SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 41
Baixar para ler offline
Colecistite aguda:
abordagem
BárbaraGama
Serviço de Cirurgia geral
INDICE
Definição
Fisiopatologia
Diagnóstico
Tratamento
Bibliografia
DEFINIÇÃO
Inflamação aguda da vesicula biliar
• Complicação de litíase vesicular
➢ 2-3x mais frequente em mulheres
➢ Risco aumenta com a idade
➢ Mais grave no sexo masculino
• Colecistite alitiásica
➢ 5-10% colecistites
➢ > 50% causa idiopática
➢ Doentes graves- Hospitalização /UCI
-Trauma severo
- Queimaduras extensas
- NTP
- Parto prolongado
- Pos- operatório de cirurgias major.
FISIOPATOLOGIA
Escherichia coli
Klebsiella spp.
Streptococcus spp.
Clostridium spp.
Enterococcus spp
Enterobactereaceae
spp.
DIAGNÓSTICO
Apresentação clínica
Exame objetivo
Exames complementares de diagnóstico
Critérios de diagnóstico
Diagnóstico
Apresentação
clínica
Diagnóstico  Sinais vitais : Pressão arterial, frequência cardíaca, frequência
respiratória, temperatura, debito urinário, saturação de oxigénio e
nível de consciência
 Inspeção : Imóvel na marquesa /icterícia
 Avaliação abdominal
➢Abdómem distendido
➢RHA hipoactivos ( íleos )
➢ Sinal de Murphy → (S 97% E48%)
➢Dor a descompressão
➢Defesa abdominal
➢Massa palpável por vezes crepitante
Exame objetivo
Diagnóstico
Leucocitose
com
neutrofilía
10000-15000 cel/µl
Hemograma
Coagulação
( INR,TP,
aPTT)
↑ Bilirrubina
<5 mg/dl em <50% dos
doentes
Função hepática
( albumina, FA,
GGT,AST/ALT,
BT)
Função renal
( creatinina,
ureia)
↑ AST eALT <
5x valor
normal
1/4 dos doentes
PCR
Eletrólitos
GSA
ECD-Imagem
Diagnóstico Ecografia
• Cálculos biliares em 90-95% dos casos
• Espessamento da parede ( > 4-5 mm)
• Edema perivesicular – sinal de duplo anel
• Dilatação do canal cístico
• Pneumobilia-Ar intraluminal ( estadio 1),
intraparietal ( estadio 2) ou perivesicular
( estadio 3- gangrena perfuração)
• Vesicula efervescente
• Ring-down effect ou estela de cometa
• Lesão hipoecogénica extravesicular
S 88%
E 80%
ECD-Imagem
Diagnóstico
Tomografia
computorizada
• Complicações
➢Abcessos >0,5 cm
➢Peritonite
• Diagnóstico diferencial
• Ecografia inconclusiva
• Colecistite enfisematosa →
• Colecistite gangrenosa
• Fístulas
• Íleos biliar→Tríade Rigler
ECD-Imagem
Diagnóstico
Ressonância
magnética
• Maior rendimento diagnóstico do que a
ecografia
• Avaliação das vias biliares intra e extra-
hepáticas
• Achados:
➢Espessamento da parede
➢Dimensões da vesicula
➢Retensão de liquido perivesicular
➢Estruturas membranosas no lúmen
➢Captação de contraste na fase inicial da RM
➢Menos útil se pequenas quantidade de ar
➢Pequenos trajetos fistulosos
S 85%
E 81%
ECD-Imagem
Diagnóstico Radiografia do tórax
• Pneumobilia ( 30-50% dos exames )
• Cálculos calcificados ectópicos( só
30% dos cálculos são radiopacos)
• Tumbling obstruction
• Triade de Rigler
➢Patonogmonica de lieos biliar
➢30-35% dos casos.
ECD-Imagem
Diagnóstico
Exames baritados
Exames endoscópicos
EDA
Colonoscopia
CPRE
Fístulas:
extravasamento de
contraste
ECD-Imagem
Diagnóstico
Critérios de
diagnóstico
Critérios diagnósticos de colecistite aguda ( TG18)
A. Sinais locais de inflamação , etc. 1. Sinal de Murphy positivo
2. Massa ou dor no QSD
B. Sinais sistémicos de inflamação, etc. 1. Febre
2. ↑ PCR
3. Leucocitose
C. Achados imagiológicos sugestivos de
colecistite aguda
1. Espessamento da parede ( ≥ 4 mm )
2. ↑ da vesicula ( ≥8 cm de maior eixo e ≥ 4 cm de menor eixo)
3. Cálculos ou detritos retidos
4. Líquido perivesicular
5. Sombras lineares no tecido adiposo perivesicular
6. Abcesso perivesicular
1(A) 1(B)
1(A) 1(B+C) nóstico
Suspeita
Diagnóstico
COMPLICAÇÕES
AGUDAS
Empiema
Colecistite enfisematosa
