SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 29
1. A diversidade das relações de trabalho no Brasil:
b) O trabalho na lavoura canavieira..
Professor DUDA COMPRI
HABILIDADES/ COMPETÊNCIAS.
 Compreender a organização social do trabalho como múltipla e
variada, em sociedades etnicamente diversificadas e em diferentes
cenários.
 Explicar as ligações entre o trabalho e as mudanças sociais ocorridas
nas sociedades.
 Estabelecer as ligações e os nexos que unem senhores e escravos nos
diversos espaços de produção do Brasil nos séculos XVI a XIX.
 Relacionar os diferentes processos de trabalho com as mudanças sociais
e econômicas ocorridas no Brasil.
 Compreender a organização social do trabalho nos diversos espaços de
produção no Brasil.
 Compreender as tensões e conflitos entre trabalhadores livres, escravos
e senhores como constituintes do mundo de trabalho.
INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
Dois fatores se fizeram presentes para
que Portugal necessitasse iniciar a
colonização do Brasil:
A presença de invasores nas suas
terras americanas, em especial os
franceses;
A perda do monopólio da
exploração nas Índias Orientais.
A solução mercantilista para o início
da colonização foi o estabelecimento do
Plantation e a instalação do sistema de
Capitanias Hereditárias.
A Coroa Portuguesa, com recursos
limitados, delegou a tarefa de
colonização e exploração de
determinadas áreas a particulares,
através da doação de lotes de terra,
sistema utilizado inicialmente com
sucesso na exploração das ilhas
atlânticas.
ADMINISTRAÇÃO DAS CAPITANIAS.
 O Donatário constituía-se na autoridade máxima dentro da própria capitania,
tendo o compromisso de desenvolvê-la com recursos próprios, embora não
fosse o seu proprietário.
 O vínculo jurídico entre o rei de Portugal e cada donatário era estabelecido em
dois documentos: a Carta de Doação, que conferia a posse e recebia também
uma Sesmaria de dez léguas de costa. Devia fundar Vilas, distribuir terras a
quem desejasse cultivá-las.
 O donatário exercia plena autoridade no campo judicial e administrativo para
nomear funcionários e aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte
para escravos, índios e homens livres.
 A Carta Foral que determinava direitos e deveres, tratava, principalmente, dos
tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e
ao Donatário. Se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e,
ao Donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o
monopólio do comércio do pau-brasil e de especiarias. O Donatário podia doar
sesmaria aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se
assim colonos.
O GOVERNO GERAL (1547/1548)
 No aspecto econômico, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em
função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques
de indígenas e piratas. As únicas que prosperaram foram: Capitanias de
Pernambuco, que focou no cultivo da cana-de-açúcar, e São Vicente que,
além do açúcar, seus colonos se dedicam ao apresamento de índios para
venda no Nordeste.
 Após a tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias, a
coroa portuguesa estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como forma de
centralizar a administração, tendo mais controle da colônia, além de
prestar favor e ajuda aos Capitães Donatários.
 O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que recebeu a missão de
combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil,
defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
 Também começavam a existir Câmaras Municipais, órgãos políticos
compostos pelos "[homem-bom]". Estes eram os ricos proprietários que
definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia
participar da vida pública nesta fase.
O SISTEMA DE PLANTATION E O AÇÚCAR:
PLANTATION:
LATIFÚNDIO: O sistema de Capitanias
Hereditárias e as sesmaria determinou a posse
de grandes extensões de terra a uma só pessoa.
AGRO-EXPORTAÇÃO: A produção que
atende ao interesse do mercado externo, sem
levar em consideração o interesse local.
MONOCULTURA: Cultivo de apenas um
produto, no caso, o açúcar, produto lucrativo
na Europa.
ESCRAVISMO: A necessidade de muitos
braços, determina que Portugal opte por essa
forma de exploração do trabalho.
O TRABALHO NA LAVOURA CANAVIEIRA:
 A expedição de Martin Afonso de Sousa em 1530, determinada por D.
João III, O colonizador, deu início a colonização do Brasil.
 A colonização caracterizou-se como um desdobramento da expansão
marítima, por isso atendeu as exigências mercantilistas que levaram a
adoção da agro-manufatura açucareira.
 Escolha esta baseada na rentabilidade do produto, que fazia bastante
sucesso na Europa e na relativa experiência dos lusos nas ilhas atlânticas
(Canárias, Madeira e Açoure), lá existindo inclusive o Sistema de
Capitanias Hereditárias.
 A questão mais séria, era a da mão-de-obra. Considerando a
inviabilidade econômica do trabalho assalariado (oneraria o custo-
produção) iniciou-se utilizando a mão de obra indígena, pois era
barata e acessível, entretanto, diante das exigências operacionais da
exploração indígenas (captura, coerção e controle) e devido ao fato de
que esta mão-de-obra gerar lucros apenas para os colonos, o Estado
