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1
CAPÍTULO IV
Terceira Parte
DATA: 27-06-2016
O Homem Velho 2
– Vida no mundo espiritual
– Trabalho e aprendizado
– Tomada de Consciência
– Lei de Progresso
“O sábio aprende com as experiências dos outros, o tolo,
com suas próprias experiências!”
Provérbio Chinês
3
“No intervalo de suas encarnações o Espírito progride
igualmente, no sentido em que se aplica ao seu
adiantamento os conhecimentos e as experiências que
alcançou no decorrer da vida corporal; examina o que
fez enquanto habitou a Terra, passa em revista o que
aprendeu, reconhece suas faltas, traça planos e toma
resoluções pelas quais conta guiar-se em nova
existência, com a ideia de melhor se conduzir. Desse
jeito, cada existência representa um passo para a frente
no caminho do progresso, uma espécie de escola de
aplicação.”
A Gênese – Cap. XI, item 25, § 2º 4
Camilo e a Equipe voltaram à
Terra muitas vezes.
Múltiplos deveres ali os
chamavam. Era campo vasto
de experimentações, pois iriam
reviver muitas vezes em suas
arenas e podiam exercitar os
conhecimentos adquiridos na
espiritualidade.
Serviram nos postos de
Emergência da Colônia, no
Hospital Maria de Nazaré e
suas filiais. 5
Socorreram, junto às
caravanas, os infelizes
suicidas perdidos no
Invisível Inferior como nos
abismos terrestres.
Seguiram no rastro da
Vigilância, aprendendo
com eles a caça a chefes
temíveis de falanges
mistificadoras que
induziam infelizes ao
suicídio. 6
Visitaram frequentemente reuniões organizadas por
discípulos de Allan Kardec, com eles colaborando.
Acudiram a imperativos de muitos sofredores alheios às
ideias espirituais, mas carecedores de socorro.
Devassaram prisões e hospitais a fim de prover socorro
material e fortalecer o ânimo a desgraçados de um mau
passado espiritual, desfigurados pela lepra, pela
demência ou mutilados.
7
Penetraram até lares de
grandes da Terra, onde
haviam graves ocasiões para o
suicídio.
Iam a toda parte onde
existissem lágrimas a enxugar,
corações a reanimar.
Aníbal levava-os aos
ensinamentos do Mestre
Modelar.
Estas atividades de ajuda
multiplicaram-se durante
muitos anos nos diferentes
setores da caridade.
8
Indóceis aflições às vezes os
surpreendiam ao contato dessas
angústias alheias, no entanto,
mais vezes obtinham doces
consolações ao constatarem que,
com sua boa vontade,
contribuíam para gerar consolo e
esperança.
Todo esse “trabalho” era avaliado
através de temas que deveriam
desenvolver e apresentar a uma
junta examinadora, a qual
verificaria o seu aproveitamento e
compreensão da matéria. 9
Produziam peças vazadas em temas elevados e inspirados
no Evangelho, na Moral, como na ciência, romances,
poemas, noticiários, etc, etc.
Uma vez aprovados, estes trabalhos poderiam ser ditados
ou revelados aos homens, que seriam convenientes à sua
regeneração.
10
Isto seria feito através da operosidade mediúnica, ou
inspirando mentalidades sérias capazes de captar-lhes as
ideias. Quando eram reprovados, repetiam a experiência
até concordar plenamente o tema com a verdade.
Os dias destes exames eram festivos para todo o Burgo da
Esperança.
Legítimos certames de uma Arte Sagrada, a do Bem.
11
Luminares da Colônia, como
Teócrito, Ramiro de Guzman
e Aníbal de Silas se
revelaram artistas com dons
superiores na literatura
como na música e oratória
descritiva, isto é, na
expressão mental, através de
imagens das produções
próprias.
12
Vinham caravanas vizinhas que emprestavam brilho
artístico e confortativo às experimentações.
Nomes respeitosos da Terra acorriam bondosamente e os
reanimavam para o progresso, ativando-lhes o desejo de
prosseguir nas pelejas promissoras. 13
Vultos como Victor Hugo e Frédéric
Chopin (suicida inconsciente), que
traduziu sua música em imagens e
narrações.
O gênio Victor Hugo mostrava em
lições de beleza e instrução a realidade
mental de suas criações literárias,
deslumbrando a sensibilidade de
todos até as lágrimas, atraindo-os à
adoração de Deus.
O pensamento de Hugo era vivificado
pela ação da realidade concretizado de
forma a poderem conhecer as nuanças
do Espírito através de migrações
terrenas e estágios do Invisível. 14
Ficaram sabendo ali que
Victor Hugo reencarnara na
Terra desde muitos séculos,
partindo da Grécia para a
Itália e a França, sempre
deixando após si um rastro
luminoso de cultura
superior e de Arte. Seu
espírito tem sido venerado
por muitas gerações.
15
Quanto a Chopin, alma
insatisfeita, que somente agora
compreendia que com Jesus
encontrará o segredo dos
sublimes ideais, em miríficas
(admiráveis) expansões de
música arrebatadora.
Transportava da magia dos sons
para o deslumbramento da
expressão real, ofereceu aos
presentes o dramático poema
das suas migrações terrenas.
16
Os aprendizes deveriam igualmente traduzir suas
criações mentais em imagens e cenas como faziam seus
mentores com suas lições e os visitantes com sua
gentileza.
Havia o concurso de técnicos para o melindroso serviço,
eram cientistas, senhores do segredo da captação do
pensamento para os aparelhamentos transcendentes.
