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A busca pelo sentido da vida sempre foi
como também continua sendo um dos maiores
anseios da humanidade pelo fato de que o
existir é algo grandioso demais para não dar
valor. Existir é um fator importantíssimo para o
conhecimento de nós mesmos e de tudo que
nos cerca, pois nos impulsiona para uma maior
compreensão da realidade em que vivemos.
É, sobretudo, a partir dessas afirmações que
me propus a aprofundar o existencialismo de
Kierkegaard.
1 - KIERKEGAARD: VIDA, CONTEXTO
HISTÓRICO E FILOSÓFICO
2 - ANGÚSTIA E DESESPERO COMO ELEMENTO
ONTOLÓGICO DA EXISTÊNCIA HUMANA
3 - A FÉ E A LIBERDADE
* 3.1 A fé como remédio – o salto para liberdade.
* 3.2 A existência humana na relação com o
absoluto
O pensador Sören Aabye Kierkegaard nasceu em
Copenhague, capital da Dinamarca, a 5 de maio de
1813. Filósofo, teólogo, poeta e crítico impiedoso da
religiosidade institucional, além do mais, considerado
o pensador de maior destaque da corrente
existencialista contemporânea pela sua opção radical
e pela defesa do valor da existência humana enquanto
indivíduo.

As suas ideias são expressões de sua existência.
As suas ideias são expressões de sua existência

Família – infância e juventude

Paixão por Regina Olsen
Sentimento religioso
As suas ideias são expressões de sua existência

Uso de pseudônimos
- um período de grande crise política e militar devido
a consequentes guerras napoleônicas

- época da política liberal que aboliu o trabalho
obrigatório do camponês para os nobres “seus
senhores”; abolição da monarquia absolutista
- A Igreja era como uma instituição estatal
- Seu pensamento baseia-se em sua cultura romântica, religiosa
e influenciada pela filosofia alemã e nos complexos
sentimentais profundos - filosofia alemã como fonte
importante de seu pensamento.
-A filosofia de Kierkegaard se edifica no confronto com o
pensamento especulativo de Hegel, que busca a essência do
real na verdade absoluta do pensamento.
- Contra a dialética abstrata dos conceitos racionais - vivemos
concretamente a angústia de existirmos na possibilidade de ser
- Considerado o precursor do
existencialismo, Kierkegaard refuta a
universalidade lógica da
verdade conceitual para fundar o seu
pensamento na existência singular e
intransferível do homem.
- Ele dirige sua crítica ao sistema hegeliano por
partir do conceito da existência do indivíduo
- A filosofia hegeliana, de caráter
abstrato, não consegue compreender a
existência do ser humano, a sua angústia
e o seu desespero. Como pensador
cristão, Kierkegaard defendeu o
conhecimento da fé contra a supremacia
da razão.
- Para ele, ser homem, existir, é ter que viver a
angústia de ser na necessária contingência de
cada instante; e de tal modo que ninguém pode
outorgar ou assumir a possibilidade do
outro, tendo assim que se responsabilizar pela
tarefa de sua existência.
- Opondo-se a ideia
sistemática, Kierkegaard procurou destacar
as condições específicas da existência
humana e incorporá-las às reflexões
filosóficas.

-Em suas obras procurou analisar os
problemas da relação existencial do homem
-Para ele, a existência é possibilidade como
ameaça do nada, portanto, possibilidade como
angústia;
- O homem precisa vir a ser o que ele é;
- a verdade ocorre na decisão do instante, como
uma tarefa da liberdade de existir.
O INDIVÍDUO E A
EXISTÊNCIA COMO
POSSIBILIDADE
- Seu pensamento é essencialmente religioso: é
a defesa da existência do indivíduo, existência
que só se torna autêntica diante da
transcendência de Deus. Chegar a ser um
indivíduo, é o mesmo que chegar a ser cristão
em espírito e em verdade. Ser cristão é
defrontar-se sozinho com Deus e
realizar, assim, a plenitude individual.
O INDIVÍDUO

