1. Dificuldade de
Aprendizagem: a
psicomotricidade em foco
Ms. Leandra Vaz Fernandes C. Ferraz
2.
3. Dificuldade de Aprendizagem
Para Correia (s.d), Cruz (1999a) e Fonseca
(2004) a característica mais genérica que os
indivíduos com DA apresentam é uma
discrepância acentuada entre o seu potencial
estimado (inteligência igual ou superior à
média) e a sua realização escolar (que é
abaixo da média numa ou mais áreas
académicas, mas nunca em todas).
4. Segundo Cruz (2005), de uma forma resumida, os
aspectos essenciais da definição de Dificuldades de
Aprendizagem segundo a National Joint Committee on
Leraning Disabilities (NJCLD) são:
O facto das DA serem heterogéneas;
Resultarem em dificuldades significativas na aquisição e
uso da compreensão auditiva, fala, leitura, escrita,
raciocínio e/ou habilidades matemáticas;
Poderem ocorrer concomitantemente com outras
dificuldades, as quais por si só não constituem uma DA;
Serem intrínsecas aos indivíduos;
Não serem casadas por influências extrínsecas.
5. As características das crianças com DA segundo
Clements (1966, cit. in. Kirby & Williams, 1991,
cit. in. Cruz, 1999a) são:
Problemas de atenção (dificuldade em focar ou
fixar a atenção, não seleccionando os estímulos
relevantes dos irrelevantes);
Problemas perceptivos (visuais e auditivos.
Dificuldades em identificar, discriminar e
interpretar estímulos);
Problemas emocionais (evidenciam
frequentemente sinais de instabilidade emocional.
São inseguras e instáveis afectivamente e podem
manifestar ansiedade, agressividade, entre outros);
6. Problemas cognitivos (ao nível da atenção,
percepção, processamento, memória e
planificação);
Problemas psicolinguísticos (problemas na
compreensão do significado de palavras, de
frases, histórias…);
Problemas psicomotores (maioria apresenta
perfil dispráxico).
8. DISORTOGRAFIA
Troca de grafemas: Geralmente as trocas de grafemas
que representam fonemas homorgânicos acontecem
por problemas de discriminação auditiva. Quando a
criança troca fonemas na fala, a tendência é que ela
escreva apresentando as mesmas trocas, mesmo que
os fonemas não sejam auditivamente semelhantes;
Falta de vontade de escrever;
Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas
(parágrafos, travessão, pontuação e acentuação);
Dificuldade no uso de coordenação/subordinação das
orações;
Textos muito reduzidos;
Aglutinação ou separação indevida das palavras.
9. DISGRAFIA
A disgrafia é também chamada de letra feia.
Acontece devido a uma incapacidade de recordar a
grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo
escreve muito lentamente o que acaba unindo
inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível.
Algumas crianças com disgrafia possui também uma
disortografia amontoando letras para esconder os
erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que
possuem disortografia.
10. Principais características da Disgrafia:
- Lentidão na escrita.
- Letra ilegível.
- Escrita desorganizada.
- Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou
muito leves.
- Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.
- Desorganização do texto, pois não observam a margem parando
muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a
amontoar letras na borda da folha.
- Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas,
atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas,
movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).
- Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito
grande, escrita alongada ou comprida.
- O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.
- Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.
11. DISCALCULIA
É uma desordem neurológica específica que afeta a
habilidade de uma pessoa de compreender e
manipular números. Pode ser causada por um déficit
de percepção visual. O termo discalculia é usado
frequentemente ao consultar especificamente à
inabilidade de executar operações matemáticas ou
aritméticas, mas é definido por alguns profissionais
educacionais como uma inabilidade mais fundamental
para conceitualizar números como um conceito
abstrato de quantidades comparativas.
12. Principais Características
Dificuldades frequentes com os números, confundindo
as operações de adição, subtração, multiplicação e
divisão.
Problemas de diferenciar entre esquerdo e direito.
Falta de senso de direção (para o norte, sul, leste, e
oeste) e pode também ter dificuldade com um
compasso.
A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior.
Dificuldade com tabelas de tempo, aritmética mental,
etc.
Dificuldade de manter a contagem durante jogos.
Dificuldade nas atividades que requerem processamento
de seqüências.
