2. O que é um Jubileu?
O termo jubileu tem sua origem numa palavra hebraica (yöbël) que
significa “do carneiro”.
Isto porque o povo hebreu ao declarar um ano Santo tocava um
instrumento confeccionado de um chifre de carneiro (shofar). Este
termo hebraico, enquanto verbo, pode significar “trazer de volta”.
3. A experiência de um ano especial já
pode ser encontrada no AT
Ano Sabático (a cada 7 anos)
Ano Jubilar (50 em 50 anos)
4. Ano sabático: Lv 25,1-7
A partir desse texto do Levítico, pode-se fazer o seguinte elenco das caraterísticas
do Ano Sabático:
1) Acontecia a cada sete anos;
2) Do ponto de vista teológico, é uma instituição estabelecida por Deus ainda no
Monte Sinai e, portanto, em contexto de Aliança;
3) Começa a ser observada a partir da entrada na terra, isto é, quando Israel se
torna um povo sedentário e de agricultores;
4) Consiste num ano de repouso para a terra, pois cessa o trabalho para os
agricultores, diaristas, escravos e escravas, imigrantes e animais;
5) A dimensão ecológica (descanso da terra e dos animais) se coliga com a
dimensão social (agricultores, escravos e escravas, diaristas e imigrantes) e a
dimensão teológica (para o Senhor). A perspectiva é universalista, pois inclui os
imigrantes que trabalham em Israel
5. ANO JUBILAR
De acordo com Lv 25,9, a trombeta deveria ser tocada em todo o
país no décimo dia do sétimo mês após transcorrerem sete sábados
de anos, isto é, quarenta e nove anos. Assim, cada quinquagésimo
ano deveria ser anunciado como um Ano de Jubileu.
O contexto do anúncio é aquele de uma tradicional festa dos
hebreus (Yom Kippur) que ocorre nove dias após o ano novo do
judaísmo, o grande Dia da Expiação e do perdão dos pecados.
Nesse dia, é tocado o chifre do carneiro (Yobel) para proclamar a
remissão e a libertação (derôr) em toda a terra, depois que a culpa
havia sido removida através do sangue expiatório das vítimas.
6. Características do ano Jubilar
O Ano Jubilar impedia o acúmulo das terras.
O Ano Jubilar ajuda a criar ou fortalecer o sentimento de pertença a um clã.
Daí, a preocupação em conservar as genealogias.
Do ponto de vista religioso, o Ano Jubilar também tinha o papel de recordar
a soberania e o senhorio perpétuos do Senhor sobre o seu povo e sua terra.
Por isso, os israelitas nunca poderiam se tornar servos permanentes de
alguém.
Todas as terras entravam em repouso e deveriam retornar para o seu
proprietário original (Lv 25,10.13), e os membros do povo que foram
obrigados, por causa da pobreza, a se venderem como escravos eram
libertados. Dessa forma, está garantido um mecanismo de superação das
desigualdades sociais gritantes, e a consequente manutenção da liberdade
(Lv 25,39)
7. Outras características
Como acontece no Ano Sabático, neste ano especial não poderia haver
plantação ou colheita das lavouras. A produção espontânea da roça deveria
ser deixada ao alcance de todos os pobres da terra.
Se um judeu, empobrecido, tivesse que vender sua propriedade, o preço era
calculado pelo número de anos que faltavam até o Ano Jubilar, sem contar
os anos sabáticos. Na verdade, o que se comprava era o direito de usufruto
até o Jubileu ou o número de colheitas.
Se houvesse a melhora da condição socioeconômico daquele que vendeu
suas terras, e ele ou um parente próximo quisesse resgatá-las, isso poderia
acontecer a qualquer momento. Do mesmo modo, acontecia com a
libertação ou o resgate dos escravos.
8. A essência do Jubileu
Existem, portanto, três elementos que caracterizam a
essência do Ano Jubilar:
1- a liberdade pessoal
2- restituição da propriedade.
3- O terceiro elemento, contudo, é o mais importante: a fé
num Deus libertador, misericordioso e providente que a
tudo recapitula em Cristo Jesus.
9. O Jubileu na tradição da Igreja
O primeiro Ano Santo aconteceu no ano de 1300 por
proclamação de Papa Bonifácio VIII.
Mas é importantíssimo destacar que foi um evento
pedido pelo povo de Deus. Num momento de mudança
de século, os fiéis pediram ao Papa “uma indulgência de
todos os pecados, não só plena e mais abundante, mas
pleníssima” (Bula de proclamação).
Neste início o Papa fixou a frequência para celebração
jubilar para cada 100 anos.
10. No ano de 1342
Os romanos, novamente uma aclamação
popular, pedem uma redução do período
de espera. E o Papa Clemente VI reduz
para 50 anos.
11. Século XV
Em meados do século XV, o Papa
Paulo II, reduziu o período Inter
jubilar para 25 anos.