- O homem singular não tem
existência conceitual;
é, portanto, uma existência que
corresponde à realidade
singular, corresponde ao
indivíduo - uma filosofia
O INDIVÍDUO
A verdade subjetiva
-A verdade deve tornar-se existencial no ato de o indivíduo
viver aquilo em que acredita, na realização dos seus
objetivos mais profundos. O indivíduo é energia
viva, ativa, autodeterminante, que surge a partir de
situações concretas de opção, situações enraizadas nos
momentos em que o homem focaliza todas as suas
potencialidades numa opção que ressoará por toda sua
vida. Essa opção que torna o simples indivíduo em um
indivíduo existencial constitui a tarefa suprema do ser
humano, pois trata de uma missão dirigida a cada homem e
A EXISTÊNCIA
como
POSSIBILIDADE
- O existir do homem é possibilidade, ou seja, o
que o homem pode fazer e realizar na
experiência concreta e vivida.
-Para o homem, existir é encontrar-se sempre
confrontando com as possibilidades.
- Na relação consigo mesmo, ele sente o peso
das possibilidades da existência, percebendo-se
assim, diante da infinitude das possibilidades e
dos seus próprios limites
A EXISTÊNCIA
como
POSSIBILIDADE
-É peculiar do indivíduo a existência cujo
modo de ser é a possibilidade. E na
possibilidade tudo é possível, ela é ameaça
do nada, e disso brota a condição
fundamental da existência humana: a
angústia, como puro sentimento do
possível, isto é, do futuro, daquilo que pode
acontecer e que pode ser muito mais terrível
do que a realidade.
O desespero e a angústia
-o desespero e a angústia são questões
relevantes que Kierkegaard trata em sua
filosofia, justamente por serem problemas
reais do ser humano. Fazem parte da
condição do indivíduo e da sua relação
com a própria existência.
-Podemos dizer que a angústia e o
desespero, na qualidade de problemas
existenciais, guardam entre si uma relação
muito estreita. Os dois estão intimamente
ligados, na medida em que ambos estão
embasados na própria complexidade da
trama da existência pessoal de cada
indivíduo.
O conceito da angústia
- é um sentimento que ao contrário do
medo não tem objeto preciso.
O conceito da angústia
-Para Kierkegaard, a
angústia é um estado
que manifesta a relação
do indivíduo com o
mundo, uma relação
determinada pela
liberdade.
O conceito da angústia
O conceito da angústia
A angústia em
Kierkegaard precede o
pecado e está ligada à
possibilidade e à
liberdade. É vertigem
diante do que não é, mas
poderá ser pelo uso de
uma liberdade que não se
experimentou e que não se
conhece; é desejo do que
se teme, temor do que se
deseja.
O conceito da angústia

Angústia objetiva

Angústia subjetiva
O conceito da angústia

Angústia subjetiva
E na experiência da angústia
subjetiva, o indivíduo pode superá-la
quando a Salvação é tida como uma
realidade, e isto será possível pela fé
no Deus que tudo é possível.
O conceito da angústia

O homem vê entre ele e o mundo um
vácuo que o faz perder todo sentimento de
segurança. Só na mediada em que for
capaz de sofrer a prova desse abandono e
dar o salto pela fé será existencialmente
livre.
O conceito da angústia

- Ela é a possibilidade
da liberdade, e é
preciso ser educado
por ela para ser livre
mediante a infinitude
que lhe é própria. A
angústia se vence
somente com a fé. Ela
é uma aventura que
todo homem deve
correr se não quer
perder-se.
O conceito da angústia

-Somente em virtude da fé ela
possui um valor educativo. A
angústia vem do fato de que
Deus deixa o homem livre, à
sua imagem, para operar, por
seus atos concretos, as escolhas
em que se projeta a
fim de construir-se,
de edificar-se.
O DESESPERO
HUMANO
- O desespero pertence ao eu, consiste no viver da

morte pelo eu. É inerente à personalidade do
homem, à relação consigo próprio e à possibilidade
desta relação. O indivíduo pode saber que está no
desespero sem saber a causa de tal situação. Mas se
houver uma clareza completa, isto é, se o indivíduo
tiver plena consciência da motivação total, então o
desespero desaparecerá na medida em que se torna
consciente de tal realidade.
O DESESPERO
HUMANO
Doença para a morte

