O documento descreve a importância histórica da produção de açúcar no Brasil colonial, que impulsionou a ocupação e colonização do território pelos portugueses. A cana-de-açúcar foi o principal produto da economia colonial nos séculos XVI e XVII, gerando grandes lucros para a Coroa Portuguesa e estimulando o desenvolvimento de vilas e cidades no Nordeste. Os engenhos de açúcar marcaram profundamente a arquitetura, economia e sociedade brasileiras nesse período.
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“Inicialmente, ocupava apenas
uma clareira na floresta: a
paisagem primitiva da zona
açucareira constituía‐se de áreas
extensas cobertas de vegetação
espessa, que separavam
pequenos espaços onde se
agrupavam as construções de
tijolo ou adobe e cal, circundada
pelos campos cultivados.”
HOLLANDA, Sergio
Buarque de. História Geral da Civilização
Brasileira. Tomo I ‐ A Época Colonial, 1993.
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A Coroa Portuguesa só assumiu sériamente a
necessidade de ocupar as novas terras a partir da
terceira década de XVI, pressionada pelo agressivo
assédio dos franceses, freqüentadores assíduos do
nosso litoral, (…)
Surgiu então a política das Capitanias Hereditárias,
porém, a ocupação do território, tanto no litoral
quanto a penetração para o interior, só se viria
a efetivar com a produção e exportação do
açúcar.
IPHAN, 2006
4. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
binômio
Capitanias
Hereditárias
Manufatura da
cana-de-açúcar
→ permitiu a integração de novas terras à
metrópole portuguesa
→ duas vantagens:
• atendia às necessidades da colonização
• possibilitava grandes lucros à Coroa
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O surgimento de vilas e cidades por toda a extensão da
costa brasileira foi acelerado a partir da instalação do
Governo Geral em Salvador, em 1549.
Este crescimento foi todo financiado com os lucros que a
exportação do açúcar, desde cedo proporcionava, não
apenas à Coroa, mas a todos os que estavam envolvidos na
sua produção.
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6. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
Logo, o ciclo do açúcar esteve inteiramente
identificado e confundido com o processo de
colonização no Brasil.
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7. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
A produção do açúcar de cana foi a mais forte razão
para a ocupação do Brasil.
Frustrados por não terem encontrado metais preciosos, a
exemplo daqueles descobertos em terras incas, maias e
astecas, os portugueses decidiram produzir em terras
brasileiras o açúcar, que era um produto que alcanca̧va
altos preco̧s no mercado europeu.
A região nordestina foi a que se revelou mais propícia para
a cultura da cana de açúcar, principalmente devido ao solo
e à facilidade de escoamento para a Europa.
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8. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
® a produção do açúcar foi o setor mais importante da
economia colonial durante os séculos XVI e XVII.
® essa época ficou conhecida como “Ciclo do Açúcar”
® os principais pólos produtivos foram:
primeiro…
• Zona da Mata Nordestina
• Recôncavo Bahiano
depois…
• Maranhão
• Rio de Janeiro
• São Paulo
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Engenho de cana‐de‐açúcar típico
do Brasil colonial (séculos XVI a
XIX).
Fonte: Atlas Histórico Escolar ‐ Ministério
da Educação e Cultura, Fundação
Nacional de Material Escolar. Rio de
Janeiro, 1980 (domínio público)
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A cana de açúcar marcou os três primeiros séculos
da história do Brasil, afetando a economia, a
sociedade e a cultura.
Uma verdadeira “cultura do açúcar” se
estabeleceu. O açúcar brasileiro alterou a dieta
alimentar do mundo europeu, substituíndo o mel, e
impulsionou a produção de doces – indústria de
confeiteiros.
No Brasil, portugueses, indígenas e africanos
participam todos desta cultura, quer no setor
produtivo, quer no consumo.
IPHAN, 2006.
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A cana foi cultivada ao longo de séculos por
diferentes povos asiáticos, contudo não se tem
uma certeza de quando ela migrou para o oeste
asiático.
Amaral [1958] sugeriu que a cana teria sido levada
para a Pérsia ainda no tempo de Alexandre, o
Grande no século IV a.C, pois sabe‐se que
Alexandre realizou incursões até a Índia. E da
Pérsia a planta teria chegado à Síria.
Contudo, sua distribuição pelo Oriente Médio se
deu com os árabes, séculos depois, já na Idade
Média.
