praticos
Transplante renal aspectos praticosTransplante renal aspectos praticos
Transplante renal aspectos praticos
 
Colecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdfColecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdf
 
Aula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDES
Aula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDESAula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDES
Aula lesoes vasculares hepáticas 2016_pdf- LILIANA MENDES
 
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da SepseWebinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
Webinar proqualis setembro Detecção precoce e manejo clínico da Sepse
 
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralTransplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
 
Sessão clinica 16 julho
Sessão clinica   16 julhoSessão clinica   16 julho
Sessão clinica 16 julho
 
aula Ira residencia hsi hj.pptx
aula Ira residencia hsi hj.pptxaula Ira residencia hsi hj.pptx
aula Ira residencia hsi hj.pptx
 
6 hemorragia digestiva ue atu
6   hemorragia digestiva ue atu6   hemorragia digestiva ue atu
6 hemorragia digestiva ue atu
 
Colecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite Aguda
Colecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite AgudaColecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite Aguda
Colecistite Aguda & Colecistectomia Pós - Pancreatite Aguda
 
Varicocele e Infertilidade
Varicocele e InfertilidadeVaricocele e Infertilidade
Varicocele e Infertilidade
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
 

Último

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 

Último (11)

Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

Emergencias endoscopicas

  • 1. Emergências Endoscópicas Parte 1 DR. ÉLIO CUNHA CASTRO FILHO CRM: 52.84227-3 Endoscopista Digestivo – RQE: 23.657
  • 2. • Hemorragia digestiva alta varicosa e não-varicosa • Hemorragia digestiva baixa • Corpo estranho / impactação / ingestão cáustica Emergências Endoscópicas Temas
  • 3. Hemorragia digestiva não-varicosa Emergências Endoscópicas Etiologia: • 28 a 59 %: Doença ulcerosa péptica • 5 a 15 %: Mallory - Weiss • 5 a 10 %: Ectasias vasculares ou angiodisplasias • < 5 %: Dieulafoy • < 5 %: Neoplasias benignas ou malignas • 7 a 25 %: Nenhuma lesão é encontrada na EDA Sostres C, Lanas A. Epidemiology and demographics of upper gastrointestinal bleeding: prevalence, incidence and mortality. Gastrointest Endosc Clin N Am. 2011; 21:567-581
  • 4. Hemorragia digestiva não-varicosa Emergências Endoscópicas • 80 % cessam espontaneamente • 20 %  terapia endoscópica  efetiva em 90% • Ressangramento: 6 a 10 %  impacto na mortalidade • Preditores de ressangramento: Idade, história de DUP, choque, comorbidades, baixa Hb inicial, transfusão, sangue vivo, tamanho da úlcera e estigmas alto risco Sostres C, Lanas A. Epidemiology and demographics of upper gastrointestinal bleeding: prevalence, incidence and mortality. Gastrointest Endosc Clin N Am. 2011; 21:567-581
  • 5. Hemorragia digestiva não-varicosa Emergências Endoscópicas Fatores de risco independentes: Úlcera péptica, sangramento na endoscopia, não usar IBP pós-procedimento, monoterapia com adrenalina.  4 presentes = 100% de ressangramento.  HPBM pós-procedimento -   ressangramento. Travis R, Saltzman JR. J Gastroenterol Hepatol 2008; 23 (10) 1505-10