Alguns médiuns da confiança do Instituto eram atraídos
a essas reuniões sob a tutela de seus Guardiães e aí
entreviam dificultosamente o que para eles se revelava
com todo esplendor.
17
Seriam para eles (médiuns
encarnados) um estímulo ao
trabalho mediúnico a que se
comprometeram ao
reencarnar.
Daí o entusiasmo dos nossos
atores, por julgarem fácil
tarefa o inteirar os homens
das novidades que iam se
apossando, certos de que
seriam imediatamente
aceitos seus esforços para
bem informar. 18
Não contavam com o
pouco interesse dos
médiuns de se ativarem
em torno dos ideais
cristãos, que julgam
defender, mas são
incapazes de uma só
renúncia, avessos aos
altos estudos a que será
obrigado todo aquele que
se julgar iniciado.
19
Tem o dever sagrado de defender
a si próprios e seus semelhantes
da ignorância relativa às causas
espirituais, uma vez que são
dotados para isso, no entanto,
desarmonizados consigo próprios
e com as esferas iluminadas,
traduzem efeitos mentais,
conceitos pessoais, pensam que
interpretam o pensamento dos
espíritos, quando na verdade,
nada fizeram a fim de merecer o
alto mandato. 20
Com tristeza constatam esse
desinteresse dos médiuns, bem
como o apego aos atrativos e às
ociosidades do plano material,
esquivando-se do dever urgente de
se despojarem de atitudes nocivas
ao mandato sublime da
mediunidade.
Isto dificulta a ação dos Espíritos
instrutores do planeta, porquanto,
muitos aparelhos mediúnicos
excelentes em suas disposições
físico-psíquicas, resvalam para o
ostracismo e a improdutividade.
21
A humanidade braceja nas trevas
em pleno século das luzes, com
fome do pão espiritual, sedenta
daquela água viva que lhe
alteraria a alma e entristecida
pelo acúmulo de desgraça.
Havia também na Colônia, dias
festivos franqueados às visitações.
Foram prevenidos de que
receberiam visitas de seus
“mortos” queridos. Pensavam que
tal fato seria apenas concedido
aos mais antigos, por isso
limitaram-se a esperar a vez de
rever os seus. 22
As damas vigilantes, bondosas e caritativas, como toda
mulher que tem a educação moral inspirada ao ideal
divino, começaram a preparar os parques para a grande
recepção que aconteceria no dia seguinte.
23
Criaram recantos dulcíssimos para a sensibilidade dos
habitantes, ambientes íntimos encantadores que os
levavam a recordações da infância e juventude.
Eram agradáveis surpresas a fim de receberem a
parentela e amigos. Criados ao ar livre, à beira dos lagos
serenos, sobre as encostas das colinas graciosas.
24
Esses ambientes existiriam
provisoriamente, apenas
enquanto durassem nossas
necessidades de compreensão
e consolo.
Muitos traduziam o lar paterno,
tão saudoso e ardentemente
recordado por aqueles que
apenas trevas e desespero
depararam ao se transportar
para o Além.
Outros ambientes lembrariam
cenários da afeição conjugal. 25
Um recanto de
sala, uma
varanda florida,
uma ponte
bucólica, uma
praia, uma
alameda
conhecida, por
onde muitas
vezes
caminharam com
suas mães.
26
27
No cenário da casa que nasceu, Camilo teve
a inefável satisfação de rever a sua mãe
querida, que morreu quando ainda era
criança.
Beijou-lhe as mãos como outrora e atirou-se
soluçando nos braços protetores de seu pai,
aliviando o coração de uma saudade que
jamais se esfumara do seu coração,
torturado sempre pela incompreensão e mil
razões adversas.
Reviu a esposa que morreu em pleno sonho
de um matrimônio venturoso, e à qual ele
poderia ter reencontrado no Invisível, não
fosse a rebeldia do seu gesto nefasto!
De todos eles recebeu carinhosas
advertências, conselhos preciosos,
testemunhos de afeto perene.
Nenhum pedia-lhe contas do
desbarato em que as paixões e as
desditas lhe haviam transformado a
vida!
Era como se estivessem no antigo lar
terreno. Os mesmos móveis, a
mesma decoração interna, porque
Ritinha de Cássia e Dóris Mary tudo
haviam preparado para que em seu
coração fossem perpetuadas as
impressões sacrossantas dos veros
laços de família. 28
Eles mesmos, sem perceberem ,
forneciam elementos para que
tudo fosse realizado assim. Os
instrutores e educadores
examinavam seus pensamentos e
impressões mentais mais caras e
transmitiam através de mapas e
visões equivalentes, pois
necessitavam do maior estado de
placidez mental possível para que
muitos aproveitassem da
aprendizagem a fazer.
29
Seus entes disseram que nada
podiam fazer em seu benefício,
devido a situação melindrosa que
criara com o suicídio, situação como
o prisioneiro da Terra que as leis
impõem método de vida à parte dos
demais cidadãos.
Muitas lágrimas derramou com o
rosto no seio da sua mãe, cujos
conselhos salutares reanimaram
suas forças, reavivando a esperança
de dias menos acres para a
consciência. 30
E assim, debaixo de arvoredos
que lembravam os pomares e os
quintais da casa que viveu,
demorou-se em conversas com
muitos membros da família que,
como ele, eram falecidos.
Seu companheiros de infortúnios
tinham direitos idênticos, pois
existia rigorosa justiça, vazada
nas leis de atração e afinidade.
