Este documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia husserliana, incluindo intencionalidade, campo e método fenomenológico. A intencionalidade se refere à ideia de que toda consciência é consciência de algo, enquanto campo se refere ao espaço no qual os fenômenos aparecem. O método fenomenológico proposto por Husserl envolve a époche ou redução fenomenológica, na qual os valores e percepções individuais são suspensos para que apenas o fenômeno seja visível.
3. RESGATE HISTÓRICO:
A HISTÓRIA DO TERMO “FENOMENOLOGIA”
O primeiro texto em que figura esse termo é o “Novo Órganon” (1764) de J. H.
Lambert
Kant o retoma em 1770 numa carta a Lambert onde o que chama de
Fenomenologia Generalis designa uma disciplina propedêutica a metafísica
É com Hegel em sua obra “Fenomenologia do Espírito” (1807) que o termo entra
definitivamente na tradição filosófica.
Não é, contudo, com a fenomenologia hegeliana que o movimento de pensamento
que traz o nome de Fenomenologia iria se perpetuar no século XX. O verdadeiro
iniciador desse movimento devia ser Husserl, o qual deu um conteúdo novo a
uma palavra já antiga.
Embora exista características da fenomenologia husserliana através das quais
seria permitido aproximá-la com a hegeliana e a kantiana, podemos notar que,
com respeito ao problema ontológico, a tentativa de Husserl representa algo como
uma terceira via.
Poder-se-ia afirmar que o movimento fenomenológico consuma a corrosão da
Metafísca Platônica a qual está implicitamente esvaindo-se tanto em Hegel, em
Kant e também com o Positivismo. Uma frase de Nietzsche a qual sintetiza esta
perda de sentido da dicotomização platônica permite-nos colocá-lo dentro desta
abordagem histórica da fenomenologia: „‟Deus está morto”.
4. RESGATE HISTÓRICO:
HUSSERL E A NECESSIDADE DE UM RECOMEÇO
Mesmo com a redistribuição das funções do conhecimento feitas por Kant e da
correlação que este institui entre sujeito/objeto, Hussel ainda detecta uma
contaminação das coisas por parte do sujeito cognoscente devido a forma de se
compreender a apreensão feita por este último dos objetos.
Husserl atravessará efetivamente uma crise de ceticismo pouco antes de 1907,
época das “5 Lições Sobre Fenomenologia”
O que engendrou tal ceticismo foi uma crise na cultura sobre a qual é possível
afirmar com Merleau Ponty que a fenomenologia nasceu desta crise e sem dúvida
também que essa crise é ainda nossa. A referida crise diz respeito ao impasse
gnosiológico REALISMO X IDEALISMO e também ao temido espectro do Niilismo.
O ponto de partida para a superação deste impasse dá-se por intermédio do
contato que Husserl teve com a psicologia descritiva de Franz Brentano.
Todavia, Husserl levará a efeito um ultrapassamento de tal psicologia para
responder questões fundamentais que ela não era capaz de responder. Esse
ultrapassamento realizar-se-á por intermédio de um duplo escolho: o empirismo e
a filosofia especulativa.
A via média deste duplo escolho pode ser compreendida a partir do postulado de
que o fenômeno esta penetrado no pensamento (logos), e que por sua vez o logos
se expõe somente no fenômeno.
5. O CAMPO E A INTENCIONALIDADE
Uma das ideias principais da fenomenologia é a de que "toda
consciência é consciência de alguma coisa".
“Não vejo sensações de cores, senão coisas coloridas, nem ouço
sensações de som, senão a canção da cantora”. Husserl
6. INTENCIONALIDADE
o “Espontaneidade primeira e impessoal que nos orienta
a eleger como representar um objeto enquanto dado
para uma consciência, algo que se revela com base em
si mesma tal como ela é vivida desde si, antes mesmo
de qualquer elemento reflexivo”
Husserl, 1913
Fenômeno Aparência Essência
7. CAMPO
Segundo Koffka:
o “Concebido como um espaço primordial no qual
aparecem polos que irão lhe dar sua configuração,
dividindo-o entre eu e não eu, a distinção do eu e do
mundo exterior é um fato de organização do campo
total “.
Ambiente
Campo
Pessoa
8. MÉTODO FENOMENOLÓGICO
Époche ou Redução Fenomenológica:
Husserl ao propor a Fenomenologia, propõe
também que o método a ser utilizado seja e
époche, ou seja, que o Fenômeno passe por um
processo onde todo valor, toda a percepção e ideias
do individuo sejam suspensas para que então seja
possível visualizar apenas o Fenômeno