O documento discute a interatividade como uma nova modalidade comunicacional emergente no século XX, que modifica a separação entre emissão e recepção presente nos meios de comunicação de massa. A interatividade é vista como um fenômeno complexo que emerge com novas tecnologias, estratégias de marketing e mudanças sociais, não podendo ser reduzida a um mero modismo. O documento defende uma abordagem complexa da interatividade e faz sugestões para repensar as práticas pedagógicas em sala de aula a partir desta pers
Fichamento do Livro Sala de Aula Interativa / Marco Silva
1. Sala de Aula
Interativa
Marco Silva
FICHAMENTO
Maria Daniela de Santana
2. Convite aos críticos da
inter atividade
• Três reações mais frequentes ao termo
INTERATIVIDADE.
Primeira: Termo “da moda” para significar velhas coisas
como diálogo e comunicação.
Segunda: Ideologia, publicidade, estrategia de marketing,
produção de opinião pública.
Terceira: Jamais se iludir com a interatividade homem-
computador.
3. PENSAMENTO
COMPLEXO
Convite ao pensamento complexo.
Convite feito a todos aqueles que lidam com o
processo de ensino-prendizagem. Identificados
ou não com as críticas à interatividade.
Como o termo INTERATIVIDADE tornou o
termo uma nova modalidade comunicacional
emergente no último século xx.
4. Modificação na esfera das
comunicações: a transição da
modalidade comunicacional massiva
para a modalidade interativa.
Meios de massa:
5. Teoria assenta na separação da emissão
e recepção.
A interatividade não se reduz ao
modismo, ao marketing e à dominação
da técnica.Tampouco é somente a
preocupação de artístas interessados
em romper com a separação autor-obra-
espectador.
A interatividade é “o pão cada vez mais
cotidiano de uma sociedade inteira”.
6. Sociedade da
Informação
A emergência da interatividade é um fenômeno
da “sociedade da informação” e manifesta-se
nas esferas tecnológica, mercadológica e social.
A interatividade emerge com a instrução de uma
nova configuração tecnológica (informáticas
conversacionais), e de uma nova dimensão
mercadológica (busca do diálogo entre produtor-
produto-cliente).
Ocorre imbricado na esfera social. Que não é
mais passiva diante da emissão do produto
acabado.
7. Autonomia de busca onde cada indivíduo faz por
si mesmo.
Ocasiona um enfraquecimento da igreja, política,
família, ideologia, educação escolar, mídia de
massa e etc.
A esfera social, mercadológica, das tecnologias
comunicacionais informatizadas encontram-se
imbricadas.
Ocasiona, nova estratégia de marketing o
produto chega ao cliente de modo dialógica.
Não podemos reduzir essa interatividade a um
mero modismo.
8. “ Recursão
organizacional”
“um processo em que os produtos e os
efeitos são ao mesmo tempo causas e e
produtores daquilo que os produziu”.
Pensar assim é PENSAR COMPLEXO!
O contrário disso é a simplificação.
9. Modalidade
Comunicacional
Convite para pensar a interatividade como uma
nova modalidade comunicacional em emergência
num contexto complexo de multiplas
interferências.
Considerar interatividade como espírito do tempo.
Isso implica dizer que a interatividade não é
apenas fruto de uma tecnicidade informática, mas
um processo em curso de reconfiguração das
comunicações humanas em toda sua amplitude.
10. Permitem o redimensionamento da MENSAGEM,
da EMISSÃO e da RECEPÇÃO.
O que os meios de massa não permitem por
serem fechados. Por ter a EMISSÃO separada
da RECEPÇÃO.
A uma modificação na natureza da mensagem,
no papel do EMISSOR e do RECEPTOR.
A MENSAGEM TORNA-SE MODIFICÁVEL.
11. Computador
Conversacional
É o marco definitivo dessa modificação
paradigmática da comunicação e
sofisticação do produto.
A tendência da sociedade é a informação e
a comunicação. A transformação
comunicacional emerge.
12. Investimento
Capitalista
O marketing percebendo que o consumidor faz por si
mesmo por ter escolha, gera a COMUNICAÇÃO ABERTA
entre CLIENTE, PRODUTO e PRODUTOR.
Hoje a internet exige sites dinâmicos, construindo-se num
verdadeiro canal de negócios e relacionamento.