- é uma doença até a morte porque o
desesperado deseja a morte do eu, uma
modificação, transformação da relação do eu
com ele mesmo.
- é a culpa do homem que não sabe aceitar a si

mesmo em sua profundidade: é um eterno
morrer sem, no entanto morrer, uma
autodestruição impotente.
O DESESPERO
HUMANO
Doença para a morte

- O homem em desespero tem o costume de se
considerar vítima de circunstâncias
externas, mas quando reconhece que o
problema é interior a reação é de curar-se de si
mesmo. Eis o ponto de sua grandeza e de sua
miséria, pois o desespero tem como raiz, no
O DESESPERO
HUMANO
Doença para a morte

- O eu que não se torna ele próprio permanece
desesperado; enquanto não consegue tornar-se
ele próprio, o eu não é ele próprio, portanto não
ser ele próprio é o próprio desespero.
O DESESPERO
HUMANO
Doença para a morte

- O desespero ensina que é impossível vencer o
desespero, que ele é de fato a doença até a morte do
eu. Mas a impossibilidade de vencer o desespero só
é uma impossibilidade para aquele que não
acredita em Deus, para aquele que não tem fé – se a
Salvação é impossível para o homem, a Deus tudo
continua sendo possível. Assim o único remédio
para o desespero é a fé, porque ter fé é acreditar
que para Deus tudo é possível.
A FÉ
E A LIBERDADE
- A existência é o modo de ser do
indivíduo, como é também o reino da liberdade:
o homem é o que escolhe ser, é aquilo que se
torna. Segundo Kierkegaard, é exatamente a
vida de fé que constitui a forma
verdadeiramente autêntica da existência
finita, vista como o encontro do indivíduo com a
singularidade de Deus.
A FÉ COMO REMÉDIO
- O SALTO PARA
LIBERDADE

-Para Kierkegaard, o caminho que leva
o cristão defrontar-se sozinho com
Deus e realizar, assim a plenitude
individual está nas etapas da
existência.

- os estádios estético, ético e religioso
A FÉ COMO REMÉDIO
- O SALTO PARA
LIBERDADE

- o salto que leva ao estádio religioso
leva o indivíduo a reconhecer que só
poderá conseguir auto-realizar-se
relacionando com o Absoluto. É o fato
da fé ser conseguida após o salto no
escuro.
A FÉ COMO REMÉDIO
- O SALTO PARA
LIBERDADE

-Passar pela porta que se abre para a
transcendência do Absoluto faz-nos
penetrar no eterno. Provoca o
desprendimento e o salto, graças aos quais
o homem ultrapassa os seus limites, enchese da sua verdade e existe
verdadeiramente e plenamente.
A EXISTÊNCIA HUMANA E A SUA
RELAÇÃO COM O ABSOLUTO

-O paradoxo da condição
humana, caracterizada pela sede absoluta
de verdade e pelo pecado, inerente a
nossa natureza, é um escândalo em
si, escândalo do qual o cristianismo
pretende ser a expressão: Cristo sofre e
morre como homem, mas fala como
Deus.
A EXISTÊNCIA HUMANA
E A SUA RELAÇÃO COM
O ABSOLUTO

-O escândalo realiza-se
igualmente na situação
do homem que pede a
Deus para enviar-lhe a
fé, enquanto esta prece
é ela própria um dom
de Deus.
A EXISTÊNCIA HUMANA E A SUA
RELAÇÃO COM O ABSOLUTO
-Para ele, não existimos para filosofar, mas filosofamos
para existir, pois a certeza só pode derivar da prova da
vida e da ação, porque não é a razão pura, mas o
próprio existente, e justamente enquanto existente, que
crê e assume a verdade. A autêntica existência é aquela
que está disponível para o amor de Deus, a existência
daquele que não crê mais em si mesmo, mas somente
em Deus.
REFERÊNCIAS
BLANC, Charles Le. Kierkegaard. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.

FARANGO, France. Compreender Kierkegaard. Tradução de Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, 2006.
GILES, Thomas Ransom. História do existencialismo e da fenomenologia. São Paulo: Editora Pedagógica e
Universitária, 1975. v.I-II
GIORDANI, Mário Curtis. Iniciação ao existencialismo. Petrópolis: Vozes, 1997.