Colecistite gangrenosa e perfuração
Formação de fístula
Abcessos
Íleos biliar
Complicações
agudas
• Infeção supurativa da bile
Definição
• 5-15% das CA litiásicas
• Idosos, diabéticos, inmunosupressão,
obesidade e hemoglobinopatias
Epidemiologia
• Febre elevada , dor severa no QSD, leucocitose
marcada, prostração, hipotensão, taquicardia
severa, reação peritoneal e vesicula palpável
Apresentação
Empiema da
vesícula
E. coli
K. pneumoniae
S. faecalis
Anaerobios:
Bacteroides e
Clostridia spp.
Complicações
agudas
Colecistite
enfisematosa
• Sobreinfeção de necrose da vesicula
Definição
• 1% das colecistite aguda
• 5ta a 6ta década de vida, diabéticos (38-55%) ,
sexo masculino.
• Mortalidade 15-25%
Epidemiologia
• Aterosclerose, embolia da artéria hepática, torção
da vesicula, sunitinib, sedimentação séptica
Fisiopatologia
• Febre, dor no QSD que irradia para as costas e não se
relaciona com a posição ou atividade física
• Crepitações
• Náuseas e vómitos são menos frequentes
Apresentação
C. welchii
C. perfringens
E. coli (15%)
Enterococcus spp.
Streptococcus spp
P. aureoginosa
Klebsiella spp.
Complicações
agudas
Colecistite
gangrenosa
• Isquemia e necrose da vesícula
Definição
• 20% das colecistite aguda
• Idosos
Epidemiologia
• Vasculites, diabetes, distensão marcada da
vesicula, empiema, torção da vesícula.
Fisiopatologia
• Febre, dor no QSD que irradia para as costas e não se
relaciona com a posição ou atividade física
• Sintomas sepsis-like
Apresentação
Complicações
agudas
Perfuração
• 2% das colecistites agudas
• Frequência na colecistite alitiásica,
gangrenosa ou crónica
• Alivio súbitos da dor com subsequente
reação peritoneal
• Localizadas
➢ Abcesso pericolecístico
• Generalizadas
➢ Pneumoperitoneu e peritonite
Complicações
agudas
Fístula
• Comunicação anormal entre a vesícula e a vias
biliares ou órgãos adjacentes
Definição
• Fistulas bilioentéricas→ 70-85%
➢Colecistoduodenais 55-75%
➢15-30% colecistocolica
➢2-5% gástricas
➢ jenjunais, paraede abdominal e pelve renal
Epidemiologia
• Inflamação, adesão , necrose e erosão da parede
da vesicula por episódios inflamatórios
recorrentes
Fisiopatologia
• Maioria são assintomáticas
• Queixas digestivas sugestivas de patologia
gástrica ou biliar
Apresentação
Complicações
agudas
Abcesso
hepático
• Coleção de pus
Definição
• Patologia biliar →40%
➢Obstruções das vias biliares
➢Contaminação da bile e colangite
subsequente
➢Múltiplos abcessos no fígado
Epidemiologia
• Febre alta , calafrios e dor no QSD
• Icterícia, hepatomegalia, anorexia, perda de
peso, náuseas, vómitos.
• Leucocitose, anemia NN, hiperbilirrubinemia,
↑AST/ALT, hipoalbuminemia e ↑FA
Apresentação
Escherichia coli
Klebsiella
pneumoniae
Proteus
Staphylococcus
Streptococcus
Complicações
agudas  Obstrução intestinal mecânica parcial ou total
 Cálculos biliares > 2,5 cm
 8-20% das fistulas bilioentéricas
 1-4% das causas de obstrução intestinal ( 25% em >65
anos)
 Mais frequente na válvula ileocecal.
 ½ história de patologia biliar litiásica
Íleos biliar
Score de
gravidade
*Cirurgia laparoscópica deverá ser feito
dentro de 96h após o inicio das queixas
Grau Descrição
I Colecistite aguda em doentes saudáveis sem disfunção de órgão e
alterações inflamatórias leves fazendo da colecistectomia laparoscópica um
procedimento de baixo risco e seguro.
II Colecistite aguda associada a uma das seguintes situações:
• Leucocitose ( >18000 cel/µl)
• Massa dolorosa palpável no QDS
• Queixas com >72 h de evolução *
• Inflamação local marcada ( colecistite gangrenosa , abcesso
pericolecistico, abcesso hepático, peritonite biliar , colecistite
enfisematosa)