Belarmino de Queiroz pôde
finalmente ver sua mãe, a quem
amava com todas as forças do
seu coração. 31
A Sra. Queiroz e Souza disse-lhe que dor
profunda e incontrolável a atingira com
a surpresa de vê-lo sucumbir com o
suicídio, afetando-lhe a saúde
irremediavelmente, sucumbindo ela
também 6 meses depois, sem se
resignar jamais à desventura de perdê-
lo tão tragicamente.
Ficou decepcionada ao constatar que a
morte não a fez esquecer o supremo
sofrimento no seio da natureza, pois se
encontrava viva após a morte e ralada
de desgosto, visto não possuir
capacidades mentais e espirituais que a
levasse às regiões felizes ou
consoladoras do invisível. 32
Em vão o procurava pelas sombrias
regiões por onde transitara com
funestas confusões, arrependida de
haver renegado o amor de Deus pelo
domínio exclusivo da Ciência
Materialista. Sentia-se culpada pelo
desastre do filho, pois que fora ela
que modelara o caráter que os levara
a tão deploráveis quedas morais.
Porém, no espaço, sofrera
resignadamente, converteu-se à
verdade existente na idéia de Deus e
suas leis e levado em conta seu
ardente desejo de emenda e
progresso, foi permitido rever o filho,
dádiva do ser supremo, agora
reconhecido com respeito e
compunção! 33
Para esse encontro, Dóris
Mary e Rita de Cássia,
prepararam o ambiente da
velha biblioteca da mansão
dos Queiroz e Souza, a
lareira crepitando, a cadeira
de balanço, a pequena
poltrona de Belarmino,
como no tempo de infância.
34
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
983 – Não experimenta sofrimentos materiais o Espírito
que expia suas faltas em nova existência? Será então
exato dizer-se que, depois da morte, só há para a alma
sofrimentos morais?
35
R – (...) Como espírito, ela não tem mais dores físicas,
mas segundo as faltas que cometeu, pode ter dores
morais mais pungentes e, numa nova existência, pode
ser ainda mais infeliz. (...)
990 – O arrependimento tem lugar no estado corporal e
espiritual?
991 – Qual é a consequência do arrependimento no
estado espiritual?
36
R – No estado espiritual; mas ele pode também ter lugar
no estado corporal, quando compreendeis bem a
distinção entre o bem e o mal.
R – O desejo de uma nova encarnação para se purificar.
(...)
998 – A expiação se cumpre no estado corporal ou no
estado de espírito?
R – Ela se cumpre durante a existência corporal pelas
provas às quais o espírito está submetido, e na vida
espiritual, pelos sofrimentos morais ligados ao estado de
inferioridade do espírito.
Ler também: Duração das penas futuras – Questões
1003 a 1008
37
Dois anos depois, outro
acontecimento marcou o espírito
de Camilo.
Chegou a hora de rever suas
encarnações passadas.
Sentou-se na cadeira que se
afigurava um Tribunal de
Suprema Justiça.
Silêncio total.
Apenas as vibrações mentais de
Epaminondas, traduzidas em
vocabulário perfeito, enchiam a
atmosfera respeitável onde
sacrossantos mistérios da Ciência
Celeste se desvendavam. 38
Ninguém ignorava a espécie de
indivíduo orgulhoso e caráter
corrompido que encarnou em
Portugal, pois bagagem moral
ruim ainda lhe rondava os
passos.
Camilo diz uma coisa que nem
todos sabiam devido ao seu
orgulho: fora paupérrimo de
fortuna e isso o fez lutar contra
a adversidade de uma pobreza
desorientadora, o que o reduziu
à indigência mais desapiedada
que, para seu conceito, o
mundo poderia abrigar, e isso o
levou ao suicídio. 39
Ele ficou frente a frente com o
Tribunal da Consciência.
Rodearam-no os Mestres,
desferindo poderosos
recursos fluídicos sobre o seu
ser inferiorizado, para ajudar.
Eram como médicos que lhe
operassem a alma,
descobrindo sua anatomia
para que ele mesmo a
examinasse, descobrindo a
origem dos males ferrenhos
que o perseguiam, sem mais
acusar a Providência. 40
Estava desesperado, se
tivesse corpo físico,
estaria banhado em
suores gelados. Quis
resistir por covardia,
prevendo a vergonhosa
situação e, em lágrimas,
pediu para ser ouvido
apenas por Epaminondas.
41
Suplicou. Epaminondas o
encorajou a marchar para a
glória! É a reabilitação que se
impõe todas as vezes que a
dor se acerca de ti, sempre
que o sofrimento faz, vibrar
doridamente seu ser.
Conformou-se, invocando
intimamente o auxílio de
Maria de Nazaré, a quem
aprendera a venerar,
harmonizando suas vontades
com as dos tutelares que o
dirigiam. 42
Sem ter muita consciência,
sentiu-se envolvido em
jatos de luz, ficou tonto e
viu se reanimar toda a
longa série de vidas
planetárias que tivera.
Achou-se diante do seu
próprio “eu”, tal qual se à
frente de um espelho
estivesse.
43
Então ouviu o instrutor:
“Eu te ordeno, Alma criada para
glória da eleição no Seio Divino:
Volta ao ponto de partida e estuda
no livro que trazes dentro de ti
mesma as lições que as experiências
proporcionam! E contigo mesma
aprende o cumprimento do dever e
o respeito à Lei d'Aquele que te
criou! Traça, depois, tu mesma, os
programas de resgates e edificação
que te convém , a fim de que a ti
mesma devas a glória que edificares
para alçares voos redentores até o
seio eterno de onde partiste!...” 44
Assim, perdeu a lembrança do presente e mergulhou a
consciência no passado.