português, diante da lucratividade do tráfico negreiro, logo optou pela
mão-de-obra escrava.
ROTAS DO TRÁFICO NEGREIRO
A partir de 1560,
intensificou-se a utilização
da mão-de-obra africana,
rotulada de "peças"
africanas para os
engenhos.
Oriundas de várias
regiões como Guiné,
Angola, eram adquiridos
geralmente mediante
escambo de prisioneiros de
guerra ( aguardente,
tabaco, tecidos etc.).
Transportados pelos
chamados Tumbeiros,
milhares de seres humanos
foram violentamente
trazidos para a colônia
portuguesa no novo
mundo.
O NAVIO NEGREIRO
A viagem para o
Brasil era dramática,
cerca de 40% dos
negros embarcados
morriam durante a
viagem nos porões
dos navios
negreiros, que os
transportavam. Mas
no final da viagem
sempre havia lucro.
Os principais
portos de
desembarque no
Brasil eram a Bahia,
Rio de janeiro e
Pernambuco, de
onde seguiam para
outras cidades.
INTERESSES QUE LEVAM A ADOÇÃO DO TRÁFICO NEGREIRO
 O Tráfico Negreiro interessa a três figuras importantes do sistema
colonial:
 AO ESTADO: Que passa a arrecadar mais impostos com esta atividade,
já que o controle fiscal era efetivado nos portos da África.
 AOS COMERCIANTES PORTUGUESES: Lucram com a atividade, já
que o comércio de índios era mais lucrativo aos colonos.
 À IGREJA: Que vive neste momento o processo da Reforma
Prostestante e sente a perda de muitos fiéis. O tráfico de negros libera a
mão-de-obra indígena para a realização da Catequese e a conquista de
novos fiéis no Novo Mundo.
 OBS: O tráfico negreiro e a conseqüente generalização do trabalho
compulsório no Brasil, relaciona-se diretamente com o processo de
acumulação de capital na metrópole portuguesa, visto que a grande
lavoura colonial não se preocupava em prover o sustento dos
produtores, mas em produzir para o mercado.
O ENGENHO
A FÁBRICA DO AÇÚCAR
O engenho era a unidade de produção onde se localizavam os
canaviais, as plantações de subsistência, a fábrica do açúcar –
com sua moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar, a casa-
grande, a senzala, a capela, a escola e as habitações dos
trabalhadores livres – como o feitor, o mestre do açúcar, os
lavradores contratados, etc.
O trabalho na produção açucareira era tão bem dividido e
sistematizado que recebeu o nome de “agro-manufatura
açucareira” ou “fábrica do açúcar”, uma comparação, ainda que
precária da divisão do trabalho nas fábricas inglesas.
Havia alguns engenhos que produziam exclusivamente cachaça,
um dos produtos utilizados no escambo de negros africanos. Em
outros engenhos produtores de açúcar as destilarias de cachaça
funcionavam como atividades secundárias.
O PROCESSO DA
PRODUÇÃO DO
AÇÚCAR.
Na moenda a cana era
prensada para a extração
da garapa. Na casa das
caldeiras fazia-se a
apuração e a purificação
do caldo, que era aqui
engrossado. Na casa de
purgar, o caldo era
colocado em formas
especiais de barro para
esfriar, até o mestre “dá o
ponto”.
Depois desse processo,
o açúcar era encaixotado
e transportado para
metrópole. Daí, seguia
para a Holanda, onde era
refinado.
“Trabalho na produção de açúcar.” Gravura
do século XVII. Collection Roger-Viollet.
Atente que a gravura pretende demonstrar a intensidade do trabalho feito
por muitos braços.
OS “HOMENS LIVRES”
Os engenhos também mantinham alguns trabalhadores
assalariados, ocupados em ofícios diversos e como
supervisores do trabalho escravo, carpinteiros, mestre de
açúcar etc. Importante frisar que estes “homens livres”
eram totalmente dependente e subordinados ao Senhor de
Engenho, tendo estes o poder de vida e morte sobre
aqueles.
 O engenho arcava com gastos monetários na compra de
animais de tração, de lenha, etc.
Assim, a base econômica da formação social açucareira é o
escravismo; a grande lavoura é uma unidade de produção
que se caracteriza pela enorme extensão de terra e pelo uso
da mão-de-obra escrava.
PIRÂMIDE SOCIAL
DA SOCIEDADE
AÇUCAREIRA.
Em torno do
engenho, um tipo de
sociedade foi
desenvolvida. Suas
características:
Patriarcalismo: o
senhor de engenho
era o patriarca (chefe
masculino), cuja
autoridade era
inquestionável.
Concentrava em
suas mãos o poder
econômico, político e
ideológico.
CONDIÇÕES DE
VIDA DO ESCRAVO
As condições de
vida sub-humana dos
escravos, era
identificada por três
“pês”:
“Pão, Pano e Pau”.
Havia intensa
exploração dos
negros que
realizavam as tarefas
mais árduas no
processo de
beneficiamento da
cana-de-açúcar, além
de sofrerem
inúmeros castigos
corporais.
“Acoite” gravura de Jean Baptiste Debret
Gravura de Jean Baptiste Debret
Jean Baptiste Debret, artista francês, retratou inúmeras
situações do Brasil colonial, entre elas, a condição do
escravo.
A RESISTÊNCIA NEGRA
As formas de resistência opostas pelos escravos à opressão que a
escravidão lhes impunha, ia desde o descaso pelo trabalho e a
danificação dos meios de produção, até a morte de seus algozes e
a fuga para as matas em busca de liberdade.
É certo que, desde o século XVI, houve fugas e a formação de
comunidades de escravos ou quilombos, mas as condições de
escravidão eram tais que se tornava de todo impensável um plano
de revolta geral da massa escrava.
As resistências podiam ser individuais como: fugas, aborto,
suicídio, passividade no trabalho, assassinato, alcoolismo, banzo;