III Colecistite aguda associada a disfunção de 1ou mais órgãos ou sistemas :
• Disfunção cardiovascular : hipotensão com necessidade de suporte
dopaminérgico( ≥ 5 µg/kg/min ou qualquer dose de dopamina )
• Disfunção neurológica: diminuição do nível de consciência.
• Disfunção respiratória: PaO2/FiO2< 300
• Disfunção renal: oligúria , creatinina >2 mg/dl
• Disfunção hepática : PT-INR >1,5
• Disfunção hematológica : contagem plaquetária <100000/mm3
TRATAMENTO
Tratamento médico
Avaliação do risco cirúrgico
Tratamento cirúrgico
Outras modalidades de tratamento
Tratamento
Monitorização
Respiratória e
hemodinâmica
Fluidoterapia
Correção de
desequilíbrios
hidroelectrolíticos
Analgesia
AINES( cetorolac )
Meperidina
Opioides
( morfina,
meperidina )
Antibioterapia
limitar inflamação
sistemica e local
Outros SNG
Suporte
ventilatório
Suporte
vasomotor
Médico
Tratamento
Grau II-III→ 1h
Grau I → 6h
Antes de procedimentos
Grau II-III→ HC e cultura da bílis
Perfuração, C. enfisematosa ou gangrena→ cultura da
bílis e tecidual
Grau I→ até a cirurgia
Grau II e III→ 4. 7 dias até 2 semanas
Perfuração ou abcesso → resolução da sintomatologia
Antibioterapia
Tratamento
 Colecistite aguda adquirida na comunidade Grau I e II
➢Ampicilina /sulbactam
➢ Cefalosporinas
➢Carbapenem
➢Piperacilina /tazobactam
➢Tigeciclina
➢Amicacina
➢Ceftazidima /avibactum
➢Ceftolazona/tazobactam
➢Fluroquinolonas
Suscetibilidade local > 80%
Microorganismos ESBL >
20%
AB nos últimos 6 meses
Se alergia a penicilina e se
suscetibilidade presente
Antibioterapia
Tratamento
 Colecistite aguda adquirida na comunidade Grau III
➢Carbapenem
➢Piperacilina/tazobactam
➢Aminoglicosideo
➢Ceftazidima + metronidazol
➢Cefepima + metronidazol
➢Vancomicina – E. Faecium
➢Ampicilina – E. Faecalis
➢Linezolida e daptomicina
P. Aeruginosa
Enterococcus spp.
VRE
Antibioterapia
Tratamento
➢Carbapenem
➢Piperacilina/tazobactam
➢Aminoglicosideo
➢Ceftazidima + metronidazol
➢Cefepima + metronidazol
➢Vancomicina
➢Linezolida
➢Daptomicina
P. Aeruginosa
Enterobactereaceae spp. ESLB
Acinetobacter
Gram - MR
MRSA
Enterococcus spp.
Gram + MR
Enterococcus spp. RV
( colonização ou prevalência)
Tratamento recente com
Vancomicina
Antibioterapia
Tratamento
Fístulas
• Metronidazol
• Timidazol
• Carbapenems
• Piperacilina/tazobactam
• Cefoxitina
• Cefmetazole
• Flomoxef
• Cefoperazona/sulbactam
Abcesso
• Cefalosporina 3º geração (ceftriaxona)+
metronidazol
• Piperacilins/tazobactam +metronidazol
• Ampicilina+ genta+ metronidazol
• Ampicilina+gentamicina+metronidazol
• Vancomicina (S. Aureus )
• Ceftarolina + metronidazol( S. aureus)
Antibioterapia
Tratamento
Medicação oral
•Amoxciilina/ácido clavulánico
•Cefalexina +/- metronidazol
•Ciprofloxacina ou
levofloxacina +/-
metronidazol
Antibioterapia
Tratamento Pontuação Comorbilidade
1 Enfarte agudo do miocárdio
Insuficiência cardíaca congestiva
Doença vascular periférica
Doença cerebrovascular
Demência
Doença pulmonar crónica
Doença do tecido conectivo
Doença ulcerosa péptica
Doença hepática leve
2 Hemiplegia
Doença renal crónica grave ou moderada
Diabetes mellitus com LOA
Tumor sólido
Leucemia / linfoma
3 Insuficiência hepática moderada ou grave
6 Neoplasia maligna sólida metastática.
Síndrome de imunodeficiência adquirida
Avaliação de
risco cirúrgico
Tratamento Disfunção
neurológica
Disfunção
respiratória
Ictericia (
BT> 2mg/dl
Grau III
Favorable organ system failure (FOSF)
Avaliação de
risco cirúrgico
Tratamento
 Nas 1º 72h ( até 1 semana ) vs cirurgia diferida
➢Menor custo
➢Menor tempo de internamento
➢Menor tempo cirúrgico
➢Taxa de mortalidade e complicações semelhante
 Via laparoscópica vs laparotomia
➢Menor dor pos-operatória
➢Menor tempo de internamento