  • 6. Homem, 41 anos, chega à emergência com história de 4 episódios de vômito, sendo o último com sangue vivo há 20 min. Tem HAS, usa atenolol 50mg e losartan 50mg. PA: 130 x 60 mmHg FC: 71 bpm Hb: 13,2 Ht: 37 Pl: 220 mil Ur: 31 Cr: 1,1 K: 3,2 Na: 138 Emergências Endoscópicas CASO 1 EMERGÊNCIA ENDOSCÓPICA? EDA EM QUANTO TEMPO? QUAL A TERAPIA PRÉ - ENDOSCÓPICA? QUAL A TERAPIA PÓS - ENDOSCÓPICA? COMO ESTRATIFICAR O RISCO? ALTA? INTERNAÇÃO? QUARTO? CTI?
  • 7. Emergências Endoscópicas Estabilidade hemodinâmica Pas > 100 mm Hg ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 Hb ≥ 7 g/dl Hb ≥ 9 g/dl - DAC ou depleção vascular ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO BLATCHFORD ROCKALL VILLANUEVA GUGLIELMI CHIU Prognóstico ruim Ressangramento Mortalidade Necessidade de intervenção Alto risco x Baixo risco Stanley AJ. Update on risk scoring systems for patients with upper gastrointestinal haemorrhage. World JGastroenterol 2012 June 14; 18(22): 2739-2744
  • 8. Emergências Endoscópicas GLASGOW BLATCHFORD ROCKALL Stanley AJ. Update on risk scoring systems for patients with upper gastrointestinal haemorrhage. World JGastroenterol 2012 June 14; 18(22): 2739-2744 BUN (mmol/dL) Pontos ≥ 6,5 < 8,0 2 ≥ 8,0 < 10 3 ≥ 10 < 25 4 ≥ 25 6 Hb (H) Pontos ≥ 12 < 13 1 ≥ 10 < 12 3 < 10 6 Hb (M) Pontos ≥ 10 < 12 1 < 10 6 Outros fatores Pontos Pulso ≥ 100 1 Melena 1 Síncope 2 Hepatopatia grave 2 Insuf. Cardíaca 2 Fatores de risco Pontos 0 1 2 3 Idade < 60 anos 60 – 79 ≥ 80 Volemia Sem choque Pas > 100 Pulso < 100 Taquicardia PAs > 100 Pulso > 100 Hipotensão Pas < 100 Co- morbidades Ausentes ICC, DAC, Outras doenças graves Insuf. Renal e hepática, câncer disseminado Diagnóstico EDA Mallory- Weiss Todos os outros diagnósticos benignos Câncer do TGI Estigmas Ausentes ou coágulo plano Sangue no TGI superior, Coágulo aderente, Vaso visível, Sangramento ativo BUN  mmol/l 0,357 PAs Pontos 100 - 109 1 90 - 99 2 < 90 3 = mg/dl BUN x 2,14 = UREIA (mg/dl) (mg/dl) BUN 8,0 mmol/dl Uréia 48 mg/dl
  • 9. Emergências Endoscópicas GBS = 0 (baixo risco) 5 a 20% dos casos  BUN < 18,2 mg/dl (Ur < 39 mg/dl)  Hb ≥ 13 (H) ≥ 12 (M)  Pas ≥ 110 mmHg  Pulso < 100 bmp  Ausência de melena, síncope, ICC e hepatopatia grave  99% sensibilidade em identificar não intervenção  Alta da emergência sem endoscopia. Blatchford O. 2000, Pang SH. 2010, Chen IC. 2007, Chan JCH. 2011, Le Jeune IR. 2011, Brullet E. 2004, Gralnek IM. 2004 GLASGOW BLATCHFORD BUN (mmol/dL) Pontos ≥ 6,5 < 8,0 2 ≥ 8,0 < 10 3 ≥ 10 < 25 4 ≥ 25 6 Hb (H) Pontos ≥ 12 < 13 1 ≥ 10 < 12 3 < 10 6 Hb (M) Pontos ≥ 10 < 12 1 < 10 6 Outros fatores Pontos Pulso ≥ 100 1 Melena 1 Síncope 2 Hepatopatia grave 2 Insuf. Cardíaca 2 PAs Pontos 100 - 109 1 90 - 99 2 < 90 3
  • 10. Emergências Endoscópicas GBS ≥ 1 = Alto risco. EDA em 24 horas GBS ≥ 6 = 50 % risco de intervenção GBS ≥ 12 = Justificaria EDA dentro de 12 horas. Lin LG. Endoscopy 2011;43:300-6 GLASGOW BLATCHFORD BUN (mmol/dL) Pontos ≥ 6,5 < 8,0 2 ≥ 8,0 < 10 3 ≥ 10 < 25 4 ≥ 25 6 Hb (H) Pontos ≥ 12 < 13 1 ≥ 10 < 12 3 < 10 6 Hb (M) Pontos ≥ 10 < 12 1 < 10 6 Outros fatores Pontos Pulso ≥ 100 1 Melena 1 Síncope 2 Hepatopatia grave 2 Insuf. Cardíaca 2 PAs Pontos 100 - 109 1 90 - 99 2 < 90 3