Não apenas recordava, como vivia naquela época, no ano
33, em Jerusalém. Era miserável, pobre e mau. Ovacionou
Barrabás. Parecia um demônio enfurecido....
45
Revendo esse passado, a consciência repudiava-o,
acusando-o violentamente. Pavor e agonia tomou-lhe a
fronte alucinada pelo remorso e bradou enlouquecido:
“Oh, Jesus Nazareno! Meu Salvador e meu Mestre! Não fui
eu Senhor! Eu estava louco! Perdão Jesus! Perdão Jesus!”
46
Pranto rescaldante
incendiou sua alma, mas o
instrutor o mandou seguir!
“Prossegue sem
esmorecimentos que da
leitura que ora fazes em ti
mesmo será preciso que
saias convertido ao serviço
desse Mestre que ontem
apedrejastes.”
47
Sem outra alternativa, prosseguiu então.
Viu-se em frente ao Pretório, em atitude hostil. Proferiu
rodos os insultos contra o Nazareno e só não o agrediu a
pedradas porque seu braço não alcançou. Nutria inveja e
ódio a tudo que considerasse superior a ele. Feio, áspero,
intratável, mutilado, ambicioso, maldizia e perseguia tudo.
48
Insultou e desrespeitou a sua Mãe sofredora e humilde,
anjo condutor de ternura para os homens degradados nos
sofrimentos terrenos, a mesma Maria que agora o
albergava piedosamente.
49
Continuou o
abominável papel de
algoz denunciando
cristãos ao Sinédrio,
perseguindo,
espionando,
flagelando quanto
podia, apedrejando
Estevão, atraiçoando
os “Santos do
Senhor”, pelo simples
prazer de praticar o
mal. 50
Nem era filho de Israel, viera de longe, foragido de sua
tribo, onde fora condenado à morte por traição a Pátria e
homicídio.
Não aproveitou a oportunidade máxima de regeneração,
insurgindo-se contra a luz que brilhou no meio das trevas...
51
Reencarnações se sucederam através dos séculos. Pertencia às
trevas, e durante o intervalo de uma existência a outra, aprazia-o
permanecer nas inferiores camadas da animalidade.
Fazia-se surdo aos convites para os trabalhos de regeneração, fosse
na condição de homem ou espírito despido das vestes carnais,
porquanto nas regiões astrais inferiores ecoam as doçuras do
Evangelho e a figura de Jesus é apontada como modelo a imitar.
52
Nem diferenciava a
encarnação e a estada no
Invisível, pois o seu modo de
ser era sempre a animalidade!
Hoje tinha consciência que a
Lei do Progresso o impelia
para as reencarnações, sob
orientação de devotados
obreiros do Senhor, para que
expiasse e desenvolvesse as
potências da alma
embrutecida pela
inferioridade. Na época, as
duas existências se
confundiam. 53
Criminoso impenitente, sofria, como é natural, o reverso
de suas ações, cujos efeitos em seu próprio estado se
refletiam. Subia, por vezes a alturas famosas da escala
social terrena, fato esse que não implica a posse de
virtudes. Sofria quedas morais redundantes, criando
responsabilidades atordoadoras.
54
Todas as suas renovações carnais
se realizavam entre povos
cristãos.
Tudo indica que na vida
disciplinada do Invisível, os
Espíritos são registrados em
falanges e colônias e, sob seus
auspícios é que se educam e
evolvem, sem se desagregarem,
senão quando completado o
ciclo evolutivo normal, isto é,
quando adquirem mudanças
úteis ao bem próprio e alheio. 55
O certo é que nunca se deslocou das
Gálias ou da Ibéria até o presente
momento.
A ideia da regeneração começou a se
insinuar como sussurro aos seus
ouvidos através da fieira dos tempos,
quer se encontrasse encarnado ou
desencarnado.
Aceitou-a calculada e
interesseiramente, pensando em
solucionar as pesadas adversidades do
seu destino, nessa doutrina cristã que
afirmavam tantos benefícios àqueles
que à sua tutela se confiassem. 56
Ele não podia compreender, absorto
no seu mundo inferior, o alto alcance
moral e filosófico de tais conselhos ou
convites repetidos sempre em
quaisquer locais terrenos ou astrais a
que a vida o levasse.
Esperava da Grande Doutrina apenas
vantagens pessoais, poderes que o
levassem a satisfação de caprichos e
paixões.
As referências àquele Mestre
Nazareno, provocavam nele súbito
mal estar, alucinando-o, vibrando em
seu íntimo, debatendo com sua
consciência.
57
Era concludente que sua
inteligência e seus
conhecimentos intelectuais
se robusteciam ao embate
das lutas pela existência e
dos infortúnios sob o
impulso do esforço próprio,
como até das ambições, mas
o coração se fazia inativo, a
alma embrutecida para o
Bem, a Moral e a Justiça.
58
Desencarnou na metade do século XVII, surpreendendo-se
em confusões deploráveis, em um cárcere envolvido em
trevas, tal qual uma prisão terrena.
59
Passou a refletir:
“Que odiosa série de feitos criminosos, porém,
ocasionara tão amarga repressão para a dignidade de
um Espírito liberto das cadeias da carne?... Que
abomináveis razões haveria eu dado à lei de atração e
afinidades para que meu estado mental e consciencial
apenas se afinasse com as trevas de uma masmorra de
prisão terrena, infecta e martirizante?...
Convém que te inteires do que fiz por aquele tempo,
leitor...”
60
Obrigada!!!