➢Menor tempo de recuperação
➢Menor custo
Cirúrgico
Tratamento
Cirúrgico
CA
I
ASA≥3 e/ou CCI≥6
III
II
AB+ tratamento
de suporte
Observação
ASA≤ 2 e CCI ≤5
Colecistectomia
precoce
ASA≥3 e/ou CCI≥6
ASA≤ 2 e CCI ≤5
AB*+ tratamento
de suporte
*HC antes de iniciar antibioterapia empírica
Colecistectomia
precoce/urgente
Colecistectomia
eletiva /adiada
Falência
Drenagem
urgente/precoce**
AB*+ tratamento
de suporte
Fatores preditivos
negativos
SIM
NÃO
Centro de
referencia e bom
PS
Colecistectomia
precoce
SIM
NÃO
Drenagem
urgente/precoce*
*
Bom
PS
SIM
Colecistectomia
eletiva /adiada
NÃO Observação
** Enviar bílis para cultura microbiológica PS: performance
Cirúrgico
Tratamento
Drenagem biliar
percutânea
transhepática
Técnicas
endoscópicas
Grau I e
II
• CCI≥6
• IMC≤20
Grau III
• Fatores
preditivos
negativos
presentes
Drenagem biliar
Tratamento
• CVL
• Fistulectomia
• Exploração da
VBP
Fístula
colecistoentérica
• SNG
• Antibioterapia
• Laparotomia
urgente
Íleos
• UCI
• Drenagem vs
colecistectomia
• Ecografia
Colecistite
alitiásica
Situações
específicas
Tratamento
Situações
específicas
AB
• Bom estado geral
• Único
• <2 cm
Drenagem
ou
aspiração
• Únicos
• <5 cm
• > 5cm→dreno
• Simples
• Acessíveis
• Falência da 1º drenagem
Cirurgia
• Complexos
• Múltiplos
• Falência do tratamento
Abcesso
hepático
BIBLIOGRAFIA
• AFDHAL, Nezam H. Acalculous cholecystitis:Clinical manifestations, diagnosis, and management.
Uptodate. 2017. Disponível em < https://www.uptodate.com>
• BARSHAK, Miriam B. Antimicrobial approach to intra-abdominal infections in adults. Uptodate.
2018.Disponível em < https://www.uptodate.com>
• BLOM,Alan A. Emphysematous Cholecystitis.Albert Einstein College of Medicine. 2015. Disponível em
<https://emedicine.medscape.com>
• CORVERA, Carlos U. Biliary fistulae. Clinical gate. Charpter42b. 2015. Disponível em
<ttps://clinicalgate.com/biliary-fistulae/#bib165>
• Kiriyama S, Kozaka K,TakadaT, Strasberg SM, Pitt HA, GabataT, et al. Tokyo Guidelines 2018:
diagnostic criteria and severity grading of acute cholangitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci.
2018;25:17–30.
• KLIEGMAN , Robert M. Liver abscess. Clinical gate.Charpter 351. 2015. Disponível em
<https://clinicalgate.com/liver-abscess>
• Miura F, Okamoto K,TakadaT, Strasberg SM, Asbun HJ, Pitt HA, et al. Tokyo Guidelines 2018: initial
management of acute biliary infection and flowchart for acute cholangitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci.
2018;25:31–40.
BIBLIOGRAFIA
 MoriY, ItoiT, BaronTH,TakadaT, Strasberg SM, Pitt HA, et al.Tokyo Guidelines 2018: management
strategies for gallbladder drainage in patients with acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary
Pancreat Sci. 2018;25:87–95.
 Mukai S, ItoiT, BaronTH,TakadaT, Strasberg SM, Pitt HA, et al. Indications and techniques of biliary
drainage for acute cholangitis in updatedTokyo Guidelines 2018. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2017;24:537–
49.
 Okamoto K, Suzuki K,TakadaT, Strasberg SM, Asbun HJ, Endo I, et al. Tokyo Guidelines 2018: flowchart
for the management of acute cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018;25:55–72.
 TsuyuguchiT,TakadaT, KawaradaY, NimuraY,Wada K,Nagino M, et al. Techniques of biliary drainage for
acute cholecystitis:Tokyo Guidelines. J Hepatobiliary Pancreat Surg. 2007;14:46–51.
 VOLLMER , Charles M., et al.Treatment of acute calculous cholecystitis. Uptodate. 2017. Disponível em <
https://www.uptodate.com>
 ZAKKO, Salam F. et al. Acute cholecystitis: Pathogenesis, clinical features, and diagnosis. Uptodate. 2016.
Disponível em < https://www.uptodate.com>
DÚVIDAS??