13. DISLEXIA
É um distúrbio ou transtorno de aprendizagem
na área da leitura, escrita e soletração. Não é o
resultado de má alfabetização, desatenção,
desmotivação, condição sócio-econômica ou
sócio-
baixa inteligência. É uma condição hereditária
com alterações genéticas, apresentando ainda
alterações no padrão neurológico.
Por sua complexidade deve ser diagnosticada
por uma equipe multidisciplinar (psicólogo,
psicopedagogo e um fonoaudiólogo).
14. Sinais de Alerta
Se a criança possuir pais ou outros parentes
disléxicos.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico
melhor para os pais, à escola e à própria
criança.
Haverá sempre:
dificuldades com a linguagem e escrita ;
dificuldades em escrever;
dificuldades com a ortografia;
lentidão na aprendizagem da leitura;
15. Haverá muitas vezes :
- disgrafia (letra feia);
- discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo
na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
- dificuldades com a memória de curto prazo e com a
organização’;
- dificuldades em seguir indicações de caminhos e em
executar sequências de tarefas complexas;
- dificuldades para compreender textos escritos;
- dificuldades em aprender uma segunda língua.
Haverá às vezes:
- dificuldades com a linguagem falada;
- dificuldade com a percepção espacial;
- confusão entre direita e esquerda.
16. TDAH – Transtorno do Déficit de
Atenção com Hiperatividade
É um transtorno neurobiológico, de causas
genéticas, que aparece na infância e
freqüentemente acompanha o indivíduo por
toda a sua vida.
Se caracteriza por sintomas de desatenção,
inquietude e impulsividade. É chamado às
vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de
Atenção).
17. Características
em especial os meninos, são agitados ou inquietos;
as meninas têm menos sintomas de hiperatividade-
hiperatividade-
impulsividade, embora sejam igualmente desatentas;
dificuldades em manter atenção em atividades longas,
repetitivas ou que não lhes sejam interessantes;
Distraem-
Distraem-se com facilidade;
tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a
pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros,
agem antes de pensar).
18. Apresentam dificuldades em se organizar e
planejar aquilo que querem ou precisam fazer;
Possuem um desempenho que parece inferior
ao esperado para a sua capacidade intelectual;
Dificuldade para realizar sozinho suas tarefas;
Ficam muito “estressado” quando se vê
sobrecarregado com o acúmulo de atividades;
Freqüentemente “deixa as coisas pela metade”.
19. ASPECTOS PSICOMOTORES EM
CRIANÇAS COM DA
Segundo Fonseca (2004) a criança com DA apresenta-
se com o seguinte desenvolvimento psicomotor:
Organização tónica (tensão muscular permanente)
diferente
Paratonias (dificuldade de relaxação voluntária);
Diadococinésias (dificuldades em realizar
movimentos alternados e opostos)
Sincinésias (movimentos imitativos, parasitas e
desnecessários)
20. Função de equilibração (provas de imobilidade
caracterizadas por perturbações posturais e
vestibulares; provas de equilíbrio estático e
dinâmico e de locomoção férteis em
reequilibrações abruptas, quedas unilaterais,
dismetrias)
Problemas de noção de corpo e lateralização
(dificuldades em integrar perceptiva, consciente
e cognitivamente o seu corpo e/ou Dificuldades
nas noções espaciais básicas
(esq./dir./frente/trás);
21. Estruturação espacio-temporal (uma das
mais fracas nas crianças com DA) com
dificuldades de memória de curto termo
(visual) e rítmica (auditiva), e na
verbalização ou em simbolizar a
experiência motora;
Praxias globais e finas surgem com
lentidão ou impulsividade.
22. Bibliografia
Cruz, V. (2005, Novembro), Problemas de aprendizagem e
Aspectos da definição das DA, comunicação apresentada na
acção de formação Dificuldades de aprendizagem e
psicomotricidade, FMH.
Cruz, V. (1999a). Dificuldades de aprendizagem –
Fundamentos. Porto Editora – Colecção Educação Especial,
Porto.
Cruz, V. (1999b). Dificuldades de Aprendizagem: Contributo
para a sua compreensão. Revista de Educação Especial e
Reabilitação, vol.6, nº2; pp.61-71.
Fonseca, Vítor. (2004). Dificuldades de Aprendizagem –
abordagem neuropsicológica e psicopedagógica ao insucesso
escolar. Âncora Editora, Lisboa.