12. Gestos concretos de um Jubileu
O mais emblemático e evocativo é a abertura da Porta Santa: os peregrinos dirigem-se à
Porta em peregrinação, beijam-na com devoção e ajoelham-se no seu limiar em oração.
O peregrinar: nas peregrinações há a concretude do caminho, durante o qual o peregrino
se esforça e encontra companheiros na estrada (faz a experiência da fraternidade – somos
irmãos).
Há a concretude dos Sacramentos, sobretudo: a confissão e reconciliação com Deus e a
Eucaristia.
Há a concretude das obras de penitência: jejum e caridade.
É a Encarnação do Senhor Jesus que abre totalmente nossa história e mostra sua presença
no meio de nós.
UMA ESPERANÇA CONCRETA QUE SE PODE TOCAR
13. É IMPORTANTE RECORDAR
O Jubileu não nasce como intuição dos Papas, dos
pastores ou dos teólogos. É o fruto da fé do Povo de
Deus. É o evento mais popular na vida da Igreja: o
tempo da peregrinação aos túmulos dos Apóstolos, a
experiência da Porta Santa, o tempo da conversão, de
uma particular aproximação aos sacramentos.
15. TEMA: PEREGRINOS DE ESPERANÇA
Cada jubileu resguarda temas que os papas querem exprimir de acordo
com as necessidades de seu tempo.
1950: Pio XII teve objetivo quis trabalhar o tema da reconciliação após a II
Guerra mundial.
1975: Paulo VI insiste no valor da unidade, após 10 anos do Concílio
Vaticano II porque percebeu a contestação e divisão interna na Igreja.
João Paulo II, em 2000, centra o seu olhar no mistério da encarnação.
Neste de 2025, o Papa desejou falar de Esperança.
16. LOGOTIPO DO JUBILEU
1- A CRUZ DE CRISTO: é a esperança que nunca pode ser
abandonada, porque dela precisamos sempre e sobretudo nos
momentos de maior necessidade. A cruz em forma de vela,
transforma-se numa âncora que se impõe ao movimento das
ondas. Um símbolo universal de esperança;
2- AS QUATRO FIGURAS: representam a humanidade dos
quatro cantos da Terra. Abraçam-se uns aos outros, para
indicar solidariedade entre os povos e o primeiro agarra-se à
cruz.
3- O MAR AGITADO: lembra-nos as dificuldades da
peregrinação da vida. Frequentemente, os acontecimentos
pessoais e os eventos mundiais impõem com maior
intensidade o apelo a esperança.
O logotipo mostra o quanto o caminho do peregrino não é um
fato individual, mas comunitário, com a marca de um
dinamismo crescente, que tende cada vez mais para a cruz.
17. 2024 – ANO DA ORAÇÃO
Depois do ano dedicado à reflexão sobre os documentos e ao estudo dos
frutos do Concílio Vaticano II, o ano de 2024 será o ano da Oração.
Aproximando-se do Jubileu, as dioceses são convidadas a promover a
centralidade da oração individual e comunitária. Por isso, poderiam
propor-se “momentos de oração” para o Ano Santo, percursos de escola de
oração com etapas mensais ou semanais, presididas pelos Bispos, para
envolver todo o povo de Deus.
Para além disso, para viver este ano da melhor forma, será publicada uma
coleção de “Apontamentos sobre a oração”, para recolocar no centro a
profunda relação com o Senhor, através das múltiplas formas de oração
contempladas na rica tradição católica.
18. Coleção
1- Rezar hoje: um desafio a vencer – Angelo Comastri
2- Rezar com os almos – Gianfranco Ravasi
3- A oração de Jesus – Juan Lopez Vergara
4- Rezar com santos e pecadores - Paul Brendan Murray
5- As parábolas da oração – Antonio Pitta
6- A Igreja em oração – Um monge cartuxo
7- A oração de Maria e dos santos- Catherine Aubin
8- A oração que Jesus nos ensinou: Pai Nosso
19. Bula
A Bula de Indicação do Jubileu, que indica as
datas do início e do fim do Ano Santo, é
geralmente emitida no ano anterior, coincidindo
com a Solenidade da Ascensão. Para o Jubileu
de 2025, prevê-se que seja publicada a 9 de
maio de 2024.
22. Esquema do Subsidio
A oração como bússola que orienta
O subsídio dedica o primeiro capítulo ao “Ensinamento
do Papa Francisco sobre a oração” e o segundo às
diferentes formas de rezar. Os capítulos sucessivos são:
“A oração na comunidade paroquial”, “A oração na
família”, “A oração dos jovens”, “Retiros espirituais sobre
a oração”, “Catequese sobre a oração”, “A oração dos
mosteiros”, “A oração nos santuários” e “A oração dos
fiéis para o Jubileu de 2025”.