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Colecistite aguda: abordagem e tratamento

PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN blogped1
 
Aula pancreatite aguda_final
Aula pancreatite aguda_finalAula pancreatite aguda_final
Aula pancreatite aguda_finalEvandro Heston
 
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaUm caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaBruno Castro
 
Lesões Císticas do Pâncreas (2).pptx
Lesões Císticas do Pâncreas (2).pptxLesões Císticas do Pâncreas (2).pptx
Lesões Císticas do Pâncreas (2).pptxssuser44bcb8
 
SESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptx
SESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptxSESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptx
SESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptxAndrMarinho41
 
Ca colorretal completo
Ca colorretal   completoCa colorretal   completo
Ca colorretal completoPedro Moura
 
Tumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizadoTumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizadokalinine
 
Tumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizadoTumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizadopedroh.braga
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicojaninemagalhaes
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicojaninemagalhaes
 
tcc-e-learn
tcc-e-learntcc-e-learn
tcc-e-learnmaurohs
 
Cirrose Hepática
Cirrose HepáticaCirrose Hepática
Cirrose Hepáticaivanaferraz
 
Cirurgia do câncer pancreático
Cirurgia do câncer pancreáticoCirurgia do câncer pancreático
Cirurgia do câncer pancreáticofedericoestudio
 
Em Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IIEm Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IImarioaugusto
 

Semelhante a Colecistite aguda: abordagem e tratamento (20)

PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
 
Aula pancreatite aguda_final
Aula pancreatite aguda_finalAula pancreatite aguda_final
Aula pancreatite aguda_final
 
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaUm caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
 
MN em Urologia
MN em UrologiaMN em Urologia
MN em Urologia
 
Lesões Císticas do Pâncreas (2).pptx
Lesões Císticas do Pâncreas (2).pptxLesões Císticas do Pâncreas (2).pptx
Lesões Císticas do Pâncreas (2).pptx
 
Neoplasias Periampulares
Neoplasias PeriampularesNeoplasias Periampulares
Neoplasias Periampulares
 
SESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptx
SESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptxSESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptx
SESSÃOCLÍNICAANDRÉ.pptx
 
Apendicite
ApendiciteApendicite
Apendicite
 
Caso clinico
Caso clinicoCaso clinico
Caso clinico
 
Pâncreas inflamatório
Pâncreas inflamatórioPâncreas inflamatório
Pâncreas inflamatório
 
Ca colorretal completo
Ca colorretal   completoCa colorretal   completo
Ca colorretal completo
 
Tumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizadoTumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizado
 
Tumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizadoTumores do pâncreas atualizado
Tumores do pâncreas atualizado
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
tcc-e-learn
tcc-e-learntcc-e-learn
tcc-e-learn
 
Cirrose Hepática
Cirrose HepáticaCirrose Hepática
Cirrose Hepática
 
Cirurgia do câncer pancreático
Cirurgia do câncer pancreáticoCirurgia do câncer pancreático
Cirurgia do câncer pancreático
 
Em Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue IIEm Tempos De Dengue II
Em Tempos De Dengue II
 