  • 11. Homem, 41 anos, chega à emergência com história de 4 episódios de vômito, sendo o último com sangue vivo há 20 min. Tem HAS, usa atenolol 50mg e losartan 50mg. PA: 120 x 60 mmHg FC: 71 bpm Hb: 13,2 Ht: 37 Pl: 220 mil Ur: 31 Cr: 1,1 K: 3,2 Na: 138 Emergências Endoscópicas CASO 1 GBS = 0  < 1% de chance de intervenção  Alta da emergência sem EDA  IPB oral – EDA ambulatorial Rockall “admissão” = 0
  • 13. Mulher, 48 anos, procura o PS por “desmaio”. Refere fezes negras e fétidas há 2 dias, com fraqueza e palpitação. Tem Artrite Reumatóide e usou AINEs na última semana por artralgia. Lúcida e orientada. PA: 110 x 60 mm Hg FC: 110 bpm Hb: 9,3 Ht: 27 Pl: 198 mil Ur: 64 Cr: 1,2 Na: 142 K: 3,5 Emergências Endoscópicas CASO 2 4 + 6 + 1 + 1 + 2 = 14 pontos EDA dentro de 12 horas
  • 14. Emergências Endoscópicas Terapia pré - endoscópica Eritromicina venosa – 250 mg durante 30 minutos Não alterou desfecho clínico Reduziu necessidade de endoscopias repetidas Benefício não alcançado com a metoclopramida. Barkun NA, Martel M et al. Prokinetics in acute upper GI bleeding: a meta-analysis. Gastrointe Endosc. 2010;72:1138-45.
  • 15. Emergências Endoscópicas Terapia pré - endoscópica IBP – Omeprazol 80 mg IV “in bolus” seguindo de infusão contínua a 8 mg / hora. • Reduziu a proporção de pacientes com estigmas de alto risco e com necessidade de terapia endoscópica. • Não alterou desfechos clínicos (ressangramento, cirurgia ou morte) • Se EDA não puder ser realizada ou retardada  IBP IV alterou desfecho clínico positivamente. Sreedharan A, Martin J, Leontidadis GI et al. Proton pump inhibitor treatment initiated prior to endoscopic diagnosis in upper gastrointestinal bleeding. Cochrane Database Syst Ver. 2010(7):CD005415 Lau JY, Leung WK, Wu JCY et al. Omeprazole before endoscopy in patients with gastrointestinal bleeding. N Engl J Med. 2007;356:1631-40.
  • 16. Emergências Endoscópicas Terapia pré - endoscópica Lavagem gástrica com SNG • Finalidade diagnóstica  Não indicada (20% com aspirado claro e biliar tem estigmas de alto risco). • Finalidade prognóstica  Não indicada (correlação ruim com desfecho clínico) • Melhor visualização  Não indicada (sonda fina, aspira pouco coágulo, não fez diferença). • Efeito terapêutico (lavar com SF)  Não indicada > 80% cessam espontaneamente. Não fez diferença. ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360
  • 18. Mulher, 48 anos, procura o PS por “desmaio”. Refere fezes negras e fétidas há 2 dias, com fraqueza e palpitação. Tem Artrite Reumatóide e usou AINEs na última semana por artralgia. Lúcida e orientada. PA: 110 x 60 mm Hg FC: 110 bpm Hb: 9,3 Ht: 27 Pl: 198 mil Ur: 64 Cr: 1,2 Na: 142 K: 3,5 Emergências Endoscópicas CASO 2 EDA 9 horas após admissão
  • 20. Classificação de Forrest I – Sangramento ativo I A – Em jato II B – Em lençol / “oozing” II – Sangramento recente II A – Vaso visível II B – Coágulo aderido II C – Ulcera com fundo hematínico III – Ulcera de base clara 55 % 12% 25 % 8% 43 % 8% 10 % 16% 5 % 55% ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 Laine L , Peterson WL. Bleeding peptic ulcer. N Engl J Med. 1994;331:717 – 27 .