ou ainda poderiam ser coletivas como as revoltas e formação de
quilombos.
As práticas religiosas, consistiram numa evidente forma de
resistência cultural, que mesmo duramente combatidas acharam
no sincretismo praticado pela Igreja Católica uma oportunidade
de sobrevivência.
O SINCRETISMO RELIGIOSO
 Por causa da proibição de cultuar os seus Orixás, os escravos
começaram a associar suas divindades com os santos católicos para
exercerem sua fé disfarçadamente. Aguns exemplos:
 ORIXÁ: Iemanjá - SANTA CATÓLICA: Nossa Senhora da
Conceição:
Iemanjá é a deusa dos grandes rios, mares e oceanos na umbanda, ela é
cultuada como mãe de muitos orixás e identificada com Nossa Senhora
da Conceição - uma das manifestações católicas da Virgem Maria, mãe
de Jesus.
 ORIXÁ: Iansã - SANTA CATÓLICA: Santa Bárbara:
Esposa de Xangô, a Iansã do candomblé e da umbanda é a deusa dos
raios, dos ventos e das tempestades, o mesmo que Santa Bárbara.
 ORIXÁ: Oxalá - SANTO CATÓLICO: Jesus:
Na umbanda e no candomblé, Oxalá é a divindade que criou a
humanidade, por isso se identifica com Jesus, filho de Deus.
QUILOMBO DOS PALMARES
 Os quilombos, representaram a forma de reação coletiva e organizada
de maior impacto na luta dos negros contra a opressão e exploração dos
escravocratas.
 A partir do século XVII proliferaram em todas as partes da colônia. O
mais famoso, foi o de Palmares (1630-1695) que chegou a ocupar uma
área de vinte e sete mil quilômetros quadrados na serra da barriga em
Alagoas, liderados por Zumbir aproximadamente 20 mil escravos
desafiaram a ordem colonial escravista.
 Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas e à
agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-
açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato: (cestas, tecido,
cerâmica e metalurgia).
 Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal
forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar
alimentos por munição com os quilombolas.
SERRA DA BARRIGA
NO ESTADO DE
ALAGOAS
No quilombo, os
negros africanos
procuraram se
organizar de acordo
com antigas regras
tribais baseadas na
autoridade local do
chefe de cada um dos
mocambos (núcleos).
Esses chefes estavam
submetidos a Ganga-
Zumba, em cujo
mocambo se reuniam.
Com a morte Ganga-
Zumba, assumiu o
poder em Palmares seu
sobrinho, Zumbi.
ORIGENS DO QUILOMBO DOS PALMARES
Apesar de sua existência datar, aproximadamente, desde 1602,
Palmares tornou-se um núcleo de grandes proporções a partir de
1630 em função da invasão dos holandeses ao Brasil e a
desorganização dos engenhos ocorridas em função deste
processo.
Os Holandeses invadiram o Brasil em duas oportunidades:
1624-1625: Os holandeses invadem a sede do Governo Geral do
Brasil, Salvador, entretanto, com o apoio dos Espanhóis, eles são
expulsos.
1630-1654: A invasão dá-se diretamente ao centro produtor de
açúcar, Recife e Olinda, no início houve forte resistência, mas
logo os senhores de engenho entenderem que uma injeção de
capital proposta por Maurício de Nassau e uma administração
mais liberal auxiliariam o desenvolvimento dos seus negócios.
Nessa oportunidade, houve grande fuga de negros dos engenhos.
ZUMBI DOS
PALMARES.
Zumbi nasceu em
Palmares, Alagoas, livre, no
ano de 1655, mas foi
capturado e entregue a um
Missionário quando tinha
aproximadamente seis anos.
Batizado 'Francisco', Zumbi,
aprendeu Português e
latim, e ajudava
diariamente na celebração
da missa. Apesar destas
tentativas de aculturá-lo,
Zumbi escapou em 1670 e
retornou ao seu local de
origem.
Zumbi se tornou
conhecido pela sua destreza
e astúcia na luta e já era um
estrategista militar
respeitável quando chegou
aos vinte e poucos anos.
A REPRESSÃO DA METRÓPOLE
Com a expulsão dos holandeses,
acentuou-se a carência de mão-de-obra
para a retomada de produção dos engenhos
de açúcar da região.
Dado o elevado preço dos escravos
africanos, os ataques a Palmares
aumentaram, visando a recaptura de seus
integrantes.
A prosperidade de Palmares, por outro
lado, atraía atenção e receio, e o governo
colonial sentiu-se obrigado a tomar
providências para afirmar o seu poder
sobre a região, Palmares funcionava
como um pólo de atração para os
escravos.
Foram necessárias, entretanto, cerca de
dezoito expedições, organizadas desde o
período de dominação holandesa, para
erradicar definitivamente o Quilombo dos
Palmares.
Busto de Zumbi do Palmares
em Brasília.
A DESTRUIÇÃO DE PALMARES
Após várias investidas relativamente
infrutíferas contra Palmares, o governador
da Capitania de Pernambuco, contratou o o
Bandeirante Domingos Jorge Velho para
erradicar de vez a ameaça dos escravos
fugitivos na região.
Em janeiro de 1694, após um ataque
frustrado, as forças do bandeirante
iniciaram uma empreitada vitoriosa, com
um contingente de seis mil homens, bem
armados e municiados, inclusive com
artilharia.
Um quilombola, Antônio Soares, foi
capturado e, mediante a promessa de
Domingos Jorge Velho de que seria
libertado em troca da revelação do
esconderijo do líder, Zumbi foi encurralado
e morto em uma emboscada, a 20 de
novembro de 1695.
O Bandeirante Domingos
Jorge Velho.
20 DE NOVEMBRO
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
PARA REFLETIR