Em Tempos De Dengue
Em Tempos De DengueEm Tempos De Dengue
Em Tempos De Dengue
 

Colecistite aguda: abordagem e tratamento

  • 3. DEFINIÇÃO Inflamação aguda da vesicula biliar • Complicação de litíase vesicular ➢ 2-3x mais frequente em mulheres ➢ Risco aumenta com a idade ➢ Mais grave no sexo masculino • Colecistite alitiásica ➢ 5-10% colecistites ➢ > 50% causa idiopática ➢ Doentes graves- Hospitalização /UCI -Trauma severo - Queimaduras extensas - NTP - Parto prolongado - Pos- operatório de cirurgias major.
  • 4. FISIOPATOLOGIA Escherichia coli Klebsiella spp. Streptococcus spp. Clostridium spp. Enterococcus spp Enterobactereaceae spp.
  • 5. DIAGNÓSTICO Apresentação clínica Exame objetivo Exames complementares de diagnóstico Critérios de diagnóstico
  • 7. Diagnóstico  Sinais vitais : Pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura, debito urinário, saturação de oxigénio e nível de consciência  Inspeção : Imóvel na marquesa /icterícia  Avaliação abdominal ➢Abdómem distendido ➢RHA hipoactivos ( íleos ) ➢ Sinal de Murphy → (S 97% E48%) ➢Dor a descompressão ➢Defesa abdominal ➢Massa palpável por vezes crepitante Exame objetivo
  • 8. Diagnóstico Leucocitose com neutrofilía 10000-15000 cel/µl Hemograma Coagulação ( INR,TP, aPTT) ↑ Bilirrubina <5 mg/dl em <50% dos doentes Função hepática ( albumina, FA, GGT,AST/ALT, BT) Função renal ( creatinina, ureia) ↑ AST eALT < 5x valor normal 1/4 dos doentes PCR Eletrólitos GSA ECD-Imagem
  • 9. Diagnóstico Ecografia • Cálculos biliares em 90-95% dos casos • Espessamento da parede ( > 4-5 mm) • Edema perivesicular – sinal de duplo anel • Dilatação do canal cístico • Pneumobilia-Ar intraluminal ( estadio 1), intraparietal ( estadio 2) ou perivesicular ( estadio 3- gangrena perfuração) • Vesicula efervescente • Ring-down effect ou estela de cometa • Lesão hipoecogénica extravesicular S 88% E 80% ECD-Imagem
  • 10. Diagnóstico Tomografia computorizada • Complicações ➢Abcessos >0,5 cm ➢Peritonite • Diagnóstico diferencial • Ecografia inconclusiva • Colecistite enfisematosa → • Colecistite gangrenosa • Fístulas • Íleos biliar→Tríade Rigler ECD-Imagem
  • 11. Diagnóstico Ressonância magnética • Maior rendimento diagnóstico do que a ecografia • Avaliação das vias biliares intra e extra- hepáticas • Achados: ➢Espessamento da parede ➢Dimensões da vesicula ➢Retensão de liquido perivesicular ➢Estruturas membranosas no lúmen ➢Captação de contraste na fase inicial da RM ➢Menos útil se pequenas quantidade de ar ➢Pequenos trajetos fistulosos S 85% E 81% ECD-Imagem
  • 12. Diagnóstico Radiografia do tórax • Pneumobilia ( 30-50% dos exames ) • Cálculos calcificados ectópicos( só 30% dos cálculos são radiopacos) • Tumbling obstruction • Triade de Rigler ➢Patonogmonica de lieos biliar ➢30-35% dos casos. ECD-Imagem
  • 14. Diagnóstico Critérios de diagnóstico Critérios diagnósticos de colecistite aguda ( TG18) A. Sinais locais de inflamação , etc. 1. Sinal de Murphy positivo 2. Massa ou dor no QSD B. Sinais sistémicos de inflamação, etc. 1. Febre 2. ↑ PCR 3. Leucocitose C. Achados imagiológicos sugestivos de colecistite aguda 1. Espessamento da parede ( ≥ 4 mm ) 2. ↑ da vesicula ( ≥8 cm de maior eixo e ≥ 4 cm de menor eixo) 3. Cálculos ou detritos retidos 4. Líquido perivesicular 5. Sombras lineares no tecido adiposo perivesicular 6. Abcesso perivesicular 1(A) 1(B) 1(A) 1(B+C) nóstico Suspeita Diagnóstico
  • 15. COMPLICAÇÕES AGUDAS Empiema Colecistite enfisematosa Colecistite gangrenosa e perfuração Formação de fístula Abcessos Íleos biliar
  • 16. Complicações agudas • Infeção supurativa da bile Definição • 5-15% das CA litiásicas • Idosos, diabéticos, inmunosupressão, obesidade e hemoglobinopatias Epidemiologia • Febre elevada , dor severa no QSD, leucocitose marcada, prostração, hipotensão, taquicardia severa, reação peritoneal e vesicula palpável Apresentação Empiema da vesícula E. coli K. pneumoniae S. faecalis Anaerobios: Bacteroides e Clostridia spp.
  • 17. Complicações agudas Colecistite enfisematosa • Sobreinfeção de necrose da vesicula Definição • 1% das colecistite aguda • 5ta a 6ta década de vida, diabéticos (38-55%) , sexo masculino. • Mortalidade 15-25% Epidemiologia • Aterosclerose, embolia da artéria hepática, torção da vesicula, sunitinib, sedimentação séptica Fisiopatologia • Febre, dor no QSD que irradia para as costas e não se relaciona com a posição ou atividade física • Crepitações • Náuseas e vómitos são menos frequentes Apresentação C. welchii C. perfringens E. coli (15%) Enterococcus spp. Streptococcus spp P. aureoginosa Klebsiella spp.
  • 18. Complicações agudas Colecistite gangrenosa • Isquemia e necrose da vesícula Definição • 20% das colecistite aguda • Idosos Epidemiologia • Vasculites, diabetes, distensão marcada da vesicula, empiema, torção da vesícula. Fisiopatologia • Febre, dor no QSD que irradia para as costas e não se relaciona com a posição ou atividade física • Sintomas sepsis-like Apresentação
