A economia brasileira no século XIX parece atrelada ao café, o nosso produto mais importante a partir da década de 1830, mas não era somente isso, houve inclusive um momento em que a indústria timidamente começou a se desenvolver, este período ficou conhecido como Era Mauá (1850-1860).
2. ECONOMI
A
CAFEEIR
A
• Originário da Etiópia, o café chegou à Europa
no século XVI, através dos turcos, e à América
no século XVIII.
• Há controvérsias quanto à data de introdução
da cafeeira no Brasil. Há fontes que afirmam
que se deu em 1727, quando algumas mudas
foram trazidas da Guiana Francesa e plantadas
em Belém do Pará.
• Em 1731, saiu a primeira exportação de café,
do Maranhão para Lisboa, em Portugal.
3. ECONOMI
A O CAFÉ
• Em 1773 ou 1760 e 1762 (não há
informações precisas em relação às datas), o
Desembargador João Alberto Castelo Branco
plantou no Rio de Janeiro, algumas sementes
de café em diversos lugares da cidade.
• Dessa plantação, o café expandiu-se pelos
contrafortes da Serra do Mar, atingindo em
1825 o Vale da Paraíba, tendo alcançado os
Estados de São Paulo e Minas Gerais.
• O café era chamado de “ouro verde” e
tornou-se o carro-chefe da economia
brasileira no século XIX.
5. • Comparado com o açúcar e outras
lavouras, o café exigia menos
investimentos na produção, a parte mais
dispendiosa era a mão-de-obra.
• Em quatro ou cinco anos um pé de café
se tornava produtivo e tinha uma vida útil
média de vinte anos.
• Os capitais iniciais para a produção do
café vieram dos fazendeiros e
comerciantes, que enriqueceram após a
vinda da Família Real ao Brasil, a partir de
1808.
8. • As técnicas de produção de café eram
simples: desmatava-se a terra,
plantavam-se as mudas, enquanto elas
cresciam, outras culturas eram plantadas
em torno dos cafezais, principalmente
gêneros alimentícios.
• A colheita era feita manualmente, os
grãos eram colocados para secar em
terreiros. A seguir, o café era beneficiado,
através de monjolos, máquinas
primitivas de madeira formadas por
pilões socadores movidos a força d’água.
10. • Entre 1830 e 1880, o forte da produção
do café está no Vale do Paraíba, região que
abrangia principalmente o Rio de Janeiro e
regiões de São Paulo e Minas Gerais, e
seguia o modelo de plantation e era
dependente da mão-de-obra escrava.
• Com a incorporação das terras novas do
Oeste Paulista, houve o aumento da
produção, a expansão do porto de Santos
e uma carência de mão-de-obra que
impulsionou a imigração europeia.
11. “A exportação de café pelo Porto de Santos
foi responsável pelo notável
desenvolvimento da Cidade na virada do
século 19 para o século 20. Basta observar o
crescimento demográfico registrado: em
1872, a população local era de 9.151
habitantes; em 1913, 41 anos depois,
multiplicou-se por dez, atingiu 88.967
pessoas. Tudo isso foi causado pelo café,
produzido no interior paulista e escoado
para o Porto de Santos pela Estrada de
Ferro Santos-Jundiaí, inaugurada em 1867.”
(Fonte)
13. Região: Campinas, Mogi-Guaçu, Ribeirão Preto.
solo plano e excepcionalmente fértil, a famosa
terra roxa, oriunda da decomposição das rochas
vulcânicas. Roxa que veio do italiano “rossa”
(vermelha) → maior produtividade → mão-de-
obra imigrante → fazendeiros com perfil
empresarial e dinâmico.
Valorização do porto de Santos e expansão das
ferrovias: São Paulo Railway – Santos - Jundiaí
(1868), Ituana – Itu – Campinas (1873), Mogiana e
Sorocabana (1875)
14. • A moda do consumo de café na Europa apareceu no século XVIII, mas os
cafés, como lugares de socialização, se expandiram no século XIX e, junto
com a demanda norte-americana, impulsionaram a economia brasileira.
14
(A
Illustração Brazileira, n. 2, 15 jun.
1909 (adaptado))
15.
16. Máquinas, indústria
em geral, produção
agrícola não
cafeeira, setor
ferroviário, bancário
e de serviços e
processo dinâmico
de acumulação do
mercado interno.
Habilidades
adquiridas pelo
indivíduo que
incrementa seu
potencial produtivo.
Conhecimento
técnico,
desenvolvimento
cultural, escolas,
universidades,
imprensa, institutos,
etc.
17. • Os capitais excedentes do café
paulista foram investidos em
atividades como bancos, palacetes na
capital (como o que está ao lado),
instituições de ensino, monumentos
e na indústria.
• Não houve um crescimento industrial
provocado pelo café, mas São Paulo se
tornou um centro industrial a partir
do início do século XX.
17
19. • Em 1844, visando solucionar o grave déficit, o Governo
imperial decretou uma nova política com relação às
tarifas alfandegárias. Isso só foi possível porque os
tratados de 1810, assinado com a Inglaterra e
renovado em 1827 por mais 15 anos, terminara.
• A (1844), aumentou a arrecadação
e favoreceu indiretamente a indústria no Brasil e
colocou fim aos privilégios concedidos aos ingleses.