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Trabalho na lavoura canavieira e a produção de açúcar no Brasil colonial

O império português do oriente parte 5
O império português do oriente  parte 5O império português do oriente  parte 5
O império português do oriente parte 5anabelasilvasobral
 
Economia colonial
Economia colonialEconomia colonial
Economia colonialmvmachado
 
A economia do brasil colonial
A economia do brasil colonialA economia do brasil colonial
A economia do brasil colonialhistoriando
 
Brasil Colônia - ciclo do ouro.pptx
Brasil Colônia - ciclo do ouro.pptxBrasil Colônia - ciclo do ouro.pptx
Brasil Colônia - ciclo do ouro.pptxMairaDeOliveiraPotri
 
ciculo do ouro.pdf
ciculo do ouro.pdfciculo do ouro.pdf
ciculo do ouro.pdfDenisBrito16
 
O empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesaO empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesajefersondutra08
 
Sistema Colonial
Sistema ColonialSistema Colonial
Sistema Colonialmdaltmann
 
A economia açucareira no brasil
A economia açucareira no brasilA economia açucareira no brasil
A economia açucareira no brasilRogerio Alves
 
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02eebcjn
 
Gabarito - Lista de Exercícios 1º Semestre
Gabarito - Lista de Exercícios 1º SemestreGabarito - Lista de Exercícios 1º Semestre
Gabarito - Lista de Exercícios 1º SemestreFelipe Vaitsman
 
A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.
A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.
A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.euricomarkes
 
Brasil colônia II economia
Brasil colônia II   economiaBrasil colônia II   economia
Brasil colônia II economiaEduard Henry
 

Semelhante a Trabalho na lavoura canavieira e a produção de açúcar no Brasil colonial (20)

O império português do oriente parte 5
O império português do oriente  parte 5O império português do oriente  parte 5
O império português do oriente parte 5
 
Brasil Colônia - História.
Brasil Colônia - História.Brasil Colônia - História.
Brasil Colônia - História.
 