  • 21. Emergências Endoscópicas ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 Sangramento ativo ou vaso visível Coágulo aderido Úlcera de base clara ou fundo hemático Terapia Endoscópica Considerar terapia endoscópica Terapia endoscópica não recomendada IBP IV bolus + infusão contínua IBP IV bolus + infusão contínua IBP oral
  • 22. Emergências Endoscópicas Tratamento Endoscópico ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 • EDA dentro de 24 horas da admissão. • GBS = 0  Alta sem endoscopia de emergência • Escores de risco ≠ 0, porém estáveis e sem comorbidades graves  EDA precoce  alta precoce. Sem impacto no desfecho, porém benefício econômico. Indicação questionável. • GBS ≥ 12 – recomenda-se EDA com menos de 13 horas = grande impacto na mortalidade.
  • 23. Emergências Endoscópicas Tratamento Endoscópico Lim LG, Ho KY, Chan YH et al. Urgent endoscopy is associated with lower mortality in high-risk but hot low-risk nonvariceal upper gastrointestinal bleeding. Endoscopy 2011 ; 43:300 – 6. Pacientes de alto risco (Blatchford ≠ 0): • EDA em 12 x 24 horas: sem benefício do grupo global • Análise de subgrupo – Blatchford ≥ 12 teve mortalidade de 44 % quando EDA após 13 h X 0 % para EDA < 13 h • Análise multivariada: apenas “tempo até EDA” se associou a mortalidade.
  • 24. Injetáveis Cauterização Mecânicos Emergências Endoscópicas Métodos de Terapia Hemostática Adrenalina 1:10.000 a 1:20.000 Etanolamina 2,5% a 3% Álcool absoluto Máximo 2 ml Compressão local + agregação plaquetária + vasoconstrição Trombose + Flebite. Máximo 10 a 14 ml. Desidratação e fixação Probe bipolar Plasma de argônio Clipe metálico ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 Heater probe Ligadura elástica Endoloop
  • 26. Emergências Endoscópicas Métodos de Terapia Hemostática ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 • Adrenalina causa menor lesão tecidual • Injeção de adrenalina como monoterapia aumenta desfechos clínicos negativos • Combinação de 2 métodos é preferível, devendo o método de injeção preceder o método térmico. • Clipes são mais efetivos que adrenalina como monoterapia, porém não são superiores à terapia combinada como abordagem inicial.
  • 27. Emergências Endoscópicas Métodos de Terapia Hemostática ACG practice guideline – The American Journal of Gastroenterology. 2012; 107(3):345-360 • Não há indicação para repetir EDA após 24 horas • Indicações: suspeita clínica de ressangramento ou nova exteriorização. • Ressangramento após segunda terapia endoscópica é indicação de intervenção cirúrgica. • Indicação de internação hospitalar: estigmas de alto risco / necessidade de terapia endoscópica. • IBP IV infusão contínua por 72 h após EDA e liberar líquida oral.
  • 28. Homem, 59 anos, hipertenso e diabético, chega à emergência com hematêmese. Usa Metformina, Losartan, Indapamida e AAS. Nega outras doenças, episódios prévios de hematêmese, bem como etilismo e tabagismo. PA: 94 x 60 mm Hg, FC: 94 bpm, Hb: 10,2 mg/dl Plq: 78 mil Ur: 58 Cr: 1.4 Na: 123 K: 4,9 Chega à emergência sábado às 18 horas. Emergências Endoscópicas CASO 3 GBS = 3 + 2 + 3 = 8 (Alto risco) EDA dentro de 12 horas EDA dentro de 24 horas