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Em destaque a ilha de São Domingos antiga Hispaniola. A ilha é
dividida pelos territórios do Haiti e da República Dominicana. Foi aqui
em 1493 que se plantou o primeiro canavial das Américas.
12. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
• implantação
• liberdade e incentivo de produção
• sociedade com os holandezes ‐ transporte
séc. XVI
• depressão até 1670
• rompimento da sociedade Portugal x Holanda
• ainda é a principal economia
séc. XVII
• primeiras décadas – alta dos preços – estímulo
• nova depressão até 1770 ( + ciclo do ouro)
• nova recuperação até à 1ª década do séc. XIX
séc. XVIII
• abertura dos portos
• abolição da escravatura (1888)
• industrialização – as usinas e as linhas férreas
séc. XIX
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ppaannoorraammaa……
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século XVI: relações comerciais entre Portugal e
Holanda
Holandeses financiavam a produção açucareira no
Brasil e a controlavam toda a sua
comercialização no mercado europeu
século XVI: Holanda unificada ‐ Casa de
Habsburgo
revolta contra Filipe II de Espanha – conflitos de
ordem religiosa (contra‐reforma)
26 de julho de 1581 – declarada independência da
Holanda em relação à Espanha
independência só é reconhecida depois da Guerra
dos Oitenta Anos (1568‐1648)
14. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
Durante a guerra – início do Século de Ouro dos
Países Baixos → período de grande prosperidade
comercial e cultural (todo o século XVII)
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Espanha pretendia dominar todo o território
dos Países Baixos, na qual a Holanda estava
situada, pois a circulação de mercadorias
naquela região contribuía significativamente
para abastecer os cofres do tesouro espanhol.
Ao incorporar Portugal, aproveitando‐se do seu
controle sobre o Brasil, a Espanha planejou
impedir que os holandeses continuassem a
comercializar o açúcar brasileiro. Era uma
tentativa de sufocar economicamente a
Holanda e impedir sua independência.
15. AAuullaa 0066 11.. OO AAÇÇÚÚCCAARR EE AA CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO::
O açúcar se tornara um bem tão valioso que isso
levou os holandeses a criarem a Companhia
das Índias Ocidentais (1621) para tratar de
negócios nas Américas
1624 – os Holandeses atacaram a cidade de
Salvador, capital do Brasil a fim de tomá‐la
‐ ocupação holandesa por um ano
‐ reconquista portuguesa
Novo ataque cinco anos depois
1630 a 1654 – ocupação holandesa em parte
do nordeste Brasileiro
‐ controle da produção açucareira de Pernambuco,
Paraíba, Itamaracá e Rio Grande
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Acerca da Casa da Índia, uma companhia
mercantil portuguesa que cuidava de negócios nas
Índias, Varnhagen escreveu:
“Sabemos, que em 1516 ordenou, por um alvará, ao
feitor e officiaes da Casa da Índia que ‘dessem
machados e enchadas e toda a mais ferramenta ás
pessoas que fossem a povoar o Brazil’; e que, por
outro alvará, ordenou ao mesmo feitor e officiaes que
‘procurassem e elegessem um homem prático e
capaz de ir ao Brazil dar principio a um engenho de
assucar’; e que se lhe desse sua ‘ajuda de custo, e
também todo o cobre e ferro e mais cousas
necessárias’ para a fabrico do dito engenho.”
VARNHAGEN, 1858
17. Roxo: domínio
holandês – Nova
Holanda
Durante 24 anos os
holandeses
controlaram a
produção açucareira
de Pernambuco,
Paraíba, Itamaracá e
Rio Grande, os
principais produtores
desse tão cobiçado
"ouro branco".
Pernambuco era o
maior produtor da
colônia.
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ENGENHOS
até ao séc. XIX
USINAS
a partir de finais do
séc. XIX
A arquitetura do açúcar é também a arquitetura das
cidades que se fundaram no Nordeste e dos edifícios
alí construídos com os lucros de produção do açúcar.
igrejas
conventos
residências
urbanas
complexo do
engenho
20. AAuullaa 0066 22.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVII......
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Os engenhos desse período tinham porte médio (produção
entre 3 e 10 mil arrobas), já que só essa escala justificava o
tamanho do investimento. Os capitais eram, em geral,
privados, em grande maioria de origem portuguesa, e
algumas vezes de flamencos que se associavam aos
donatários das capitanias.
23. AAuullaa 0066
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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22.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVII......
Predominam os engenhos do tipo “rasteiro”, localizados
junto aos rios navegáveis ou à beira‐mar. Destes, restam
poucos vestígios, a não ser as capelas…
24. AAuullaa 0066 22.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVII......
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Havia também os engenhos "trapiches”, movidos por
tração animal (bois ou cavalos)...
Outros, denominados “engenhos reais", eram
movimentados por força hidráulica: dividiam‐se em
"copeiros", "meio‐copeiros" e "rasteiros", conforme a altura
da queda d’água.
Ruínas do Engenho dos Erasmos, 1533.
25. AAuullaa 0066 22.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVII......
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Em meados do século XVI existiam no Brasil:
ltamaracá ‐ um engenho e dois em construção
Pernambuco ‐ vinte e três engenhos, dos quais três ou
quatro em construção
Bahia de Todos os Santos ‐ dezoito engenhos
Ilhéus ‐ oito engenhos
Porto Seguro ‐ cinco engenhos
Espírito Santo ‐ um engenho
São Vicente ‐ quatro engenhos
http://www.sokarinhos.com.br/HISTORIA/histbr_13.htm
26. Estrutura da técnica em pau‐a‐pique.
AAuullaa 0066 22.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVII......
® sistema construtivo:
principalmente o pau-a-pique;
® também denominado:
taipa de sebe, taipa de mão,
barro armado ou taipa de
sopapo
® utilizado nos edifícios da
casa‐grande, capela, fábrica,
casas de moradores e demais
oficinas
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28. AAuullaa 0066 22.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVII......
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Em alguns casos, a fábrica estava dividida em dois
prédios – casa de moenda e caldeiras e casa de
purgar.
A moenda. PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
29. AAuullaa 0066 33.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIII......
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Rompeu‐se a associação Portugal x Holanda. Portugal
se enfraqueceu e perdeu o monopólio dos
produtos coloniais. E, quando os holandeses foram
expulsos do Brasil em 1654, após a ocupação das
capitanias de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e
R.G. do Norte por 30 anos, a situação piorou, já
que eles usaram da experiência adquirida e
dos métodos aprendidos no Brasil, para
desenvolver os engenhos nas suas colônias,
conseguindo um preço final muito barato e difícil de
competir.
AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Arquitetura do
Açúcar ‐ Editora Nobel, SP, 1990.
30. AAuullaa 0066 33.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIII......
Os engenhos deste período
eram, na maioria, “copeiros”.
Casagrande e capela
situavam‐se geralmente no
ponto mais alto da topografia,
ou à meia encosta.
A fábrica e casa de purgar
num nível mais baixo, em área
plana, próximas a um rio ou
braço de mar.
Moradas dos trabalhadores,
também ficavam na parte
mais baixa do terreno.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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31. AAuullaa 0066 33.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIII......
® sistema construtivo: ainda o
pau-a-pique;
® capelas: tratamento mais
apurado que as casas-grandes,
mantendo a simplicidade
® fábricas: requinte
construtivo, muitas edificadas
em arcaria de pedra ou tijolo
• revelando a prática e o
interesse de reinvestir o
lucro na produção, já que
a economia possibilitava o
retorno
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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35. AAuullaa 0066 33.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIII......
A recuperação que se seguiu se deve à maior facilidade de
transporte do produto para Portugal e um melhor
controle de qualidade do açúcar exportado.
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A senzala entre o Palácio e a casa de Maurício de Nassau, conforme desenho
de Zacharias Wagener.
36. Carregadores de caixas de açúcar.
Debret, Voyage Pittoresque et Historique
au Bresil (Paris, 1834-39)
O açúcar era, desde o século XVI,
embalado em caixas de madeira, que
eram marcadas com ferros quentes. As
marcas, elaboradas por artesões
especialistas nesta atividade, eram típicas
de cada engenho.
AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
O pacto colonial,
inaugurado no século XVII
pelas grandes potências
com destaque para a
França e Inglaterra, já
havia deslocado Portugal
de seu papel monopolista
na economia da época.
AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de.
Arquitetura do Açúcar ‐ Editora Nobel,
SP, 1990.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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37. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
A descoberta e início da exploração
das minas no Brasil minimizaria a
crise portuguesa, mas agravaria
ainda mais a crise açucareira, na
região principal de sua produção,
o nordeste.
Surgiram áreas de agricultura e
pecuária ao longo dos caminhos
utilizados pelo ciclo do ouro, para
atender ao mercado interno
emergente.
A mudança da capital para o Rio
de Janeiro, em 1763, ampliaria essa
demanda interna que, somada às
necessidades crescentes do mercado
europeu, iria redinamizar o setor
açucareiro. PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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38. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
A associação de senhores de engenho com
comerciantes, inclusive através de casamentos entre as
famílias, veio realizar, nas épocas de recesso do açúcar, um
conveniente intercâmbio de capital e prestígio.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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39. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
Uns tinham o dinheiro, outros o título.
FARIA, Sheila de Castro. Terra e Trabalho em Campos dos Goitacazes.
Niterói,UFF/Dissertação de Mestrado, 1986
O mercado da mão‐de obra se desorganizou,
com a entrada de trabalhadores livres e
escravos para as minas.
PAES, Sylvia Márcia. A empresa açucareira no período colonial. Pesquisadora da
Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Museu de Campos dos Goytacazes.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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40. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
A implantação com respeito à geografia e à topografia
seguiu a mesma lógica do século anterior – a contigüidade
com relação aos recursos hídricos e a hierarquia vertical dos
prédios do engenho.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
OOSS EENNGGEENNHHOOSS DDEE AAÇÇÚÚCCAARR
O programa
arquitetônico
ficou mais
complexo. O uso
da pedra e da cal,
e novas técnicas
construtivas mais
eficazes
contribuíram
para a
sobrevivência de
diversos desses
edifícios até os
dias de hoje.
41. AAuullaa 0066
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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f a u n b
Louis Léger Vauthier (1815-1901)
Engenho em Pernambuco
a. Capela
b. Casa-grande
c. Quarto para hós edes
d. Senzalas
e. Sobradinho, casa do administrador
f. Alpendre para os cavalos da moenda
g. Casa da moenda
h. Telheiro acima da fornalha
i. Casa do bagaço
j. Estrebaria
k. Casa de purgar, destilaria, armazém de
açúcar, of cinas do carpinteiro, do
serralheiro, etc., pavilhão para o fabrico da
farinha de mandioca.
l. Alpendre servindo para olaria
m. Portões de entrada e saída do engenho
n. Portões de entrada e saída do engenho
o. Horta
p. Terreno plantado de mandioca
q. Pasto
r. Campos de cana de açúcar
44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
42. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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Ilustração do processo de fabricação de açúcar por um engenho de grande porte,
onde vemos em primeiro plano a alimentação das fornalhas em equipamento
similar ao encontrado no Sítio São Francisco. Reprodução da obra de Ruy Gama.
43. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
OOSS EENNGGEENNHHOOSS DDEE AAÇÇÚÚCCAARR
Sitio de um engenho de
açúcar, em Campos, RJ.
Séc. XVIII
Segundo Sheila C. Faria.
45. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
Outros elementos passaram a se incorporar à paisagem do
engenho:
• aquedutos (em arcos de pedra)
• viveiros de peixes
(tanques largos, cavados na terra junto ao mar, com
canal de comunicação e uma ou duas comportas,
além de ralos)
• alguns engenhos possuíam cais ou ponte de
atracação
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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Aqueduto do Carioca – detalhe. Pintura de Landro Joaquim, 1790.
46. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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Aqueduto do Engenho Novo ( Atual Colônia
Juliano Moreira), 1750
Cais do Varadouro em Olinda, 1690.
47. Tesoura de linha suspensa
Tesoura francesa
Tesoura clássica ou paladiana
Tesoura de Santo André
Tesoura romana
AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
A construção da fábrica em um
único pavilhão foi possibilitada
graças ao domínio da técnica
construtiva das tesouras de
madeira ligadas por terças.
As diferentes etapas da manufatura
eram separadas por meias
paredes.
O sistema construtivo empregado
nos engenhos, junto aos corpos
d’água, em áreas já consolidadas
pelo cultivo da cana, no caso das
fábricas, era a alvenaria mista –
pedra e tijolo.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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48. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
Nas zonas mais afastadas do litoral, tanto as fábricas quanto
as casas-grandes possuíam estrutura independente,
constituída por esteios de madeira e paredes de vedação
em adobe ou pau-a-pique.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
OOSS EENNGGEENNHHOOSS DDEE AAÇÇÚÚCCAARR
49. AAuullaa 0066 44.. OO SSÉÉCCUULLOO XXVVIIIIII......
Nos anos comprometidos com a crise da economia
açucareira, a tendência foi de maior investimento nas
casas-grandes do que nos edifícios fabris. Mesmo raciocínio
explica, na mesma época, a construção de inúmeros solares
urbanos por senhores de engenho, nas cidades onde eles
passavam longos períodos com sua família.
Quando, no final do século, a economia reagiu, as moradias
dos novos senhores de engenho passaram a ter um aspecto
mais simples: casas térreas avarandadas, sem capelas
isoladas ou edifícios monumentais.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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51. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
Quando a supressão do braço escravo e as condições
desfavoráveis do mercado internacional, no final do século
XIX, provocaram o declínio da economia açucareira, foi o
financiamento do Estado que viabilizou a nova modalidade
de empresa que surgia, o Engenho Central.
® O primeiro foi instalado em Quissamã, no atual
Estado do Rio de Janeiro.
A instalação da empresa açucareira no Brasil colonial exigia
a aplicação de imenso capital:
• para a compra de escravos;
• para o plantio da cana, e,
• para a instalação do engenho.
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52. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
O engenho central de Quissamã.
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53. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
Os protagonistas dos engenhos centrais pretendiam “a
centralização manufatureira do açúcar, com os grandes
aparelhos aperfeiçoados e o aparelhamento moderado das
terras de lavoura”.
A nova organização da produção, protagonizada pelos
Engenhos Centrais e depois pelas Usinas se baseava no
trabalho rural em pequena escala, diretamente praticado
pelo proprietário, ou por terceiros, mediante parcerias ou
arrendamento de áreas agriculturáveis.
Para se ter uma idéia das dificuldades da produção
açúcareira, é curioso saber que se levava 50 dias para
fabricar o que hoje se fabrica em duas horas.
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54. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
USINA...
“Inicialmente, ocupava apenas uma clareira na floresta: a
paisagem primitiva da zona açucareira constituía-se de
áreas extensas cobertas de vegetação espessa, que
separavam pequenos espaços onde se agrupavam as
construções de tijolo ou adobe e cal, circundada pelos
campos cultivados”.
HOLLANDA, Sergio Buarque de. História Geral da
Civilização Brasileira. Tomo I ‐ A Época Colonial, 1993.
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
OOSS EENNGGEENNHHOOSS DDEE AAÇÇÚÚCCAARR
55. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
Com o tempo, o engenho se transformou em um sistema
fechado e complexo, quase auto-suficiente.
No momento de maior dinamismo da atividade açucareira,
reunia:
• casa-grande;
• capela;
• senzala;
• fábrica;
• casa de caldeira;
• casas de moenda;
• casa de purgar;
• armazéns;
• galpões, e,
• cais para atracação dos
navios (quando próximos de
mar ou rio).
O engenho, quase um país, era simultaneamente, lugar da
produção, da moradia, da religião, da vida social.
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56. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
Em 1850, a lei de Terras regularizou as sesmarias, cujas
condições de doação não haviam sido implementadas e,
também, as simples posses.
Neste período de transição, nas usinas, a mão-de-obra
ainda se manteve, na maioria dos casos, junto à
máquina produtiva, em habitações do tipo vilas operárias,
edição mais moderna das antigas senzalas.
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Vilas da Cascata, 1912, em
Jabotão Centro.
Composto pela "Cascata de
Cima" é formado por casas
enfileiradas em apenas um
lado da rua. São edificações de
um pavimento, em alvenaria
de tijolo e argamassa,
conjugadas, fachada com porta
e janela. A “Cascata de Cima” é
igual à “de Baixo”, com
edificações dos dois lados da
rua. Na parte mais alta,
existem casas conjugadas com
terraço para os funcionários
graduados.
57. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
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Vila da Pedra.
58. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
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“Na Vila da Pedra,
além da fábrica
estava localizada a
vila operária, havia
cassino, capela,
quartel, fábrica de
gelo, lavanderias,
grandes armazéns
e 258 casas.”
Vila da Pedra.
59. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
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Rua XV de Novembro.
Rua Rui Barbosa.
Rua XV de Novembro.
Rua 13 de Maio.
60. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
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Rua XV de Novembro. Rua XV de Novembro.
Confluências das ruas Rui Barbosa e XV de Novembro.
61. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX...... Vila operária da Fábrica de Confiança, Aldeia
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Campista, RJ.
Vila Operária, Votorantim, SP. (1943)
63. AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
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Vila operária do Carmo, Usina de
Quissamã.
Vila operária. Vila operária da Rua Barão de
Jaguara, SP.
64. PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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Desenho de uma usina açucareira.
AAuullaa 0066 55.. OO SSÉÉCCUULLOO XXIIXX......
70. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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OO lluuggaarr ddaa pprroodduuççããoo......
® manufatura do
açúcar
® criação de gado
® agricultura de
subsistência
® produção do fumo
® plantio de algodão
® serraria/marcenaria
71. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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OO lluuggaarr ddaa pprroodduuççããoo......
Segundo Vauthier, a usina de engenho consistia de uma
vasta cobertura sustentada por pilastras de tijolos, fechada
apenas até a altura de um homem.
As canas verdes ficavam empilhadas em uma das
extremidades; as parelhas giravam sem cessar.
1. Almanjarra e moenda
2. Reservatório de madeira
para o caldo de cana
3. Bateria para evaporação
e cozimento
4. Chaminé
5. Depósito de cana
72. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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OO lluuggaarr ddaa mmoorraaddiiaa......
A escolha do local para a implantação das construções e de
diferentes materiais nos edifícios componentes dos
engenhos de açúcar, revelavam a hierarquia social e o
sistema de valores dessa sociedade em formação,
fundada sobre a família patriarcal.
Enquanto a casa grande era construída com material
nobre – pedra e cal – e situada na parte mais alta do
terreno, as senzalas, construídas com materiais precários –
terra, madeira, cipó – ocupavam a parte mais baixa dos
terrenos. Por esta razão, poucas dessas habitações
chegaram até nossos dias.
73. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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OO lluuggaarr ddaa mmoorraaddiiaa......
A casa grande era a sede das fazendas, que abrigava o
senhor de engenho, sua família seus agregados e hóspedes.
Logo, era o centro de irradiação de toda a vida econômica
e social da propriedade.
Diferente dos outros tipos construtivos, as casas grandes
podiam variar muito quanto à forma. Elas podiam ser
ricos palacetes, mas nem sempre eram suntuosas, dada a
grande diversidade do status financeiro dos donos de
engenho.
74. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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OO lluuggaarr ddaa mmoorraaddiiaa......
Eram funcionais, mas de conforto ambiental precário e,
por longo tempo, as alcovas (cômodos internos sem
janelas) permaneceram no programa das casas.
Só a partir da segunda metade do século XIX, sob a
influência dos higienistas, com suas idéias sobre os benefícios
do ar em movimento é que as casas passaram a ter oitões
livres e quartos com aeração.
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OO lluuggaarr ddaa mmoorraaddiiaa......
Quanto à arquitetura, a tentativa foi de adaptação à
geografia do sítio, à paisagem natural, aos materiais
disponíveis e às exigências decorrentes do clima tropical da
Colônia. Além disso, adequação também à maneira de
viver, hábitos e costumes locais - como o (imperialismo)
português aqui se manifestava – às relações sociais e às
necessidades do patriarcalismo rural e escravocrata.
Com isso tudo, dialogavam as grossas paredes de taipa ou
de pedra e cal, coberta de palha ou telha-vã, o alpendre
na frente e nos lados, os generosos telhados protegendo do
sol forte e das chuvas tropicais.
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A cultura do açúcar produziu formas peculiares de dormir,
de descansar, de comer, de defecar, de banhar-se e de
parir. E à arquitetura coube atender a essas funções.
Além disso, viabilizar o espaço construído para comportar
a família ampliada (afilhados, compadres, agregados de
todo tipo), à reclusão das moças solteiras, ao confinamento
das mulheres nas cozinhas, ao seu deslocamento sempre
acompanhado por diversas escravas.
Os pátios internos e, mais tarde, as varandas periféricas
garantiam a privacidade, fazendo a transição entre o
espaço externo e os cômodos da casa.
Os quartos de dormir – as alcovas –, nenhum contato
tinham com o exterior, já que não possuíam janelas.
77. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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Os equipamentos de assistência médica, igualmente,
eram um apoio fundamental à vida no engenho.
Inicialmente, sob forma de boticas, fazendo parte das casas
grandes e, mais tarde, como verdadeiros hospitais, já no
tempo das usinas.
Outras casas, em número variável, serviam de residência
ao capelão, ao mestre de açúcar (que comandava a “casa
das fornalhas”), aos feitores e aos poucos trabalhadores
assalariados.
E finalmente, nas senzalas, toscas construções, geralmente
em construções lineares, amontoavam-se os escravos, às
centenas, em cômodos mal iluminados, mal ventilados. Em
termos construtivos, e não só, as senzalas se aparentavam
com as estrebarias.
80. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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Esta afirmação se deve ao fato da setorização
uniforme:
-à frente, junto à fachada principal, sempre dispostos os
setores de trabalho e social;
-na área intermediária, o setor íntimo;
-e ao fundo, junto ao pátio, o setor de serviços.
81. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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OO lluuggaarr ddaa mmoorraaddiiaa......
As plantas refletiam a estrutura familiar colonial
representada na rígida setorização.
82. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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No Brasil Colonial Rural, a casa grande foi sede de um
complexo agroindustrial, cujas dependências eram
constituídas de varandas, salas, alcovas, quartos de
hóspedes, capela e cozinha gigantesca.
O alpendre afastava o calor durante o dia e funcionava
como elemento filtrante em relação ao mundo exterior,
além de receber as funções de espaço de vigilância e lazer.
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OO lluuggaarr ddaa mmoorraaddiiaa......
Sobrado neoclássico. Casa grande do engenho Moreno, PE.
f a u n b
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Muitas dessas casas
tinhas capelas, pois
os portugueses viam
na religião sua
identidade nacional.
As capelas eram
elementos de
continuidade da
casa grande, ou
edificações
independentes.
89. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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Os visitantes, que
regularmente visitavam os
engenhos, hospedavam-se
em alcovas próximas à
varanda.
As salas tinham múltiplas
funções: eram espaços de
convivência familiar, de
costurar, tecer a roca,
cuidar da educação dos
sinhozinhos, fazer refeições
e receber visitas.
90. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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Setor íntimo:
Era composto quase que
unicamente de alcovas
(quartos sem janelas,
principalmente aqueles
destinados às donzelas).
Não havia banheiros ou
latrinas. Usavam-se
urinóis, bacias e jarras
para uma precária higiene
íntima.
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Setor de serviço
O principal ambiente do
setor de serviço era a
cozinha, frequentada
pela ampla família
patriarcal.
A cozinha era um grande
espaço que, em alguns
casos, chegava a ocupar
1/3 do espaço da casa.
Este espaço subdividia-se
entre setor de limpeza,
abate e anteparo, e a
área de preparo de
alimentos.
93. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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Os engenhos eram autosuficientes no que diz respeito aos
alimentos, pois no engenho se praticava a agricultura de
subsistência.
O abastecimen-to
de óleo e sal
de cozinha era
fornecido pelos
caixeiros
viajantes.
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AA sseennzzaallaa......
Existiam dois tipos de senzala:
• Senzala doméstica ou de dentro
Servia de abrigo para os escravos responsáveis pelas
tarefas domésticas da casa. Podia estar localizada
no subsolo da casa grande.
• Senzala de eito ou de trabalho
Era externa, voltada para o terreiro.
No século XVIII a moradia dos escravos foi agrupada em
um só edifício, cujo partido consistia de um conjunto
linear de cubículos sem janelas, sem qualquer
equipamento, cada cubículo com uma única porta que se
abria para uma galeria coberta, esta última voltada
para o terreiro.
95. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA sseennzzaallaa......
Alagoas do Sul, 1640
(depois, vila
Madalena, hoje, Mal.
Deodoro)
Serinhaém, 1640,
Pernambuco.
96. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA sseennzzaallaa......
Uma capela e uma senzala dupla, baseado numa gravura de Frans Post.
Senzala com varanda no
Engenho da Vitória,
Bahia.
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AA sseennzzaallaa......
Senzala sem avarandado,
no Engenho de Uruaê,
Pernambuco.
Fazenda do Pinhal,
São Paulo.
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AA sseennzzaallaa......
Senzala do engenho Matas, PE.
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AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
AA sseennzzaallaa......
Senzala de eito.
100. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA sseennzzaallaa......
A senzala entre o palácio e a casa de Maurício de Nassau, conforme desenho
de Zacharias Wagener.
101. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA sseennzzaallaa......
Esquema de um engenho
de açúcar, segundo
Vauthier, com destaque da
senzala (D).
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AA sseennzzaallaa......
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Senzala do engenho Jurissaca, Cabo de
Santo Agostinho, Bahia
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AA sseennzzaallaa......
Senzala de eito / de trabalho.
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AA sseennzzaallaa......
Senzala doméstica / de dentro
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AA sseennzzaallaa......
Senzala da Fazenda Machadinha, RJ.
A Senzala
A senzala aparece na literatura especializada ora como um edifício inteiro, ora como um dos cômodos que o compunha.