61

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Seminário Memórias de Um Suicida - Terceira Parte - Capítulo IV - O Homem Velho - 27062016

  • 2. CAPÍTULO IV Terceira Parte DATA: 27-06-2016 O Homem Velho 2
  • 3. – Vida no mundo espiritual – Trabalho e aprendizado – Tomada de Consciência – Lei de Progresso “O sábio aprende com as experiências dos outros, o tolo, com suas próprias experiências!” Provérbio Chinês 3
  • 4. “No intervalo de suas encarnações o Espírito progride igualmente, no sentido em que se aplica ao seu adiantamento os conhecimentos e as experiências que alcançou no decorrer da vida corporal; examina o que fez enquanto habitou a Terra, passa em revista o que aprendeu, reconhece suas faltas, traça planos e toma resoluções pelas quais conta guiar-se em nova existência, com a ideia de melhor se conduzir. Desse jeito, cada existência representa um passo para a frente no caminho do progresso, uma espécie de escola de aplicação.” A Gênese – Cap. XI, item 25, § 2º 4
  • 5. Camilo e a Equipe voltaram à Terra muitas vezes. Múltiplos deveres ali os chamavam. Era campo vasto de experimentações, pois iriam reviver muitas vezes em suas arenas e podiam exercitar os conhecimentos adquiridos na espiritualidade. Serviram nos postos de Emergência da Colônia, no Hospital Maria de Nazaré e suas filiais. 5
  • 6. Socorreram, junto às caravanas, os infelizes suicidas perdidos no Invisível Inferior como nos abismos terrestres. Seguiram no rastro da Vigilância, aprendendo com eles a caça a chefes temíveis de falanges mistificadoras que induziam infelizes ao suicídio. 6
  • 7. Visitaram frequentemente reuniões organizadas por discípulos de Allan Kardec, com eles colaborando. Acudiram a imperativos de muitos sofredores alheios às ideias espirituais, mas carecedores de socorro. Devassaram prisões e hospitais a fim de prover socorro material e fortalecer o ânimo a desgraçados de um mau passado espiritual, desfigurados pela lepra, pela demência ou mutilados. 7
  • 8. Penetraram até lares de grandes da Terra, onde haviam graves ocasiões para o suicídio. Iam a toda parte onde existissem lágrimas a enxugar, corações a reanimar. Aníbal levava-os aos ensinamentos do Mestre Modelar. Estas atividades de ajuda multiplicaram-se durante muitos anos nos diferentes setores da caridade. 8
  • 9. Indóceis aflições às vezes os surpreendiam ao contato dessas angústias alheias, no entanto, mais vezes obtinham doces consolações ao constatarem que, com sua boa vontade, contribuíam para gerar consolo e esperança. Todo esse “trabalho” era avaliado através de temas que deveriam desenvolver e apresentar a uma junta examinadora, a qual verificaria o seu aproveitamento e compreensão da matéria. 9
  • 10. Produziam peças vazadas em temas elevados e inspirados no Evangelho, na Moral, como na ciência, romances, poemas, noticiários, etc, etc. Uma vez aprovados, estes trabalhos poderiam ser ditados ou revelados aos homens, que seriam convenientes à sua regeneração. 10
  • 11. Isto seria feito através da operosidade mediúnica, ou inspirando mentalidades sérias capazes de captar-lhes as ideias. Quando eram reprovados, repetiam a experiência até concordar plenamente o tema com a verdade. Os dias destes exames eram festivos para todo o Burgo da Esperança. Legítimos certames de uma Arte Sagrada, a do Bem. 11
  • 12. Luminares da Colônia, como Teócrito, Ramiro de Guzman e Aníbal de Silas se revelaram artistas com dons superiores na literatura como na música e oratória descritiva, isto é, na expressão mental, através de imagens das produções próprias. 12
  • 13. Vinham caravanas vizinhas que emprestavam brilho artístico e confortativo às experimentações. Nomes respeitosos da Terra acorriam bondosamente e os reanimavam para o progresso, ativando-lhes o desejo de prosseguir nas pelejas promissoras. 13
  • 14. Vultos como Victor Hugo e Frédéric Chopin (suicida inconsciente), que traduziu sua música em imagens e narrações. O gênio Victor Hugo mostrava em lições de beleza e instrução a realidade mental de suas criações literárias, deslumbrando a sensibilidade de todos até as lágrimas, atraindo-os à adoração de Deus. O pensamento de Hugo era vivificado pela ação da realidade concretizado de forma a poderem conhecer as nuanças do Espírito através de migrações terrenas e estágios do Invisível. 14
  • 15. Ficaram sabendo ali que Victor Hugo reencarnara na Terra desde muitos séculos, partindo da Grécia para a Itália e a França, sempre deixando após si um rastro luminoso de cultura superior e de Arte. Seu espírito tem sido venerado por muitas gerações. 15
  • 16. Quanto a Chopin, alma insatisfeita, que somente agora compreendia que com Jesus encontrará o segredo dos sublimes ideais, em miríficas (admiráveis) expansões de música arrebatadora. Transportava da magia dos sons para o deslumbramento da expressão real, ofereceu aos presentes o dramático poema das suas migrações terrenas. 16
  • 17. Os aprendizes deveriam igualmente traduzir suas criações mentais em imagens e cenas como faziam seus mentores com suas lições e os visitantes com sua gentileza. Havia o concurso de técnicos para o melindroso serviço, eram cientistas, senhores do segredo da captação do pensamento para os aparelhamentos transcendentes. Alguns médiuns da confiança do Instituto eram atraídos a essas reuniões sob a tutela de seus Guardiães e aí entreviam dificultosamente o que para eles se revelava com todo esplendor. 17
  • 18. Seriam para eles (médiuns encarnados) um estímulo ao trabalho mediúnico a que se comprometeram ao reencarnar. Daí o entusiasmo dos nossos atores, por julgarem fácil tarefa o inteirar os homens das novidades que iam se apossando, certos de que seriam imediatamente aceitos seus esforços para bem informar. 18
  • 19. Não contavam com o pouco interesse dos médiuns de se ativarem em torno dos ideais cristãos, que julgam defender, mas são incapazes de uma só renúncia, avessos aos altos estudos a que será obrigado todo aquele que se julgar iniciado. 19