  • 19. Complicações agudas Perfuração • 2% das colecistites agudas • Frequência na colecistite alitiásica, gangrenosa ou crónica • Alivio súbitos da dor com subsequente reação peritoneal • Localizadas ➢ Abcesso pericolecístico • Generalizadas ➢ Pneumoperitoneu e peritonite
  • 20. Complicações agudas Fístula • Comunicação anormal entre a vesícula e a vias biliares ou órgãos adjacentes Definição • Fistulas bilioentéricas→ 70-85% ➢Colecistoduodenais 55-75% ➢15-30% colecistocolica ➢2-5% gástricas ➢ jenjunais, paraede abdominal e pelve renal Epidemiologia • Inflamação, adesão , necrose e erosão da parede da vesicula por episódios inflamatórios recorrentes Fisiopatologia • Maioria são assintomáticas • Queixas digestivas sugestivas de patologia gástrica ou biliar Apresentação
  • 21. Complicações agudas Abcesso hepático • Coleção de pus Definição • Patologia biliar →40% ➢Obstruções das vias biliares ➢Contaminação da bile e colangite subsequente ➢Múltiplos abcessos no fígado Epidemiologia • Febre alta , calafrios e dor no QSD • Icterícia, hepatomegalia, anorexia, perda de peso, náuseas, vómitos. • Leucocitose, anemia NN, hiperbilirrubinemia, ↑AST/ALT, hipoalbuminemia e ↑FA Apresentação Escherichia coli Klebsiella pneumoniae Proteus Staphylococcus Streptococcus
  • 22. Complicações agudas  Obstrução intestinal mecânica parcial ou total  Cálculos biliares > 2,5 cm  8-20% das fistulas bilioentéricas  1-4% das causas de obstrução intestinal ( 25% em >65 anos)  Mais frequente na válvula ileocecal.  ½ história de patologia biliar litiásica Íleos biliar
  • 23. Score de gravidade *Cirurgia laparoscópica deverá ser feito dentro de 96h após o inicio das queixas Grau Descrição I Colecistite aguda em doentes saudáveis sem disfunção de órgão e alterações inflamatórias leves fazendo da colecistectomia laparoscópica um procedimento de baixo risco e seguro. II Colecistite aguda associada a uma das seguintes situações: • Leucocitose ( >18000 cel/µl) • Massa dolorosa palpável no QDS • Queixas com >72 h de evolução * • Inflamação local marcada ( colecistite gangrenosa , abcesso pericolecistico, abcesso hepático, peritonite biliar , colecistite enfisematosa) III Colecistite aguda associada a disfunção de 1ou mais órgãos ou sistemas : • Disfunção cardiovascular : hipotensão com necessidade de suporte dopaminérgico( ≥ 5 µg/kg/min ou qualquer dose de dopamina ) • Disfunção neurológica: diminuição do nível de consciência. • Disfunção respiratória: PaO2/FiO2< 300 • Disfunção renal: oligúria , creatinina >2 mg/dl • Disfunção hepática : PT-INR >1,5 • Disfunção hematológica : contagem plaquetária <100000/mm3
  • 24. TRATAMENTO Tratamento médico Avaliação do risco cirúrgico Tratamento cirúrgico Outras modalidades de tratamento
  • 25. Tratamento Monitorização Respiratória e hemodinâmica Fluidoterapia Correção de desequilíbrios hidroelectrolíticos Analgesia AINES( cetorolac ) Meperidina Opioides ( morfina, meperidina ) Antibioterapia limitar inflamação sistemica e local Outros SNG Suporte ventilatório Suporte vasomotor Médico
  • 26. Tratamento Grau II-III→ 1h Grau I → 6h Antes de procedimentos Grau II-III→ HC e cultura da bílis Perfuração, C. enfisematosa ou gangrena→ cultura da bílis e tecidual Grau I→ até a cirurgia Grau II e III→ 4. 7 dias até 2 semanas Perfuração ou abcesso → resolução da sintomatologia Antibioterapia
  • 27. Tratamento  Colecistite aguda adquirida na comunidade Grau I e II ➢Ampicilina /sulbactam ➢ Cefalosporinas ➢Carbapenem ➢Piperacilina /tazobactam ➢Tigeciclina ➢Amicacina ➢Ceftazidima /avibactum ➢Ceftolazona/tazobactam ➢Fluroquinolonas Suscetibilidade local > 80% Microorganismos ESBL > 20% AB nos últimos 6 meses Se alergia a penicilina e se suscetibilidade presente Antibioterapia
  • 28. Tratamento  Colecistite aguda adquirida na comunidade Grau III ➢Carbapenem ➢Piperacilina/tazobactam ➢Aminoglicosideo ➢Ceftazidima + metronidazol ➢Cefepima + metronidazol ➢Vancomicina – E. Faecium ➢Ampicilina – E. Faecalis ➢Linezolida e daptomicina P. Aeruginosa Enterococcus spp. VRE Antibioterapia
  • 29. Tratamento ➢Carbapenem ➢Piperacilina/tazobactam ➢Aminoglicosideo ➢Ceftazidima + metronidazol ➢Cefepima + metronidazol ➢Vancomicina ➢Linezolida ➢Daptomicina P. Aeruginosa Enterobactereaceae spp. ESLB Acinetobacter Gram - MR MRSA Enterococcus spp. Gram + MR Enterococcus spp. RV ( colonização ou prevalência) Tratamento recente com Vancomicina Antibioterapia
  • 30. Tratamento Fístulas • Metronidazol • Timidazol • Carbapenems • Piperacilina/tazobactam • Cefoxitina • Cefmetazole • Flomoxef • Cefoperazona/sulbactam Abcesso • Cefalosporina 3º geração (ceftriaxona)+ metronidazol • Piperacilins/tazobactam +metronidazol • Ampicilina+ genta+ metronidazol • Ampicilina+gentamicina+metronidazol • Vancomicina (S. Aureus ) • Ceftarolina + metronidazol( S. aureus) Antibioterapia