  • 30. Homem, 59 anos, hipertenso e diabético, chega à emergência com hematêmese. Usa Metformina, Losartan, Indapamida e AAS. Nega outras doenças, episódios prévios de hematêmese, bem como etilismo e tabagismo. PA: 94 x 60 mm Hg, FC: 94 bpm, Hb: 10,2 mg/dl Plq: 78 mil Ur: 58 Cr: 1.4 Na: 123 K: 4,9 Hepatograma: TGO 42 TGP: 51 Albumina: 2,9 INR: 1,8 BT: 2,35 BI: 1,8 BD: 0,55 Clinicamente sem ascite, sem encefalopatia. Emergências Endoscópicas CASO 3 Cirrose hepática Child-Pugh B8 – NASH?
  • 31. Volume + Plaquetas + Plasma Octreotide “bolus” + infusão contínua Norfloxaxino VO EDA até 12 h – 6 elásticos Emergências Endoscópicas CASO 3 Volume Terlipressina IV Eritromicina IV prévia a EDA Ceftriaxone IV EDA até 12 horas – 10 elásticos
  • 32. Sangramento até 120h (5 dias)  TRATAMENTO DA FASE AGUDA Após 5º dia  PROFILAXIA DO RESSANGRAMENTO SANGRAMENTO POR VARIZES DE ESÔFAGO BAVENO VI - 2015 Emergências Endoscópicas
  • 33. Sangramento por varizes de esôfago Taxa anual: 5 – 15 % 1 Mortalidade: 2 30 - 40 % no 1º sangramento Em 6 semanas: 20% > 50 % ressangram em 1 ano 2, 3 1 N Engl J Med. 1988;319:983-989 2 D’Amico G, de Francis R. Hepatology. 2003;38:599-612 3 Carbonell N, et al. Hepatology. 2004;40:652-659 Emergências Endoscópicas
  • 34. Reposição Volêmica Objetivos:  Estabilização hemodinâmica  Hb: 8 g/dl BAVENO VI – 2015 Guideline AASLD - 2007 Kravetz D, et al. Gastroenterology, 1986. Castaneda B, et al. Hepatology, 2001. Hemotransfusão “restaurativa” e reposição vigorosa c/ SF =  HP,  ressangramento,  mortalidade,  ascite Emergências Endoscópicas
  • 35. Hemostasia INR – não reflete o “status” hemostático Sem evidências para repor plasma e plaquetas BAVENO VI – 2015 rFVIIa (NovoSeven®) Sem benefício no tto da fase aguda1 1 Bosch J, et al. Hepatology. 2008; 47(5):1604-14
  • 36. Vasopressores Vasoconstrição esplâncnica  pressão veia porta Tão eficaz quanto tto endoscópico1 Terapia combinada  ressangramento na fase aguda2 Iniciar antes da EDA – manter por 5 dias 1 D’Amico G, et al. Gastroenterology. 2003;124:1277-1291 2 Bafiares R, et al. Hepatology. 2002;305:609-615 Emergências Endoscópicas
  • 37. Vasopressina e análogos: Vasopressina (ENCRISE®) Terlipressina (GLYPRESSIN®) Somatostatina e análogos: Somatostatina (STILAMIN®) Octreotide (SANDOSTATIN®) Vapreotide (SANVAR®) MAIOR SEGURANÇA Vasopressores  Vasoconstrição coronariana  Meia-vida curta Meia-vida longa  Menos efeitos adversos Emergências Endoscópicas
  • 38. Vasopressores Terlipressina (GLYPRESSIN®) – ampola: 1 mg 2 mg IV 4 / 4 horas – primeiras 48 horas 1 mg IV 4 / 4 horas até 3-5 dias Somatostatina (STILAMIN®) – ampola: 3 mg 3,5 mcg / kg / hora IV em BI – 5 dias Octreotide (SANDOSTATIN®) – ampolas: 0,05 - 0,1 - 0,5 50 mcg IV “in bolus” 50 mcg / hora IV em BI – 5 dias BAVENO VI – 2015
  • 39. Uso de antibióticos Profilaxia de infecções: Norfloxacina VO 400 mg 2x / dia 7 dias 1 Ceftriaxone IV 1 g / dia 2 Cirrose avançada (Child-Pugh B/C) FR resistência às quinolonas 1 Rimola A, et al. J Hepatol 2000;32:142-153 2 Fernandez J, et al. Gastroenterology 2006;131:1049-1056 Emergências Endoscópicas