Sites conversacionais, que permitam o “relacionamento”
interativo, adentramento e modificação dos conteúdos ali
existentes.
COAUTORIA entre CLIENTE e PRODUTOR.
13. Novo Espectador
Usuário interessado em personalização e
intervenção no tratamento dos produtos, da
informação que vai consumir.
As novas tecnologias interativas tendem, por sua
vez, a contemplar as disposições da nova
recepção.
PARTICIPAÇÃO, INTERVENÇÃO,
BIDIRECIONALIDADE E A MULTIPLICIDADE
DE CONEXÕES.
14. Hipertexto e o Novo
Espectador
O termo “interatividade” tem sua origem nos anos de
1970 e ganha notoriedade em 1980.
Vannevar Bush 1945 enunciou pela rpimeira vez a
ideia de HIPERTEXTO.
Ele imaginava um sistema de organização que funcionasse de
modo semelhante ao sistema de raciocínio huma:
ASSOCIATIVO, NÃO LINEAR, INTUITIVO, MUITO
IMEDIATICO.
15. Criação do termo
“HIPERTEXTO”
Só nos anos de 1960 é que Theodore
Nelson criou o termo “hipertexto” para
exprimir a memória do computador.
16. Hipertexto funciona como teia de conexões
de um texto com inumeros textos.
Permite interferências e modificações na
tela.
Com um click o usuário pode saltar de uma
janela para outra, transitando por sons,
gráficos, vídeos...
FOTOS
17. Hipertexto:
Novo Paradigma Tecnológico.
Liberta o usuário da lógica unívoca, da lógica da
distribuição.
Pode-se dizer enfim que o hipertexto é o grande
divisor de águas entre a COMUNICAÇÃO
MASSIVA e a COMUNICAÇÃO INTERATIVA.
Experimenta a MULTIPLICIDADE e a JUNÇÃO
da EMISSÃO e RECEPÇÃO como
BIDIRECIONALIDADE,como HIBRIDAÇÃO.
18. O Novo Espectador
Convive com “a máxima concentração de
informações num mínimo espaço-tempo”. Mas
agora aprende com a técnica de abrir janelas
dentro do quadro para nelas invocar novas
imagens, de modo a tornar a tela um espaço
HÍBRIDO de múltiplas imagens, múltiplas
vozes e textos.
Abre a perspectiva do pensamento complexo.
19. Epistemologia da complexidade
e interatividade
Morin e a modalidade comunicacional (interativa)
disponibilizada pelas tecnologias hipertextuais.
Conjunção complexa operando entre usuário e
tecnologia hipertextual.
Conjunção entendida como “diálogo” e como
“multiplicidade que se opõem à velha categoria
unitária da mídia clássica.
20. A partir de Morin, “simplificar é a palavra-chave
da mídia”, ela “quer distância da
complexidade”.
A ESPISTEMOLOGIA da COMPLEXIDADE é
formidável como embasamento da crítica à
velha mídia de massa, e ao mesmo tempo,
oportuna ao tratamento teórico da mídia
hipertextual.
Se opõem ao pensamento moldado segundo o
paradigma da simplificação da mídia clássica.
21. INTERAÇÕES
Para Morin, pensar complexo é estar na
perspectiva de tudo religar.
Morin entende por interações:
DIÁLOGO, RECURSIVIDADE e UNIDADE
COMPLEXA.
E o pensamento complexo é aquele que busca
apreender tais interações a partir da ótica da
diversidade, da corporação do acaso, da
incerteza e, portanto, como superação da
causalidade linear do determinismo simplificador.
22. A atenção às interações é essencial para a
epistemologia da complexidade.
Para ele, conhecer aí as interações é
atentar para a “causalidade mútua inter-
relacionada”, as “inter-retroações”, as
“interferências”, a “dialógia”.
A epistemologia da complexidade tem a
perspectiva de tudo religar.
23. Razão Fechada é próprio do paradigma
clássico herdado da ratio cartesiana.
Razão Aberta que não lamenta as perdas,
mas que se revigora, se fortalece na
liberdade da insegurança, na instabilidade
da “ausência de fundamentos”
24. PRINCÍPIOS
Primeiro: A condição do novo espectador
que faz por si mesmo. Que tem a seu favor
as tecnologias hipertextuais.
Fundamentar-se na ausência de
fundamentos implica abertura para mais
interações, para o mais comunicacional.