  • 31. Tratamento Medicação oral •Amoxciilina/ácido clavulánico •Cefalexina +/- metronidazol •Ciprofloxacina ou levofloxacina +/- metronidazol Antibioterapia
  • 32. Tratamento Pontuação Comorbilidade 1 Enfarte agudo do miocárdio Insuficiência cardíaca congestiva Doença vascular periférica Doença cerebrovascular Demência Doença pulmonar crónica Doença do tecido conectivo Doença ulcerosa péptica Doença hepática leve 2 Hemiplegia Doença renal crónica grave ou moderada Diabetes mellitus com LOA Tumor sólido Leucemia / linfoma 3 Insuficiência hepática moderada ou grave 6 Neoplasia maligna sólida metastática. Síndrome de imunodeficiência adquirida Avaliação de risco cirúrgico
  • 33. Tratamento Disfunção neurológica Disfunção respiratória Ictericia ( BT> 2mg/dl Grau III Favorable organ system failure (FOSF) Avaliação de risco cirúrgico
  • 34. Tratamento  Nas 1º 72h ( até 1 semana ) vs cirurgia diferida ➢Menor custo ➢Menor tempo de internamento ➢Menor tempo cirúrgico ➢Taxa de mortalidade e complicações semelhante  Via laparoscópica vs laparotomia ➢Menor dor pos-operatória ➢Menor tempo de internamento ➢Menor tempo de recuperação ➢Menor custo Cirúrgico
  • 35. Tratamento Cirúrgico CA I ASA≥3 e/ou CCI≥6 III II AB+ tratamento de suporte Observação ASA≤ 2 e CCI ≤5 Colecistectomia precoce ASA≥3 e/ou CCI≥6 ASA≤ 2 e CCI ≤5 AB*+ tratamento de suporte *HC antes de iniciar antibioterapia empírica Colecistectomia precoce/urgente Colecistectomia eletiva /adiada Falência Drenagem urgente/precoce** AB*+ tratamento de suporte Fatores preditivos negativos SIM NÃO Centro de referencia e bom PS Colecistectomia precoce SIM NÃO Drenagem urgente/precoce* * Bom PS SIM Colecistectomia eletiva /adiada NÃO Observação ** Enviar bílis para cultura microbiológica PS: performance Cirúrgico
  • 36. Tratamento Drenagem biliar percutânea transhepática Técnicas endoscópicas Grau I e II • CCI≥6 • IMC≤20 Grau III • Fatores preditivos negativos presentes Drenagem biliar
  • 37. Tratamento • CVL • Fistulectomia • Exploração da VBP Fístula colecistoentérica • SNG • Antibioterapia • Laparotomia urgente Íleos • UCI • Drenagem vs colecistectomia • Ecografia Colecistite alitiásica Situações específicas
  • 38. Tratamento Situações específicas AB • Bom estado geral • Único • <2 cm Drenagem ou aspiração • Únicos • <5 cm • > 5cm→dreno • Simples • Acessíveis • Falência da 1º drenagem Cirurgia • Complexos • Múltiplos • Falência do tratamento Abcesso hepático
  • 39. BIBLIOGRAFIA • AFDHAL, Nezam H. Acalculous cholecystitis:Clinical manifestations, diagnosis, and management. Uptodate. 2017. Disponível em < https://www.uptodate.com> • BARSHAK, Miriam B. Antimicrobial approach to intra-abdominal infections in adults. Uptodate. 2018.Disponível em < https://www.uptodate.com> • BLOM,Alan A. Emphysematous Cholecystitis.Albert Einstein College of Medicine. 2015. Disponível em <https://emedicine.medscape.com> • CORVERA, Carlos U. Biliary fistulae. Clinical gate. Charpter42b. 2015. Disponível em <ttps://clinicalgate.com/biliary-fistulae/#bib165> • Kiriyama S, Kozaka K,TakadaT, Strasberg SM, Pitt HA, GabataT, et al. Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of acute cholangitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018;25:17–30. • KLIEGMAN , Robert M. Liver abscess. Clinical gate.Charpter 351. 2015. Disponível em <https://clinicalgate.com/liver-abscess> • Miura F, Okamoto K,TakadaT, Strasberg SM, Asbun HJ, Pitt HA, et al. Tokyo Guidelines 2018: initial management of acute biliary infection and flowchart for acute cholangitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018;25:31–40.
  • 40. BIBLIOGRAFIA  MoriY, ItoiT, BaronTH,TakadaT, Strasberg SM, Pitt HA, et al.Tokyo Guidelines 2018: management strategies for gallbladder drainage in patients with acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018;25:87–95.  Mukai S, ItoiT, BaronTH,TakadaT, Strasberg SM, Pitt HA, et al. Indications and techniques of biliary drainage for acute cholangitis in updatedTokyo Guidelines 2018. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2017;24:537– 49.  Okamoto K, Suzuki K,TakadaT, Strasberg SM, Asbun HJ, Endo I, et al. Tokyo Guidelines 2018: flowchart for the management of acute cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018;25:55–72.  TsuyuguchiT,TakadaT, KawaradaY, NimuraY,Wada K,Nagino M, et al. Techniques of biliary drainage for acute cholecystitis:Tokyo Guidelines. J Hepatobiliary Pancreat Surg. 2007;14:46–51.  VOLLMER , Charles M., et al.Treatment of acute calculous cholecystitis. Uptodate. 2017. Disponível em < https://www.uptodate.com>  ZAKKO, Salam F. et al. Acute cholecystitis: Pathogenesis, clinical features, and diagnosis. Uptodate. 2016. Disponível em < https://www.uptodate.com>