KIERKEGAARD, Sören. O conceito de angústia. Tradução de João Lopes Alves. Editorial Presença, [s.d.].
______. O desespero humano. Tradução de Carlos Grifo, Maria J. Marinho, Adolfo Casais Monteiro São Paulo:
Abril Cultural, 1979. (Os pensadores)
______. Diário de um sedutor. Tradução de Carlos Grifo, Maria J. Marinho, Adolfo Casais Monteiro São Paulo:
Abril Cultural, 1979. (Os pensadores)
JOLIVET, Régis. As doutrinas existencialistas: de Kierkegaard a Sartre. Porto: Livraria Tavares Martins, 1961.
v.8.
MONDIN, Battista. Curso de filosofia: os filósofos do Ocidente. São Paulo: Paulinas, 1985.
PAULA, Marcio Gimenes de. Indivíduo e comunidade na filosofia de Kierkegaard. São Paulo: Paulus, 2009.
REALE, Giovanni; Antiseri, Dario. História da filosofia: do romantismo ao empiriocritismo. Tradução de Ivo
Storniolo. São Paulo: Paulus, 2005. v. 5.
SCIACCA, Michele Federico. História da Filosofia. Tradução de Luis Washington Vita. São Paulo: Mestre
Jou, 1968.
BLIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. Tradução de Antonio Ramos Rosa. Lisboa: Editorial
Presença, 1976. v.8
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2002.
KIERKEGAARD, Sören. Temor e tremor. Tradução de Carlos Grifo, Maria J. Marinho, Adolfo Casais Monteiro
São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os pensadores)
______. Ponto de vista explicativo da minha obra como escritor. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições
70, 1986. (Textos filosóficos)
MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. São Paulo: Edições Loyola, 2001. (Tomo III)
NOGARE, Pedro Dalle. Humanismos e anti-humanismos: introdução à antropologia filosófica. 9. ed.
Petrópolis: Vozes, 1985.
OS FILÓSOFOS. Clássicos da filosofia: de Kant a Popper. Rossano Pecoraro (org.). Petrópolis: Vozes; PUCRio, 2008.v. II.
REICHMANN, Ernani. Kierkegaard. Curitiba: JR, 1972.
ROVIGHI, Sofia Vanni. História da Filosofia Contemporânea: do século XIX à neoescolástica. 3. ed. São Paulo:
Loyola, 2004.

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A angústia e o desespero como fundamento ontológico