Economia colonial
Economia colonialEconomia colonial
Economia colonial
 
A economia do brasil colonial
A economia do brasil colonialA economia do brasil colonial
A economia do brasil colonial
 
América Portuguesa
América PortuguesaAmérica Portuguesa
América Portuguesa
 
Brasil Colônia - ciclo do ouro.pptx
Brasil Colônia - ciclo do ouro.pptxBrasil Colônia - ciclo do ouro.pptx
Brasil Colônia - ciclo do ouro.pptx
 
ciculo do ouro.pdf
ciculo do ouro.pdfciculo do ouro.pdf
ciculo do ouro.pdf
 
O empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesaO empreendimento colonial na América portuguesa
O empreendimento colonial na América portuguesa
 
A economia do brasil colonial
A economia do brasil colonialA economia do brasil colonial
A economia do brasil colonial
 
Sistema Colonial
Sistema ColonialSistema Colonial
Sistema Colonial
 
A economia açucareira no brasil
A economia açucareira no brasilA economia açucareira no brasil
A economia açucareira no brasil
 
Capítulo 5 - A América portuguesa e a presença holandesa
Capítulo 5 - A América portuguesa e a presença holandesaCapítulo 5 - A América portuguesa e a presença holandesa
Capítulo 5 - A América portuguesa e a presença holandesa
 
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
Hist 3-aula012011-110710164412-phpapp02
 
Gabarito - Lista de Exercícios 1º Semestre
Gabarito - Lista de Exercícios 1º SemestreGabarito - Lista de Exercícios 1º Semestre
Gabarito - Lista de Exercícios 1º Semestre
 
Brasil Colonial
Brasil ColonialBrasil Colonial
Brasil Colonial
 
A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.
A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.
A economia na América portuguesa e o Brasil holandês.
 
Brasil colônia II economia
Brasil colônia II   economiaBrasil colônia II   economia
Brasil colônia II economia
 
História econômica do brasil
História econômica do brasilHistória econômica do brasil
História econômica do brasil
 
Segundo reinado
Segundo reinadoSegundo reinado
Segundo reinado
 
Brasil colonia
Brasil coloniaBrasil colonia
Brasil colonia
 

Mais de Cleodon Cardoso da Silva

Mais de Cleodon Cardoso da Silva (6)

CursoSuperiordeTecnologiaemProduçãoSucroalcooleira.pdf
CursoSuperiordeTecnologiaemProduçãoSucroalcooleira.pdfCursoSuperiordeTecnologiaemProduçãoSucroalcooleira.pdf
CursoSuperiordeTecnologiaemProduçãoSucroalcooleira.pdf
 
ADSORÇÃO DE GLICOSE E FRUTOSE EM CARVÃO ATIVO E RESINA.pdf
ADSORÇÃO DE GLICOSE E FRUTOSE EM CARVÃO ATIVO E RESINA.pdfADSORÇÃO DE GLICOSE E FRUTOSE EM CARVÃO ATIVO E RESINA.pdf
ADSORÇÃO DE GLICOSE E FRUTOSE EM CARVÃO ATIVO E RESINA.pdf
 
Uma escada para o ceu
Uma escada para o ceuUma escada para o ceu
Uma escada para o ceu
 
Cleodon desafios novosprofissionais
Cleodon desafios novosprofissionaisCleodon desafios novosprofissionais
Cleodon desafios novosprofissionais
 
Cleodon Viciados em Usinas de Açúcar
Cleodon Viciados em Usinas de AçúcarCleodon Viciados em Usinas de Açúcar
Cleodon Viciados em Usinas de Açúcar
 
Agronegocio introducao -8_periodo-2008
Agronegocio introducao  -8_periodo-2008Agronegocio introducao  -8_periodo-2008
Agronegocio introducao -8_periodo-2008
 