• As tarifas sobre importados oscilavam entre 40-60%
contemplando cerca de 3 mil produtos. Produtos
importantes para a indústria, como o ferro, ou as
máquinas à vapor, tinham tarifas menores.
19
20. • Comerciantes e industrias ingleses, importadores brasileiros e membros
das elites que consumiam produtos importados ficaram muito
insatisfeitos.
20
21. • A (8 de agosto de 1845), autorizando os ingresses a
apreenderem navios negreiros, e a (4 de setembro
de 1850), que confirmou a lei de 1831, e aboliu o tráfico de escravizados
para o Brasil, possibilitaram a liberação de capitais. Parte deles terminou
indo para a indústria e infraestrutura.
21
22. O desembarque de escravizados no Rio foi integralmente concentrado na
região da a partir de 1774, com mercado de escravos,
casas de comércio, um cemitério e um lazareto.
.
22
23. . Entre as áreas econômicas que se desenvolveram,
destacam-se as que produziam couro, sabão, papel e bens de consumo.
23
24. (1813-1889) foi a
personagem mais importante da indústria e do
desenvolvimento da infraestrutura (portos,
ferrovias, saneamento básico etc.) brasileira
durante o Segundo Império.
• Órfão de pai desde a infância, começou a trabalhar
aos 11 anos com um comerciante português.
• Em 1829, o inglês Ricardo Carruthers comprou a
firma onde Mauá trabalhava e ele se tornou
caixeiro da Companhia Inglesa, especializada em
importação e exportação. Aos 23 anos, fluente em
inglês, tornou-se sócio de Carruthers.
24
25. • Já rico, em 1845, Mauá vende sua parte na Carruthers e
compra a pequena fundição, situada na Ponta da Areia
em Niterói, marcando o início da indústria naval
brasileira.
• Entre outros empreendimentos, fundou Companhia
Fluminense de Transportes (1852), Companhia de
Navegação a Vapor do Rio Amazonas (1853), obtendo o
direito à navegação por 30 anos, a Companhia de
Iluminação a Gás do Rio de Janeiro (1854), inaugurou 15
km da primeira estrada de ferro ligando o Porto Mauá, na
baía da Guanabara, à encosta da Serra da Estrela (1854),
a Companhia de Abastecimento de Água do Rio de
Janeiro (1874) etc.
25
“labor omnia
vincit improbus”
("o trabalho
perseverante
vence todos os
obstáculos")
26. Criou o Banco Mauá, MacGregor & Cia (1855), com filiais do banco em
várias capitais brasileiras, além de Londres, Paris, Nova Iorque, Buenos Aires
e Montevidéu ajudou a refundar o Banco do Brasil (1850), participou da
construção da Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Central do Brasil), da
Estrada de Ferro Recife-São Francisco e da Santos-Jundiaí, iniciou a
construção do Canal do Mangue (1850) e instalou os primeiros cabos
telegráficos submarinos, ligando o Brasil à Europa.
26
29. • Recebeu o título de Barão de Mauá em
1854 e de Visconde em 1874.
.
29
• Há suspeitas de sabotagem aos empreendimentos de Mauá, mas o fato é
que ao longo dos anos 1870, seus negócios declinaram e foram sendo
encerrados sem contar com o apoio estatal. Endividado, ele só conseguiu
quitar todas as suas dívidas em 1884 e veio a falecer em 1889.
30. (1860) que reduziu as taxas de importação de vários
produtos, especialmente, as máquinas, ferramentas e ferragens. A
nova política tarifaria prejudicou particularmente os empreendimentos do
Barão de Mauá, que produzia maquinaria. Os principais beneficiados
foram os ingleses.
30
31. • Diferentemente do ocorrido nos Estados Unidos, em que o sistema
conhecido como favoreceu a posse de terra pelos
cidadãos comuns e atraiu imigrantes, a (1850) favoreceu o
latifúndio.
.
• As sesmarias poderiam ser revalidadas, mas poucas foram e muitos
latifundiários se recusaram a regularizar as suas terras.
.
31
32. • Terras devolutas são terras públicas sem destinação dada pelo Estado e
que em nenhum momento pertenceram a um particular, ainda que
estejam irregularmente sob sua posse. O termo “devoluta” relaciona-se ao
conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado. Quaisquer
benfeitorias feitas em terras devolutas seriam perdidas e os ocupantes
expulsos.
32
33. 33
Acesso à terra negado aos ex-
escravizados e imigrantes sem
recursos.
Acesso à terra garantido aos
grandes latifundiários pela
compra.
Necessidade de mão-de-obra
barata.
Necessidade de trabalho
para a sua subsistência.
Reprodução do latifúndio com alta lucratividade para os seus
donos.
34. COTRIM, Gilberto. História Global. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14ª ed. São Paulo: UNESP, 2015.
KOSHIBA, Luiz, PEREIRA, Denise Manzi Frayze. História do Brasil no
contexto da história ocidental. 8ª ed. São Paulo: Atual, 2003.
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Notas do Editor
Lembrar a Estrada Real que ia até o porto da cidade de Paraty.
Lembrar a Estrada Real que ia até o porto da cidade de Paraty.