  • 20. Tem o dever sagrado de defender a si próprios e seus semelhantes da ignorância relativa às causas espirituais, uma vez que são dotados para isso, no entanto, desarmonizados consigo próprios e com as esferas iluminadas, traduzem efeitos mentais, conceitos pessoais, pensam que interpretam o pensamento dos espíritos, quando na verdade, nada fizeram a fim de merecer o alto mandato. 20
  • 21. Com tristeza constatam esse desinteresse dos médiuns, bem como o apego aos atrativos e às ociosidades do plano material, esquivando-se do dever urgente de se despojarem de atitudes nocivas ao mandato sublime da mediunidade. Isto dificulta a ação dos Espíritos instrutores do planeta, porquanto, muitos aparelhos mediúnicos excelentes em suas disposições físico-psíquicas, resvalam para o ostracismo e a improdutividade. 21
  • 22. A humanidade braceja nas trevas em pleno século das luzes, com fome do pão espiritual, sedenta daquela água viva que lhe alteraria a alma e entristecida pelo acúmulo de desgraça. Havia também na Colônia, dias festivos franqueados às visitações. Foram prevenidos de que receberiam visitas de seus “mortos” queridos. Pensavam que tal fato seria apenas concedido aos mais antigos, por isso limitaram-se a esperar a vez de rever os seus. 22
  • 23. As damas vigilantes, bondosas e caritativas, como toda mulher que tem a educação moral inspirada ao ideal divino, começaram a preparar os parques para a grande recepção que aconteceria no dia seguinte. 23
  • 24. Criaram recantos dulcíssimos para a sensibilidade dos habitantes, ambientes íntimos encantadores que os levavam a recordações da infância e juventude. Eram agradáveis surpresas a fim de receberem a parentela e amigos. Criados ao ar livre, à beira dos lagos serenos, sobre as encostas das colinas graciosas. 24
  • 25. Esses ambientes existiriam provisoriamente, apenas enquanto durassem nossas necessidades de compreensão e consolo. Muitos traduziam o lar paterno, tão saudoso e ardentemente recordado por aqueles que apenas trevas e desespero depararam ao se transportar para o Além. Outros ambientes lembrariam cenários da afeição conjugal. 25
  • 26. Um recanto de sala, uma varanda florida, uma ponte bucólica, uma praia, uma alameda conhecida, por onde muitas vezes caminharam com suas mães. 26
  • 27. 27 No cenário da casa que nasceu, Camilo teve a inefável satisfação de rever a sua mãe querida, que morreu quando ainda era criança. Beijou-lhe as mãos como outrora e atirou-se soluçando nos braços protetores de seu pai, aliviando o coração de uma saudade que jamais se esfumara do seu coração, torturado sempre pela incompreensão e mil razões adversas. Reviu a esposa que morreu em pleno sonho de um matrimônio venturoso, e à qual ele poderia ter reencontrado no Invisível, não fosse a rebeldia do seu gesto nefasto!
  • 28. De todos eles recebeu carinhosas advertências, conselhos preciosos, testemunhos de afeto perene. Nenhum pedia-lhe contas do desbarato em que as paixões e as desditas lhe haviam transformado a vida! Era como se estivessem no antigo lar terreno. Os mesmos móveis, a mesma decoração interna, porque Ritinha de Cássia e Dóris Mary tudo haviam preparado para que em seu coração fossem perpetuadas as impressões sacrossantas dos veros laços de família. 28
  • 29. Eles mesmos, sem perceberem , forneciam elementos para que tudo fosse realizado assim. Os instrutores e educadores examinavam seus pensamentos e impressões mentais mais caras e transmitiam através de mapas e visões equivalentes, pois necessitavam do maior estado de placidez mental possível para que muitos aproveitassem da aprendizagem a fazer. 29
  • 30. Seus entes disseram que nada podiam fazer em seu benefício, devido a situação melindrosa que criara com o suicídio, situação como o prisioneiro da Terra que as leis impõem método de vida à parte dos demais cidadãos. Muitas lágrimas derramou com o rosto no seio da sua mãe, cujos conselhos salutares reanimaram suas forças, reavivando a esperança de dias menos acres para a consciência. 30
  • 31. E assim, debaixo de arvoredos que lembravam os pomares e os quintais da casa que viveu, demorou-se em conversas com muitos membros da família que, como ele, eram falecidos. Seu companheiros de infortúnios tinham direitos idênticos, pois existia rigorosa justiça, vazada nas leis de atração e afinidade. Belarmino de Queiroz pôde finalmente ver sua mãe, a quem amava com todas as forças do seu coração. 31
  • 32. A Sra. Queiroz e Souza disse-lhe que dor profunda e incontrolável a atingira com a surpresa de vê-lo sucumbir com o suicídio, afetando-lhe a saúde irremediavelmente, sucumbindo ela também 6 meses depois, sem se resignar jamais à desventura de perdê- lo tão tragicamente. Ficou decepcionada ao constatar que a morte não a fez esquecer o supremo sofrimento no seio da natureza, pois se encontrava viva após a morte e ralada de desgosto, visto não possuir capacidades mentais e espirituais que a levasse às regiões felizes ou consoladoras do invisível. 32
  • 33. Em vão o procurava pelas sombrias regiões por onde transitara com funestas confusões, arrependida de haver renegado o amor de Deus pelo domínio exclusivo da Ciência Materialista. Sentia-se culpada pelo desastre do filho, pois que fora ela que modelara o caráter que os levara a tão deploráveis quedas morais. Porém, no espaço, sofrera resignadamente, converteu-se à verdade existente na idéia de Deus e suas leis e levado em conta seu ardente desejo de emenda e progresso, foi permitido rever o filho, dádiva do ser supremo, agora reconhecido com respeito e compunção! 33
  • 34. Para esse encontro, Dóris Mary e Rita de Cássia, prepararam o ambiente da velha biblioteca da mansão dos Queiroz e Souza, a lareira crepitando, a cadeira de balanço, a pequena poltrona de Belarmino, como no tempo de infância. 34
  • 35. O LIVRO DOS ESPÍRITOS 983 – Não experimenta sofrimentos materiais o Espírito que expia suas faltas em nova existência? Será então exato dizer-se que, depois da morte, só há para a alma sofrimentos morais? 35 R – (...) Como espírito, ela não tem mais dores físicas, mas segundo as faltas que cometeu, pode ter dores morais mais pungentes e, numa nova existência, pode ser ainda mais infeliz. (...)
