4. Introdução
Criptococose oportunista,
cosmopolita – imunodepressão
celular causada predominantemente
por Cryptococcus neoformans
Criptococose primária – hospedeiro
imunocompetente, endêmica em
áreas tropicais e subtropicais,
causada predominantemente por
Cryptococcus gattii
5. Introdução
Meningoencefalite de evolução
grave e fatal
Lesão pulmonar evidente
Fungemia e focos secundários
para pele, ossos, rins, supra-renal...
6. Agentes etiológicos
Cryptococcus neoformans e
Cryptococcus gatti
Correspondem a forma assexuada –
basidiomicetos zoopatógenos
Leveduras globosas ou ovaladas, 3 – 8
mcm, com brotamento único ou
múltiplo de colo estreito, envolvida
por característica cápsula
mucopolissacáride
7. Agentes etiológicos
Colônia de cor branca a creme,
brilhante, de textura mucóide,
margem lisa e inteira
Componente capsular:
glucoronoxilomanana
Sorotipos: A, B, C e AD
A capacidade de produção de
melanina – colônias marrons (meios
com extratos de semente de niger)
9. Eco-epidemiologia
Cryptococcus neoformans é
cosmopolita, frequentemente associa-se
a habitat de aves, excretas secas, ricas
em fontes de nitrogênio, notadamente
em centros urbanos e relacionados a
pombos – O ambiente domiciliar, poeira
doméstica, pode apresentar positividade.
10. Eco-epidemiologia
Cryptococcus gatti: isolado do
ambiente principalmente de
regiões tropicais e subtropicais,
associado a restos vegetais de
Eucalipto, porém não representam
habitat natural específico,
observando-se diferentes padrões
geográficos fungo-árvore-madeira
em decomposição
11. História natural da doença
Inalação de Evento
Basidiósporos ou pulmonar
leveduras desidratadas inicial
Quadro
regressivo
Focos residuais, Eventuais
infecções latentes focos
podem reativar extrapulmonares
12. Interação fungo-hospedeiro
Fatores de virulência:
termotolerância, componentes da
parede celular e da cápsula,
capacidade de adesão e a
produção de enzimas.
13. Interação fungo-hospedeiro
Mecanismos imunossupressores
(presença da cápsula): inibição da
fagocitose, inibição da ligação de
IgG, bloqueio da fixação de C3 e
da via da ativação de
complemento pela via clássica,
supressão da proliferação da
expressão de molécula de adesão.
15. Diagnóstico da criptococose
Microscopia : visualização direta –
escarro, lavado brônquico, LCR, pús de
abscesso, urina, aspirado de medula
óssea e de gânglios, fragmentos de
tecidos.
Cultura é o exame comprobatório da
doença – hemocultura + na doença
disseminada
17. Diagnóstico da criptococose
Diagnóstico imunológico – detecção
do antígeno capsular polissacarídeo
pela aglutinação do látex pode ser
realizado no sangue, urina, lavado
brônquio alveolar e no LCR.
LCR e soro: > 90% (meningite), fora do
SNC, estes espécimes fornecem
menor positividade do teste – títulos
1:4 (infecção) e > ou = 8 (doença), >
1: 1024 (alta carga fúngica, déficit
imunitário)
18. Diagnóstico da criptococose
Qual o valor do teste de sensibilidade
aos antifúngicos pelo Cryptococcus?
Não tem aplicabilidade na prática
clínica, reservando-o nos casos de
falência terapêutica recomendada ou
nos pacientes com recaída frequente e
que fizeram uso de anti-fúngicos por
repetidos ciclos
19. Comprometimento pulmonar
2° mais frequente após o
acometimento do SNC.
Complexo primário pulmonar-
linfonodo, pode ser assintomático e
com potencial risco de
disseminação em vigência de
imunossupressão
20. Comprometimento pulmonar
AIDS e doença criptocócica:
pulmões envolvidos em 30%
Não-infectados pelo HIV e
imunossuprimidos: transplantados
de órgãos.
21. Comprometimento pulmonar
Lesão pulmonar primária: nodular,
em qualquer das 3 zonas
pulmonares (cortical, medular ou
cernal), característica gelatinosa,
raramente evolui para
calcificação.
Nódulos gelatinosos com cápsula
abundante: cavitação
Nódulos gelatinosos com cápsula
diminuta ou ausente: caseificação
22. Comprometimento pulmonar
Assintomático em 1/3 dos casos
Sintomáticos: febre (26%) tosse
com expectoração mucóide (56%),
hemoptóicos, hemoptise (18%),
sintomas constitucionais, dor
ventilatório dependente e derrame
pleural (<10%)
Pneumonia multifocal, segmentar
ou lobar com broncograma aéreo.
Massas focais: lobos superiores
23. Comprometimento pulmonar
Insuficiência respiratória aguda:
AIDS, mostra-se semelhante clínica
e radiologicamente a pneumonia
por P. jiroveci.
Pneumotórax e pneumomediastino
– formas clínicas inusitadas
Sempre realizar punção lombar
24. Radiologia
Massas e nódulos predominam em
pacientes imunocompetentes,
enquanto em imunossuprimidos há
o predomíno de infiltrado
intersticial.
Nódulos uni/bilaterais: achado
mais comum, bem definidos e não
calcificados, solitários ou múltiplos.
29. Diagnóstico do acometimento
pulmonar
Exames de imagem
Cultura e pesquisa direta de
fungos no escarro, hemocultura,
histopatologia e antígeno
criptocócico sérico
Investigação de acometimento do
SNC através do exame de LCR
30. Tratamento
Tabela 1 – Roteiro para o tratamento das formas pulmonares de
Criptococose em HIV negativo. Paciente com pesquisa de antígeno
criptocócico e cultura em LCR negativos
Estado Forma Tratamento Duração
imunológico clínica total
Imunocompetente ou Leve/ Fluconazol 200-400 6 a 12
imunodeprimido HIV moderada mg/dia ou meses
negativo Itraconazol 200-400
mg/dia VO ou
Anfotericina B 0,5-1
mg/Kg/dia
Grave Tratar como
meningoencefalite
Fonte: consenso de criptococose 2008
31. Tratamento
Tabela 2 – Roteiro para o tratamento das formas pulmonares de
Criptococose: HIV+ ou cultura positiva de espécime respiratório,
sem envolvimento do SNC
Forma leve/ moderada Dose e duração
Antifúngico
Fluconazol 200-400 mg/dia VO por 6 a 12
ou meses
Itraconazol 200-400 mg/dia VO por 6 a 12
meses
Manutenção Fluconazol 200-400 mg/dia ou
Itraconazol 200-400 mg/dia
Forma grave Tratar como
meningoencefalite
Fonte: consenso de criptococose 2008
32. Tratamento
Manejo do nódulo pulmonar:
ressecção cirúrgica não é
recomendada de forma rotineira,
exceto nas seguintes condições:
1. Lesões pseudotumorais
2. Derrame pleural intenso e exsudativo
Lobectomia parcial ou completa