  • 40. 1 Altraif I, Saeed AM, et al. Gastrointest Endosc 2011;73:245-50 2 Carbonell N, et al. Am J Gastroenterol 2006;101:1211-5. 3 Frossard JL, et al. Gastroenterology 2002;123:17-23. 4 Coffin B, et al. Gastrointest Endosc 2002;56:174-9. Eritromicina Procinético prévio à EDA. 1, 2, 3, 4 Facilita técnica: melhor visualização, maior rapidez. Impacto na morbimortalidade ? BAVENO V : papel não definido. Uso de antibióticos Emergências Endoscópicas
  • 41. 1 Hou MV, et al. Hepatology 2004;39:746-753 Profilaxia do ressangramento 1 Infecção  endotoxemia   HP   ressangramento Ofloxacina 200 mg IV 12 / 12 h por 2 dias.  Ressangramento ( comparado a ATB terapêutica ) Uso de antibióticos Emergências Endoscópicas
  • 42. Tratamento Endoscópico Ligadura elástica x escleroterapia Momento adequado: Urgent vs. Non-Urgent Endoscopy in Stable Acute Variceal Bleeding Cheung J, et al. The American Journal of Gastroenterology 2009;104:1125-1129 4h, 8h e 12h  desfechos iguais (mortalidade) Suporte clínico apropriado  Mortalidade: MELD, Albumina e infecção Emergências Endoscópicas
  • 43. Tratamento Endoscópico Estudo retrospectivo Tto ED tardio ( > 15 h )  Mortalidade hospitalar Baveno V EDA terapêutica nas primeiras 12 h 5 D Delayed endoscopy as a risk factor for in-hospital mortality in cirrhotic patients with acute variceal hemorrhage. Hsu YC, et al. J Gastroenterol Hepatol 2009;24:1294 - 1299. Emergências Endoscópicas
  • 44. Tratamento Endoscópico Ligadura elástica: 1 1º elástico – ponto de rotura 5 cm distais do esôfago – local provável Seguimento: cada 2 - 4 semanas até erradicação Após erradicação: revisões 3 - 3 meses 1 Baron TH, et al. Am J Gastroenterol 2009;104:1083–1085; Emergências Endoscópicas
  • 45. 3º dia: Queda Hb (3 g/dl) Choque hipovolêmico FALHA BAVENO VI - 2015  Novo tto endoscópico 2b; B  Cianoacrilato? Sangramento persistente refratário  TIPS recoberto 2b;B Emergências Endoscópicas
  • 46. 1 Cipolletta L, Zambelli A, et al. A prospective cohort study. Dig Liver Dis 2009;41:729–34. 2 Maluf-Filho F, Sakai P. Endoscopy 2001; 33 (5): 421±427 Cianoacrilato Fácil uso1,2 Eficaz em conter sangramento1  Mortalidade em 6 semanas1 Foi mais efetivo que esclerotepia2 Emergências Endoscópicas
  • 47. Homem, 59 anos, cirrose C-P B9, VE grosso calibre, propranolol 160 mg/dia. • Hematêmese franca “sangue vivo” • EDA: sangramento ativo Alto risco de falha (ressangramento)  Tratamento endoscópico  TIPS recoberto precoce (72horas) Idealmente 24h - 1b;A CONDUTA ? BAVENO VI - 2015 Emergências Endoscópicas
  • 48. Sangramento por varizes de esôfago 5 dias Ressangramento  falha  Child-Pugh C  Sangramento ativo  HVPG ≥ 20 mm Hg 6 semanas Mortalidade  Child-Pugh C  MELD ≥ 18  Falha sangramento incontrolável ou ressangramento Baveno VI - 2015 Emergências Endoscópicas
  • 49. Profilaxia do ressangramento Ligadura elástica + Beta-bloqueador 1a;A Intolerantes ao B-bloq: LE isolada 5;D LE não é possível: B-bloq + Nitrato 1a;A Baveno VI - 2015 Emergências Endoscópicas
  • 50. Homem, 59 anos, cirrose C-P B9, VE grosso calibre, PPL 120mg/dia. • Hematêmese “borra de café” há 4 horas PA: 70x40mmHg Hb: 8 g/dl Plq: 69mil INR: 1,9 Solução salina Octreotide 50 mcg “in bolus” e 50 mcg / h IV por 5 dias Ceftriaxone 1 g / dia IV por 5 a 7 dias Ligadura elástica nas primeiras 12 horas ALTO RISCO Ligadura elástica Cianoacrilato? Persistente Considerar TIPS precoce TIPS recoberto Ressangramento