  • 36. 990 – O arrependimento tem lugar no estado corporal e espiritual? 991 – Qual é a consequência do arrependimento no estado espiritual? 36 R – No estado espiritual; mas ele pode também ter lugar no estado corporal, quando compreendeis bem a distinção entre o bem e o mal. R – O desejo de uma nova encarnação para se purificar. (...)
  • 37. 998 – A expiação se cumpre no estado corporal ou no estado de espírito? R – Ela se cumpre durante a existência corporal pelas provas às quais o espírito está submetido, e na vida espiritual, pelos sofrimentos morais ligados ao estado de inferioridade do espírito. Ler também: Duração das penas futuras – Questões 1003 a 1008 37
  • 38. Dois anos depois, outro acontecimento marcou o espírito de Camilo. Chegou a hora de rever suas encarnações passadas. Sentou-se na cadeira que se afigurava um Tribunal de Suprema Justiça. Silêncio total. Apenas as vibrações mentais de Epaminondas, traduzidas em vocabulário perfeito, enchiam a atmosfera respeitável onde sacrossantos mistérios da Ciência Celeste se desvendavam. 38
  • 39. Ninguém ignorava a espécie de indivíduo orgulhoso e caráter corrompido que encarnou em Portugal, pois bagagem moral ruim ainda lhe rondava os passos. Camilo diz uma coisa que nem todos sabiam devido ao seu orgulho: fora paupérrimo de fortuna e isso o fez lutar contra a adversidade de uma pobreza desorientadora, o que o reduziu à indigência mais desapiedada que, para seu conceito, o mundo poderia abrigar, e isso o levou ao suicídio. 39
  • 40. Ele ficou frente a frente com o Tribunal da Consciência. Rodearam-no os Mestres, desferindo poderosos recursos fluídicos sobre o seu ser inferiorizado, para ajudar. Eram como médicos que lhe operassem a alma, descobrindo sua anatomia para que ele mesmo a examinasse, descobrindo a origem dos males ferrenhos que o perseguiam, sem mais acusar a Providência. 40
  • 41. Estava desesperado, se tivesse corpo físico, estaria banhado em suores gelados. Quis resistir por covardia, prevendo a vergonhosa situação e, em lágrimas, pediu para ser ouvido apenas por Epaminondas. 41
  • 42. Suplicou. Epaminondas o encorajou a marchar para a glória! É a reabilitação que se impõe todas as vezes que a dor se acerca de ti, sempre que o sofrimento faz, vibrar doridamente seu ser. Conformou-se, invocando intimamente o auxílio de Maria de Nazaré, a quem aprendera a venerar, harmonizando suas vontades com as dos tutelares que o dirigiam. 42
  • 43. Sem ter muita consciência, sentiu-se envolvido em jatos de luz, ficou tonto e viu se reanimar toda a longa série de vidas planetárias que tivera. Achou-se diante do seu próprio “eu”, tal qual se à frente de um espelho estivesse. 43
  • 44. Então ouviu o instrutor: “Eu te ordeno, Alma criada para glória da eleição no Seio Divino: Volta ao ponto de partida e estuda no livro que trazes dentro de ti mesma as lições que as experiências proporcionam! E contigo mesma aprende o cumprimento do dever e o respeito à Lei d'Aquele que te criou! Traça, depois, tu mesma, os programas de resgates e edificação que te convém , a fim de que a ti mesma devas a glória que edificares para alçares voos redentores até o seio eterno de onde partiste!...” 44
  • 45. Assim, perdeu a lembrança do presente e mergulhou a consciência no passado. Não apenas recordava, como vivia naquela época, no ano 33, em Jerusalém. Era miserável, pobre e mau. Ovacionou Barrabás. Parecia um demônio enfurecido.... 45
  • 46. Revendo esse passado, a consciência repudiava-o, acusando-o violentamente. Pavor e agonia tomou-lhe a fronte alucinada pelo remorso e bradou enlouquecido: “Oh, Jesus Nazareno! Meu Salvador e meu Mestre! Não fui eu Senhor! Eu estava louco! Perdão Jesus! Perdão Jesus!” 46
  • 47. Pranto rescaldante incendiou sua alma, mas o instrutor o mandou seguir! “Prossegue sem esmorecimentos que da leitura que ora fazes em ti mesmo será preciso que saias convertido ao serviço desse Mestre que ontem apedrejastes.” 47
  • 48. Sem outra alternativa, prosseguiu então. Viu-se em frente ao Pretório, em atitude hostil. Proferiu rodos os insultos contra o Nazareno e só não o agrediu a pedradas porque seu braço não alcançou. Nutria inveja e ódio a tudo que considerasse superior a ele. Feio, áspero, intratável, mutilado, ambicioso, maldizia e perseguia tudo. 48
  • 49. Insultou e desrespeitou a sua Mãe sofredora e humilde, anjo condutor de ternura para os homens degradados nos sofrimentos terrenos, a mesma Maria que agora o albergava piedosamente. 49