  • 1.
  • 2. A busca pelo sentido da vida sempre foi como também continua sendo um dos maiores anseios da humanidade pelo fato de que o existir é algo grandioso demais para não dar valor. Existir é um fator importantíssimo para o conhecimento de nós mesmos e de tudo que nos cerca, pois nos impulsiona para uma maior compreensão da realidade em que vivemos. É, sobretudo, a partir dessas afirmações que me propus a aprofundar o existencialismo de Kierkegaard.
  • 3. 1 - KIERKEGAARD: VIDA, CONTEXTO HISTÓRICO E FILOSÓFICO 2 - ANGÚSTIA E DESESPERO COMO ELEMENTO ONTOLÓGICO DA EXISTÊNCIA HUMANA 3 - A FÉ E A LIBERDADE * 3.1 A fé como remédio – o salto para liberdade. * 3.2 A existência humana na relação com o absoluto
  • 4. O pensador Sören Aabye Kierkegaard nasceu em Copenhague, capital da Dinamarca, a 5 de maio de 1813. Filósofo, teólogo, poeta e crítico impiedoso da religiosidade institucional, além do mais, considerado o pensador de maior destaque da corrente existencialista contemporânea pela sua opção radical e pela defesa do valor da existência humana enquanto indivíduo. As suas ideias são expressões de sua existência.
  • 5. As suas ideias são expressões de sua existência Família – infância e juventude Paixão por Regina Olsen Sentimento religioso
  • 6. As suas ideias são expressões de sua existência Uso de pseudônimos
  • 7. - um período de grande crise política e militar devido a consequentes guerras napoleônicas - época da política liberal que aboliu o trabalho obrigatório do camponês para os nobres “seus senhores”; abolição da monarquia absolutista - A Igreja era como uma instituição estatal
  • 8. - Seu pensamento baseia-se em sua cultura romântica, religiosa e influenciada pela filosofia alemã e nos complexos sentimentais profundos - filosofia alemã como fonte importante de seu pensamento. -A filosofia de Kierkegaard se edifica no confronto com o pensamento especulativo de Hegel, que busca a essência do real na verdade absoluta do pensamento. - Contra a dialética abstrata dos conceitos racionais - vivemos concretamente a angústia de existirmos na possibilidade de ser
  • 9. - Considerado o precursor do existencialismo, Kierkegaard refuta a universalidade lógica da verdade conceitual para fundar o seu pensamento na existência singular e intransferível do homem. - Ele dirige sua crítica ao sistema hegeliano por partir do conceito da existência do indivíduo
  • 10. - A filosofia hegeliana, de caráter abstrato, não consegue compreender a existência do ser humano, a sua angústia e o seu desespero. Como pensador cristão, Kierkegaard defendeu o conhecimento da fé contra a supremacia da razão.
  • 11. - Para ele, ser homem, existir, é ter que viver a angústia de ser na necessária contingência de cada instante; e de tal modo que ninguém pode outorgar ou assumir a possibilidade do outro, tendo assim que se responsabilizar pela tarefa de sua existência.
  • 12. - Opondo-se a ideia sistemática, Kierkegaard procurou destacar as condições específicas da existência humana e incorporá-las às reflexões filosóficas. -Em suas obras procurou analisar os problemas da relação existencial do homem
  • 13. -Para ele, a existência é possibilidade como ameaça do nada, portanto, possibilidade como angústia; - O homem precisa vir a ser o que ele é; - a verdade ocorre na decisão do instante, como uma tarefa da liberdade de existir.
  • 14. O INDIVÍDUO E A EXISTÊNCIA COMO POSSIBILIDADE - Seu pensamento é essencialmente religioso: é a defesa da existência do indivíduo, existência que só se torna autêntica diante da transcendência de Deus. Chegar a ser um indivíduo, é o mesmo que chegar a ser cristão em espírito e em verdade. Ser cristão é defrontar-se sozinho com Deus e realizar, assim, a plenitude individual.
  • 15. O INDIVÍDUO - O homem singular não tem existência conceitual; é, portanto, uma existência que corresponde à realidade singular, corresponde ao indivíduo - uma filosofia
  • 16. O INDIVÍDUO A verdade subjetiva -A verdade deve tornar-se existencial no ato de o indivíduo viver aquilo em que acredita, na realização dos seus objetivos mais profundos. O indivíduo é energia viva, ativa, autodeterminante, que surge a partir de situações concretas de opção, situações enraizadas nos momentos em que o homem focaliza todas as suas potencialidades numa opção que ressoará por toda sua vida. Essa opção que torna o simples indivíduo em um indivíduo existencial constitui a tarefa suprema do ser humano, pois trata de uma missão dirigida a cada homem e
  • 17. A EXISTÊNCIA como POSSIBILIDADE - O existir do homem é possibilidade, ou seja, o que o homem pode fazer e realizar na experiência concreta e vivida. -Para o homem, existir é encontrar-se sempre confrontando com as possibilidades. - Na relação consigo mesmo, ele sente o peso das possibilidades da existência, percebendo-se assim, diante da infinitude das possibilidades e dos seus próprios limites
  • 18. A EXISTÊNCIA como POSSIBILIDADE -É peculiar do indivíduo a existência cujo modo de ser é a possibilidade. E na possibilidade tudo é possível, ela é ameaça do nada, e disso brota a condição fundamental da existência humana: a angústia, como puro sentimento do possível, isto é, do futuro, daquilo que pode acontecer e que pode ser muito mais terrível do que a realidade.
  • 19. O desespero e a angústia -o desespero e a angústia são questões relevantes que Kierkegaard trata em sua filosofia, justamente por serem problemas reais do ser humano. Fazem parte da condição do indivíduo e da sua relação com a própria existência.
  • 20. -Podemos dizer que a angústia e o desespero, na qualidade de problemas existenciais, guardam entre si uma relação muito estreita. Os dois estão intimamente ligados, na medida em que ambos estão embasados na própria complexidade da trama da existência pessoal de cada indivíduo.
  • 21. O conceito da angústia - é um sentimento que ao contrário do medo não tem objeto preciso.
  • 22. O conceito da angústia -Para Kierkegaard, a angústia é um estado que manifesta a relação do indivíduo com o mundo, uma relação determinada pela liberdade.
  • 23. O conceito da angústia
  • 24. O conceito da angústia A angústia em Kierkegaard precede o pecado e está ligada à possibilidade e à liberdade. É vertigem diante do que não é, mas poderá ser pelo uso de uma liberdade que não se experimentou e que não se conhece; é desejo do que se teme, temor do que se deseja.
  • 25. O conceito da angústia Angústia objetiva Angústia subjetiva
  • 26. O conceito da angústia Angústia subjetiva E na experiência da angústia subjetiva, o indivíduo pode superá-la quando a Salvação é tida como uma realidade, e isto será possível pela fé no Deus que tudo é possível.
  • 27. O conceito da angústia O homem vê entre ele e o mundo um vácuo que o faz perder todo sentimento de segurança. Só na mediada em que for capaz de sofrer a prova desse abandono e dar o salto pela fé será existencialmente livre.
  • 28. O conceito da angústia - Ela é a possibilidade da liberdade, e é preciso ser educado por ela para ser livre mediante a infinitude que lhe é própria. A angústia se vence somente com a fé. Ela é uma aventura que todo homem deve correr se não quer perder-se.
  • 29. O conceito da angústia -Somente em virtude da fé ela possui um valor educativo. A angústia vem do fato de que Deus deixa o homem livre, à sua imagem, para operar, por seus atos concretos, as escolhas em que se projeta a fim de construir-se, de edificar-se.
  • 30. O DESESPERO HUMANO - O desespero pertence ao eu, consiste no viver da morte pelo eu. É inerente à personalidade do homem, à relação consigo próprio e à possibilidade desta relação. O indivíduo pode saber que está no desespero sem saber a causa de tal situação. Mas se houver uma clareza completa, isto é, se o indivíduo tiver plena consciência da motivação total, então o desespero desaparecerá na medida em que se torna consciente de tal realidade.
  • 31. O DESESPERO HUMANO Doença para a morte - é uma doença até a morte porque o desesperado deseja a morte do eu, uma modificação, transformação da relação do eu com ele mesmo. - é a culpa do homem que não sabe aceitar a si mesmo em sua profundidade: é um eterno morrer sem, no entanto morrer, uma autodestruição impotente.
  • 32. O DESESPERO HUMANO Doença para a morte - O homem em desespero tem o costume de se considerar vítima de circunstâncias externas, mas quando reconhece que o problema é interior a reação é de curar-se de si mesmo. Eis o ponto de sua grandeza e de sua miséria, pois o desespero tem como raiz, no
  • 33. O DESESPERO HUMANO Doença para a morte - O eu que não se torna ele próprio permanece desesperado; enquanto não consegue tornar-se ele próprio, o eu não é ele próprio, portanto não ser ele próprio é o próprio desespero.
  • 34. O DESESPERO HUMANO Doença para a morte - O desespero ensina que é impossível vencer o desespero, que ele é de fato a doença até a morte do eu. Mas a impossibilidade de vencer o desespero só é uma impossibilidade para aquele que não acredita em Deus, para aquele que não tem fé – se a Salvação é impossível para o homem, a Deus tudo continua sendo possível. Assim o único remédio para o desespero é a fé, porque ter fé é acreditar que para Deus tudo é possível.