Trabalho na lavoura canavieira e a produção de açúcar no Brasil colonial

  • 1. 1. A diversidade das relações de trabalho no Brasil: b) O trabalho na lavoura canavieira.. Professor DUDA COMPRI
  • 2. HABILIDADES/ COMPETÊNCIAS.  Compreender a organização social do trabalho como múltipla e variada, em sociedades etnicamente diversificadas e em diferentes cenários.  Explicar as ligações entre o trabalho e as mudanças sociais ocorridas nas sociedades.  Estabelecer as ligações e os nexos que unem senhores e escravos nos diversos espaços de produção do Brasil nos séculos XVI a XIX.  Relacionar os diferentes processos de trabalho com as mudanças sociais e econômicas ocorridas no Brasil.  Compreender a organização social do trabalho nos diversos espaços de produção no Brasil.  Compreender as tensões e conflitos entre trabalhadores livres, escravos e senhores como constituintes do mundo de trabalho.
  • 3. INÍCIO DA COLONIZAÇÃO Dois fatores se fizeram presentes para que Portugal necessitasse iniciar a colonização do Brasil: A presença de invasores nas suas terras americanas, em especial os franceses; A perda do monopólio da exploração nas Índias Orientais. A solução mercantilista para o início da colonização foi o estabelecimento do Plantation e a instalação do sistema de Capitanias Hereditárias. A Coroa Portuguesa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas atlânticas.
  • 4. ADMINISTRAÇÃO DAS CAPITANIAS.  O Donatário constituía-se na autoridade máxima dentro da própria capitania, tendo o compromisso de desenvolvê-la com recursos próprios, embora não fosse o seu proprietário.  O vínculo jurídico entre o rei de Portugal e cada donatário era estabelecido em dois documentos: a Carta de Doação, que conferia a posse e recebia também uma Sesmaria de dez léguas de costa. Devia fundar Vilas, distribuir terras a quem desejasse cultivá-las.  O donatário exercia plena autoridade no campo judicial e administrativo para nomear funcionários e aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres.  A Carta Foral que determinava direitos e deveres, tratava, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos. Definia ainda, o que pertencia à Coroa e ao Donatário. Se descobertos metais e pedras preciosas, 20% seriam da Coroa e, ao Donatário caberiam 10% dos produtos do solo. A Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-brasil e de especiarias. O Donatário podia doar sesmaria aos cristãos que pudessem colonizá-las e defendê-las, tornando-se assim colonos.
  • 5. O GOVERNO GERAL (1547/1548)  No aspecto econômico, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As únicas que prosperaram foram: Capitanias de Pernambuco, que focou no cultivo da cana-de-açúcar, e São Vicente que, além do açúcar, seus colonos se dedicam ao apresamento de índios para venda no Nordeste.  Após a tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como forma de centralizar a administração, tendo mais controle da colônia, além de prestar favor e ajuda aos Capitães Donatários.  O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.  Também começavam a existir Câmaras Municipais, órgãos políticos compostos pelos "[homem-bom]". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase.
  • 6. O SISTEMA DE PLANTATION E O AÇÚCAR: PLANTATION: LATIFÚNDIO: O sistema de Capitanias Hereditárias e as sesmaria determinou a posse de grandes extensões de terra a uma só pessoa. AGRO-EXPORTAÇÃO: A produção que atende ao interesse do mercado externo, sem levar em consideração o interesse local. MONOCULTURA: Cultivo de apenas um produto, no caso, o açúcar, produto lucrativo na Europa. ESCRAVISMO: A necessidade de muitos braços, determina que Portugal opte por essa forma de exploração do trabalho.
  • 7. O TRABALHO NA LAVOURA CANAVIEIRA:  A expedição de Martin Afonso de Sousa em 1530, determinada por D. João III, O colonizador, deu início a colonização do Brasil.  A colonização caracterizou-se como um desdobramento da expansão marítima, por isso atendeu as exigências mercantilistas que levaram a adoção da agro-manufatura açucareira.  Escolha esta baseada na rentabilidade do produto, que fazia bastante sucesso na Europa e na relativa experiência dos lusos nas ilhas atlânticas (Canárias, Madeira e Açoure), lá existindo inclusive o Sistema de Capitanias Hereditárias.  A questão mais séria, era a da mão-de-obra. Considerando a inviabilidade econômica do trabalho assalariado (oneraria o custo- produção) iniciou-se utilizando a mão de obra indígena, pois era barata e acessível, entretanto, diante das exigências operacionais da exploração indígenas (captura, coerção e controle) e devido ao fato de que esta mão-de-obra gerar lucros apenas para os colonos, o Estado português, diante da lucratividade do tráfico negreiro, logo optou pela mão-de-obra escrava.
