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Avaliação da
coagulação
Geydson S da Cruz
Serviço de Hematologia
O que não devemos deixar de
saber?
Objetivos
Conceitos introdutórios
Avaliação clínica e laboratorial do risco de sangramento
Casos clínicos
Hemostasia
Definição: Parar o fluxo
de sangue.
Função: prevenir a perda
de sangue, hemorragia.
Hematology;2015
Coagulação
Coagulação primária
Plaquetas
Vaso / endotélio
Coagulação secundária
Fatores de coagulação
Fator de von Willebrand
Jovem do sexo feminino, 27 anos, admitida na enfermaria de clínica devido a
hematúria. A mesma referiu que notou o sintoma há 5 dias e que piorou nas
últimas 24h. Sem febre, sem perda ponderal, sem adenopatia. A avaliação
laboratorial apontava: Htc: 27% (VN>35%); Leucócito: 4 500, dif normal;
Plaquetas 22 000 (VN:150 000 - 450 000). Coagulograma: normal.
Qual a provável causa do sangramento?
Como proceder à investigação clínico-laboratorial?
Qual a abordagem inicial?
Caso 1
Caso 1
Trombocitopenia
Imune
Primária - PTI
Secundária
LES
Doenças autoimunes
Drogas - Heparina (HIT)
Doenças linfoproliferativas
Pathophysiology of blood disorders; 2011
Caso 1
Trombocitopenia
Não Imune
Microangiopatias trombóticas (SHU; PTT; HELLP; CIVD)
Induzidas por drogas
Falências medulares
Caso 1
Avaliação laboratorial
Hemograma
TP
TTPA
Testes de função hepática e
renal
www.nejm.org
Na vida prática...
E quando transfundir?
Em trombocitopenias sintomáticas - geralmente < 50
000/mm3
Situações que aumentem risco de sangramento - 20 -
30 000/mm3
Febre; coagulopatia associada; infecção
Profilaticamente - <5 - 10 000/mm3 mesmo sem
sangramento
ATENÇÃO: Trombocitopenia imune serão transfundidas somente
se houver sangramento de alto risco (SNC, p ex.).
Pathophysiology of blood disorders; 2011
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Antagonistas do receptor do ADP
Clopidogrel; Ticlopidina; Prasugrel
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Inibição GpIIb-IIIa
Abciximab; Tirofiban; Eptifibatibe
Circ Res. 2014;114:1929-1943
Caso 2
Jovem do sexo feminino, 32 anos, admitida em enfermaria devido a sangramento
gengival e metrorragia. Refere que notou placas arroxeadas em pele há cerca de 2
semanas. Nos últimos 7 dias vem com menstruação mais intensa que o usual.
Refere que teve febre há 48h que motivou a recorrer a urgência sendo então
referida para aquela unidade hospitalar. Hemograma: Hgb: 7,5g/dL; Leucócitos 9
000 (Neutrófilos: 450 (VN>1 000); Linfócitos: 2 000; Blastos: 6 000); Plaquetas:
44 000. TP(INR): 1,9; Fibrinogênio: 101 (VN>150)
Qual a causa do sangramento?
Como proceder à investigação?
Caso 2
Trombocitopenias não imune
Falências medulares
Displasias
Aplasia
Leucemias agudas
Invasão de medula óssea
Fibrose medular
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Coagulopatia na Leucemia PM
Young, N. Hematology. 2007
Caso 3
Homem 47 anos cursando com quadro compatível com cólica biliar. Vesícula
biliar com paredes rígidas ao US, visualizado também imagem produtora de eco
acústico em interior não móvel. Portador de hemofilia A, faz uso de fator VIII
2x/semana. Será submetido a colecistectomia laparoscópica.
Qual comprometimento da coagulação? Primária ou secundária?
Qual exame costuma estar alterado? TP ou TTPA?
Como fazer o preparo operatório?
Caso 3
Pathophysiology of blood disorders; 2011
Coagulopatias hereditárias
Deficiência de fator de Von Willebrand
• Hemofilia A – Fator VIII
• Hemofilia B – Fator IX
Fator XI
• Fator V
• Fibrinogênio
• Fator VII
• Fator XIII
Tratamento
Alterações de fatores de coagulação devem ser
tratadas o mais específico possível:
Fator sempre é preferível
Plasma / crioprecipitado
Buscar corrigir a causa da alteração de
coagulação e tratá-la, se possível.
Fator VIII = peso (kG) x aumento desejado (%) x
0,5 UI/Kg
Grande Cirurgia = 100%
Pequena hemorragia = 20-40%
Hemorragia moderada / grande e pequenas
cirurgias = 30-60%
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Caso 4
Paciente do sexo masculino foi admitido em unidade de emergência com aumento
rápido de volume abdominal e edema em membros inferiores. Exame de imagem
evidenciou ascite, aumento de calibre da veia porta, oclusão por trombo de veia
hepática. Hemograma: Hgb: 7,5g/dL; Leucócitos 3 000 (Neutrófilos: 1450 (VN>1
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Síndrome de Budd-Chiari
Caso 4
Young, N. Hematology. 2007
Trombofilia
Young, N. Hematology. 2007
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Caso 5
M.A.,homem, 73 anos que apresentou-se há 2 dias, após o diagnóstico ultra-sonográfico de
trombose da veia porta. Ele possui cirrose hepática secundária ao consumo crônico de
álcool (Child A). O teste de ultra-som foi solicitado porque o paciente reclamou de dor
abdominal durante nos 5 dias anteriores. O histórico clínico remanescente não foi notável
com exceção da hipertensão arterial e episódios recorrentes de sangramento hemorroidário.
Testes de laboratório revelaram INR de 1,3, tempo de tromboplastina de parcial ativado 35
segundos (intervalo de referência laboratorial, entre 25 e 40 segundos) com uma proporção
de 1,1, e uma contagem de plaquetas de 90 000 / mm3. A taxa estimada de filtração
glomerular foi de 60 mL / minuto. A endoscopia digestiva alta foi solicitada para verificar a
presença de varizes esofágicas, e o paciente foi temporariamente iniciou heparina de baixo
peso molecular de dose intermediária (LMWH) (1mg / kg uma vez por dia), aguardando
endoscopia.
Case 5
Varizes esofágicas de grau 1 e uma gastropatia congestiva leve foi detectada, e o
tratamento com LMWH foi continuado com a dose terapêutica completa usual de
1 mg / kg duas vezes ao dia. Propranolol para a prevenção primária do
sangramento de varizes também foi iniciado. Como nenhum evento de
sangramento ocorreu e como o nível de hemoglobina permaneceu estável na
visita de acompanhamento no dia 10, foi decidido continuar com o tratamento
com LMWH por um total de 1 mês e depois para mudar o paciente a warfarina,
com um alvo terapêutico internacional razão normalizada entre 2 e 3, por um
período de tempo indefinido. A recanalização completa da trombose foi
observada em um teste de ultra-som realizado aos 3 meses.
Coagulopatia adquirida
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Coagulopatia trauma
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Hemodiluição
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Transfusão de fatores
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Avaliação da coagulação e casos clínicos

  • 1. Avaliação da coagulação Geydson S da Cruz Serviço de Hematologia
  • 2. O que não devemos deixar de saber?
  • 3. Objetivos Conceitos introdutórios Avaliação clínica e laboratorial do risco de sangramento Casos clínicos
  • 4. Hemostasia Definição: Parar o fluxo de sangue. Função: prevenir a perda de sangue, hemorragia. Hematology;2015
  • 5. Coagulação Coagulação primária Plaquetas Vaso / endotélio Coagulação secundária Fatores de coagulação Fator de von Willebrand
  • 6.
  • 7. Jovem do sexo feminino, 27 anos, admitida na enfermaria de clínica devido a hematúria. A mesma referiu que notou o sintoma há 5 dias e que piorou nas últimas 24h. Sem febre, sem perda ponderal, sem adenopatia. A avaliação laboratorial apontava: Htc: 27% (VN>35%); Leucócito: 4 500, dif normal; Plaquetas 22 000 (VN:150 000 - 450 000). Coagulograma: normal. Qual a provável causa do sangramento? Como proceder à investigação clínico-laboratorial? Qual a abordagem inicial? Caso 1
  • 8. Caso 1 Trombocitopenia Imune Primária - PTI Secundária LES Doenças autoimunes Drogas - Heparina (HIT) Doenças linfoproliferativas Pathophysiology of blood disorders; 2011
  • 9. Caso 1 Trombocitopenia Não Imune Microangiopatias trombóticas (SHU; PTT; HELLP; CIVD) Induzidas por drogas Falências medulares
  • 10. Caso 1 Avaliação laboratorial Hemograma TP TTPA Testes de função hepática e renal www.nejm.org
  • 11. Na vida prática... E quando transfundir? Em trombocitopenias sintomáticas - geralmente < 50 000/mm3 Situações que aumentem risco de sangramento - 20 - 30 000/mm3 Febre; coagulopatia associada; infecção Profilaticamente - <5 - 10 000/mm3 mesmo sem sangramento ATENÇÃO: Trombocitopenia imune serão transfundidas somente se houver sangramento de alto risco (SNC, p ex.). Pathophysiology of blood disorders; 2011
  • 12. Na vida prática... Terapia antiplaquetária Inibição COX1 - TxA2 Aspirina Antagonistas do receptor do ADP Clopidogrel; Ticlopidina; Prasugrel Antagonista PAR Vorapaxar; Atropaxar Inibição GpIIb-IIIa Abciximab; Tirofiban; Eptifibatibe Circ Res. 2014;114:1929-1943
  • 13. Caso 2 Jovem do sexo feminino, 32 anos, admitida em enfermaria devido a sangramento gengival e metrorragia. Refere que notou placas arroxeadas em pele há cerca de 2 semanas. Nos últimos 7 dias vem com menstruação mais intensa que o usual. Refere que teve febre há 48h que motivou a recorrer a urgência sendo então referida para aquela unidade hospitalar. Hemograma: Hgb: 7,5g/dL; Leucócitos 9 000 (Neutrófilos: 450 (VN>1 000); Linfócitos: 2 000; Blastos: 6 000); Plaquetas: 44 000. TP(INR): 1,9; Fibrinogênio: 101 (VN>150) Qual a causa do sangramento? Como proceder à investigação?
  • 14. Caso 2 Trombocitopenias não imune Falências medulares Displasias Aplasia Leucemias agudas Invasão de medula óssea Fibrose medular Fotos: Geydson Cruz
  • 15. Coagulopatia na Leucemia PM Young, N. Hematology. 2007
  • 16. Caso 3 Homem 47 anos cursando com quadro compatível com cólica biliar. Vesícula biliar com paredes rígidas ao US, visualizado também imagem produtora de eco acústico em interior não móvel. Portador de hemofilia A, faz uso de fator VIII 2x/semana. Será submetido a colecistectomia laparoscópica. Qual comprometimento da coagulação? Primária ou secundária? Qual exame costuma estar alterado? TP ou TTPA? Como fazer o preparo operatório?