  • 35. A FÉ E A LIBERDADE - A existência é o modo de ser do indivíduo, como é também o reino da liberdade: o homem é o que escolhe ser, é aquilo que se torna. Segundo Kierkegaard, é exatamente a vida de fé que constitui a forma verdadeiramente autêntica da existência finita, vista como o encontro do indivíduo com a singularidade de Deus.
  • 36. A FÉ COMO REMÉDIO - O SALTO PARA LIBERDADE -Para Kierkegaard, o caminho que leva o cristão defrontar-se sozinho com Deus e realizar, assim a plenitude individual está nas etapas da existência. - os estádios estético, ético e religioso
  • 37. A FÉ COMO REMÉDIO - O SALTO PARA LIBERDADE - o salto que leva ao estádio religioso leva o indivíduo a reconhecer que só poderá conseguir auto-realizar-se relacionando com o Absoluto. É o fato da fé ser conseguida após o salto no escuro.
  • 38. A FÉ COMO REMÉDIO - O SALTO PARA LIBERDADE -Passar pela porta que se abre para a transcendência do Absoluto faz-nos penetrar no eterno. Provoca o desprendimento e o salto, graças aos quais o homem ultrapassa os seus limites, enchese da sua verdade e existe verdadeiramente e plenamente.
  • 39. A EXISTÊNCIA HUMANA E A SUA RELAÇÃO COM O ABSOLUTO -O paradoxo da condição humana, caracterizada pela sede absoluta de verdade e pelo pecado, inerente a nossa natureza, é um escândalo em si, escândalo do qual o cristianismo pretende ser a expressão: Cristo sofre e morre como homem, mas fala como Deus.
  • 40. A EXISTÊNCIA HUMANA E A SUA RELAÇÃO COM O ABSOLUTO -O escândalo realiza-se igualmente na situação do homem que pede a Deus para enviar-lhe a fé, enquanto esta prece é ela própria um dom de Deus.
  • 41. A EXISTÊNCIA HUMANA E A SUA RELAÇÃO COM O ABSOLUTO -Para ele, não existimos para filosofar, mas filosofamos para existir, pois a certeza só pode derivar da prova da vida e da ação, porque não é a razão pura, mas o próprio existente, e justamente enquanto existente, que crê e assume a verdade. A autêntica existência é aquela que está disponível para o amor de Deus, a existência daquele que não crê mais em si mesmo, mas somente em Deus.
  • 42. REFERÊNCIAS BLANC, Charles Le. Kierkegaard. São Paulo: Estação Liberdade, 2003. FARANGO, France. Compreender Kierkegaard. Tradução de Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, 2006. GILES, Thomas Ransom. História do existencialismo e da fenomenologia. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1975. v.I-II GIORDANI, Mário Curtis. Iniciação ao existencialismo. Petrópolis: Vozes, 1997. KIERKEGAARD, Sören. O conceito de angústia. Tradução de João Lopes Alves. Editorial Presença, [s.d.]. ______. O desespero humano. Tradução de Carlos Grifo, Maria J. Marinho, Adolfo Casais Monteiro São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os pensadores) ______. Diário de um sedutor. Tradução de Carlos Grifo, Maria J. Marinho, Adolfo Casais Monteiro São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os pensadores) JOLIVET, Régis. As doutrinas existencialistas: de Kierkegaard a Sartre. Porto: Livraria Tavares Martins, 1961. v.8. MONDIN, Battista. Curso de filosofia: os filósofos do Ocidente. São Paulo: Paulinas, 1985. PAULA, Marcio Gimenes de. Indivíduo e comunidade na filosofia de Kierkegaard. São Paulo: Paulus, 2009. REALE, Giovanni; Antiseri, Dario. História da filosofia: do romantismo ao empiriocritismo. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2005. v. 5. SCIACCA, Michele Federico. História da Filosofia. Tradução de Luis Washington Vita. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
  • 43. BLIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. Tradução de Antonio Ramos Rosa. Lisboa: Editorial Presença, 1976. v.8 COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2002. KIERKEGAARD, Sören. Temor e tremor. Tradução de Carlos Grifo, Maria J. Marinho, Adolfo Casais Monteiro São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Os pensadores) ______. Ponto de vista explicativo da minha obra como escritor. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 1986. (Textos filosóficos) MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. São Paulo: Edições Loyola, 2001. (Tomo III) NOGARE, Pedro Dalle. Humanismos e anti-humanismos: introdução à antropologia filosófica. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1985. OS FILÓSOFOS. Clássicos da filosofia: de Kant a Popper. Rossano Pecoraro (org.). Petrópolis: Vozes; PUCRio, 2008.v. II. REICHMANN, Ernani. Kierkegaard. Curitiba: JR, 1972. ROVIGHI, Sofia Vanni. História da Filosofia Contemporânea: do século XIX à neoescolástica. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2004.