  • 8. ROTAS DO TRÁFICO NEGREIRO A partir de 1560, intensificou-se a utilização da mão-de-obra africana, rotulada de "peças" africanas para os engenhos. Oriundas de várias regiões como Guiné, Angola, eram adquiridos geralmente mediante escambo de prisioneiros de guerra ( aguardente, tabaco, tecidos etc.). Transportados pelos chamados Tumbeiros, milhares de seres humanos foram violentamente trazidos para a colônia portuguesa no novo mundo.
  • 9. O NAVIO NEGREIRO A viagem para o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da viagem sempre havia lucro. Os principais portos de desembarque no Brasil eram a Bahia, Rio de janeiro e Pernambuco, de onde seguiam para outras cidades.
  • 10. INTERESSES QUE LEVAM A ADOÇÃO DO TRÁFICO NEGREIRO  O Tráfico Negreiro interessa a três figuras importantes do sistema colonial:  AO ESTADO: Que passa a arrecadar mais impostos com esta atividade, já que o controle fiscal era efetivado nos portos da África.  AOS COMERCIANTES PORTUGUESES: Lucram com a atividade, já que o comércio de índios era mais lucrativo aos colonos.  À IGREJA: Que vive neste momento o processo da Reforma Prostestante e sente a perda de muitos fiéis. O tráfico de negros libera a mão-de-obra indígena para a realização da Catequese e a conquista de novos fiéis no Novo Mundo.  OBS: O tráfico negreiro e a conseqüente generalização do trabalho compulsório no Brasil, relaciona-se diretamente com o processo de acumulação de capital na metrópole portuguesa, visto que a grande lavoura colonial não se preocupava em prover o sustento dos produtores, mas em produzir para o mercado.
  • 12. A FÁBRICA DO AÇÚCAR O engenho era a unidade de produção onde se localizavam os canaviais, as plantações de subsistência, a fábrica do açúcar – com sua moenda, a casa das caldeiras e a casa de purgar, a casa- grande, a senzala, a capela, a escola e as habitações dos trabalhadores livres – como o feitor, o mestre do açúcar, os lavradores contratados, etc. O trabalho na produção açucareira era tão bem dividido e sistematizado que recebeu o nome de “agro-manufatura açucareira” ou “fábrica do açúcar”, uma comparação, ainda que precária da divisão do trabalho nas fábricas inglesas. Havia alguns engenhos que produziam exclusivamente cachaça, um dos produtos utilizados no escambo de negros africanos. Em outros engenhos produtores de açúcar as destilarias de cachaça funcionavam como atividades secundárias.
  • 13. O PROCESSO DA PRODUÇÃO DO AÇÚCAR. Na moenda a cana era prensada para a extração da garapa. Na casa das caldeiras fazia-se a apuração e a purificação do caldo, que era aqui engrossado. Na casa de purgar, o caldo era colocado em formas especiais de barro para esfriar, até o mestre “dá o ponto”. Depois desse processo, o açúcar era encaixotado e transportado para metrópole. Daí, seguia para a Holanda, onde era refinado.
  • 14. “Trabalho na produção de açúcar.” Gravura do século XVII. Collection Roger-Viollet. Atente que a gravura pretende demonstrar a intensidade do trabalho feito por muitos braços.
  • 15. OS “HOMENS LIVRES” Os engenhos também mantinham alguns trabalhadores assalariados, ocupados em ofícios diversos e como supervisores do trabalho escravo, carpinteiros, mestre de açúcar etc. Importante frisar que estes “homens livres” eram totalmente dependente e subordinados ao Senhor de Engenho, tendo estes o poder de vida e morte sobre aqueles.  O engenho arcava com gastos monetários na compra de animais de tração, de lenha, etc. Assim, a base econômica da formação social açucareira é o escravismo; a grande lavoura é uma unidade de produção que se caracteriza pela enorme extensão de terra e pelo uso da mão-de-obra escrava.
  • 16. PIRÂMIDE SOCIAL DA SOCIEDADE AÇUCAREIRA. Em torno do engenho, um tipo de sociedade foi desenvolvida. Suas características: Patriarcalismo: o senhor de engenho era o patriarca (chefe masculino), cuja autoridade era inquestionável. Concentrava em suas mãos o poder econômico, político e ideológico.
  • 17. CONDIÇÕES DE VIDA DO ESCRAVO As condições de vida sub-humana dos escravos, era identificada por três “pês”: “Pão, Pano e Pau”. Havia intensa exploração dos negros que realizavam as tarefas mais árduas no processo de beneficiamento da cana-de-açúcar, além de sofrerem inúmeros castigos corporais.
  • 18. “Acoite” gravura de Jean Baptiste Debret
  • 19. Gravura de Jean Baptiste Debret Jean Baptiste Debret, artista francês, retratou inúmeras situações do Brasil colonial, entre elas, a condição do escravo.
  • 20. A RESISTÊNCIA NEGRA As formas de resistência opostas pelos escravos à opressão que a escravidão lhes impunha, ia desde o descaso pelo trabalho e a danificação dos meios de produção, até a morte de seus algozes e a fuga para as matas em busca de liberdade. É certo que, desde o século XVI, houve fugas e a formação de comunidades de escravos ou quilombos, mas as condições de escravidão eram tais que se tornava de todo impensável um plano de revolta geral da massa escrava. As resistências podiam ser individuais como: fugas, aborto, suicídio, passividade no trabalho, assassinato, alcoolismo, banzo; ou ainda poderiam ser coletivas como as revoltas e formação de quilombos. As práticas religiosas, consistiram numa evidente forma de resistência cultural, que mesmo duramente combatidas acharam no sincretismo praticado pela Igreja Católica uma oportunidade de sobrevivência.