  • 50. Continuou o abominável papel de algoz denunciando cristãos ao Sinédrio, perseguindo, espionando, flagelando quanto podia, apedrejando Estevão, atraiçoando os “Santos do Senhor”, pelo simples prazer de praticar o mal. 50
  • 51. Nem era filho de Israel, viera de longe, foragido de sua tribo, onde fora condenado à morte por traição a Pátria e homicídio. Não aproveitou a oportunidade máxima de regeneração, insurgindo-se contra a luz que brilhou no meio das trevas... 51
  • 52. Reencarnações se sucederam através dos séculos. Pertencia às trevas, e durante o intervalo de uma existência a outra, aprazia-o permanecer nas inferiores camadas da animalidade. Fazia-se surdo aos convites para os trabalhos de regeneração, fosse na condição de homem ou espírito despido das vestes carnais, porquanto nas regiões astrais inferiores ecoam as doçuras do Evangelho e a figura de Jesus é apontada como modelo a imitar. 52
  • 53. Nem diferenciava a encarnação e a estada no Invisível, pois o seu modo de ser era sempre a animalidade! Hoje tinha consciência que a Lei do Progresso o impelia para as reencarnações, sob orientação de devotados obreiros do Senhor, para que expiasse e desenvolvesse as potências da alma embrutecida pela inferioridade. Na época, as duas existências se confundiam. 53
  • 54. Criminoso impenitente, sofria, como é natural, o reverso de suas ações, cujos efeitos em seu próprio estado se refletiam. Subia, por vezes a alturas famosas da escala social terrena, fato esse que não implica a posse de virtudes. Sofria quedas morais redundantes, criando responsabilidades atordoadoras. 54
  • 55. Todas as suas renovações carnais se realizavam entre povos cristãos. Tudo indica que na vida disciplinada do Invisível, os Espíritos são registrados em falanges e colônias e, sob seus auspícios é que se educam e evolvem, sem se desagregarem, senão quando completado o ciclo evolutivo normal, isto é, quando adquirem mudanças úteis ao bem próprio e alheio. 55
  • 56. O certo é que nunca se deslocou das Gálias ou da Ibéria até o presente momento. A ideia da regeneração começou a se insinuar como sussurro aos seus ouvidos através da fieira dos tempos, quer se encontrasse encarnado ou desencarnado. Aceitou-a calculada e interesseiramente, pensando em solucionar as pesadas adversidades do seu destino, nessa doutrina cristã que afirmavam tantos benefícios àqueles que à sua tutela se confiassem. 56
  • 57. Ele não podia compreender, absorto no seu mundo inferior, o alto alcance moral e filosófico de tais conselhos ou convites repetidos sempre em quaisquer locais terrenos ou astrais a que a vida o levasse. Esperava da Grande Doutrina apenas vantagens pessoais, poderes que o levassem a satisfação de caprichos e paixões. As referências àquele Mestre Nazareno, provocavam nele súbito mal estar, alucinando-o, vibrando em seu íntimo, debatendo com sua consciência. 57
  • 58. Era concludente que sua inteligência e seus conhecimentos intelectuais se robusteciam ao embate das lutas pela existência e dos infortúnios sob o impulso do esforço próprio, como até das ambições, mas o coração se fazia inativo, a alma embrutecida para o Bem, a Moral e a Justiça. 58
  • 59. Desencarnou na metade do século XVII, surpreendendo-se em confusões deploráveis, em um cárcere envolvido em trevas, tal qual uma prisão terrena. 59
  • 60. Passou a refletir: “Que odiosa série de feitos criminosos, porém, ocasionara tão amarga repressão para a dignidade de um Espírito liberto das cadeias da carne?... Que abomináveis razões haveria eu dado à lei de atração e afinidades para que meu estado mental e consciencial apenas se afinasse com as trevas de uma masmorra de prisão terrena, infecta e martirizante?... Convém que te inteires do que fiz por aquele tempo, leitor...” 60

Notas do Editor

  1. Só recordando. As causas do suicídio, além da saciedade, ociosidade, é a pouca fé, a fraqueza. Porque Jesus falou: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará.” Estamos conhecendo um pouco dessa verdade... Quando assimilarmos de verdade que temos que enfrentar os nossos sofrimentos nesta, ou em outras encarnações, nos resignaremos e talvez não nos suicidaremos mais...
  2. Mecanismo de instalação dos processo de cólera/ raiva/discussões.
  3. Mecanismo de instalação dos processo de cólera/ raiva/discussões.