Sempre térrea, com paredes de pau-a-pique, com cobertura de palha ou telhas –cerâmicas. O partido é sempre o mesmo:
um único edifício formado por uma série de cubículos conjugados e voltados para uma galeria coberta.
Senzala, Fazenda Machadinha, RJ
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AA sseennzzaallaa......
No séc. XVIII a senzala adquiriu características próprias, em
edifício único, agregado às proximidades da casa-grande.
108. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA sseennzzaallaa......
Fazenda São Martinho, séc. XIX.
109. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA ccaappeellaa......
Coube à Igreja a formação da nacionalidade, aspecto
mais nobre da colonização.
Quase tudo o que se fazia em matéria de educação,
cultura, catequese e assistência social, corria por conta de
sua hierarquia, de seu clero secular, das ordens religiosas e
das corporações de leigos – irmandades e ordens terceiras.
Na escola do engenho, era um padre-mestre que ensinava
aos meninos.
A capela completava o quadrilátero das edificações,
que eram o coração do engenho, além da casa-grande, da
senzala e da fábrica.
110. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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AA ccaappeellaa......
A capela podia estar:
1.. isolada, mas próxima à
casa-grande;
2.. contígua à casa-grande,
integrando o corpo da
casa, próxima ao engenho e
na vizinhança da senzala.
3.. No interior da casa-grande,
como mais um
cômodo ou como um
oratório a partir de um
nicho na sala de visitas.
111. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
C pel s
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AA ccaappeellaa......
A Igreja lucrava na
intimidade com a família
patriarcal, através do
prestígio e da autoridade
política.
Ela também favorecia a
manutenção e o exercício do
poder da aristocracia
açucareira, uma vez que por
muito tempo a educação
esteve nas mãos de religiosos,
numa conveniente
associação ao poder
temporal desempenha-do
pelo senhor de engenho.
Três situações possíveis:
isoladas, mas próximas à casa-grande;
contíguas à casa;
seu interior, ou oratório como
na sala de visitas.
papal de 1552 “autoriza” a
112. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA ccaappeellaa......
Em 1552 uma Bula
Papal autoriza a
escravidão como um
caminho para a
evangelização e
conversão dos infiéis...
Capela do Engenho Monjope, Século XVI,
Igarassu, PE
113. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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AA ccaappeellaa......
Na capela, eram rezadas as missas que congregavam
todas as pessoas da comunidade aos domingos e dias
santos, além das datas como batizados, casamentos,
funerais e sepultamento.
Não era incomum as capelas superarem as casas-grandes,
nos acabamentos e no luxo.
A planta da capela traduzia as conexões e os isolamentos
necessários à circulação e permanência das diversos
segmentos da comunidade do engenho. Sacristias e coros
interligados, privativos das mulheres e dos filhos da família
nuclear, uma nave para a família estendida, e o copiar,
para os escravos, que também ocupavam a área aberta.
114. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
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A Capela - O Edifício que mais se destacou por sua concepção artística foi a capela, que por ser construída sempre com
materiais duráveis, pouco se modificou através do tempo. Assim é possível classificar capelas como maneiristas ou
neoclássicas, por exemplo.
AA ccaappeellaa......
Capela do Engenho Morenos, PE
Capela, Engenho Moreno, PE
Capela do Engenho Moreno, PE
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AA ccaappeellaa......
Quinta do Cabido. Ponte de Lima, norte de Portugal. Séc. XVIII.
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AA ccaappeellaa......
Casa-grande do engenho Freguesia, com sua capela contígua e geminada.
Candeias, BA.
117. AAuullaa 0066 66.. AA AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOOSS EENNGGEENNHHOOSS::
PPrrooff.. LLiillaa DDoonnaattoo
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Casa-grande do engenho Freguesia, com sua capela contígua e geminada.
Candeias, BA.
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A planta das capelas era simples, possuía no térreo, invariavelmente, uma nave, a capela-mor e a sacristia. No pavimento
superior, sobre o primeiro terço da nave, ficava o coro. As variações consistiam na existência ou não de alpendre
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Capela do Rio do Engenho, Ilhéus, BA.
Capela do Rio do Engenho, Ilhéus, BA
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Capela do Engenho Velho, Cachoeira, BA.
Anterior a 1584; portal datado de 1660.
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Donato
SSIITTEESS
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http://atrativope.blogspot.com.br/2013/12/jaboatao-dos-guararapes-atrativos_11.html
Prof. http://www.ihgrgs.org.br/artigos/Gunter_Brasil_Africa.htm