  • 21. O SINCRETISMO RELIGIOSO  Por causa da proibição de cultuar os seus Orixás, os escravos começaram a associar suas divindades com os santos católicos para exercerem sua fé disfarçadamente. Aguns exemplos:  ORIXÁ: Iemanjá - SANTA CATÓLICA: Nossa Senhora da Conceição: Iemanjá é a deusa dos grandes rios, mares e oceanos na umbanda, ela é cultuada como mãe de muitos orixás e identificada com Nossa Senhora da Conceição - uma das manifestações católicas da Virgem Maria, mãe de Jesus.  ORIXÁ: Iansã - SANTA CATÓLICA: Santa Bárbara: Esposa de Xangô, a Iansã do candomblé e da umbanda é a deusa dos raios, dos ventos e das tempestades, o mesmo que Santa Bárbara.  ORIXÁ: Oxalá - SANTO CATÓLICO: Jesus: Na umbanda e no candomblé, Oxalá é a divindade que criou a humanidade, por isso se identifica com Jesus, filho de Deus.
  • 22. QUILOMBO DOS PALMARES  Os quilombos, representaram a forma de reação coletiva e organizada de maior impacto na luta dos negros contra a opressão e exploração dos escravocratas.  A partir do século XVII proliferaram em todas as partes da colônia. O mais famoso, foi o de Palmares (1630-1695) que chegou a ocupar uma área de vinte e sete mil quilômetros quadrados na serra da barriga em Alagoas, liderados por Zumbir aproximadamente 20 mil escravos desafiaram a ordem colonial escravista.  Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas e à agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de- açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato: (cestas, tecido, cerâmica e metalurgia).  Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munição com os quilombolas.
  • 23. SERRA DA BARRIGA NO ESTADO DE ALAGOAS No quilombo, os negros africanos procuraram se organizar de acordo com antigas regras tribais baseadas na autoridade local do chefe de cada um dos mocambos (núcleos). Esses chefes estavam submetidos a Ganga- Zumba, em cujo mocambo se reuniam. Com a morte Ganga- Zumba, assumiu o poder em Palmares seu sobrinho, Zumbi.
  • 24. ORIGENS DO QUILOMBO DOS PALMARES Apesar de sua existência datar, aproximadamente, desde 1602, Palmares tornou-se um núcleo de grandes proporções a partir de 1630 em função da invasão dos holandeses ao Brasil e a desorganização dos engenhos ocorridas em função deste processo. Os Holandeses invadiram o Brasil em duas oportunidades: 1624-1625: Os holandeses invadem a sede do Governo Geral do Brasil, Salvador, entretanto, com o apoio dos Espanhóis, eles são expulsos. 1630-1654: A invasão dá-se diretamente ao centro produtor de açúcar, Recife e Olinda, no início houve forte resistência, mas logo os senhores de engenho entenderem que uma injeção de capital proposta por Maurício de Nassau e uma administração mais liberal auxiliariam o desenvolvimento dos seus negócios. Nessa oportunidade, houve grande fuga de negros dos engenhos.
  • 25. ZUMBI DOS PALMARES. Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um Missionário quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi, aprendeu Português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
  • 26. A REPRESSÃO DA METRÓPOLE Com a expulsão dos holandeses, acentuou-se a carência de mão-de-obra para a retomada de produção dos engenhos de açúcar da região. Dado o elevado preço dos escravos africanos, os ataques a Palmares aumentaram, visando a recaptura de seus integrantes. A prosperidade de Palmares, por outro lado, atraía atenção e receio, e o governo colonial sentiu-se obrigado a tomar providências para afirmar o seu poder sobre a região, Palmares funcionava como um pólo de atração para os escravos. Foram necessárias, entretanto, cerca de dezoito expedições, organizadas desde o período de dominação holandesa, para erradicar definitivamente o Quilombo dos Palmares. Busto de Zumbi do Palmares em Brasília.
  • 27. A DESTRUIÇÃO DE PALMARES Após várias investidas relativamente infrutíferas contra Palmares, o governador da Capitania de Pernambuco, contratou o o Bandeirante Domingos Jorge Velho para erradicar de vez a ameaça dos escravos fugitivos na região. Em janeiro de 1694, após um ataque frustrado, as forças do bandeirante iniciaram uma empreitada vitoriosa, com um contingente de seis mil homens, bem armados e municiados, inclusive com artilharia. Um quilombola, Antônio Soares, foi capturado e, mediante a promessa de Domingos Jorge Velho de que seria libertado em troca da revelação do esconderijo do líder, Zumbi foi encurralado e morto em uma emboscada, a 20 de novembro de 1695. O Bandeirante Domingos Jorge Velho.
  • 28. 20 DE NOVEMBRO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA