O documento resume os principais conceitos da filosofia existencial de Kierkegaard, incluindo sua ênfase na verdade individual em oposição à verdade histórica de Hegel, os três estágios existenciais de Kierkegaard - estético, ético e religioso - e os conceitos centrais de angústia e desespero.
1. A Filosofia existencial de
Kierkegaard
Prof. Dr. Felipe Pinho
www.felipepinho.com
@felipepinhopsi
2.
3.
4. "o que importa é achar uma verdade, que é
verdadeira para mim, para achar a ideia pela qual
vou viver e morrer“ (Kierkegaard)
5. Filosofia existencial?
• Giro existencial na filosofia.
• Tradição
✓Essência – verdade – valores ser humano (universal)
• Filosofia existencial
✓Vida humana individual verdade – valores (individual)
6. Hegel x Kierkegaard
• Hegel
✓Historicismo
✓ A história como espírito absoluto
✓ não há vida individual – não existe indivíduo – apenas o espírito
• Kierkegaard
✓ a única verdade é a verdade individual
✓ a única coisa que existe é o indivíduo
7. A filosofia existencial
• Podemos considerar Kierkegaard como o fundador da filosofia da
existência
• Viragem da filosofia da metafísica para existência concreta.
• Seu objetivo era tematizar como tornar-se um cristão autêntico.
• Hegel (verdade histórica) x Kierkergaard (verdade individual)
• A verdade está na subjetividade, a existência verdadeira é alcançada
pela intensidade do sentimento.
• A existência corresponde à realidade singular, ao Indivíduo.
8. A visão de homem
• Em Kierkegaard, o homem é espírito. E o espírito é caracterizado
como uma autorreflexão, que é um voltar-se para si, não no sentido
de uma "reflexão sobre", mas de uma "relação do homem consigo
mesmo e nisto consiste precisamente o eu“.
• “O homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de
eterno, de liberdade e de necessidade, é, em resumo, uma síntese“.
9. Os estágios existenciais
• Kierkegaard descreveu três pontos de vista diferentes: o estético, o
ético e o religioso.
• Cada um desses estágios – ou, etapas, estádios, estações, esferas
(FEIJOO; PROTASIO, 2011), para melhor designá-los – é uma forma de
existir (BRANDT, 1963). Além disso, cada estádio estabelece
referenciais pelos quais o homem estabelece suas escolhas (FEIJOO,
2008).
10. Estágio Estético
• Hedonismo romântico: o prazer é o alvo da vida.
• Busca-se alegria momentânea, onde somente o "agora" importa.
• descompromisso com o outro, onde o sujeito está sempre
autocentrado, e se ilude acreditando que na existência há lugar
somente para o prazer, mas isso não é possível, visto que a angústia
está presente em toda a humanidade.
11. Estágio Ético
• Caracteriza-se pela responsabilidade e pelo dever, onde o casamento
é uma obrigação.
• O homem ético reconhece as consequências e responsabilidades de
seus atos, e por isso vive de forma preocupada.
• "se trata a priori de um saber unitário e de uma vida coerente
governada por normas morais“.
12. Estágio Religioso
• Caracteriza-se por uma profunda relação com Deus.
• A vida terrena, instantânea, não possui importância se for comparada
com o futuro eterno de um homem religioso.
• Enquanto que o esteta vive no momento e o ético vive no tempo, o
religioso vive com sua atenção voltada ao eterno.
13. A verdade subjetiva
• Verdade subjetiva, em contraposição, depende de um existente
individual, que escolhe uma filosofia de vida, e será verdade caso viva
de acordo com essa sua filosofia de vida.
• Em certo aspecto, trata-se de uma verdade emocional e volicional
que, como afirma BRANDT (1963), está ligada a uma vontade.
• "O que é a verdade se não viver por uma idéia? [Ademais], somente a
verdade que edifica é verdade para você“ (KIERKEGAARD, citado por
BRANDT, 1963, p. 64).
14. A Angústia
• "pela falta de um projeto básico para a sua existência e pela ausência de
uma essência definidora de si, é imposta ao homem uma liberdade
absoluta que lhe gera medo, insegurança e angústia" (PERES; HOLANDA,
2003, p. 102).
• "abismo irreconciliável entre o finito e o infinito (...), como um desamparo
em que a subjetividade limitada do homem está suspensa no nada de seu
angustiar-se“
• Segundo Kierkegaard (1968 [1844]), "a angústia é a realidade da liberdade
como puro possível" (1968 [1844], p.45). Essa é a conceituação mais
básica, simples e de grande aplicação. A possibilidade traz consigo a
angústia, a liberdade acarreta em angústia. A angústia ocorre quando o
homem confronta a liberdade.
15. A Angústia e a psicoterapia
• Protasio (2008) aponta que "o objeto da Psicologia é a angústia, o
sentimento de ambiguidade que antecede toda escolha, toda
possibilidade" (p. 6), sendo ainda a base – ou estando na base – de um
número significativo de práticas e leituras psicológicas, como a
Daseinsanalyse, ou as abordagens de orientação humanista e existencial.
• [...] ampliar a autoconsciência mediante o esclarecimento de frustradores
conflitos internos que existiam porque o indivíduo foi forçado, em tempos
anteriores a bloquear o conhecimento de si mesmo. É claro que na terapia
esses bloqueios da autoconsciência ocorreram porque a pessoa foi incapaz
de superar as acumulações de ansiedade em vários pontos de seu
crescimento (MAY, 1977, p.55).
16. O Desespero
• Segundo Protasio (2008) o desespero reside no caráter provisório e
paradoxal da existência.
• Para Kierkegaard (2006 [1849]), o desespero se caracteriza em
querermos ou não, sermos nós mesmos, e aí reside o caráter
paradoxal da existência.
• "A existência humana, assim compreendida como desespero, efetiva-
se cotidianamente sob a forma de ilusão, de um querer ser o que não
se é, vivendo o constrangimento de não ser o eu que se ilude ser"
(PROTASIO, 2008, p.14).
17. Referência
• Elementos para uma psicologia no pensamento de Søren Kierkegaard
Marcos Ricardo Janzen; Adriano Holanda. Disponível em:
https://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/8283