  • 17. Caso 3 Pathophysiology of blood disorders; 2011
  • 18. Coagulopatias hereditárias Deficiência de fator de Von Willebrand • Hemofilia A – Fator VIII • Hemofilia B – Fator IX Fator XI • Fator V • Fibrinogênio • Fator VII • Fator XIII
  • 19. Tratamento Alterações de fatores de coagulação devem ser tratadas o mais específico possível: Fator sempre é preferível Plasma / crioprecipitado Buscar corrigir a causa da alteração de coagulação e tratá-la, se possível. Fator VIII = peso (kG) x aumento desejado (%) x 0,5 UI/Kg Grande Cirurgia = 100% Pequena hemorragia = 20-40% Hemorragia moderada / grande e pequenas cirurgias = 30-60% Grande hemorragia = 80-100%
  • 20. Caso 4 Paciente do sexo masculino foi admitido em unidade de emergência com aumento rápido de volume abdominal e edema em membros inferiores. Exame de imagem evidenciou ascite, aumento de calibre da veia porta, oclusão por trombo de veia hepática. Hemograma: Hgb: 7,5g/dL; Leucócitos 3 000 (Neutrófilos: 1450 (VN>1 000); Linfócitos: 1200); Plaquetas: 101 000. TP(INR): normal; Fibrinogênio: 188 (VN>150). Pesquisa de mutação JAK-2: negativa; DHL: 1090; Reticulócitos: 3,9%. EAS: + Hemoglobina. Trata-se de um caso de trombofilia? Como proceder com investigação?
  • 22. Caso 4 Young, N. Hematology. 2007
  • 25. Caso 5 M.A.,homem, 73 anos que apresentou-se há 2 dias, após o diagnóstico ultra-sonográfico de trombose da veia porta. Ele possui cirrose hepática secundária ao consumo crônico de álcool (Child A). O teste de ultra-som foi solicitado porque o paciente reclamou de dor abdominal durante nos 5 dias anteriores. O histórico clínico remanescente não foi notável com exceção da hipertensão arterial e episódios recorrentes de sangramento hemorroidário. Testes de laboratório revelaram INR de 1,3, tempo de tromboplastina de parcial ativado 35 segundos (intervalo de referência laboratorial, entre 25 e 40 segundos) com uma proporção de 1,1, e uma contagem de plaquetas de 90 000 / mm3. A taxa estimada de filtração glomerular foi de 60 mL / minuto. A endoscopia digestiva alta foi solicitada para verificar a presença de varizes esofágicas, e o paciente foi temporariamente iniciou heparina de baixo peso molecular de dose intermediária (LMWH) (1mg / kg uma vez por dia), aguardando endoscopia.
  • 26. Case 5 Varizes esofágicas de grau 1 e uma gastropatia congestiva leve foi detectada, e o tratamento com LMWH foi continuado com a dose terapêutica completa usual de 1 mg / kg duas vezes ao dia. Propranolol para a prevenção primária do sangramento de varizes também foi iniciado. Como nenhum evento de sangramento ocorreu e como o nível de hemoglobina permaneceu estável na visita de acompanhamento no dia 10, foi decidido continuar com o tratamento com LMWH por um total de 1 mês e depois para mudar o paciente a warfarina, com um alvo terapêutico internacional razão normalizada entre 2 e 3, por um período de tempo indefinido. A recanalização completa da trombose foi observada em um teste de ultra-som realizado aos 3 meses.
  • 27. Coagulopatia adquirida Hepatopatias Deficiêcias de vit. K Inibidores adquiridos Coagulopatia trauma Alterações metabólicas Hipotermia Transfusão maciça Hemodiluição Hematology;2015
  • 28. Manejo clínico Trauma → Avaliar iniciação de protocolos de transfusão maciça. Plasma / Crioprecipitado Plaquetas Sempre buscar se há deficiência de fator isolado Complexo protrombínico Antifibrinolíticos Desmopressina (DDAVP)
  • 29. Transfusão de fatores Plasma fresco congelado Correção de sangramento por deficiência de múltiplos fatores, na ausência de fatores específicos. Dose: 10 mL/Kg Crioprecipitado Correção de fibrinogênio, na ausência do fator específico. Dose: 1U para cada 10Kg
  • 30. Fim