Segundo: Remete ao conceito de
pensamento complexo: atentar para as
interações em sua dialógica, multiplicidade
e recursividade.
25. INTERATIVIDADE
Interatividade é a disponibilização de um
mais comunicacional de modo
expressivamente complexo, ao mesmo
tempo atentando para as interações
existentes e rpomovendo mais e melhores
interações – seja entre usuário e
tecnologias digitais ou analógicas, seja nas
relações “presenciais” ou “virtuais” entre
seres humanos.
26. Perspectivas Para a
Educação
Desdobramento específico: a articulação
entre comunicação interativa e educação,
enfocando particularmente a sala de aula
e a revitalização da prática pedagógica e
da autoria do professor, a partir do
redimensionamento da pragmática
comunicacional que classicamente vem
separando emissão e recpção.
27. O paradigma e a lógica da distribuição.
Repensar as práticas em sala de aula,
onde não estamos acostumados a
questionar a pregnância da transmissão,
exatamente como determinam o
paradigma da simplificação e a lógica da
distribuição.
“A educação autêntica, repitamos, não se
faz de ‘A’ para ‘B’ ou de ‘A’ sobre ‘B’, mas
de ‘A’ com ‘B’. Paulo Freire
28. Falar / Ditar
P. Lévy: “a escola é uma instuição que há
cinco mil anos se baseia no falar/ditar do
mestre”.
Estamos diante da emergência histórica da
interatividade.
O jovem estudante é novo espectador
menos passivo, mais intuitivo, que tende a
“uma aprendizagem fundada menos na
dependência dos adultos.
29. A escola continua não dando mostras de
modificação de sua prática comunicacional.
Algumas escolas se dizem interativas, mas
na verdade utilizam a interatividade como:
Modismo, argumento de venda, ideologia
publicitária e dominação da técnica.
Os professores continuam separando
emissão de recepção.
Banalização da INTERATIVIDADE.
30. Fundamentos para mudar a
tradição do FALAR / DITAR
Primeiro: Sugere a disponibilização de múltiplas aberturas (abrir
“janelas”) à participação-interação dos alunos nas ações cotidianas
concernentes ao ensino e à aprendizagem.
Segundo: Sugere a disponibilização de múltiplas aberturas à
biridecionalidade nas relações horizontais, significando rompimento
com o espaço de transmissão unidirecional uatoritária e
viabilização da coautoria, da comunicação conjunta da emissão e
da recepção.
Terceiro: Sugere a disponibilização da multiplicidade de redes
de conexões no tratamento dos conteúdos curriculares,
significando não linearidade, roteiros de exploração originais,
combinações livres e criação de narrativas possíveis.
31. O professor deixa de identificar-se com o
“contador de histórias”, e adota uma postura
semelhante a do designer de software
interativo.
Possibilita o aluno a: explorar territótios,
produzir coautoria, múltiplas conexões, fazer
por si mesmo.
A educação deixa de ser um produto para se
tornar processo de troca de ações que cria
conhecimento e não apenas reproduz.
Compromisso social da escola com a
formação dos novos cidadão.
Tecitura complexa (alunos e professores).
Notas do Editor
SILVA, Marco. Sala de Aula Interativa: educação, comunicação, mídia clássica... 5. ed. – São Paulo: Edições Loyola, 2010. – (Coleção práticas pedagógicas)
Com janelas, multiplas, móveis, “em cascata” na tela do monitor, permitindo adentramento e manipulação fáceis, foi sertamente determinante para a formulação do termo interatividade.
Em rede (internet), permite múltipla recorrências e navegações, permite selecionar, receber, tratar e enviar qualquer tipo de infromação.
Diferente da Unidirecionalidade das mídias de massa. Ele democratiza a relação do indíviduo com a informação, permitindo que ultrapasse a condição de consumidor, para a condição de sujeito operativo, participativo e criativo.
A juventude vem passando por uma “mutação perspectiva”. Transita da “percepção tradicional” estática, linear, à percepção baseada na colagem de fragmentos.
As interações entre as ciências, física, biologia e humanas. E o faz visando a compreensão da complexidade da realidade e também a compreensão da realidade da complexidade.
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Distinto do primeiro, mas sem dele se separar, este segundo princípio é condição sine qua non para o posicionamento crítico diante da interatividade e de sua análise.